17
Acendam todas as luzes: Foram vencidas as trevas, e a madrugada ergue-se da noite do sepulcro! Limpem todas as lágrimas: O Senhor, crucificado e morto, está vivo! Ponham mais um prato na mesa: Ele vai aceitar o nosso convite para cear connosco! Juntem-se todos na praça da cidade: Hoje nasceu um novo Povo, que há-de ser luz, sal e fermento! Dêem-se todos as mãos: Em Cristo, Deus fez-se, definitivamente, Deus-connosco! R. Lindo Vale, 464 – 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 – 1750-146 LISBOA Açores festeja 1º aniversário do ‘REMAR’ Encontros de Formação com a Irmã Marilene Reunião das Equipas Directivas das nossas Escolas

R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

Acendam todas as luzes: Foram vencidas as trevas, e a madrugada ergue-se da noite do sepulcro!

Limpem todas as lágrimas: O Senhor, crucificado e morto, está vivo!

Ponham mais um prato na mesa: Ele vai aceitar o nosso convite para cear connosco!

Juntem-se todos na praça da cidade: Hoje nasceu um novo Povo, que há-de ser luz, sal e fermento!

Dêem-se todos as mãos: Em Cristo, Deus fez-se, definitivamente, Deus-connosco!

R. Lindo Vale, 464 – 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 – 1750-146 LISBOA

[email protected]

Açores festeja 1º aniversário do ‘REMAR’

Encontros de Formação com a Irmã Marilene

Reunião das Equipas Directivas das nossas Escolas

Page 2: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

2

Encontros de Formação orientados pela Irmã Marilene Brandão Segundo a Programação, a vinda da Irmã Marilene Brandão (brasileira, da Congregação das Irmã Agostinianas) seria aproveitada para encontros com vários grupos de Irmãs: 21 a 23 - Faixa Etária 1; 24 e 25 - Faixa etária 2; 26 - Coordenadoras de Comunidade. Uma Irmã de cada grupo vai dizer-nos o que foi esse Encontro: Faixa 1 - Conquista o teu PRESENTE…

Recebemos um convite para participarmos, no Sardão, num Encontro/Formação na linha da Psicologia, nos dias 21 a 23 de Fevereiro, com a Irmã Marilene. “Cada uma de nós é uma maravilha de Deus”. Quem não fica logo cativado com um acolhimento destes? Foi assim que a Ir. Marilene, com a sua simplicidade e tranquilidade, iniciou a sua reflexão sobre a Integração Pessoal, criando dentro de nós um desafio constante: acreditar sempre na possibilidade de crescer, olhar o nosso potencial, confiar na nossa intuição, tomar iniciativas e arriscar com determinação na certeza de que Jesus nos dá: “Eu vim para que tenham vida e vida em abundância”. Importante estarmos numa atitude de liderança diante da vida, tendo como fundamental a regra 6 dessa Congregação: “não leve a si mesmo muito a sério”; o verdadeiro líder “coloca o outro no palco”. “Deus, o arquitecto das nossas possibilidades”, oferece-nos o melhor PRESENTE, que tem de ser conquistado por nós, nas oportunidades que a vida nos oferece, transformando os nossos problemas e limites em experiências de crescimento.

Precisamos de ser livres para sonhar… e, quando não sabemos qual o nosso sonho, podemos sempre realizar o sonho de alguém. A maior lição do homem é “dar à luz a si próprio”, é estar disposto a investir o seu tempo e o seu esforço para lutar, com a força da auto-determinação, pelas suas possibilidades e fazê-las frutificar. Para quem tem objectivo na vida, tudo faz sentido! Consciente da exigência deste caminho, a voz serena e portadora de uma fé profunda da Ir. Marilene convidou-nos a escutar sempre o cântico com que nos presenteou: “Tem calma contigo mesmo”.

Irmã Ana Barrento Faixa 2 - Deixemos a nossa luz brilhar...

No dia 23 de Fevereiro, 3ª feira de Carnaval, encontrámo-nos as 22 Irmãs da faixa 2 na Casa de Retiros do Sardão para vivermos um tempo de encontro de dois dias, com a Irmã Marilene Brandão. Depois de uma breve apresentação, a Irmã Marilene motivou-nos a viver um momento de oração a partir dos Salmos 90 e 138 como ponto de partida para viver uma experiência forte de encontro connosco próprias, com Deus e com os outros. Todo o tempo dos dois dias foi bem gerido, com momentos vivos e permanentemente nesta dinâmica de escuta, de

Page 3: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

3

interiorização e de partilha em pequeno e grande grupo. Como grupo fizemos uma caminhada de conhecimento maior de todas pela partilha de vida na riqueza que é cada uma. A Irmã Marilene soube bem captar a atenção e o interesse do grupo, não só pelos temas abordados mas também pelo seu jeito próprio de ser, de estar e de comunicar. Foi muito o que se viveu, e acreditamos que estas experiências de formação, na idade concreta que cada uma vive, nos ajudam a ir ao essencial, numa consciência maior do “potencial” que Deus deu a cada uma para mais e melhor servir. Acreditar que são muitas as “possibilidades” a descobrir em nós e nos outros, por isso “deixemos a nossa luz brilhar porque, à medida que a nossa expressão brilha, fazemos com que os outros brilhem”. Por terem sido tão bons estes dias, estamos agradecidas!

Irmã Josefina Pires O que foram estes dois dias aqui passados na Casa de Retiros do Sardão? - Faixa 2

Dias de Esperança e de Comunhão.

Dias de aprofundamento, enriquecimento e maior consciência das realidades e do nosso modo de estar nelas.

Gostei muito destes dias. Tema muito oportuno e que nos vai ajudar na vivência pessoal e comunitária.

Foi uma experiência muito rica de conhecimento pessoal e de amadurecimento para os valores comunitários.

Coordenadoras - Estou no meio de vós como aquele que serve Foi no dia 26 de Fevereiro que tivemos um encontro com a Irmã Marilene Brandão, dia de grande densidade e dinamismo interior. Os temas mais importantes que nos moveram e motivaram foram: a missão da coordenadora; a presença da coordenadora na comunidade; o cuidado que cada coordenadora deve ter com cada pessoa e com a comunidade. Um outro tema muito impor-tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou no meio de vós como aquele que serve. Foi um dia ‘pequeno’ para tanto que se viveu, mas valeu a pena.

Irmã Maria Emília Nabuco

Encontro das Equipas Directivas das Escolas das Irmãs Doroteias Fátima 10.02.2009

Ana Isabel Santos Colégio de Santa Doroteia

No passado dia 10 de Fevereiro, registou-se mais um momento importante para a família doroteia neste ano jubilar: o encontro das equipas directivas das escolas das Irmãs Doroteias de ambas as Províncias.

O objectivo era, sobretudo, congregar as pessoas para que se conheçam melhor e partilhem as suas experiências educativas em ordem a um enriquecimento mútuo, em espírito de família, segundo Santa Paula. Para nos ajudar nesta

Page 4: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

4

partilha e reflexão, tivemos como orientador o Padre Jorge Manuel Sena, sacerdote jesuíta e director do Colégio das Caldinhas, em Santo Tirso. Estavam representados, neste dia, o Colégio do Sardão, o Colégio da Imaculada Conceição (Viseu), o Colégio de Nossa Senhora da Paz (Porto), o Colégio de Santa Doroteia (Lisboa), o Colégio de Nossa Senhora de Fátima (Abrantes), a Casa de Nossa Senhora do Rosário (Figueira), o Externato do Parque (Lisboa) e a Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti (Porto). A manhã começou com uma dinâmica de grupos em que estes, heterogeneamente formados, se apresentavam e partilhavam as suas expectativas acerca do encontro. Após um breve momento de oração, o Padre Jorge Sena iniciou a sua palestra, subordinada ao tema “Liderança educativa à luz do nosso carisma”. Expôs, de uma forma muito clara e pertinente, os pilares sobre os quais deve assentar o nosso estilo de liderança, enquanto responsáveis por uma instituição educativa inspirada no carisma de Santa Paula Frassinetti. Falou-nos da importância de afirmar inequivocamente a nossa identidade e de deixar claro para todos os que connosco interagem - alunos, pais e colaboradores dos nossos colégios - que o nosso modelo pedagógico é de matriz cristã, que nos inspira a “Pedagogia do Evangelho”, e as nossas orientações são as da tradição da Congregação das Irmãs Doroteias, que nos chegam pelos Documentos fundacionais de Paula Frassinetti. Reflectimos ainda na semelhança existente entre a

forma como o educador conduz o aluno, em ordem ao seu crescimento integral e equilibrado, e a atitude do líder no exercício da sua autoridade de gestão educativa. A manhã terminou com as três estratégias que conduzem à genuína liderança, a saber, a capacidade de o líder formular a missão ou meta para onde quer que a escola caminhe nos anos mais próximos, a atenção personalizada a todos os educadores e o diálogo educativo. Este, importantíssimo para que haja coesão e coerência entre todos os educadores ao nível da concepção da excelência académica e da excelência humana. Sem este diálogo, que esclarece ambiguidades e desfaz divergências, a força educadora significativa para formar em atitudes e valores fica enfraquecida. A tarde não foi menos interessante. De um modo bastante concreto, o Padre Jorge Sena elencou alguns traços que fazem parte do nosso modo de educar, e que devemos ter sempre presentes no nosso dia-a-dia como educadores e evangelizadores que somos. Para terminar, abordou dois aspectos que devem caracterizar a intervenção do líder educativo. Ele deve ser testemunho da alegria que brota de uma vida espiritual profunda e testemunho de união e abertura entre os educadores. Para isto contribui uma disponibilidade incondicional junto destes, bem como uma preocupação constante com o clima da escola no que toca às relações humanas e à proximidade entre as pessoas, tendo sempre como medida o perfil de líder de Jesus. O encontro terminou com a celebração da Eucaristia. Foi, sem dúvida, uma excelente oportunidade para

Page 5: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

5

nos enriquecermos, não só pela notável formação do Padre Jorge Manuel Sena mas também pelos momentos em que se trocaram opiniões, ideias a propósito do que se tinha ouvido. Agora é altura

para, ao regressarmos aos nossos colégios, fazermos o discernimento, a auto-avaliação, cheios da “saudável insegurança e da inquietação permanente” (Padre Jorge Sena).

AÇORES - «REMAR» em festa!!! Irmã Maria Francisca

No passado dia 6 de Março o REMAR festejou o seu 1º Aniversário.

A festa correu muito bem! Foi muito positiva. Estiveram presentes as grandes individualidades da terra, ou não fosse um momento importante para todos!!

Mais uma vez, a Comunidade festejou em grande.

O programa foi variado e muito participativo, o nosso hino estava giríssimo; o documentário realista; a peça de teatro fez-me chorar de tanto rir; na altura das coreografias apetecia-me

saltar e dançar com elas; o grupo da Casa do Povo da Maia estava um mimo, afinado e as meninas vestidas simbolicamente e a preceito; os poemas foram significativos; a decoração o máximo, os arranjos um encanto, os barcos em miniatura espalhados pelos espaços davam um ambiente gracioso e alusivo ao Projecto, a pintura do anexo bem acabada, o quintal bem arranjado. Tudo foi pensado ao pormenor e nada faltou. Os salgados deliciosos; a exposição dos Ateliers “Partilha de Saberes” e “Fios e trapos” foi magnifica. Os remos em madeira constituiu uma excepcional ideia; a flauta transversal proporcionou-nos um momento agradável; a Margarida na dança de ventre provocou-me um arrepiou total,… e o grande acontecimento do dia: o Lançamento do nosso Livro de Receitas!!!

Enfim, uma panóplia de acontecimentos para um só dia com poucas horas. Mas uma realidade é certa: o “REMAR veio para ficar!!!”

“Não querem ousar ‘Remar’ connosco? Juntos chegaremos ainda mais longe!!”

«Doroteias» recorda o que é o REMAR, indo reler o que a Ana Margarida Almeida

escreveu no Boletim de Dezembro de 2007:

... tudo isto que vos conto é o meu actual trabalho; mas o que me trouxe até S. Miguel foi

um projecto igualmente aliciante e inovador. Este último foi já elaborado de raiz pelo

nosso grupo de trabalho: as assistentes sociais, a psicóloga e os membros do Centro

Social e Paroquial da Maia. Escolhemos o nome “Remar” por tudo o que ele evoca. Por um

Page 6: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

6

lado, remar lembra-nos o mar e os pescadores que diariamente arriscam as suas vidas

para trazerem para terra o fruto do seu trabalho; por outro lado, evoca o movimento e o

esforço individual e conjunto. “Remar” é, pois, conquistar e vencer! Com toda a força de

vontade, lutámos pela sua aprovação e conseguimo-lo! Agora, pelas incómodas questões

burocráticas, esperamos que comece em breve. Com “Remar”, chegaremos até duas

localidades desta ilha quase esquecidas (Fenais da Ajuda e Ribeira Funda). Aí

trabalharemos com mulheres, jovens e adolescentes: teremos um espaço de leitura e

cinema, computadores e aulas de informática, ginástica e expressão corporal para

mulheres, entre tantas outras iniciativas. É nosso objectivo maior mostrar tudo o que

este povo tem para dar e receber. Em Janeiro, esperam-me mais actividades, entre elas

uma formação para os funcionários da Santa Casa, a organização de um sarau cultural... e

muito mais…

Carta do Brasil - Irmã Anabela Pereira 28 de Fevereiro de 2009, S. Paulo

“O Lago secou…” Quem poderia imaginar, que de um momento para o outro, o lago do Parque da Aclimação em S. Paulo, se podia tornar num deserto pantanoso, sem vida… As pessoas habituadas a caminhar acompanhadas pelo brilho das águas, o reflexo dos arranha-céus no lago e a presença serena dos patinhos, acabados de nascer, nadando de um lado para o outro… vão agora mais cabisbaixas.

É sempre assim, só vemos a importância das coisas, quando elas nos faltam. O ponto central do lago quebrou, a água ganhou uma força tão grande que foi desaparecendo pelo buraco que surgiu, engolindo tudo… A fonte secou e ficou o lixo que se escondia por baixo da água tão cristalina, a vida desapareceu… Este lago já tinha muitos anos, a falta de manutenção pode ter sido uma das

causas deste acontecimento. Pois é, o lago secou…isto criou impacto dentro de mim. Como tudo pode mudar de um momento para o outro… Este episódio fez-me reviver o tempo que passei, em que mais uma vez tive o privilégio de acompanhar um grupo de leigos em Exercícios Espirituais de 5 dias. Estes Leigos quiseram viver um Carnaval diferente, tiveram a coragem de esvaziar o seu lago e olhar para as suas fragilidades, os seus lixos, à luz da verdadeira fonte, Deus. Não esperaram que acontecesse uma catástrofe e deram passos… Nós, os cristãos, temos a sorte de ter tempos privilegiados, como a Quaresma, para esvaziar o nosso lago; é só querermos…

Page 7: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

7

Não é bonito ver um lago transformar-se num pantanal, mas é importante que isso aconteça às vezes, nas nossas vidas. Escutando as pessoas, acolhendo os seus problemas, fui-me dando conta de como tanta gente sofre na solidão, sem ter alguém com quem partilhar as suas mágoas, os seus medos, as suas angústias. E como isto pode fazer a diferença… o sentir que alguém nos acolhe, de forma gratuita, dando do seu tempo… escutando apenas… às vezes é só escutar e nada mais. Mais uma vez, me dei conta de como Deus vai transformando o coração de cada pessoa, quando esta se coloca na sua presença. Como o fundo do lago se vai tornando mais limpo, deixando entrar a água, que o vai enchendo. A água que mata a nossa sede, que preenche os nossos vazios e nos dá ânimo para retomarmos a nossa vida, com os olhos fixos na verdadeira fonte. Este é o tempo favorável, para deixarmos entrar água nova, que limpe as impurezas e venha refrescar as nossas vidas…

14 de Março - Grande Encontro da Família Doroteia, em Fátima, com a presença de mais de 5000 pessoas. Ficará para a História! Certamente viram o programa Ecclesia do dia 17, com uma pequena reportagem. Quem não o viu pode ir ao Ecclesia ou, ainda mais simples, à página do Colégio de Santa Doroteia (www.csdoroteia.edu.pt),

24 de Março - O Programa Ecclesia apresentou uma bela reportagem sobre a nossa ESE de Paula Frassinetti.

26 de Março - A Irmã Clementina Pinto (de Évora) foi para a Casa Paula a fim de poder ser mais acompanhada depois do edema pulmonar que fez.

31 de Março - Em Ano Jubilar, o aniversário da Irmã Lúcia foi festejado «em família» no Colégio de Santa Doroteia: Eucaristia,

Jantar, e um lindo momento de oração-acção de graças.

02 de Abril - Partiu para Roma a primeira «peregrinação real» de Leigos. É um grupo de 40 pessoas de proveniência muito variada mas todas «da família»... A maioria é do Sul, tendo ido também um grupo de 6 com a Irmã Lourdes Rua Pereira. Responsáveis pela peregrinação - Irmã Joaquina Marques e Manuela Mendonça. Chegaram já, verdadeiramente felizes, apesar do grande susto causado pelo sismo, que também foi sentido em Roma.

03 de Abril - A Irmã Vitória Gueve regressou a Angola, levando no coração a amizade que experimentou aqui em Portugal. Também nós ficámos com a Irmã Vitória no nosso coração!

03 - 04 de Abril - Reunião dos Governos

Page 8: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

8

Provinciais, em Fátima.

06 de Abril - A Irmã Lúcia Soares partiu para Angola, pelas 10 da noite, onde ficará até ao dia 12. Com diz na última Circular, o objectivo desta passagem por Angola é encontrar-se «com as postulantes de Moçambique, que já estão em Angola, “levar” a postulante de cá; conhecer o ambiente, agradecer a Angola a partilha fraterna no campo da missão e da formação…». Contra tudo o que se esperava, conseguiu-se o passaporte da Anabela Viegas, que foi no mesmo voo. Vamos ter muito presente esta Visita da Irmã Lúcia, e também a Anabela, que vai cheia de generosidade mas certamente também de saudades! Deram notícias. Já estão em Benguela. Tudo correu bem.

09 de Abril - Chega o grupo de Leigos em Peregrinação a Roma/Génova.

13 de Abril a 2 de Maio, a Irmã Lúcia está em Moçambique: 15 a 20 - Ulongwè (Tel. 00258 252 52028); 20 a 25 - Lichinga (Tel. 0025827120511); 26 Abril a 2 Maio - Fomento (Tel. 0025821780159). Durante a sua ausência,

a Irmã Lúcia é substituída pela Irmã Pilar.

17 a 18 de Abril - Noite VIP da Pastoral Juvenil (caminhada nocturna com Santa Paula).

02 de Maio - Parte para Roma o 3º grupo de Irmãs em «peregrinação» aos Lugares de Paula. São 14 Irmãs, das duas Províncias, ‘guiadas’ pela Irmã Diana Barbosa.

02 de Maio - A Irmã Lúcia chega de Moçambique ao fim do dia.

10 de Maio - Chega de Roma o grupo de Irmãs em peregrinação a Roma/Génova.

15 de Maio - Em princípio, a Irmã Rositta chega das Filipinas, e ficará uns meses em Portugal.

A Irmã Teresa Rodrigues não regressa a Moçambique na data prevista (24 de Abril) por motivos de saúde.

A Irmã Maria José Lourenço (Linhó), que tinha vindo para casa depois da operação ao colo do fémur, passados uns dias teve que regressar ao Hospital com uma pneumonia; está muito mal.

Faleceram: A Irmã Maria Celeste Duarte de Oliveira, no Colégio da Paz, a 2 de Abril, com 93 anos. Uma broncopneumonia acelerou esse momento. A Comunidade do Colégio da Paz rodeou de carinho a Irmã Maria Celeste, que teve a ‘delicadeza’ de ‘esperar’ pela vinda da Irmã Maria Antónia Marques Guerreiro de Roma. Tinha que se despedir da Coordenadora e grande amiga... A Comunidade da Paz vai escrever uma «Memória do coração». Mas deixamos aqui alguns aspectos dessa memória que foram recordados na Eucaristia:

Page 9: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

9

A fidelidade da sua entrega ao Senhor e aos irmãos, a dedicação e seriedade com que viveu a sua missão de Educadora em vários Colégios e noutros espaços educativos.

A dimensão espiritual que tanto marcou a sua Vida Religiosa, o seu amor a Jesus Cristo e a Nossa Senhora, o seu imenso gosto de acompanhar a vida da Congregação, procurando participar sempre nas acções de formação que iam sendo realizadas.

A alegria com que desfrutava os momentos de convívio com as Irmãs, e todo o interesse que tinha pela vida do Colégio e pelas outras actividades apostólicas.

A sua força de vontade e o espírito de sacrifício com que foi enfrentando os sofrimentos físicos e os limites de vária ordem que Deus permitiu assinalassem estes últimos anos de vida.

Familiares de Irmãs (alguns há mais tempo, mas repetimos aqui a notícia com receio de não terem chegado a todas as Comunidades/Irmãs, por terem sido comunicadas por mail ou pelo «Doroteias.Net»:

Um irmão da Irmã Conceição Xavier; o único irmão ainda vivo da Irmã Brites; um cunhado da Irmã Trindade Videira; uma irmã da Irmã Isabel Pires (em menos de um ano já faleceram 3 irmãos!); o irmão mais novo da Irmã Maria Emília Melo, de repente; o irmão mais velho da Irmã Céu Santos, durante o trabalho; um cunhado das Irmãs Maria Helena e Mª Celeste Dias Ferreira; a irmã das Irmãs Joaquina e Maria da Conceição Ferreira Pinto, por quem estávamos a rezar. Não podemos esquecer também um grande amigo: o Padre Amadeu Pinto, jesuíta, que o Senhor veio buscar no dia 18 de Março.

Bodas de Ouro A Irmã Madalena Alves (de Viseu), que celebrou as Bodas de Ouro de Vida Religiosa no dia 19 p.p., foi viver parte desse dia no Porto por proximidade da família. A Eucaristia foi celebrada em Vilar (Comunidade onde está a irmã, Ana), sendo presidida pelo irmão Padre. No decorrer da Eucaristia a Irmã Madalena deu este testemunho:

Estamos aqui reunidos, hoje, na Festa de S. José, para louvar e agradecer ao nosso

Bom Deus por um dia me ter chamado a segui-Lo mais de perto. E já lá vão 50 anos!

Não foi fácil dizer Sim, nem antes nem depois, como o não foi para Maria e mesmo

para S. José…Mas a alegria e a paz que se sente neste Sim que, gratuitamente, se dá

a CRISTO, quando vemos que é essa a vontade de Deus a nosso respeito, é tão

profunda que tudo vale a pena arriscar por este Deus-Amor. Senti-O sempre ao meu

lado, nunca me deixou vacilar…

Deus fez-me ver que só n’ Ele existe a verdadeira plenitude para o homem. Por isso

cantámos: “Sei a Quem me entreguei, sei em Quem pus a minha esperança”. Eu Te

Bendigo, Senhor, por tão grande amor… Dizia Santa Paula: Agradeçamos de todo o coração ao nosso Bom Deus de Quem todo o bem deriva. Quero louvar-Te também, Senhor, pela Família em que nasci e que tão cedo me educou

Page 10: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

10

para os valores do Evangelho. Recordo com muito carinho e saudade os que já se

encontram junto de Ti, mas que vivem comigo este momento.

Agradeço também a presença da minha irmã Ana, dos meus sobrinhos… do meu

cunhado, da minha Madre Mestra que me recebeu de braços abertos no Noviciado e

sempre esteve a meu lado; recordo também os ausentes e, nestes, de um modo

especial a minha irmã Lucília, a quem a falta de saúde impediu de estar fisicamente presente, mas o está em espírito.

Agradeço também a esta Comunidade de Vilar que nos recebeu, à sua Coordenadora,

Ir. Cardina, à minha Comunidade e a todas Comunidades por onde passei. Tantas

pessoas que se cruzaram e continuam a cruzar no meu caminho... E aqueles e aquelas

que, ao longo destes 50 Anos de Graças, foram instrumentos de Deus na caminhada

que vou fazendo para a casa do Pai e me ajudaram a ser resposta de Fé ao amor

gratuito de Deus na construção do Reino. Seja Ele a fazer-lhes sentir a minha imensa

Gratidão.

Casa de FÁTIMA:

Na «História da Fundação da Casa de Fátima» pode ler-se:

«Antes de ser uma feliz realidade, esta Casa foi uma ansiosa esperança. Entre nós era

geral convicção de que o nosso Instituto, escolhido por Deus para receber a humilde

pastorinha, tinha o seu lugar marcado na Cova da Iria».

Depois de várias pesquisas, alugou-se uma casita, de dimensões muito reduzidas, onde, a

10 de Agosto de 1944, a Madre Cunha Matos (grande impulsionadora da nossa presença

em Fátima) e mais algumas Irmãs, num total de 9, foram passar uns dias de «férias». Não

havia um único colchão. Três Irmãs dormiram em casa de uma senhora amiga, e as outras

no chão, na casita, sobre cobertores. «No dia seguinte foram as Irmãs à procura de palha

com que encheram os panos de colchão que tinham trazido de Évora, e, com umas cadeiras

emprestadas pelo Santuário, um fogareiro, uns tachos e uma bilha, que em Fátima

puderam comprar, tinham o mobiliário bastante para viverem alegremente». No dia 12 de

Agosto recordaram a fundação, em circunstâncias ainda mais precárias, e no dia 17

chegava a primeira ‘mobília’. «Era interessante a alegria das Irmãs, extasiadas diante de

tanta riqueza!...».

As Irmãs não perderam tempo, e no dia 15, Domingo, foi anunciado nas 3 Missas a

«abertura de uma sala de costura». E já no dia 16 se iniciou a aula de trabalhos, numa

salinha do Hospital emprestada pelo Reitor do Santuário. Nesse primeiro dia as

crianças eram 36; no dia seguinte, 50; em breve chegaram a 100. Já não cabiam na

sala, mas, como era verão, tiveram a «sala aberta» do ar livre, tendo como cadeiras as

pedras e como tecto a sombra das azinheiras. Os grupos de Irmãs foram-se

revezando, não só do Colégio de Évora como da Casa de Coimbra.

Page 11: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

11

Ir. Cecília Pinto Elvas, 83 anos, Comunidade de Vilar.

Mas era preciso dar mais um passo: a abertura de uma Escola para as crianças da Cova

da Iria. Depois de muita reflexão e consulta, a Escola abriu a 16 de Outubro, com o

nome de «Escola de Santa Doroteia», funcionando em salas cedidas pelo Santuário.

Tornava-se urgente construir uma casa. Adquirido o terreno (da actual casa), no dia 15

de Abril de 1945 foi lançada a primeira pedra, aproveitando a circunstância de uma

peregrinação da JECF, o que reuniu grande número de Irmãs e alunas - nos seus

uniformes brancos e véu branco. Nem faltou a imagem de Nossa Senhora, trazida num

andor pelas alunas do Colégio de Abrantes... como não faltou um hino, com letra

apropriada!

O edifício (actualmente existente, na Rua da Sagrada Família) tem a marca do

conceituadíssimo Arquitecto Vasco Regaleira, a pedido do construtor de quem era

amigo. Só no dia 26 de Abril de 1946 a Comunidade mudou para a actual casa.

Sabia que a nossa Comunidade é uma das poucas Casas Religiosas (só há mais duas)

ligadas ao Santuário? O nosso «Pároco» é o Reitor do Santuário, e é ele que faz a

Visita Pascal... Ainda não se investigou muito bem o motivo, mas parece que tem a ver

com a antiguidade e a localização.

Quem pode dizer «Eu também estava lá...» ?

“Fui para Fátima em Agosto de 1962, onde estive 12

anos. Éramos 7 Irmãs, sendo superiora a Irmã Pereira

Leite.

Nessa época, a Cova da Iria era um simples lugar que pertencia a Fátima.

Havia a Moita e os Valinhos, de onde eram os pastorinhos.

As crianças que frequentavam a nossa Casa eram recebidas gratuitamente, e ainda lhes

dávamos todos os dias, ao meio-dia, uma boa sopa, que a todas confortava. Na cozinha

estava a Ir. Alves da Mota. Não vivíamos tempos de muita fartura, no entanto para as

meninas havia sempre o necessário.

Alguns anos mais tarde comprámos, por 5000 contos, uma casa, ali ao lado, que pertencia aos

Capuchinhos. Tínhamos um campo de arroz no valor de 250 contos. Em 1964 a Ir. Furtado

Martins, que era a Provincial, completou o que faltava para se pagar a casa nova. Passaram a

funcionar lá as aulas das alunas: eu tinha as 2ª, 3ª e 4ª, a Ir. Lourdes Sales Baptista tinha a 1ª,

a Ir. Reis a Infantil. Uma Irmã dava aulas de lavores a todas as alunas. Mais tarde passámos a

ter também a 5ª e a 6ª classes. As alunas que faziam a 6ª classe iam frequentar o 3º ano no

Colégio do Coração de Maria, pois em Fátima não havia ensino oficial a este nível de

escolaridade.

A Irmã Helena Gomes, da Comunidade do Parque, ofereceu-nos uma televisão com o objectivo

de as alunas assistirem às aulas de Física e Química, e assim melhorámos muito a qualidade

do nosso ensino.

Em 1972 as alunas começaram a pagar 20 escudos por mês, e no último ano alguns pais, que

tinham mais possibilidades, quiseram pagar 150 escudos.

Até essa altura quem ajudava a pagar as despesas desta Obra eram as Comunidades das

Page 12: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

12

Ir. Maria Isabel Hall, 85 anos, Comunidade do Parque.

Calvanas, do Parque e do Colégio da Paz. Frequentavam a Obra cerca de 120 alunas.

Na Cova da Iria não havia papelaria nem livraria e, por isso, dois dias após a minha chegada

à Comunidade, a Ir. Pereira Leite e eu fomos de camioneta até Vila Nova de Ourém. Ao

chegarmos, veio ter connosco um cavalheiro que, por nos ter reconhecido como religiosas,

nos disse: “Tenho uma loja onde vendo livros e material escolar e, tendo em conta o

trabalho que as Irmãs realizam, faço-lhes 20% de desconto nas compras”. Comprámos logo

cadernos e livros e tudo o que fazia falta.

O 1º e 2º andares da casa que adquirimos destinavam-se a acolher peregrinos, e a Ir. Isabel

Pires era a encarregada do acolhimento. Dois anos depois começámos a receber alunas que

eram filhas de imigrantes que trabalhavam em França. Era um pequeno internato, com 25 a

30 alunas, e estava confiado aos cuidados da Ir. Isabel. Vivíamos todas como uma família.

As alunas participavam na vida de Fátima e do Santuário.

A Ir. Lencart, sendo Superiora da Casa de Abrantes, assumiu também a nossa Casa. Todos

os meses eu tinha de lhe mandar um relatório sobre o andamento da Casa.

É tudo quanto me recordo deste belo tempo que vivi em Fátima

Quando cheguei a Fátima, em 1967, a Escola

tinha uma orientação maravilhosa. As crianças

que a frequentavam eram filhas de donos de hotéis, e também crianças dos

arredores; estas eram muito pobres; passavam o dia na Escola, tendo como

alimento um pequeno lanche. Ao meio-dia, fazia-se-lhes uma sopa forte, muito

vitaminada, preparada com esmero pela Ir. Alves da Mota. Nas caves da Casa, as mais

velhas, ajudadas pelas mais novas, faziam a distribuição da sopa e ajudavam a arrumar tudo.

De vez em quando a Ir. Pinto Elvas e eu íamos assistir, a fim de verificar se tudo decorria

em boa ordem.

As crianças eram de uma grande docilidade, e entre elas reinava a maior fraternidade.

Ajudavam-se muito nas dificuldades, tanto intelectual como financeiramente.

Vivíamos de esmolas enviadas pelas nossas Casas. Incrementava-se a hospedagem de

peregrinos, que escolhiam preferencialmente a nossa Casa. A Ir. Alves da Mota cozinhava

extraordinariamente bem, sendo auxiliada por uma leiga da família das primeiras alunas.

Nos dias de peregrinação desfaziam-se as aulas, sempre ajudadas pelas alunas, e a Casa

transformava-se em hospedaria. Depois começava a dança das carteiras, a preparação das

salas para as aulas. Só quem viveu nessa época sabe apreciar o que as Irmãs se sacrificavam

para sobreviver e manter viva a Obra. As Irmãs estavam divididas pelas 6 classes existentes

na época. Eu era a responsável da 4ª, 5ª e 6ª classes. Eram adolescentes, vindas da Casa de

Protecção das Irmãs Eudes e Concepcionistas, na maioria entre os 10 e 17 anos. Eram elas que

se responsabilizavam pelas colegas, quer nos recreios, nas idas à Basílica, na reza do terço na

capelinha, nas várias tarefas da escola. Muitas vezes os turistas filmavam aquelas 150

crianças, muito ordenadas nas suas batinhas beije, atravessando a rua, rezando na Basílica

durante a Santa Missa ou na capelinha. Era tal o sentido de responsabilidade das alunas que,

quando as Irmãs tinham de se deslocar a Ourém, as mais velhas assumiam inteiramente o

funcionamento das classes.

Page 13: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

13

Como havia muitas carências, escrevi ao então director da Gulbenkian, que, tendo mandado

verificar a situação da escola, nos ofereceu carteiras novas, máquinas de limpeza e aquecimento,

o que foi de grande auxílio.

Nenhuma criança entrava nas aulas de bata suja, sem meias e com calçado molhado. Nos

bancos do corredor, cada aluna tinha as suas meias e calçado, que devia mudar para não

ficar com os pés encharcados o dia todo. Os aquecedores a gás faziam a sua missão, e à

tarde, quando regressavam a casa, já tinham tudo enxuto.

Mais um exemplo da solidariedade das alunas: fez-se um passeio ao Linhó, Gandarinha e

Lisboa, a fim de conhecerem os vários monumentos históricos, verem o mar e os nossos

colégios. Andaram todo o ano a juntar tostões para a camioneta. Duas colegas, dada a sua

pobreza, não conseguiram o mínimo. Então, todas se comprometeram: cotizaram-se de tal

modo que, entre magros tostões ou moedas de 50 centavos, conseguiram os lugares para as

colegas.

Outro exemplo: As da 4ª e 6ª classes iam sempre a Ourém fazer exame. Havia uma aluna que

não tinha a mínima possibilidade de ser proposta. Ao sabê-lo, as colegas pediram uma semana

sem aulas para, consoante as disciplinas, ajudarem a colega; foi a exame e obteve a bela

média de 15 valores. Estavam tão bem preparadas, que os examinadores pediram para

conseguir licença familiar, a fim de as levarem para as próprias casas como auxiliares. Outra

aluna foi servir para Santarém, e de tal modo procedia que a senhora da casa veio a Fátima

só para conhecer a escola que tal preparação humana e moral havia ministrado às alunas.

A Ir. Pinto Elvas tinha uma grande acção apostólica, não só na formação e preparação das

alunas, como em cativar, orientar e assistir às jovens do lugar, empregadas das lojas e

vizinhanças. Nas tardes de domingo e feriados reuniam-se na escola, conversavam, falavam

de vários assuntos, liam e levavam para casa livros formativos. Nada as desviava destes

encontros com a Irmã.

Com esmolas e trabalhos de pintura que se faziam, íamos angariando fundos para se poder

orientar para o futuro aquelas crianças e adolescentes.

Cada ofício tinha a sua responsável, que verificava a perfeição dos trabalhos, obrigando a

repetir o que estava menos bem. Aprendiam a cozinhar e a prestar os primeiros socorros às

colegas. Tratavam do jardim onde cada classe rivalizava nas flores mais belas e bem

cuidadas.

A iniciativa de receber hóspedes nas alturas das peregrinações ou outras actividades do

santuário, proporcionou meios de subsistência que melhoraram muitíssimo a saúde e a vida

das Irmãs, pois houve alturas em que nem dinheiro tínhamos para uma garrafa de água das

pedras.

Viveram comigo as Irmãs: Albertina Araújo (superiora), Alves da Mota (cozinheira), Araújo

(lavadeira e cuidado das galinhas), Goulão (roupeira), Vidal (limpeza da casa), Otília

Fernandes (hóspedes, quartos, roupas), Nazaré Reis (ajudante da 1ª classe) e Cecília Pinto

Elvas (directora da Escola).

Quando a Ir. M. Eduarda Fernandes foi nomeada superiora deu-se uma grande melhoria. Ela

quis obter uma casa boa, mas nessa ocasião não se achou oportuno adquiri-la. Após várias

diligências, veio mais tarde a adquirir-se a pensão Bom Pastor que, obra após obra, se

transformou no actual "Monte Moro".

Page 14: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

14

Ir. Gracinda Martins, 65 anos, Sardão - Casa de Retiros

Apesar de todas estas dificuldades... reinava a maior união, espírito autêntico de família e

inter-ajuda, oração, alegria, frescura no trato e um ambiente como nunca voltei a viver nem

a encontrar em lugar algum.

Muitas destas Irmãs já partiram, mas ao irmos a Fátima as antigas sempre as lembram, e

dizem que é como um farol a iluminar os caminhos de hoje...

Eu estive lá, sim, de 1979 a 1985. Fui como

Coordenadora da Comunidade, Professora e

Directora da Escola. A Comunidade era constituída por 8 Irmãs, sendo eu a

mais nova. Fui sempre acolhida por cada Irmã com muita estima e carinho.

Procurei retribuir com a mesma moeda. Foram seis anos de graças, vividos

sob a protecção de Nossa Senhora. A nossa principal missão, além da Escola, era o

acolhimento às Irmãs que procuravam a nossa casa e aos peregrinos que eram recebidos na

cave, que já tinha sido preparada para o efeito. Todas as Irmãs tinham bem arraigado o

sentido do acolhimento, em jeito de gratuidade. Nunca se mostravam cansadas ou

impacientes com a chegada das pessoas, a qualquer hora do dia ou da noite, com a falta de

espaço, nas grandes peregrinações, e o facto de ser necessário cozinhar por várias vezes.

O seu grande desejo era acolher bem, de modo a que todos se sentissem felizes.

Quanto à nossa Missão Educativa, gosto de dizer que havia apenas duas salas de aula, uma

para o 1º e 2º anos e outra para o 3º e 4º anos do Ensino Básico. Colaboravam comigo as

Irmãs Nazaré Reis e Maria Amélia Lucas, que foram sempre um grande e valioso apoio.

Durante alguns anos fui Secretária da FNIRF local. Este serviço-missão deu-me acesso a

um lugar reservado para participar na Eucaristia e comungar pelas mãos do Papa João Paulo

II, quando este veio a Fátima, como peregrino. Foi uma graça de Nossa Senhora.

Gosto ainda de partilhar algumas peripécias engraçadas:

Sendo Secretária da FNIRF, precisei de assinar umas circulares que, ao serem fotocopiadas,

ficaram sem a minha assinatura. A Irmã Reis levou-as à sala de aula, pela urgência que havia

em enviá-las. Uma pequenita do 1º ano levantou-se e, pé-ante-pé, chegou junto de mim para

observar o acontecimento fora do normal e disse: - O que estás a fazer? - Estou a escrever

o meu nome nestas cartas. - Tantas! E sabes escrever tão depressa o teu nome, todo de cor!?

(Ela estava na fase de copiar o seu, muito lentamente). - Sim. É como vês! - Ah, tu já andaste

na escola! A Irmã Reis, que esperava pelas circulares, disse-lhe: - Olha, andou na escola e

ainda de cá não saiu! - Ah! É verdade! – concluiu a pequenita.

Numa ocasião de muito trabalho era necessário arranjar alguém que ajudasse nas tarefas

da casa. A Irmã Alves da Mota conhecia as três filhas de uma família, e ficou de as

contactar. Tentando esclarecer-me, mas muito distraída, disse o seguinte: - Não sei bem

qual delas hei-de chamar. A do meio já cá trabalhou e era muito jeitosa, mas morreu. Agora

não sei bem se a hei-de chamar a ela se uma das outras irmãs! Eu fiz um ar estarrecido e

disse: - Ai, Irmã, por amor de Deus, deixe ficar essa onde está e chame antes uma que esteja

viva! Quando se caiu na conta, todas rimos da grande distracção!

Uma vez, quando atravessava o Santuário pelo lado da cruz alta, cruzaram-se comigo dois

Page 15: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

15

homens de aspecto simples. Pararam junto da passadeira e um disse: - Ó pá, por aqui passa

a dor humana! (e passa mesmo, pensei eu!). Então comecei a olhar a passadeira com outros

olhos e, ao atravessá-la, pensava sempre na dor humana que se arrasta, por ela, para chegar

a Deus através de Maria.

Tinha na escola duas irmãs, filhas de uma professora do Ensino Básico, uma no 1º ano e

outra no 2º. A mãe não as conseguia ajudar nos trabalhos de casa, porque ensinava as

contas pelo método antigo, e eu pelo método moderno. Que confusão! As pequenitas diziam

à mãe que ela não sabia ensinar, porque a Irmã Gracinda ensinava de maneira diferente.

Então a mãe veio à escola, sentou-se junto das filhas e aprendeu o novo método para poder

ajudá-las.

Depois destes seis anos, coube-me a tarefa de fechar a Escola. Levei toda a documentação,

exigida por Lei, à Delegação Escolar de Vila Nova de Ourém para o encerramento da mesma.

Assim terminou, em Fátima, a nossa missão Educativa na área escolar.

Foi com muita alegria que partilhei, com as Irmãs, estes pedacinhos de vida que, depois de

tantos anos, não foram esquecidos, continuam vivos na mente e no coração.

Irmã Diana Barbosa

Restabelecida a paz em Roma [após os tumultos de 1849], a Madre Fundadora sentiu o desejo de ir a Nápoles, visitar o Santo Padre (refugiado em Gaeta). Ao dirigir-se a Nápoles, em 1850, propunha-se também outro fim que muito lhe interessava: tentar abrir uma casa naquela capital, para ali reunir as Irmãs que tinham sido expulsas de Génova, no ano anterior, podendo assim continuar a sua acção apostólica. (cf. Memórias, Cap.VI).

Tendo regressado a Roma, escrevia ao Cónego Zarlatti:

De todas estas boas disposições que resultará? Quem sabe se Deus terá lançado um olhar sobre as nossas necessidades, para nos aliviar, ou se quererá, com o dissipar destas boas esperanças, fazer-nos sentir ainda mais o peso das nossas necessidades, para nos dar depois mais rica coroa no outro mundo? Que Ele faça o que for bom para nós que, com o auxílio da sua graça, adoraremos, com a fronte por terra, as suas divinas disposições (C. 58, 6).

Apesar do bom acolhimento recebido, não foi então possível concretizar este seu projecto... Em 1852, novo campo se lhe abria, ainda nos Estados Pontifícios: Bolonha.

Viviam em Bolonha, na mesma casa, algumas Terceiras Dominicanas, sob a orientação de Rosa Donini. Em Fevereiro de 1839, tendo ido a Bolonha o missionário P. Lucas Passi, visitou aquelas Terceiras Dominicanas. Parecendo-lhe que com aquelas jovens poderia formar uma comunidade do Instituto por ele fundado em Veneza no ano anterior, fez-lhes essa proposta, que aceitaram; e para tal efeito o Padre Passi deixou-lhes as Regras. Em Abril do mesmo ano o referido missionário voltou a Bolonha, e, mostrando-se elas dispostas a abraçar aquelas Regras, tomaram o nome de Irmãs de Santa Doroteia, receberam o hábito religioso, e o Padre Passi nomeou Rosa Donini Superiora. Em Janeiro de 1842, por conselho do Padre Lucas Passi, duas daquelas Irmãs, Luísa Nucci e Rosa Notari, dirigiram-se a Veneza para estudar o espírito do Instituto e ver se estavam dispostas a unir-se

Page 16: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

16

àquela casa. A 7 de Setembro seguinte, depois de Luísa Nucci ter emitido os votos simples por um ano, regressaram a Bolonha, edificadas com o espírito religioso daquelas Irmãs, mas não inteiramente dispostas a abraçar aquele modo de vida, por lhes ter parecido demasiado austero. O Prior da Madalena, que tinha em grande estima a Irmã Donini e as suas companheiras, procurava o modo de se consolidar a nascente Comunidade. Conseguiu obter-lhes a protecção do professor, Padre João Baptista Monteventi, que fez então o seu testamento a favor daquelas Irmãs de Santa Doroteia, estabelecidas em Bolonha para a educação cristã das crianças pobres. No ano de 1846 morreu o professor Monteventi. Por várias dificuldades levantadas pela Cúria Arquiepiscopal, as Irmãs viram-se reduzidas a uma situação dramática. Inclusivamente, a Cúria obrigou-as a observar a clausura, ficando assim o seu Instituto completamente abalado nos fundamentos. Oprimidas por tão poderosos adversários, as pobres Irmãs não sabiam a quem recorrer... Finalmente, Monsenhor Teloni, que se encontrava de passagem em Bolonha, foi visitar as Irmãs, e, falando com a Irmã Donini acerca do estado deplorável em que se encontravam, sem possibilidade de sair dele, disse-lhe: «Porque não pede auxílio de Roma, procurando unir-se ao Instituto da Madre Frassinetti?». Estas palavras pareceram à Irmã Donini uma inspiração do Céu... Depois de muita oração, consulta e reflexão, a Madre Fundadora concluiu, pelo conjunto das circunstâncias, que a união seria da vontade de Deu. Partiu de Roma com as Irmãs Carlota Stanchi e Catarina Podestà, e a 29 de Abril de 1852 chegou a Bolonha, onde se encontrou a Irmã Donini e outras cinco Irmãs.

Vencidas muitas dificuldades e angústias (cf. Carta 58), fez-se a união com o nosso Instituto, tendo sido nomeada Superiora a Irmã Carlota Stanchi. Para dirigir o Colégio foi chamada a Irmã Isabel Cargioli. Após uma ausência de cerca de seis meses, a Madre Fundadora regressou a Roma.

O edifício do Colégio foi a seguir ampliado com uma ala, para receber meninas que queriam preparar-se para a primeira comunhão e senhoras desejosas de se retirarem durante alguns dias em Exercícios Espirituais. A Pia Obra de Santa Doroteia fazia contínuos progressos (cf. Memórias, Cap. VII).

O Vaticano lançou o seu próprio canal no espaço de partilha de vídeos online YouTube. O lançamento do canal foi divulgado conjuntamente com a mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações da Igreja, sob o tema Novas Tecnologias, Novas Relações: Promover a Cultura do Respeito, Diálogo e Amizade. O canal http://youtube.com/vatican transmitirá diariamente vídeos das actividades do Papa, do Vaticano e de eventos da Igreja Católica. Na sua mensagem de boas vindas aos utilizadores do YouTube, Bento XVI diz esperar que esta iniciativa seja posta “ao serviço da verdade” e sirva para promover a compreensão e solidariedade humana. O Pontífice considera que “estas tecnologias são uma verdadeira bênção para a humanidade: por isso temos que assegurar que as vantagens que oferecem sejam postas ao serviço de todas as pessoas e comunidades”.

Canonização do Beato Nuno de Santa Maria - D. Nun’Álvares Pereira

Beatificado em 1918, por Bento XV, será canonizado por Bento XVI no próximo dia 26 de Abril, em

Roma, na Praça de São Pedro, em cerimónia que decorre das 8 às 13 horas. No dia 25 de Abril –

21 horas – Vigília presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, na Basílica de Santo António dos

Portugueses. Dia 27 de Abril, às 17 horas, Missa presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa na

Basílica de São Paulo Extramuros.

Page 17: R. Lindo Vale, 464 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 ... · tante foi o da liderança, tratado a partir do evangelho de Lc. 22,27: Estou ... cristã, que nos inspira a “Pedagogia

17

Anúncio Pascal

Acendam todas as luzes: Foram vencidas as trevas,

e a madrugada ergue-se da noite do sepulcro!

Sejam dispensadas todas as sentinelas:

Cristo saiu, vitorioso, do sepulcro, sem que os guardas se apercebessem

Cantem as mais belas canções de alegria:

O Anjo anuncia às mulheres: “Não está aqui! Ressuscitou!”

Limpem todas as lágrimas:

O Senhor, crucificado e morto, está vivo!

Deixem sair o sol:

A Verdade e a Justiça venceram pelo Amor sacrificado!

Ensaiem o cântico do novo êxodo:

Cristo libertou-nos da morte e do pecado!

Varram todos os caminhos:

O Senhor anda por aí, ressuscitado, a caminho da nossa aldeia!

Ponham mais um prato na mesa:

Ele vai aceitar o nosso convite para cear connosco!

Cessem todos os desesperos:

O sofrimento e a morte são caminhos de vida!

Coroem de flores todas as cruzes:

O patíbulo de ignomínia converteu-se em trono de vitória!

Encerrem todos os processos:

Deus está solidário

com a causa do Homem!

Juntem-se todos na praça da cidade:

Hoje nasceu um novo Povo,

que há-de ser luz, sal e fermento!

Convidem toda a gente para a festa:

Em Cristo, novo Adão,

já renascemos pela água e pelo Espírito!

Dêem-se todos as mãos: Em Cristo, Deus fez-se, definitivamente,

Deus-connosco!

Ponham-se todos a caminho: “Ele vai à nossa frente para a Galileia!”

Abram as arcas do coração:

Só as vidas poupadas serão inúteis! Levem a toda a Terra a Boa-Nova! Lopes Morgado