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FUNDAÇÃO CRECHE HELENA DE ALBUQUERQUE

QUADROS

PROJECTO EDUCATIVO (triénio 2014/2015)

ra uma vez…

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Índice:

Nota Introdutória 3

I. Contextualização 4

1. Caracterização do Contexto 4

1.1. Caracterização Institucional 5

1.1.1. Denominação, Âmbito e Dependência Orgânica 5

1.1.2. Ideário 5

1.1.3. Aspectos Históricos da Instituição 6

1.1.4. Características das Instalações e Funcionamento 7

1.1.4.1. Instalações 7

1.1.4.2. Finalidade 7

1.1.4.3. Recursos Físicos 8

1.1.4.4. Recursos Humanos 9

1.1.4.5. Recursos Financeiros 9

1.1.5.Regulamento Interno 10

1.1.6.Calendário de Reuniões

1.1.6.1.Calendário de Reuniões da Área Pedagógica

1.1.6.2.Calendário de Reuniões da Área Social

1.1.6.3.Calendário de Atendimento

1.1.6.4.Calendário de Atendimento Pedagógico

1.1.6.5.Calendário de Atendimento Social

1.1.7.Actividades Curriculares e Extracurriculares

II. Organização do Projeto Curricular de Instituição

1.Análise e Formulação do Problema

1.2. Duração do Projeto

1.3. O universo das histórias infantis

1.4. Da literatura oral tradicional à literatura infantil

1.5. Tipos de “histórias”

Contos Populares/ Contos de fadas

3.3.Fábulas

3.4.Conto Tradicional Português

2. Metodologia

Objetivos Gerais e Específicos

Estratégias/Atividades

3. Levantamento de Recursos

4. Formas de Avaliação Previstas

5. Bibliografia

6. Anexos

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Nota Introdutória

«A palavra ‘projeto’ está ligada à previsão de algo que se pretende realizar e tem

diversas acepções que correspondem a graus diferentes dessa previsão (…).

«O projeto é “uma intenção de transformação do real, guiada por uma

representação do sentido dessa transformação que tem em conta as condições reais de

modo a orientar uma atividade.”»1

Assim, o projecto educativo é um instrumento que concretiza a autonomia e

permite a tomada de consciência da identidade de cada instituição, tornando-as,

consequentemente, diferentes das suas congéneres, através do sentido único da acção

que as norteia.

Constitui-se, ainda, num documento orientador da acção de cada instituição,

estabelecendo o funcionamento desta, definindo as suas funções e finalidades, bem

como os órgãos de administração e gestão. Inventaria os problemas existentes do meio

em que se insere, contendo e prevendo, para tal, a participação das famílias e da

comunidade.

Este projecto educativo pretende ser o resultado das reflexões e decisões que irão

permitir fundamentar e corporizar projectos concretos de intervenção adequados aos

nossos contextos imediatos.

Este triénio que se inicia tem como mote a exploração à temática das histórias

tradicionais infantis.

Daí que, em termos mais específicos, espelhe além das concepções subjacentes ao

trabalho realizado em todas as respostas sociais disponíveis, as estratégias e

metodologias de exploração efectiva e prática da temática que lhe serve de pilar.

É nesta sequência que afirmamos que não será um projecto estanque, estando

sujeito a constantes mudanças e alterações, consequências lógicas da realização de

atividades e respetiva avaliação, que pressupõe uma melhoria e atualização constante

dos serviços prestados.

Para finalizar, apresentamos, a estrutura a que obedecerá este projeto:

inicialmente, apresentar-se-á uma breve contextualização e uma definição da estrutura

organizacional/funcional, que culmina numa caracterização global da Instituição;

posteriormente, proceder-se-á à apresentação da temática e linhas orientadoras do

projeto pedagógico.

1 D.E.B. (1998). Qualidade e projecto na educação pré-escolar. Lisboa: Me./D.E.B., pp. 91 e 93.

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I .Contextualização:

1.Caracterização do Contexto:

A freguesia de Angeja pertence ao concelho de Albergaria-a-Velha, distrito de

Aveiro. Constituindo-se na freguesia mais ocidental do concelho, dista cerca de 8 km da

sede de concelho e 11 km da capital do distrito, fazendo fronteira, a norte, com a

freguesia de Fermelã, a oeste, com a de Cacia, a leste, com Albergaria-a-Velha e, a sul,

com a freguesia de Frossos.

Consubstanciando-se num antiquíssimo povoado de moleiros e padeiros, hoje

conta com dezenas de edifícios, onde se incluem duas capelas, uma particular, na Quinta

da família Castro, e outra pública. Freguesia ribeirinha, banhada a poente pelo rio

Vouga, em cujas margens se pratica uma agricultura e pecuária muito característica,

essencial e muito dominante no seu aproveitamento. Dista de uma área de 2108 km2,

com uma população de cerca de 3 mil habitantes e 1930 leitores.

De acordo com os censos de 2001, realizados pelo Instituto Nacional de

Estatística, a freguesia de Angeja insere-se numa vila de característica rural, onde a

população inactiva é superior à população activa. A população inactiva é,

maioritariamente, composta por reformados/pensionistas e por estudantes não

trabalhadores. Por outro lado, a população activa distribui-se, essencialmente, pelos

sectores, secundário e terciário. O sector primário apresenta uma percentagem mínima,

devido ao facto de a agricultura ser uma actividade secundária e complementar da

maioria dos agregados familiares.

Em relação ao rendimento familiar e rendimento per capita estes são de nível

médio e, em alguns casos, mesmo muito baixo. Da análise das estruturas familiares

sobressai a predominância de famílias nucleares, quer tenham filhos ou não. Deste

modo, os agregados familiares são compostos, essencialmente, por dois, três e quatro

elementos. Porém, sublinha-se a existência de famílias alargadas e extensas, originando

agregados muito numerosos. Desta situação advêm outros problemas, nomeadamente a

sobre-ocupação, verificando-se a existência de agregados familiares que habitam em

edifícios sobreocupados. Desta situação, aliada às más condições habitacionais, surgem

outros problemas sociais.

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Analisando a estrutura etária, verifica-se que estamos perante uma população,

sobretudo, adulta, revelando um envelhecimento gradual, seguindo a tendência

nacional. No entanto, verifica-se que a população jovem, entre os quinze e os vinte e

cinco anos, tem um peso bastante representativo nesta vila.

No que diz respeito às habilitações literárias, verificamos baixos níveis de

escolaridade, tornando-se este indicador importante na análise global do

desenvolvimento de Angeja, quer a nível económico quer a nível social.

Relativamente, às condições habitacionais, salienta-se o facto de ainda existirem

agregados familiares sem casa de banho nas suas habitações, assim como agregados

familiares que vivem apenas numa divisão, que serve de cozinha, sala, quarto, casa de

banho e entre outros.2

1.1. Caracterização Institucional:

1.1.1.Denominação, Âmbito e Dependência Orgânica:

A Fundação Creche de Helena de Albuquerque Quadros é uma Instituição

Particular de Solidariedade Social que desenvolve actividades vocacionadas no:

Apoio a crianças;

Apoio às famílias;

Apoio à comunidade.

Actualmente, conta com as respostas sociais de Creche, Jardim-de-Infância,

Centro de Actividades de Tempos Livres, Serviço de Apoio Domiciliário e

Atendimento/Acompanhamento Social. Dando resposta não só às necessidades das

localidades onde está inserida, como também às localidades em seu redor.

Esta Instituição Particular de Solidariedade Social está inscrita na Direcção

Regional da Segurança Social com o Registo n.º 2/89, Fls 197 verso, em 14 de

Fevereiro de 1989.

2 (2001). Diagnóstico Social.

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1.1.2.Ideário:

A Fundação Creche de Helena de Albuquerque Quadros tem como objectivos:

proporcionar experiências e oportunidades que conduzam ao bem-estar e

desenvolvimento integral da criança, no domínio sócio-afectivo, psicomotor e

intelectual, em estreita colaboração com o meio de inserção da criança na família e na

comunidade;

promover e desenvolver a integração social dos utentes e famílias;

contribuir para a melhoria de qualidade de vida dos idosos e dependentes.

1.1.3.Aspectos Históricos da Instituição:

A Fundação foi instituída, na Vila de Angeja, conforme disposição testamenteira

do Capitão Bernardo de Quadros, a 4 de Junho de 1937, aproveitando os numerosos

bens que a sua esposa, Dona Helena de Albuquerque, já falecida, possuía na freguesia

onde era natural. Conforme tinha sido vontade dela, uma vez que o casal não tivera

filhos. Foi construído o edifício da creche, em 1945, para os filhos dos trabalhadores

rurais terem abrigo, enquanto os pais trabalhavam. Passados alguns anos, e devido às

dificuldades na época, a Instituição encerrou. Estando cerca de vinte anos inactiva, foi

reaberta em 1989, pelo executivo da Junta de Freguesia de Angeja, presidido pelo

senhor António Lopes das Neves, e teve como presidente da Instituição Manuel Tavares

Pereira (já falecido).

Desde 1989 até à presente data, várias Direcções passaram pela Instituição,

tentando dar o seu melhor, sem quaisquer segundos interesses pessoais. Hoje, a

Instituição é uma notável Instituição Particular de Solidariedade Social, como foi

conhecida pelo Ministério do Emprego e Segurança Social, com a qual mantém

protocolos de cooperação.

Em 1989, aquando da sua reabertura, iniciou com um protocolo para 70 crianças.

Em 1990, iniciou a valência de Actividades de Tempos Livres, para 40 crianças, e, em

2001, foi celebrado um acordo atípico (Intervenção Comunitária), com atendimento e

acompanhamento social a 80 famílias. Também, no mesmo ano, inicia-se a resposta

social de S.A.D. (Serviço de Apoio Domiciliário), para 12 utentes, que, em 2005,

obteve nova renovação de protocolo para 30 utentes.

Actualmente, a Instituição tem 130 crianças, dando resposta ao concelho de

Aveiro, ao de Albergaria-a-Velha (Angeja, Frossos, São Marcos, São João de Loure e

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Sobreiro) e ao de Estarreja (Fermelã e Canelas). Na área de Serviço de Apoio

Domiciliário, disponibiliza o serviço de utentes em Angeja, Frossos, São João de Loure,

São Marcos e na freguesia de Cacia, concelho de Aveiro.

Assim, conta:

em Creche, com 30 utentes;

em Jardim-de-Infância, com 35 utentes;

no Centro de Actividades de Tempos Livres, com 32 utentes;

no Serviço de Apoio Domiciliário, com 30 utentes;

no Acompanhamento/Atendimento Social, com 82 utentes.

Actualmente, a Creche, Jardim-de-Infância, Centro de Actividades de Tempos

Livres, Serviço de Apoio Domiciliário e Atendimento Social dispõem de espaços

adaptados às novas exigências da população a que se destinam, para além das áreas

comuns aos diferentes serviços.

1.1.4.Características das Instalações e Funcionamento:

1.1.4.1. Instalações:3

A Fundação Creche de Helena de Albuquerque Quadros funciona em instalações

próprias, na Rua Fernando dos Santos, em Angeja. É constituída por dois edifícios,

ligados entre si, em torno dos quais possui um amplo espaço físico, no qual se insere um

parque infantil, e uma vasta zona verde, que também possui um parque infantil.

Nos dois edifícios estão instaladas as diferentes respostas sociais disponibilizadas.

Assim, no edifício mais antigo, encontram-se as instalações das respostas sociais de

Creche, de Serviço de Apoio Domiciliário e de Atendimento/Acompanhamento Social.

É, também, nesta estrutura que se encontram os serviços complementares de apoio,

nomeadamente, os serviços administrativos e a área de alimentação. No edifício mais

recente, estão instaladas as respostas sociais de Jardim-de-Infância e de Centro de

Actividades de Tempos Livres. É neste espaço que se encontram, ainda, os espaços

destinados à realização de actividades (extra)curriculares, ao serviço complementar de

lavandaria, à realização de reuniões e de arrumação de material e de primeiros socorros.

3 Consultar Anexo I – Planta da Instituição.

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1.1.4.2. Finalidade:

A Fundação tem como finalidades basilares:

prestar serviço sócio educativo a crianças entre os 3 meses e a idade de entrada

na escola;

proporcionar actividades de lazer a crianças a partir dos anos complementares

à escola, desenvolvendo diferentes modelos de intervenção, nomeadamente

acompanhamento/inserção, prática de actividades específicas e multi-actividades;

prestação de cuidados individualizados e personalizados, ao domicílio, a

indivíduos e famílias quando, por motivo de doença, deficiência ou outro impedimento,

não possam assegurar temporária ou permanentemente, a satisfação das necessidades

básicas e/ou as actividades da vida diária;

desenvolvimento de actividades que visem a promoção e integração social dos

indivíduos e famílias através de acções de atendimento, de informação/orientação e

garantia de direitos.

1.1.4.3. Recursos Físicos:

Em termos de recursos físicos, não enquadráveis no quadro abaixo, a Fundação

dispõe de espaços verdes, espaços amplos de recreio, dois parques infantis e quatro

viaturas de transporte, afectas às respostas sociais disponibilizadas.

Edifício Antigo Edifício Novo

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Hall de entrada;

Salão polivalente;

3 Salas de Creche;

Instalações sanitárias para crianças e

adultos;

Refeitório;

Cozinha;

Duas despensas (uma de produtos

alimentares e outra de produtos de higiene e

complementares);

Copa de S.A.D.

Sala de convívio ;

Wc para pessoas dependentes;

Vestiários para funcionários;

Secretaria;

Gabinete de atendimento social;

Hall de ligação ao edifício novo.

2 Salas de Jardim-de-Infância;

2 Salas do Centro de Actividades de

Tempos Livres;

Sala de Informática/Ludoteca;

Sala de reuniões/Gabinete de atendimento;

Sala de prestação de primeiros socorros;

Gabinete da Direcção Técnica;

Dois arrumos;

Instalações sanitárias para crianças e

adultos;

Lavandaria;

Hall de ligação ao edifício antigo.

1.1.4.4. Recursos Humanos:

No que diz respeito aos recursos humanos, a Instituição funciona com o apoio do

seguinte quadro de pessoal:

1 Directora Técnica;

1 Coordenadora Pedagógica/Educadora de Infância;

1 Assistente Social;

4 Educadoras de Infância;

1 Animadora Sociocultural;

1 Assistente Administrativa;

9 Auxiliares de Acção Educativa;

3 Ajudantes de Serviços Gerais;

5 Ajudantes Familiares;

1 Ajudante de Cozinha;

2 Cozinheiras;

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2 Motoristas;

1.1.4.5. Recursos Financeiros:

A Fundação é tutelada pela Segurança Social, através de Acordos de Cooperação

em vigor, de subsídios da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha e outras entidades.

Sendo que o custo total das respostas sociais é apoiado, ainda, com o financiamento

proveniente das mensalidades dos utentes, cujos valores são calculados tendo em conta

os seus rendimentos.

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1.1.4.5.6.Estrutura Organizacional/Funcional:

Organogramas

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6-10 ANOS

Cristina

Oliveira

Ana

Alexandra

Nogueira

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Fundação Creche de Helena de Albuquerque Quadros Projecto Educativo

Ano Lectivo de 2014 a 2017 14

1.1.5.Regulamento Interno:

O regulamento interno é um documento cujo objectivo se prende com o estabelecimento de

normas que regulam o acesso aos serviços da Instituição. Deste modo, e uma vez que a

Instituição possui respostas sociais em diferentes áreas, rege-se por diferentes regulamentos

internos. Neste momento a Instituição possui Regulamento da Resposta Social de Creche, de

Jardim de Infância, de C.A.T.L. e de Serviço de Apoio Domiciliário.

1.1.6.Calendário de Reuniões:

A existência de reuniões com as funcionárias assenta nos pressupostos basilares da partilha

de conhecimentos sobre questões técnicas, pedagógicas, sociais e educativas, do apoio e

desenvolvimento da planificação e trabalho de equipa, da apresentação de problemas,

necessidades materiais, de pessoal, etc., da discussão de possíveis soluções, de inventariar as

necessidades de cada uma das respostas sociais, da elaboração de registos, formulários,

projectos, etc.. Para que haja uma aplicação efectiva, coerente e positiva do programa definido,

baseado no acompanhamento do desenrolar diário do funcionamento da Instituição, na partilha de

informações positivas ou não, e de promover a entreajuda, colaboração e cooperação entre colegas.

1.1.6.1.Calendário de Reuniões da Área Social:

Relativamente à área social, a realização de reuniões tem uma periodicidade mensal, sendo

que se efectuam, entre as 13h30m e as 14h:30m, às terças-feiras.

1.1.6.2.Calendário de Atendimento:

1.1.6.3.Calendário de Atendimento Pedagógico:

Como primeiros educadores, os pais são considerados, por nós, como uma mais-valia,

como parceiros que nos interessa conhecer, valorizar e ter enquanto apoio no processo educativo

que preconizamos na Instituição. A nossa acção assenta na preocupação de implicar cada vez

mais estes agentes num processo de educação activo e presente.

Para além das participações nas respectivas salas, em termos gerais, contamos com a

presença deles nas reuniões, definidas por duas vezes por ano, com o intuito de esclarecer,

compreender e avaliar o trabalho pedagógico.

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Fundação Creche de Helena de Albuquerque Quadros Projecto Educativo

Ano Lectivo de 2014 a 2017 15

Assim, em termos de atendimento pedagógico aos pais, foi definido o seguinte horário:

Sala Dia da Semana Horário

Creche

Sala de Berçário

Sala de 1 ano Quarta-feira 16 horas às 17 horas

Sala de 2 anos Quarta-feira 16 horas às 17 horas

Pré-Escolar

Sala Vertical A Sexta-feira 16 horas às 17 horas

Sala Vertical B Segunda-feira 16 horas às 17 horas

C.A.T.L.

1.1.6.4.Calendário de Atendimento Social:

Dando resposta efectiva ao apoio social prestado pela Fundação, uma das medidas de

acompanhamento e apoio social é o Atendimento, que se realiza em dois locais diferentes.

A saber:

Local Dia da Semana Horário

Frossos Segundas-feiras Das 10h. às 12h.

Angeja Quintas-feiras Das 9h.30min. às 12h.30min.

1.1.7.Actividades Curriculares e Extra-Curriculares:

Na área da infância, as actividades curriculares e extra-curriculares surgem da nossa

motivação em proporcionar às crianças o simples fruir, aliado à segurança e ao bem-estar, à

satisfação e ao convívio, uma vez que também é necessário quebrar um pouco a rotina, face às

actividades lectivas.

Assim, em parceria com a Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, as actividades

curriculares das quais as crianças poderão usufruir são:

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Fundação Creche de Helena de Albuquerque Quadros Projecto Educativo

Ano Lectivo de 2014 a 2017 16

Actividade A quem se dirige Horário

‘Saltitar’ – Actividades

Motoras Pré-Escolar

Uma vez por semana

Horário a definir

‘Musicarte’ – Música Pré-Escolar Uma vez por semana

Horário a definir

Em relação às actividades extra-curriculares, proporcionadas pela Instituição, temos:

Actividade A quem se dirige Local/Horário

Dança 2 anos/Pré-escolar A definir

Natação

Pré-Escolar – Crianças de 3

anos

Piscina de Albergaria:

Terça-feira,15h30m-17h

Pré-Escolar – Crianças de 4 e

5 anos

Piscina de Albergaria:

Sexta-feira,15h30m-17h

Psicomotricidade 1 ano/2 anos

Quarta-feira e Sexta-feira, sala de 1 ano, 10h

Terça-feira e Quinta-feira, sala dos 2 anos,

10h

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II .Organização do Projecto Curricular de Instituição:

1 .Análise e Formulação do Problema:

“Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas

histórias…escutá-las, é o início da aprendizagem para ser leitor, e ser leitor é ter um caminho

absolutamente infinito de descoberta e de comprensão do mundo…”(ABRAMOVICH)

É em prol da (re)construção de uma sociedade orientada por valores e do desenvolvimento nos

nossos alunos da aquisição e do gosto pela leitura aliados ao conhecimento de algum do espólio

tradicional – especialmente do conto (desenvolvendo todas as potencialidades por ele geradas) –

que, a nosso ver, se torna importante e urgente promover estratégias e/ou processos capazes de

atingir estes fins.

Estaremos, deste modo, a criar os mecanismos necessários para que as crianças interajam, de

forma célere, com a globalização, mantendo a sua identidade, e se tornem detentoras da

verdadeira arte de imaginar, criar e construir significados para a sua existência livre, responsável

e segura.

Na educação de infância, dá-se cada vez mais importância à literatura infantil e ao

universo das histórias, pois através delas abrem-se portas para um mundo infinito que vai muito

para além do imaginário.

Conscientes da importância que as histórias têm no desenvolvimento integral da criança

,e os infantários surgindo como um lugar, um espaço, destacado na formação da criança, pois é

nesse espaço que as crianças passam a maior parte do seu tempo e onde existe uma grande

diversidade cultural, considerou-se pertinente o desenvolvimento deste projecto educativo.

Pretende-se facultar a todas as crianças, situações de carácter globalizante que lhes

facilitem a realização de aprendizagens significativas em contexto, através de diversas formas de

expressão e de trocas de experiências resultantes da vivência com os outros, quer seja dentro do

grupo de sala, quer em situações vividas inter grupos.

2. Duração do Projecto:

Uma vez que queremos deixar uma marca positiva nas nossas crianças, decidimos este ano

avançar com um projecto educativo para três anos lectivos, para aprofundar em pleno este grande

tema . Assim, este projecto educativo englobará os anos lectivos de 2014/2015, 2015/2016,

2016/2017.

3. O universo das histórias infantis

Os desafios da educação levam o educador a focalizar um caminho de permanente

busca de aperfeiçoamento e informação/formação que lhe permita responder às

questões prementes e específicas em educação, de modo a contribuir para uma

escola que seja, ao mesmo tempo, eficaz e gratificante.

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Para se desenvolver de forma equilibrada e harmoniosa, a criança tem necessidade de

fantasia e de alimentar o seu imaginário.

Contar uma história é, e sempre será, uma maneira de estimular a imaginação e o

desenvolvimento da linguagem oral, além de contribuir para a formação afetiva e emocional.

É possibilitar o desenvolvimento, a busca da sua identidade pela identificação das

semelhanças e diferenças entre as pessoas, fazendo descobertas a respeito de si próprias, mesmo

que inconscientemente.

O conto, a história ou a fábula surgem como ponto de partida para a aquisição de novos

conhecimentos, experiências, descobertas, sob diferentes formas de exploração.

Cada vez que a criança ouve histórias de faz-de-conta, exterioriza as suas próprias emoções

e pode encarnar as diversas personagens, pois a linguagem simbólica dos contos comunica

diretamente com o imaginário da criança, fazendo-a perceber que os problemas existem, mas que

devem ser enfrentados e podem ser solucionados.

Para Bruno Bettelheim, os contos de fadas são os mais indicados para ajudar as crianças a

encontrar um significado para a vida, pois ao estimular a imaginação, desenvolver o intelecto,

harmonizar-se com as suas ansiedades e tornar claras as suas emoções, são enriquecedores,

satisfatórios e ajudam a aliviar as pressões conscientes e inconscientes. A fantasia facilita a

compreensão da criança, pois há uma aproximação ao modo como vêem o mundo, já que ainda

são incapazes de compreender as respostas realistas. Não podemos esquecer que as crianças “dão

vida” a tudo, o sol é vivo, a lua é viva, assim como todos os elementos do mundo, da natureza.

Visamos também a educação para os valores num sentido amplo, tendo em conta

essencialmente uma orientação moral e ética do indivíduo como contribuição para a cidadania

activa e consciente. Ambicionamos que a criança de hoje e futuramente cidadão de direito

consiga nortear-se por valores em alusão a si próprio e aos outros, tais como a responsabilidade,

o respeito, a honestidade, o diálogo, e a solidariedade entre os outros.

Consideramos que os contos tradicionais podem edificar um valiosíssimo meio auxiliar

na educação para os valores das crianças, já que nestas curtas e maravilhosas histórias sucedem-

se figuras cujas actividades possibilitam vislumbrar valores universais, os quais permitem ser

marcados pelas crianças através do método de reconhecimento que com elas fazem.

Permitimos, nesse caso, que as crianças se divirtam, riam, sonhem, viagem por lugares

jamais observados ou imaginados, assistam a momentos de enorme comoção e tensão, enlacem

duelos com monstros e feiticeiras e vençam, vencendo igualmente os que lhe facultaram a

vivência destes triunfos, os que colaboraram para que o seu crescimento fosse equilibrado, os

que de um modo elementar, contudo penetrante lhes desvendaram a indispensabilidade e o

contentamento de nos orientarmos por certos valores, os quais engrandecem a nossa vida e a dos

outros que connosco partilham tais vivências.

Os contos, as histórias e as fábulas são potencializadores de valores cívicos, transmitem

valores morais nas suas mensagens, os valores contidos nos contos são revelados de um modo

personificado pela simbologia mágica transmitida pelas palavras e pela descrição dos

acontecimentos existentes nas histórias.

É cada vez mais importante que as crianças se consciencializem da igualdade para todos,

realçando o ser mais enquanto pessoa, sendo mais solidário, o mais responsável, o mais justo, o

mais verdadeiro para uma felicidade harmoniosa entre os homens.

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Compete aos infantários uma visão atenta e crítica da realidade social que desponta

diariamente, com diferentes questões e potencialidades. É também incumbência sua reflectir os

valores em que se alicerça como organização e gestão, os valores existentes no acção educativa e

na forma como ambiciona que eles encontrem sentido na vida das crianças. É igualmente

incumbência do das instituições zelar pelo ambiente humano e moral, propiciar a interacção com

o meio e com as diferentes instâncias educativas e sociais.

É relevante que o educador promova conjunturas que possibilitem à criança pensar e

reflectir acerca do seu ideal de vida, bem como originar vivências significativas.

A educação para os valores, compreendida como um plano modelar de existência,

expande, na criança, a competência para escolher, para determinar as opções, enaltecê-las

reflexiva e criticamente, escolher a que se adapta mais ao seu intrínseco plano de vida.

Podemos concluir que os contos tradicionais são um contributo para que o espaço social

das instituições promova o desenvolvimento pessoal e social da criança e restantes clientes. Para

tal, é essencial que se verifique uma articulação entre teoria/prática e que os clientes possuam um

papel predominante na edificação do seu conhecimento. É no meio do grupo que aprendem a

respeitar regras, a respeitar os outros, aprendem a expressar a sua opinião, a aceitar as do outro e

a saber reflectir, fazer escolhas, crescendo quer ao nível pessoal quer social. O educador deve

encontrar-se atento ao género de actividades que sugere ao seu grupo de crianças ou clientes da

área social, emergindo a leitura/contar e a exploração dos contos tradicionais como uma das

estratégia a considerar, abrangendo assim não só os objectivos da linguagem-consciência

fonológica, mas igualmente aqueles que possibilitam formar na totalidade as suas crianças e

restantes clientes.

Na sociedade democrática, educar para os valores representa descobrir lugares de

meditação individual e de grupo, para que o indivíduo consiga arquitectar, de um modo ajuizado,

os princípios de valor, princípios que lhe fornecerão uma sustentação para encarar a realidade.

Educar para os valores baseia-se, contudo, em desenvolver conjunturas essenciais para que cada

indivíduo desvende e produza a escolha livre entre aqueles modelos e aspirações que levam à

felicidade. A educação para os valores é um caminho e uma aprendizagem. A educação para os

valores compreende a formação de posturas, como a inclusão, a aplicação e a valoração crítica

das normas.

3.1.Da literatura oral tradicional à literatura para crianças

“De há muito é sabido que a literatura se difunde por via escrita e o folclore por via oral.”

Vladimir Propp

A Literatura Tradicional Oral é, muitas vezes, designada como Literatura Popular.

Para Manuel Viegas Guerreiro esta nomenclatura é: “de mais extenso significado…” porque

“cabe nele toda a matéria literária que o povo entende e de que gosta, de sua autoria ou não”

(1993: 7).

Alexandre Parafita apelida-a de “literatura popular de tradição oral” e considera-a “um conjunto

diversificado de formas de arte verbal determinadas tradicionalmente pelo uso que o povo delas

faz, e que, por isso, são testemunho da sua cultura.” (1999: 44)

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Ela é parte integrante de uma memória colectiva, constituída por um manancial de enunciados

orais, que percorreram diversas gerações, durante séculos.

Competia-lhe a transmissão de valores e concepções do mundo, próprios da comunidade onde

estava inserida, ocupar tempos de lazer e propor modelos de comportamento. Como refere

Armindo Mesquita: as narrações orais (contos populares, lendas, mitos e todo o restante espólio

da literatura oral tradicional) fazem parte da memória de um povo. A cada geração cabe a

responsabilidade de passar à seguinte o seu testemunho, para que o fio condutor da memória não

seja quebrado. As narrações orais são ainda a forma mais genuína de transmissão cultural. Por

isso, os Narradores da Memória têm um papel a cumprir, não só na re-significação das tradições,

como também na afirmação da identidade de um povo.”

A origem destes enunciados é indeterminada, longínqua e humilde. Registavam-se,

essencialmente, na memória dos povos e compunham um conjunto de tradições, usos e costumes

populares de uma região. Segundo Glória Bastos, eram considerados como um meio distinto para

compartilhar, no seio de uma comunidade, um conjunto, fundamental, de conhecimentos e

convicções de carácter religioso, educacional e social. “Ouvintes, ao lado dos adultos, as crianças

saberiam assim em que acreditar, como agir e que papéis desempenhar no grupo. Seria esta, uma

forma de as socializar nas práticas linguísticas e morais da comunidade.” (Bastos 1999: 61)

O contador de histórias ocupava um lugar capital, que animava as narrativas e envolvia a

audiência em momentos mágicos. No acto da narração utilizava, além do código linguístico,

códigos para cativar a atenção do auditório e este condicionava o acto questionando e

interpelando o contador.

Com o aparecimento da escrita, foi transcrito algum desse pecúlio, implicando,

necessariamente, alguma reelaboração, pois, quando eram narrados, faziam-se acompanhar de

elementos que não se podiam transcrever, como por exemplo a entoação, a ênfase, os

movimentos corporais, a mímica.

Cada época, cada sociedade detém determinados enunciados que servem de exemplo, de

princípios, dão o tom. São obras nas quais os indivíduos se apoiam e se referem. Tais enunciados

são nomeados, repetidos. Servem de alma a outros, difundem ideologias e moldam costumes. De

entre eles podemos mencionar os contos, narrativas provenientes da tradição oral que foram

transportados para a escrita.

Vemos, deste modo, que desde os primórdios da humanidade, a necessidade de contar

histórias acompanhou a transmissão de conhecimentos e valores às novas gerações, como forma

de inseri-las na sociedade e ajudá-las a tornarem-se cidadãos mais capazes. Assim, tornou-se

clara a função pedagógica da leitura, à qual se une o cariz lúdico, de diversão. Também, não nos

podemos esquecer que, a criança deixa de ser vista como um adulto em miniatura para se tornar

num ser diferenciado, com necessidades e características próprias. A criação de uma literatura

para crianças era relevante. Mercedes Gómez del Manzano diz-nos:

“La manifestácion de la literatura infantil, tiene sus raíces en el cuento tradicional, en el mundo

de la fantasia, de lo maravilloso, incluso del disparate. Ahí están los cuentos maravillosos que

han poblado y pueblan las mentes de los niños, transmitidos oralmente por los más cercanos que

después les llegan a través de mil interpretaciones y adaptaciones y que el niño consume com

referencia al esquema inicial de la transmissión primera.”

No século XVII, Charles Perrault (1628-1703) “a partir dos relatos ouvidos durante a sua

infância, publica Les contes de ma mère l’Oye (Contos da mãe ganso), que traz em subtítulo

Histórias e contos do passado com moralidades.” … “servirá de modelo para os contos infantis.”

(Villasante ).

Vários escritores portugueses, influenciados pela literatura francesa, dedicaram-se ao

cultivo das fábulas – sendo La Fontaine o impulsionador.

Foi no século XVIII que a Literatura Infantil se apresentou uma realidade pertinente.

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Nesta época, toda a Europa cria, assim, uma estreita ligação entre a pedagogia e a Literatura

Infantil. Portugal acordou, também, para a necessidade de corrigir princípios morais distorcidos,

logo, essa reforma deu início na própria criança.

No século XIX, a Geração de 70, destacando nomes como: Eça de Queirós, Antero de

Quental, Guerra Junqueiro, apresenta textos literários cuidados destinados propriamente à

educação da criança. Não nos podemos esquecer de João de Deus que escreveu deliberadamente

para os mais jovens Este incremento na sociedade portuguesa, veio então privilegiar a criança

como leitor legítimo, com gostos próprios.

Conclui-se que o progresso educacional era uma realidade.

Já no século XX, a criança assumiu um estatuto maioritário, de tal ordem, que se passou a

estimular a sua imaginação, desenvolver o sentido de humor e encorajar o gosto pela literatura

em geral.

3.2. Tipos de “histórias”

Contos Populares / Contos de Fadas

“O estímulo à imaginação pela narrativa maravilhosa (…) é uma verdadeira pedagogia da

criatividade – que terá mais tarde reflexos não só no sentido da liberdade do homem adulto

perante os sistemas mecanicistas que o rodeiam, como na invenção científica, no pensamento

filosófico e na criação artística e poética.” (António Quadros )

O conto, enquanto género do modo narrativo, é uma das mais importantes manifestações da

literatura tradicional, sendo, geralmente, contos anónimos e especialmente vocacionados para

fins construtivos.

Eles estão marcados por algo da própria comunidade de que são oriundos. Podem traduzir

diferentes regras, de diferentes sociedades e, o mesmo conto apresentar várias versões,

justamente, porque provém de distintos lugares. Fátima Albuquerque reforça a nossa opinião:

“Surgem diversas variantes da mesma história e enquanto se mantém inalterado o centro da

narração, a temática e as finalidades, diversos pormenores se vão acumulando e interagindo

constantemente, permitindo que a história sobreviva em diversas situações e como resposta a

variados momentos culturais.” De acordo com Georges Jean, as “histórias que constituem o

«tesouro dos contos» e que se encontram em todas as culturas e sob formas infinitamente

diversificadas tornam-se para nós…a nossa memória colectiva em que se exprimem todos os

matizes que fazem a originalidade, mas também a universalidade das nossas culturas

nacionais.”Ainda Maria Luísa Castro Soares, enfatizando a importância do conto, afirma:

“Convém referir a riqueza do conto popular enquanto «etnotexto», que encerra em si os valores,

as actividades, as tradições, o passado de uma comunidade e, num sentido lato, a importância da

tradição oral que, durante séculos, foi veículo de transmissão da cultura e facto confirmador da

solidariedade das gerações.”

O conto seja ele tradicional ou não, permite que o leitor em formação estabeleça um

vínculo entre o real e o imaginário. Tal facto ocorre devido à relação entre as diversas situações,

os conflitos e as dificuldades vividos pelas personagens e, os momentos que correspondem aos

ritos de passagem da criança. Dessa forma, através dos conflitos que são enfrentados pelas

personagens no decorrer da narrativa, a criança é capaz de se identificar com a situação descrita

e, a partir daí, encontrar uma solução para resolver as suas próprias dificuldades. Georges Jean

refere que “o poder dos contos para as crianças, os adolescentes e os homens de hoje, reside em

parte no facto de eles construírem, num mundo imaginário, por antecipação, repetição ou

recorrência «cenas» ou, melhor, cenários existenciais.”

O conto é um tipo de narrativa que se opõe, pela extensão, quer à novela, quer ao romance.

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Carlos Reis esclarece: “Constituindo, tal como o romance, a novela ou a epopeia, um

género narrativo, o conto é normalmente definido e analisado em conexão com aqueles géneros

narrativos e em particular com o romance. Deste modo, não é raro centrar uma reflexão sobre o

conto predominantemente na sua configuração material de relato pouco extenso, atitude

inspirada na aludida relação com a dimensão normalmente muito mais ampla do romance.”

De facto, é sempre uma narrativa pouco extensa e a sua brevidade tem implicações

estruturais: reduzido número de personagens, com fraca densidade psicológica, afigurando

determinadas características físicas e morais e modelos sociais, concentração do espaço e do

tempo, acção simples e decorrendo de forma mais ou menos linear. Assim, a extensão da

narrativa vai condicionar também as suas categorias. Também o tempo condiciona tanto a acção

como o percurso das personagens. Ou seja, o tempo da história não é o mesmo que o tempo do

discurso. Este tende a ser muito limitado, devido à estrutura da própria narrativa.

O conto encontra-se ligado a uma atmosfera mágica associada à expressão “Era uma

vez...” e possui um teor moralizante. Eles aparecem como uma das etapas do pensamento

humano para entender as coisas profundas e as situações do dia-a-dia da criança.

Além disso, utiliza uma linguagem de fácil acesso à criança, que estimula o intelecto e

ajuda a crescer.

Este tipo de literatura é, normalmente, linear, sem intrigas secundárias, a acção baseia-se

nessa linearidade de forma a cativar o receptor. Segundo Maria Emília Traça, “os contos são

formas vivas.” Eles podem ter várias interpretações de acordo com a cultura de cada um, mas o

aspecto moralizante alerta para os perigos e conflitos que poderão ser encarados e vencidos com

perseverança.

Os próprios contos de fadas são extremamente benéficos para as crianças, que convivem

com as personagens fantásticas e embarcam num mundo maravilhoso. Revelam-se em toda a sua

utilidade quando oferecem directrizes às crianças para diferenciar o justo do injusto, o bem do

mal. Eles não são só uma forma de entretenimento mas, também, uma forma de educar

civicamente.

Georges Jean menciona que “os contos, o maravilhoso agradam, divertem, «dão a ver»,

instruem em todos os sentidos destas palavras e, se é necessário saber ouvi-los e saber dizê-los,

reconheçamos também que eles abrem igualmente «as veredas e as estradas» da leitura literária,

muito simplesmente.”

É necessário, então, que encaminhemos a criança para uma estrada onde ela se

compreenda, onde possa enfrentar as amarguras e as satisfações da vida. Ela precisa de ordenar

os seus sentimentos e conseguir entender o motivo da sua existência. Encontra o seu rumo nos

contos de fadas, porque eles são portadores de mensagens que vão dar resposta aos seus anseios

e, consequentemente acalmá-la, apresentando-lhe sugestões para superar as suas dúvidas. É que,

como esclarece Bruno Bettelheim “… a forma e a estrutura dos contos de fadas sugerem à

criança imagens através das quais ela pode estruturar os seus devaneios, e com isso orientar

melhor a vida.”

A principal característica do conto de fadas é motivar para o sonho, permitir a saída

temporária do mundo em que vivemos e entrar num mundo em que tudo é possível, em que

todos os desejos se realizam e as limitações são sempre superadas. Ora, as crianças são

naturalmente propensas ao sonho, têm as suas mentes mais abertas a tudo o que ultrapassa o

normal e, por isso, vêem nos contos de fadas um mundo adequado às suas expectativas. O conto

é, então, um forte estímulo à imaginação infantil: uma criança que lê ou ouve histórias, para além

de ter mais capacidade de abstracção, consegue superar melhor as difíceis etapas do seu próprio

crescimento. E seria ingénuo da nossa parte pensar que os seres em formação confundem o que

acontece nos contos com a própria realidade. Pelo contrário, eles sabem que

estão perante construções fictícias; a sua linguagem mágica e simbólica adequa-se às questões e

problemas momentâneos por que passam. Convém porém notar que, em certas fases da primeira

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infância, as crianças não fazem a distinção plena entre realidade e ficção, aceitando uma e outra

como verdades.

Ressalva-se, mais uma vez, a importância dos contos, que correspondem à necessidade

egocêntrica do jovem ouvir falar apenas daquilo que lhe interessa. Retomando novamente as

palavras de Bettelheim, podemos afirmar que este tipo de histórias “oferecem à imaginação da

criança novas dimensões que seria impossível descobrir só por si.” E são muitos os autores que

defendem também este ponto de vista, como é o caso de Jacqueline Held, que acredita, como

nós, que o conto «ensina a ver, a escutar, a pensar e a viver por si mesmo», sendo, por isso,

«fonte de maravilhamento e de reflexão pessoal, fontes de espírito crítico, porque toda a

descoberta de beleza nos torna exigentes e, pois, mais críticos diante do mundo.» (1980: 234)

Nos contos de fadas, a narrativa é uma ficção em que são empregados fantasia, dons

sobrenaturais, personagens (magos, bruxas, ogres. Os desafios da educação levam o educador a

focalizar um caminho de permanente busca de aperfeiçoamento e informação/formação que lhe

permita responder às questões prementes e específicas em educação, de modo a contribuir para

uma escola que seja, ao mesmo tempo, eficaz e gratificante.

O maniqueísmo é uma característica fundamental e constante nos contos de fadas: as

pessoas são boas ou são más, de maneira simples e isso permite que as crianças compreendam

melhor a essência da história, uma vez que cada personagem apresenta comportamentos

esperados e lógicos.

A estrutura arquetípica dos contos de fadas é organizada de forma universal e acontece em

todos eles, com muita riqueza de simbolismos e aspectos dos processos conscientes e

inconscientes que, de uma vez só, relacionam-se com todos os aspectos da personalidade da

criança.

Na verdade, os contos de fadas, por terem sido escritos em outra época, ensinam pouco sobre

as condições específicas da vida moderna; em contrapartida, é por meio deles que se pode

aprender mais não só sobre os problemas interiores dos seres humanos, como também a respeito

de possíveis soluções para seus entraves em qualquer sociedade, mais do que por qualquer outro

tipo de história dentro da concepção da criança e de suas possibilidades de compreensão.

Os predicados humanos que os personagens apresentam são sempre básicos e, portanto, de

fácil compreensão. O maniqueísmo aparece como um fator que permite que essa compreensão

aconteça. Os personagens são bons e ruins, egoístas ou generosos, falsos ou leais sem muita

necessidade de explicações. Não existem "meias-palavras", textos de "entrelinhas" ou situações

que irão expor o verdadeiro caráter de uma pessoa. Desde o começo da história, cada um se

apresenta da mesma maneira que ele é realmente e da forma como isto influenciará no desenrolar

da trama, o que possibilita a compreensão mesmo para crianças muito pequenas, de três ou

quatro anos.

Tudo isso justifica o valor terapêutico dos contos de fadas, fundamentando-o na forma sobre

como a criança pensa. Como seu pensamento ainda está em desenvolvimento, apresentando-se

de maneira desordenada, o conjunto de impressões mal ordenadas não se conecta e, portanto,

formam-se lacunas que são preenchidas por fantasias alimentadas pela imaginação. Justamente,

essas impressões são maniqueístas e básicas, indicadoras de muitos sentimentos que a A infância

é o período em que a criança mais fantasia, e essa fantasia deve ser sempre bem nutrida. É

justamente por meio da fantasia que a criança constrói seu pensamento; ela não é capaz de

inventar histórias que a ajudem a resolver seus conflitos internos, pois todas as histórias que

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consegue inventar são expressões exatas desses. Dessa forma, os contos de fadas oferecem à

criança o que ela mais necessita e partem, exatamente, do ponto emocional em que ela se

encontra mostrando-lhe para onde ir e como ir.

Quanto mais a criança se desenvolve, mais habilidade adquire para lidar com os aspectos

mais amplos do mundo e, aos poucos, os pais a deixam solucionar seus problemas com maior

independência, não satisfazendo mais plenamente seus desejos. Isso gera desolação, e turbilhões

de sentimentos vêm à tona; sendo assim, a criança recorre novamente à fantasia para não se

desesperar e encontrar um consolo para seus entraves presentes.

O significado profundo que a criança busca encontrar provém da necessidade de ser uma

pessoa satisfeita consigo mesma e crer no beneficio que dará para a vida. Para isso, torna-se

necessário o desenvolvimento de seu interior, fazendo com que imaginação, intelecto e emoção

se desenvolvam simultaneamente.

Em função do panorama apresentado e do quadro teórico de referência, explicita-se a

importância do uso dos contos de fadas no processo educativo escolar para que a criança se

desenvolva com equilíbrio emocional. Assim, os contos de fadas proporcionam à criança

material imaginativo necessário para resolver seus conflitos internos.

As histórias de fadas atuam então no emocional da criança e contribuem no auxílio na tomada de

decisões para a sua independência, acomodar os seus sentimentos de ambivalência, e lhe dar

esperanças que seus esforços poderão conduzi-la a um final feliz. (Dohme,)

Os principais autores e adaptadores de contos de fada são Charles Perrault (França), Hans

Christian Andersen (Dinamarca) e Jakob e Wilhelm Grimm (Alemanha) - esses últimos são

mais conhecidos como Irmãos Grimm. No século XIX, interessaram-se muito pelos costumes

da sua terra e resolveram registrar, por escrito, contos que eram conhecidos em seu país e

considerados pela tradição oral; entre eles, deram nova versão ao conto Cinderela, de Charles

Perraut (Bettelheim).

Os contos dos irmãos Grimm são considerados adequados no trabalho educativo com crianças

por terem adaptado as histórias que, na tradição oral, não eram destinadas ao público infantil,

mas, sim, aos adultos. Foram eles que as dedicaram às crianças em função de sua temática

envolvendo o mundo mágico (Coelho, 1987).

Merege (2010) expõe os contos de fadas como patrimônio universal, com elementos comuns ao

imaginário de todas as culturas, que se reconstroem e se perpetuam por meio de diversos autores.

Dentre eles destaca como importantes os contos dos Irmãos Grimm e de Perrault.

Os contos de fadas apresentam um conflito a ser resolvido e terminam sempre com um final

feliz, reconfortam e aliviam as pressões internas do ouvinte. Eles abordam medos, anseios,

dificuldades de ser criança, de crescer, de carências, autodescobertas, autoconhecimento, do bem

e do mal. Tratam não somente de perdas e buscas, rejeições, conflitos internos, da necessidade de

afirmação como pessoa, bem como de outros conflitos que fazem parte da condição humana,

tudo em uma dimensão simbólica extremamente rica, em que a magia transparece nas ações.

Sunderland afirma o efeito benéfico que os contos de fadas exercem como recurso terapêutico.

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Por intermédio da repetição compulsiva de contos, em que toda a simbologia da mente

humana está presente, a criança capta todos os significados que esta ou aquela história lhe possa

oferecer.

Ressalva-se, mais uma vez, a importância dos contos, que correspondem à necessidade

egocêntrica do jovem ouvir falar apenas daquilo que lhe interessa. Retomando novamente as

palavras de Bettelheim, podemos afirmar que este tipo de histórias “oferecem à imaginação da

criança novas dimensões que seria impossível descobrir só por si.”

E são muitos os autores que defendem também este ponto de vista, como é o caso de

Jacqueline Held, que acredita, como nós, que o conto «ensina a ver, a escutar, a pensar e a viver

por si mesmo», sendo, por isso, «fonte de maravilhamento e de reflexão pessoal, fontes de

espírito crítico, porque toda a descoberta de beleza nos torna exigentes e, pois, mais críticos

diante do mundo.» (1980: 234

3.3.A Fábula

“La literatura infantil tradicional há centrado los protagonistas animales en torno a la

dimensión moralizadora de la fábula. Las manifestaciones literarias de este tipo, ofrecen una

ficción alegórica y moral protagonizada por seres irracionales inanimados - o por animales

humanizados.”(Mercedes Gómez del Manzano ).

A palavra latina fábula deriva do verbo fabulare, "conversar, narrar", o que mostra que a

fábula tem sua origem na tradição oral – aliás, é da palavra latina fábula que vem o substantivo

português fala e o verbo falar. É muito provável que as fábulas, que chegaram até nós por meio

da escrita, tenham existido durante muito tempo como narrativas tradicionais orais, o que faz

esse género remontar a períodos antiquíssimos da civilização humana. Elas foram usadas com

objectivos claramente pedagógicos: a pequena narrativa exemplar serviria como instrumento de

aprendizagem, fixação e memorização dos valores morais do grupo social.

Existem inúmeras definições para fábula, provenientes de fontes diversas. Vejamos, agora,

alguns exemplos.

1 – “A fábula é uma narrativa alegórica, em forma de prosa ou verso, cujos personagens

são geralmente animais que sustentam um diálogo, cujo desenlace reflecte uma lição de moral,

característica essencial dessa. A temática é variada e contempla tópicos como a vitória da

fraqueza sobre a força, da bondade sobre a astúcia e a derrota de presunçosos.

2 - A fábula designa um relato quase sempre breve, de acção relativamente tensa, mas não

muito sinuosa, interpretada por personagens também não excessivamente complexas

(personagens que são muitas vezes animais irracionais), apontando para uma conclusão de

dimensão ético-moral.

Quais as características que se consideram importantes nas fábulas?

Enumeremo-las e acrescentemos:

. Narração alegórica (exposição de um pensamento sob forma figurada);

. Brevidade (o texto em prosa/verso é curto);

. Narração em terceira pessoa;

. Personagens típicas (animais humanizados);

. Presença predominante de sequências narrativas e conversacionais;

. Tempo e espaço imprecisos: os ensinamentos são apresentados como válidos para

qualquer época e lugar;

. Acontecimentos inventados para ilustrar, moralizar e divertir;

. O desfecho, a moral da história, assume a forma de um aforismo ou provérbio.

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Ao longo do tempo, a fábula esteve também ligada ao apólogo e à parábola.

A parábola é uma narração alegórica que se aproveita de situações e pessoas para comparar

a ficção com a realidade e através dessa comparação transmitir uma lição de sabedoria.

Diferencia-se da fábula e do apólogo por ser protagonizada por seres humanos.

O apólogo é um género alegórico que ilustra um ensinamento de vida através de situações

semelhantes às reais, envolvendo pessoas, objectos ou animais, seres animados ou inanimados.

Tem o objectivo de atingir os conceitos humanos de forma a modificá-los e reformulá-los,

levando-os a agir de maneira diferente. Diferencia-se da fábula, porque se concentra mais em

situações reais, enquanto a fábula dá preferência a situações fantásticas e, também pelo facto de a

fábula usar animais com personagens. Distingue-se da parábola pois esta trata de questões

religiosas e lições éticas, enquanto o apólogo fala de qualquer tipo de lição de vida, mesmo que

esta não seja a que é adoptada pela maioria como a maneira correcta de agir.

Após uma leitura da obra História da Literatura Infantil Universal (volumes I e II), de

Carmen Bravo-Villasante, podemos depreender que a fábula percorreu o mundo na boca e na

pena de autores que a viram como uma das melhores formas de objectivar a intenção utilitarista,

didáctica e moralizante que ela continha. As fábulas eram um elemento activo na formação

moral das crianças.

Para entendermos a filosofia da fábula, temos que fazer uma breve contextualização sócio-

histórica.

Se recuarmos no tempo, encontraremos sociedades silenciadas pelas manifestações de

poder, interditadas em se pronunciarem sobre pena de sofrerem represálias. Neste contexto, elas

tornam-se num meio libertador de repressões, actuando como críticas e denunciantes de um

sistema que não se podia nem devia enfrentar. A narrativa em si é o pretexto para que a moral

aflua e com ela aconselha-se, denuncia-se e desmascara-se a prepotência do poder e a bajulação

dos seus súbditos.

Até aqui, fizemos uma exposição do carácter utilitarista da fábula debrucemo-nos, agora,

sobre os restantes caracteres.

Quanto à intenção moralizante temos que nos situar em épocas em que os valores éticos e a

religiosidade imperavam. Estas histórias centram-se na transmissão de um ensinamento moral,

uma lição de vida. É um modo de se interiorizarem valores e procedimentos, considerados

admissíveis, ou seja, tem o objectivo de provar alguma verdade estabelecida podendo o epimítio

estar explícito ou implícito. A presença deste diferencia a fábula das outras formas de narrativa.

Muitas vezes a moral da história transformou-se em parémia – frase pronta, vinda do

conhecimento popular que encerra um ensinamento sob algum aspecto da vida.

Em relação ao propósito didáctico, temos que referenciar o uso da fábula como

instrumento educativo.

A proposta principal da fábula é a fusão de dois elementos: o lúdico e o pedagógico. As

histórias, ao mesmo tempo que distraem o leitor, apresentam as virtudes e os defeitos humanos

através de animais como refere Armindo Mesquita (2002: 68). Acreditava-se que a moral, para

ser assimilada, precisava da alegria e distracção contida na história dos animais que possuem

características humanas. Desta maneira, a aparência de entretenimento camufla a proposta

didáctica presente.

A fabulação ou efabulação é a lição moral apresentada através da narrativa. O epimítio

constitui o texto que explicita a moral da fábula, sendo a medula da transmissão dos valores

ideológicos sociais e consequentemente tem feição didáctica.

Em termos institucionais (no terreno da Educação e sob o escudo da Escola), pode dizer-

se,que o berço foi a França, no século XVII, altura em que é instaurada a Monarquia

Absoluta de Luís XIV (o Rei Sol). É nesta época que emerge o cuidado com a educação

infanto-juvenil. Deste modo, este tipo de literatura (coadjutora da Pedagogia, na função lúdico-

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educativa do ensinar divertindo e divertir ensinando, agradando e informando), teve um papel

decisivo no processo. É nesta altura que a criança deixa de ser vista como um adulto em

miniatura para se tornar num ser diferenciado do adulto, com necessidades e características

próprias. Com contextos sociais diversos poderiamos classificá-las em duas classes: a abastada,

ensinada por preceptores/professores particulares e que lia os clássicos greco-latinos e a menos

abastada, que lia/ouvia histórias de cavalaria e aventuras, deveria receber uma educação

preparatória para a vida.

„Velhas ou novas. todas as fábulas têm um ponto fulcral: a crítica aos erros da sociedade

ou dos indivíduos, a eleição de animais como personagens que convivem com os humanos e o

revestimento de carácter lúdico.

Há a salientar o facto de que elas começaram a aparecer (e ainda hoje aparecem) inseridas

em antologias escolares, crendo-se ser um excelente exercício de reflexão que ajuda a estimular a

imaginação e a tomar posições críticas.

Segundo Nelly Novaes Coelho, “Por ser, por excelência, um género literário atento às

injustiças e erros dos homens contra os homens, e que “critica fazendo rir”, com certeza a fábula

terá sempre um lugar assegurado na literatura”.

3.4.O Conto Tradicional Português

Sendo uma pequena narrativa que contem uma moralidade, o conto pode ser um recurso muito

valioso para a aprendizagem das crianças, até pelo seu carácter lúdico.

A ação é breve, curta e simples e as personagens são poucas.

O espaço é reduzido e pouco caracterizado; a acção passa-se num pequeno lugar, aldeia ou

vila...sendo por isso muito fácil a identificação das crianças com o lugar onde moram.

O tempo é também indefinido, não se sabendo ao certo quando ocorre a ação.

A sua transmissão foi feita pela via oral, através dos tempos, de avós para netos.

4. Metodologia:

A metodologia de desenvolvimento e execução assentará, essencialmente: na recolha e

organização de documentos e de textos relacionados com o tema; no estabelecimento e definição

de iniciativas conjuntas com as famílias e/ou comunidade; e na realização de actividades que

envolvam os diferentes grupos, das respostas sociais disponíveis na Fundação.

5.Objectivos Gerais e Específicos:

Como objectivo geral, pretende-se o desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo.

Como objectivos específicos, pretende-se:

Estruturar e organizar o raciocínio lógico;

Promover a noção do Eu e a noção do Outro;

Promover o desenvolvimento de valores como a amizade, o respeito pelos outros, a

gentileza, a solidariedade, a generosidade…

Experienciar sentimentos e emoções;

Aumentar e enriquecer o vocabulário;

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Estimular a criatividade e a imaginação;

Estimular a atenção, concentração e memória;

Promover a superação de medos e fobias;

Promover a criação de uma identidade cultural;

Promover a comunicação intergeracional: unindo as várias respostas sociais da

instituição;

Promover o desenvolvimento da expressão dramática, musical e plástica;

Potenciar o gosto pela leitura e escrita;

6.Estratégias/Actividades

A importância de trabalhar em equipa:

Na educação todos são chamados a participar na construção dos indivíduos e

consequentemente de uma sociedade. Ora, não podemos esquecer jamais, que para concretizar

este objetivo e missão, temos de trabalhar, inevitavelmente em equipa. Neste sentido, é

importante começar desde cedo a estabelecer parcerias com todos aqueles que nos abraçam e

envolvem. Por tal, um Educador consciente e sóbrio, terá a responsabilidade de estabelecer boas

relações com:

- As salas que constituem a instituição onde exerce a sua docência;

- As famílias;

- A Comunidade, ou seja, com os agentes externos que contribuem

impreterivelmente para a formação do Ser Humano em crescimento.

- O trabalho em grupo pressupõe que uma mesma equipa tenha como mira um

mesmo objetivo. Assim sendo, efetiva-se uma congruência de esforços e de forças metafísicas

que se juntam em prol dos principais beneficiários da ação educativa da equipa, as crianças.

Em consonância com Lucien Romier “A equipa não é um grupo subjugado pela

necessidade ou pelo medo, nem uma clientela atraída por favores que qualquer potentado pode

distribuir… A equipa é um grupo de Homens unidos por um laço orgânico, isto é, pelo serviço

duma obra ou duma causa comum, à qual testemunham igual dedicação e cujo esforço por ela

exigido repartem segundo os dons, a capacidade ou os meios de cada um sem interesse de

competição, rivalidade ou intrigas, ligados pelo resultado comum, não pelo êxito desta ou

daquela aventura particular. Foi esta a fórmula de todas as grandes empresas que fizeram as

civilizações humanas”

Em função do exposto, podemos deduzir que para um trabalho ser produtivo, tem de se

efetivar uma relação de cooperação (Vasconcelos, 1997).

Por conseguinte, estabelecendo um paralelismo e direcionando uma relação direta com o

Projeto de Intervenção Sócio - Educativa, desenvolvido pelos autores do presente documento,

podemos afirmar que para este ser exequível e contrariando a problemática apresentada teremos

necessariamente de trabalhar em equipa deste modo: em conformidade com Hohmann e Weikart

(2003: 132) ”os elementos de uma equipa reconhecem que são capazes de resolver problemas e

de tomar decisões que têm um efeito positivo nas suas vidas e nas vidas das crianças de quem

cuidam. Também desenvolvem a capacidade de saber esperar e receber os desafios, em vez de se

sentirem subjugados por eles. Os membros de uma equipo desenvolvem uma abordagem de

resolução de problemas para ensinar e para aprender. Os membros de uma equipa ensinam e

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aprendem uns com os outros. Diariamente, os membros de uma equipa partilham aquilo que

estão a aprender sobre as crianças.”

Em boa verdade, os maiores beneficiários de uma boa gestão de equipa, são sem dúvida,

as crianças. Em concordância com Hohmann e Weikart (2003: 131), "Quando os adultos

trabalham em conjunto para estabelecer e manter contextos de aprendizagem ativa para as

crianças, os efeitos são inúmeros. Ao colaborarem, os elementos da equipa obtém

reconhecimento, um sentido de trabalho bem sucedido e um sentimento de pertença a um grupo

de indivíduos que pensam de forma semelhante. Acabam por valorizar o facto de terem colegas

com objetivos curriculares semelhantes com que possam conversar e resolver problemas.”

Terminamos a abordagem ao trabalho em equipa, afirmando que em educação de Infância

é impensável o educador trabalhar isoladamente, porque ninguém educa sozinho.

As estratégias e actividades ligadas com a temática em questão encontram-se no Plano

Anual de Actividades, definido para o ano lectivo de 2014/2017. Em termos de actividades mais

específicas, e tendo em conta os diferentes grupos e a forma como será abordada a temática em

questão, deverão ser consultados os Projectos Curriculares de cada sala, referente a Creche e

Jardim-de-Infância.

Não esquecendo, como é óbvio, e estando já contempladas no Plano Anual de Actividades, o

enriquecimento obtido da partilha de actividades e saberes com os nossos idosos e utentes

apoiados.

Como actividades, propõe-se:

Hora do conto

Decorar a sala com personagens de histórias

Dramatizar contos e fábulas com fantoches, com máscaras, com pinturas faciais…

Músicas de contos

Matemática com contos

Pintura de murais colectivos sobre histórias

Contar as histórias com desenhos das crianças em datashow

Ouvir/ver histórias em powerpoint

Construir registos individuais e coletivos da história de cada criança e da própria

Instituição, com o objetivo de o partilhar

Natal e Carnaval

Dia internacional do livro infantil

Visitar uma fábrica de livros

Receber a visita de um escritor ou escritora

Criar momentos em que os familiares vão à instituição contar histórias;

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Ouvir histórias dos clientes seniores;

Fazer uma compilação de histórias tradicionais ( contos, lendas…) com a ajuda dos

clientes seniores.

Promover a feira do livro na Instituição

Promover e dinamizar uma biblioteca na Instituição

6.Levantamento de Recursos:

Apresentamos, então, os recursos necessários para a operacionalização do projecto

curricular da Instituição:

Intervenientes Recursos Materiais Recursos

Científicos/Pedagógicos

Direcção da Instituição;

Coordenadora

Pedagógica;

Assistente Social;

Animadora Sócio-

Cultural;

Auxiliares de Acção

Educativa;

Ajudantes Familiares;

Auxiliares de Serviços

Gerais;

Motoristas;

Funcionárias da cozinha;

Assistente

Administrativa;

Crianças;

Idosos;

Famílias;

Comunidade;

Entidades Oficiais

(Polícia de Segurança

Pública, Bombeiros

Voluntários, etc.)

Material didáctico;

Material de desgaste;

Material de desperdício;

Carrinhas da Instituição;

Máquina fotográfica, de

filmar;

Fotocopiadora;

Televisão;

DVD;

Computador e

impressora;

Telefone, fax;

Espaços exteriores da

Instituição;

Entre outros…

Sessões de esclarecimento,

Acções de formação;

Debates e encontros;

Entre outros…

6. Formas de Avaliação Previstas:

Tendo como principal função a melhoria da qualidade das aprendizagens, a avaliação

implica, no quadro da relação entre a instituição e a família e/ou a comunidade, uma construção

partilhada que passe pelo diálogo, pela comunicação de processos e de resultados, tendo em vista

a criação de contextos facilitadores de um percurso educativo e formativo de sucesso.

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Constituindo a avaliação um elemento de apoio estratégico ao desenvolvimento/regulação

da acção educativa, permite, por um lado, analisar o percurso efectuado, na sua globalidade, e,

por outro lado, perspectivar o futuro.

Importa salientar, então, que a avaliação comporta vários momentos: observação,

planificação, recolha e interpretação da informação e adaptação das práticas e processos que

serão objecto de reformulação sempre que necessário.

A observação é um processo que requer uma atenção voluntária e inteligente, orientada por

um objectivo terminal, ou organizado e dirigido a um objecto com o fim de obter informação.

O objectivo da observação não é avaliar, mas sim obter informação. A observação, embora

não seja, por si só, recolha de informação, pode ser um instrumento muito útil para iniciar a

avaliação. A observação pode adquirir o estatuto de carácter científico, sendo sistemática e não

sistemática. Desta forma, a observação conduz-nos à avaliação e esta forma à reformulação de

objectivos e, posteriormente, à tomada de decisões.

Planear, por outro lado, implica uma reflexão sobre as intenções educativas e a forma

como se pretende adequá-las ao público-alvo, tentando prever situações de aprendizagem e

conjugando todo o tipo de recursos na sua realização.

“Avaliar significa examinar o grau de educação entre um conjunto de informações e um

conjunto de critérios adequados ao objectivo fixado, para tomar uma decisão”

Avaliar é um acto pedagógico que requer uma atitude e um saber específico que permitam

desenvolver estratégias adequadas, tendo em conta os contextos de cada criança e do grupo no

respeito pelos valores de uma pedagogia diferenciada. Daí que seja importante ter em conta

várias questões que norteiem, justifiquem e contextualizem aquele ato, baseadas nos esquemas

que apresentamos em seguida.

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E mais especificamente, atentar nas características individuais para regular a prática

educativa:

A avaliação será, então, efectuada através de:

reuniões periódicas com o pessoal docente e não docente;

actividades incluídas no Plano Anual de Actividades;

observação directa das actividades de sala;

repetição e/ou reformulação de actividades;

conversas com as crianças;

conversas da equipa pedagógica de cada sala;

preenchimento de instrumentos de observação/avaliação;

reuniões de pais;

inquéritos aos pais/comunidade.

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7. Bibliografia:

BETTELHEIM, Bruno (1998): Psicanálise dos Contos de Fadas. Lisboa: Bertrand Editora.

BLOCKEEL, Francesca (2006): “Leitura Inteligente de Mitos e Formação da Linguagem

Visual”. Em: AAVV (2006). Mitologia, Tradição e Inovação. Porto: Gailivro.

(2001). Diagnóstico Social.

D.E.B. (1998). Qualidade e projecto na educação pré-escolar. Lisboa: Me./D.E.B.

Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular ( ). ‘Avaliação na educação pré-

escolar´. Ministério da Educação.

MESQUITA, Armindo (2006): “A Sabedoria dos Contos de Fadas”. Em: AAVV (2006).

Mitologia, Tradição e Inovação. Porto: Gailivro.

PARAFITA, Alexandre (1999): A Comunicação e a Literatura Popular. Lisboa: Editora Plátano.

PARENTE , C. (2002). ‘Observação: Um percurso de formação, prática e reflexão’, In, Oliveira-

Formosinho, J. (2002). A supervisão na formação de professores I: Da sala à escola. Colecção

Infância. Porto: Porto Editora.

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8. Anexos:

Anexo I – Planta da Instituição;

Anexo II – Regulamento Interno da resposta social de Creche, Jardim-de-Infância e

Centro de Actividades de Tempos Livres;

Anexo III – Regulamento Interno da resposta social de Serviço de Apoio Domiciliário

e de Atendimento/Acompanhamento Social;

Anexo IV – Plano Anual de Actividades do ano lectivo de 2014/2015

Anexo V – Projectos Curriculares de Sala:

Anexo V.1. – Creche – Sala de 1 ano;

Anexo V.2. – Creche – Sala de 2 anos;

Anexo V.3. – Jardim-de-Infância – Sala Vertical A;

Anexo V.4. – Jardim-de-Infância – Sala Vertical B;

Anexo VI – Plano de Actividades de Serviço de Apoio Domiciliário e de

Atendimento/Acompanhamento Social.

Anexo VII – Organograma Geral da Instituição

Anexo VIII – Organograma dos corpos sociais da Instituição

Anexo IX – Mapa de reuniões da área pedagógica e social;

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Anexo I

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Dormitório

Copa

Área de higiene

Área de refeições

Sala do Berçário

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Sala de 1 ano

Expressão

Plástica

Relaxamento

Casinha

Cuidados

Pessoais

Cozinha

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Sala dos 2 anos

Área da Higiene

Área do “Faz de

Conta”

Área de Jogos e

construções

Área de

Expressão

Plástica

Porta de entrada

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Sala Vertical A

Àrea de Trabalho

Área do Acolhimento/Jogos

Área do faz de conta

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Sala Vertical B

LEGENDA:

JANELAS 2,5 CM = 1M

PORTA

ÁREA DE EXPRESSÃO PLÁSTICA

ÁREA DO JOGO

SIMBÓLICO

ÁREA DAS

CONSTRUÇÕES

E MATEMÁTICA

E DA

MATEMÁTICA

ÁREA DAS

PISTAS E JOGOS

ÁREA DOS LIVROS E DA

CONVERSAÇÃO

Pintura

Livros e jogos de

associação e puzzles

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Sala de C.A.T.L.

LEGENDA:

JANELAS 2,5 CM = 1M

PORTA

ÁREA DA BIBLIOTECA

ÁREA DAS PISTAS E

JOGOS

ÁREA DO

ACOLHIMENTO/MANTA

ÁREA DA EXPRESSÃO

PLÁSTICA

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