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Aula 6 - Espectrometria de Emissão Atômica Julio C. J. Silva Juiz de Fora, 2013 Universidade Federal de Juiz de Fora Departamento de Química QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental

QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental Aula 6

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Page 1: QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental Aula 6

Aula 6 - Espectrometria de Emissão Atômica

Julio C. J. Silva

Juiz de Fora, 2013

Universidade Federal de Juiz de Fora

Departamento de Química

QUI 070 – Química Analítica V Análise Instrumental

Page 2: QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental Aula 6

2. Princípio

2.1. Espectrometria de emissão atômica Baseia-se na propriedade dos átomos ou íons (no estado

gasoso) de emitir (quando excitados) radiações com comprimento do onda () característicos nas regiões do UV-Vis (180 – 800 nm)

As energias do UV-Vis são suficientes apenas para

provocar transições que envolvem elétrons externos

Raio-X: provocam transições de elétrons mais próximos ao

núcleo (0,01 – 100 Å)

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2. Princípio

Page 4: QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental Aula 6

2.Princípio 2.4. Processos de Excitação, Ionização e Emissão

Page 5: QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental Aula 6

2.Princípio 2.4. Processos de Excitação, Ionização e Emissão

Ene

rgia (eletr

on-vo

lt,

eV)

2

3

4

5

1

3 s

4 s

5 s

6 s

3 p 3 p

4 p 4 p

5 p 5 p

3 d

4 d

Estado fundamental

Limite de ionização

1s22s22p63s1= configuração eletrônica do átomo de sódio

transição

3p3s 589 nm

4p3s 330 nm

3d3p 819 nm

4d3p 569 nm

Page 6: QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental Aula 6

2.5. O Espectro de Emissão Atômica

“O espectro de emissão pode ser usado para identificar o elemento na amostra”

H

Hg

Ne

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2.6.Obtenção de um espectro emissão/absorção

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2.7.Fontes de Excitação Para Emissão Atômica

Arco ou Centelha (Spark or Arc)

Chama (Flame Atomic Emission Spectrometry (FAES)) Plasma

Corrente direta (Direct-current plasma (DCP))

Microondas (Microwave-induced plasma (MIP))

Plasma Induzido (Inductively-coupled plasma (ICP))

Laser-induced breakdown (LIBS) – recente !!!!!

“Vaporizar a amostra e romper as ligações químicas das substâncias, atomizar e excitar elementos constituintes de uma amostra”

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Espectrometria de Emissão em Chama (AES)

“fotometria de chama”

Page 10: QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental Aula 6

Emissões em Chama

• Fotometria de chama ar/GLP ou ar/acetileno

• Emissão de átomos (Na, K, Li e Ca)

• Interferências espectrais

• Interferências químicas

“fotometria de chama”

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3.Instrumentação básica – Emissão Atômica

Page 12: QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental Aula 6

3.Instrumentação básica – Emissão Atômica

Page 13: QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental Aula 6

3.Instrumental

• Instrumentos isolam os da emissão filtros óticos ou monocromadores • Componentes básicos:

- Reguladores de pressão para os gases da chama (atomizador) - A pressão deve ser constante emissão constante (atomizador) - Nebulizador/Câmara de nebulização para introduzir a amostra na chama na forma de vapor

Page 14: QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental Aula 6

3.Instrumental – Sistema ótico

• Sistema ótico: Função de recolher a luz (radiação) emitida pela chama isolar a porte que interessa focar a luz sobre o detector

• A base de filtros e monocromadores • Detector deve possuir boa sensibilidade fototubos ou fotomultiplicadoras

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3.Instrumental – Fotômetros/Espectrofotômetros

• Fotômetros: - Utilizam filtros para isolar a faixa espectral de interesse - Usam chama de baixa temperatura - Instrumentos relativamente simples - Usados na determinação de Na, K, Li, Ca e Mg. • Espectrofotômetro: - Utilizam prisma ou rede de difração para isolar a faixa espectral de interesse - Usam chama com temperaturas mais altas - Instrumentos mais complexos - Determinação de mais de 60 elementos

Page 16: QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental Aula 6

3.Instrumental – Fotômetros/Espectrofotômetros

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5. Literatura

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5. Literatura

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5. Literatura

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20 Descargas atmosférica (plasmas de “ar”)

Espectrometria de Emissão em Plasma (ICPOES)

“Gás parcialmente ionizado à alta temperatura”

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21 Descargas Solares (plasma de H e He)

Emissões em Plasma

“Gás parcialmente ionizado à alta temperatura”

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22 Descargas atmosférica (Aurora Boreal)

Emissões em Plasma

“Gás parcialmente ionizado à alta temperatura”

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23 Descargas a Baixa Pressão (Lâmpada de plasmas )

Emissões em Plasma “Gás parcialmente ionizado à alta temperatura”

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Algumas características do ICP

Surgiu - década de 60 (Greenfield)

Divulgação - década de 70 ( !!!); Amplamente utilizada (sólidos, líquidos, gases): amostras metalúrgicas, ambientais, biológicas, alimentos, cosméticos, etc;

Boas sensibilidade, exatidão e precisão.

Amostra introduzida no plasma: solução aquosa

Page 25: QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental Aula 6

ICP como fonte de excitação

Qualquer fonte de matéria que tenha uma fração apreciável ( 1 %) de elétrons e íons positivos somando a átomos neutros, radicais e espécies moleculares.

São gases ionizados altamente energéticos (Ar, He, Xe, etc.)

Temperatura (6000 – 10.000 oC)

GFAAS e FAAS: 3300 oC !!!!!

Maior eficiência na decomposição Óxidos Compostos refratários

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ICP como fonte de excitação

X = Xn+ + n.e-

Tipos de plasma: DCP, ICP, MIP

Função: Atomização, ionização, excitar átomos e íons

Ar (15,76 eV) Espectro simples Analitos ( 70 elementos)

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Plasma de argônio (ICP)

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Fassel Plasma-Tocha

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Fassel Plasma-Tocha

• Bobina de RF: 40 MHz

• Vazão principal (Plasma): 15 L min-1

• Vazão de nebulização: 0,9 L min-1

• Vazão auxiliar: 1,0 mL min-1

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Processo de formação do ICP

A. entrada de Ar (He, Xe, etc.)

B. aplicação de campo de rádio-freqüência (RF), 27 ou 40 Mhz

C. geração de alguns e- livres (bobina tesla)

D. efeito cascata

E. Plasma

Skin effect

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Processo de formação do ICP

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Processo de formação do ICP

• Reservatório de energia

• e + Ar Ar+ + e + e

• Ar+ + e Ar* + h (UV)

• Efeito Bremsstrahlung (Vis) Radiação contínua (movimento dos e-)

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Processo de formação do plasma

Elemento 1a Eioniz. / eV

K 4,34

Ca 6,11

Cr 6,77

Mn 7,43

F 17,4

I 10,4

Ar 15,7

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Processo de formação do ICP

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Regiões do plasma IR: Região de indução PHZ: região de pré-aquecimento IRZ: região inicial de radiação NAZ: região analítica “Tail plume”: região de menor temperatura ( 6000 0C)

Caracterização Espacial do ICP

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Processos ocorrendo no ICP

MX M M+ M+*

M* a. Dessolvatação b. Vaporização c. Atomização d. Ionização e. Excitação iônica f. Excitação

- h

sólido

- h M (H2O)+,X-

MXn

solução gás átomo íon

a b c d e

f

(FAES, FAAS, GFAAS, TCAAS, HRAAS)

íon excitado

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Representação esquemática dos processos ocorrendo no plasma

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Processos ocorrendo no ICP

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Instrumentação - Introdução

Geradores de radiofreqüência

Sistema de introdução da amostra

Tocha e suas configurações

Interfaces

Espectrômetro

Detector

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Instrumentação - Introdução

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Instrumentação - Introdução

tocha de quartzo sistema óptico sistema de introdução da amostra dreno

sistema de gases dispositivo de controle

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Instrumentação - Introdução

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Sistema de Introdução da Amostra

“Amostras sólidas ou líquidas devem ser introduzidas no plasma de forma que elas possam ser realmente

atomizadas”

Câmara de nebulização: Seleção das gotas analiticamente úteis para serem convertidas em átomos e íons Nebulizador: Usam um fluxo gasoso em alta velocidade para criar um aerossol

Gás de nebulização

Solução

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Câmara de Nebulização

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Nebulizadores peneumáticos

“Usam um fluxo gasoso em alta velocidade para criar um aerossol”

Baixa concentração de sólidos dissolvidos (concêntricos)

Média concentração de sólidos (cross-flow)

Alta concentração de sólidos (Babington)

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Concêntrico (meinhard)

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Babington ( conc. de sólidos)

Babington

V-groove

Conespray

Fluxo cruzado (cross-flow)

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Modelo para o transporte do aerossol (nebulizador + câmara)

Processo de transporte e geração do aerossol da amostra

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Fluxo do plasma

Fluxo auxiliar

Fluxo nebulizador

Gerador de RF

Tocha • Mantém o plasma

• Proteção das paredes de quartzo

• Fluxo: 15 L min-1

• Direcionar o aerossol da amostra

• Fluxo: 0,5 – 1,0 L min-1

• Geração e condução do aerossol

• Tempo de residência

• Potência do plasma (0,7 – 1,5 kW)

• Freqüência: 27 ou 40 MHz

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Tocha

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Configuração da tocha

- + Interferência

+ - Caminho ótico

Visão Axial Visão Radial Parâmetros

Algumas características das configurações do ICP OES

(A)Visão Radial

(B) Visão Axial

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Configuração da tocha

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Interface

Proteger as janelas de entrada (interface ótica)

Prevenir depósitos de sais nas lentes

Reduzir efeitos de matriz

Estender a faixa dinâmica

“Responsável pela extração da região de menor temperatura (cauda) da plasma”

Page 55: QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental Aula 6

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Interface

Shear-gas interface (Perkin Elmer)

Argônio Nitrogênio Ar ( < 190 nm (UV): S, Se, Cl, etc.)

Gases

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Interface

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Interface

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Radio freqüência (RF) • Osciladores que proporcionam corrente alternada em

diferentes freqüências (27,12 MHz ou 40,68 MHz)

• Potencia máxima de 2,0 kW

• Amostras orgânicas requer alta eficiência

• Controlados por cristal (Crystal controlled) frequências fixas em 27,12 ou 40,68 MHz

• Gerador Free running (40 +/- 2 MHz)

• 40 MHz formação de um plasma mais “fino”

• Maior faixa linear dinâmica (menor auto absorção)

• Melhor sensibilidade

• Menor BG

• Menos interferências

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Radio freqüência (RF)

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Espectrômetro

• Monocromadores/Policromadores

• Separa a linha de emissão de um determinado elemento de radiação emitida por outros elementos e/ou moléculas presentes na matriz

• A separação da radiação policromática pode ser feita através da dispersão usando grades de difração

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Espectrômetro

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Espectrômetro

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Espectrômetro

visível

Ultra-violeta

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Espectrômetro

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Espectrômetro

Resolução

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6.7.4. Detector

Tubos fotomultiplicadores

Detectores de estado sólido

SCD (Segmented charge device)

CCD (Coupled charge device)

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Detector

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Quantificação (AES e ICPOES)

• Análise quantitativa - Equipamentos simples - Apresenta boa sensibilidade ± 2% (RSD – CV) - Sensibilidade varia com o elemento e com a temperatura da chama - Limite de detecção Depende do elemento e da temperatura da chama - Campo de aplicação fluidos biológicos, vegetais, alimentos, vidros, águas, etc.

• Métodos de avaliação - Curvas de calibração - Método das adições de padrão

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Análise Quantitativa

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Referências “Principles of Instrumental Analysis”. 5th ed., 1998; D.A. Skoog, FL Holler, T.A. Nieman. “Inductively Coupled Plasmas in Analytical Atomic Spectrometry”. 2 nd ed., 1992; A. Montasser, D. Golightly.

“Axially and radially viewed inductively coupled plasmas – a critical review”. Spectrochim. Acta Part B, 55 (2000) 1195-1240. “Química Analítica Instrumental - Notas de aula”. UFG, 1996; Farias, L.C. “Concepts, Intrumentation and Techinique in inductively Coupled Plasmas Atomic Emission Spectrometry”. Perkin Elmer, 1989; Boss, C.B., Fredeen, K.J. “Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-AES)”. CPG/CENA-USP, 1998; Giné, M.F. IUPAC – International Union of Pure and Applied Chemitry 2009; http://old.iupac.org/publications/analytical_compendium)