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Questões de História 1) "Nunca temi homens que têm no centro de sua cidade um local para reunirem-se e enganarem-se uns aos outros com juramentos.' Com essas palavras, Ciro [imperador Persa] insultou todos os gregos, pois eles têm suas ágoras onde se reúnem para comprar e vender; os persas ignoram completamente o uso de ágoras e não têm lugar algum com essa finalidade." Heródoto, Histórias, séc. V a.C. O texto expressa: a) uma valorização da democracia grega, reconhecidamente o grande exemplo de participação política para as demais civilizações e culturas da Antiguidade. b) a inferioridade dos persas que, ao contrário dos gregos, ainda viviam sob a tutela de um regime tirânico, marcado pela intensa desigualdade social. c) a desigualdade entre gregos e persas, apesar dos mesmos usos que ambos faziam do espaço público. d) os fins comerciais como o grande uso grego das ágoras, em contraposição à fraca circulação econômica persa. e) uma perspectiva subjetiva helênica, incapaz de olhar objetivamente os persas e descrever seus costumes diferentes.

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Questões de História

1) "Nunca temi homens que têm no centro de sua cidade um local para reunirem-se e enganarem-se uns aos outros com juramentos.' Com essas palavras, Ciro [imperador Persa] insultou todos os gregos, pois eles têm suas ágoras onde se reúnem para comprar e vender; os persas ignoram completamente o uso de ágoras e não têm lugar algum com essa finalidade."

Heródoto, Histórias, séc. V a.C.

O texto expressa:

a) uma valorização da democracia grega, reconhecidamente o grande exemplo de participação política para as demais civilizações e culturas da Antiguidade.

b) a inferioridade dos persas que, ao contrário dos gregos, ainda viviam sob a tutela de um regime tirânico, marcado pela intensa desigualdade social.

c) a desigualdade entre gregos e persas, apesar dos mesmos usos que ambos faziam do espaço público.

d) os fins comerciais como o grande uso grego das ágoras, em contraposição à fraca circulação econômica persa.

e) uma perspectiva subjetiva helênica, incapaz de olhar objetivamente os persas e descrever seus costumes diferentes.

2) A palavra democracia originou-se na Grécia antiga e ganhou conteúdodiferente a partir do século XIX. Ao contrário do seu significado contemporâneo, a democracia na pólis grega:

a) funcionava num quadro de restrições específicas de direitos políticos, convivendo com a escravidão, excluindo do direito de participação os estrangeiros e as mulheres.

b) abrangia o conjunto da população da cidade, reconhecendo o direito de participação de camponeses e artesãos em assembléias plebeias livremente eleitas.

c) pregava a igualdade de todas as camadas sociais perante a lei, garantindo a todos o direito de tomar a palavra na Assembléia dos cidadãos reunida na ágora, a praça da cidade.

d) evitava a participação dos militares e guerreiros, considerando-os incapazes para o exercício da livre discussão e para a tomada de decisões consensuais.

e) era exercida pelos cidadãos de maneira indireta, considerando que estes escolhiam seus representantes políticos por intermédio de eleições periódicas.

3) "O banquete é cerimônia de civilidade. [...] Pois o banquete, para todos os usos, é a circunstância em que o homem privado desfruta do que ele de fato é e o mostra veridicamente a seus pares. [...] Até os pobres - ou seja, nove décimos da população - tinham suas noites de festim".

VEYNE, Paul (org.) História da vida privada: do Império Romano ao ano mil. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. v.1, p181.

O banquete se configura um dos principais elementos culturais da Roma antiga. Podemos relacioná-lo:

a) a um ritual de reafirmação social, estreitamento de laços de amizade e influências, fruto de uma certa fartura de que gozava a cidade, devido às expansões militares.

b) a uma prática de excessos das elites, típica do período de decadência do Império, marcado pela corrupção, inflação e altas tributações.

c) a uma relativa redução das desigualdades sociais, oriunda das conquistas dos Tribunos da Plebe e das reformas agrárias de Tibério e

Caio Graco.

d) a um momento de certa estabilidade do Império, obtido com a Pax

Romana, que propiciou o fim dos desgastes militares e o equilíbrio da economia.

e) à chamada política do "Pão e Circo", largamente utilizada pelos imperadores, e que pacificou o quadro de revoltas nos limites do Império.

4) A respeito do feudalismo na Europa medieval, pode-se afirmar:

a) A unificação dos francos por Clóvis, no século V, e sua consequente política de planejamento agrário, permitiu a criação e proliferação dos feudos, sob a tutela religiosa da Igreja e a proteção militar dos nobres.

b) A estrutura social dos feudos permitia, mesmo que raramente, uma certa elevação de status, por meio das relações de suserania e vassalagem, quando servos poderiam obter a propriedade de uma parcela de terra.

c) O processo de intensa ruralização que se deu, a partir das ocupações bárbaras e da queda de Roma, foi acompanhado de uma centralização política, em que reis distribuíam terras aos membros da nobreza e do clero.

d) A utilização da tecnologia mais avançada no século V até o VII, como o uso do arado e a rotação de culturas, permitiu uma produção agrícola em larga escala, comercializada entre os reinos.

e) O trabalho era fundado na servidão, o que mantinha os trabalhadores presos à terra e subordinados a uma série de obrigações como impostos e serviços.

5) "Tão grande era o número de mortos que, escasseando os caixões, os cadáveres eram postos em cima de simples tábuas. Não foi só um caixão a receber dois ou três mortos simultaneamente. [...] Por isso passaram-se a edificar igrejas nos cemitérios, pois todos os lugares estavam repletos, ainda que alguns fossem muito grandes; punham-se nessas igrejas, às centenas, os cadáveres que iam chegando; e eles eram empilhados, como as mercadorias nos navios."

BOCACCIO, Giovanni. Decamerão. São Paulo: Abril, 1981.

O testemunho do escritor italiano Bocaccio faz referência ao advento da Peste Negra na Europa ocidental, a qual acelerou a crise do sistema

feudal dos séculos XIV e XV.

a) O crescimento demográfico flagrado na Baixa Idade Média e o processo de reorganização de centros urbanos não foram acompanhados por políticas de saneamento ou infra-estrutura, aumentando o risco de proliferação de epidemias.

b) O renascimento comercial, presente no texto com a metáfora dos navios, acabou sendo intensamente prejudicado com as epidemias, mergulhando a Europa ocidental em um período de fragmentação e ruralização.

c) A Peste Negra foi fruto do descaso dos governos inglês e francês, envoltos na Guerra dos 100 anos e pouco atentos às mazelas dos camponeses.

d) O surto de pestes na Baixa Idade Média alavancou as Cruzadas, uma vez que estrangeiros, identificados sobretudo com os árabes, eram acusados de proliferar a doença, justificando intervenções militares até Jerusalém.

e) Com a fome, devido às más colheitas, e as epidemias, ocorreram uma série de levantes urbanos e rurais, tais como os Jacqueries, na França, e que resultaram numa maior participação política por parte das camadas menos favorecidas.

6) A praça era um dos espaços urbanos mais valorizados na cultura grega clássica, então denominada ágora, e tal apreço chegaria ainda a influenciar culturas vindouras. Sobre o tema é correto afirmar:

a) Espaço privilegiado da filosofia, foi por meio da ágora que pensadores atenienses puderam criticar, por exemplo, os limites da democracia naquela cidade, como o caso emblemático de Sócrates, filósofo que liderou importantes reformas sociais.

b) A praça era elemento fundamental para a política expansionista de Esparta, uma vez que nela se celebravam as conquistas militares, reafirmando o caráter belicoso de sua sociedade, bem como a supremacia esparciata sobre periecos e hilotas.

c) Apesar de seu caráter público, as ágoras eram de uso restrito dos cidadãos, estando excluídos da categoria e, portanto, do livre trânsito por elas, escravos, mulheres e estrangeiros.

d) A ágora era compreendida como um espaço de interação social múltipla, incluindo práticas de comércio, religião e cidadania, abrigando debates políticos e funcionando como um vetor da vida pública na polis.

e) Diversos elementos da cultura grega influenciariam Roma, e no caso do uso público das praças isso seria perceptível na dinâmica do Fórum romano, ele próprio um espaço político, comercial e religioso, constantemente utilizado pelos patrícios para ludibriar as massas plebeias e conter as reivindicações por reformas sociais.

7) Sobre as invasões dos “bárbaros” na Europa Ocidental, ocorridas entre os séculos III e IX, é correto afirmar que:

a) foi uma ocupação militar violenta que, causando destruição e barbárie, acarretou a

ruína das instituições romanas.b) se, por um lado, causaram destruição e morte, por outro contribuíram, decisivamente, para o nascimento de uma nova civilização, a da Europa Cristã.c) apesar dos estragos causados, a Europa conseguiu, afinal, conter os bárbaros, derrotando-os militarmente e, sem solução de continuidade, absorveu e integrou os seus remanescentes.d) se não fossem elas, o Império Romano não teria desaparecido, pois, superada a crise do século III, passou a dispor de uma estrutura sócio-econômica dinâmica e de uma constituição política centralizada.e) os Godos foram os povos menos importantes, pois quase não deixaram marcas de sua presença.

8) A partir do século III intensifica-se uma pressão territorial por parte de povos que viviam nos limites do Império Romano, configurando o quadro que ficaria conhecido como as “invasões bárbaras”. Tal fenômeno persistiria ainda alguns séculos e traria como uma de suas consequências:

a) A destruição completa das instituições romanas, promovendo uma era de anarquia em quase toda extensão do continente europeu, e que seria a tônica do mundo medieval a se configurar nos séculos seguintes.

b) Uma nova onda de paganismo, visto que os povos que ingressavam no território romano não assimilaram o cristianismo, gerando um período de graves tensões com a Igreja, o que só seria solucionado com os Tribunais da Santa Inquisição, a partir do Concílio de Nicéia.

c) Um quadro de reconfiguração espacial e cultural, dado que os conflitos provocariam um êxodo das áreas urbanas, bem como a interação entre culturas variadas, base para a diversidade cultural europeia.

d) O fortalecimento da Igreja católica, que pôde dispor de novos fiéis, uma vez que as frágeis culturas que chegavam, apesar de atacarem o Estado romano, incorporaram o cristianismo, abandonando suas práticas pagãs.

e) A fuga dos camponeses para as cidades, espaço mais propício para a defesa, configurando um período de marcado renascimento urbano, e que fortaleceria um novo grupo social, ligado às atividades comerciais: a burguesia.

9) O Renascimento Urbano medieval propiciou novas formas de interação social, desenvolvendo as atividades comerciais e organizações comunitárias, que buscaram fortalecer seus interesses comuns, insuflando ânimo no cotidiano das cidades. Sobre o período, podemos afirmar:

a) As migrações graduais do campo para a cidade permitiram reaquecer a economia do mundo medieval, até então restrito às atividades rurais, em que o sistema feudal se configurava dentro de um quadro de fragmentação do poder.

b) A vida na cidade foi acompanhada por uma relativa intensificação do senso público,que permitiu mobilizações por parte de seus habitantes em prol de maiores direitos frente aos senhores de terra, gerando tensões por diversas vezes.

c) Comerciantes e artesãos procuraram se unir em ligas e corporações, respectivamente, numa forma de trocar experiências e resistir aos abusos cometidos pelo Estado.

d) Apesar do grande número de associações que surgiriam no espaço urbano, tais grupos estavam mais preocupados com resultados financeiros que políticos, não oferecendo qualquer mobilização por maior autonomia do burgo frente aos senhores feudais.

e) A Igreja buscou se adaptar ao certo grau de autonomia que aos poucos transparecia entre as ambições dos moradores das cidades, buscando parcerias financeiras para a construção de catedrais nas praças, e revisando certos dogmas, como o celibato e a condenação à usura.

10) O Renascimento foi um fenômeno cultural, ocorrido na Europa ocidental entre a Idade Média e Moderna, e que pontuaria a transição gradual do feudalismo para o capitalismo. Entre suas características, podemos encontrar:

A) valorização da sabedoria popular, incorporando técnicas e práticas das camadas camponesas ao discurso científico então emergente, em oposição à ideologia dos novos segmentos sociais em ascensão.

B) o antropocentrismo, ou seja, a oposição às religiões então instituídas, calcadas no teocentrismo, e que impediam a liberdade de opinião e culto, alienando o homem.

C) o humanismo, que promulgava a igualdade jurídica entre todos os indivíduos, visando a extinção dos privilégios de classe, e que abriria caminho para as idéias iluministas séculos mais tarde.

D) o classicismo, ou seja, o retorno ao pensamento e artes chamadas clássicas, referentes às culturas grega e romana, em oposição à grande lacuna de produção cultural do período medieval.

E) valorização do homem por sua razão e capacidade criadora, difundindo uma confiança nas potencialidades humanas, superando o pensamento dominante da Idade Média, que passaria receber a alcunha de “Idade das Trevas”.

11) Michelangelo foi um dos mais notáveis artistas da história, e um ícone do Renascimento italiano. Sua genialidade como arquiteto, escultor, pintor e poeta, influenciou a arte ocidental realizada até o momento.

Coleção Gênios da Humanidade. São Paulo. 2014.

Dentre os principais fatos históricos que estão na origem desse movimento cultural inclui-se :

(A) a ascensão da burguesia.

(B) a crise da igreja católica.

(C) o declínio da atividade mercantil.

(D) o desenvolvimento do liberalismo.

(E) a valorização do pensamento medieval.

12) Há muitas maravilhas mas nenhuma é tão maravilhosa quanto o homem. ...homem de engenho e artes inesgotáveis... soube aprender sozinho a usar a fala e o pensamento mais veloz que o vento... sagaz de certo modo na inventiva além do que seria de esperar e na destreza, que o desvia às vezes para a maldade, às vezes para o bem....

(Antígona, Sófocles, 497 – 406 a.C.)

Este animal previdente, sagaz, complexo, penetrante, dotado de memória, capaz de raciocinar e de refletir, ao qual damos o nome de homem... Único entre todos os vivos e entre todas as naturezas animais, só ele raciocina e pensa. Ora, o que há... de mais divino que a razão, que chegada à maturidade e à sua perfeição é justamente chamada de sabedoria?

(Sobre as Leis, Cícero, 106 – 43 a.C.)

Eu não te dei, Adão, nem um lugar predeterminado, nem quaisquer prerrogativas.... Tu mesmo fixarás as tuas leis sem estar constrangido por nenhum entrave, segundo teu livre arbítrio, a cujo domínio te confiei.... Poderás degenerar à maneira das coisas inferiores, que são os brutos, ou poderás, segundo tua vontade, te regenerar à maneira das superiores, que são as divinas.

(Sobre a Dignidade do Homem, Pico della Mirandola, 1463 –1494)

Com base nesses trechos, muito citados durante o Renascimento Cultural , pode-se concluir que:

a) esse movimento possuía uma caráter exclusivamente teocêntrico e medieval.

b) esse movimento cultural era desvinculado de influências culturais do passado.

c) esse movimento era fortemente influenciado pelo passado clássico.

d) era um movimento cultural totalmente original e que foi a base do pensamento contemporâneo.

e) era uma amálgama cultural de elementos humanistas e iluministas.

13) A formação dos Estados nacionais da Europa ocidental, apesar de seguir dinâmicas próprias em cada país, apresentou certas semelhanças ao longo do continente. Sobre o tema é incorreto afirmar:

A) Assumiu a forma do regime monárquico absolutista, sobre o qual podemos encontrar exemplo clássico na afirmação do monarca francês Luís XIV, “O Estado sou eu”.

B) O clero e a nobreza possuíam uma posição de prestígio social, assegurados p ela posse de terras, e normalmente atuavam juntos na defesa de seus interesses.

C) foi um período caracterizado por uma lenta afirmação da burguesia, que se destacou à frente de quase todos os empreendimentos da época, como no caso das grandes navegações.

D) para fortalecer o Estado, os reis adotaram um conjunto de medidas para acumular riquezas e promover o desenvolvimento nacional, denominado mercantilismo.

E) a centralização do poder político na Itália ocorreu devido a crescente influência da burguesia mercantil, sobretudo nas cidades de Gênova e Veneza, e encontrou em Maquiavel seu grande defensor, com a célebre obra “o Príncipe”.

14) (FGV-SP) “Daqui nasce um dilema: é melhor ser amado que temido, ou o inverso? Respondo que seria preferível ser ambas as coisas, mas, como é muito difícil conciliá-las, parece-me muito mais seguro ser temido do que amado, se só se puder ser uma delas.”

(MAQUIAVEL, N. O príncipe. Ed. Europa-América, 1976, p89)

A respeito do pensamento político de Maquiavel, é correto afirmar que:

a) Mantinha uma nítida vinculação entre a política e os princípios morais do cristianismo.b) Apresentava uma clara defesa da representação popular e dos ideais democráticos.c) Servia de base para a ofensiva da Igreja em confronto com os poderes civis na Itália.d) Sustentava que o objetivo de um governante era a conquista e a manutenção do

poder.e) Censurava qualquer tipo de ação violenta por parte dos governantes contra seus

súditos.

15) (Enem) A transferência de espécies vegetais de um local a outro do planeta foi possível graças ao incremento de determinado meio de transporte em uma época específica. Meio de transporte e época que estão corretamente enunciados em:

a) A navegação em alto-mar, durante a Era Moderna, expandiu os limites do mundo conhecido pelos europeus, permitindo um corrente fluxo de novas mercadorias, metais preciosos e especiarias aos mercados desse continente.

b) A aviação comercial impulsionada por novas máquinas, criadas por grandes inventores como Santos Dumont e os irmãos Wright, interligou os cinco continentes no início do século passado.

c) A navegação costeira permitiu aos antigos fenícios que estabelecessem rotas de comércio de longo alcance no mar Mediterrâneo durante o período hegemônico da cidade-Estado de Tiro, entre o século XI e o VIII a.C.

d) A aviação de guerra e os avanços aeronáuticos do entreguerras, no século passado, permitiram o desenvolvimento do correio aéreo e a interligação de áreas muito distantes.

e) O transporte ferroviário de longa distância, que no século XIX conectou regiões tão distantes quanto a Sibéria com o noroeste europeu e o norte da Europa com a África.

16) No século XVI surgiu, na Europa, um movimento de caráter religioso, político e econômico que deu origem à Reforma Protestante, iniciada como uma reação:

a) Ao progresso do capitalismo comercial, que preconizava o lucro e estimulava o desenvolvimento das atividades mercantis, condenados pela Igreja Católica.

b) À crise da Igreja Católica, que se manifestava através da vida desregrada, do luxo do alto clero, da venda de cargos eclesiásticos e de relíquias sagradas.

c) À teoria religiosa católica, que estava alicerçada na predestinação absoluta, na salvação pela fé e no livre exame da Bíblia.

d) Ao fortalecimento do Estado nacional absolutista, cuja consolidação representava o apoio à teoria da supremacia e do universalismo do poder papal.

17) Sobre a Reforma protestante e sobre uma de suas variantes, o calvinismo, não podemos afirmar, que:

a) condenava o ócio, o desperdício e a luxúria como sinais da perdição da alma.

b) pregava aos fiéis que a salvação da alma era decidida por meio da eleição da graça divina.

c) valorizava a vida regrada, o trabalho e a acumulação como sinais da predestinação para a salvação da alma.

d) defendia o livre arbítrio e negava a necessidade de um comportamento produtivo e regrado para a salvação da alma.

e) negava o livre arbítrio e buscava impor uma rígida disciplina moral ao seus fiéis como caminho para a salvação.

18) (UFRGS-RS) O Bill of Rights (Declaração dos Direitos) resultou de um processo histórico que apresentou importantes desdobramentos políticos na Inglaterra do século XVII e que se caracterizou:

a) Pelo conflito político-militar que opôs a burguesia manufatureira à nobreza dos cercamentos.

b) Pela consolidação de uma república social que estendeu aos niveladores e cavadores os privilégios da aristocracia proprietária.

c) Pelo confronto entre o absolutismo da dinastia Stuart e as idéias do Parlamento, concluído com a execução de Henrique VIII.

d) Pela aproximação econômica entre a burguesia comercial-manufatureira e a nobreza dos cercamentos configurada na Revolução Gloriosa.

e) Pelo avanço dos setores católicos na economia industrial, em detrimento dos puritanos, mantenedores da ordem feudal.

19) Quando na mesma pessoa, ou no mesmo corpo de

magistrados, o poder legislativo se junta ao executivo,

desaparece a liberdade... Não há liberdade se o poder

judiciário não está separado do legislativo e do exe-

cutivo... Se o judiciário se unisse com o executivo, o

juiz poderia ter a força de um opressor. E tudo estaria

perdido se a mesma pessoa ou o mesmo corpo de no-

bres, de notáveis, ou de populares, exercesse os três

poderes: o de fazer as leis, o de ordenar a execução

das resoluções públicas e o de julgar os crimes e os

conflitos dos cidadãos.

(Montesquieu, Do Espírito das Leis, 1748)

A partir da leitura do texto acima, é correto afirmar

que

a) Montesquieu defende que o poder deve ser dividido,

pois sua concentração nas mãos de um único homem

pode levar à corrupção , ao autoritarismo e à tirania so-

bre a sociedade.

b) Montesquieu sugere que, apesar do poder único ser

problemático, é desejável a subordinação do legislativo

e do judiciário ao executivo para agilizar o processo de-

cisório.

c) o autor sugere que o poder deve ser dividido e subor-

dinado aos interesses sociais do proletariado, de ma-

neira a atender as necessidades do povo francês em

detrimento do restante do conjunto social.

d) Montesquieu defende que o poder deve ser dividido e o

legislativo deve ser submetido ao judiciário, que orde-

naria de melhor forma as questões político-sociais.

e) o autor demonstra uma postura otimista sobre a socie-

dade e sua organização política, pois acredita na natural

postura benfazeja do poder absoluto.

20) A deflagração da Revolução Francesa, em 1789, teve como fator principal

A) a crise econômica generalizada que assolou o país, afetando a agricultura, o comércio, a indústria e as finanças nacionais.

B) a greve dos trabalhadores portuários, que prejudicou as exportações do país, levando a burguesia a sérios prejuízos econômicos.

C) a jornada excessiva de trabalho e os baixos salários dos operários industriais, que motivaram o início dos protestos e ataques socialistas contra a ordem burguesa.

D) o aumento generalizado de impostos proposto pelo governo, que reduziu os lucros da nobre-za e da burguesia, levando a uma série de ataques à ordem real.

E) a superprodução agrícola francesa nos anos de 1788 e 1789, que não foi acompanhada de um crescimento no consumo, levando à decomposição de inúmeros produtos e a prejuízos para os produtores

21) Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram

inicialmente a constituir os Estados Unidos da América (EUA)

declaravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto

Colonial. Em palavras profundamente subversivas para a época,

afirmavam a igualdade dos homens e apregoavam como seus

direitos inalienáveis: o direito à vida, à liberdade e à busca da

felicidade. Afirmavam que o poder dos governantes, aos quais cabia

a defesa daqueles direitos, derivava dos governados.

Esses conceitos revolucionários que ecoavam o Iluminismo

foram retomados com maior vigor e amplitude treze anos mais

tarde, em 1789, na França.

Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar.

Revolução Chinesa. São Paulo: UNESP, 2003 (com adaptações).

Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e

da Revolução Francesa, assinale a opção correta.

A A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam

o mesmo contexto histórico, mas se baseavam em princípios e

ideais opostos.

B O processo revolucionário francês identificou-se com o

movimento de independência norte-americana no apoio ao

absolutismo esclarecido.

C Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas

sustentavam a luta pelo reconhecimento dos direitos

considerados essenciais à dignidade humana.

D Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte

influência no desencadeamento da independência norte-

americana.

E Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o

caminho para as independências das colônias ibéricas situadas

na América.

22) Entre os séculos XVII e XIX, a Europa ocidental foi palco de diversos movimentos político-sociais, que alteraram profundamente as estruturas de poder na aristocrática sociedade até então dominante. As chamadas revoluções burguesas se caracterizaram por:

A) promover a edificação do Estado liberal, estabelecendo a democracia representativa e consolidando o modo de produção capitalista.

B) instaurar uma nova ordem social, baseada na propriedade coletiva dos meios de produção e a atenuação das diferenças entre as classes sociais.

C) generalizar a elevação dos preços em toda a Europa, em virtude da entrada maciça de metais preciosos vindos das colônias, garantindo o lucro dos mercadores.

D) propiciara formação dos mercados nacionais e o desenvolvimento do comércio, através da inauguração e difusão da economia monetária.

E) promover o desenvolvimento urbano e rural, investindo tanto nas propriedades agrícolas quanto nos centros industriais, contendo o êxodo do campo.

23) Referindo-se à expansão marítima dos séculos XV e XVI, o

poeta português Fernando Pessoa escreveu, em 1922, no

poema “Padrão”:

“E ao imenso e possível oceano

Ensinam estas Quinas, que aqui vês,

Que o mar com fim será grego ou romano:

O mar sem fim é português.”

(Fernando Pessoa, Mensagem – poemas esotéricos. Madri: ALLCA XX,

1997, p. 49.)

Nestes versos identificamos uma comparação entre dois

processos históricos. É válido afirmar que o poema

compara

a) o sistema de colonização da Idade Moderna aos

sistemas de colonização da Antiguidade Clássica: a

navegação oceânica tornou possível aos portugueses o

tráfico de escravos para suas colônias, enquanto

gregos e romanos utilizavam servos presos à terra.

b) o alcance da expansão marítima portuguesa da Idade

Moderna aos processos de colonização da

Antiguidade Clássica: enquanto o domínio grego e

romano se limitava ao mar Mediterrâneo, o domínio

português expandiu-se pelos oceanos Atlântico e

Índico.

c) a localização geográfica das possessões coloniais dos

impérios antigos e modernos: as cidades-estado

gregas e depois o Império Romano se limitaram a

expandir seus domínios pela Europa, ao passo que

Portugal fundou colônias na costa do norte da África.

d) a duração dos impérios antigos e modernos: enquanto

o domínio de gregos e romanos sobre os mares teve

um fim com as guerras do Peloponeso e Púnicas,

respectivamente, Portugal figurou como a maior

potência marítima até a independência de suas

colônias.

24) Em carta ao rei D. Manuel, Pero Vaz de Caminha narrou os primeiros contatos entre os indígenas e os portugueses no Brasil: “Quando eles vieram, o capitão estava com um colar de ouro muito grande ao pescoço. Um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. Outro viu umas contas de rosário, brancas, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dissesse que dariam ouro por aquilo. Isto nós tomávamos nesse sentido, por assim o

desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e o colar, isto nós não queríamos entender, porque não havíamos de dar-lhe!”

(Adaptado de Leonardo Arroyo, A carta de Pero Vaz de Caminha. São Paulo: Melhoramentos; Rio de Janeiro: INL, 1971, p. 72-74.)

Esse trecho da carta de Caminha nos permite concluir que o contato entre as culturas indígena e europeia foi:

a) favorecido pelo interesse que ambas as partes demonstravam em realizar transações comerciais: os indígenas se integrariam ao sistema de colonização, abastecendo as feitorias, voltadas ao comércio do pau-brasil, e se miscigenando com os colonizadores.

b) guiado pelo interesse dos descobridores em explorar a nova terra, principalmente por meio da extração de riquezas, interesse que se colocava acima da compreensão da cultura dos indígenas, que seria quase dizimada junto com essa população.

c) facilitado pela docilidade dos indígenas, que se associaram aos descobridores na exploração da nova terra, viabilizando um sistema colonial cuja base era a escravização dos povos nativos, o que levaria à destruição da sua cultura.

d) marcado pela necessidade dos colonizadores de obterem matéria-prima para suas indústrias e ampliarem o mercado consumidor para sua produção industrial, o que levou à busca por colônias e à integração cultural das populações nativas.

25) (...) O Brasil é um país extraordinariamente africanizado. E só a quem não conhece a África pode escapar o quanto há de africano nos gestos, nas maneiras de ser e de viver e no sentimento estético do brasileiro. Por sua vez, em toda a costa atlântica, podem-se facilmente reconhecer os brasileirismos. Há comidas brasileiras na África, como há comidas africanas no Brasil. Danças, tradições, técnicas de trabalho, instrumentos de música, palavras e comportamentos sociais brasileiros insinuaram-se no dia-a-dia africano. É comum que lá se ignore que certo prato ou determinado costume veio do Brasil. Como, entre nós, esquecemos o quanto nossa vida está impregnada de África. Na rua. Na praça. Na casa. Na cidade. No campo. O escravo ficou dentro de todos nós, qualquer que seja a nossa origem. Afinal, sem a escravidão o Brasil não existiria como hoje é, não teria sequer ocupado os imensos espaços que os portugueses lhe desenharam. Com ou sem remorsos, a escravidão é o processo mais longo e mais importante de nossa história.

(COSTA E SILVA, Alberto da. O Brasil e a África e o Atlântico no século XIX. Estudos Avançados. São Paulo, V.8, n. 21 maio/ago, 1994.)

Sobre esse intercâmbio cultural entre o Brasil e a África, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO:

a) A influência africana na economia brasileira, baseada no modo de produção escravista, foi determinante no sistema agrícola, com a introdução de técnicas de trabalho agrícolas utilizadas na África.

b) A vinda dos escravos africanos para a América foi decisiva para a formação da cultura e sociedade brasileira sob a marca de uma unilateralidade, já que somente o Brasil recebeu influências africanas.

c) A influência africana foi marcante e está presente em muitos aspectos da sociedade brasileira atual, como na língua portuguesa falada hoje no País, ilustrando a afirmação do autor de que “nossa vida está impregnada de África”.

d) A culinária brasileira atual é um mosaico de cores e sabores advindos de variadas culturas, que trouxeram para cá suas influências como a africana com o azeite de dendê, ingrediente fundamental do acarajé.

26) Leia o texto a seguir, do historiador Ronaldo Vainfas, que trata da presença de judeus em Pernambuco à época do governo de Maurício de Nassau:

Com um pragmatismo superado apenas pela argúcia, o Padre Vieira afirmava sobre os judeus, lançando mão de um argumento emprestado de Santo Agostinho:

“O esterco fora do seu lugar suja a casa, e posto no seu lugar fertiliza o campo. O mesmo vale para os judeus, que no estrangeiro ajudam os hereges, mas em casa fornecem o capital para manter o Império. Por que transformar vassalos úteis em inimigos poderosos?”. O mesmo senso prático se estabeleceu no Brasil durante a dominação comercial e militar dos holandeses, entre 1630 e 1644, em Pernambuco, onde reinou um ambiente inédito de tolerância religiosa, em especial para judeus. “A capital pernambucana era uma verdadeira ‘Jerusalém colonial’ por causa da utopia da reconstrução do mundo judaico da diáspora. Era uma Babel cultural. O Recife, por certo tempo, foi a única cidade do mundo que reunia pessoas das três crenças ( judeus sefarditas, católicos e calvinistas) em um único ambiente de tolerância religiosa”, afirma o historiador Ronaldo Vainfas, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). “Os holandeses do governo colonial ou representantes da Companhia das Indias Ocidentais (WIC) apoiavam enfaticamente os judeus porque eles eram os intermediários por excelência dos negócios coloniais”, observa Vainfas.

A respeito do tema, é correto afirmar que:

a) a razão que justifica a presença de judeus no Brasil holandês é de interesse religioso, já que Nassau buscava a conversão dos judeus ao calvinismo.

b) a política multi-religiosa implementada por Nassau em Pernambuco foi aceita sem restrições pelos colonizadores que aqui residiam, mesmo sendo estes católicos.

c) a liberdade religiosa vivenciada por judeus no Brasil está vinculada aos interesses econômicos holandeses, relacionados às atividades comerciais.

d) a vinda de judeus para o Brasil está relacionada ao histórico de tolerância religiosa que caracterizou a colonização portuguesa desde seus primórdios.

e) a presença de judeus no Brasil holandês está relacionada ao desenvolvimento de atividades produtivas no setor agrícola, como o cultivo da cana-de-açúcar.

27) No princípio do século XVII, era bem insignificante e quase miserável a Vila de São Paulo. João de Laet dava-lhe 200 habitantes, entre portugueses e mestiços, em 100 casas; a Câmara, em 1606, informava que eram 190 os moradores, dos quais 65 andavam homiziados*.

*homiziados: escondidos da justiça

Na época da invasão holandesa, Olinda era a capital e a cidade mais rica de Pernambuco. Cerca de 10% da população, calculada em aproximadamente 2.000 pessoas, dedicavam-se ao comércio, com o qual muita gente fazia fortuna. Cronistas da época afirmavam que os habitantes ricos de Olinda viviam no maior luxo.

Os textos acima retratam, respectivamente, São Paulo e Olinda no início do século XVII, quando Olinda era maior e mais rica. São Paulo é, atualmente, a maior metrópole brasileira e uma das maiores do planeta. Essa mudança deveu-se, essencialmente, ao seguinte fator econômico:

A) maior desenvolvimento do cultivo da cana-de-açúcar no planalto de Piratininga do que na Zona da Mata Nordestina.

B) atraso no desenvolvimento econômico da região de Olinda e Recife, associado à escravidão, inexistente em São Paulo.

C) avanço da construção naval em São Paulo, favorecido pelo comércio dessa cidade com as Índias.

D) desenvolvimento sucessivo da economia mineradora, cafeicultora e industrial no Sudeste.

E) destruição do sistema produtivo de algodão em Pernambuco quando da ocupação holandesa.

28) (UFC-CE) Leia o trecho abaixo.

“Na mineração, como de resto em qualquer atividade primordial da colônia, a força de trabalho era basicamente escrava, havendo, entretanto, os interstícios ocupados pelo trabalho livre ou semilivre.”

SOUZA, Laura de M. Desclassificados do ouro: pobreza mineira no século XVIII.

RJ: Graal, 1990, p68.

Com base neste trecho sobre o trabalho livre praticado nas áreas mineradoras do Brasil colônia, é correto afirmar que:

a) Devido à abundância de escravos no período do apogeu da mineração, os homens conseguiam viver exclusivamente do comércio de ouro.

b) Em função da riqueza geral proporcionada pelo ouro, os homens livres dedicavam-se à agricultura comercial, vivendo com relativo conforto nas fazendas.

c) Perseguidos pela Coroa e pela Igreja, os homens livres procuravam sobreviver à custa da mendicância e da caridade pública.

d) Sem condições de competir com as grandes empresas mineradoras, os homens livres dedicavam-se à “faiscagem” e a agricultura de subsistência.

e) Em função de sua educação, os homens livres conseguiam trabalho especializado nas grandes empresas mineradoras, obtendo confortáveis condições de vida.

29) Para responder à questão, leia atentamente os textos abaixo:

Texto I

Há poesia e grandeza imensas, indomável energia, tenacidade incomparável, nesses bandos de aventureiros que, sem itinerário, sem bússola, sem abrigo, lá se iam à conquista do remoto sertão misterioso! E, obstinados, sem desanimar ante inúmeras catástrofes, percorrem o interior do Brasil, durante um século inteiro, descortinam regiões enormes, sustentando longas e sanguinolentas campanhas, descobrindo o ouro e os diamantes. Minas Gerais, Mato Grosso, o oeste de S. Paulo foram explorados, sem intervenção do governo, graças à audaz iniciativa deles. Os bandeirantes – eis a nota galharda e rubra dos nossos anais.

Fonte: CELSO, Affonso. Porque Me Ufano de Meu País. Texto original de 1900. Rio de

Janeiro: Expressão e Cultura, 2001. p. 177-179

Texto II

A partir de 1619, os bandeirantes intensificaram os ataques contra as reduções jesuíticas, e os artesãos e agricultores guaranis foram escravizados em massa. No entanto, muito antes de surgirem os primeiros aldeamentos na bacia do Prata, os paulistas já percorriam o sertão, buscando na preação do indígena o meio para sua subsistência. Ligados a uma cultura de subsistência baseada no trabalho escravo dos índios, os paulistas começaram suas expedições de apresamento (ou preação) em 1562, quando João Ramalho atacou as tribos do vale do rio Paraíba. As reduções organizadas pelos jesuítas no interior do continente foram, para os paulistas, um presente dos céus: reuniam milhares de índios adestrados na agricultura e nos trabalhos manuais. Para os paulistas, atacar as reduções jesuíticas era a via mais fácil para o enriquecimento.

Fonte: CAMPOS, Francisco Antonio Luciano de. Bandeirismo de Preação. 1999. Disponível

em: www.geocities.com/bandeiras99/preacao.htm Acesso em 5 de março de 2009

Assinale a alternativa que melhor expressa a relação existente entre os dois textos:

a) Os textos se complementam, uma vez que ambos enaltecem a figura heroica dos bandeirantes paulistas, destacando sua contribuição econômica.

b) A relação é impossível entre os textos, já que o primeiro trata da expansão territorial e o segundo, do aprisionamento de índios pelos bandeirantes.

c) Os textos se contradizem, pois o primeiro coloca em dúvida a participação dos bandeirantes no processo de expansão territorial e o segundo enaltece sua contribuição.

d) Os textos se complementam, uma vez que ambos criticam a participação dos bandeirantes no massacre e na escravização de nações indígenas.

e) O segundo texto contesta o primeiro ao eliminar a imagem dos bandeirantes como figuras heroicas, atribuindo-lhes responsabilidade na escravização dos índios.

30) Após a Independência, integramo-nos como exportadores de produtos primários à divisão internacional do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais para a Europa e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo menos uns oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e tecnicamente atrasado por depender de produtores cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores forçados outros instrumentos de produção que os mais toscos e baratos. O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida “civilizado”, marca que distinguia as classes cultas e “naturalmente” dominantes do povaréu primitivo e miserável. (...) E de fora vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção de uma infra-estrutura de serviços urbanos, de energia, transportes e comunicações.

Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J. Willheim; P. S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80.

Levando-se em consideração as afirmações acima, relativas à estrutura econômica do Brasil por ocasião da independência política (1822), é correto afirmar que o país:

A) se industrializou rapidamente devido ao desenvolvimento alcançado no período colonial.

B) extinguiu a produção colonial baseada na escravidão e fundamentou a produção no trabalho livre.

C) se tornou dependente da economia européia por realizar tardiamente sua industrialização em relação a outros países.

D) se tornou dependente do capital estrangeiro, que foi introduzido no país sem trazer ganhos para a infra-estrutura de serviços urbanos.

E) teve sua industrialização estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em vários setores produtivos.

31) Durante o processo de formação do Estado nacional brasileiro (século XIX), muito se discutiu sobre a distância entre o Brasil ideal, europeu e branco, imaginado pelos intelectuais e políticos do período, e o Brasil real, periférico e mestiço, herança da colônia e da escravidão.

Como decorrência teórica e política desse contraste, é correto identificar:

a) A conciliação entre os mais ricos e os mais pobres como prática comum da política, desde os tempos da colônia e da escravidão.

b) A consciência revolucionária do povo brasileiro, expressada em inúmeras ocasiões, que impede as ditaduras e as arbitrariedades dos organismos estatais.

c) O mito da democracia racial, da benevolência das elites e do passado de paz e harmonia entre os brasileiros, que veio a constituir-se na crença sobre o caráter pacífico e conformado do povo brasileiro.

d) A consciência cívica do população, expressada nos momentos eleitorais, em que prevalece invariavelmente a preferência pelo voto ideológico, isto é, recusando os favores, os currais e a mercantilização do voto.

e) A total apatia histórica do povo brasileiro, caracterizado por não oferecer muita resistência às arbitrariedades e abusos de poder cometidos pelas elites dominantes.

32) A Cabanagem foi umas das rebeliões que agitaram o Brasil durante o Período Regencial. Seus participantes, chamados de cabanos, eram liderados por Felix Malcher, Francisco Vinagre e Eduardo Angelim. A Cabanagem foi um grande movimento popular ocorrido no Pará, no qual:

a) os revolucionários lutavam pela implantação de um regime republicano que estabelecesse o voto direto, secreto, universal, masculino e feminino. Conquistaram o apoio das províncias do norte, mas após severos combates foram reprimidos.

b) os cabanos lutavam contra a extrema miséria da população e os desmandos do governo na região. Os rebeldes chegaram a ocupar Belém, mas o governo empreendeu uma forte repressão ao movimento, que, lentamente, foi sendo sufocado.

c) os rebeldes reivindicavam a antecipação da maioridade de D. Pedro II, porém o Regente Feijó pediu auxílio internacional. Após o governo central receber apoio dos EUA, o movimento foi sufocado e violentamente reprimido.

d) o movimento revolucionário chegou ao poder e, dessa forma, conseguiu mudar o regime instalado no Brasil, implantando o II Reinado.

e) os cabanos lutavam contra a miséria reinante na região e o governo opressivo do período. Porém, o isolamento do movimento impediu que os benefícios conquistados pela população paraense fossem estendidos para outros estados do País.

33) O primeiro recenseamento geral do Império foi realizado

em 1872. Nos recenseamentos parciais anteriores, não se

perguntava sobre a cor da população. O censo de 1872,

ao inserir essa informação, indica uma mudança, orientada

por um entendimento do conceito de raça que ancorava a

cor em um suporte pretensamente mais rígido. Com a

crise da escravidão e do regime monárquico, que levou ao

enfraquecimento dos pilares da distinção social, a cor e a

raça tornavam-se necessárias.

(Adaptado de Ivana Stolze Lima, Cores, marcas e falas: sentidos da

mestiçagem no Império do Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003,

p. 109, 121.)

A partir do enunciado, podemos concluir que há um uso

político na maneira de classificar a população, já que

a) o conceito de raça permitia classificar a população a

partir de um critério mais objetivo do que a cor,

garantindo mais exatidão nas informações, o que era

necessário em um momento de transição para um

novo regime.

b) no final do Império, o enfraquecimento dos pilares

da distinção social era causado pelo fim da

escravidão. Nesse contexto, ao perguntar sobre a

raça da população, o censo permitiria a elaboração

de políticas públicas visando à inclusão social dos ex-

escravos.

c) a introdução do conceito de raça no censo devia-se

a uma concepção, cada vez mais difundida após

1870, que propunha a organização e o governo da

sociedade a partir de critérios objetivos e científicos,

o que levaria a uma maior igualdade social.

d) no final do Império, a associação entre a cor da pele

e o conceito de raça criava um novo critério de

exclusão social, capaz de substituir as formas de

distinção que eram próprias da sociedade escravista

e monárquica em crise.

34) (UFMG) “A revolução Industrial foi também uma revolução de idéias”Todas as seguintes afirmações confirmam o teor dessa citação, exceto:a) Estimulou a associação entre iguais na defesa de interesses comuns.b) Permitiu o início de uma nova atitude para com os problemas da sociedade

humana.c) Estabeleceu um avanço na compreensão do domínio da natureza.d) Garantiu seus benefícios ao conjunto dos cidadãos ingleses.

35) O fato relevante do período entre 1790 e 1830 é a formação da classe operária. Os vinte e cinco anos após 1795 podem ser considerados como os anos da contra-revolução. [Durante esse período] o povo foi submetido, simultaneamente, à intensificação de duas formas intoleráveis de relação: a exploração econômica e a opressão política.

Essas frases, extraídas de uma obra do historiador E. P. Thompson, estão relacionadas ao contexto histórico fundamental na constituição do mundo contemporâneo, no qual se situam

a) o processo da Revolução Industrial Inglesa, que iniciou uma nova forma de produção econômica, e a Revolução Francesa, que afirmou o papel da burguesia como classe dominante.

b) o feudalismo, que se manteve em certos locais como sistema dominante, e o liberalismo de Adam Smith, que submeteu a economia à orientação do Estado burguês.

c) o início da Revolução Industrial, que adotou uma postura antiliberal em que os investimentos estatais eram a base do desenvolvimento, e a Revolução Francesa, que estabeleceu o total domínio burguês sobre a sociedade européia.

d) o capitalismo monopolista, que logrou dominar o ritmo de desenvolvimento econômico, e a contra-reforma religiosa, que estabeleceu uma contra-revolução burguesa que acabou com o absolutismo.

e) o socialismo marxista, que buscou lutar contra o caráter contra-revolucionário da sociedade burguesa, e a Revolução Russa, que adotou os princípios totalitários do anarquismo.

36) A história de todas as sociedades tem sido a história das

lutas de classe. Classe oprimida pelo despotismo feudal, a

burguesia conquistou a soberania política no Estado

moderno, no qual uma exploração aberta e direta

substituiu a exploração velada por ilusões religiosas.

A estrutura econômica da sociedade condiciona as suas

formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou

filosóficas. Não é a consciência do homem que determina

o seu ser, mas, ao contrário, são as relações de produção

que ele contrai que determinam a sua consciência.

(Adaptado de K. Marx e F. Engels, Obras escolhidas. São Paulo: Alfa-

Ômega, s./d., vol 1, p. 21-23, 301-302.0

As proposições dos enunciados acima podem ser

associadas ao pensamento conhecido como

a) materialismo histórico, que compreende as sociedades

humanas a partir de ideias universais independentes

da realidade histórica e social.

b) materialismo histórico, que concebe a história a partir

da luta de classes e da determinação das formas

ideológicas pelas relações de produção.

c) socialismo utópico, que propõe a destruição do

capitalismo por meio de uma revolução e a

implantação de uma ditadura do proletariado.

d) socialismo utópico, que defende a reforma do

capitalismo, com o fim da exploração econômica e a

abolição do Estado por meio da ação direta.

37) De maneira mais intensa a partir do século XVIII, as cidades europeias passariam a receber um inchaço populacional, fenômeno que teve como motor fundamental a Revolução Industrial. Com sua expansão no século seguinte, acirraram-se os conflitos urbanos, e a cidade foi palco de diversas manifestações sociais. Sobre o tema, assinale a afirmação verdadeira:

a) As manifestações operárias que se sucederam ao longo do século XIX tinham um caráter predominantemente reformista, fruto das condições desumanas a que diversos trabalhadores estavam submetidos, vivendo nas periferias dos grandes centros econômicos.

b) A intensificação das lutas proletárias influenciaria diversos pensadores sociais, entre os quais se destacaria Karl Marx, que com sua ideia de socialismo científico enfatizaria a participação da classe trabalhadora na construção de um novo Estado liberal.

c) A chamada Primavera dos Povos de 1848, quando trabalhadores fabris de diversas cidades europeias radicalizaram sua luta transformando praças e ruas em barricadas, foi duramente reprimida, gerando um retrocesso nos movimentos sociais, que só voltariam a crescer a partir da Revolução Russa do século posterior.

d) A partir do crescimento das lutas operárias, diversas teorias revolucionárias passariam a ser debatidas, como o socialismo utópico, que propunha a insurreição das classes subalternas rumo a uma sociedade comunal.

e) Os levantes operários do século XIX contribuíram para o sepultamento decisivo do absolutismo, estabelecendo uma nova dinâmica de luta urbana entre burguesia e proletariado, chegando inclusive a alcançar um poder momentâneo na França, durante os eventos da Comuna de Paris.

38) “As raças superiores têm um direito perante as raças infe-

riores. Há para elas um direito porque há um dever para

elas. As raças superiores têm o dever de civilizar as infe-

riores (...) Vós podeis negar, qualquer um pode negar que

há mais justiça, mais ordem e moral, mais equidade, mais

virtudes sociais na África do Norte desde que a França a

conquistou?”

Fonte: Jules Ferry discursando no Parlamento francês, em 28 de julho de 1885

Sobre o fenômeno a que se refere o texto acima,

é correto afirmar que:

a) missionários católicos e protestantes acompanharam a ocupação dos novos territórios colonizados, mas raramente se dedicavam à conversão dos povos nativos, atuando principalmente entre os próprios colonizadores.

b) nessa época se difundiu a ideia de que a capacidade de direção e organização, além do desenvolvimento científico e tecnológico, tornava os europeus superiores aos demais povos do mundo, o que lhes dava o direito à conquista de povos supostamente atrasados.

c) embora a intenção declarada pelos colonizadores fosse a de civilizar os atrasados povos africanos, o resultado do imperialismo não pode estar relacionado à escravidão, à tortura nem à morte de milhões de nativos.

d) a exploração colonial não destruía as indústrias domésticas dos territórios ocupados, pois a mentalidade capitalista estimulava a poupança e a formação das classes médias nacionais.

e) as colônias impulsionavam as indústrias metropolitanas e eram fundamentais para o grande desenvolvimento do comércio internacional de forma equitativa.

39) A expansão capitalista no século XIX, na forma imperialista, teve como consequência o domínio europeu sobre a África e a Ásia, conhecido como neocolonialismo. Sobre o período, é correto afirmar:

A) O imperialismo e o neocolonialismo resultaram no desenvolvimento cultural dos povos africanos e asiáticos, que puderam desde então acessar o progresso tecnológico vindo do Velho Continente.

B) a Segunda Revolução Industrial, o capitalismo monopolista e os ideais de progresso estão associados ao imperialismo e ao neocolonialismo, configurando um total domínio dos Estados Unidos no fim do século XIX.

C) o domínio imperialista e neocolonial na Ásia e na África beneficiou a classe operária europeia, devido aos estímulos às indústrias com o capital acumulado.

D) Através do imperialismo e neocolonialismo, as elites econômicas e políticas inglesas construíram uma imagem do que seria o modelo de cultura e civilização a ser imitado em todo o mundo.

E) o empreendimento imperialista europeu, somado à submissão passiva dos países africanos e asiáticos, teve como consequência a destruição completa das culturas e tradições nesses dois continentes, em prol do advento de uma mentalidade industrial consumista.

40) Ao longo do século XIX, em função da expansão da industrialização no continente europeu, surgem novas idéias sociais e políticas. Sobre elas é correto afirmar:

A) o catolicismo social, então emergente e encontrando grande representatividade na Teologia da Libertação, exprimiu o desejo da Igreja de humanizar o capitalismo, atacando sua estrutura e buscando um significado ético social para além de seus fundamentos materialistas.

B) as emergentes concepções democráticas defendiam o sistema eleitoral censitário, no qual apenas os setores mais abastados podiam participar na instituição política do Estado.

C) o socialismo utópico representou a primeira corrente de pensamento socialista, uma vez que procurou formular leis e princípios determinantes da história da humanidade em direção a uma sociedade sem classes e, portanto, igualitária.

D) o anarquismo surgiu como um doutrina política que defendia a necessidade de suprimir toda forma de governo, já que este, e consequentemente o Estado, representariam a origem dos males da sociedade.

E) o socialismo científico recebeu tal denominação porque seus teóricos, criticando a sociedade da época, expuseram os princípios de uma sociedade ideal, que atenuaria as diferenças de classe e se ergueria a partir dos benefícios de uma distribuição justa dos progressos científicos.

41) A revolução na Rússia atingiu considerável alcance, a

influência profunda por ela exercida permitiu-lhe abalar

todas as relações de classe, revelar o conjunto dos problemas

econômicos e sociais, e passar, consequentemente, com a

fatalidade da sua lógica interna, do primeiro estágio da

república burguesa a estágios cada vez mais elevados, não

tendo sido a queda do czarismo mais do que um episódio

menor, quase uma bagatela.

Fonte: Luxemburg, Rosa. A Revolução Russa. RJ: Vozes, 1990, p. 61

O conjunto de episódios conhecido como Revolução

Russa apresenta dois momentos distintos: uma fase

burguesa e uma socialista. Assinale a alternativa que

mais bem expressa o conceito da autora em relação aos

efeitos desse processo revolucionário.

a) O abalo nas relações de classe refere-se à igualdade

promovida após a concretização da Revolução Russa,

uma vez que no Estado soviético não existiam diferenças

entre grupos sociais.

b) Após a queda do czarismo, implementou-se uma

república burguesa na Rússia, que, ao ser derrubada

pela Revolução Socialista, levou o país a um estágio mais

elevado de organização.

c) A fase burguesa da Revolução Russa, identificada

como um estágio mais elevado do processo

revolucionário, foi responsável pela derrubada do

czarismo no país.

d) As disputas entre os partidos da Rússia revolucionária

levaram o país a um caos institucional e promoveram

um aumento nos problemas econômicos e sociais,

garantindo a manutenção do czarismo.

e) O czarismo, o primeiro estágio da Revolução

Russa, foi implantado após a derrubada dos governos

instituídos, respectivamente, nas fases burguesa e

socialista do processo revolucionário.

42) Um importante historiador, Eric Hobsbawm, em sua obra “Era dos Extremos”, qualifica o século XX como um século breve, propondo uma releitura de sua cronologia, calcada em eventos históricos: para o autor, o século teria iniciado com o advento da Primeira Guerra Mundial, em 1914, e encerrado em 1989, com a queda do muro de Berlim, ao fim da Guerra Fria. A primeira metade do século XX, denominada pelo historiador como a “era das catástrofes”, apresenta uma série de acontecimentos marcantes, dentre os quais podemos observar:

A) a corrida armamentista, o jogo de alianças e as disputas anti-imperialistas levaram à primeira guerra mundial , que resultou no fortalecimento dos Estados Unidos e em uma lacuna ideológica no continente europeu, com o questionamento do liberalismo.

B) Iniciada pelos bolcheviques, a Revolução Russa de 1917 implantou o primeiro Estado socialista da História, tendo em Lênin e mais tarde Trotsky os principais comandantes do Partido Comunista.

C) o New Deal, implementado pelo presidente norte-americano Roosevelt em meio aos efeitos devastadores da crise de 1929 representou a substituição do liberalismo pela presença atuante do Estado na organização da economia e da sociedade.

D) de maneira geral, os regimes fascistas que floresceram a partir dos anos 20 caracterizaram-se, entre outros aspectos, por terem sido militares, expansionistas, antiliberais, antidemocráticos e anticomunistas.

E) a Segunda Guerra mundial, fruto da oposição entre um modelo autoritário, exclusivista e racista advindo da Alemanha nazista, por um lado, e de um modelo calcado na democracia liberal e integracionista dos países Aliados, por outro, resultou na derrota do Eixo, na criação de um órgão mediador internacional, a ONU, e na divisão do mundo em zonas de influência, anunciando a Guerra Fria.

43) Uma família isolada mudava-se de suas terras. O pai

pedira dinheiro emprestado ao banco e agora o ban-

co queria as terras. A companhia das terras quer tra-

tores em vez de pequenas famílias nas terras. Se esse

trator produzisse os compridos sulcos em nossa pró-

pria terra, a gente gostaria do trator, gostaria dele

como gostava das terras quando ainda eram da gen-

te. Mas esse trator faz duas coisas diferentes: traça

sulcos nas terras e expulsa-nos dela. Não há quase

diferença entre esse trator e um tanque de guerra.

Ambos expulsam os homens que lhes barram o ca-

minho, intimidando-os, ferindo-os.

(John Steinbeck, As Vinhas da Ira, 1939)

O trecho acima está relacionado

a) ao momento anterior à onda de progresso proporcio-

nada pelo advento da crise de 1929, marcada pela re-

dução do consumo.

b) ao período posterior à Segunda Grande Guerra Mun-

dial, no qual a crise econômica destruiu a sociedade de

consumo dos EUA.

c) à fase correspondente à Grande Depressão, que atingiu

os EUA como conseqüência da Crise de 1929.

d) ao período correspondente à Depressão de 1873, que

foi marcado pelo colapso da sociedade norte-ameri-

cana.

e) à fase da crise cíclica capitalista marcada pelo super-

consumo e pela sub-produção de gêneros.

44) O termino da Primeira Guerra Mundial, em 1918, põe fim às hostilidades militares entre os países em conflito, mas lanças as questões que levam a explosão da Segunda Guerra. Na verdade aquela acelerou as contradições que, não resolvidas pelo Tratado de Versalhes, culminaram na Segunda Guerra Mundial.Sobre esse assunto, afirma-se:I – nas origens do primeiro conflito mundial predominaram os problemas europeus, e no segundo foram as questões relacionadas ao Oriente Médio.II – tanto a Primeira quanto a Segunda Guerra podem ser definidas como “guerras de redivisão de mercados e colônias, questões internas do sistema imperialista”.III – as várias contradições sociais, econômicas e ideológicas entre as principais potencias capitalistas levaram, tanto no período anterior a 1914, quanto no que precede a Segunda Guerra, à corrida armamentista e às guerras localizadas.Dessas afirmações:a) apenas I e II estão corretas.b) Apenas I e III estão corretas.c) Apenas II e III estão corretas.d) Todas estão corretas.e) Nenhuma está correta.

45) De acordo com o historiador britânico Eric Hobsbawm, a primeira metade do século XX se configurou como uma “Era das Catástrofes”, marcada por crises e conflitos bélicos. Dessa época podemos inferir:

a) Foi atravessada por duas guerras mundiais, reflexo dos nacionalismos europeus e dos regimes totalitaristas vigentes, em especial na Alemanha e Itália, desde as unificações do século XIX.

b) Propiciou um momento de crescimento da economia norte-americana, que pôde atenuar os impactos da crise econômica de 1929 devido às dívidas geradas junto aos países europeus no pós-Guerra.

c) Inúmeros movimentos separatistas se espalharam pelo continente africano, promovendo um processo de descolonização marcado por conflitos étnicos, guerras civis e ditaduras.

d) A Revolução Russa, em que as camadas populares assumiram o controle do país sob o comando do Partido Comunista, viu-se reduzida a conflitos internos, não conseguindo atingir grande repercussão nem influência nas demais partes do mundo.

e) A Primeira Guerra, em parte fruto da política imperialista e nacionalista européia desde o século XIX, teve direta relação com a Segunda Guerra, uma vez que seu término acentuou o revanchismo e propiciou o surgimento de regimes belicosos.

46) A Segunda Guerra Mundial fez emergir interesses e aspirações conflitantes que culminaram em relevantes mudanças nas décadas seguintes. Tal período se caracteriza:

a) pela disputa entre dois modelos antagônicos homogêneos: o bloco soviético, sob o comando da União Soviética, e o bloco capitalista, sob os auspícios dos Estados Unidos.

b) por uma sucessão de golpes militares que assolaram todos os países da América Latina, gerando uma postura conservadora e atrelada aos interesses do capital norte-americano.

c) pelo alinhamento dos países do globo ao mundo bipolar, ou tendendo para o modelo capitalista, encabeçado pelos Eua, ou para o regime socialista soviético.

d) por uma grande variedade de conflitos que contestavam a supremacia do modelo bipolar, como nos levantes de Praga, em 1968, no movimento jovem de contracultura dentro do próprio sistema capitalista, ou ainda na postura de não alinhamento de determinados países.

e) pela ausência de conflitos diretos, em que as batalhas se deram no plano ideológico, como no caso da corrida espacial, ajudas econômicas e propaganda de massa.

47) Os regimes totalitaristas, fenômeno político da primeira metade do século XX, foram marcados, entre outros elementos, por uma intensa mobilização das massas urbanas, que passaram a seguir um modelo centralizado e homogeneizado de poder. Sobre o tema, é incorreto afirmar:

a) O desenvolvimento da propaganda de massa foi fundamental para que os dirigentes políticos manipulassem a população, ressaltando a figura do partido e atuando por meio de uma intensa censura.

b) Tais regimes ganharam grande fôlego em países que atravessavam crises econômicas, fato trabalhado nos discursos políticos para obter apoio popular e, em certos casos, alimentar posições revanchistas.

c) A figura de um líder forte e preparado foi ressaltada nas variadas manifestações totalitaristas, atingindo um grande nível de fascínio e apoio incondicional de todos os segmentos da população.

d) A busca por apoio popular foi expressa num conjunto de leis e intervenções em favor das classes trabalhadoras, que na verdade escamoteavam as contradições do regime e ajudavam a alienar e controlar as massas.

e) Todos os regimes totalitaristas foram marcados pela violência institucional, em que o próprio poder central, calcado em paternalismo e autoritarismo, suspendia liberdades individuais e se permitia táticas de terror para fincar sua ideologia.

48) A partir dos anos 60 do século XX, o mundo assistiu a um grande movimento de questionamento cultural, colocando em xeque diversos dogmas da sociedade ocidental. São exemplos desse movimento, exceto:

a) A chamada Revolução Sexual, que contribuiu com passos decisivos para a emancipação da mulher nas relações de gênero.

b) A ascensão do rock, um novo gênero musical que buscava chocar o auto-proclamado “bom gosto burguês” e propunha uma nova relação estética com os sentidos.

c) A cultura hippie, iniciada nos Estados Unidos e que buscava novas formas de interação humana, para além do mundo consumista industrial.

d) As agitações de Paris em maio de 1968, quando estudantes ocuparam as ruas com barricadas, atacando entre outras coisas a burocracia do sistema capitalista francês.

e) As lutas por direitos da população negra nos Estado Unidos, marcadas por nomes como Luther King e Malcolm X, sempre pela via pacifista.

49) Ao longo da História, foram muitos os momentos em que grupos sociais se articularam e desafiaram o regime vigente, lutando pelo que acreditavam ser mais digno e justo. Os espaço públicos, como praças e ruas, foram constantemente tomados por esses grupos, seja para debates calorosos, manifestações pacíficas ou grandes conflitos abertos. Por diversas vezes, espaços que tinham como fim realçar o poder em questão, acabaram resignificados por esses movimentos. São exemplos disso, exceto:

a) As reivindicações dos plebeus no Fórum da República romana.b) Os levantes contra os huguenotes nas ruas de Paris, durante a Reforma.c) A execução de Luís XVI na praça, durante a Revolução Francesa.d) As barricadas operárias na avenidas parisienses, em 1830.e) A queda do muro de Berlim, em 1989.

50) A denominação de república oligárquica é frequentemente

atribuída aos primeiros 40 anos da República no Brasil.

Coronelismo, oligarquia e política dos governadores fazem

parte do vocabulário político necessário ao entendimento

desse período.

(Adaptado de Maria Efigênia Lage de Resende, “O processo político na

Primeira República e o liberalismo oligárquico”, em Jorge Ferreira e Lucilia

de Almeida Neves Delgado (orgs.), O tempo do liberalismo excludente –

da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 2006, p. 91.)

Relacionando os termos do enunciado, a chamada

“república oligárquica” pode ser explicada da seguinte

maneira:

a) Os governadores representavam as oligarquias

estaduais e controlavam as eleições, realizadas com

voto aberto. Isso sustentava a República da Espada, na

qual vários coronéis governaram o país, retribuindo o

apoio político dos governadores.

b) Diante das revoltas populares do período, que

ameaçavam as oligarquias estaduais, os governadores

se aliaram aos coronéis, para que chefiassem as

expedições militares contra as revoltas, garantindo a

ordem, em troca de maior poder político.

c) As oligarquias estaduais se aliavam aos coronéis, que

detinham o poder político nos municípios, e estes

fraudavam as eleições. Assim, os governadores

elegiam candidatos que apoiariam o presidente da

República, e este retribuía com recursos aos estados.

d) Os governadores excluídos da política do “café com

leite” se aliaram às oligarquias nordestinas, a fim de

superar São Paulo e Minas Gerais. Essas alianças

favoreceram uma série de revoltas chefiadas por

coronéis, que comandavam bandos de jagunços.

51) A obra de Dias Gomes O Bem Amado remete-nos ao

contexto do coronelismo, fenômeno social e político

próprio do Nordeste brasileiro, na passagem do século

XIX para o XX. O protagonista, Odorico Paraguaçu,

representa o latifundiário que busca inserir-se nos

mecanismos políticos da República que se inaugura no

Brasil. Elegendo-se prefeito, Odorico pretende manter

seu poder, agora, pela via da legalidade. No entanto,

seus métodos de atuação, nada ortodoxos, tornam sua

carreira política um misto de mandonismos pessoais

apoiados na estrutura do Estado.

Leia a seguir um diálogo travado entre Odorico e a

delegada Chica:

Odorico – A senhora Delegada tem alguma prova do que

está dizendo?

Chica – Infelizmente, não, Coronel. Mas todos os

posseiros acusam os seus jagunços.

Odorico – E eu sou lá homem de ter jagunços, dona

Chica Bandeira. Não sou nem nunca fui jaguncista. Tenho

apenasmente uma guarda pessoal, como Ronald Reagan,

como Pinochet...

Chica – Desculpe. Onde se ouviu jagunços, ouça-se

guardas de segurança. Dá tudo no mesmo. Foram eles?

Odorico – Calunismo! Calunismo inescrupulento!

Fonte: GOMES, Dias. O Bem Amado, São Paulo, Ed. Abril, 1982, p. 71

Considerando o período histórico retratado e o

diálogo, podemos concluir que:

a) a passagem do século XIX para o XX no Brasil é um

período em que princípios éticos na política convivem com

valores e práticas contrários a esses mesmos princípios.

b) Odorico, como prefeito, exerce seu direito político,

organizando sua guarda pessoal a partir de princípios éticos.

c) os jagunços eram funcionários da prefeitura a serviço

do interesse público; portanto, sua atuação era ética.

d) os mecanismos políticos à época do coronelismo

coibiam eticamente a utilização da estrutura do Estado

para fins pessoais.

e) a República brasileira inaugurou mecanismos de

participação política dos cidadãos, considerados éticos e

democráticos.

52) Não procede, pois, a afirmação de que a indústria bra-

sileira se originou apenas da guerra européia. Teve

esta, de fato, uma pronunciada influência no seu de-

senvolvimento posterior, por ter provocado uma

notável diversificação na fabricação de novos pro-

dutos. As necessidades do consumo, impossibilitado

de se abastecer nos únicos mercados fornecedores de

então, estimularam o nascimento de uma multipli-

cidade de pequenas indústrias, que se desenvolveram

principalmente em São Paulo.

(SIMONSEN, 1973, p. 20)

Com base no texto, podemos concluir

que a industrialização em São Paulo, antes da década

de 1930, apresentou um perfil

a) associado à iniciativa estatal, especializado em bens de

produção e com trabalhadores sindicalizados e anar-

quistas.

b) dominado pelo capital internacional, diversificado em

termos de produção e com trabalhadores sindicalizados

comunistas.

c) independente do mercado externo, especializado em

bens de produção e com trabalhadores sindicalizados

anarquistas.

d) vinculado ao capital cafeeiro, de produção fabril

diversificada e com trabalhadores de origem,

predominantemente, estrangeira e influenciados por

ideologia anarquista.

e) subordinado aos grandes capitais, especializado em pro-

dutos de exportação e com trabalhadores dominados

por sindicatos pelegos.

53) A história do Brasil é marcada por uma forte tradição de lutas. O inconformismo foi a bandeira de inúmeros segmentos sociais, responsáveis por episódios que merecem cuidadosas análises e reinterpretação.

A República Velha caracterizou-se por diversos movimentos sociais, entre eles: Canudos (1893-1897), Contestado (1912-1916) e Cangaço (na década de 1920).

Esses movimentos demonstram que, na Primeira República,

a) o campo foi palco de intensos movimentos sociais que, embora heterogêneos, expressavam a revolta contra a miséria e a exclusão social.

b) a oligarquia dominante estava tão segura de seu poder que não se preocupou muito em reprimir movimentos carentes de idéias e de organização.

c) os movimentos insurrecionais foram poucos, mas muito perigosos para o sistema de poder, porque representavam apenas os pobres.

d) o sistema político, embora oligárquico, era flexível e aberto o suficiente para integrar e absorver os descontentamentos sociais.

e) os movimentos sociais expressavam reivindicações e aspirações de caráter misto, rural e urbano, articulando milenarismo com anarquismo.

54) Getulio Vargas ainda é referência no que diz respeito à

política brasileira no Estado Novo. Sua popularidade foi aceita por

uns, criticada por outros e influenciou no fascismo tupiniquim.

Com apoio do integralismo de Plínio Salgado, nesse período,

criou-se o Ministério do Trabalho e alguns direitos aos

trabalhadores até então não legislados, que vão causar o impacto

frente à sociedade brasileira, aclamando-o como ―O Pai dos

Pobres ―. Diante disso, considera-se que o Governo Vargas :

(A) implementou alguns benefícios aos trabalhadores.

(B) era ditatorial e portanto atrelado às decisões do povo.

(C) não usava o trabalho como fundo político em propagandas.

(D) tinha apoio do Integralismo para controlar os trabalhadores.

(E) possuía legislação com base na Constituição Alemã nazi-

fascista.

55) Os prisioneiros de Memórias podem ser classificados

em dois tipos: os presos políticos e os comuns. A ca

tegoria dos presos políticos era composta pelos co

munistas e simpatizantes, os militares revoltosos, o

intelectuais, os operários sindicalizados e as mulheres

Já os presos comuns compunham-se dos ladrões, ma

landros, desempregados, assassinos e homossexuais

(...) Ao ser preso (3 de março de 1936) em sua casa na

Praia de Pajuçara em Maceió, Graciliano Ramos tinha

uma visão romântica da prisão, que foi rapidamente

desconstruída com a despersonalização e a instabili

dade da vida de um preso político.

(Cinema e História: Representações do

Autoritarismo em Memórias do Cárcere

de Nelson Pereira dos Santos. Tânia Nunes Davi)

O filme e o texto acima retratados referem-se a um

período de autoritarismo da história política do Brasil

Assinale a alternativa que indica corretamente o pe

ríodo retratado e suas principais características.

a) Era Vargas, entre o Governo Constitucional e o Estado

Novo. Após a Intentona Comunista ocorreram várias

prisões e atos de violência contra os opositores do re

gime.

b) Era Vargas, o filme retrata o período posterior ao Putsch

de Munique, no qual ocorreu um intenso massacre do

integralistas e, por extensão, também ocorreram prisõe

de grupos ligados ao comunismo.

c) Ditadura militar, governo de Castelo Branco, fase inicia

da ditadura na qual foram implantados inúmeros Ato

Institucionais.

d) Ditadura militar, governo de Emílio Garrastazu Médici

período mais violento da história brasileira, no qua

ocorreu intensa perseguição a artistas e intelectuais.

e) República Liberal em que, apesar da existência de um

regime democrático, Juscelino Kubitschek acabou repri

mindo um levante comunista e prendendo seus prin

cipais representantes.

56) As alternativas abaixo referem-se à constituição repu-

blicana implantada por Vargas no início do Estado No-

vo e,entre elas, há apenas uma incorreta, que você

deve assinalar.

a) A Constituição outorgada em 1937 era inspirada na

Constituição polonesa, donde seu apelido “Polaca”. A

Polônia nessa época vivia um regime fascista, au-

toritário.

b) A Constituição de 1937 estabeleceu um processo de

centralização política, com o fortalecimento do poder

do presidente.

c) Dentre as características da “Polaca”, podemos ressaltar

a extinção do Legislativo, cujas funções passariam a ser

exercidas pelo Executivo.

d) A indicação dos interventores dos estados pelo presi-

dente, além da incorporação da legislação trabalhista,

faziam parte da Constituição implantada por Vargas em

1937.

e) A Constituição de 1937 implantou a separação entre os

poderes e a eleição direta para todos os cargos do

legislativo, porém implantou a eleição indireta para o

primeiro presidente, fato que permitiu a permanência

de Vargas no poder.

57) O período da Guerra Fria pode ser definido como aquele momento histórico em que houve:a) Corrida armamentista entre as potências imperialistas europeias ocasionando a

Primeira Guerra Mundial.b) Domínio dos países socialistas do Sul do globo pelos países capitalistas do Norte.c) Choque ideológico entre a Alemanha Nazista/União Soviética Stalinista durante os

anos 30.d) Disputa pela supremacia da economia mundial entre o Ocidente e as potências

orientais, como a China e o Japão.e) Constante confronto das duas superpotências que emergiam da Segunda Guerra

Mundial.

58) Para muitos norte-americanos, Vietnã é o nome de uma

guerra, não de um país. Os vietnamitas parecem figuras

sombrias, sem nome nem rosto, vítimas desamparadas ou

agressores cruéis. A história começa apenas quando os

Estados Unidos entram em cena.

(Adaptado de Marvin E. Gettleman et. alli (Ed.), Vietnam and America: a

documented history. New York: Grove Press, 1995, p. xiii.)

Esse desconhecimento dos norte-americanos quanto a

seus adversários na Guerra do Vietnã pode ser relacionado

ao fato de os norte-americanos

a) promoverem uma guerra de trincheiras, enquanto os

vietnamitas comunistas movimentavam seus batalhões

pela selva. Contando com um forte apoio popular, os

Estados Unidos permaneceram por anos nesse

conflito, mas não conseguiram derrotar os

vietnamitas.

b) invadirem e ocuparem o território vietnamita,

desmantelando os batalhões comunistas graças à

superioridade americana em treinamento militar e

armamentos. Apesar do apoio popular à guerra, os

Estados Unidos desocuparam o território vietnamita.

c) desconhecerem as tradições dos vietnamitas,

organizados em torno de líderes tribais, que eram os

chefes militares de seus clãs. Sem ter um Estado como

adversário, o conflito se arrastou e, sem apoio

popular, os Estados Unidos acabaram se retirando.

d) encontrarem grande dificuldade em enfrentar as

táticas de guerrilha dos vietnamitas comunistas, que

tinham maior conhecimento territorial. Após várias

derrotas e sem apoio popular em seu próprio país, os

Estados Unidos retiraram suas tropas do Vietnã.

59) A moderna democracia brasileira foi construída

entre saltos e sobressaltos. Em 1954, a crise culminou no

suicídio do presidente Vargas. No ano seguinte, outra crise

quase impediu a posse do presidente eleito, Juscelino

Kubitschek. Em 1961, o Brasil quase chegou à guerra civil

depois da inesperada renúncia do presidente Jânio

Quadros. Três anos mais tarde, um golpe militar depôs o

presidente João Goulart, e o país viveu durante vinte anos

em regime autoritário.

A partir dessas informações, relativas à história

republicana brasileira, assinale a opção correta.

A) Ao término do governo João Goulart, Juscelino

Kubitschek foi eleito presidente da República.

B) A renúncia de Jânio Quadros representou a primeira

grande crise do regime republicano brasileiro.

C) Após duas décadas de governos militares, Getúlio

Vargas foi eleito presidente em eleições diretas.

D) A trágica morte de Vargas determinou o fim da carreira

política de João Goulart.

E) No período republicano citado, sucessivamente, um

presidente morreu, um teve sua posse contestada, um

renunciou e outro foi deposto.

60) Em 30 de março de 1964, o Presidente João Goulart fez

um discurso, no qual declarou: “Acabo de enviar uma

mensagem ao Congresso Nacional propondo claramente

as reformas que o povo brasileiro deseja. O meu mandato

será exercido em toda a sua plenitude, em nome do povo

e na defesa dos interesses populares.”

(Adaptado de Paulo Bonavides e Roberto Amaral, Textos políticos da

história do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2002, vol. 7, p. 884.)

Sobre o contexto em que esse discurso foi pronunciado, é

possível afirmar o seguinte:

a) Enfrentando a oposição de setores conservadores,

Jango tentou usar as reformas de base, que deveriam

abranger a reforma agrária, a eleitoral, a educacional

e a financeira, para garantir apoio popular ao seu

mandato.

b) Quando Jango apresentou ao Congresso Nacional as

reformas de base, elas já haviam sido alteradas,

abrindo mão da reforma agrária, para agradar aos

setores conservadores, e não apenas às classes

populares.

c) Com as reformas de base, Jango buscou afastar a

fama de esquerdista, colocando na ilegalidade os

partidos comunistas, mas motivou a oposição de

militares e políticos nacionalistas, ao abrir o país ao

capital externo.

d) Jango desenvolveu um plano de reformas que

deveriam alterar essencialmente as carreiras dos

militares, o que desagradava muitos deles, mas

também reprimiu várias greves do período, irritando as

classes populares.

61) O ano de 1954 foi decisivo para Carlos Lacerda.

Os que conviveram com ele em 1954, 1955, 1957 (um dos

seus momentos intelectuais mais altos, quando o governo

Juscelino tentou cassar o seu mandato de deputado),

1961 e 1964 tinham consciência de que Carlos Lacerda,

em uma batalha política ou jornalística, era um trator em

ação, era um vendaval desencadeado não se sabe como,

mas que era impossível parar fosse pelo método que

fosse.

Hélio Fernandes. Carlos Lacerda, a morte antes da missão cumprida.

In: Tribuna da Imprensa, 22/5/2007 (com adaptações).

Com base nas informações do texto acima e em aspectos

relevantes da história brasileira entre 1954, quando

ocorreu o suicídio de Vargas (em grande medida, devido à

pressão política exercida pelo próprio Lacerda), e 1964,

quando um golpe de Estado interrompe a trajetória

democrática do país, conclui-se que

A) a cassação do mandato parlamentar de Lacerda

antecedeu a crise que levou Vargas à morte.

B) Lacerda e adeptos do getulismo, aparentemente

opositores, expressavam a mesma posição político-

ideológica.

C) a implantação do regime militar, em 1964, decorreu da

crise surgida com a contestação à posse de Juscelino

Kubitschek como presidente da República.

D) Carlos Lacerda atingiu o apogeu de sua carreira, tanto

no jornalismo quanto na política, com a instauração do

regime militar.

E) Juscelino Kubitschek, na presidência da República,

sofreu vigorosa oposição de Carlos Lacerda, contra

quem procurou reagir.

62) Leia o texto abaixo:

Onda é Honda

Quando a juventude é avançada,

emoção faz parte da elegância

Quem gosta de emoções fortes já pode comprá-las em

butique. A lojinha de moda feminima Voom-Voom, de São

Paulo, começou a exibir – entre vestidos de Mary Quant e

Miss Impact – duas motocicletas japonesas Honda: uma

de 50 cilindradas (2 milhões de cruzeiros velhos a prazo),

outra de 90 cilindradas (2 milhões e 700 mil cruzeiros vel-

hos a prazo). Em apenas duas semanas, os jovens paulistas

compraram mais de cinquenta motos (as de 50 cilindradas

não exigem carteira para dirigir) e, seguindo o estilo de

Steve McQueen no filme Fugindo do Inferno, lançam-se

aos tombos e à emoção das corridas. Uma das moças par-

ticipantes da nova onda (...) dirige sem carteira e define a

sensação de velocidade citando o especialista em cultura

de massa Edgar Morin, embora esquecendo o nome:

“É como diz aquele sociólogo francês: no carro a gente vê

a paisagem, mas na moto a gente está dentro da paisa-

gem, faz parte dela”.

Fonte: Revista Veja, 11 de setembro de 1968, nº 1, pág. 82

O trecho acima, retirado de um importante semaná-

rio brasileiro, descreve algumas formas de comporta-

mento e alguns hábitos de consumo de certa faixa da

juventude da época. Sobre isso, afirma-se:

I. Sabendo-se que o salário-mínimo da época equivalia a

cerca de 130 mil cruzeiros velhos, podemos dizer que essa

matéria estimulava o consumo das famílias com renda

inferior a um salário-mínimo.

II. A matéria dirige-se a parcelas da juventude com alto

poder aquisitivo, que se interessavam por modas e padrões

de comportamento divulgados por produções norte-ame-

ricanas de cinema e televisão.

III. Na década de 60, no Brasil e no mundo, a publicidade

dirigida aos jovens investia na identificação de juventude

com inovações e rebeldia. No texto, destacam-se as novida-

des tecnológicas e seus apelos à velocidade e às mudanças

no jeito de se vestir, como as minissaias lançadas por Mary

Quant e seus ares de transgressão juvenil.

São afirmativas corretas:

a) Somente I e II.b) Somente I e III.c) Somente II e III.d) Somente I.e) Somente II.

63) Responder à questão, sobre o regime militar no Brasil, com base no texto e nas afirmativas abaixo.

“Meu Brasil...

que sonha com a volta do irmão do Henfil

com tanta gente que partiu num rabo de foguete

chora a nossa pátria mãe gentil

choram Marias e Clarices no solo do Brasil”.

(“O bêbado e a equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc).

I. O verso “com tanta gente que partiu num rabo de foguete” expressa o clima vivido na época do regime militar(1964-1985), em que pessoas foram exiladas do país.

II. O verso “que sonha com a volta do irmão do Henfil” refere-se à esperança existente no Brasil em relação à anistia política.

III. O verso “chora a nossa pátria mãe gentil” faz alusão à política repressora que prendeu, torturou e assassinou pessoas que criticavam a ditadura militar.

A análise do texto e das afirmativas permite concluir que está correta a alternativa

A) IB) IIC) IIID) I e IIE) I, II e III

64) Leia o texto a seguir:

A Teologia da Libertação teve o seu apogeu nos anos 70 e

80. Propôs uma leitura histórica da morte e ressurreição

de Cristo, numa retomada da tradição messiânica de ori-

gem judaica. Organizando-se em pequenas comunidades

de leitura bíblica (as Comunidades Eclesiais de Base -

CEBs) ou em pastorais especializadas em movimentos

sociais (da terra, indígena, de menores etc.), desenvolveu

uma visão social das promessas cristãs de salvação.

Fonte: FERNANDES , Rubem César. Religião. Pouco Padre, Pouca Missa e Muita Festa. Dis-

ponível em: http://www2.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/artecult/religiao/

apresent/apresent.htm. Acesso em 26 de abril de 2009

O movimento mencionado no texto pode ser caracterizado:

a) por ser o principal representante da reforma protestante no Brasil.b) pelo seu combate à doutrina socialista na América Latina.c) pelas suas posições, que combinam religiosidade com a doutrina marxista.d) por sua postura conservadora de distanciamento dos movimentos revolucionários.e) pela sua defesa ao regime militar, inaugurado em 1964.

Gabarito: 1e; 2a; 3a; 4e; 5a; 6d; 7b; 8c; 9b; 10e; 11a; 12c; 13e; 14d; 15a; 16b; 17e; 18d; 19a; 20a; 21c; 22a; 23b; 24d; 25b; 26c; 27d; 28d; 29e; 30c; 31c; 32b; 33d; 34d; 35a; 36b; 37e; 38b;

39d; 40d; 41b; 42c; 43c; 44c; 45e; 46d; 47c; 48e; 49b; 50c; 51ª; 52d; 53a; 54a; 55a; 56e; 57e; 58d; 59e; 60a; 61e; 62a; 63e; 64c