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QUESTÃO REGIONAL BRASILEIRA

QUESTÃO REGIONAL BRASILEIRA. A divisão de uma área em regiões é fundamental para a organização do espaço. Através do planejamento regional aprofunda-se

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QUESTÃO REGIONAL

BRASILEIRA

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A divisão de uma área em regiões é fundamental para a organização

do espaço.Através do planejamento regional aprofunda-se o conhecimento de

áreas que possibilitam uma intervenção do poder público, seja

para o bem-estar social e ambiental ou, mais comumente no

sistema capitalista, para a reprodução do capital e seus

agentes (elites políticas e corporações).

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(UFRN-1999) Segundo dados do IDEC/RN (1997), 64% da

população da Região do Vale do Açu sobrevivem na linha de indigência. Contraditoriamente,

é nessa Região que se concentram a exploração petrolífera e a fruticultura

irrigada, importantes atividades da economia do Rio

Grande do Norte. Como se explica essa contradição?

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PROJETO BAIXO-ASSU

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ÍNDICE DE INDIGÊNCIA DE MUNICÍPIOS DO BAIXO-ASSU (IBGE-2003)

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DIVISÃO REGIONAL OFICIAL (IBGE)

Regionaliza o Brasil em Macrorregiões e as

unidades da federação em Mesorregiões que,

por sua vez são divididas em

Microrregiões que contém os Municípios (e

estes possuem ainda seus Distritos)

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MACRORREGIÕES DO IBGE

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MESORREGIÕES

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MICRORREGIÕES

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1ª DIVISÃO REGIONAL (DÉCADA DE 40) - Teve como critério para a

regionalização o quadro natural (clima, relevo, vegetação...).

- Sob contexto de integração do mercado interno brasileiro através da industrialização que se incrementava nos anos 30 e 40, sob o governo Vargas. Era necessário conhecer as potencialidades e possibilidades dos recursos naturais do território nacional, afim de auxiliar no processo industrial (matérias-primas, fontes de energia, recursos minerais...).

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DIVISÃO REGIONAL (DÉCADA DE 40)

-Sofreu influência da corrente teórica do Possibilismo Geográfico, em que a ação humana pode modificar o meio natural conforme as possibilidades de aproveitamento de seus recursos (formulado por Vidal de La Blache).

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2ª DIVISÃO REGIONAL OFICIAL (1969)

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DIVISÃO REGIONAL (1969)

- Base da atual divisão regional.

- Teve como critério o levantamento de dados econômico-demográficos para a diferenciação das Macrorregiões.

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DIVISÃO REGIONAL (1969)- Contexto histórico da

consolidação do processo industrial de substituição de importações sob ditadura militar. Porém a concentração fabril no Sudeste brasileiro integrou as demais regiões de forma desigual, aprofundando as diferenças regionais.

- Influência da Geografia Pragmáitca (ou Quantitativa) estadunidense.

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- Década de 70: Territórios tornam-se estados (exceto Fernando de Noronha, que tornou-se município de Pernambuco).

- 1979: Criação de Mato Grosso do Sul, desmembrado de Mato Grosso.

- 1988: Criação de Tocantins, desmembrado de Goiás e incorporado à região Norte.

Modificações que resultaram na atual regionalização:

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DIVISÃO NÃO-OFICIAL EM COMPLEXOS REGIONAIS (OU GEOECONÔMICOS)

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DIVISÃO NÃO-OFICIAL EM COMPLEXOS REGIONAIS (OU GEOECONÔMICOS)

Características:- Elaborada com base em aspectos

geoeconômicos, ou seja, uma variedade de características dominantes nas regiões, tanto do quadro natural quanto sócio-econômicos.

- Leva em conta o processo histórico de ocupação.

- Não respeita os limites interestaduais.

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COMPLEXO NORDESTINO

- Região de mais antiga ocupação desde o período colonial.

- Apresenta os piores indicadores sócio-econômicos (persistência de estruturas arcaicas de concentração de renda e fundiária).

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COMPLEXO NORDESTINO- Historicamente configura-se

como área de repulsão populacional.

- Possui “pontos luminosos” (ou “ilhas de modernidade”) com economia dinâmica nos setores do agronegócio, recursos minerais e energéticos, industrialização, turismo, etc).

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ÓRGÃOS DE PLANEJAMENTO DNOCS (DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS): tem origem no início do século XX, e como atribuição a construção de obras de engenharia (açudes, estradas...) no semi-árido.

CODEVASF (COMPANHIA PARA O DESENVOLVIMENTO DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E DO PARNAÍBA): origina-se em 1947 e coordena e executa obras de infra-estrutura hídrica, com ênfase em projetos hidroagrícolas. Em 2000 estende sua área de atuação à bacia do Parnaíba.

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SUDENE (SUPERINTENDÊNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE): criada em 1959 (JK), extinta em 2001 (FHC), e reeditada em 2007 (LULA). Tem como função o incremento econômico com vistas à redução das diferenças regionais brasileiras. A partir da década de 70 enfatizou a atração industrial à Região através de incentivos fiscais, financiamento e infra-estrutura. Atua em todo o Nordeste e nos vales dos rios Jequitinhonha e Mucurí (168 municípios de MG e 28 do ES).

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INTERVENÇÕES PÚBLICAS NO SERTÃO NORDESTINO

“Indústria da seca”: Aproveitamento das elites políticas e econômicas sertanejas com o agravamento da pobreza durante as secas periódicas. Considerando a seca como causadora da miséria, as elites requerem verbas federais, porém as formas paliativas e emergenciais (carros-pipa, cestas básicas...) não tocam nas causas estruturais da pobreza (reforma agrária, apoio técnico, investimento em educação,...); e as obras públicas através das “frentes de emergência” (estradas, açudes) muitas vezes favorecem os latundiários valorizando suas terras e ampliando seus “currais eleitorais”.

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INTERVENÇÕES PÚBLICAS NO SERTÃO NORDESTINO

“Transposição do Rio São Francisco”: hoje conhecido como “Projeto de Integração de Bacias”, consiste em canalizar águas do “Velho Chico” para perenizar os rios Jaguaribe (CE), Apodi-Mossoró (RN) e Paraíba (PB) e, assim, melhorar a qualidade de vida e fomentar a economia das regiões envolvidas.

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Críticas à Transposição: Necessidade de revitalização da bacia do São Francisco, degradado ambientalmente por desmate das matas ciliares e mananciais, contaminação (agrotóxicos e mercúrio), assoreamento, redução da biodiversidade.

Custos faraônicos do Projeto com a construção de canais e gasto energético para o bombeamento das águas.

A região de abrangência do Projeto envolve apenas cerca de 5% da população sertaneja.

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Provável aproveitamento da transposição pelo agronegócio exportador (como a fruticultura irrigada para exportação) e seus impactos: concentração fundiária, êxodo rural, exploração do trabalho, entre outros.

Ausência de efetivo apoio às comunidades ribeirinhas e indígenas da bacia do “Rio dos Currais”.

Interesses políticos: obra gigantesca do governo federal; políticos de Fortaleza com a garantia de abastecimento à metrópole cearense; grupos políticos baianos e pernambucanos querendo cobrar pela água.

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COMPLEXO AMAZÔNICO Região caracterizada pelo domínio

da floresta latifoliada equatorial. Área de ocupação efetiva recente, a

partir da década de 70: projetos militares de abertura de estradas (“integrar para não entregar” através do Plano de Integração Nacional – PIN) e projetos de colonização (“levar os homens sem terras do Nordeste para as terras sem homens da Amazônia”).

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Área de expansão da fronteira agrícola brasileira, sendo num primeiro momento atraindo colonos e, a partir de meados da década de 70 a SUDAM passa a atrair e financiar megaprojetos agropecuários para a produção de gado e arroz. Como resultado gerou os desmatamentos e queimadas, a grilagem de terras, jagunçagem, assassinatos e expulsões de camponeses, concentração fundiária, além de aproveitamento de dinheiro público.

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Recentes intervenções públicas na Amazônia

Projeto Calha Norte: projeto militar dos anos 80 para monitorar e salvaguardar a fronteira norte, além da estratégia de que, a presença militar na região possa inibir os conflitos entre a expansão do agronegócio e do garimpo sobre as comunidades camponesas e indígenas.

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Recentes intervenções públicas na Amazônia

Sistema de Vigilância da Amazônia (Projeto SIVAM): instalação de redes de radares fixos e móveis integrados a satélites para monitorar tráfego aéreo, contrabando, narcotráfico e desmatamentos e queimadas.

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COMPLEXO DO CENTROSSUL Região mais populosa. Apresenta a economia mais dinâmica do

país, tanto na produção industrial quanto financeiro.

Possui a agropecuária mais modernizada e integrada à transformação industrial e exportação.

Região mais urbanizada, em que há a presença da megalópole brasileira e a cidade global de São Paulo.

Espaço mais transformado e também com os maiores contrastes socioeconômicos e ambientais

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DIVISÃO REGIONAL TECNOCIENTÍFICA E INFORMACIONAL

Elaborada por Milton Santos e Maria Laura Silveira em 2000.

Baseada na inserção diferencial das regiões no meio tecnocientífico e informacional.

Divide o Brasil em 4 regiões.

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A divisão regional do IBGE: é base territorial do levantamento de dados e estatísticas para retrata as diferenças sócio-políticas do território. georeferencia identidades culturais e organiza concessões de verbas de políticas públicas. O CEBRAP afirma que Tocantins, na Região Norte, é incoerente com a realidade do espaço nacional e dificulta mapear as desigualdades sociais no território e sugere: ou retorna ao Centro-Oeste, ou cria-se uma nova divisão regional alterando o Nordeste e o Norte.

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Nova Proposta de Divisão Regional do Nordeste – IBGE

A dinâmica socioeconômica nordestina encontra-se em plena diversificação e a antiga subregionalização histórico-climato-botânica em quatro áreas (Zona da Mata, Agreste, Sertão Nordestino e Meio Norte) não dá conta desta inserção diferenciada no processo de globalização. Diante dessa defasagem há a proposta de se dividir em nove subregiões.

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