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quinta-feira, 16 de maio de 13

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POLÍTICAS PÚBLICASAula 03

Prof.a Dr.a Maria das Graças Rua

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AS RELAÇÕES DE PODER ENTRE OS ATORES NAS POLÍTICAS PÚBLICAS

Os atores se diferenciam quanto aos seus interesses materiais ou ideais e quanto às suas capacidades e seu poder.

Elementos do poder que afetam as políticas públicas:

• Recursos de poder: riqueza, força, informação, conhecimento, prestígio, popularidade, relações sociais, reputação, etc.

• Habilidades no uso dos recursos de poder;• Modos de exercício do poder: persuasão, manipulação,

promessas, ameaças, etc.• Atitudes dos atores: reconhecimento, percepções e

expectativas(reações previstas)

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O poder político é concentrado em uma elite ou classe dirigente, que governa a maioria. A política é o resultado das preferências e valores das elites governamentais (políticos, burocratas, magistrados, etc). A sociedade não define a política pública, os indivíduos em geral são pouco informados, não conhecem suas próprias demandas e as elites moldam as suas opiniões.

Porém as elites não podem continuamente impor seus interesses às massas, têm que fazer concessões para permanecer no poder.

Caso isso não ocorra, podem ser substituídas por outra elite.

AS RELAÇÕES DE PODERENTRE OS ATORES NAS POLÍTICAS1 - Elitistas

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capacidade de organização +posse de atributos socialmente valorizados

a “Lei de Ferro da Oligarquia” elites organizacionais

“elite do poder” (complexo industrial-militar)

os administradores (executivos de corporações) são a elite do poder

poder das burocracias

Triângulos de ferro

duas faces do poder (não-decisão)

a terceira face do poder conflitos latentes

Mosca

Michels

C.W.Mills

Burnham

Lowi, Lipsky, Peters

Adams e outros

Bachrach & Baratz

Lukes

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No pensamento elitista, o poder é visto como concentrado nas mãos de uma minoria: elites das diversas organizações burocráticas da sociedade (grandes empresas, universidades, agências governamentais, sindicatos de trabalhadores, partidos políticos, forças armadas, etc.).

O poder da elite, por sua vez, baseia-se em fontes variadas: a ocupação de cargos formais, saúde financeira, experiência técnica, conhecimento, reputação de família, etc.

Para se perpetuarem, estas elites coordenam suas atividades entre si e cooperam para o desenvolvimento de políticas que beneficiam a maioria. A resolução de conflitos, todavia, se dá entre os donos do poder em arenas restritas, centralizadas, estáveis e formais.

AS RELAÇÕES DE PODERENTRE OS ATORES NAS POLÍTICAS1 - Elitistas

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Marx/Engels o poder é concentrado; é poder de classe social, pois a classe que domina os meios de produção econômica domina também os demais meios de produção: política, jurídica, etc. o Estado é o comitê executivo dos interesses da burguesia (classe) As políticas públicas expressam a configuração das relações e das lutas de classe em uma dada sociedade.

Democracias burguesas o poder político é exercido em nome dos proprietários dos meios de produção (capitalistas) isso define as políticas públicas reproduzem os interesse da acumulação do capital

AS RELAÇÕES DE PODERENTRE OS ATORES NAS POLÍTICAS2 - Marx e neo-marxistas

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Estado dispõe de autonomia relativa frente à burguesia, podendo adotar políticas contrárias aos seus interesses imediatos para proteger seus interesses de longo prazo.

dependência estrutural do Estado em relação aos interesses de longo prazo do capitalismo (acumulação X legitimação). Tem que adotar políticas que favoreçam a acumulação de capital e extrair recursos da atividade econômica para financiar políticas de bem estra

Poulantzas

Offe

Neo-marxistas:

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No pensamento marxista, o foco recai sobre as instituições básicas da propriedade e as relações objetivas de classe daí resultantes.

O poder está nas mãos da classe que se beneficia continuamente destas instituições, e tem o controle dos meios de produção e hegemonia cultural em um determinado período histórico.

O Estado não é uma entidade neutra, mas sim um instrumento da classe dominante; e usa não somente instrumentos de repressão, mas também variados recursos ideológicos para atuar como auxiliar do processo de acumulação de capital.

Para isso, é capaz de manipular valores visando manter os conflitos em forma latente (não manifesta), fazendo com que os atores desprivilegiados aceitem como sendo favoráveis as decisões que são

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Os indivíduos se organizam em grupos e têm múltiplos interesses e afiliações, fazendo alianças contextuais, à base de interesses tangenciais. Os grupos são vistos como o meio de intermediação entre os indivíduos e os governos.

Numa sociedade aberta, o poder encontra-se disperso entre os diversos grupos, não se concentra em nenhum deles. Os recursos de poder são variados (não somente econômicos).

As decisões em políticas públicas são vistas como resultado das interações dos grupos: conflitos, associações, barganhas, coalizões, etc.

A política pública representaria o ponto de equilíbrio alcançado, em

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Principais tipos de grupos

GRUPO DE INTERESSE “Qualquer grupo que, à base de um ou mais comportamentos de participação, leva adiante certas reivindicações em relação a outros grupos sociais, com o fim de impedir, instaurar, manter ou ampliar formas de comportamento condizentes com seus interesses.” GRUPO DE PRESSÃO “Grupo baseado em uma organização formal, que busca, através do uso de sanções positivas ou negativas, ou de promessa ou ameaça de uso dessas, atingir a consecução de seu objetivo maior: influenciar as decisões tomadas pelo poder público, tanto para mudar a distribuição prevalecente de bens, serviços, honras e oportunidades, como para conservá-la frente à ameaça de intervenção de outros

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“Quem ganha o quê, como e quando?” A análise das decisões nas políticas públicas mostra que o resultado da disputa política não beneficia sempre os mesmos grupos.

“Who Governs?” Todos os grupos têm alguma capacidade de influir no processo decisório das políticas públicas. Crítica ao modelo da elite dirigente” - Elite precisa ser grupo específico e homogêneo; possuir identidade programática; e obter sempre decisões favoráveis.

a provisão de bens públicos resulta da lógica da ação coletiva dos grandes e pequenos grupos. A racionalidade das escolhas individuais nem sempre conduz a resultados coletivos racionais.

Nas democracias orientadas para o mercado há atores com posições privilegiadas, especialmente as corporações.

Triângulos de Ferroas relações de troca de apoio mútuo entre políticos, burocratas e grupos de interesses é que definem as

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Lasswell

Dahl

Olson

Lindblom

Gordon Adams, Francis Rourke

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Para o pensamento pluralista, o poder político é amplamente distribuído entre os vários e diferentes indivíduos e grupos.

Nenhum indivíduo ou grupo está completamente desprovido de poder, assim como nenhum grupo prevalece completamente sobre qualquer outro, pois os recursos de poder _ tais como dinheiro, informação, conhecimento, votos, ocupação de cargos formais, etc. _ costumam ser dispersos.

Isso faz com que a inclusão de uma demanda na agenda e uma decisão favorável a qualquer grupo, dependa da sua capacidade de se organizar,

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Não são só os indivíduos ou grupos que têm poder relevante influenciam as políticas públicas. As regras formais e informais que regem as instituições também as afetam. A luta pelo poder e por recursos entre grupos sociais, que é o cerne da formulação de políticas públicas, é mediada por instituições políticas e econômicas que levam as políticas públicas para certa direção e privilegiam alguns grupos em detrimento de outros.

MAS as instituições sozinhas não desempenham todos os papéis.

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Questão inicial indivíduos têm objetivos, enquanto uma coletividade não. Problema: Como encontrar algum conceito de objetivo organizacional que seja consistente com a aparente impossibilidade da sua existência?

A abordagem proposta é: através de coalizões, onde os interesses são trabalhados e agrupados a partir dos pontos comuns, construindo uma teia que passa a representar o funcionamento da organização.

As coalizões são geradas a partir de crenças, opiniões, ideias e objetivos dos atores envolvidos no processo do “fazer” política pública.

Essas ideias e crenças, unidas a recursos políticos, concretizam os objetivos e interesses dos atores.

ADVOCACY COALITION FRAMEWORK – ACF ou Coalizões de Defesa (Sabatier e Jenkins-Smith, 1993)

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Uma coalizão de defesa pode ser formada por vários atores que compartilham um conjunto de convicções, valores e idéias; e que procuram manipular as regras, os orçamentos e o pessoal das instituições governamentais a fim de alcançar seus objetivos.

A política pública é vista como um conjunto de subsistemas normalmente estáveis e vinculados a acontecimentos externos. Cada subsistema que integra uma política pública é composto por um conjunto de coalizões de defesa que se distinguem pelos seus valores, crenças e idéias e pelos recursos de que dispõem.

Coalizões minoritárias tendem a permanecer coesas por muito mais tempo, em busca de poder e realizações dos objetivos.

Coalizões majoritárias tendem a perder coesão no decorrer do tempo, já que, talvez por ser o “status quo”, não têm a necessidade de manter um estado constante de vigilância e beligerância.

ADVOCACY COALITION FRAMEWORK – ACF ou Coalizões de Defesa (Sabatier e Jenkins-Smith, 1993)

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Coalizões de defesa interagem com muitas organizações diferentes.

Dentro da coalizão, as agências administrativas irão geralmente defender posições mais centristas do que seus grupos de interesses aliados e tomar decisões menos extremadas do que eles.

Porém não devem ser vistas como “monolíticas” e coesas pois diferentes seções da mesma agência podem se aliar a diferentes coalizões e a posição exposta oficialmente pela agência pode não ser seguida por seus subordinados.

As agências governamentais são relativamente autônomas e por isso tendem a tentar minar a influência e os recursos das agências rivais, a fim de obter maior vantagem competitiva na realização de seus interesses.

ADVOCACY COALITION FRAMEWORK – ACF ou Coalizões de Defesa (Sabatier e Jenkins-Smith, 1993)

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POLICY NETWORKSRedes ou ‘networks’ são arranjos interativos geralmente informais  entre atores públicos e/ou privados constituídos em torno de interesses compartilhados.

Características específicas escassa estrutura organizacional; baixo controle da entrada e da saída; estrutura horizontal de competências; interdependência; autonomia; alta densidade comunicacional; e, interrelacionado com isso, um controle mútuo comparativamente intenso.

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“Policy networks” são redes de relações sociais que se repetem periodicamente, mas que se mostram menos formais e delineadas do que as instituições nas quais ocorre uma distribuição específica de papeis organizacionais.(Frey, 1995)

Todavia, essas redes sociais evidenciam-se suficientemente regulares, para que possa surgir confiança entre seus integrantes e se estabelecer opiniões e valores comuns.

Uma “policy community”, é uma comunidade de especialistas e de pessoas diversas, que se reconhecem mutuamente, compartilham interesses, opiniões e valores, e estão dispostos a investir recursos variados esperando um retorno futuro, dado por uma política pública que favoreça suas demandas.

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Redes de atores que não se relacionam com uma política setorial como um todo (por exemplo a política de saúde ou de meio ambiente), mas apenas com algumas questões mais estreitamente delimitadas (por exemplo um projeto de reciclagem de lixo, ou a criação e implementação de uma zona de proteção ambiental), são chamadas de “issue (Frey, 1995)

Para a análise de políticas públicas as 'policy networks' ou 'issue networks' são de grande importância, sobretudo enquanto fatores dos processos de conflitos e das alianças na vida político-administrativa. A força deste modelo está na possibilidade de investigação dos padrões das relações entre atores individuais e grupais.

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Nas democracias mais consolidadas observa-se que os membros das “policy networks” costumam rivalizar entre si, mas acabam criando laços internos de solidariedade, o que lhes possibilita se defender e agir contra outras “policy networks”, consideradas concorrentes. (Frey, 1995)

Em consequência das policy networks, crescentemente, "as fronteiras e delimitações entre as burocracias estatais, os políticos e os grupos de interesse envolvidos na definição das políticas se desfazem".

Na luta por escassos recursos financeiros, surgem relações de cumplicidades setoriais, tendo como objetivo comum a

(Frey, 1995)

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