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8/2/2019 Quilombo Arnesto Penna
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Quilombo Arnesto Penna Carneiro: resistncia da ancestralidade negra
Ana Lcia Aguiar Melo Administradora/UFSM e Doutora em Cincia
Poltica/UFRGS
Dilmar Luiz Lopes Mestre em Educao/UFSM
O objetivo central desta investigao compreender como os processos de
desapropriao dos direitos quilombolas levou-os a resistirem por perodos muito longos
em seus territrios atravs de formas organizativas prprias, a despeito da invisibilidade
jurdica que circundou esta organizao. Com a formatao do relatrio scio
antropolgico do Quilombo Arnesto Penna Carneiro e da cadeia dominial, exigncias
tcnicas para o processo de titulao junto ao INCRA, estaremos colaborando com o
cumprimento de etapas iniciais importantes no processo de reconhecimento do territrio
dos remanescentes das comunidades quilombolas no Rio Grande do Sul, bem como
contribuindo para alm da titulao das terras, com o empoderamento socioeconmico
dessa comunidade.
Introduo
A escravido no mundo e, particularmente, no Brasil, foi investigada por
pensadores que se destacaram na literatura especializada sobre as questes tnicas. Um
dos estudos seminais sobre o tema est na obra de Gilberto Freire (1933) em Casa e
Senzala, a qual retrata como a temtica da democracia racial pde se impor, inclusive
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causando ressonncia no pas e no exterior. Esse mito ainda permanece como pano de
fundo nas relaes que normatizam as questes tnicas.
Contudo, Lvi-Strauss (1976) pode ser considerado o grande disseminador do
conhecimento das relaes de gnero, raa e etnia.
Nas dcadas de 1960 e 1970, novos estudos vo desmistificar as concepes sobre
as relaes raciais no Brasil, entre eles, destacam-se a obra de Florestan Fernandes (1978)
e Fernando Henrique Cardoso (1962).
Dessa forma, as questes de identidade, territorialidade e etnia precisam ser
investigadas para pensar aes que permitam superar o diagnstico de Carvalho (1995), o
qual argumenta sobre a sensao de frustrao e de fracasso no encaminhamento da
cidadania brasileira.
Porm, estudos recentes, realizados com comunidades quilombolas do Rio Grande
do Sul retratam que,
na realizao desses estudos etnogrficos junto s Comunidades de So Miguel e
Rinco dos Martimianos, a estreita conexo entre fontes escritas e orais permitiu
conferir-se voz memria coletiva, trazendo a lume uma cultura de resistncia iniciada
no perodo do escravismo e perpetuada como estratgia de emancipao e sobrevivncia
como grupo tnico, fundamentando em seus integrantes a noo auto-identificada de
remanescentes de quilombo.(HESSEL apud ANJOS e SILVA, 2004, p.7-8).
Portanto, somente aps a Constituio de 1988 foi possvel estabelecer nova
conexo com vistas ao resgate de parte da populao brasileira, principalmente
comunidades quilombolas e indgenas que vivem sob a forma da invisibilidade jurdica,
estando margem da sociedade.
O quilombo e realidade histrica
A histria social da colonizao no Rio Grande do Sul se caracteriza pela
constante destruio dos territrios de resistncia das comunidades negras pela estrutura
fundiria ora dominante.
Destaca-se ento que regimes diferenciados de apropriao de recursos
consolidaram fronteiras tnicas e territorializaram o Rio Grande do Sul. O esvaziamento
com que a literatura sul-riograndense apresenta as terras a serem ocupadas por essas trs
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ondas migratrias, sob o termo apropriao de terras devolutas registra a forma como
os eurodescendentes varreram agrupamentos indgenas, caboclos e negros do mapa
tnico do Estado.
No contexto das disputas pela posse da terra no Rio Grande do Sul, a populao
negra, no nosso entender, propulsora e precursora do desenvolvimento da economia
gacha, atravs de sua utilizao no trabalho compulsrio das charqueadas e nas fazendas
gachas uma das principais responsveis pela demarcao e guarda das fronteiras
limtrofes do pas, como lutadores nas guerras Farroupilha e do Paraguai e como lutadores
do pastoreio. Ocorre que em nenhum momento da historiografia oficial tem a comunidade
negra reconhecida a sua importncia estratgica no processo de formao do Estado.
Como conseqncia disso, as comunidades quilombolas, os agrupamentos negros
que viviam em reas perifricas ou em pequenas glebas doadas por seus antigos senhores
viram-se, com a lei de 1850, impossibilitados de legalizarem suas apropriaes, e
passaram a ser considerados como ocupantes irregulares de terras devolutas. S as terras
pouco produtivas e de difcil acesso ficaram preservadas da ganncia expansionista dos
grandes latifundirios.
Como de conhecimento, o uso do termo quilombo remonta ao perodo
colonial, tendo se constitudo em um instrumento de represso ao que se apresentava
como uma das principais formas de resistncia escravido: a fuga do cativeiro e
esconderijo em locais de difcil acesso s foras repressivas. Enquanto categoria jurdicadesignava, portanto, uma afronta ordem instituda. Este significado se confrontava com
o contedo semntico do idioma da matriz lingstica africana Banto: povoao e unio
(Bandeira & Dantas, 2002: 217), acampamento guerreiro na floresta ou diviso
administrativa (Leite, 1999: 126).
Por remanescente de quilombos se entende hoje todo o agrupamento negro, rural ou
urbano, constitudo durante o regime escravocrata ou logo aps a abolio, e que consolidou
um territrio como forma de construo de um espao mnimo de autonomia, no interior do
qual lograram a reproduo econmica, biolgica e social em condies adversas. A formao
de tais territrios foi mediada por uma pluralidade de formas de acesso e usufruto da terra,
constituindo regimes alternativos de posse e propriedade (Gusmo, 1995: 66), alm de ser
intensamente moldado por uma memria coletiva e prticas culturais singulares. Alm da
nfase particularidade de tal historicidade e territorialidade, considera-se que quilombo
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vem a ser, portanto, o mote principal para se discutir uma parte da cidadania negada (Leite,
1999: 141), a insero de fato de determinados segmentos em uma sociedade fortemente
marcada por hierarquias raciais.
Os estudos at aqui realizados apontam que a constituio de territrios
negros, no transcorrer e aps o desmantelamento do regime escravocrata, se deu a partir
das mais variadas estratgias: o tradicional esconderijo/refgio; doao testamental por
parte do antigo senhor/estancieiro (chamadas de ddivas ou deixas); compra com
pagamento no s em dinheiro, mas tambm com trabalho e/ou outros bens; posse de
terrenos devolutos e imprprios s atividades produtivas dominantes; recompensa por
participao em revolues. Tais estratgias de territorializao no so mutuamente
excludentes. Pesquisas mais aprofundadas j realizadas em comunidades do Rio Grande
do Sul e restante do Brasil indicam que reas recebidas como deixa, alm de abrigarem
negros libertos e alforriados, se constituam em esconderijos preferenciais para escravos
fugidos (Leite, 2002: 95; Anjos, 2004: 39).
O processo de resistncia da ancestralidade negra retoma sua fora com o
surgimento do quilombismo, conjunto de proposies lanado pelo ativista negro Abdias
do Nascimento, o qual permeia o movimento negro a partir dos anos 80. Tal conjunto de
proposies impulsionado pelas crticas intelectuais ao mito da democracia racial
vigente no Brasil, pelo movimento dos negros americanos por direitos civis e pelas lutas
anticoloniais da frica meridional.Porm, somente na esteira da intensa mobilizao ocorrida por ocasio do
Centenrio da Abolio da Escravatura, festejado no ano de 1988, aprova-se na nova
Constituio Federal o Art. 68 - Ato das Disposies Constitucionais Transitrias - onde
se inscreveu que Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam
ocupando suas terras reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes
os ttulos respectivos.. Sugere a antroploga Ilka Boaventura Leite (1999: 134-135) que
tal artigo s foi aprovado porque alguns setores polticos acreditavam tratar-se de alguns
pequenos casos isolados, bons para produzir a visibilidade aos atos de governo e para
colocar uma pedra definitiva em cima do assunto.
importante ainda destacar a concepo de reparaes que orientou a
interveno dos movimentos anti-racismo internacional e brasileiro nos ltimos anos, o
que significou o reconhecimento pelo Estado - baseado nas decises da III Conferencia
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Penna, Leandro Penna, Tomaz Penna e Cassimiro Penna receberam ento da viva
proprietria da fazenda, cerca de 450 hectares de terras e seu sobrenome para que se
instalassem, formando a comunidade. Da extenso de terras originariamente doadas,
resta hoje apenas 1,5 hectares ocupados por 70 habitantes da linhagem do Arnesto Penna
Carneiro e 5 hectares ocupados por 7 pessoas descendentes de Cassimiro Pena no atualQuilombo de Palmas. Os remanescentes quilombolas se encontram em extremo grau de
pobreza e misria, distribudos em 13 residncias, sem qualquer tipo de saneamento
bsico e com energia eltrica recebida atravs da Cooperativa de Eletrificao Rural
Centro Jacu Ltda.
Metodologia
O resgate e valorizao da identidade e dos traos culturais de remanescentesquilombolas ser realizado por meio de um Relatrio Tcnico de Identificao e
Delimitao, o qual segue a Instruo Normativa n 20 de 19/09/2005 Incra. Est
presente, portanto, nessa investigao a perspectiva antropolgica, espacial, econmica e
scio-cultural do territrio de remanescentes de quilombo. Ser necessrio aplicar
tcnicas de histria oral e etnogrfica, informaes cartogrficas, fundirias,
agronmicas, ecolgicas, geogrficas, socioeconmicas e histricas para cumprir todas as
etapas que compem a concretizao do acesso titularidade das terras remanescentes
quilombolas.
Pretende-se, atravs da histria oral e etnogrfica, instalar um processo metdico
de escuta ativa, onde o dilogo interage entre o pesquisador e os atores sociais do
quilombo, focando nos atores quilombolas a forma dialtica de se buscar o
empoderamento da comunidade e assim compor todo o processo scio-antropolgico e
histrico e territorial do quilombo.
A planta e memorial descritivo do permetro do territrio ser determinado de
acordo com o levantamento fundirio, cartogrfico, e geogrfico do territriooriginariamente denominado Quilombo Arnesto Penna Carneiro.
Os estudos dessa temtica com base na histria, no direito e na antropologia
cuidaro do levantamento para a etapa essencial da efetiva condio de empoderamento
territorial e social da comunidade, pois determinar as atividades de produo comercial e
de subsistncia, a composio familiar, as relaes scio-culturais e econmicas da
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comunidade culminaro com o cadastramento das famlias remanescentes de quilombolas
(formulrio SIPRA), passo importante para o resgate da ancestralidade negra do
quilombo.
Consideraes Finais
O reconhecimento da comunidade quilombola e da titularidade do territrio
remete busca da correo dos erros cometidos com a desapropriao destas terras. A
visibilidade jurdica do territrio quilombola ir empoder-los na correlao de foras
necessria para a atuao nas dimenses poltica, econmica, jurdica e sociais. O
reconhecimento da comunidade e de sua territorialidade restaura no s a dignidade, a
integridade fsica e psicolgica do segmento atingido mas promove o resgate do
patrimnio cultural, artstico, religioso e principalmente a insero social e econmica
dos segmentos de afrodescendentes atingidos pela herana criminosa do racismo e da
excluso social.
E para enfatizar, como j argumentou Chagas (2001),
....Com este entendimento, pode-se prever que considerveis prejuzos ocorreriam
se porventura venha-se a suprimir da discusso sobre o direito a acessar a "terra" osentido vital que essas comunidades lhe conferem. Quer dizer, a concepo da terra
enquanto territrio socialmente ocupado evidentemente chave para a vida desse grupo.
O modo como essas famlias "guardam" sua memria nessas estruturas narrativas,
inscritas sobre o territrio, est intimamente relacionado com a sua capacidade de
imaginar o futuro, a partir da sua prpria condio de existncia. Neste sentido, de fato,
importante considerar que dispor deste territrio representa apropriar-se da prpria
histria do grupo, das relaes de lealdade e solidariedade, do parentesco, da
religiosidade, da ritualidade festiva e das expectativas futuras projetadas sobre ele.
Bem mais que reconhecimento das terras quilombolas e o resgate da cidadania para
a comunidade, o Estado prepara aes com as disposies do Art. 68 das ADCT que reparam
situaes criadas por sculos de escravismo e discriminao que culminaram com um Brasil
to desigual hoje.
O processo de reconhecimento da Associao Quilombola Arnesto Penna Carneiro
se deu pelo auto-reconhecimento junto a Fundao Palmares e junto ao Incra/RS em 2006.
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Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria, atravs da Pr-Reitoria de Extenso e
do Ncleo de Estudos Contemporneos do Departamento de Cincias Sociais firmaro
convnio junto Prefeitura Municipal de Santa Maria, ( atravs da Secretaria de Direitos
Humanos e Assistncia Social Coordenadoria de Promoo da Igualdade Racial e junto ao
Ministrio do Desenvolvimento Agrrio INCRA/RS para a realizao do Relatrio Tcnicode Identificao, pea fundamental para o processo de titulao da terra quilombola.
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