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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto de Educação Continuada Especialização lato sensu em Direito do Trabalho Direito do Trabalho II Questões para resolução em sala Valor: 100 pontos 1. Direitos sociais na CF/88 e cláusulas pétreas: é possível uma relação? Os direitos sociais, por sua relevância no contexto constitucional, compõem matéria que está protegida contra a intervenção do poder constituinte derivado, haja vista a interpretação da Constituição Federal, na qual a dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos do Estado Democrático Brasileiro. Entende-se, portanto, que os direitos sociais enquanto direito constitucional estão previstos no artigo 60, § 4o inciso IV, devendo a expressão direitos e garantias individuais ser interpretada em sentido lato, abrangendo todos os direitos fundamentais descritos no Título II, e, em outros expressos na Constituição Federal. Aguarda-se que a PEC 313/2004, que trata da substituição da palavra individuais por fundamentais, descrita no art. 60, § 4º, IV, da Constituição Federal, coloque fim à controvérsia doutrinária do referido inciso, consolidando, expressamente, os direitos sociais como cláusulas pétreas. Daí, em diante, o que restará é a continuidade da luta pela melhoria das condições relacionadas aos direitos sociais. Portanto, apesar das discussões há uma relação direta entre os direitos sociais e a clausula pétrea descrita no art. 60, § 4º, IV. No entanto, para que se garanta estes direitos sociais, é fundamental que todas as demais também sejam cumpridas. As cláusulas pétreas são limites materiais ao poder de reforma constitucional, o qual se consubstancia no mais elevado processo político- deliberativo disciplinado pelo direito positivo. Assim, tais cláusulas só podem ser abolidas pelas vias de fato de uma nova manifestação do poder constituinte originário, sendo vedada a supressão do seu núcleo essencial por emenda constitucional. Com isto, será muito difícil um retrocesso nos direitos sociais. A seguir, é apresentada uma análise mais detalhada entre a Clausula pétrea do inciso IV e os direitos sociais:

Questões 1-3 e 7 e 8

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Questões da avaliação 3 de direito do trabalho 3, pós-graduação puc minas direito do trabalho

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Instituto de Educação Continuada

Especialização lato sensu em Direito do Trabalho

Direito do Trabalho II –

Questões para resolução em sala

Valor: 100 pontos

1. Direitos sociais na CF/88 e cláusulas pétreas: é possível uma relação?

Os direitos sociais, por sua relevância no contexto constitucional, compõem matéria que

está protegida contra a intervenção do poder constituinte derivado, haja vista a

interpretação da Constituição Federal, na qual a dignidade da pessoa humana é um dos

fundamentos do Estado Democrático Brasileiro.

Entende-se, portanto, que os direitos sociais enquanto direito constitucional estão

previstos no artigo 60, § 4o inciso IV, devendo a expressão direitos e garantias

individuais ser interpretada em sentido lato, abrangendo todos os direitos fundamentais

descritos no Título II, e, em outros expressos na Constituição Federal.

Aguarda-se que a PEC 313/2004, que trata da substituição da palavra individuais por

fundamentais, descrita no art. 60, § 4º, IV, da Constituição Federal, coloque fim à

controvérsia doutrinária do referido inciso, consolidando, expressamente, os direitos

sociais como cláusulas pétreas. Daí, em diante, o que restará é a continuidade da luta

pela melhoria das condições relacionadas aos direitos sociais.

Portanto, apesar das discussões há uma relação direta entre os direitos sociais e a

clausula pétrea descrita no art. 60, § 4º, IV.

No entanto, para que se garanta estes direitos sociais, é fundamental que todas as demais

também sejam cumpridas. As cláusulas pétreas são limites materiais ao poder de

reforma constitucional, o qual se consubstancia no mais elevado processo político-

deliberativo disciplinado pelo direito positivo. Assim, tais cláusulas só podem ser

abolidas pelas vias de fato de uma nova manifestação do poder constituinte originário,

sendo vedada a supressão do seu núcleo essencial por emenda constitucional. Com isto,

será muito difícil um retrocesso nos direitos sociais.

A seguir, é apresentada uma análise mais detalhada entre a Clausula pétrea do inciso IV

e os direitos sociais:

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As cláusulas pétreas são aquelas cláusulas insuscetíveis de mudanças. Elas expõem a

abrangência em relação aos direitos fundamentais de segunda dimensão, ou seja, os

direitos sociais.

No que se refere aos direitos sociais, o preâmbulo da Constituição de 1988 estabelece

que esta categoria de direitos constitui o núcleo do Estado Democrático.

Os direitos sociais, como dimensão dos direitos fundamentais humanos são entendidos

como prestações positivas estatais, enunciadas em normas constitucionais, que

possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar

a igualdade de situações sociais desiguais. São também direitos que se ligam ao direito

de igualdade. São pressupostos para a fruição dos direitos individuais pois criam

condições mais propícias para o alcance da igualdade real e do exercício efetivo da

liberdade.1

Os direitos sociais são endereçados ao Estado, para o qual surgem, na maioria das

vezes, certos deveres de prestações positivas visando à melhoria das condições de vida.

Com base nos Arts. 6º a 11º . da Constituição, José Afonso da Silva agrupou os direitos

sociais, sem a preocupação com uma classificação rígida, em cinco classes:

a) direitos sociais relativos ao trabalhador;

b) direitos sociais relativos à seguridade, compreendendo os direitos à saúde, à

previdência e à assistência social;

c) direitos sociais relativos à educação e à cultura;

d) direitos sociais relativos à família, criança, adolescente e idoso;

e) direitos sociais relativos ao meio ambiente.

A Carta de 1988, em seu artigo 6º disciplinou o direito à educação, à saúde, ao

trabalho, ao lazer, à previdência social, à proteção à maternidade e à infância, à

assistência aos desamparados.

Acrescentado pela Emenda Constitucional nº. 26 de 14/02/2000, o direito à moradia

passou a fazer parte do rol dos direitos sociais consagrados no artigo 6º.

No artigo 7º, declinou direitos especificamente em favor dos trabalhadores, entre outros,

o seguro-desemprego, o fundo de garantia por tempo de serviço, o piso salarial, o

décimo terceiro salário, a participação nos lucros, repouso semanal remunerado, o

reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.

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Além dos direitos sociais previstos no Capítulo II do Título I, outros direitos sociais

encontram-se disciplinados também no Título VIII - Da Ordem Social.

Cláusula pétrea, também chamada de “cláusula de eternidade” e “cláusula de

inamovibilidade”, em sentido constitucional exprime a ideia de que existe alguma

norma que não pode ser modificada, tornando-se irreformável, ou seja, torna

insuscetível de mudança um dispositivo determinado pelo Poder Originário.

Traduz, na verdade, um esforço do constituinte para assegurar a integridade da

Constituição, obstando que eventuais reformas provoquem a destruição, o

enfraquecimento ou, ainda, impliquem em profundas mudanças.

São, portanto, limites fixados ao conteúdo de uma reforma constitucional e que operam

como verdadeiras limitações ao exercício do Poder Constituinte reformador.

Em nossa Constituição, embora não nomeados, os incisos do art. 60, § 4º são chamados

de cláusulas pétreas.

Firmou-se a ideia de que, por não haver a possibilidade de mudanças, os incisos do art.

60, § 4º seriam considerados cláusulas pétreas. A proteção de alguns artigos

denominados cláusulas pétreas é uma qualidade que os distingue das demais normas

constitucionais pela sua imutabilidade.

A questão dos direitos sociais como categoria dos direitos fundamentais da pessoa

humana ainda levanta muita polêmica. Entretanto, a doutrina majoritária entende a

expressão direitos fundamentais da pessoa humana em um sentido abrangente dos

direitos sociais e, portanto, não apenas como matéria constitucional, mas como matéria

constitucional qualificada pelo valor transcendente da dignidade da pessoa humana.

Assim, o fato de constar no art. 60, § 4º, inciso IV a expressão direitos e garantias

individuais traz à baila dúvidas e discussões concernentes à inclusão dos demais direitos

fundamentais (sociais, econômicos), no rol das denominadas cláusulas pétreas.

A Constituição Federal de 1988 manteve a tradição histórica e enumerou, como

cláusulas pétreas, os quatro incisos do artigo 60, § 4o , dispondo que não poderia ser

objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

- I - a forma federativa de Estado;

- II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

- III - a separação dos poderes e

- IV - os direitos e garantias individuais

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Este último inciso, o quarto, trata dos direitos fundamentais. Expressamente descrito

“direitos e garantias individuais”, esse inciso trouxe várias discussões sobre a

exclusividade ou não dos direitos individuais como cláusulas pétreas.

Sustentam alguns doutrinadores que, baseados literalmente no art. 60, § 4º , inciso IV,

apenas os direitos e garantias individuais do art. 5º da Constituição Federal estariam

incluídos no rol das cláusulas pétreas. A viabilidade desta concepção esbarra na difícil

tarefa de traçar as distinções entre individuais e os não individuais, afirma Ingo

Wolfgang Sarlet.

Paulo Bonavides destaca que, in verbis:

“Em obediência aos princípios fundamentais que emergem do Título

II da Lei Maior, faz-se mister, em boa doutrina, interpretar a garantia

dos direitos sociais, como cláusulas pétreas e matéria que requer, ao

mesmo passo, um entendimento adequado dos direitos e garantias

individuais do art. 60

(...)

os direitos sociais recebem em nosso direito constitucional positivo

uma garantia tão elevada e reforçada que lhes faz legítima a inserção

no mesmo âmbito conceitual da expressão direitos e garantias

individuais do art. 60.

Fruem, por conseguinte, uma intangibilidade que os coloca

inteiramente além do alcance do poder constituinte ordinário”

A “PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO No . 313, de 2004, que está

arquivada, pretende alterar o inciso IV do § 4º . do art. 60 da Lei Fundamental,

substituindo, na parte final do dispositivo, a expressão “individuais” por

“fundamentais”.

Sua primeira subscritora, Deputada Laura Carneiro, esclarece que:

‘a iniciativa desfaz a controvérsia doutrinária alimentada pela

imprecisão terminológica do inciso IV do § 4º . do art. 60.

Por causa do termo individuais, adotado pelo constituinte, alguns

intérpretes sustentam que somente os direitos catalogados no Capítulo

I do Título II da Constituição, ou deles decorrentes, estariam tutelados

pela regra da imutabilidade do 198 Ibidem, p. 642-643. 98 preceito em

causa. Os demais, ainda que rotulados como fundamentais,

escapariam ao seu alcance. Mesmo os direitos sociais, cuja supressão

inviabilizaria o próprio princípio da dignidade da pessoa humana,

entronizado como um dos fundamentos da República, estariam

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desamparados, sujeitos a restrições e revogações pelo legislador

ordinário’.

Como se observa acima, essa PEC, se promulgada, irá dissipar qualquer controvérsia

com relação à proteção dos direitos sociais diante das reformas que possam ocorrer em

nossa Lei Maior, pois aqueles estarão protegidos pelas cláusulas pétreas.

Como bem lembra Luís Roberto Barroso, mediante o reconhecimento de uma proibição

de retrocesso, se está impedindo a frustração da efetividade constitucional já que, na

hipótese de ser revogado o ato que tornou viável o exercício de um direito, estaria

acarretando um retorno à situação de omissão anterior.

Trata-se, enfim, de proteger os fundamentais sociais em face do princípio da proibição

de retrocesso, os quais já se incorporaram ao patrimônio jurídico da cidadania e não

deverão ser suprimidos. O princípio do Estado democrático e social de Direito impõe

um mínimo de segurança jurídica, que abrange, necessariamente, a segurança contra

medidas retroativas. Nesse caso, não há falar em supressão total ou parcial sem atingir a

segurança jurídica.

Bibliorafia:

RESENDE , VERA LÚCIA PEREIRA, OS DIREITOS SOCIAIS COMO

CLÁUSULAS PÉTREAS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, disponível em

http://www.unifieo.br/files/download/site

/mestradodireito/bibliotecadigital/dissertacoes2006/dissertacao_vera.pdf

Rodrigo Brandão , SÃO OS DIREITOS SOCIAIS CLÁUSULAS PÉTREAS? EM QUE

MEDIDA?, disponível em

http://www.prrj.mpf.mp.br/custoslegis/revista_2010/2010/aprovados/2010a_

Dir_Pub_Brandao.pdf

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2. No séc. XIX, o francês Henri Dominique Lacordaire escrevia que “entre o forte

e o fraco, entre o rico e o pobre, é a liberdade que oprime, é a lei que liberta.”

Disserte sobre:

A) a atualidade do pensamento de Lacordaire, valendo-se, para tanto, das

funções do Direito do Trabalho.

Esta assertiva de Lacordaire, dita no Séc. XIX analisava, analisava não somente as

relações trabalhistas de subordinação necessária dos homens, mas a sociedade como um

todo em relação com a lei. Assim, vem a lei libertar aquilo que é predeterminado pela

naturalidade humana, a legalidade a ser elencada como contraponto do fluxo humano é a

hegemonia progressista.

A liberdade humana quando solta das algemas legalistas do Estado fica entregue aos

instintos rudimentares de sua essência e perfaz suas aspirações de acordo com sua vontade

momentânea. Assim não há como restringir o homem a favor de uma moral inexistente,

porquanto este fará de seu próximo sua satisfação.

O Direito, assim, além de restringir o instinto humano de satisfação dos egos, vem

perfazer a definição da moral. Vem apoiado na consciência hegemônica da época, a fim,

de civilizar o ‘’contra senso’’ humano.

É evidente a sua aplicação para o ramo trabalhista, visto que esta é literalmente

interpretada às relações de subordinação de homens perante outros, que detém maiores

meios de critérios, determinados, ‘’superiores’’.

Assim, na esfera trabalhista, tanto no tempo de Lacordaire como contemporaneamente, a

frase continua representando o papel do Direito nas sociedades atuais e de maneira

específica no Direito do Trabalho.

Como ramo socialista, o Direito do Trabalho é de fundamental importância para a

efetivação do princípio da igualdade nos dias de hoje, que vem elencado implicitamente

nos fundamentos Republicanos da Constituição.

b) o princípio que baliza a eficácia da lei trabalhista, inclusive de modo a

permitir que ela concretize esse ideal de libertação do trabalhador em

face das opressões.

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Advindo de uma evolução laboriosa e histórica, o Direito Trabalhista vem limitar os, mais

do que definidos, opressores moldes capitalistas da atualidade.

Iguala-se a desvantagem do proletário perante os empregadores.

Os empregados têm direitos vigentes e que devem ser cumpridos, se não pela liberdade,

que seja pela legalidade.

A liberdade oprime, a lei liberta, e, se não liberta factualmente, aproxima os ‘’meios’’ de

libertação.

Conclui-se, aqui, a função do Direito do Trabalho evidentemente digno de caráter

Constitucional, por ser fato de atenção pública, livrando o trabalhador das opressões dos

empregadores.

c) o direito trabalhista significa uma libertação plena do trabalhador em

relação à exploração capitalista?

Justifique, também, com base nas funções do Direito do Trabalho.

Não. O direito trabalhista não significa uma libertação plena do trabalhador em

relação à exploração capitalista.

No entanto, ele significa uma maior vigilância, uma luta constante contra a exploração.

Significa que o Estado possui instrumento, que espera-se evoluam continuamente, para

identificar e punir os exploradores.

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3. “No xadrez liberal, os peões não valem nada” (CUNHA, Paulo Ferreira da. História

do direito: do

direito romano à constituição europeia)

“Primeiro veio o Direito do Trabalho. Muito tempo depois, o do Consumidor.

Nem um, nem outro, querem acabar com a dependência de contratar, pois ela é da

essência do sistema ao qual

pertencem. Mas pelo menos tentam equilibrar o conteúdo dos contratos,

compensando a falta de liberdade com um pouco de igualdade.” (VIANA, Márcio

Túlio. As relações de trabalho sem vínculo de emprego)”

Tendo em vista a assimetria de poderes e de condições socioeconômicas entre as

partes que compõem a relação empregatícia, a ordem jurídica confere um

balizamento diferenciado ao contrato de trabalho, a partir do assentado protetivo.

Sobre o contrato de trabalho, responda:

3.1- O princípio da exceptio non adimpleti contractus é compatível com o contrato

individual de trabalho?

A expressão exceptio non adimpleti contractus significa exceção de contrato não

cumprido. Logo, tal princípio reza o entendimento de que é o meio de defesa para um dos

contratantes que ainda não cumpriu com sua obrigação unicamente porque a outra parte

pactuante também não o fez.

Este princípio é uma defesa contratual que surgiu e se difundiu no âmbito do Direito

Privado, sendo inclusive positivada no Código Civil nos seu sart. 476 e 477:

Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua

obrigação, pode exigir o implemento da do outro.

Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes

diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação

pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que

aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la

Portanto, é um instrumento, através do qual, um dos polos do contrato se escusa de

adimplir sua obrigação enquanto o outro não executar a que lhe cabe.

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Sua natureza jurídica fundamenta-se no ato da vontade das partes, onde estas buscam

basear-se na equidade, no justo equilíbrio dos contratantes no cumprimento das

prestações.

A exceptio non adimpleti contractus também pode ser invocada nos contratos de

execução continuada, em que após a extinção de uma prestação surge outra, de forma

sucessiva, até a extinção do contrato.

O contrato de trabalho, a exemplo dos demais pactos de trato sucessivo e oneroso, traz

em seu bojo a exceção do contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus) e

a admissão do inadimplemento contratual como condição resolutiva, em face da dicção

da letra ‘ d ’ do artigo 483 da Consolidação.

Assim, por exemplo, o não cumprimento de obrigação contratual de forma reiterada,

como no caso de ausência habitual de pagamento da contraprestação ao trabalhador,

gera insegurança ao empregado e aniquila a confiança recíproca que deve reinar na

relação de emprego, autorizando a rescisão indireta do pacto.

O princípio do “exceptio non adimpleti contractus” aplicado no direito do trabalho, está

amplamente previsto na CLT como por exemplo, nos artigos 457, 459 e 483 da CLT:

Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais,

além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do

serviço, as gorjetas que receber.

Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve

ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões,

percentagens e gratificações.

§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais

tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.

Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida

indenização quando:

a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos

bons costumes, ou alheios ao contrato;

b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor

excessivo;

c) correr perigo manifesto de mal considerável;

d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;

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e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família,

ato lesivo da honra e boa fama;

f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de

legítima defesa, própria ou de outrem;

g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a

afetar sensivelmente a importância dos salários.

§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o

contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a

continuação do serviço.

§ 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é

facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho.

§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de

seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou

não no serviço até final decisão do processo.

O não cumprimento de obrigação contratual de forma reiterada, como no caso de ausência

habitual de pagamento da contraprestação ao trabalhador, gera insegurança ao empregado

e aniquila a confiança recíproca que deve reinar na relação de emprego, autorizando a

rescisão indireta do pacto, conforme inteligência do artigo 483, ‘d’ da CLT.

3.2- O princípio do Pacta sunt servanda é compatível com o contrato individual de

trabalho?

Esta expressão significa “os pactos devem ser cumpridos” e de forma direta, tal princípio

aponta que os contratos firmados devem ser respeitados e cumpridos, onde obrigam as

partes nos limites da lei, vinculando-as.

Cláusulas e pactos contidos nestes contratos são um direito entre as partes, e o não

cumprimento das respectivas obrigações implica a quebra do que foi contratado.

Logo, tal obrigação de cumprir de forma correta o pactuado também se estende às relações

empregatícias.

O contrato faz lei entre as partes.

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As condições de trabalho configuram-se como obrigações contratuais, como tal só

alteráveis bilateralmente por acordo entre as partes e, tendo em vista o sentido protetor

do direito do trabalho, ainda assim desde que não resultem prejuízos ao trabalhador,

situação esta que não é absoluta, mas é uma regra inicial a ser observada.

Se o acordo previsto no contrato de trabalho, em regra, é bilateral, logicamente, qualquer

alteração em suas cláusulas há de resultar, também, de mútuo acordo.

Portanto, o contrato individual de trabalho se inicia sob a égide dessa premissa.

3.3- O princípio do Rebus sic stantibus é compatível com o contrato individual de

trabalho?

Numa tradução livre, “rebus sic stantibus” significa "retornar as coisas como eram antes".

Tal cláusula é empregada para designar a Teoria da Imprevisão, uma exceção ao princípio

do pacta sunt servanda.

Segunda tal teoria a ocorrência de fato imprevisto e imprevisível posterior à celebração

do contrato diferido ou de cumprimento sucessivo possibilita alteração, sempre que as

circunstâncias que envolveram a sua formação não forem as mesmas no momento da

execução da obrigação contratual, de modo a prejudicar uma parte em benefício da outra.

A força obrigatória dos contratos de trabalho não pode ser entendida em termos absolutos.

O caso fortuito ou força maior, verificados após a contratação, exigirá ajuste na avença.

A teoria da imprevisão é a ínsita cláusula rebus sic stantibus que constitui a relativização

do princípio pacta sunt servanda.

Portanto, pode haver a aplicação da regra “rebus sic stantibus” nos contratos de trabalho,

admitindo a sua revisão em determinadas condições legais.

Exemplo:

CLT, Art. 503 - É lícita, em caso de força maior ou prejuízos devidamente comprovados,

a redução geral dos salários dos empregados da empresa, proporcionalmente aos salários

de cada um, não podendo, entretanto, ser superior a 25% (vinte e cinco por cento),

respeitado, em qualquer caso, o salário mínimo da região.

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ou

Inciso VI, do artigo 7º da CF,1988:

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

No entanto, a teoria da imprevisão não está para o Direito do Trabalho como está para o

Direito Civil, na medida em que é ilegítima, em termos jurídicos, a transferência do risco

da atividade econômica ao empregado, pois vigora na relação de emprego o princípio da

alteridade.

Como regra, torna-se descabida a invocação da tese de onerosidade excessiva na tentativa

de justificar o não cumprimento tempestivo pelo empregador de suas obrigações

trabalhistas.

As hipóteses de aplicação da teoria da imprevisão, no Direito do Trabalho, devem ser

tratadas como exceção e observando o princípio numerus clausus.

A configuração da "força maior" trabalhista, adotou a teoria subjetivista do Direito Civil,

ou seja, exige os seguintes requisitos:

CLT, 501 caput:

Irresistibilidade

Imprevisibilidade

inexistência de concurso direto ou indireto do empregador

CLT, 501 § 2°:

a afetação do equilíbrio econômico financeiro do empregador

A aplicação direta, pelo empregador do art. 503 da CLT não mais é admitida em face da

garantia de intangibilidade dos salários prevista no art. 7° inciso VI da Constituição

Federal.

3.2- O princípio da boa-fé subjetiva é compatível com o contrato individual de trabalho?

A boa-fé é um dos mais importantes princípios jurídicos, que serve como base para a

mantença do ato viciado por alguma irregularidade.

A boa-fé é um pressuposto externo ao ato realizado, encontrando-se no pensamento do

agente, na sua intenção ou vontade com a qual ele fez ou deixou de fazer alguma coisa.

O que se pode realmente dizer é que, na prática, é impossível definir o pensamento, mas

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é possível verificar a boa ou má-fé, pelas as mais variadas circunstâncias do caso

concreto.

Nas relações de trabalho, empregado e empregador mantém um relacionamento

profissional constante e intenso, desempenhando seus deveres pactuados, agindo sempre

de fincados neste princípio, visando única e exclusivamente o bom resultado combinado

no contrato de trabalho vigente entre ambos. Logo, a boa-fé deve imperar em todos os

contratos, inclusive aqueles decorrentes da relação de emprego, exercendo em todos os

atos jurídicos, funções e efeitos de suprimento de incapacidade, além de sanear atos nulos

os anuláveis, além de proteger os interesses legítimos e direitos de terceiros.

A boa-fé, enfim, é corolário dessa atuação das partes, na medida em que determina certos

deveres, certas formas de agir, que, caso não seguidas, terão conseqüências variadas

conforme o caso concreto.

Nos casos concretos e a aplicação dos preceitos da boa-fé objetiva viabilizam a limitação

do exercício de direitos. A aplicação dessas teorias na prática deverá, segundo o caso

tratado, considerar os parâmetros de lealdade, honestidade, cooperação – expressões

características da boa-fé objetiva.

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7. Empregados rural e urbano

7.1- Quais as diferenças legais entre empregado rural e urbano?

TRABALHO NOTURNO

A. Adicional:

Rural: 25%.

Urbano: 20%.

B. horário:

Rural: 21h às 5h na lavoura, e 20h às 4h na pecuária.

Urbano: 22h às 5h.

Nota: No trabalho rural é proibido o trabalho do menor de 18 anos. No trabalho urbano

é proibido, para o menor de 18 anos, o trabalho noturno, perigoso ou insalubre, e

qualquer trabalho do menor de 14 anos, salvo na condição de menor aprendiz.

- ALIMENTAÇÃO

Rural: depende dos usos e costumes da região.

Urbano: de 1 a 2 horas.

- AVISO PRÉVIO

Rural: um dia livre por semana durante 30 dias do aviso.

Urbano: 2 horas por dia durante os 30 dias do aviso, ou por 7 dias corridos.

- MENOR

O salário mínimo do menor rural aos 16 anos foi abolido pela Constituição/88, ficando

igual ao do empregado urbano.

- PRESCRIÇÃO DA AÇÃO

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Rural: somente a partir de dois anos após a rescisão do contrato.

Urbano: cinco anos, até o limite de dois anos após a extinção do contrato

(Constituição/88, art. 7º, XXIX)

- HORA NOTURNA

Rural: 60 minutos

Urbano: 52min30s.

- FUNDO DE GARANTIA - FGTS

Direitos estendidos aos rurais a partir de 05.10.88 (data da promulgação da

Constituição).

- DESCONTOS NO SALÁRIO

Rural: só a título de moradia e alimentação, na base de 20% (aluguel) e 25%

(alimentação) sobre o salário mínimo.

Urbano: percentuais que variam conforme tabela do Decreto 94.062/87 sobre o

salário mínimo, a título de alimentação, habitação, vestuário, higiene, transporte,

saúde, educação, lazer e desconto para Previdência Social.

- CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

Rural: 1/30 do salário mínimo.

Urbano: 1/30 do salário normal do mês de março de cada ano.

- JUSTA CAUSA

Rural: a incapacidade total e permanente do trabalhador rural, resultante de

idade avançada, enfermidade ou lesão orgânica, comprovada mediante perícia

médica a cargo da DRT, constitui justa causa para a rescisão do contrato de

trabalho.

Urbano: Inexiste.

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Repouso semanal remunerado,

Urbano: Pelo menos 1 vez a cada 3 semanas deve coincidir com o domingo.

Rural: Deve ser concedido preferencialmente aos domingos.

7.2- Qual seria o enquadramento sindical de motorista que presta serviço em âmbito rural?

Segundo entendimento do TST, o motorista que presta serviço rural deve ser considerado

como empregado rural.

Processo: RR 1484002019985150054 148400-20.1998.5.15.0054

Relator(a): José Antônio Pancotti

Julgamento: 07/12/2004

Órgão Julgador: 4ª Turma,

Publicação: DJ 11/02/2005.

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. ENQUADRAMENTO

SINDICAL. EMPREGADO RURAL OU CATEGORIA DIFERENCIADA DE

MOTORISTA. VIOLAÇÃO AO ART. 2º DA LEI 5.889/73. VERIFICADA.

Segundo a exegese desse diploma normativo, dois são os requisitos para que o

empregado seja considerado rurícula: (a) prestação de serviços para empregador

rural e (b) prestação de serviços em estabelecimento rural. Preenchendo o

reclamante tais requisitos, é irrelevante para o enquadramento, ao contrário do que

entendeu o Regional, o fato do mesmo ter sido motorista, bem como a peculiariedade

do reclamado ter aplicado normas coletivas da categoria dos motoristas ao autor.

Importante mesmo é que o trabalho do obreiro foi prestado em benefício de

empreendimento rural e em âmbito rural, sendo que tais requisitos, repita-se,

restaram presentes. Outrossim, diante da OJ 315 da SDI-I, o motorista de empresa

cuja atividade seja eminentemente rural é enquadrado como trabalhador rural.

Dessa forma, averiguado que o reclamante era trabalhador rural, inexiste

prescrição a ser declarada, pois o pacto de trabalho cessou antes da EC 28/00.

Agravo de instrumento e Recurso de revista providos.

(TST , Relator: José Antônio Pancotti, Data de Julgamento: 07/12/2004, 4ª Turma,)

7.3- A igualdade de direitos trabalhistas entre empregado rural e urbano é plena?

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Conforme mostrado no item 7.1, há muitas diferenças entre estes dois tipos de

trabalhadores, apesar do art. 7º, da Constituição Federal determinar a igualdade de direitos

entre os trabalhadores urbanos e rurais,

O que se vê é que está prevalecendo, ainda assim, algumas diferenciações tendo em vista

o contraste existente entre os campos de trabalho dos dois laboradore

8. É comum que emissoras de televisão, teatros e produtoras de cinema contem com

o trabalho artístico de crianças menores de quatorze anos.

a) À luz das normas constitucionais que regulam a proibição do trabalho em

determinadas faixas etárias, analise a licitude de uma emissora poder

contratar uma atriz de dez anos de idade para atuar como apresentadora

de programa infantil.

Para o presidente da Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos

(FidDH), Hélio Bicudo[1], este tipo de trabalho é uma exploração:

Trata-se de exploração do trabalho infantil.

Sem dúvida, pois a Constituição Federal, em seu artigo 227, parágrafo 3°, I, dispõe que

o direito a essa proteção especial abrangerá dentre outros, os seguintes aspectos: “idade

mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho”, e tão somente na qualidade de

aprendiz (artigo 7°, inciso XXIII).

Diante de textos tão claros (interpretatio cessat in claris) e da sua regulamentação no

Estatuto da Criança e do Adolescente, não há realmente, o que discutir, cabendo ao juízo

competente a interdição imediata do programa, com conseqüente apuração das

responsabilidades legais não só da emissora, como também dos pais da criança.

A CLT, em seu artigo 403, proíbe qualquer trabalho aos menores de dezesseis anos de

idade, em conformidade com o artigo 7º, XXXIII da Constituição Federal.

Por outro lado, o trabalho do artista empregado é regulamentado pela Lei nº 6.533/1978,

esta lei é omissa, pois não aborda a prática ou trabalho artístico realizado por crianças e

adolescentes.

Referido diploma legal, em seu artigo 2º traz a conceituação de artista:

Art . 2º - Para os efeitos desta lei, é considerado:

I - Artista, o profissional que cria, interpreta ou executa obra de caráter cultural de

qualquer natureza, para efeito de exibição ou divulgação pública, através de meios de

comunicação de massa ou em locais onde se realizam espetáculos de diversão pública;

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II - Técnico em Espetáculos de Diversões, o profissional que, mesmo em caráter

auxiliar, participa, individualmente ou em grupo, de atividade profissional ligada

diretamente à elaboração, registro, apresentação ou conservação de programas,

espetáculos e produções.

Já o Estatuto da Criança e do Adolescente dispõem, em seu artigo 149, II, sobre a

possibilidade de crianças e adolescentes participarem de atividades artísticas.

Ainda, a Convenção 138 da OIT, da qual o Brasil é signatário, em seu artigo 8º, regula a

possibilidade de permissões individuais para a participação de atividades artísticas.

Contudo, referida convenção não fixa idade mínima para esta participação, apenas

normas quanto às condições das atividades e sua duração

Rachel Vita] afirma que o assunto é polêmico e divide especialistas. Ela traz diversas

opiniões em sua reportagem, como o da secretária executiva do Fórum Nacional de

Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), Isa de Oliveira, senão

vejamos:

(...) as consequências são inevitáveis para os pequenos quando submetidos ao trabalho

precoce, como é o caso da apresentadora mirim Maisa, do SBT, no programa Sábado

Animado, que vai ao ar das 7h às 12h44. Com cinco anos, ela disputa audiência com o

programa da Xuxa, da Rede Globo. Maisa já virou alvo de deboches em paródias

veiculadas no YouTube, site de vídeos na internet.

Segundo a Viver Brasil[15], “o Ministério Público do Trabalho fez um estudo no ano

passado e detectou que a participação infantil em novelas, por exemplo, não poderia ser

permitida, uma vez que a OIT deixa claro que o trabalho artístico exercido por crianças

não pode ser contínuo. Por esse estudo foram levantados vários casos de ex-atores mirins

psicologicamente afetados. Para Marília Makaaroun, os problemas costumam acontecer

quando eles descobrem que só valem enquanto são fontes de dinheiro, de influência.”

b) Suponha que esta apresentadora seja contratada aos dez anos de idade, e

que ao completar 16 anos passe a frequentar curso do ensino médio,

recebendo remuneração que lhe assegura economia própria.

À luz das normas constitucionais e infraconstitucionais incidentes, pergunta-se: é

aplicável a ela vedação constitucional relativa ao trabalho noturno, perigoso ou insalubre?

Justifique.

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O trabalho noturno é proibido para quem ainda não completou 18 (dezoito) anos.

É considerado noturno o trabalho compreendido entre 22h de um dia e 5h do outro na

zona urbana.

Também quem ainda não tem 18 (dezoito) anos não pode realizar trabalhos insalubre,

perigoso ou penoso.

Também é vedado o trabalho que seja prejudicial à formação do adolescente, ao seu

desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não permitam

a frequência à escola. A Lista TIP do Decreto 6.481 de 2008 traz relacionada as

proibições.

Com relação à insalubridade, vale destacar o conceito exposto no artigo 189 da CLT, que

determina: “Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua

natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos

à saúde (...)”.

Do mesmo modo que a vedação anterior, a CLT (artigo 405, I) 30 e o Estatuto (artigo

67, II) 31 , proíbem o trabalho insalubre aos menores de dezoito anos, provando mais uma

vez a intenção do legislador de proteger o indivíduo em formação, resguardando sua

integridade e saúde.

Ressalta-se que a Organização Internacional do Trabalho preocupada com o trabalho

infantil corrobora com a proibição do trabalho em todas as condições explanadas acima.

Por esse motivo várias convenções e recomendações foram editadas advertindo sobre o

assunto.