Quilombo Arnesto Penna

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    Quilombo Arnesto Penna Carneiro: resistncia da ancestralidade negra

    Ana Lcia Aguiar Melo Administradora/UFSM e Doutora em Cincia

    Poltica/UFRGS

    Dilmar Luiz Lopes Mestre em Educao/UFSM

    O objetivo central desta investigao compreender como os processos de

    desapropriao dos direitos quilombolas levou-os a resistirem por perodos muito longos

    em seus territrios atravs de formas organizativas prprias, a despeito da invisibilidade

    jurdica que circundou esta organizao. Com a formatao do relatrio scio

    antropolgico do Quilombo Arnesto Penna Carneiro e da cadeia dominial, exigncias

    tcnicas para o processo de titulao junto ao INCRA, estaremos colaborando com o

    cumprimento de etapas iniciais importantes no processo de reconhecimento do territrio

    dos remanescentes das comunidades quilombolas no Rio Grande do Sul, bem como

    contribuindo para alm da titulao das terras, com o empoderamento socioeconmico

    dessa comunidade.

    Introduo

    A escravido no mundo e, particularmente, no Brasil, foi investigada por

    pensadores que se destacaram na literatura especializada sobre as questes tnicas. Um

    dos estudos seminais sobre o tema est na obra de Gilberto Freire (1933) em Casa e

    Senzala, a qual retrata como a temtica da democracia racial pde se impor, inclusive

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    causando ressonncia no pas e no exterior. Esse mito ainda permanece como pano de

    fundo nas relaes que normatizam as questes tnicas.

    Contudo, Lvi-Strauss (1976) pode ser considerado o grande disseminador do

    conhecimento das relaes de gnero, raa e etnia.

    Nas dcadas de 1960 e 1970, novos estudos vo desmistificar as concepes sobre

    as relaes raciais no Brasil, entre eles, destacam-se a obra de Florestan Fernandes (1978)

    e Fernando Henrique Cardoso (1962).

    Dessa forma, as questes de identidade, territorialidade e etnia precisam ser

    investigadas para pensar aes que permitam superar o diagnstico de Carvalho (1995), o

    qual argumenta sobre a sensao de frustrao e de fracasso no encaminhamento da

    cidadania brasileira.

    Porm, estudos recentes, realizados com comunidades quilombolas do Rio Grande

    do Sul retratam que,

    na realizao desses estudos etnogrficos junto s Comunidades de So Miguel e

    Rinco dos Martimianos, a estreita conexo entre fontes escritas e orais permitiu

    conferir-se voz memria coletiva, trazendo a lume uma cultura de resistncia iniciada

    no perodo do escravismo e perpetuada como estratgia de emancipao e sobrevivncia

    como grupo tnico, fundamentando em seus integrantes a noo auto-identificada de

    remanescentes de quilombo.(HESSEL apud ANJOS e SILVA, 2004, p.7-8).

    Portanto, somente aps a Constituio de 1988 foi possvel estabelecer nova

    conexo com vistas ao resgate de parte da populao brasileira, principalmente

    comunidades quilombolas e indgenas que vivem sob a forma da invisibilidade jurdica,

    estando margem da sociedade.

    O quilombo e realidade histrica

    A histria social da colonizao no Rio Grande do Sul se caracteriza pela

    constante destruio dos territrios de resistncia das comunidades negras pela estrutura

    fundiria ora dominante.

    Destaca-se ento que regimes diferenciados de apropriao de recursos

    consolidaram fronteiras tnicas e territorializaram o Rio Grande do Sul. O esvaziamento

    com que a literatura sul-riograndense apresenta as terras a serem ocupadas por essas trs

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    ondas migratrias, sob o termo apropriao de terras devolutas registra a forma como

    os eurodescendentes varreram agrupamentos indgenas, caboclos e negros do mapa

    tnico do Estado.

    No contexto das disputas pela posse da terra no Rio Grande do Sul, a populao

    negra, no nosso entender, propulsora e precursora do desenvolvimento da economia

    gacha, atravs de sua utilizao no trabalho compulsrio das charqueadas e nas fazendas

    gachas uma das principais responsveis pela demarcao e guarda das fronteiras

    limtrofes do pas, como lutadores nas guerras Farroupilha e do Paraguai e como lutadores

    do pastoreio. Ocorre que em nenhum momento da historiografia oficial tem a comunidade

    negra reconhecida a sua importncia estratgica no processo de formao do Estado.

    Como conseqncia disso, as comunidades quilombolas, os agrupamentos negros

    que viviam em reas perifricas ou em pequenas glebas doadas por seus antigos senhores

    viram-se, com a lei de 1850, impossibilitados de legalizarem suas apropriaes, e

    passaram a ser considerados como ocupantes irregulares de terras devolutas. S as terras

    pouco produtivas e de difcil acesso ficaram preservadas da ganncia expansionista dos

    grandes latifundirios.

    Como de conhecimento, o uso do termo quilombo remonta ao perodo

    colonial, tendo se constitudo em um instrumento de represso ao que se apresentava

    como uma das principais formas de resistncia escravido: a fuga do cativeiro e

    esconderijo em locais de difcil acesso s foras repressivas. Enquanto categoria jurdicadesignava, portanto, uma afronta ordem instituda. Este significado se confrontava com

    o contedo semntico do idioma da matriz lingstica africana Banto: povoao e unio

    (Bandeira & Dantas, 2002: 217), acampamento guerreiro na floresta ou diviso

    administrativa (Leite, 1999: 126).

    Por remanescente de quilombos se entende hoje todo o agrupamento negro, rural ou

    urbano, constitudo durante o regime escravocrata ou logo aps a abolio, e que consolidou

    um territrio como forma de construo de um espao mnimo de autonomia, no interior do

    qual lograram a reproduo econmica, biolgica e social em condies adversas. A formao

    de tais territrios foi mediada por uma pluralidade de formas de acesso e usufruto da terra,

    constituindo regimes alternativos de posse e propriedade (Gusmo, 1995: 66), alm de ser

    intensamente moldado por uma memria coletiva e prticas culturais singulares. Alm da

    nfase particularidade de tal historicidade e territorialidade, considera-se que quilombo

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    vem a ser, portanto, o mote principal para se discutir uma parte da cidadania negada (Leite,

    1999: 141), a insero de fato de determinados segmentos em uma sociedade fortemente

    marcada por hierarquias raciais.

    Os estudos at aqui realizados apontam que a constituio de territrios

    negros, no transcorrer e aps o desmantelamento do regime escravocrata, se deu a partir

    das mais variadas estratgias: o tradicional esconderijo/refgio; doao testamental por

    parte do antigo senhor/estancieiro (chamadas de ddivas ou deixas); compra com

    pagamento no s em dinheiro, mas tambm com trabalho e/ou outros bens; posse de

    terrenos devolutos e imprprios s atividades produtivas dominantes; recompensa por

    participao em revolues. Tais estratgias de territorializao no so mutuamente

    excludentes. Pesquisas mais aprofundadas j realizadas em comunidades do Rio Grande

    do Sul e restante do Brasil indicam que reas recebidas como deixa, alm de abrigarem

    negros libertos e alforriados, se constituam em esconderijos preferenciais para escravos

    fugidos (Leite, 2002: 95; Anjos, 2004: 39).

    O processo de resistncia da ancestralidade negra retoma sua fora com o

    surgimento do quilombismo, conjunto de proposies lanado pelo ativista negro Abdias

    do Nascimento, o qual permeia o movimento negro a partir dos anos 80. Tal conjunto de

    proposies impulsionado pelas crticas intelectuais ao mito da democracia racial

    vigente no Brasil, pelo movimento dos negros americanos por direitos civis e pelas lutas

    anticoloniais da frica meridional.Porm, somente na esteira da intensa mobilizao ocorrida por ocasio do

    Centenrio da Abolio da Escravatura, festejado no ano de 1988, aprova-se na nova

    Constituio Federal o Art. 68 - Ato das Disposies Constitucionais Transitrias - onde

    se inscreveu que Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam

    ocupando suas terras reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes

    os ttulos respectivos.. Sugere a antroploga Ilka Boaventura Leite (1999: 134-135) que

    tal artigo s foi aprovado porque alguns setores polticos acreditavam tratar-se de alguns

    pequenos casos isolados, bons para produzir a visibilidade aos atos de governo e para

    colocar uma pedra definitiva em cima do assunto.

    importante ainda destacar a concepo de reparaes que orientou a

    interveno dos movimentos anti-racismo internacional e brasileiro nos ltimos anos, o

    que significou o reconhecimento pelo Estado - baseado nas decises da III Conferencia

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    Penna, Leandro Penna, Tomaz Penna e Cassimiro Penna receberam ento da viva

    proprietria da fazenda, cerca de 450 hectares de terras e seu sobrenome para que se

    instalassem, formando a comunidade. Da extenso de terras originariamente doadas,

    resta hoje apenas 1,5 hectares ocupados por 70 habitantes da linhagem do Arnesto Penna

    Carneiro e 5 hectares ocupados por 7 pessoas descendentes de Cassimiro Pena no atualQuilombo de Palmas. Os remanescentes quilombolas se encontram em extremo grau de

    pobreza e misria, distribudos em 13 residncias, sem qualquer tipo de saneamento

    bsico e com energia eltrica recebida atravs da Cooperativa de Eletrificao Rural

    Centro Jacu Ltda.

    Metodologia

    O resgate e valorizao da identidade e dos traos culturais de remanescentesquilombolas ser realizado por meio de um Relatrio Tcnico de Identificao e

    Delimitao, o qual segue a Instruo Normativa n 20 de 19/09/2005 Incra. Est

    presente, portanto, nessa investigao a perspectiva antropolgica, espacial, econmica e

    scio-cultural do territrio de remanescentes de quilombo. Ser necessrio aplicar

    tcnicas de histria oral e etnogrfica, informaes cartogrficas, fundirias,

    agronmicas, ecolgicas, geogrficas, socioeconmicas e histricas para cumprir todas as

    etapas que compem a concretizao do acesso titularidade das terras remanescentes

    quilombolas.

    Pretende-se, atravs da histria oral e etnogrfica, instalar um processo metdico

    de escuta ativa, onde o dilogo interage entre o pesquisador e os atores sociais do

    quilombo, focando nos atores quilombolas a forma dialtica de se buscar o

    empoderamento da comunidade e assim compor todo o processo scio-antropolgico e

    histrico e territorial do quilombo.

    A planta e memorial descritivo do permetro do territrio ser determinado de

    acordo com o levantamento fundirio, cartogrfico, e geogrfico do territriooriginariamente denominado Quilombo Arnesto Penna Carneiro.

    Os estudos dessa temtica com base na histria, no direito e na antropologia

    cuidaro do levantamento para a etapa essencial da efetiva condio de empoderamento

    territorial e social da comunidade, pois determinar as atividades de produo comercial e

    de subsistncia, a composio familiar, as relaes scio-culturais e econmicas da

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    comunidade culminaro com o cadastramento das famlias remanescentes de quilombolas

    (formulrio SIPRA), passo importante para o resgate da ancestralidade negra do

    quilombo.

    Consideraes Finais

    O reconhecimento da comunidade quilombola e da titularidade do territrio

    remete busca da correo dos erros cometidos com a desapropriao destas terras. A

    visibilidade jurdica do territrio quilombola ir empoder-los na correlao de foras

    necessria para a atuao nas dimenses poltica, econmica, jurdica e sociais. O

    reconhecimento da comunidade e de sua territorialidade restaura no s a dignidade, a

    integridade fsica e psicolgica do segmento atingido mas promove o resgate do

    patrimnio cultural, artstico, religioso e principalmente a insero social e econmica

    dos segmentos de afrodescendentes atingidos pela herana criminosa do racismo e da

    excluso social.

    E para enfatizar, como j argumentou Chagas (2001),

    ....Com este entendimento, pode-se prever que considerveis prejuzos ocorreriam

    se porventura venha-se a suprimir da discusso sobre o direito a acessar a "terra" osentido vital que essas comunidades lhe conferem. Quer dizer, a concepo da terra

    enquanto territrio socialmente ocupado evidentemente chave para a vida desse grupo.

    O modo como essas famlias "guardam" sua memria nessas estruturas narrativas,

    inscritas sobre o territrio, est intimamente relacionado com a sua capacidade de

    imaginar o futuro, a partir da sua prpria condio de existncia. Neste sentido, de fato,

    importante considerar que dispor deste territrio representa apropriar-se da prpria

    histria do grupo, das relaes de lealdade e solidariedade, do parentesco, da

    religiosidade, da ritualidade festiva e das expectativas futuras projetadas sobre ele.

    Bem mais que reconhecimento das terras quilombolas e o resgate da cidadania para

    a comunidade, o Estado prepara aes com as disposies do Art. 68 das ADCT que reparam

    situaes criadas por sculos de escravismo e discriminao que culminaram com um Brasil

    to desigual hoje.

    O processo de reconhecimento da Associao Quilombola Arnesto Penna Carneiro

    se deu pelo auto-reconhecimento junto a Fundao Palmares e junto ao Incra/RS em 2006.

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    Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria, atravs da Pr-Reitoria de Extenso e

    do Ncleo de Estudos Contemporneos do Departamento de Cincias Sociais firmaro

    convnio junto Prefeitura Municipal de Santa Maria, ( atravs da Secretaria de Direitos

    Humanos e Assistncia Social Coordenadoria de Promoo da Igualdade Racial e junto ao

    Ministrio do Desenvolvimento Agrrio INCRA/RS para a realizao do Relatrio Tcnicode Identificao, pea fundamental para o processo de titulao da terra quilombola.

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