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EXERCÍCIOS DE REVISÃO - CEFET / COLTEC PROFESSORES: Ana Carmelita e Rodrigo Fonseca 1 QUESTÕES REFERENTES A OPSANIE SWIATA (INÉDITOS) 01 - Observe as epígrafes abaixo: Texto I "Pois não aplaudas nada, disse-lhe mansamente a mulher. Queres fazer-me um obséquio? Vamos à Europa, em março, ou abril, e voltemos daqui a um ano. Pede licença à câmara, donde quer que estejamos de Varsóvia, por exemplo;tenho muita vontade de ir a Varsóvia, continuou sorrindo e fechando-lhe graciosamente a cara entre as mãos. Diga que sim; responda, que é para eu escrever hoje mesmo para o Rio Grande, o vapor sai amanhã. Está dito; vamos a Varsóvia?" MACHADO DE ASSIS, Quincas Borba Texto II "Tu sais qu’Ubu se passe en Pologne, c’est-à-dire nulle part". MICHEL FOUCAULT, carta a um amigo, 22 de novembro de 1958 Elas podem estabelecer ligação entre as imagens abaixo, EXCETO: a) b) c) d)

QUESTÕES REFERENTES A OPSANIE SWIATA (INÉDITOS) Texto I · Estou aqui lhe esperando, como nunca esperei ninguém. Despeço-me agora, pois estou sem forças para continuar a ditar

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QUESTÕES REFERENTES A OPSANIE SWIATA (INÉDITOS) 01 - Observe as epígrafes abaixo: Texto I "– Pois não aplaudas nada, disse-lhe mansamente a mulher. Queres fazer-me um obséquio? Vamos à Europa, em março, ou abril, e voltemos daqui a um ano. Pede licença à câmara, donde quer que estejamos – de Varsóvia, por exemplo;tenho muita vontade de ir a Varsóvia, continuou sorrindo e fechando-lhe graciosamente a cara entre as mãos. Diga que sim; responda, que é para eu escrever hoje mesmo para o Rio Grande, o vapor sai amanhã. Está dito; vamos a Varsóvia?" MACHADO DE ASSIS, Quincas Borba

Texto II "Tu sais qu’Ubu se passe en Pologne, c’est-à-dire nulle part". MICHEL FOUCAULT, carta a um amigo, 22 de novembro de 1958

Elas podem estabelecer ligação entre as imagens abaixo, EXCETO:

a)

b)

c)

d)

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02 - Pode-se associar o texto apresentado na coluna I com o apresentado na coluna II em:

Coluna 1 Coluna 2

I

"Ela era alta, magra, com bochechas rosadas e salientes. Usava um vestido de algodão branco, de mangas curtas, que seguia em evasê até um palmo abaixo do joelho. Uma faixa vermelha amarrada com um laço do lado esquerdo marcava a cintura".

II

"Depois do primeiro jantar a bordo, quando o tédio ainda não tinha se instalado no navio e as pessoas mal se conheciam, cumprimentando-se apenas por educação, longe portanto das futuras e previsíveis efusões de amizade, Bopp foi até o convés"

III

"As crianças pareciam não ter percebido a presença de Dona Oliva. Continuavam a arremessar água no convés. De repente, um barulho de alguma coisa pesada caindo no chão – uma pessoa, uma cadeira, um baú?"

IV

"Prezada tripulação, Pedimos a atenção de todos para fato de extrema importância que se dará no dia de amanhã. Estimamos que, algumas horas depois do pequeno almoço, nosso navio cruzará a linha do Equador".

a) I b) I e II c) I, II e III d) I, II, III e IV

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03 - Observe o texto abaixo:

Considerando as características linguísticas e objetivos, não se assemelha ao texto:

a)

b)

c)

d)

04 - "O senhor terá apenas de ir até o porto para pegar o navio. Sugiro que vá até lá de trem. Não pense em enfrentar uma desnecessária viagem de barco. Traga consigo um paletó de inverno. Embora aí seja verão, pode haver noites frias no navio. Aqui na floresta, como é de seu conhecimento, faz calor o ano inteiro. E chove muito. Por isso, traga também a gabardine. O guarda-chuva o senhor pode deixar em casa, pois os tenho aos montes". O que se afirma entre aspas está CORRETO em: a) Há predomínio do tipo injuntivo, uma vez que existe uma preocupação com a caracterização do que é descrito. b) O uso constante de verbos no imperativo assinalada a função conativa da linguagem. c) O uso de frases curtas indica uma aproximação da fala com a preocupação formal. d) A organização estrutural mostra uma aproximação ao gênero relato de viagem. 05 - Querido pai, Peço desculpas por escrever-lhe novamente. Não encontro sossego. O tempo passa, as dores aumentam e não sei se o senhor virá me ver. Talvez seja cedo demais para esperar uma resposta sua. Talvez minha primeira carta nem tenha chegado ao destino. Ou talvez tenha. Não sei. Queria muito vê-lo.

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Queria sentir seu cheiro e olhar demoradamente seu rosto, um rosto que deve se parecer com o meu. Sei que sou como o senhor. Mamãe sempre me dizia isso. Venha, por favor. Venha o mais rápido que puder. Estou aqui lhe esperando, como nunca esperei ninguém. Despeço-me agora, pois estou sem forças para continuar a ditar esta carta. Aguardo--o ansiosamente. Do seu filho convalescente, NATANAEL Tendo em vista o excerto acima, só NÃO é possível perceber o estado emocional e/ou físico do personagem por meio: a) do uso de estruturas curtas. b) do uso de marcadores circunstanciais e adjetivos c) de expressões de perplexidade. d) da escolha do vocativo e da despedida do texto. 06 - Caro Natanael, Quando esta carta chegar a seu destino, já estarei a caminho do Brasil. Agradeço o envio da passagem, mas preferi viajar às minhas próprias expensas. Não me sentiria confortável em gastar seu dinheiro num momento tão delicado. Levo comigo o valor da tarifa para devolvê-lo. Desculpe-me por ser tão breve. Escrevo-lhe rapidamente apenas para comunicar que parti. Não sou ainda capaz de expressar o sentimento que tive ao receber sua inesperada missiva. Logo, encontrar-nos-emos e poderemos falar sobre tudo o que lhe aprouver. Suponho que tenha muitas perguntas a fazer-me. Considere-se abraçado por mim, OPALKA Ao se analisar o trecho, percebem-se os seguintes aspectos: I - As escolhas lexicais remetem a preceitos formais da gramática. II - A linguagem apresentada aponta para um tom cerimonial que contrasta com as cartas recebidas do filho. III - A negativa do bilhete de passagem evidencia a tentativa de mostrar ao filho seu total desinteresse em uma relação afetiva próxima. IV - O uso de um verbo em mesóclise aponta para o uso do recurso linguístico da adequação linguística à época em que se passa a narrativa. Está correto somente o que se afirma em a) I, II e III. b) I, II e IV. c) II , III e IV. d) I, III e IV. 07 - "AS OLIVINHAS. Andaluzas. Sobrinhas de Dona Oliva. Solteiras e deliciosas. Nunca lembro seus nomes. Estão sempre de braços dados, como se fossem gêmeas siamesas. São muito parecidas, embora uma delas tenha as panturrilhas mais roliças que a outra. Fico imaginando como será a perna toda. Grossa como uma tora? Tomara. Adoro coxa farta. As duas não resistem a uma sopa de ervilhas e a um elogio bem dado. Acho que estão de flerte comigo". Sobre o texto acima, é possível afirmar: a) É uma caracterização elaborada pelo personagem protagonista da narrativa. b) É predominantemente um trecho descritivo que faz uso de adjetivação erudita. c) Apresenta impressões subjetivas isentas de pessoalidade. d) É o fruto da observação inicial dos passageiros do navio.

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08 - Considerando as observações feitas no capítulo Meus amigos no navio, associe a primeira coluna com a segunda:

Coluna I Coluna II

1. Dona Oliva ( ) Gosta de pintar.

2. Senhor Andrade ( ) Gosta de escrever versos.

3. Senhora Andrade ( ) Possivelmente homossexual.

4. Curvo Chivito ( ) Vive de suas posses.

5. Hans ( ) Tem o hábito de roubar pequenos itens.

A sequência está correta em: a) 2, 3, 4, 1, 5. b) 5, 1, 3, 2, 4. c) 3, 2, 5, 1, 4. d) 4, 5, 2, 4, 1. 09 -

A mesma função da linguagem presente no texto acima encontra-se em: a) "Não use chapéu de explorador, o uso deles por um estrangeiro cria má impressão nos brasileiros". b) "Sentou-se então na cadeira de palha e abriu o caderno, no qual estava escrito: Fazer um livro antigo um livro de viagens". c) "Ali: expressão das distâncias. Já: eliminação do tempo. E partia Bopp mais uma vez, para além dos limites comuns, para os longes". d) Fechou então o caderno vermelho e o guardou na cristaleira, entre o macaco e o gato de cerâmica. Voltou à mesa e se sentou na cadeira de palha". 10 - A palavra em destaque exerce a mesma função em: a) Se as camas forem do tipo beliche, jamais se deite nas de baixo. b) – Mas o senhor fala português! Por que não me disse isso antes? – Porque eu não sabia que o senhor falava português. c) A água da chuva lhe escorria pelo rosto(...)Restos de um vestido floreado tapavam-lhe as costas(...) d) O menino, que tentava se sentar, desistiu da empresa (...)Percebendo que a vira-lata se afastava, o menino que antes tentava se sentar começou a berrar de dentro do tonel. 11 - " No porto daqui, o senhor Jean-Pierre estará lhe esperando. Ele o trará imediatamente até onde estou. Quando o senhor chegar ao hospital, será fácil saber quem eu sou: serei aquele que mais se parece consigo. Rogo-lhe, pai, venha. Venha tão logo receba esta carta com a passagem. Aguardo-o com impaciência. Faça uma boa viagem". Sobre o trecho está correto o que se afirma em: a) O uso das formas verbais no subjuntivo transmitem uma vontade, um desejo do emissor. b) Ocorre a mistura de ações que, por suas formas, representam ações certas e futuras, e, algumas, comandos. c) O uso do pronome consigo é correto por referir-se ao receptor da carta, Opalka. d) Uma vez que Opalka está a caminho do encontro com Natanel, o pronome onde poderia ser substituído por aonde.

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12 - " Elas falavam ao mesmo tempo, afobadas, uma atropelando a outra. Segundo elas, os passageiros da primeira classe se divertiam bem mais que os da classe turística. Não porque tivessem mais regalias (lençóis de linho, toalhas de algodão felpudo, serviçais para carregar as malas, perfume francês nas cabines, almofadas nas espreguiçadeiras, sobremesa extra), mas porque faziam surubas. Na cozinha. E em qualquer dia da semana". No trecho acima, só não se observa relação semântica de: a) Conformidade b) Comparação c) Adição d) Concessão 13 - A relação entre o termo destacado está INCORRETA em: a) "Aquele vestido azul de cintura baixa, da década passada, que ela ajustou todinho para ficar na moda". (FINALIDADE) b) "Poderiam estar em qualquer uma das tantas cadeiras da cozinha". (LUGAR) c) "A gente ia saindo de fininho". (MODO) d) " Estava lá com o imediato na mesa onde o cozinheiro corta os legumes" (INSTRUMENTO) 14 - O recurso de linguagem só não está INCORRETO em: a) "Ou até aquela mocinha do Cassino da Urca" (METONÍMIA) b) "A maior foi nas terras do sem fim" (CATACRESE) c) "Vamos nos concentrar para tentar sentir seu canto" (SINESTESIA) d) " formavam um círculo perfeito, como se ela, ao morrer, estivesse entoando a nota final de uma canção". (METÁFORA) 15 - " Mesmo dali, da janela da casa de Natanael, se ouviam as gargalhadas do menino e, agora, os latidos do vira-lata. Era como se ele também risse, imitando a alegria do menino, uma única alegria infantil e animal. Opalka retornou à mesa. Riscou mais uma vez o que escrevera. Virou novamente a página e grafou: BOPP. Hesitou por um curto espaço de tempo e acrescentou na linha de baixo, em minúsculas: romance." Lido no contexto da narrativa, o fragmento evidencia a: a) Dependência desenvolvida entre o personagem central e seu amigo. b) Necessidade de documentação para registro da grande representatividade que tinha o amigo. c) Associação entre o texto que se pretende e a personalidade a quem se refere. d) Profunda admiração pelo que o amigo fez ao longo do texto. 16 - Os meninos, de pé, vestiam camisetas sem mangas e shorts azul-marinho como os dos lutadores de boxe. Um deles tentava se abaixar, mas, sem encontrar lugar para se sentar – porque a menina, de pernas abertas, ocupava todo o fundo do tonel −, voltava a se levantar. O outro pisoteava na água e ria. No trecho acima, o uso dos travessões tem a função de: a) separar uma observação do narrador das demais informações. b) indicar discurso direto. c) iniciar uma citação indireta. d) demarcar a transição do discurso indireto para o direto.

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EXERCÍCIOS MORTE E VIDA SEVERINA (ADAPTADOS)

01 - Decerto a gente daqui jamais envelhece aos trinta nem sabe da morte em vida, vida em morte, severina; (João Cabral de Melo Neto, Morte e vida severina)

Neste excerto, a personagem do “retirante” exprime uma concepção da “morte e vida severina”, idéia central da obra, que aparece em seu próprio título. Tal como foi expressa no excerto, essa concepção só NÃO encontra correspondência em: a) “morre gente que nem vivia”. b) “meu próprio enterro eu seguia”. c) “o enterro espera na porta: / o morto ainda está com vida”. d) “vêm é seguindo seu próprio enterro”. e) “essa foi morte morrida / ou foi matada?”. 02 - Assinale a alternativa INCORRETA sobre “Morte e Vida Severina”: a) Apesar das dificuldades que se anunciam para o filho do Seu José, a perspectiva do final do poema é positiva em relação à vida. b) Existe no poema um grande contraste causado pelo nascimento do filho do Seu José em relação à figura da morte, presente em toda a obra. c) O adjetivo Severina, do título, tanto se refere ao nome do personagem central como às condições severas em que ele, como tantos outros, vive. d) A indicação auto de natal não se refere somente ao sentido de religiosidade, mas também à aceitação do poder de renovação que existe na própria natureza. e) Como em muitas outras obras de tendência regionalista, o tema central do poema é a seca nordestina e a miséria por ela criada. 03 - Leia as seguintes afirmações sobre Morte e Vida Severina: I) O nascimento do filho do compadre José é antagônico em relação aos outros fatos apresentados na obra, já que esses são marcados pela morte. II) Podemos dizer que o conteúdo é completamente pessimista, considerando-se que a jornada é marcada pela tragédia da seca, o que leva Severino à tentativa de suicídio. III) Mais do que a seca, as desigualdades sociais do Nordeste são o tema da obra. Assinale a alternativa correta sobre as afirmações: a) Somente I e II estão corretas. b) Somente I e III estão corretas. c) Somente II e III estão corretas. d) As três estão corretas. e) As três estão incorretas.

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04 - Acompanhe: "- Seu José, mestre Carpina Para cobrir corpo de homem Não é preciso muita água. Basta que chegue ao abdômen Basta que tenha fundura igual a de sua fome. - Severino retirante, O mar de nossa conversa Precisa ser combatido

Sempre, de qualquer maneira. Porque senão ele alaga e destrói a terra inteira. - Seu José, mestre Carpina, Em que nos faz diferença Que como frieira se alastre, Ou como rio na cheia Se acabamos naufragados num braço do mar da miséria?"

O argumento central de Severino para defender sua intenção de suicidar-se é: a) o de que o rio, tendo fundura suficiente, será o melhor meio, naquela situação, para conseguir seu intento. b) o de que não é possível lutar com as mãos, já que as mãos não podem conter a água que se alastra. c) o de que não é possível conter o mar daquela conversa, dada sua extensão e volume. d) o de que a miséria, entendida como mar, irá naufragar mesmo a todos, independentemente do que se faça. e) o de que abandonando as mãos para trás será mais fácil afogar-se, já que não poderá nadar 05 - O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI — O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria. Deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. 10 Mas isso ainda diz pouco:

há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala Ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Costela, limites da Paraíba.

Assinale a alternativa incorreta com relação ao texto de João Cabral de Melo Neto: a) A expressão “pia”(segundo verso) refere-se à pia batismal e traz o sentido de que o personagem não tem outro nome de batismo. b) A filiação paterna, a partir do nome Zacarias, não constitui ponto de referência para o personagem. c) O personagem não foi batizado por ser santo de romaria e ter a paternidade desconhecida. d) A expressão “senhor desta sesmaria” refere-se a posse de terras. e) Fazendo uso do pronome de tratamento “Vossas Senhorias”, o personagem coloca o interlocutor numa posição hierarquicamente superior. 06 - É correto afirmar que, em Morte e Vida Severina: a) A alternância das falas de ricos e de pobres, em contraste, imprime à dinâmica geral do poema o ritmo da luta de classes. b) A visão do mar aberto, quando Severino finalmente chega ao Recife, representa para o retirante a primeira afirmação da vida contra a morte. c) O caráter de afirmação da vida, apesar de toda a miséria, comprova-se pela ausência da ideia de suicídio. d) As falas finais do retirante, após o nascimento de seu filho, configuram o “momento afirmativo”, por excelência, do poema. e) A viagem do retirante, que atravessa ambientes menos e mais hostis, mostra-lhe que a miséria é a mesma, apesar dessas variações do meio físico.

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07 - É correto afirmar que no poema dramático Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto: a) A sucessão de frustrações vividas por Severino faz dele um exemplo típico de herói moderno, cuja tragicidade se expressa na rejeição à cultura a que pertence. b) A cena inicial e a final dialogam de modo a indicar que, no retorno à terra de origem, o retirante estará munido das convicções religiosas que adquiriu com o mestre carpina. c) O destino que as ciganas preveem para o recém-nascido é o mesmo que Severino já cumprira ao longo de sua vida, marcada pela seca, pela falta de trabalho e pela retirada. d) O poeta buscou exprimir um aspecto da vida nordestina no estilo dos autos medievais, valendo-se da retórica e da moralidade religiosa que os caracterizam. e) O “auto de natal” acaba por definir-se não exatamente num sentido religioso, mas enquanto reconhecimento da força afirmativa e renovadora que está na própria natureza. 08 - A leitura integral de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, permite a correta compreensão do título desse “auto de natal pernambucano”: a) Tal como nos Evangelhos, o nascimento do filho de Seu José anuncia um novo tempo, no qual aexperiência do sacrifício representa a graça da vida eterna para tantos “severinos”. b) Invertendo a ordem dos dois fatos capitais da vida humana, mostra-nos o poeta que, na condição “severina”, a morte é a única e verdadeira libertação. c) O poeta dramatiza a trajetória de Severino, usando o seu nome como adjetivo para qualificar asublimação religiosa que consola os migrantes nordestinos. d) Severino, em sua migração, penitencia-se de suas faltas, e encontra o sentido da vida na confissão finalque faz a Seu José, mestre capina. e) O poema narra as muitas experiências da morte, testemunhadas pelo migrantes, mas culmina com a cena de um nascimento, signo resistente da vida nas mais ingratas condições. 09 - Em Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, a palavra "severino(a)" apresenta-se como substantivo próprio, substantivo comum e adjetivo. Tal fato ocorre porque, nessa obra, a palavra "severino(a)": a) Designa aquele que fala, além de outras personagens que, em virtude das dificuldades impostas pela vida, caracterizam-se por assumir a disciplina como norma de conduta. O termo qualifica a existência como permanente cuidado de não se expor a repreensões e censuras. b) Designa a individualidade austera do protagonista e a individualidade flexível de outros homens e mulheres escorraçados do sertão pela seca. O termo qualifica a existência como busca constante de superação das dificuldades. c) Designa o protagonista como ser inflexível, bem como outros retirantes que também se caracterizam pela rigidez diante da vida. O termo qualifica a existência como possibilidade de impor condições com rigor. d) Designa aquele que fala, além de outros homens e mulheres que se caracterizam pelo rigor consigo mesmos e com os outros. O termo qualifica a existência humana como marcada pela austeridade nas opiniões. e) Designa aquele que fala, o protagonista do auto, bem como os retirantes que, como ele, foram escorraçados do sertão pela seca e da terra pelo latifúndio. O termo qualifica a existência como realidade dura, áspera.