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VII ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA EMBRAPA AGROINDÚSTRIA TROPICAL R E S U M O S

R E S U M O S - cnpat.embrapa.br · e ‘BRS Pontal’' (cultivar de grão carioca de feijoeiro comum) são resultado de um programa de melhoramento genético da Embrapa e possuem

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VII ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA

EMBRAPA AGROINDÚSTRIA TROPICAL

R E S U M O S

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Agroindústria Tropical Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

VII ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA

EMBRAPA AGROINDÚSTRIA TROPICAL

R E S U M O S

2 e 3 de julho de 2009

Organizadores

Andréia Hansen Oster

Ana Cristina P. P. de Carvalho

Maria Elisabeth Barros de Oliveira

Roselayne Ferro Furtado

Fortaleza, CE 2009

Embrapa Agroindústria Tropical Rua Dra. Sara Mesquita 2270, Pici CEP 60511-110 Fortaleza, CE Caixa Postal 3761 Fone: (85) 3391-7100 Fax: (85) 3391-7109 Home page: www.cnpat.embrapa.br Comitê de Publicações da Embrapa Agroindústria Tropical

Presidente: Antonio Teixeira Cavalcanti Júnior Secretário-Executivo: Marco Aurélio da Rocha Melo Membros: João Paulo Saraiva Morais, Jorge Anderson Guimarães, Antonio

Calixto Lima, José Américo Bordini do Amaral, Diva Correia, Ana Fátima Costa Pinto

Supervisão editorial: Marco Aurélio da Rocha Melo Revisão de texto: Jane Maria Ferreira Cabral Normalização bibliográfica: Ana Fátima Costa Cid Editoração eletrônica: Arilo Nobre de Oliveira Textos e opiniões contidos nesta obra são de inteira responsabilidade de seus autores. Versão eletrônica Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei n.o 9.610).

CIP – Brasil. Catalogação-na-publicação Embrapa Agroindústria Tropical

______________________________________________________________________

Encontro de Iniciação Científica da Embrapa Agroindústria Tropical (7.: 2009: Fortaleza, CE).

Resumos.../ Organizado por Andréia Hansen Oster... [et. al.]. – Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2009.

58 p.

Iniciação Científica – Congresso. I. Oster, Andréia Hansen. II. Carvalho, Ana Cristina P. P. de. III. Oliveira, Maria Elisabeth Barros de. IV. Furtado, Roselayne Ferro. V. Título.

CDD 630.72 ______________________________________________________________________

© Embrapa 2009

Apresentação

A Iniciação Cientifica é uma modalidade de formação técnico-científica que permite

introduzir os estudantes de graduação em atividades de pesquisa, na perspectiva de

formar os cientistas do futuro.

Neste cenário, a Embrapa Agroindústria Tropical como instituição responsável pela

formação de cientistas do futuro promoveu o VII Encontro de Iniciação Científica da

Embrapa, nos dias 2 e 3 de julho de 2009. O Encontro contou com 46 trabalhos

inscritos, contemplando as áreas de Ciência e Tecnologia de Alimentos,

Socioeconomia, Gestão e Engenharia Ambiental, Proteção de Plantas, Fisiologia e

Tecnologia Pós-Colheita e Melhoramento, Biologia Molecular e Vegetal.

Durante os encontros de Iniciação Científica, os estagiários têm a oportunidade de

apresentar seus trabalhos, e discutir os resultados e experiências alcançados com a

comunidade acadêmica.

É com muita satisfação que apresentamos os resumos do VII Encontro de Iniciação

Científica da Embrapa Agroindústria Tropical, resultado de o esforço dos estudantes,

comunidade embrapiana, órgãos de fomento e colaboradores.

Vitor Hugo de Oliveira

Chefe-Geral da Embrapa Agroindústria Tropical

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Agradecimentos À Chefia-geral da Unidade e às Chefias-adjuntas de Administração e de Pesquisa,

representadas pelo Dr. Vitor Hugo de Oliveira, Dr. Cláudio Rogério Bezerra Torres e

Dra. Andreia Hansen Oster, respectivamente, por reconhecerem a importância do

evento e apoiarem a sua realização.

Aos setores de Tecnologia da Informação e de Comunicação e Negócios da

Embrapa Agroindústria Tropical, pelo apoio em todos os momentos da organização

deste evento.

Ao Comitê de Publicações e à equipe de editoração, pelas valiosas contribuições

para a elaboração deste documento.

Ao CNPq, pela concessão da cota do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação

Científica (Pibic), que auxilia no desenvolvimento de pesquisas científicas e

tecnológicas de interesse da agroindústria tropical, possibilitando a iniciação dos

estudantes nas atividades de pesquisa.

A todos que, de uma forma ou de outra, colaboraram para a realização do evento e

deste documento.

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Sumário

Ciência e Tecnologia de Alimentos.................................7 Atividade antioxidante total e polifenóis em feijões (Phaseolus vulgaris, L.) das cultivares ‘BRS Supremo’ e ‘BRS Pontal’ ............................................................8

Organização da informação da coleção de bactérias láticas da Embrapa Agroindústria Tropical.................................................................................................9

Pesquisa de bacteriófagos na linha de produção industrial de queijos de coalho produzidos no Ceará...............................................................10

Seleção de bactérias láticas de queijo de coalho artesanal .....................................11

Análise do rendimento cerífero da cera de carnaúba e o perfil de seus compostos por cromatografia gasosa – espectrometria de massas ...........................................12

Identificação de Staphylococcus aureus, isolado de queijo de coalho, pela técnica de PCR.................................................................................................13

Classificação de bactérias láticas isoladas de queijo de coalho artesanal ...............14

Otimização sistemática da análise dos voláteis do headspace de aguardentes por microextração em fase sólida (SPME) .....................................15

Produção de protease por Aspergillus oryzae em fermentação semi-sólida utilizando resíduos agroindustriais como substrato ..................................................16

Enzimas coagulantes do leite obtidas das sementes de girassol e concentradas por membranas para uso na fabricação de queijos de cabra .........17

Avaliação da adição de preparações enzimáticas comerciais sobre o extrato de bagaço de caju ...........................................................................18

Avaliação sensorial de aparência de mangas revestidas com emulsão de cera de carnaúba.................................................................................................19

Atividade antimicrobiana de extratos hidroalcoólicos de espécies de Ocimum ...........................................................................................20

Perfil sensorial de bananas do tipo ‘Cavendish’ resistentes à sigatoka-negra .........21

Avaliação da atividade xilanolítica em coleções de culturas fúngicas ......................22

Caracterização e manutenção de bactérias patogênicas provenientes do queijo coalho ..................................................................................23

Análise de flavonóis em polpa de murici liofilizada por CLAE ..................................24

Pesquisa de Salmonella spp. em queijo de coalho produzido no Estado do Ceará .25

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Fisiologia e Tecnologia Pós-Colheita............................ 26 Avaliação da viabilidade e da estocagem de espécies de Trichoderma após secagem em spray dryer .................................................................................27

Perfil sensorial de genótipos de bananas tipo ‘Prata’ resistentes à sigatoka-negra.......................................................................................................28

Identificação e quantificação de ácidos graxos em pequis oriundos da Chapada do Araripe, CE......................................................................................29

Qualidade e volume de perdas pós-colheita de frutos em uma rede de supermercados de Fortaleza ....................................................................................30

Capacidade antioxidante total e compostos bioativos de pedúnculos de cajueiro em diferentes estádios de maturação ....................................................31

Caracterização química e físico-química de bananas ‘Preciosa’ resistente a sigatoka-negra após tratamento com 1-MCP ........................................................32

Qualidade, compostos bioativos e atividade antioxidante em frutos de cultivares de bananeira produzidas no Ceará .....................................................33

Qualidade, compostos bioativos e atividade antioxidante de uvas de mesa produzidas no Ceará ................................................................................................34 Gestão e Engenharia Ambiental ................................... 35 Obtenção e caracterização de fibras vegetais para elaboração de nanocompósitos .......................................................................................................36

Hidrólise enzimática do bagaço do pedúnculo do caju.............................................37

Biodegradabilidade anaeróbia do bagaço do pedúnculo do caju .............................38

Operação de um reator anaeróbio para digestão do bagaço do pedúnculo do caju ...............................................................................................39

Isolamento e análise do perfil xilanolítico de fungos de solo do mangue da Sapiranga .........................................................................................40

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Proteção de Plantas...................................................... 41

Redução no desenvolvimento do meloeiro ‘Pele-de-sapo’ tratado com indutor de resistência............................................................................42

Efeito da aplicação de fungicidas e indutores de resistência na ocorrência da podridão-preta-da-haste do cajueiro .............................................43

Controle do mofo-preto em cajueiros utilizando diferentes

substâncias elicitoras ...............................................................................................44

Criação e obtenção da broca-da-bananeira, Cosmopolites sordidus (germar), em condições de campo e laboratório ......................................................45

Eficiência de biofungicidas no controle de doenças fúngicas em melão ..................46 Melhoramento, Biologia Molecular e Vegetal ............... 47

Utilização de marcadores ISSR na detecção de variabilidade genética em cultura de gravioleira............................................................................48

Marcadores ISSR utilizados para detectar variabilidade genética de genótipos de cajazeira ..........................................................................49

Efeito de diferentes auxinas na indução de calos embriogênicos em três cultivares de antúrio..................................................................................................................50

Efeito de diferentes concentrações de BAP e de fotoperíodos na micropropagação de alpínia ...........................................51 Caracterização morfológica, física e química de acessos de

Cajueiro-do-cerrado..................................................................................................52 Efeito de diferentes concentrações de BAP (6-benzilaminopurina) na micropropagação de bastão-do-imperador...............................................................53

Aclimatação de plântulas de Anthurium plowmanii em diferentes substratos .........54

Seleção de híbridos experimentais do programa de melhoramento genético de melão-amarelo da Embrapa..................................................................55

Particionamento de matéria seca em plantas de meloeiro .......................................56 Socioeconomia.............................................................. 57

Transição agroecológica da cajucultura familiar de Barreira, CE .............................58

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CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

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ATIVIDADE ANTIOXIDANTE TOTAL E POLIFENÓIS EM FEIJÕES (Phaseolus

vulgaris, L.) DAS CULTIVARES ‘BRS SUPREMO’ E ‘BRS PONTAL’

Adriana Dutra Sousa1,2, Edy Sousa de Brito², Priscila Zaczuck Bassinello3

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761,

60511-110, Fortaleza, CE, Brasil; ³Embrapa Arroz e Feijão, CP 179, 75375-000 Santo Antônio de Goiás, GO, Brasil. Email: [email protected]

O feijão é um alimento em destaque na cultura e na culinária nacional e representa um dos alimentos básicos da nossa alimentação. Estudos epidemiológicos e demográficos indicam que populações com grande consumo de feijão têm risco reduzido de câncer de mama, próstata e cólon. Esta relação é atribuída à presença de microconstituintes bioativos como os compostos fenólicos. As cultivares ‘BRS Supremo’ (cultivar de grão preto de feijoeiro comum) e ‘BRS Pontal’' (cultivar de grão carioca de feijoeiro comum) são resultado de um programa de melhoramento genético da Embrapa e possuem alto potencial produtivo e maior resistência a doenças. O objetivo do presente trabalho foi avaliar quantitativamente os polifenóis e o potencial antioxidante das cultivares ‘BRS Supremo’ e ‘BRS Pontal’ nos grãos integrais, nos cotilédones, nas cascas e nos grãos cozidos. Os polifenóis extraíveis totais foram determinados pelo método espectrofotométrico de Folin-Ciocalteau, e a atividade antioxidante total pelo método de captura do radical livre ABTS. As quantidades de compostos fenólicos (mg/100g) encontrados na cultivar ‘BRS Supremo’ foram de 330,77±1,46 (integral); 229,96±1,20 (cozido); 122,21±0,98 (cotilédone) e 2.898,92±23,28 (casca). Já a ‘BRS Pontal’ apresentou 331,01±1,99 (integral); 216,43±1,37 (cozido); 125,41±1,04 (cotilédone) e 2.624,42±22,29 (casca). Em relação à atividade antioxidante (µM Trolox/g), a cultivar ‘BRS Supremo’ apresentou 38,08±0,80 (integral); 29,96±1,14 (cozido); 15,39±0,43 (cotilédone) e 304,70±12,73 (casca), enquanto a ‘BRS Pontal’ os seguintes valores: 38,64±0,89 (integral); 29,02±0,90 (cozido); 14,35±0,79 (cotilédone) e 287,92±10,21 (casca). Conclui-se, que a maior parte dos polifenóis está presente na casca e que o cozimento causa seu decréscimo, apresentando diferença significativa em relação aos feijões integrais. As cultivares ‘BRS Supremo’ e ‘BRS Pontal’ apresentaram bons resultados para os polifenóis acompanhados também por uma considerável atividade antioxidante.

Palavras-chave: ABTS, Folin-Ciocalteau, Phaseolus. Agradecimentos: Embrapa Agroindústria Tropical.

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ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO DA COLEÇÃO DE BACTÉRIAS LÁTICAS DA EMBRAPA AGROINDÚSTRIA TROPICAL

Priscila Almeida de Araújo1, Laura Maria Bruno 2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761,

60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

As bactérias ácido-láticas (BAL) são um grupo de bactérias gram-positivas, na forma de cocos ou bacilos, que não formam esporos, não produzem catalase, mas possuem a capacidade de utilizar o lactato e são microaerófilas. Esse grupo é amplamente encontrado na natureza, principalmente em alimentos ricos em carboidratos, proteínas e vitaminas. As BAL fermentam glicídios anaerobicamente, tendo o ácido lático como principal produto, portanto são largamente utilizadas na elaboração de produtos lácteos. Cerca de 940 BAL foram isoladas de amostras de leite cru, massa de queijo de coalho artesanal e queijo de coalho artesanal e estão armazenadas, sob congelamento, no laboratório de Microbiologia de Alimentos da Embrapa Agroindústria Tropical. Para que esses micro-organismos sejam caracterizados como uma coleção é necessária a documentação das informações de forma organizada e sistematizada. As bactérias foram numeradas de acordo com a ordem de isolamento e encontravam-se guardadas em caixas numeradas e separadas por gênero. As informações sobre as características das bactérias estavam documentadas em planilhas não organizadas. Com o objetivo de promover a estruturação dessas informações, os dados constantes das planilhas primárias foram conferidos com os micro-organismos armazenados e uma nova e única planilha, contendo todos os dados de caracterização das bactérias, foi organizada. Foi observada uma diminuição do número de bactérias de 940 para cerca de 750. Isto ocorreu por dois motivos: a não sobrevivência do micro-organismo aos processos de recongelamento e também porque havia duplicação de algumas BAL, repetidas em caixas diferentes. Foi verificado que entre as BAL repetidas havia uma incongruência na informação relativa ao seu gênero. Para solucionar esse problema, novos testes de classificação de gênero serão conduzidos. A complementação e finalização da documentação será realizada com a inserção dos dados de identificação dos organismos (data e local da coleta, etc.) na planilha única. Palavras-chave: bactérias Ácido-láticas, identificação, caracterização.

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PESQUISA DE BACTERIÓFAGOS NA LINHA DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE QUEIJOS DE COALHO PRODUZIDOS NO CEARÁ

Ana Karine Furtado1,3; Cristiane Pereira de Lima1; Laura Maria Bruno2

1Universidade Federal do Ceará; ²Embrapa Agroindústria Tropical, ³Bolsista do Programa PIBIC/Embrapa. CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil.Email:

[email protected]

Um aspecto essencial para a definição de um fermento a ser utilizado na fabricação de produtos lácteos refere-se à sua resistência a bacteriófagos (vírus que infectam bactérias) pelas bactérias selecionadas como prováveis candidatas a culturas láticas. A infecção por fagos pode causar baixa produção de ácido e até o fracasso total da fermentação, resultando em substanciais perdas econômicas para a indústria. A produção de queijos envolve o uso de tanques abertos, tratamento térmico brando do leite e manipulação do produto durante o processamento, o que contribui para que este seja um dos processos fermentativos mais sensíveis a fagos. Tendo em vista o exposto, o objetivo deste trabalho foi isolar bacteriófagos da linha de produção do queijo de coalho industrial, visando a sua posterior utilização na avaliação de bactérias láticas com potencial tecnológico para fermento lático para o queijo de coalho. A coleta de amostras de leite, soro e queijo de coalho foi realizada em dois laticínios do Ceará. O pH de cada uma delas foi ajustado para 4,6, para precipitar a caseína. Após centrifugação (5.000 g/20min), o sobrenadante foi filtrado a vácuo em membrana de 0,22 µm. O filtrado livre de bactérias foi utilizado para o isolamento de fagos. Culturas de Lactobacillus paracasei ATCC BAA-52, Streptococcus thermophilus NCDO 1968 e Lactococcus lactis NCDO 1996 foram semeadas em ágar semi-sólido, seguidas da inoculação do filtrado suspeito de conter fagos. A detecção dos bacteriófagos foi baseada na verificação da formação de placas de lise. Não foi possível observar lise nas bactérias testadas, com os filtrados oriundos dos laticínios pesquisados. Isto pode ser explicado pelo fato de que ambas as indústrias utilizam as Boas Práticas de Fabricação em todo o processamento. Com o intuito de isolar bacteriófagos específicos para bactérias láticas, este trabalho também será realizado em unidades de produção artesanal de queijo de coalho, uma vez que esses ambientes estão mais sujeitos à presença de fagos.

Palavras-chave: fagos, bactérias ácido-láticas, produtos lácteos.

Agradecimentos: ao CNPq pela concessão da bolsa.

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SELEÇÃO DE BACTÉRIAS LÁTICAS DE QUEIJO DE COALHO ARTESANAL

Elígenes Sampaio do Nascimento1, Jessika Gonçalves dos Santos1, Laura Maria Bruno2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761,

60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

As bactérias ácido-lácticas (BAL) desempenham um papel primordial no processo de fermentação do leite, conferindo características como sabor, viscosidade e aroma aos produtos fermentados. As bactérias deste grupo possuem características comuns: são gram-positivas, não formadoras de esporos, não produtoras de catalase, e com morfologia de cocos ou bastões. Esses micro-organismos podem, ainda, ser classificados de acordo com a temperatura de crescimento em mesofílicos (temperatura ótima de 30°C a 35°C) e termofílicos (temperatura ótima de 42°C). O objetivo do presente trabalho foi isolar BAL do queijo de coalho artesanal do Jaguaribe, visando conhecer a distribuição da microbiota lática desse queijo. BAL foram isoladas de amostra de queijo de coalho pela inoculação nos meios M17, para isolamento de cocos, e Rogosa acidificado com ácido acético glacial, para isolamento de lactobacilos, incubados a temperaturas de 30°C e 42°C, por 48 h (M17) ou 5 dias (Rogosa). Em seguida, foi realizada uma contagem presuntiva das placas, com a seleção aleatória de 15 a 20 colônias, as quais foram estriadas em ágar MRS e inoculadas nas temperaturas de isolamento por 48 h para a purificação. Após a purificação, os isolados foram submetidos a testes de confirmação para BAL: coloração de Gram, verificação da morfologia das células, reação de atividade da catalase e produção de ácido. De um total de 60 isolados gram-positivos, 78,3% das bactérias apresentaram morfologia de cocos, 13,3%, a forma de bastões e 8,4% não sobreviveram ao processo de purificação. Entre os 55 micro-organismos restantes, 89,1% foram catalase negativos e produtores de ácido, enquanto que 10,9% foram catalase positivos, sendo descartados para análises posteriores. Assim, os micro-organismos produtores de ácido, gram-positivos, catalase negativos, na forma de cocos ou bastões foram considerados BAL, as quais devem ser submetidas a testes de classificação de gênero para ampliar a abordagem sobre a microbiota lática desse queijo. Palavras-chave: isolamento de bactérias, identificação, produtos lácteos.

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ANÁLISE DO RENDIMENTO CERÍFERO DA CERA DE CARNAÚBA E O PERFIL DE SEUS COMPOSTOS POR CROMATOGRAFIA GASOSA –

ESPECTROMETRIA DE MASSAS

Amanda Rayssa Ferreira Batista1, Nágila M. P. S. Ricardo1, João Gutembergue L. Morais2, Edy Sousa de Brito2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761,

60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

A carnaubeira é uma palmeira nativa encontrada principalmente nos estados do Nordeste e tem como principal característica o fornecimento de pó cerífero. Esse trabalho teve como objetivo avaliar o potencial cerífero da planta e o perfil de seus ácidos graxos, tendo em vista sua semelhança química com outras ceras e suas atividades fisiológicas benéficas. Para a extração da cera, foram usadas 36 amostras, 7 subespécies distintas, provenientes de Acaraú, Maracanaú (Fazenda Raposa) e Morada Nova. Usou-se o aparelho Soxhlet e como solvente o heptano, em um refluxo de 6 horas. As amostras do pó da planta Copernicia prunifera apresentou um rendimento satisfatório que variou de 39% até 99%. As amostras de C. hospita apresentaram uma variação de 34% até 98%. As amostras de C. bayleana apresentaram uma variação de 89% até 95,5%, porém as de C. alba mostraram-se com baixo potencial cerífero, variando de 29% até 79%. O rendimento de C. glasbrescens foi o mesmo para as duas amostras, 97,5%. C. textilis e C. yarey tiveram o rendimento de 89,5% e 96%, respectivamente. Para a análise dos ácidos graxos foi escolhida uma das amostras e saponificada em KOH e MeOH e esterificada com uma solução de NH3Cl2 em MeOH. Os ácidos graxos e alcoóis metilados foram analisados em um cromatógrafo a gás aclopado a um espectômetro de massas. Foram detectados ésteres metílicos dos ácidos graxos constituintes da cera, correspondendo a 33%. Também foram detectados picos de alcoóis correspondendo a 53,9%. Não foi possível identificar ácidos graxos hidroxilados e dióis. Palavras-chave: Copernicia, ácidos graxos, CG-EM. Agradecimentos: CNPq, BNB.

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IDENTIFICAÇÃO DE Staphylococcus aureus, ISOLADO DE QUEIJO DE COALHO, PELA TÉCNICA DE PCR

Bruna Castro Porto1,3, Ana Paula Colares de Andrade1, Maria de Fátima Borges2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, 3Bolsista

PIBIC/Embrapa, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

A presença de Staphylococcus enterotoxigênicos em queijo de coalho pode constituir problema de saúde pública pelo risco de causar intoxicação alimentar. S. aureus é a espécie mais associada a casos e surtos de intoxicação estafilocócica, por causa da habilidade de muitas de suas cepas produzirem vários tipos de enterotoxinas (SEA a SEU). Métodos de tipagem molecular, baseados na análise do DNA, como a reação de polimerização em cadeia (PCR), têm se revelado uma alternativa rápida, sensível e específica para identificação de espécies bacterianas. O gene femA está universalmente presente em todas as cepas de S. aureus e, tem sido explorado como marcador específico na identificação desta espécie. O objetivo do trabalho foi realizar a identificação genotípica de S. aureus pela presença do gene femA por meio da PCR. Foram utilizadas 40 cepas de S. aureus, isoladas de queijo de coalho, comercializado em Fortaleza, CE, e previamente identificadas por testes bioquímicos convencionais. A extração do DNA celular e a reação de PCR seguiram protocolos descritos na literatura. Entre os 40 isolados analisados foi observada a amplificação do fragmento de 132 pb, específico para o gene femA, em 38 (95%) cepas. Esse resultado confirmou a identificação fenotípica da espécie por meio da análise genética, demonstrando maior especificidade e poder discriminatório da técnica. Vale ressaltar que a presença de S. aureus em queijo de coalho pode representar um risco em potencial de produção de enterotoxinas, sob condições adequadas de temperatura, pH, disponibilidade de oxigênio, atividade de água e concentração de cloreto de sódio. Palavras-chave: Staphylococcus enterotoxigênicos, patógenos, produtos lácteos.

Agradecimentos: CNPq, FUNCAP, EMBRAPA e UFC.

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CLASSIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS LÁTICAS ISOLADAS DE QUEIJO DE COALHO ARTESANAL

Jessika Gonçalves dos Santos1, Elígenes Sampaio do Nascimento1, Laura Maria

Bruno2.

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761,

60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

As bactérias ácido-láticas (BAL) fazem parte da microbiota lática natural do leite, sendo responsáveis pelo desenvolvimento das características organolépticas próprias do queijo. São micro-organismos gram-positivos, microaerófilos, não formadores de esporos, não produtores de catalase, na forma de cocos ou bastões. Os gêneros de BAL comumente encontrados em produtos lácteos são Lactococcus, Streptococcus, Enterococcus, Leuconostoc e Lactobacillus. O presente trabalho foi realizado com o objetivo de determinar o gênero de BAL oriundas do queijo de coalho artesanal. Entre 60 micro-organismos isolados de um queijo de coalho artesanal produzido no Jaguaribe, 49 foram caracterizados como BAL, e destes, 41 foram identificados como cocos e 8 como bastões. Os seguintes testes foram realizados para a determinação do gênero das BAL na forma de cocos: testes de crescimento em leite desnatado reconstituído (LDR) na temperatura de 10°C por 7 dias e na temperatura de 45°C por 48 horas; em diferentes pH’s (4,4 e 9,6) e em NaCl 6,5%, usando caldo APT, e de produção de CO2 a partir da glucose. O período de incubação para os testes de crescimento em diferentes pH’s, em NaCl e de produção de CO2 a partir de glucose foi de 48 horas. Para averiguar o gênero das BAL identificadas como bastões, foram utilizados os testes de crescimento em temperatura de 15°C, em LDR, com um tempo de incubação de 7 dias, crescimento em temperatura de 45°C/48 horas, em LDR e produção de CO2, a partir da glucose. Entre as BAL isoladas, foram encontrados os gêneros Enterococcus (18,4%), Enterococcus atípicos (51%), Streptococcus (8,2%), Streptococcus atípicos (2,0%) e Lactobacillus (16,3%). A identificação do gênero não foi conclusiva para 4,1% dos isolados. Como a maior incidência de BAL na amostra analisada foi de Enterococcus atípicos, que são aqueles que apresentaram resultados discrepantes em relação a pelo menos um dos testes de identificação, sugere-se que sejam utilizadas técnicas de identificação molecular, como a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para posterior confirmação dos gêneros dos referidos isolados.

Palavras-chave: identificação, produtos lácteos, microbiota lática.

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OTIMIZAÇÃO SISTEMÁTICA DA ANÁLISE DOS VOLÁTEIS DO HEADSPACE DE AGUARDENTES POR MICROEXTRAÇÃO EM FASE SÓLIDA (SPME)

Talita Macedo dos Santos1, Deborah dos Santos Garruti2, Bruna Lima Gomes1,

Hilton César Magalhães2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761,

60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

A aguardente é constituída principalmente de etanol e água, entretanto os compostos secundários estão presentes em pequenas quantidades e são responsáveis pelas características sensoriais da bebida. A microextração em fase sólida (SPME) tem se mostrado um método bastante eficiente para a extração de voláteis, mas para cada tipo de matriz é necessário um estudo sistemático para a definição dos diversos parâmetros envolvidos nessa técnica. O presente trabalho objetivou estabelecer um método eficiente de tratamento da amostra de aguardente para extração de voláteis do headspace por SPME, bem como as condições adequadas para análise por cromatografia gasosa de alta resolução. Utilizou-se uma única garrafa de aguardente comercial em todo o experimento, utilizando-se uma alíquota de 10 mL da amostra devidamente diluída e um frasco de 40 mL. Foram estudados os seguintes parâmetros: tipo de fibra (PDMS/DVB; PDMS/DVB/CAR; DVB/CW); diluição da amostra (10%, 20% e 40% de etanol); concentração de NaCl (0% e 30% p/v); níveis de agitação (com e sem); temperatura (25ºC, 42ºC e 60°C); tempo de equilíbrio para formação do headspace (0 min a 60 min) e tempo de exposição da fibra (5 min a 35 min). Os critérios de escolha da melhor condição foram: número de picos e contagem de área total do cromatograma. Os resultados foram submetidos à ANOVA e teste de Tukey para comparação das médias, utilizando-se o programa SAS. Foram também determinadas a coluna cromatográfica (DB-5 e Carbowax), concentração do padrão interno e a programação da temperatura da coluna. Conclui-se que as melhores condições de extração foram obtidas com a fibra PDMS/DVB/CAR, amostra diluída a 20% de álcool, temperatura de 25°C, com agitação, sem adição de sal, sem tempo de equilíbrio e com 30 minutos de exposição da fibra. As melhores condições de análise foram: coluna Carbowax: 10 µL de 3-octanol (1g/L em etanol), adicionados na alíquota da amostra utilizada no frasco de SPME, como padrão interno e a seguinte programação de temperatura: 40°C por 5 min, 3°C/min até 145°C, 10°C/min até 200°C, mantidos por 10 minutos. Palavras-chave: aroma, cromatografia gasosa, bebidas. Agradecimentos: Embrapa

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PRODUÇÃO DE PROTEASE POR Aspergillus oryzae EM FERMENTAÇÃO SEMI-SÓLIDA UTILIZANDO RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS COMO SUBSTRATO

Ruann Janser Soares de Castro1,2, Gustavo Adolfo Saavedra Pinto1

1Embrapa Agroindústria Tropical; 2Universidade Federal do Ceará.

E-mail: [email protected] A utilização de resíduos ou subprodutos como base de meios de cultivo para produção de enzimas microbianas vem recebendo crescente atenção. Proteases constituem um dos grupos de grande importância comercial, representando quase 60% do total das enzimas industriais do mercado. A produção de enzimas por fermentação semi-sólida é influenciada pelo meio de cultura, umidade, tipo e concentração da fonte de carbono, pH e temperatura do cultivo, além de outros fatores. Portanto, a produção otimizada e os parâmetros que afetam a síntese enzimática devem ser sempre investigados, pois variam entre os diferentes micro-organismos, assim como para diferentes enzimas. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo definir as melhores condições de cultivo de Aspergillus oryzae IV utilizando resíduos agroindustriais como substrato para produção de proteases por fermentação semi-sólida. Desta forma, avaliou-se torta de girassol, torta de algodão, farelo de trigo, farelo de soja e película da casca da castanha de caju, bem como adição de diferentes volumes de água aos substratos, o efeito da temperatura de incubação e a suplementação de fontes de carbono. Os resultados obtidos mostraram que a torta de algodão e o farelo de trigo proporcionaram a maior síntese de protease, alcançando 214,1U.g-1 e 211,2 U.g-1 de enzima nas primeiras 24 horas do processo fermentativo. As etapas subsequentes foram realizadas com esses dois resíduos. As condições que proporcionaram maior síntese de protease utilizando torta de algodão como substrato foram: adição de 80 mL de água para cada 100 g de resíduo, temperatura de incubação de 30ºC e adição de glicose na concentração de 2,5% (m/m) como fonte de carbono, o que resultou em uma produção de 287,4 U.g-1. Já para o farelo de trigo, as condições de cultivo foram: adição de 110 mL de água para cada 100 g de resíduo e temperatura de incubação de 30ºC, resultando em uma produção de 288,75 U.g-1. A adição de fontes de carbono nesse resíduo influenciou negativamente a síntese de protease. Palavras-chave: fungos filamentosos, condições de cultivo, enzimas proteolíticas. Agradecimentos: Laboratório de Físico-Química, Laboratório de Pós-Colheita.

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ENZIMAS COAGULANTES DO LEITE OBTIDAS DAS SEMENTES DE GIRASSOL E CONCENTRADAS POR MEMBRANAS PARA USO NA

FABRICAÇÃO DE QUEIJOS DE CABRA

Victor Igor Lima Gondim1, Maria Evani de Oliveira Lima1, Ingrid Vieira Machado de Moraes2, Arthur Cláudio Rodrigues de Souza2, Antônio Silvio do Egito3

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, 3 Embrapa Caprinos e Ovinos, 62100-000, Sobral, CE.

E-mail: [email protected]

O coalho extraído do quarto compartimento do estômago de bezerros (abomaso) lactentes foi o único coagulante utilizado em nível industrial para a fabricação de queijos até meados dos anos 50. O aumento do consumo de queijos e a diminuição na disponibilidade de abomaso no mercado têm ocasionado uma escassez mundial de quimosina e originado uma demanda por coalhos alternativos. Assim, alguns queijos, principalmente na Europa têm utilizado a semente de girassol como alternativa para coagulação de queijos. O presente trabalho teve como objetivo estudar a viabilidade do uso da microfiltração como tratamento de pré-concentração das enzimas coagulantes do leite obtidas a partir de sementes de girassol. Essas sementes foram obtidas de campos experimentais da Embrapa Soja e armazenadas em local seco e arejado até o início dos experimentos. Para o processamento, as sementes foram lavadas com solução de hipoclorito de sódio, contendo 50 ppm de cloro ativo, trituradas em liquidificador industrial e imersas em solução salina (1% NaCl), na proporção de 200 g/L. O extrato aquoso resultante permaneceu em descanso a 4ºC por um período de 12 horas, sendo em seguida filtrado. A microfiltração do extrato obtido foi realizada, utilizando-se membrana de polipropileno tubular com diâmetro de corte de 0,2 µm e pressão transmembrana de 2 bar. Amostras das três correntes de processo – alimentação, permeado e retentado – foram coletadas para determinação do teste de atividade coagulante para avaliar a eficiência da separação das enzimas de interesse. A determinação de uma unidade coagulante foi definida como a quantidade em miligrama de proteínas capaz de coagular 1 mL de leite em pó desnatado e reconstituído, em 1 minuto à temperatura de 37°C. Os resultados preliminares obtidos indicaram que o processo de microfiltração foi eficiente na pré-concentração das enzimas, uma vez que a alimentação apresentou tempo de coagulação do leite de 190’ e na fração do permeado este tempo foi reduzido para 95’ e aumentado para 370’ no retentado. A fração alimentação apresentou, em média, uma unidade de coagulação (UC) de 6,6 g, enquanto o permeado apresentou uma UC de 3,3 g e o retentado 12,95 g, comprovando que é possível a fabricação de queijos utilizando extratos brutos de sementes de girassol com excelentes características sensoriais.

Palavras-chave: Helianthus annuus, microfiltração, proteínas.

Agradecimentos: FUNCAP.

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AVALIAÇÃO DA ADIÇÃO DE PREPARAÇÕES ENZIMÁTICAS COMERCIAIS SOBRE O EXTRATO DE BAGAÇO DE CAJU

Renata Débora Pinto Rodrigues¹, Manuella Macêdo Barbosa1, Gustavo Adolfo

Saavedra Pinto2, Edy Sousa de Brito2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761,

60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

O caju é rico em carotenóides e antioxidantes que permanecem no bagaço mesmo após a extração do suco. A Embrapa Agroindústria Tropical desenvolveu um processo para a obtenção e a concentração de um extrato que contém esses compostos e podem ser empregados na indústria como corantes naturais. Um fator limitante de sua aplicação é o alto teor de sólidos em suspensão que promovem turbidez excessiva e com o passar do tempo precipitam. Neste trabalho, avaliou-se o impacto da adição de enzimas sobre a redução das partículas presentes no extrato de bagaço de caju em diferentes concentrações. Em 10 mL do extrato foram adicionados 10 µL das seguintes enzimas: AMG 300 L; Viscozyme L; Pectinex Ultra SP-L; Citrozym L; Pectinex AR; Celluclast; Shearzyme (da Novozymes); Biopectinase CCM e Biopectinase CT (da Quest International). As amostras foram homogeneizadas e incubadas em banho termostatizado na temperatura de 35ºC sendo retiradas após 1, 2 e 4 horas de maceração, e comparadas ao controle, extrato sem adição de enzima. Na segunda fase do estudo, as enzimas selecionadas foram testadas em concentrações variadas: 2,5; 5,0; 7,5; 10; 20 e 40 µL sendo homogeneizadas, incubadas a 35ºC e retiradas após 1, 2, 3, 4 e 5 horas de maceração. Os parâmetros avaliados foram a cor instrumental, no sistema CIELab, e a concentração de grupos redutores totais conforme a metodologia do ácido 3,5- dinitrosalicílico (DNS). As enzimas selecionadas foram a AMG 300 L e a Viscozyme L. A melhor redução das partículas sólidas em suspensão no extrato de bagaço de caju foi obtida utilizando a Viscozyme L, na concentração de 20 μL, na temperatura de 35ºC e no tempo de 5 horas. Palavras-chave: corante, degradação enzimática, turbidez. Agradecimentos: EMBRAPA, CNPq.

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AVALIAÇÃO SENSORIAL DE APARÊNCIA DE MANGAS REVESTIDAS COM EMULSÃO DE CERA DE CARNAÚBA

Nara Menezes Vieira1,2, Maria do Socorro Rocha Bastos2, Josiele Brilhante Silva1

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil.

A manga (Mangifera indica L.) pertencete à família Anacardiaceae é um dos frutos mais antigos e importantes. Ela figura entre as frutas tropicais de maior expressão econômica nos mercados brasileiro e internacional. É uma fruta polposa, de cor e aroma agradáveis e de característica considerada exótica. As técnicas pós-colheita têm avançado para garantir melhores produtos de origem vegetal. Entre alguns procedimentos já estabelecidos por produtores de frutas, está o uso de revestimentos com ceras para acentuar e prolongar a qualidade dos produtos. O trabalho teve como objetivo a avaliação sensorial de mangas revestidas com cera de carnaúba adicionadas de antimicrobianos. As mangas foram obtidas na empresa Finobrasa – Ipanguaçu, RN, e transportadas para a Embrapa Agroindústria Tropical. As frutas foram pesadas e divididas em quatro tratamentos, sendo uma amostra controle, uma com revestimento de cera, e mais duas com associação de cera de carnaúba, triclosan e ácido sórbico (antimicrobianos). As mangas foram inicialmente higienizadas, sanitizadas e secas à temperatura ambiente. Após esta etapa as amostras foram revestidas de acordo com o tratamento e armazenadas em câmaras frigoríficas a 10°C e 25°C. A cada cinco dias, as mangas tratadas foram avaliadas quanto à sua aparência, por 40 avaliadores não treinados, por um período de 35 dias, utilizando-se a escala hedônica estruturada mista. As amostras eram compostas por duas mangas do mesmo tratamento e expostas em bancadas do laboratório de análise sensorial, onde cada avaliador entrava individualmente para análise. Os resultados foram expressos em termos de média por tratamento, verificando que durante os 15 dias as amostras tratadas e refrigeradas obtiveram melhores notas que os tratamentos à temperatura ambiente, ficando entre 6 (gostei ligeiramente) e 7 (gostei moderadamente). A partir do vigésimo dia as mangas à temperatura ambiente foram descartadas e apenas as tratadas e refrigeradas foram avaliadas. Nesse período, observou-se que as notas referentes aos tratamentos foram similares, ficando entre 5 (nem gostei/nem desgostei) e 6 (gostei ligeiramente). Conclui-se que as mangas tratadas ficaram na faixa de aceitação da escala hedônica, podendo o revestimento ser uma alternativa para conservação pós-colheita de frutas.

Palavras-chave: Mangifera indica, revestimento, aceitação.

Agradecimentos: Embrapa e Finobrasa.

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ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE EXTRATOS HIDROALCOÓLICOS DE ESPÉCIES DE OCIMUM

Cívita Teixeira de Sousa1, Terezinha Feitosa Machado2, Nádia Accioly Pinto

Nogueira1; Rita de Cassia Alves Pereira2, Maria Goreti Vasconcelos Silva1, Dânya Bandeira Lima1

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761,

60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

Produtos derivados de plantas têm sido usados com propósito medicinal há séculos, de forma empírica, no tratamento de doenças infecciosas, sendo necessária a comprovação cientifica de seu potencial antimicrobiano. Espécies de Ocimum (manjericão) são cultivadas principalmente por pequenos produtores, para a comercialização de suas folhas, que são usadas como aromatizante, condimento e na medicina popular. O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial antimicrobiano dos extratos hidroalcoólicos (HA) com concentração de 10%, provenientes de flores (FL) e de folhas (FO) secas de Ocimum selloi (EHAOS-FL, EHAOS-FO), O. micranthum (EHAOM-FL, EHAOM-FO), Occimun sp (EHAOsp-FL, EHAOsp-FO), O. gratissimo (EHAOG-FL, EHAOG-FO) e O. pupuraceus (EHAOP-FL, EHAOP-FO). As culturas utilizadas como reveladoras da atividade antimicrobiana foram Pseudomona aeruginosa ATCC 9027, Salmonella choleraesuis ATCC 10708, Escherichia coli ATCC 10536, Staphylococcus aureus ATCC 6538P e Candida albicans ATCC 10231, padronizadas em 108 UFC/mL. O potencial antimicrobiano dos extratos hidroalcoólicos foi avaliado por meio do método de difusão em ágar, modificado. Com o auxílio de “swabs” estéreis, suspensões microbianas foram semeadas na superfície do ágar Mueller-Hinton e ágar Sabouraud-dextrose. Em seguida foram feitos poços de 5 mm nos quais foram adicionadas aliquatas de 25 µL dos extratos. Os resultados mostraram que todos os extratos hidroalcoólicos foram capazes de inibir o crescimento de pelo menos uma das cepas testadas, contudo, observou-se diferença significativa entre os extratos das diferentes espécies e extratos das diferentes partes da planta. Os melhores potenciais antimicrobianos foram observados para EHAOG-FL e EHAOG-FO sobre as cepas de S. choleraesuis e P. aeruginosa, embora o maior espectro de atividade tenha sido constatado para os EHAOsp, que apresentaram capacidade de inibir todas as cepas. Em geral, os extratos de folhas foram mais ativos que os de flores e as bactérias gram-negativas mostraram-se mais sensíveis que as gram-positivas. Palavras-chave: manjericão, inibição, plantas medicinais. Agradecimentos: CNPq e FUNCAP.

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PERFIL SENSORIAL DE BANANAS DO TIPO ‘CAVENDISH’ RESISTENTES À SIGATOKA-NEGRA

Bruna Lima Gomes1, Deborah dos Santos Garruti2, Gerlândia da Silva Pereira1,

Omar Baller Weber2

1Universidade Federal do Ceará, 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761,

60511-110, Fortaleza, CE, Brasil.

O objetivo do presente trabalho foi determinar o perfil sensorial de bananas do tipo ‘Cavendish’, de genótipos resistentes à sigatoka-negra, para consumo in natura, comparando-os com cultivares comerciais, susceptíveis à doença. Experimento com 20 genótipos de diferentes tipos foi instalado na Fazenda Frutacor, em 3 blocos, de onde foram colhidos cachos de 4 genótipos: 2 resistentes (Phia 02 e Buccanero) e 2 sensíveis (Grand Naine e Williams). Foi realizada avaliação sensorial pelo método de Análise Descritiva Quantitativa. Após seleção e treinamento dos provadores, foram escolhidos pela equipe 17 atributos para compor a ficha de avaliação: cor creme superficial, cor creme interna, brilho interno; aroma doce, verde, frutal, pungente, terra, banana madura; sabor banana madura, gosto doce, ácido, verde; adstringência; firmeza; suculência e mastigabilidade. As médias dos blocos foram submetidas à análise de componentes principais (ACP) por meio do programa estatístico XLSTAT. As cultivares sensíveis, ‘Grand Naine’ e ‘Williams’, apresentaram perfis sensoriais semelhantes caracterizando-se por maior intensidade dos descritores: aroma doce, sabor banana madura, gosto doce, cor creme superficial, cor creme interna, aroma terra. As cultivares resistentes apresentaram perfis sensoriais distintos das sensíveis sendo que a ‘Buccanero’ caracterizou-se por maior aroma e sabor verde, aroma pungente, adstringência, firmeza e mastigabilidade, enquanto que a ‘Phia 02’ apresentou aroma frutal, gosto ácido e suculência mais intensos. As variações observadas nos perfis sensoriais das bananas resistentes à sigatoka-negra em relação às cultivares sensíveis devem ser levadas em conta no programa de melhoramento genético e podem ser determinantes para aceitação dos frutos pelos consumidores. Palavras-chave: análise sensorial, Musa sp., Mycosphaerella fijiensis. Agradecimentos: FUNDECI/BNB.

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE XILANOLÍTICA EM COLEÇÕES DE CULTURAS FÚNGICAS

Genilton da Silva Faheina Junior1,2, Verônica Regina Lopes de Oliveira1,2, Raíssa Mesquita Braga2, Caroline Gondim de Souza2, Claudia Miranda Martins2, Gustavo

Adolfo Saavedra Pinto1

1Embrapa Agroindústria Tropical; 2Universidade Federal do Ceará.

E-mail: [email protected]

Os fungos são os produtores principais de enzimas xilanolíticas, secretando xilanases acessórias que auxiliam no branqueamento das xilanas. Apesar da produção das xilanases se concentrar principalmente nos fungos Aspergillus sp. e Trichoderma sp., outras espécies devem ser investigadas por causa da demanda por cepas produtoras de xilanases com maior rendimento e alta estabilidade em condições extremas de temperatura e pH. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial de produção de xilanases por 81 linhagens fúngicas, de variadas espécies. A capacidade de produção de xilanases foi verificada em meio de cultura com xilana oat-spelts (2,0 g.L-1) como única fonte de carbono, com a composição: MgSO4 (0,5 g.L-1); KCl (0,5 g.L-1); NaNO3 (3,0 g.L-1); FeSO4.7H2O (0,01 g.L-1); K2HPO4 (1,0 g.L-1); Ágar (15 g.L-1). Após incubação por 96 horas a 30ºC, o potencial enzimático das cepas foi constatado por meio da técnica de coloração com vermelho-congo, evidenciado pela presença de halo de hidrólise. O índice enzimático (i.e.) foi calculado dividindo-se os valores das medidas do halo de hidrólise com o halo de crescimento do micro-organismo. Também foi realizada a medição do halo de crescimento da colônia, a cada período de 24 horas. Os dados do experimento foram submetidos à análise estatística, utilizando teste de Tukey a 5% de probabilidade. Segundo a análise dos resultados, de acordo com o i.e., observa-se que a cepa Aspergillus niger IOC 207 destacou-se estatisticamente das demais, com i.e. igual a 2,38. Outras quatro linhagens de Aspergillus, entre elas A. oryzae, também destacaram-se estatisticamente. Apenas uma cepa, Lasodiplodia theobromae isolada de plantação de atemóia, não apresentou crescimento no meio específico após 96 horas. De acordo com o crescimento colonial, as duas cepas de Trichoderma isoladas pelo Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia, apresentaram maior variação de crescimento das colônias, apesar do i.e. baixo, se comparado aos demais. As avaliações nessa primeira etapa permitiram traçar um perfil básico quanto à atividade xilanolítica. Serão realizados estudos mais acurados acerca do potencial de produção de xilanases. Palavras-chave: xilanases, fungos, seleção. Agradecimentos: CPATSA, INPA, UFC.

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CARACTERIZAÇÃO E MANUTENÇÃO DE BACTÉRIAS PATOGÊNICAS PROVENIENTES DO QUEIJO COALHO

Francisco Edilson Moreno de Oliveira1, Terezinha Feitosa Machado2, Bruna de

Castro Porto1, Cívita Teixeira de Sousa1

1Universidade Federal do Ceará; ²Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

Os isolados bacterianos que compõem a coleção de micro-organismos patogênicos da Embrapa Agroindústria Tropical são oriundos do queijo de coalho produzido no Estado do Ceará. Um total de 640 amostras desse queijo, artesanais e industriais, provenientes de 16 laticínios foi avaliada com o objetivo de isolar, identificar, caracterizar e definir a prevalência dos patógenos bacterianos contaminantes. As amostras foram adquiridas no comércio varejista de Fortaleza, CE, e submetidas à pesquisa microbiológica com ênfase em Listeria monocytogenes, Salmonella sp. e Staphylococcus aureus. Os resultados revelaram S.aureus e Salmonella sp. numa freqüência de 54,1% (346/640) e 21,3% (136/640), respectivamente, enquanto que a presença de L. monocytogenes não foi detectada em nenhuma amostra. De cada amostra positiva para os micro-organismos estudados, isolaram-se cinco colônias características a partir dos meios seletivos diferenciais, as quais foram submetidas a provas bioquímicas específicas. As culturas suspeitas de S.aureus foram avaliadas quanto à produção de catalase positiva, capacidade de coagulação do plasma de coelho e coloração de Gram. Para identificação de Salmonella sp., colônias típicas foram submetidas a provas de fermentação de açúcares, descarboxilação da lisina, produção de H2S e teste sorológico. As colônias confirmadas por meio dessas provas foram transferidas para caldo BHI adicionado de 20% de glicerol e estão sendo mantidas a - 800C, para posterior caracterização molecular e estudo de filogenia. Atualmente a coleção contém 1.757 isolados, sendo 1.215 (69%) de S.aureus e 542 (31%) de Salmonella sp. Palavras-chave: Staphylococcus aureus, Salmonella, Listeria monocytogenes Agradecimento: Embrapa Agroindústria Tropical.

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ANÁLISE DE FLAVONÓIS EM POLPA DE MURICI LIOFILIZADA POR CLAE

Josemar Coelho Lima1, Edy Sousa de Brito2, Ricardo Elesbão Alves2.

1Universidade Estadual do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

O murici (Byrsonima dealbata) é uma árvore da família Malpighiaceae, da ordem Mapighiales nativa do Norte e Nordeste do Brasil. No Nordeste, o murici chega a disputar mercado com frutas como a pitomba, o jambo, a graviola e o caju. No caso da Byrsonima dealbata, o fruto carnoso tem sabor forte, agridoce e ligeiramente oleoso, podendo ser consumido in natura, além de ser usado na fabricação de doces, sucos, sorvetes e licores. O presente trabalho teve como objetivo quantificar flavonóis na polpa liofilizada de murici. Os flavonóis são compostos polifenólicos, com atividade antioxidante e que possuem várias estruturas e funções. Geralmente ocorrem em plantas como derivados glicosilados. Foram analisadas dez amostras de diferentes plantas da mesma espécie. A metodologia usada para a separação dos analítos teve, entre outras etapas, a extração de fase sólida usando cartuchos Sep-Pak e a hidrólise ácida cujo objetivo é quebrar a ligação hemicetal entre o açúcar e o grupo hidroxila presente na molécula de flavonóis. Posteriormente, a amostra foi filtrada em membrana de celulose regenerada com póros de 0,45 µm (VWR Scientific, Seattle, WA) para posterior injeção (20 µL) no cromatógrafo, modelo gradiente ProStar da Varian, com detector UV-Vis. Uma coluna de C18 (5 μm, 250 × 4,6 mm) foi usada em fase reversa com fluxo de 1,0 mL/min, com a temperatura do forno a 30°C. A fase móvel consistiu de uma combinação de A (0,3% de ác. fórmico em água) e B (0,3% de ác. fórmico em metanol). O gradiente variou linearmente de 30% a 50% de B em 10 min, de 50% a 70% em 30min e a 100% em 31min. As medidas foram feitas em 370 nm. O loop era de 20 µL, e o volume do injetor de 20 µL. Os testes foram feitos em triplicata, com um intervalo de 15 minutos entre as injeções das amostras. Foi detectado apenas um pico com o tempo de retenção igual ao do padrão de quercetina, usada para a construção da curva de calibração. A média da concentração de quercetina nas amostras variou de 130,34±13,08 a 28,16±3,44 μg/g. Palavras-chave: Byrsonima dealbata, antioxidante, cromatografia líquida. Agradecimentos: Embrapa Agroindústria Tropical, CNPq.

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PESQUISA DE Salmonella spp. EM QUEIJO DE COALHO PRODUZIDO NO ESTADO DO CEARÁ

Bellyzza Mara Pinto dos Santos¹, Maria de Fátima Borges2, Maria do Socorro Rocha Bastos2, Otília Mônica Alves Borges Oliveira2, Antônia Régia Abreu Sobral2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

A contaminação do queijo de coalho por bactérias do gênero Salmonella é de alta relevância para a saúde pública pelo perigo de causar salmonelose aos consumidores. Essa doença é de ocorrência mundial e vários casos e surtos têm sido atribuídos ao consumo de leite e produtos lácteos. A necessidade de métodos mais rápidos e menos laboriosos para detecção de espécies desse gênero, tem levado à aprovação de novos métodos de análise pela AOAC baseados em técnicas sorológicas, imunoabsorbância enzimática, hibridização de ácidos nucléicos, imunodifusão, além de outras. Entre os métodos, destaca-se o qualitativo de imunodifusão 1-2 Test (AOAC 989.13) recomendado para análise de alimentos processados. A detecção de Salmonella spp. por esse teste baseia-se na imobilização das espécies pelos anticorpos polivalentes flagelar (H) contidos no meio de motilidade com formação de imunobanda. O estudo teve como objetivo avaliar a ocorrência de Salmonella spp. em queijo de coalho produzido no Estado do Ceará. Um total de 60 amostras de queijo foi coletado em diferentes localidades do Estado, identificadas, acondicionadas em caixas isotérmicas e conduzidas à Embrapa Agroindústria Tropical para análise microbiológica. As amostras foram pré-enriquecidas segundo recomendações descritas no Manual de Análises Bacteriológicas, seguida de enriquecimento seletivo em caldo tetrationato por 24 h a 42°C ± 0,5°C e inoculadas na câmara do kit 1-2 Test Salmonella para visualização da imunobanda após incubação. A presença do patógeno foi observada em apenas cinco das 60 amostras analisadas, das quais foram selecionadas 25 colônias para posterior identificação das espécies. A constatação de que 91,7% (55/60) das amostras não apresentaram contaminação por Salmonella spp. indica baixa incidência (8,3%) dessa bactéria em queijo coalho. Contudo, mesmo em baixa incidência, sua ocorrência em alimentos representa perigo biológico potencial de causar infecção alimentar, considerando que todas as espécies do gênero são patogênicas para o homem.

Palavras-chave: patógenos, salmonelose, produtos lácteos.

Agradecimentos: EMBRAPA e UFC.

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FISIOLOGIA E TECNOLOGIA PÓS-COLHEITA

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AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE E DA ESTOCAGEM DE ESPÉCIES DE TRICHODERMA APÓS SECAGEM EM SPRAY DRYER

Natalia Lima1, Virna Luiza de Farias1, Gustavo Adolfo Saavedra2

1Universidade Federal do Ceará, 2Embrapa Agroindústria Tropical, Rua Dra Sara Mesquita, 2270, Planalto do Pici, CEP 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil.

A secagem por atomização ou spray drying tem sido reportada como eficiente para secagem de conídios, uma vez que diminui a perda durante o processo de secagem e melhora a estabilidade do fungo durante seu armazenamento. Nesta técnica, uma suspensão aquosa ou solução é reduzida a uma névoa, na qual as partículas têm uma área superficial excessivamente grande. As gotículas formadas entram em contato com uma corrente de gás aquecido para instantaneamente se obter um pó. A atomização é a técnica mais comum e barata para a produção de produtos microencapsulados, sendo a maltodextrina um dos encapsulantes mais frequentemente utilizados nesse processo. Trichoderma spp. têm ganhado profunda aceitação como efetivos agentes de controle biológico contra vários fitopatógenos. Este trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade de esporos de T. harzianum LCB 47, T. viride LCB 48, T. koningii LCB 49, T. polysporum LCB 50 após sua atomização, bem como, a manutenção desta ao longo de um período de estocagem. Adicionou-se à suspensão de esporo, a matoldextrina como agente encapsulante e conduziu-se a secagem a temperaturas pré-fixadas de entrada e de saída de 140°C e 55°C, respectivamente. A vazão de alimentação da suspensão e a aspiração foram ajustadas de forma a estabelecer a temperatura de saída desejada. Estocou-se os esporos T. harzianum LCB 47 em estufa BOD a 30oC, depois de submetê-los ao processo de secagem, para avaliar a sua viabilidade no decorrer de 6 semanas. Após o processo de secagem, determinou-se a umidade e atividade de água (Aw) dos esporos, e seu nível de sobrevivência a partir da análise de viabilidade em placas. Todos os experimentos foram realizados em duplicata. Os valores de umidade obtidos para os pós atomizados de todos os isolados ficaram entre 9% e 10%, enquanto os níveis de sobrevivência entre 92% e 99%. O teste de estocagem do pó de esporos de T. harzianum LCB47 revelou, que após 6 semanas de estocagem, ocorreu perda de 98% da viabilidade dos esporos. Esta perda está associada ao teor de umidade. Desta forma, conclui-se que ajustes devem ser feitos no processo de secagem, a fim de reduzir o teor de umidade final. Palavras-chave: atomização, fungos antagonistas, biocontrole.

Agradecimentos: EMBRAPA, CNPq. .

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PERFIL SENSORIAL DE GENÓTIPOS DE BANANAS TIPO ‘PRATA’ RESISTENTES À SIGATOKA-NEGRA

Gerlândia da Silva Pereira1, Deborah dos Santos Garruti2, Talita Macedo dos

Santos1, Olmar Baller Weber2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, 60511-110,

Fortaleza, CE, Brasil.

A banana tem grande importância econômica e social no Brasil, sendo a ‘Prata’ o tipo mais apreciado pelos consumidores. Os genótipos comerciais são, no entanto, sensíveis à sigatoka-negra. Existem pesquisas com cultivares resistentes, porém os aspectos de qualidade dessas bananas são ainda desconhecidos. O objetivo deste trabalho foi determinar o perfil sensorial de bananas do tipo ‘Prata’ resistentes. Experimento com 20 genótipos foi instalado em 3 blocos, de onde foram colhidos cachos de 7 genótipos: Maravilha, Preciosa, Garantida, Prata Catarina, PA 4244, Phia 18 e Galil 18. As amostras foram analisadas pelo método da Análise Descritiva Quantitativa (ADQ). Após seleção e treinamento dos provadores, foram selecionados 17 atributos para compor a ficha de avaliação: cor creme superficial, cor creme interna, brilho interno; aroma doce, aroma verde, aroma frutal, aroma pungente, aroma terra, aroma banana madura; sabor banana madura, gosto doce, gosto ácido, sabor verde, adstringência; firmeza, suculência e mastigabilidade. As médias dos blocos foram submetidas à Análise de Componentes Principais (ACP) pelo programa XLSTAT. A cultivar ‘PA 4244’ destacou-se pelo aroma frutal, aroma e sabor de banana madura, gosto doce, suculência e cor creme mais intensa, tanto na superfície quanto na parte interna do fruto. As cultivares ‘Garantida’ e ‘Prata Catarina’ caracterizaram-se pelo seu aroma e sabor verde mais intensos, além de apresentar maior adstringência, firmeza e mastigabilidade, enquanto que nos frutos da ‘Galil 18’ as características mais predominantes foram o aroma pungente e o aroma de terra. As cultivares ‘Maravilha’ e ‘Phia 18’ apresentaram-se muito semelhantes entre si, com características bem distintas da ‘Garantida’ e ‘Galil 18’. Por sua vez, as bananas da cultivar ‘Preciosa’ apresentaram intensidade moderada de praticamente todos os descritores sensoriais. Concluiu-se que as diversas cultivares resistentes apresentam características sensoriais distintas, as quais devem ser levadas em conta no programa de melhoramento genético e podem ser determinantes para a aceitação dos frutos pelos consumidores.

Palavras-chave: análise sensorial, ADQ, ACP, Musa sp., Mycosphaerella fijiensis.

Agradecimentos: FUNDECI/BNB, CNPq, Fazenda Frutacor.

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IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS EM PEQUIS ORIUNDOS DA CHAPADA DO ARARIPE, CE

Kellina Oliveira de Souza1, Nadia Maria dos S. Matos1, Denise Josino Soares1, Rafaela V. Façanha1, Maria Elisabeth B. Oliveira2, Edy Souza de Brito2, Ricardo

Elesbão Alves2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761,

60511-110, Fortaleza, CE, Brasil.

O pequizeiro é uma frutífera perene, oleaginosa, nativa do Cerrado, pertencente à família Cariocaraceae. No Brasil ocorrem pelo menos oito espécies do gênero Caryocar L., sendo que duas delas se destacam: Caryocar coriaceum Wittin., encontrada nos campos do Nordeste e a C. brasiliense Camb., típica dos cerrados, com maior incidência no Brasil Central. O pequi é considerado um fruto bastante rico nutricionalmente. O óleo é utilizado na culinária, indústria cosmética e como produto medicinal. Avaliações feitas no C. brasiliense demonstraram que na composição do óleo existe a presença da pró-vitamina A e de diversos ácidos graxos como palmítico, oléico, mirístico, palmitoléico, esteárico, linoléico e linolênico. O presente trabalho teve como objetivo analisar os ácidos graxos presentes no fruto de pequizeiro, da espécie C. coriaceum. Pequis foram coletados de janeiro a março de 2007, na Chapada do Araripe, sul do Estado do Ceará. Os frutos foram transportados até o Laboratório de Físico-Química da Embrapa Agroindústria Tropical onde foram mantidos em freezer doméstico (-18ºC) até a realização das análises cromatográficas. Para extração dos ácidos graxos, os frutos foram descongelados e despolpados com auxílio de colheres e facas. A polpa foi triturada em centrífuga doméstica e submetida a vácuo, em estufa, durante um dia na temperatura de 100ºC. A extração do óleo foi realizada, utilizando-se hexano como solvente. Após a extração, o óleo foi submetido à esterificação e o perfil de ácidos graxos obtido por cromatografia gasosa. O perfil encontrado no C. coriaceum é composto de 15 diferentes ácidos graxos: C14:1 (Meristoléico), C8:0 (Caprilico), C18:3n3 (Linolênico), C20:2 (Eicosadienóico), C10:0 (Cáprico), C17:1 (Cis-10-Heptadecanóico), C12:0 (Laurico), C14:0 (Merístico), C24:0 (Tetracosanóico), C16:1 (Palmitoléico), C20:1 (Cis-9-Eicosenóico), C18:2n6c (Linoléico), C18:0 (Esteárico), C16:0 (Palmítico) e C18:1 (Oléico). Na amostra analisada observou-se a predominância dos ácidos oléico e palmítico, com 61,65% e 31,61%, respectivamente.

Palavras-chave: pequizeiro, Caryocar coriaceum, lipídios. Agradecimentos: CNPq, Embrapa, FUNDECI/BNB.

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QUALIDADE E VOLUME DE PERDAS PÓS-COLHEITA DE FRUTOS EM UMA REDE DE SUPERMERCADOS DE FORTALEZA

Ravena Ferreira Vidal1, Márcio Cleber de Medeiros Corrêa1, Kirsis Garcia

Palermo², José Luiz Mosca³

1Universidade Federal do Ceará; ²Engenheira de Alimentos, ³Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil.

E-mail: [email protected]

O Nordeste brasileiro destaca-se como grande produtor de frutos tropicais, atividade econômica bastante promissora, por causa da sua enorme diversidade, sabor e aroma exótico de seus frutos. Considerando o potencial produtivo do Nordeste para exportação e ampliação do mercado consumidor local, é necessária atenção especial para a qualidade pós-colheita dos produtos fornecidos ao mercado consumidor in natura. Diante desse fato, surgiu o interesse em estudar os danos e as perdas pós-colheita de sete espécies de frutos: carambola (Averrhoa carambola L.), jaca (Artocarpus integrifólia Linn), jenipapo (Genipa americana L.), macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Martius), melão-caipira (Sicana odorífera (Vell) Naudin), pitomba (Talisia esculenta, Radlk), romã (Punica granatum) em uma rede de supermercados de Fortaleza, CE, no período de maio a outubro de 2007. Para realizar esse trabalho, foi necessária a elaboração de tabelas de atributos de qualidade, que indicavam os parâmetros utilizados na avaliação dos frutos amostrados em plataformas de recebimento. As tabelas tiveram como base fichas técnicas cedidas pela rede de supermercados e as amostras foram realizadas de acordo com as normas técnicas da ABNT NBR 5426. A amostragem e a avaliação qualitativa foram realizadas por análise visual das partes externas e internas dos frutos. Do total de frutos entregues com danos à central da rede, 2,93% (239,70 kg) corresponderam aos frutos de carambola, macaúba, melão-caipira, pitomba e romã. Esses danos foram referentes a frutos imaturos, danos mecânicos e/ou entomológicos, patológicos e/ou fisiológicos, superficiais e/ou que atingiram a polpa, peso e coloração externa inadequada. Já os frutos de jaca e jenipapo não apresentaram danos no período avaliado. Pelos resultados obtidos, conclui-se que os frutos entregues na central de distribuição avaliada têm qualidade pós-colheita desejável para a comercialização, apresentando baixos índices de perdas. Salienta-se que os supermercados exigem dos seus fornecedores produtos com qualidade.

Palavras-chave: danos, atributos.

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CAPACIDADE ANTIOXIDANTE TOTAL E COMPOSTOS BIOATIVOS DE PEDÚNCULOS DE CAJUEIRO EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO

Delane da Costa Rodrigues1, Thiago Gomes Cardoso1, Carlos Farley Herbster Moura2, Ricardo Elesbão Alves2.

¹Universidade Federal do Ceará; Av. Mister Hull s/n Pici, 60455-760, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

²Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

O caju tem grande destaque na fruticultura brasileira, principalmente para o Nordeste, pois representa uma atividade econômica e social de grande expressão. O pedúnculo do cajueiro é rico em vitamina C, carotenóides e compostos fenólicos. Além do potencial vitamínico, esses compostos conferem potencial antioxidante à polpa do caju. Os antioxidantes são substâncias que atuam contra a ação danosa dos radicais livres ao organismo humano e que, assim, podem ajudar a prevenir doenças, reduzir colesterol e atuar também contra o envelhecimento. O presente trabalho objetivou avaliar a capacidade antioxidante total e compostos bioativos em diferentes estádios de maturação de pedúnculos de cajueiro, provenientes da região de Pacajus, CE. Os pedúnculos dos clones do cajueiro CCP 76 e BRS 189 foram colhidos em quatro estádios de maturação (2, 3, 5 e 7) e transportados para o Laboratório de Fisiologia e Tecnologia Pós-colheita da Embrapa Agroindústria Tropical. Foram realizadas análises de vitamina C (VC), carotenóides totais (CT), antocianinas totais (AT), polifenóis extraíveis totais (PET) e atividade antioxidante total (AAT). Os valores médios encontrados para as características avaliadas dos clones CCP 76 e BRS 189 no estádio 7 foram: VC 239,9 mg/100g, CT 0,39 mg/100g, AT 11,5 mg/100g, não se detectando diferença estatística entre os clones, mas apenas entre os estádios. Para as análises de PET e AAT os resultados apresentaram interação significativa clone x estádio. Os valores de PET para o CCP 76 foram de 260,9 mg/100g e de 135,4 mg/100g para BRS 189 ao final do desenvolvimento. O CCP 76 manteve os valores de PET durante a maturação, no entanto, para o BRS 189 houve um declínio. Para AAT, o CCP 76 apresentou valor inferior (8,01 µM Trolox/g polpa) no estádio 7 quando comparado ao BRS 189 (9,53 Trolox/g polpa). Os clones CCP 76 e BRS 189 apresentaram valores crescentes para vitamina C, carotenóides totais e antocianinas totais durante o seu desenvolvimento, obtendo resultados satisfatórios para a capacidade antioxidante total e compostos bioativos nos diferentes estádios de maturação.

Palavras-chave: radicais livres, polifenóis, clones.

Agradecimentos: CNPq, Embrapa Agroindústria Tropical e PAVUC.

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CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E FÍSICO-QUÍMICA DE BANANAS ‘PRECIOSA’ RESISTENTE A SIGATOKA-NEGRA APÓS TRATAMENTO COM 1-MCP

Juliana Nascimento da Costa1, Melissa de Lima Matias2, Ebenézer de Oliveira Silva3

1Universidade Federal do Ceará, Bolsista PIBIC-CNPAT, CP 60455-760 Fortaleza; ²Universidade Federal do Ceará, CP 60455-760, Fortaleza, CE, Brasil; ³Embrapa

Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil.

A banana é uma das principais frutas comercializadas e consumidas no Brasil, no entanto a sigatokanegra pode comprometer e, ou, até mesmo inviabilizar o agronegócio da bananicultura. O objetivo desse trabalho foi avaliar as características químicas e físico-químicas de bananas resistentes a sigatoka-negra tratadas com 1-metilciclopropeno (1-MCP). As bananas (Musa spp), da variedade ‘Preciosa’, foram colhidas em campo experimental da Fazenda Fruta Cor, em Limoeiro do Norte, CE; acondicionadas em caixas plásticas e transportadas para o Laboratório de Fisiologia e Tecnologia Pós-Colheita da Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza, CE, distante cerca de 240 km. No laboratório, as frutas foram expostas ao 1-MCP gasoso (0 e 60 ηL L-1), por um período de 12 horas, na temperatura ambiente (22 ± 2°C). Em seguida, foram armazenadas por 24 dias, sob refrigeração (15±2ºC e 80±2% UR) ou em temperatura ambiente (22±2ºC e 80±2% UR). Durante o período de armazenamento, a cada seis dias foram coletadas amostras para as análises. Nas cascas foram analisados os teores de clorofila e de carotenóides. A polpa foi, inicialmente, homogeneizada em liquidificador doméstico e armazenada em freezer para o doseamento de açúcares totais, amido, pH, acidez total (AT), sólidos solúveis (SS) e relação SS/ATT. Os teores de clorofila e de carotenóides não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos. Na medida em que ocorreu o decréscimo da concentração de amido, normalmente, os teores de açucares totais e, consequentemente, os de sólidos solúveis aumentaram, refletindo no aumento, também, da relação SS/ATT. O valor de pH para o tratamento com 1-MCP refrigerado se apresentou maior no sexto dia de armazenamento, enquanto a acidez total titulável variou com o tratamento e com o tempo de armazenamento, apresentando um aumento característico no decorrer do amadurecimento. Para a variedade ‘Preciosa’ verificou-se, também, que não houve diferença significativa da temperatura de armazenamento, mesmo quando tratadas com 60 ηL L-1, por 12 horas de exposição.

Palavras-chave: armazenamento, bananicultura, 1-metilciclopropeno.

Agradecimentos: CNPQ, EMBRAPA, CAPES.

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QUALIDADE, COMPOSTOS BIOATIVOS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM FRUTOS DE CULTIVARES DE BANANEIRA PRODUZIDAS NO CEARÁ

Jôze Fonteles Ribeiro1, Tárcio Azevedo Alves1, Ana Carolina da Silva Pereira2, Maria do Socorro Moura Rufino2,3, Ricardo Elesbão Alves4, Márcio Cleber de

Medeiros Corrêa1

1Universidade Federal do Ceará; 2Bolsista FUNARBE; 3Faculdade Integrada do Ceará, 4Embrapa Agroindústria Tropical. E-mail: [email protected]

A bananeira (Musa sp.) é uma planta cultivada no Brasil e a sua produção é quase toda absorvida pelo mercado interno. O seu fruto, a banana, constitui uma importante fonte de vitaminas, minerais, entre outros nutrientes importantes na dieta alimentar da população. Tendo em vista que as frutas são fontes de energia, carboidratos, diversas vitaminas, minerais e produtos com propriedades bioativas, além de proporcionar uma excelente fonte de antioxidantes, este trabalho objetivou avaliar a qualidade, compostos bioativos e atividade antioxidante total em bananas produzidas no Estado do Ceará. Foram avaliadas seis cultivares de banana: ‘Maçã’, ‘Pacovan Apodi’, ‘Pacovan’, ‘Pacovan Ken’, ‘Prata’ e ‘Williams’ provenientes de áreas comercial e experimental em Limoeiro do Norte, CE. As frutas foram caracterizadas fisicamente quanto à coloração, peso total, rendimento, dimensões e firmeza. As análises físico-químicas e químicas foram: acidez titulável (AT), açúcares solúveis totais (AST), pH, sólidos solúveis (SS), relação SS/AT, vitamina C (VC), pectina total (PT) e solúvel (PS), amido, polifenóis extraíveis totais (PET) e atividade antioxidante total (AAT) pelo método ß-caroteno/ácido linoléico nas concentrações de 150, 100, 50 e 10 g/L. O peso médio dos frutos variou de 123,02 g a 210,73 g, com média geral 168,0 g. Os SS variaram de 18,97° Brix para frutos da cultivar ‘Pacovan Ken’ até 21,64° Brix para a cultivar ‘Maçã’. O teor de vitamina C foi 14,36 mg/100g. Os valores de PET variaram de 1,76 mg/100g a 3,22 mg/100g. Com relação à AAT, as bananas das cultivares ‘Maçã’, ‘Apodi’ e ‘Pacovan Ken’ apresentaram para a concentração de 150 g/L valores de inibição de oxidação de 86,25%, 86,92% e 86,98% respectivamente. Entre os materiais avaliados, a cultivar ‘Maçã’ apresentou alto rendimento de polpa, sólidos solúveis e pectina total. Já a ‘Pacovan Apodi’ destacou-se entre as cultivares avaliadas, apresentando os maiores teores de vitamina C, polifenóis e atividade antioxidante total. Palavras-chave: propriedades funcionais, saúde, frutas. Agradecimentos: CNPq, CAPES, FUNDECI/BNB e UE (INCO-CT 2005-015279).

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QUALIDADE, COMPOSTOS BIOATIVOS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE UVAS DE MESA PRODUZIDAS NO CEARÁ

Nádia Maria dos Santos Matos1, Marcelo Santos Silva2, Ricardo Elesbão Alves3, Silvanda de Melo Silva4, Maria Auxiliadora Coelho de Lima5, Edy Souza de Brito3

1Universidade Federal do Ceará;2PPGA CCA/UFPB; 3Embrapa Agroindústria

Tropical; 4CCA/UFPB; 5Embrapa Semi-Árido. E-mail: [email protected]

A produção de uvas no Brasil em 2008 foi de 1.399.262 toneladas, 3,27% superior ao ano de 2007. Na região do trópico Semi-Árido brasileiro, seu cultivo vem se destacando e as condições climáticas favorecem a produção de uvas de qualidade e se constitui em incentivo para a ampliação dos vinhedos. No Ceará se observa produção de uvas em alguns municípios. Os requisitos de qualidade de um produto hortícola são agrupados em categorias, devendo ser considerados em conjunto não só para satisfazer a necessidade do consumidor, como, também, para a proteção da saúde pública. O objetivo desse trabalho foi avaliar a qualidade, os compostos bioativos e a atividade antioxidante total de uvas produzidas no Ceará. Uvas das variedades ‘Ribier’, ‘BRS-Clara’ e ‘BRS-Morena’, provenientes de pomares comerciais de Limoeiro do Norte, foram colhidas no estádio comercial e transportadas para o Laboratório de Fisiologia e Tecnologia Pós-colheita da Embrapa Agroindústria Tropical – Fortaleza, CE, onde foram avaliadas quanto ao peso, dimensão, fimeza, sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT), SS/AT, vitamina C, açúcares solúveis, clorofila total, carotenóides totais, antocianinas totais, flavonóides totais, polifenóis extraíveis totais (PET) e atividade antioxidante total (AAT). O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com três repetições de 30 frutos. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias ao teste de Tukey a 5%. As uvas ‘Ribier’, ‘Clara’ e ‘Morena’ apresentaram média de peso de baga de 6,64; 6,05 e 5,93 g; comprimento de 22,4; 20,45 e 19,98 mm; diâmetro de 19,6; 19,2 e 18,78 mm; firmeza de 2,37; 5,13 e 5,81 N; SS de 22,1; 17,7 e 17; AT de 0,67; 0,58 e 0,50; SS/AT de 33,52; 30,60 e 31,96; Vitamina C de 43,69; 47,36 e 47,26; AST de 81,19; 55,26 e 68,42 mg/100g; antocianinas de 109,9; 1,14 e 67,62 mg/100g; carotenóides de 0,27; 0,40 e 0,37 mg/100g; Clorofila total de 0,66 mg/100g na ‘Clara’; flavonóides totais de 12,07; 9,19 e 11,20 mg/100g; PET de 111,64; 114,89 e 129,13 e ATT de 8,26; 11,02 e 11,57 uM Trolox, respectivamente. Os valores observados para a maioria das características avaliadas estão de acordo com os encontrados na literatura atual. Além disso, de modo geral, as uvas apresentaram um bom conteúdo de compostos bioativos e atividade antioxidante total igual ou superior a cultivares de uvas semelhantes.

Palavras-chave: Vitis vinifera L, propriedades funcionais, saúde

Agradecimentos: CNPq, FUNDECI/BNB e CAPES.

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GESTÃO E ENGENHARIA AMBIENTAL

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OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE FIBRAS VEGETAIS PARA ELABORAÇÃO DE NANOCOMPÓSITOS

Diego Magalhães do Nascimento¹, Amanda Kelly Monteiro Norões¹, Selma Elaine Mazzetto1, Morsyleide de Freitas Rosa²

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

Fibras naturais provenientes de produtos e subprodutos agropecuários representam um grande potencial para aplicação como reforço em compósitos biodegradáveis, incluindo os nanoestruturados. A extração de nanocelulose a partir destas fibras vem despertando interesse por causa, principalmente, de suas características mecânicas excepcionais, benefícios ambientais e baixo custo. O objetivo deste trabalho foi obter e caracterizar resíduos de coco verde, fibras de buriti e junco, visando à obtenção de nanoestruturas para a produção de bionanocompósitos poliméricos. Inicialmente as fibras foram submetidas a moagem e peneiramento para a obtenção da granulometria desejada. As fibras passadas em peneira de 45 mesh (abertura de 354 μm) foram previamente aquecidas em água, sob agitação constante, a uma temperatura de 50°C por duas horas. Em seguida, foram submetidas a um tratamento com NaOH (2%) para a remoção parcial de impurezas, graxas e macrocomponentes tais como lignina e hemicelulose, que atuam como material de agregação na fibra. A morfologia das fibras foi caracterizada usando-se microscopia eletrônica de varredura (MEV). A cristalinidade foi avaliada por meio de análises de Difração de Raios-X. Tal caracterização foi aplicada, até o momento, somente às fibras de coco verde. Como esperado, o tratamento alcalino causou mudanças visíveis na coloração de todas as fibras, provocando o seu alvejamento. Por meio de micrografias das fibras de coco tratadas, observou-se a remoção de impurezas, a formação de cavidades, o aumento na rugosidade da superfície e a diminuição do grau de agregação das fibras, resultante do início de um desfibrilamento provocado possivelmente pela remoção parcial de lignina e hemicelulose. As análises de Raios-X dessas fibras mostraram alteração na intensidade do pico característico da celulose, macromolécula que confere cristalinidade às fibras lignocelulósicas, comprovando que o tratamento alcalino reduziu constituintes amorfos e favoreceu o aumento da cristalinidade das fibras. Os resultados indicaram a eficiência do tratamento químico na remoção de impurezas e no aumento da cristalinidade das fibras de coco verde, aspectos importantes que apontam a potencialidade desta matéria-prima como fonte de nanocristais de celulose para elaboração de nanocompósitos.

Palavras-chave: nanotecnologia, nanocelulose, fibras naturais.

Agradecimentos: CNPq/PIBIC.

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HIDRÓLISE ENZIMÁTICA DO BAGAÇO DO PEDÚNCULO DO CAJU

Cristiano Régis Freitas de Brito1, Rayanne Leitão Claudino1, Adriana Silva de Macedo2, Renato Carrhá Leitão3

1Universidade Federal do Ceará, 2Universidade Estadual do Ceará; ³Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil.

E-mail: [email protected]

O bagaço do pedúnculo de caju é um subproduto gerado após a retirada da amêndoa e extração do sumo do caju para produção industrial de suco e polpa. Esse bagaço é rico em pectina, hemicelulose, celulose (respectivamente 8,4%, 18,5%, e 24,3% em base seca) e taninos, moléculas orgânicas de difícil biodegradação. Com o objetivo de aumentar a biodegradabilidade do bagaço de caju para sua digestão em um reator anaeróbio tipo CSTR, foram realizados experimentos de hidrólise enzimática para decompor a celulose, pectina e hemicelulose em compostos menores (açúcares redutores) de mais fácil acesso para os micro-organismos. Inicialmente foram utilizadas diferentes enzimas em iguais condições (30ºC, 8.000 ppm, 2 h de reação e rotação de 150 rpm) para determinação da enzima mais adequada para a hidrólise. Em seguida, a enzima que mais produziu açúcares redutores foi submetida a testes com diferentes concentrações (0 ppm a 8.000 ppm) e tempos de reação (0 min a 240 min). As análises foram realizadas com 10 g de bagaço de caju, 20 ml de água destilada e a enzima a ser testada em uma concentração pré-definida. As amostras eram então levadas a uma incubadora a 30°C, com mesa agitadora a 150 rpm. Passado o tempo de reação, a amostra era centrifugada a 10.000 rpm por 15 minutos, separando-se o bagaço sólido do sobrenadante que era submetido à análise de açúcares redutores totais (ART), pelo método de DNS. Não foram feitos ajustes de pH para as amostras, sendo o experimento realizado no pH da mistura de bagaço e água destilada, cerca de 3,9. Nessas condições, o complexo enzimático da empresa Novozymes, contendo arabinase, beta-glucosidase, celullase, hemicellulase, pectinase e xylanase, apresentou melhor desempenho, produzindo um total de 10,5 g/L de ART, equivalente a aproximadamente 52% a 70% a mais do que as outras enzimas testadas. A concentração de enzimas mais apropriada para a hidrólise foi de 2.000 ppm, já que valores maiores de concentração aumentavam pouco a concentração de açúcares. Nos testes para definição do tempo de reação, os resultados mostraram que a partir de 2 horas o aumento na concentração de ART’s foi muito pequeno. Portanto, para a hidrólise do bagaço de caju foi selecionado o complexo enzimático citado com tempo de reação de 2 horas e com concentração de 2.000 ppm.

Palavras-chave: bagaço de caju, hidrólise enzimática, biodegradabilidade.

Agradecimentos: PIBIC/CNPq, Embrapa Agroindústria Tropical.

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BIODEGRADABILIDADE ANAERÓBIA DO BAGAÇO DO PEDÚNCULO DO CAJU

Rayanne Leitão Claudino1, Cristiano Régis Freitas de Brito1, Adriana Silva de

Macedo2, Sandra Tédde Santaella1, Renato Carrhá Leitão3

1Universidade Federal do Ceará; 2Universidade Estadual do Ceará; 3Embrapa

Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

A biodegradabilidade anaeróbia é um parâmetro usado para estimar a fração da matéria orgânica em um substrato que pode ser biologicamente convertido em metano, gás carbônico e outros produtos inertes. Os objetivos deste trabalho foram avaliar a biodegradabilidade anaeróbia do bagaço de caju e buscar condições de adaptação do lodo e operação de um reator anaeróbio de mistura completa (CSTR). Os testes de biodegradabilidade foram realizados com diferentes tratamentos do bagaço (in natura, seco triturado, hidrolisado e com a adição de glicose como cossubstrato). Os ensaios foram realizados em duplicata, utilizando o lodo anaeróbio proveniente do reator CSTR que foi inicialmente inoculado com esterco e líquido ruminal frescos e alimentado com bagaço de caju durante seis meses. Os testes de biodegradabilidade foram realizados em mesa agitadora orbital de 120 rpm e temperatura de 35°C. A medição do biogás foi feita por deslocamento do líquido em garrafa de Mariotte. As concentrações de substrato e cossubstrato nos frascos eram de 0, 5 g e 10 g DQO/L, e a concentração de lodo era de aproximadamente 30 gSV/L. Nos experimentos com enzimas, utilizou-se um complexo enzimático da empresa Novozymes, contendo arabinase, beta-glucosidase, celullase, hemicellulase, pectinase e xylanase, nas concentrações de 1.000 ppm, 2.000 ppm e 4.000 ppm. Os resultados da biodegrada-bilidade para o tratamento do bagaço seco triturado e in natura com e sem cossubstrato indicam que não houve aumento da disponibilidade do substrato para os micro-organismos presentes nos frascos de reação. O uso de até 4.000 ppm não promoveu aumento da biodegradabilidade, independente do uso de cossubstrato. O uso de glicose como cossubstrato causou inibição na degradação do bagaço, provavelmente por causa da supressão da capacidade celulolítica das bactérias. Em testes de atividade metanogênica, a adição de bagaço causou inibição do metabolismo anaeróbio, possivelmente em decorrência do alto teor de taninos presentes no bagaço. Com isto, o lodo retirado do reator anaeróbio perdeu gradativamente a capacidade de degradação do bagaço, por causa da diminuição da atividade celulolítica e toxicidade causada por taninos presentes no bagaço.

Palavras-chave: biogás, bagaço de caju, digestão anaeróbia.

Agradecimentos: CNPq, Embrapa Agroindústria Tropical.

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OPERAÇÃO DE UM REATOR ANAERÓBIO PARA DIGESTÃO DO BAGAÇO DO PEDÚNCULO DO CAJU

Adriana Silva de Macedo1, Rayanne Leitão Claudino2, Cristiano Régis Freitas de Brito2, Sandra Tédde Santaella1, Renato Carrhá Leitão3

1Universidade Estadual do Ceará; 2Universidade Federal do Ceará; 3Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil.

E-mail: [email protected]

O bagaço do pedúnculo de caju é um subproduto da indústria produtora de suco e polpa. Tendo em vista a grande produção desse resíduo sem uma destinação definida, uma das soluções seria utilizá-lo para a produção de biogás, visando a geração de energia a ser usada na própria indústria. O objetivo deste trabalho foi estudar os parâmetros operacionais de um reator anaeróbio, em escala de laboratório utilizado para digestão do bagaço de caju. Os dados servirão para operação de um reator em escala piloto a ser instalado em uma indústria de sucos. Os experimentos foram realizados em um reator de mistura completa (CSTR) com volume útil de 17,3 L, que foi inicialmente inoculado com uma mistura de esterco e líquido ruminal frescos, e lodo de um reator UASB. Este reator foi alimentado diariamente com bagaço de caju, adicionado de bicarbonato de sódio como agente tamponador, por um período de 6 meses. Até o presente momento, os resultados mostraram que o sistema não foi bem sucedido. Inicialmente, constatou-se uma produção de biogás muito abaixo do esperado, com uma diminuição gradativa até a completa parada na produção após seis meses de operação. A quantidade de biogás esperada era de 7,4 Lbiogás/d, equivalente a 0,074 Lbiogás/g de bagaço, e que somente se obteve aproximadamente 3 Lbiogás/d, equivalente a 0,03 Lbiogás/g de bagaço. Com os resultados da Atividade Metanogênica Específica (AME), que determina a taxa máxima de metano que o lodo tem de produzir, verificou-se que o lodo foi diminuindo sua capacidade de produção de biogás de 0,32 kgDQO/kgSV.dia até 0,10 kgDQO/kgSV.dia. Possivelmente não houve adaptação correta dos micro-organismos celulolíticos, diminuindo a hidrólise deste material e a disponibilidade de substrato para os próximos micro-organismos acidogênicos, acetogênicos e metanogênicos. Provavelmente, o acúmulo de material não biodegradado no reator substituiu a biomassa ativa. Além disso, altos teores de taninos presentes no bagaço pode ter inibido a atividade metabólica da biota metanogênica. Os próximos passos desta pesquisa serão reinocular o reator com líquido ruminal de caprinos ou ovinos, refazer os testes de AME e biodegradabilidade utilizando esse inóculo, e estudar alternativas de hidrólise enzimática e pré-tratamento físico-químico do bagaço (tratamentos ácido, alcalino e/ou térmico).

Palavras-chave: biogás, CSTR; AME.

Agradecimentos: PIBIC/CNPq, Embrapa Agroindústria Tropical.

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ISOLAMENTO E ANÁLISE DO PERFIL XILANOLÍTICO DE FUNGOS DE SOLO DO MANGUE DA SAPIRANGA

Verônica Regina de Oliveira Lopes1,2, Genilton da Silva Faheina Junior1,2, Raíssa Mesquita Braga2, Caroline Gondim de Souza2, Claudia Miranda Martins2, Gustavo

Adolfo Saavedra Pinto1

1Embrapa Agroindústria Tropical; 2Universidade Federal do Ceará. E-mail: [email protected]

Os fungos desempenham um importante papel na natureza por sua capacidade de ciclagem de nutrientes, decompondo resíduos lignocelulósicos. O estudo do sistema enzimático utilizado para o metabolismo desses resíduos é um importante instrumento para compreender a utilização do segundo mais abundante polissacarídeo presente na natureza: a xilana. Os manguezais são ecossistemas de transição importantes para a conservação da biodiversidade. O conhecimento da microbiota do solo é fundamental para o levantamento taxonômico das populações que ali se encontram, pois existem evidências que propõem uma estreita relação micróbio-nutritiva que funciona como um mecanismo para a reciclagem de nutrientes e conservação do ecossistema manguezal. Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade de produção de xilanases por fungos isolados do solo do mangue da Sapiranga. As amostras foram coletadas de 13 pontos, escolhidos segundo a equidistância e a característica da vegetação em volta, sob condições chuvosas. O isolamento dos fungos foi realizado por espalhamento em placas (triplicata), utilizando Meio de Martin e incubadas por 3 dias, a 30ºC. A capacidade de produção de xilanases foi verificada em meio de cultura agarizado com xilana oat-spelts (2,0 g.L-1) como única fonte de carbono. Após incubação por 96 horas, a 30ºC, a atividade enzimática foi verificada por meio da presença de crescimento, e do halo de hidrólise do substrato, utilizando-se a técnica de coloração com vermelho-congo. O Índice Enzimático (IE) foi calculado, dividindo-se os valores das medidas do halo de hidrólise com o halo de crescimento do micro-organismo. O crescimento colonial foi medido a cada período de 24 horas. Os dados do experimento foram submetidos à análise estatística, utilizando o teste de Tukey a 5% de probabilidade. Entre os 166 fungos isolados, 78,31% apresentaram atividade xilanolítica. A única amostra que não estava submersa apresentou maior contagem de fungos isolados. A análise dos resultados mostra que houve evidências para diferenciar estatisticamente o IE dos isolados analisados. O maior IE apresentado foi 9,05, seguido por um índice de 8,83. Ambas as culturas apresentaram menor crescimento colonial. Para maiores conhecimentos, estudos acerca da habilidade para produção de xilanases por parte dos fungos estão sendo realizados.

Palavras-chave: xilanases, microbiota, estudos. Agradecimentos: Dr. Oriel Herrera Bonilla, Fundação Maria Nilva Alves, UFC.

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PROTEÇÃO DE PLANTAS

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REDUÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO MELOEIRO ‘PELE-DE-SAPO’ TRATADO COM INDUTOR DE RESISTÊNCIA

Ronney Mendes Magalhães de Lima1, Francisco Marto Pinto Viana2, Raul Monte

dos Anjos1, Virginia Holanda de Oliveira1, José Emilson Cardoso2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761,

60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

O emprego de indutores de resistência no controle de fitopatógenos é uma realidade já incorporada às diferentes alternativas de controle de doenças de plantas. Atualmente, existem mais de dez produtos comerciais disponíveis para o combate às doenças das culturas com base na indução de resistência. O meloeiro, pela sua capital importância no contexto do agronegócio nacional como fruto de mesa exportável, é uma das culturas para as quais a pesquisa com indutores de resistência tem sido direcionada. Contudo, é sabido que a defesa induzida representa um custo para a planta, que deixará de investir recursos em seu metabolismo, desviando-os para a defesa e incorrendo, desse modo, em prejuízos para o seu desenvolvimento. Com o objetivo de verificar o efeito de indutores na produção do meloeiro ‘Pele-de-sapo’, foi instalado um ensaio no Campo Experimental da Embrapa Agroindústria Tropical, em Pacajus, CE, no primeiro semestre de 2008, por ocasião do período chuvoso. Entre os produtos testados havia, indutores conhecidos e outros com potencial para indução: T1- acibenzolar-S-metil (Bion) - 0,5 gL-1 de água; T2- ácido salicílico (P.A.) - 1,0 gL-1; T3- quitosana comercial- 10 mLL-1; T4- Fosfito (fitofós K plus) - 2 mLL-1; T5- emulsão de alecrim pimenta - 20 mLL-1; T6- Neem comercial - 10 mLL-1; T7- Triacontanol - 20 mLL-1; T8- tiofanato metílico - 2 gL-1. Todas as doses são relativas ao produto comercial. O experimento foi delineado em blocos, ao acaso, com 9 tratamentos, sendo 7 desses constituídos dos indutores, enquanto os outros dois foram as testemunhas, positiva (fungicida) e negativa (água), e três repetições. Os produtos foram aplicados via pulverizador costal manual, por 6 vezes, com frequência quinzenal, em doses únicas. Embora tenham sido efetuadas avaliações semanais, a considerada foi a de peso médio de frutos ao final do experimento. Verificou-se que, no tratamento com acibenzolar-S-methil, as folhas e os frutos tiveram seus tamanhos reduzidos. A análise dos dados relativos ao peso médio dos frutos revelou que o meloeiro ‘Pele-de-sapo’ foi negativamente sensível ao tratamento com o indutor de acibenzolar-S-methil. Palavras-chave: Cucumis melo, doenças, controle, resistência induzida. Agradecimentos: CNPq, CNPAT.

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EFEITO DA APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS E INDUTORES DE RESISTÊNCIA NA OCORRÊNCIA DA PODRIDÃO-PRETA-DA-HASTE DO CAJUEIRO

Edson Souza Alves1, José Emilson Cardoso2, Francisco Marto Pinto Viana2, Alex

Queiroz Cysne2

1Universidade Estadual do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761,

60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

A podridão-preta-da-haste do cajueiro (PPH), causada por Lasiodiplodia theobromae, tem sido observada em níveis epidêmicos em pomares de cajueiro nos estados da Bahia, Ceará, Piauí e Tocantins. O manejo da doença por meio da poda dos ramos afetados e posterior aplicação de fungicidas cúpricos e sistêmicos, embora tenha provocado a redução da doença em experimentos no Ceará, não surtiu o mesmo efeito em outras regiões. Este trabalho teve como objetivo determinar o efeito da aplicação de indutores de resistência e fungicidas na ocorrência da PPH do cajueiro no oeste da Bahia e sudeste do Piauí. Inicialmente, seis produtos, três fungicidas e três indutores, foram testados em Barreira, BA. Posteriormente, um fungicida e dois indutores foram testados em Pio IX, PI. Os indutores usados foram ácido acetil salicílico – AAS (3 g), acibenzolar-S-metil – Bion (3 g), fosfito (3 g) e quitosana (3 mL) e os fungicidas foram azoxystrobin (2 g), tiofanato metílico + clorotalonil (0,15 g) e carbendazim (1 mL). Em Pio IX foram usados apenas os produtos azoxystrobin, AAS e quitosana. Em todos os ensaios foi incluída uma testemunha, sem nenhuma aplicação desses produtos. A ocorrência de PPH nos ramos foi avaliada durante toda a fase de lançamento foliar e, em Pio IX, a produção de castanha foi anotada. A interpretação dos dados obtidos revelam uma inconsistência dos efeitos dos tratamentos nas duas regiões. Em Barreira, apenas o fungicida azoxystrobin reduziu a ocorrência da PPH, enquanto que nenhum outro produto teve o mesmo efeito. Em Pio IX, nem mesmo o azoxystrobin foi capaz de reduzir a incidência da doença. A produção de castanhas foi maior apenas nas parcelas tratadas com azoxystrobin, enquanto que nas parcelas tratadas com AAS e quitosana, observou-se um decréscimo na produção em relação à testemunha. Palavras-chave: Anacardium occidentale, manejo, indução de resistência. Agradecimentos: MCT, FINEP, CNPq, Companhia Industrial de Óleos do Nordeste (CIONE), CODEVASF.

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CONTROLE DO MOFO-PRETO EM CAJUEIROS UTILIZANDO DIFERENTES SUBSTÂNCIAS ELICITORAS

Raul Monte dos Anjos1, Francisco Marto Pinto Viana2, Virgínia Oliveira de Holanda1

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

O cajueiro, Anacardium occidentale L., é uma das culturas de maior importância para o Nordeste brasileiro. Entre as doenças dessa cultura, destaca-se o mofo-preto causado pelo fungo Pilgeriella anacardii cuja importância vem crescendo rapidamente nos últimos anos, em decorrência da adoção do cultivo do cajueiro-anão, nitidamente mais susceptível à doença. Portanto, a pesquisa objetivou avaliar a severidade da doença após a aplicação de diferentes substâncias elicitoras. O experimento foi realizado no campo experimental de Pacajus, CE, utilizando-se a cultivar BRS 189. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, sendo constituído de 3 blocos, cada um com 7 tratamentos e 3 parcelas constituídas por 4 plantas. Os tratamentos utilizados foram: acibenzolar-S-metil (Bion) (T1), ácido salicílico (T2), fosfito (fosfito K plus) (T3), quitosana (T4), amino quelato (T5), oxicloreto de cobre (T6) e água (T7). As aplicações das substâncias foram realizadas com pulverizadores costais a cada 15 dias. As avaliações da doença foram feitas mensalmente, utilizando-se escala diagramática de 5 notas, que variaram de 0 a 4 em percentual de área afetada, sendo nota 0 (ausência da doença), nota 1 (0,1% a 9%), nota 2 (9,1% a 25%), nota 3 (25,1% a 50%) e nota 4 (acima de 50%). Houve diferença significativa entre os tratamentos testados a 5% de significância. Os tratamentos de ácido salicílico e amino quelato não controlaram o mofo-preto. O Bion foi o mais eficaz entre todos os tratamentos e pode ser recomendado como indutor de resistência no controle do mofo-preto (Pilgeriella anacardii) em cajueiro-anão. Palavras-chave: Pilgeriella anacardii, acibenzolar-S-metil, Anacardium occidentale. Agradecimentos: CNPq, UFC, Embrapa.

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CRIAÇÃO E OBTENÇÃO DA BROCA-DA-BANANEIRA, COSMOPOLITES SORDIDUS (GERMAR), EM CONDIÇÕES DE CAMPO E LABORATÓRIO

Jamille Santos da Silva1, Antonio Lindemberg M. Mesquita2, Marilene Fancelli3

Raimundo Braga Sobrinho2, Rachel Hellen Vieira de Sousa1

¹Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil; 3Embrapa Mandioca e Fruticultura CP 007,

44380-000, Cruz das Almas, BA, Brasil. E-mail: [email protected]

A broca-do-rizoma, Cosmopolites sordidus (Germar), é considerada uma das principais pragas da bananeira. O controle de C. sordidus mediante o uso de feromônios representa uma alternativa ao uso de inseticidas, gerando benefícios para o consumidor e o meio ambiente. O objetivo do trabalho foi coletar em campo e produzir em laboratório insetos na fase de pupa e adultos virgens para bioensaios com feromônio. A coleta de larvas e pupas, em campo, foi feita em rizomas de bananeiras da variedade Pacovan, com até mais de 60 dias de colhidas. Os adultos coletados em campo foram mantidos em béqueres e alimentados com pedaços de rizoma e pseudocaule de bananeira, em condições de laboratório. A finalidade foi obter ovos para produção de pupas e adultos virgens. Os ovos produzidos foram coletados e mantidos em placas de Petri com o fundo revestido de papel de filtro umedecido, já as larvas eclodidas foram criadas no mesmo tipo de placa, entre duas fatias de rizoma com espessura inferior à altura do corpo da larva. As médias de insetos encontrados em campo, por rizoma da variedade Pacovan, com nove anos de idade foram de 28,25 larvas e de 13,58 pupas. Em laboratório, a média de oviposição foi de 111,66 ovos/100 adultos/mês. A viabilidade de eclosão de larvas foi 49,65%. O ciclo biológico completo do inseto sob temperatura média de 24ºC foi de 64,36 dias, sendo 6,68 dias para o período de incubação, 49,04 dias para o período larval e 8,68 dias para o período pupal. O total de pupas e adultos virgens obtidos durante a execução do estudo foi de 662 indivíduos. Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que as fêmeas de C. sordidus ovipositam em rizomas de bananeira com cachos colhidos os quais oferecem condições nutritivas para a multiplicação da praga por um longo período, em campo e que a criação massal da praga em condições de laboratório, em fatias de rizoma é viável, e pode ser otimizada fazendo-se a manutenção adequada.

Palavras-chave: broca-do-rizoma, infestação natural, biologia.

Agradecimentos: EMBRAPA CNPAT, EMBRAPA CNPMF.

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EFICIÊNCIA DE BIOFUNGICIDAS NO CONTROLE DE DOENÇAS FÚNGICAS EM MELÃO

Ariadne de Mendonça Gonzaga1, George Harison Martins Castro1, Andréia

Hansen Oster2, Francisco Marto Pinto Viana2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761,

60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

A redução das perdas na cadeia produtiva do melão, principalmente aquelas relacionadas às doenças, representa um constante desafio. Assim, várias formas de controle têm sido adotadas. O método mais utilizado para o controle de doenças em melão é o da aplicação de produtos químicos. Porém, em razão das grandes restrições ao uso de fungicidas sintéticos (agrotóxicos), os métodos de controle biológico têm-se configurado em alternativas promissoras. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de dois biofungicidas (Bacillus subtillis e Bacillus pumilus) para o controle das doenças fúngicas na cultura do melão-amarelo ‘Gold Mine’, bem como o efeito destes produtos na qualidade pós-colheita dos frutos. O experimento foi instalado no Campo Experimental de Pacajus, CE, da Embrapa Agroindústria Tropical, e os tratamentos consistiram da testemunha (sem aplicação de produto), da aplicação foliar de dois biofungicidas (B. subtillis e B. pumilus) nas doses de 2,5 mLL-1, 5 mLL-1 e 7,5 mLL-1, e da aplicação de três fungicidas comerciais recomendados para o controle de doenças em melão, sendo tiofanato-metílico + clorotalonil, metalaxyl + mancozeb e oxicloreto de cobre nas concentrações de 2 gL-1, 3 gL-1 e 3 gL-1, respectivamente. A variável analisada no campo foi a severidade de doenças nas plantas de melão, conforme escala: 0 - ausência de sintomas; 1 - 0% a 10%; 2 - 11% a 25%; 3 - 26% a 50%; 4 - acima de 50%. Para as análises pós-colheita, as variáveis analisadas foram peso médio de frutos, firmeza de polpa, acidez titulável e sólidos solúveis. A aplicação dos biofungicidas em diferentes concentrações reduziu a severidade de míldio em relação à testemunha. A aplicação do biofungicida à base de B. subtillis (5 mLL-1) não diferiu estatisticamente do efeito dos fungicidas comercialmente utilizados na cultura do melão (tiofanato-metílico + clorotalonil e oxicloreto de cobre). Os parâmetros analisados para qualidade pós-colheita dos frutos de melão ‘Gold Mine’, armazenados por até 30 dias sob refrigeração, não foram influenciados pelos tratamentos. Palavras-chave: Bacillus subtillis, Bacillus pumilus, ‘Gold Mine’. Agradecimentos: CNPq, BNB.

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MELHORAMENTO, BIOLOGIA MOLECULAR E

VEGETAL

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UTILIZAÇÃO DE MARCADORES ISSR NA DETECÇÃO DE VARIABILIDADE GENÉTICA EM CULTURA DE GRAVIOLEIRA

Eveline Nogueira Lima1, José Jaime Vasconcelos Cavalcanti2, Maria Emília Bezerra de Araújo1, Frederico Inácio Costa de Oliveira1

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

A importância socioeconômica da graviola (Annona muricata L.) no Brasil tem aumentado nos últimos anos principalmente pela demanda para o consumo de frutas tropicais com grande apelo natural, pelas características nutricionais. Infelizmente, a grande maioria dos projetos de exploração dessa anonácea no Nordeste revelou-se frustrante quanto ao desempenho vegetativo e produtivo, evidenciando a falta de informação científica e tecnológica sobre essa cultura. Visando um efetivo controle de pragas e doenças, faz-se necessário o entendimento sobre a variação genética dentro e entre populações dessa frutífera. Dessa forma, objetivou-se neste trabalho, avaliar a variabilidade genética de 25 progênies de gravioleira, utilizando-se marcadores moleculares ISSR (Inter Simple Sequence Repeats). As amostras de graviola foram coletadas em Paraipaba, CE, levadas ao laboratório de Biologia Molecular da Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza, CE. Foi realizada a extração de DNA, segundo o protocolo de Cavalcanti (2004), com modificações. Foram realizadas reações de PCR com 11 iniciadores da marca IDT (Integrated DNA Technologies), dos quais cinco forneceram fragmentos polimórficos. As reações de ISSR foram preparadas para um volume final de 25 μL, contendo: 1X PCR Buffer, 0,2 mM de cada dNTP, 2 mM de MgCl2, 0,8 μM do iniciador; 10 ng de DNA, 20 μg de BSA e 1 unidade da enzima Taq DNA polimerase. O polimorfismo dos marcadores ISSR foi estimado, calculando-se a percentagem de fragmentos polimórficos pelo número total de fragmentos amplificados. Os cinco iniciadores utilizados geraram um total de 27 bandas polimórficas de um total de 47. Portanto, há presença de variabilidade genética em gravioleira e os marcadores moleculares ISSR são eficientes para analisar a divergência genética entre as progênies estudadas. Futuros trabalhos de melhoramento serão realizados, visando identificar marcadores moleculares associados a genes de resistência para que estes possam ser utilizados na seleção assistida por marcadores em estágios precoces.

Palavras-chave: A. muricata L., diversidade, ISSR.

Agradecimentos: CNPq.

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MARCADORES ISSR UTILIZADOS PARA DETECTAR VARIABILIDADE GENÉTICA DE GENÓTIPOS DE CAJAZEIRA

Frederico Inácio Costa de Oliveira1, José Jaime Vasconcelos Cavalcanti2, Eveline

Nogueira Lima1, Maria Emília Bezerra de Araújo1.

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

A cajazeira (Spondias mombin L.) é uma espécie frutífera da família Anacardiaceae, originária da América tropical. Os frutos são ricos em carotenóides, açúcares e vitaminas A e C. Com isso, o interesse na exploração agroindustrial do cajá vem aumentando, graças à ascendente demanda pela polpa, suco, sorvete e picolé. A carência de informações técnicas tem dificultado o atendimento dessa demanda, bem como a falta de conhecimento genético evidenciado nos materiais disponíveis. Genótipos divergentes, quando cruzados, geram uma prole, muitas vezes mais vigorosa que os pais, fenômeno conhecido como heterose. Com isso, objetivou-se, neste trabalho, identificar a variabilidade genética de 13 genótipos de cajazeira, usando-se marcadores moleculares ISSR. Amostras de folhas foram coletadas de clones no município de Limoeiro do Norte e de plantas sob avaliação em Pacajus, no Estado do Ceará. Em seguida as amostras foram analisadas no laboratório de Biologia Molecular da Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza, CE. Os DNAs foram extraídos, utilizando-se o protocolo adaptado de Cavalcanti (2004). Foram realizadas reações de PCR com sete iniciadores. As amplificações foram realizadas em termociclador TECHNE TC-512, ajustado para: 94°C por 1 minuto (desnaturação inicial); seguido de 40 ciclos programados para: 94°C por 1 minuto; temperatura de anelamento (variável para cada iniciador) por 1 minuto e 72°C por 1 minuto, concluindo-se com 72°C por 5 minutos (extensão final). Os produtos amplificados foram analisados quanto à presença ou ausência de bandas. Em um total de 71 bandas geradas a partir dos sete iniciadores utilizados, foi possível identificar 43 fragmentos polimórficos. A média de dissimilaridade encontrada entre os genótipos avaliados foi de 92%, demonstrando alta variabilidade genética que poderá ser explorada em trabalhos de melhoramento com esses genótipos de cajazeira, bem como a eficiência dos marcadores moleculares ISSR na análise de divergência genética entre as progênies estudadas. Palavras-chave: Spondias mombin L, termociclador, polimórficos.

Agradecimentos: CNPq.

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EFEITO DE DIFERENTES AUXINAS NA INDUCÃO DE CALOS EMBRIOGÊNICOS EM TRÊS CULTIVARES DE ANTÚRIO

Vanessa Moreira Câmara Fernandes1, João Paulo Saraiva Morais3, Ana Cristina Portugal Pinto de Carvalho2, Levi de Moura Barros2,

Fernando Antonio Sousa de Aragão2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil; 3Embrapa Algodão.

E-mail: [email protected]

Cultivados tanto pela beleza, tamanho, forma e colorido das inflorescências como pela folhagem, os antúrios (Anthurium andraeanum Lindl.) se destacam entre as espécies tropicais mais comercializadas na floricultura, em nível mundial. Mudas micropropagadas desta espécie têm sido obtidas por meio da organogênese indireta, cujas principais desvantagens são inconsistência das taxas de multiplicação e ocorrência de variação somaclonal. Em comparação à organogênese, a embriogênese somática, método alternativo de micropropagação, apresenta, entre outras vantagens, a alta taxa de multiplicação. Entretanto, em antúrio, são poucos os estudos realizados com esta técnica. Neste trabalho foram avaliadas diferentes auxinas na indução de calos embriogênicos das cvs. Eidibel, Lual e Astral. Os explantes, segmentos nodais com 1 cm de tamanho, com duas gemas axilares, obtidos de mudas micropropagadas, foram inoculados isoladamente em tubos de ensaio contendo 10 mL de meio de cultura Pierik. Foram testadas seis auxinas (AIA, AIB, ANA, TDZ, 2,4-D e Picloram) na concentração de 10 μM e uma testemunha adicional (sem auxina), em um delineamento experimental inteiramente casualizado com cinco repetições e seis tubos de ensaio por parcela, totalizando 30 explantes/tratamento. As culturas foram mantidas em câmara de crescimento com temperatura de 24±2ºC, no escuro. A avaliação foi feita considerando a formação de calos embriogênicos nos explantes, 180 dias após a inoculação. Os resultados obtidos não permitiram o emprego da análise de variância porque não atenderam às pressuposições do método, sendo, então realizada uma avaliação descritiva dos resultados. Não foi observada formação de calos embriogênicos no meio sem a adição de auxina, e nos suplementados com ANA e 2,4-D. Apenas um explante formou calos nos meios com AIA e TDZ na cv. Lual e no meio com AIB, para cv. Eidibel. Por outro lado, no meio com Picloram foi constatada a formação dessas estruturas nas três cultivares estudadas, sendo as porcentagens observadas de 10%, 30% e 47% para Lual, Eidibel e Astral, respectivamente. A indução dos calos embriogênicos foi dependente do tipo de auxina. Testes histoquímicos por meio da dupla coloração com carmim acético e azul de Evans evidenciaram que os calos apresentavam potencial embriogênico. Novos ensaios em andamento vêm mostrando resultados diferentes, o que permite concluir a necessidade de intensificação de estudos para a identificação dos pontos de instabilidade do processo.

Palavras-chave: Anthurium andraeanum, propagação in vitro, segmentos nodaishgjhgAgradecimentos: UFV.

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EFEITO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE BAP E DE FOTOPERÍODOS NA MICROPROPAGAÇÃO DE ALPÍNIA

Antonio Anderson de Jesus Rodrigues1, Eder de Oliveira Santos1, Ana Cristina Portugal Pinto de Carvalho2, Levi de Moura Barros2, Fernando Antonio Souza de Aragão2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

O cultivo de flores e plantas ornamentais tropicais tem aumentado significativamente no Brasil. Uma das espécies ornamentais tropicais mais apreciadas é a alpínia [Alpinia purpurata (Vieill.) Schum], pela beleza, coloração, formato e longevidade de suas inflorescências. Um dos fatores que poderia favorecer a expansão das áreas de plantio desta espécie seria a disponibilidade de mudas de qualidade, em quantidade para atendimento à demanda. Entre as alternativas economicamente viáveis, considera-se o uso da cultura de tecidos por ser extensamente empregado para a propagação comercial de grande número de espécies vegetais. Na busca por soluções para produção de mudas sadias, uniformes e em grande quantidade, realizou-se um estudo para avaliar o efeito da concentração do BAP (6-benzilaminopurina) e do fotoperíodo na micropropagação de Alpinia purpurata cv. Red Ginger. Foram utilizados como explantes, brotações obtidas de mudas micropropagadas, a partir de gemas emergentes da inflorescência. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com seis repetições, e analisado em esquema fatorial 2 x 6 (2 fotoperíodos x 6 doses de BAP). Os regimes de luz estudados foram 12 e 16 horas de luz diária e 6 concentrações de BAP (0,0; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0 e 2,5 mg/L). A parcela experimental consistiu de um frasco contendo 30 mg/L de meio de cultura MS, adicionado de 30 g/L de sacarose e 6 g/L de ágar, sendo inoculados três explantes/frasco. As culturas foram mantidas em câmara de crescimento com temperatura de 24±2oC e intensidade luminosa de 30 μmolm-

2s-1. A taxa de multiplicação, isto é, o número de brotações obtidas por explante, foi avaliada aos 30 e 45 dias após a inoculação dos explantes. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Não houve efeitos significativos para fotoperíodos e concentrações de BAP, nas duas avaliações. Aos 30 dias, foram registradas taxas de multiplicação de 2,94 e 2,64, nos fotoperíodos de 12 e 16 horas, respectivamente, sendo esses valores de 3,51 e 3,43, na avaliação efetuada aos 45 dias. Os valores das taxas de multiplicação variaram de 2,56 a 3,00 e de 3,28 a 3,72, aos 30 e 45 dias, respectivamente, independente da dose de BAP utilizada. Em termos econômicos, os resultados indicam que entre os tratamentos avaliados, a micropropagação dessa cultivar de alpínia pode ser realizada em meio de cultura sem adição de BAP e sob fotoperíodo de 12 horas.

Palavras-chave: Alpinia purpurata, cultura de tecidos, floricultura.

Agradecimentos: CNPq, Embrapa e UFC.

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CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, FÍSICA E QUÍMICA DE ACESSOS DE CAJUEIRO-DO-CERRADO

Esdras Rocha da Silva1, João Rafael Silvério1, Otávio Vieira Sobreira Júnior1, Ana Cecília Ribeiro de Castro2, Carlos Farley Herbster Moura2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

O Banco Ativo de Germoplasma de Caju da Embrapa, localizado em Pacajus, CE, possui uma coleção de acessos provenientes do Cerrado, que representam coletas realizadas em vários estados do Brasil. Os objetivos deste trabalho foram as caracterizações morfológica, física e química de três acessos da espécie Anacardium occidentale L., coletados em Itaituba, PA, Água Boa, MT, e Cristalândia do Piauí, PI. Os acessos foram avaliados por meio dos descritores morfológicos: altura e hábito da planta; tamanho, peso, firmeza, formato e cor do pedúnculo; cor da folha jovem e adulta; fragilidade e forma da folha adulta; diâmetro e tipo de copa; área foliar e razão entre o número de flores masculinas e hermafroditas. Pelas análises físicas e químicas foram determinados o teor de vitamina C, acidez, sólidos solúveis totais (ºBrix) e pH. A partir dos resultados, observou-se que dois acessos, anteriormente classificados como Anacardium othonianum Rizz e Anacardium sp. nos dados de passaporte, eram na verdade acessos de Anacardium occidentale L. Do ponto de vista morfológico, há elevada variabilidade fenotípica para praticamente todos os caracteres avaliados. Os acessos foram classificados como altos, apresentando copas com mais de 8 m de diâmetro e hábito para cima e aberto. O peso total médio é de 67,06 g e o da castanha é de 5,62 g. No geral, há variabilidade no formato do pedúnculo e cor predominante laranja e, em relação a firmeza de polpa, houve variação média de 6,13 N a 9,12 N. A maioria das folhas jovens apresentaram cor verde-avermelhada e verde quando adultas, em sua maioria obovatas e flexíveis. Foi observada alta variação na razão entre flores masculinas e hermafroditas, dentro das repetições de um mesmo acesso, o que pode ser um indicativo de que plantas com mais flores hermafroditas tenham uma produção de frutos maior, entretanto se faz necessária a correlação desses dados com os dados de produção e repetições anuais sucessivas. Quanto às características químicas, foram observadas que as polpas apresentam, em média, 276,26 mg /100g de vitamina C. A acidez variou de 0,43% a 1,33%, sendo o acesso de Cristalândia do Piauí, PI, o de mais baixo pH (3,4). Quanto aos sólidos solúveis, houve variação de 11,4 ºBrix (Água Boa, MT) a 14,86 ºBrix (Itaituba, PA). Os dados obtidos serão documentados no banco de dados SIBRARGEN, para uso em futuros trabalhos de pesquisa.

Palavras-chave: Anacardium occidentale L., germoplasma, caracterização.

Agradecimentos: CNPq, Embrapa Agroindústria Tropical, UFC.

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EFEITO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE BAP (6-BENZILAMINOPURINA) NA MICROPROPAGAÇÃO DE

BASTÃO-DO-IMPERADOR

Eder de Oliveira Santos1, Antonio Anderson de Jesus Rodrigues1, Ana Cristina Portugal Pinto de Carvalho2, Levi de Moura Barros2,

Fernando Antonio Sousa de Aragão2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

O grande potencial ornamental das flores tropicais, graças à beleza, exotismo e diversidade de cores e formas, vem estimulando o cultivo de várias espécies, entre as quais se destaca o bastão-do-imperador [Etlingera elatior (Jack) R.M. Smith], planta rizomatosa, herbácea e perene, que possui inflorescências belas em diferentes tonalidades de vermelho. Um fator importante para o sucesso do seu cultivo é o emprego de mudas uniformes e de qualidade, o que muitas vezes é limitado pelo processo convencional de propagação da planta. A técnica da micropropagação passa, então, a ser a solução economicamente viável, pois além de possibilitar maior número e uniformidade das mudas, de forma mais rápida, permite a obtenção de plantas livres de pragas e doenças. O presente trabalho objetivou avaliar a taxa de multiplicação in vitro de Etlingera elatior cv. Porcelana, utilizando explantes de brotações de mudas micropropagadas, oriundos do segundo subcultivo. Os explantes foram inoculados em meio de cultura MS contendo diferentes concentrações de BAP (0,0; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 mg.L-1), suplementado com 30 g.L-1 de sacarose e 5,5 g.L-1

de ágar, sob dois regimes de fotoperíodo, totalizando 12 tratamentos. A taxa de multiplicação foi avaliada durante quatro subcultivos sucessivos, efetuados a cada 30 dias. As culturas foram mantidas em câmara de crescimento com temperatura de 24 ± 2ºC e intensidade luminosa de 30 μmolm-2s-1. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com oito repetições, analisado em esquema fatorial 2 x 6 (2 fotoperíodos x 6 doses de BAP). A parcela foi constituída por cinco frascos de capacidade de 250 mL com 30 mL de meio de cultura MS, contendo três explantes por frasco. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os resultados mostraram efeitos significativos para o fotoperíodo e concentrações de BAP, nos quatro subcultivos efetuados. As maiores taxas de multiplicação foram registradas no fotoperíodo de 12 horas diárias. A presença de BAP no meio de cultura favoreceu a emissão de brotações. Os resultados dos tratamentos avaliados, em termos econômicos, indicam que a micropropagação desta cultivar de bastão-do-imperador pode ser realizada em meio de cultura com 0,5 mg/L de BAP e sob fotoperíodo de 12 horas. Palavras-chave: Etlingera elatior, cultura de tecidos, subcultivos.

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ACLIMATAÇÃO DE PLÂNTULAS DE ANTHURIUM PLOWMANII EM DIFERENTES SUBSTRATOS

Iury César de Sousa Mourão1; Ana Cecília Ribeiro de Castro2; Ana Cristina Portugal

Pinto de Carvalho2, Fernando Antonio Sousa de Aragão2

1Estudante da Universidade Federal do Ceará-UFC; 2Embrapa Agroindústria Tropical,

CP 3761, CEP 60511-110, Fortaleza, CE. E-mail: [email protected]

Entre os antúrios nativos, o Anthurium plowmanii destaca-se pela beleza e durabilidade pós-colheita da folhagem. Como a aclimatização é uma das fases mais críticas da micropropagação, este trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento de plântulas obtidas in vitro de Anthurium plowmanii, cultivadas em diferentes substratos. Para tanto, um experimento com seis tratamentos foi conduzido em casa de vegetação, na Embrapa Agroindústria Tropical. As plântulas foram obtidas por meio da germinação in vitro de sementes, oriundas de acesso mantido no BAG de Plantas Ornamentais da Embrapa. Onze meses após a germinação, em meio de cultura MS, as plântulas foram lavadas para retirada do meio de cultura aderido às raízes e aclimatizadas em casa de vegetação com 80% de sombreamento. Os tratamentos a seguir foram avaliados em 14 repetições, com uma plântula por parcela: 1) húmus (vermicomposto) + casca de arroz carbonizada + vermiculita; 2) húmus + casca de arroz carbonizada; 3) areia; 4) areia + húmus; 5) areia + pó de coco seco + húmus; e 6) areia + pó de coco seco + vermiculita. As avaliações da altura da planta, número de folhas e taxa de mortalidade das plântulas, foram efetuadas em intervalos de 14 dias, durante três meses, totalizando seis avaliações. Observou-se maior altura nas plântulas cultivadas no substrato 5 (3,23 cm) e menor altura no substrato 3 (2,76 cm). A menor e a maior taxa de mortalidade das plântulas foram constatadas nos substratos 1, 5 e 6 (1 plântula) e nos substratos 2 e 3 (8 plântulas), respectivamente. Os dados relativos ao número de folhas não apresentaram distribuição normal, não sendo, então, considerados para fins de análise estatística. Concluiu-se que entre os substratos avaliados, a mistura contendo areia + pó de coco seco + húmus foi a mais indicada para a aclimatização das plântulas de Anthurium plowmanii, germinadas in vitro. Palavras-chave: antúrio, substrato, cultivo de tecidos, folhagem. Agradecimentos: Embrapa, UFC.

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SELEÇÃO DE HÍBRIDOS EXPERIMENTAIS DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE MELÃO-AMARELO DA EMBRAPA

Zirlane Portugal da Costa1, Fabiana Rodrigues da Silva1, Alexandre Campos Nunes2, Levi de Moura Barros3, Fernando Antonio Souza de Aragão3

1Estudante de Agronomia - CCA/UFC, 2Bolsista da FUNCAP/CNPAT, ³Embrapa Agroindústria Tropical, CP 3761, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil.

E-mail: [email protected]

O sucesso da lavoura meloeira no Nordeste deve-se ao uso de híbridos simples, uniformes e produtivos. Todavia, vale ressaltar que todos estes híbridos são de origem estrangeira. Provavelmente por isso, a produtividade e a qualidade do melão produzido no Brasil ainda têm muito a melhorar quanto à resistência a doenças, teor de sólidos solúveis e padrão de frutos. Assim, estes aspectos representam estímulo aos programas de melhoramento que visam aumentar a competitividade do melão nacional. Para tanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar híbridos experimentais de melão-amarelo, desenvolvidos no programa de melhoramento da Embrapa, por meio de caracteres dos frutos, nas condições da região do pólo CE/RN. O experimento foi conduzido em uma propriedade comercial, em Quixeré, CE. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com três repetições e a parcela constituída por duas linhas de cinco metros, com espaçamento de 0,4 metros entre plantas e dois metros entre linhas. Foram avaliados 97 híbridos experimentais (HEA-0801 a HEA-0897) diante de seis testemunhas comerciais (‘Vereda’, ’Ducral’, ‘Natal’, ‘Fitó 6/1’, ‘Gold Mine’ e ‘Rocky’). As características quantitativas avaliadas foram: peso do fruto - PF (kg), tamanho do fruto - TF (3-11), firmeza da polpa - FP (N), cor da casca – CC (1-5), teor de sólidos solúveis - TSS (°brix), comprimento do fruto - CF (mm), largura do fruto – LF (mm), espessura da casca - EC (mm), espessura da polpa - EP (mm) e espessura da cavidade interna – ECI (mm). Adicionalmente, antes da colheita, foi realizada uma seleção para escolha dos melhores híbridos experimentais, nos moldes do “olho do melhorista”, considerando cobertura foliar, quantidade e formato dos frutos, cor da casca, cavidade interna e TSS. Os resultados mostraram que as testemunhas foram superiores aos híbridos experimentais para todas as características, exceto para TSS e EC. Do mesmo modo, os seis híbridos experimentais selecionados (HEA-0803, HEA-0850, HEA-0852, HEA-0892, HEA-0895, HEA-0896) foram superiores aos demais híbridos experimentais, em relação à CC, ECI, CF e TSS, não diferindo para os demais caracteres. Por fim, os híbridos experimentais selecionados tiveram melhor desempenho que as testemunhas em relação ao TSS e inferior em relação à FP e ECI, sem distinção para as demais características. Deste modo, conclui-se que os genótipos selecionados são promissores e deverão ser avaliados em maior escala na safra 2009/10.

Palavras-chave: Cucumis melo, heterose, exportação.

Agradecimento: BNB, CNPq e Embrapa.

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PARTICIONAMENTO DE MATÉRIA SECA EM PLANTAS DE MELOEIRO

Reivany Eduardo Morais Lima1, Everton Alves Rodrigues Pinheiro2, Marlos Alves Bezerra2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, 60511-110, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: [email protected]

A produção de melão (Cucumis melo L.) é uma atividade de grande importância econômica para o Nordeste brasileiro, em especial para os estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Entretanto, embora essa região apresente condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento vegetativo e reprodutivo do meloeiro, o conhecimento da fisiologia dessa espécie em resposta ao ambiente de cultivo permitirá suplantar diversos problemas enfrentados pelos produtores, em especial o baixo teor de sólidos solúveis totais dos frutos. Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo caracterizar o particionamento de matéria seca (MS) durante o estádio reprodutivo de plantas de meloeiro. O experimento foi conduzido no Campo Experimental de Pacajus, CE, pertencente à Embrapa Agroindústria Tropical. Foram utilizadas mudas de melão do tipo galia, plantadas em espaçamento 2 x 2 m, visando o controle individualizado das plantas. Todos os tratos culturais seguiram a recomendação do sistema de produção do meloeiro da Embrapa Agroindústria Tropical. A partir do momento em que as plantas apresentaram a primeira frutificação, foram realizadas seis coletas, do 37º ao 72º dia após o transplantio. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, sendo coletado quatro plantas a cada 7 dias. As plantas foram divididas em raiz, caule+ramos, folhas e frutos e foram secas em estufa de circulação forçada de ar, até atingir peso constante. O peso da matéria seca total da planta foi crescente ao longo do período experimental. A maior contribuição do sistema radicular para a massa seca total da planta se deu na primeira semana de coleta, com 3,7%, enquanto para as demais essa contribuição foi constante, abaixo de 1%. O acúmulo de MS no caule+ramos não diferiu estatisticamente ao longo das semanas, apresentando um percentual entre 7% e 12% do total. Nas duas primeiras semanas de coleta, as folhas foram as que mais contribuíram para o acúmulo de MS total das plantas (em torno de 50%). Nas demais semanas, esses valores variaram de 30% a 40% do total. A contribuição máxima dos frutos para o peso total se deu a partir da terceira semana, quando esse valor foi acima de 50% do peso total. Nas duas primeiras semanas, o percentual do fruto para o peso total da planta foi abaixo de 40%. As plantas apresentaram um crescente acúmulo de matéria seca tanto nos ramos quanto nas folhas e frutos até a última coleta, o que demonstra uma forte demanda por fotoassimilados até o momento da colheita.

Palavras-chave: melão, partição de fotoassimilados, desenvolvimento.

Agradecimentos: CNPq, EMBRAPA.

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SOCIOECONOMIA

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TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA DA CAJUCULTURA FAMILIAR DE BARREIRA, CE

Francyálisson Lima de Oliveira1, Enio Giuliano Girão2, Heitor Ribeiro Antunes3

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; 3Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia. E-mail: [email protected]

A cajucultura tem no Nordeste relevante importância socioeconômica, envolvendo cerca de 280 mil pessoas, sobretudo na agricultura familiar. A Associação Comunitária de Barreira – ACB, conhecida como PA-Rural, trabalha desde o ano de 1989 na organização de cajucultores familiares no município de Barreira, CE. Desde 2003, a ONG Núcleo de Iniciativas Comunitárias vem desenvolvendo ações em agroecologia no município. A transição agroecológica dos cajucultores surgiu como necessidade pela demanda crescente do mercado nacional e internacional pela certificação orgânica. Nesse contexto, a Embrapa Agroindústria Tropical (CNPAT) e os parceiros Fundação Konrad Adenauer, NUTEC, SEBRAE e Fundação Banco do Brasil desenvolveram projeto para realizar a certificação de propriedades daquele importante Arranjo Produtivo Local. Diante das demandas, foram realizados cursos de capacitação com a participação de 50 produtores, além de assistência técnica. Foram realizadas, também, consultorias em Boas Práticas de Fabricação e de mercado, seguidas da reestruturação das minifábricas, visando atender às normas sanitárias e exigências dos compradores. As propriedades foram georreferenciadas e os dados convertidos em mapas pelo Laboratório de Geoprocessamento do CNPAT. O projeto custeará o primeiro ano de certificação e produtores arcarão com o processo a partir do segundo ano de certificação. Recentemente foram doadas pela SEMACE mudas de plantas nativas para reflorestar as propriedades e atender à reserva legal do Código Florestal. A executora já foi escolhida e começará o processo ainda esse ano. Antes mesmo do selo orgânico, destaca-se a participação da ACB em feiras mundiais. Durante a Biofach, principal feira do setor de orgânicos da América Latina, foram feitos contatos comerciais, com previsão de fechar negócios na ordem de dois milhões de reais. A ACB também participou da Feira Nacional da Agricultura Familiar e do Salone Del Gusto do Terramadre em Turim, na Itália, e neste ano, foi convidada a participar pela primeira vez da BioBrazilFair, Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecológicos, em São Paulo. Palavras-chave: arranjo produtivo local, orgânico, comércio justo. Agradecimentos: BNB/FUNDECI/Embrapa/Projeto de Produção Integrada e Certificação Orgânica da Cajucultura de Barreira.

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