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RAFAEL FERNANDES GUERONI TREINAMENTO COM PESOS PARA NADADORES VELOCISTAS LONDRINA 2010

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RAFAEL FERNANDES GUERONI

TREINAMENTO COM PESOS PARA NADADORES VELOCISTAS

LONDRINA 2010

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RAFAEL FERNANDES GUERONI

TREINAMENTO COM PESOS PARA NADADORES VELOCISTAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação Fisica da Universidade Estadual de Londrina. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Alencar Parra

LONDRINA 2010

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RAFAEL FERNANDES GUERONI

TREINAMENTO COM PESOS PARA NADADORES VELOCISTAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação Fisica da Universidade Estadual de Londrina.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________ Prof. Dr. Sérgio Alencar Parra

Universidade Estadual de Londrina

____________________________________ Prof. Dr. Hélio Serassuelo Junior

Universidade Estadual de Londrina

____________________________________ Prof. Ms. Evanil Antonio Guarido

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, _____de ___________de _____.

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DEDICATÓRIA

A meus pais João Luis Gueroni e Eloiza Maria

Fernandes Gueroni pelo seu apoio durante

todos esses anos.

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AGRADECIMENTO

Agradeço ao meu orientador não só pela constante orientação neste

trabalho, mas sobretudo pela sua amizade pela sua paciência e por todo seu

conhecimento que me ajudou e me auxiliu durante todas as fazes desse trabalho.

E a Deus por ter aberto as portas e me mostrado o caminho, quem

me sustentou nos momentos mais difíceis me dando força para terminar esse

projeto.

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GUERONI, Rafael, F. Treinamento com pesos para nadadores velocistas: 2010. 41 fls. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Fisica Bacharelado) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010.

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo revisar por literatura as diferentes abrangências de treinamentos de força com pesos em sala de musculação buscando o aumento da força e da potência muscular, em nadadores velocistas, apresentadas pelos diversos autores que escrevem na atualidade. Tal objetivo veio de encontro com as dificuldades de se elaborar o treinamento de força específico para os nadadores velocistas especializados em provas de 50 e 100 metros, dada à escassez da literatura e de comprovação científica dos métodos existentes, o que traz dúvidas aos profissionais treinadores e com isso obter maiores informações científicas para o melhor desempenho esportivo. Desta forma, buscou-se identificar possíveis diretrizes do treinamento de força fora da água em aparelhos de musculação que detenha credibilidade junto aos profissionais da área e para ser utilizado na preparação dos atletas. O método utilizado foi à revisão de literatura e comparação das opiniões dos autores, procurou-se abordar os pontos positivos e negativos dos principais métodos de treinamento pesquisados. Desta forma, pode concluir que o método de treinamento de força com grandes cargas e poucas repetições é o método que melhor representa o sucesso no treinamento de nadadores velocistas, quanto à melhora da força máxima e aumento da potência além de estarem associadas na especificidade das provas de velocidades, 50 e 100 metros sugere que mais estudos aplicados sejam realizados sobre o tema, uma vez que ainda é novo o assunto e deve ser mais bem pesquisado. Palavras-chave: Treinamento. Força. Nadadores velocistas.

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GUERONI, Rafael, F. Resistance Training for Sprint Swimmers: 2010. 40 fls. Trabalho de

Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física Bacharelado) – Universidade Estadual

de Londrina, Londrina, 2010.

ABSTRACT

The objective of this study was to review in the literature the different ranges of resistance training in weight lifting room for increasing muscular strength and power, in sprint swimmers, presented by several authors writing in the present time. This objective comes to answer the difficulties of elaborating an specific strength training program for sprint swimmers specialized in 50 and 100 meters events, due to the scarcity of literature and scientific evidence of the existing methods, what has brought doubts to professional trainers and therefore obtain more scientific information for better sport performance. This way, we tried to identify possible guidelines of strength training out of the water in resistance training equipment which have credibility with the professionals involved to be used in the preparation of athletes. The method used was the review of literature and comparison of the authors’ opinions, we tried to approach the positive and negative points of the main training methods researched. Thus, we could concluded that the strength training method with great loads and few repetitions is the one that represents the success in the training of sprint swimmers, in relation to the enhancing of maximum strength and increase in power, besides being associated to the specificity of the events of 50 and 100 meters. We suggest that more applied studies be performed on this subject, because it is a new area and deserves to better researched..

Key words: Training. Strength, Sprint Swimmers.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 08

1.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 09

1.2 OBJETIVO .............................................................................................................. 10

1.2. MATÉRIAS E MÉTODOS ........................................................................................... 10

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 11

2.1 PRINCÍPIOS NO TREINAMENTO DE FORÇA PARA O NADADOR ....................................... 13

2.2 TECNOLOGIA DOS EQUIPAMENTOS ........................................................................... 14

2.3 TIPOS DE FORÇA PREDOMINANTES EM NADADORES VELOCISTAS ................................ 15

2.4 PREPARAÇÃO DA FORÇA GERAL DO NADADOR ........................................................... 17

2.5 BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA PARA NADADORES VELOCISTAS ................... 18

2.6 TREINAMENTO DA FORÇA DE RESISTÊNCIA FORA DA ÁGUA.......................................... 20

2.7 TREINAMENTO DA FORÇA DE RESISTÊNCIA DENTRO DA ÁGUA ..................................... 24

3 PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS PARA AS SESSÕES DE TREINO .................. 28

3.1 PARALELO ENTRE UM TREINAMENTO DE FORÇA DE NADADORES VELOCISTAS E

FUNDISTA ............................................................................................................ 29

3.2 PROGRAMA DE TREINAMENTO DE FORÇA PARA UM NADADOR DE 1.500M ..................... 31

3.3 PROGRAMA DE TREINAMENTO DE FORÇA PARA UM NADADOR DE VELOCIDADE .............. 32

3.4 EXPLICAÇÕES DOS PROGRAMAS DE TREINAMENTO .................................................... 34

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 38 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 40

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1 INTRODUÇÃO

O treinamento de natação, assim como em outros esportes, recebe

influências de várias áreas do conhecimento como das ciências biológicas,

psicológicas e tecnológicas entre outras. No campo metodológico avanços têm

ocorrido a partir de estudos realizados em laboratórios, principalmente influenciados

por cientistas de várias nacionalidades, como exemplo: russos, alemães,

australianos, japoneses entre outros que já apontavam nas décadas passadas à

necessidade de alterações no sistema de treinamento, citamos neste caso os norte

americanos que exerceram grande influência no Brasil.

Na natação brasileira, o treinamento de força até a década de 2000 era

utilizado de forma complementar ao treino dentro da piscina e realizado por

treinadores de academia e não específico por técnicos de natação, que delegavam,

muitas vezes, a fisioterapeutas ou leigos que trabalham com a musculação para

aplicarem os treinamentos de força sem supervisão direta dos treinadores de

natação. Ainda hoje existem dúvidas da profundidade de aplicação do treinamento

de força se é simplesmente a utilização como forma de treinar e proteger os grupos

musculares utilizados no nado, e a melhor formação corporal visando o aumento da

potência.

Na natação competitiva o desempenho é influenciado pela capacidade

do corpo de gerar força propulsora e minimizar a resistência ao avanço no meio

líquido. Isto acontece pela melhora da técnica do nado, do padrão biomecânico e da

condição física do nadador, incluindo a sua composição corporal e a força.

A forma do treinamento de força e o aumento da potência muscular

podem fazer diferença para o nadador, pois a potência muscular é considerada

como um fator determinante no desempenho de nadadores velocistas. Muitos

estudos expõem a alta correlação existente entre potência e velocidade (COSTILL,

SHARP, TROUP, 1980), inferindo que altos níveis de potência se transferem

positivamente para a velocidade de deslocamento.

Dentre as formas de desenvolvimento das condições ótimas de

potência, é observado o treino de força na sala de musculação com o uso de

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halteres, barra e maquinas e o treinamento de força exclusivamente dentro da água,

com seus referenciais positivos e os métodos utilizados para esse fim.

O desempenho desta capacidade motora pode ser importante na

manutenção da saúde, independência e satisfação pessoal. Influenciando

diretamente no desempenho de atletas (KALAPOTHARAKOS et al., 2005),

Por outro lado na natação competitiva o treinamento de força na sala

de musculação é aparentemente novo, começou a partir dos anos cinqüenta, e vem

como uma forma de melhorar o desempenho dos nadadores, fato este que permitiu

a utilização de novos métodos de treinamento para o desenvolvimento desta

capacidade (COSTIL, MAGLISCHO, RICHARDSON, 2001).

Autores como Maglisho, (1999) não aprovam o treinamento com pesos

na sala de musculação como indicação para a melhora do desempenho de atletas

nadadores. Nesse sentido os treinos de força devem ser feitos dentro da água e são

os mais indicados para o desenvolvimento da capacidade de força e potências do

nadador, dentro da visão ecológica da natação.

1.1 JUSTIFICATIVA

O presente projeto de pesquisa justifica-se pelas dúvidas que existe

sobre os treinamentos de força para nadadores velocistas, pela necessidade de

maiores esclarecimentos nas quais os diferentes métodos de treinamento são

realizados, para o aumento da força e potência de nadadores velocistas e como as

diferentes apresentações dos métodos podem melhorar o desempenho, entre eles

buscarem-se à resposta para a seguinte questão: Qual o método de treinamento

realizado com aparelhos de musculação que melhor atende as características

exigidas nas provas de velocidade para nadadores velocista.

Também se justifica o estudo dado à carência de estudos relacionados

sobre a ligação do treino de força realizado na sala de musculação e a natação

competitiva existentes na literatura e de poucas pesquisas explicitando sobre o

treinamento de força em nadadores e sua influência nos resultados.

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1.2 OBJETIVO

O objetivo da presente pesquisa foi de revisar por literatura as

diferentes abrangências de treinamentos de força com pesos em sala de

musculação o aumento da força e da potência muscular, em nadadores velocistas,

apresentadas pelos diversos autores e escrevem na atualidade.

1.3 MATERIAS E MÉTODOS

Esta pesquisa teve um caráter descritivo de revisão de literatura, dado

os procedimentos de busca e pesquisa, foram selecionados os conteúdos referentes

ao tema e assunto proposto pelos objetivos. Depois de selecionados foram tratados

por assunto e transcritos. Por fim, se discutiu as revisões da literatura frente à

comparação e análise conforme o conteúdo dos autores.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Durante os últimos anos, em busca de melhores resultados esportivos,

ouve um aumento de estudos para melhorar o processo de preparação da força

muscular, de forma a corresponder mais especificamente ás exigências do esporte

moderno, o que tem permitido a criação e desenvolvimento de novos aparelhos de

treinamento, e o desenvolvimento de treinos mais efetivos e adequados para um

bom trabalho muscular.

Visando sempre à preparação da força muscular e a busca do melhor

desempenho competitivo, o treinador deve saber distinguir às diferenças que deve

haver em cada prescrição de treino, para as diferentes modalidades esportivas e o

tipo de prova que o nadador pratica. São nestes fatores que se fundamentam os

métodos de treinos para a preparação da força no meio esportivo, (BULATOVA;

PLATANOV, 2003).

Para que um treinamento seja efetivo, deve-se ter além de um método

definido, estabelecer a forma com que os treinos são realizados, durante o treino de

força deve-se contar com a participação de qualidades como: a concentração, à

vontade, a coordenação intermuscular, durante o exercício que se realiza. Nos

esportes onde o peso corporal se revela como um problema, a força máxima deve

ser aumentada considerando-se a força relativa, para não ter excessivos aumentos

do corte transverso das fibras musculares (PLATONOV, 2005).

Um treinamento com pesos, realizado com cargas elevadas, grande

intensidade e com volume reduzido, exerce influência positiva sobre o sistema

nervoso central. Isto se traduz por um efeito tonificante do sistema motor, portanto

por uma melhoria dos valores de força e velocidade do nadador sem ter uma grande

hipertrofia (MIRELLA, 2001).

Para prescrever o treinamento para o nadador no começo de sua

carreira quando ele ainda está jovem, devemos lidar com as características

morfofuncionais na prescrição do treinamento, pois segundo as pesquisas de

(BULGAKOVA, 2000) o autor enumera várias características morfofuncionais. Dentre

elas podemos citar a capacidade da constituição de cada indivíduo, que são os

níveis de desenvolvimento das capacidades motoras gerais e especificas, além da

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produtividade funcional, preparação técnica-tática e psicologia que asseguram os

resultados esportivos a nível mundial. Uma forma de revelar as características

morfofuncionais são os exames multilaterais dos atletas de alto nível. Onde os

resultados de tais exames são tratados por meio de métodos de análise estatística

que permitirão identificar os índices que limitam os resultados esportivos de alto

rendimento.

Os valores quantitativos adquiridos dos parâmetros de aptidão especial

de trabalho e atividade esportiva são as características morfofuncionais. Essas

características permitem, por meio de comparação dos valores individuais, avaliarem

a correspondência do desenvolvimento físico e as capacidades motoras de um

esportista. Elas poderão ser aproveitadas para os objetivos da seleção esportiva,

para acerta a especialização de atletas dentro da modalidade escolhida e para a

correção e planejamento do processo de treinamento.

Segundo as pesquisas dos últimos anos realizadas com nadadores de

alto nível, comprovam que a velocidade da natação de vários estilos e em várias

distancia, é determinada pelas várias particularidades do biótipo e preparação física

do nadador desta forma quanto antes o jovem nadador identificar sua melhor

modalidade esportiva, melhor serão seus resultados mostrando a importância de se

analisar as características morfofuncionais. (BULVAKOVA, 2000).

Portanto é racional, que se aproveitem tais modelos para análise das

características morfofuncionais durante a etapa de aperfeiçoamento esportivo, pois

eles permitem a orientação para o desenvolvimento máximo dos aspectos

individuais de força de preparação, e elimina as evidentes desproporções, colocando

cada atleta em sua modalidade (PLATONOV, 2005).

Um modelo de treinamento bom para a preparação esportiva em longo

prazo de jovens nadadores visa o desenvolvimento dos sistemas funcionais e das

capacidades físicas que limitam os resultados esportivos na natação, sob a

influencia do treinamento esportivo especializado atente a individualidade de cada

atleta (BULGAKOVA, 2000).

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2.1 PRINCÍPIOS NO TREINAMENTO DE FORÇA PARA O NADADOR

Para que o treinamento força desenvolva o efeito desejado,

preconizam-se alguns princípios que devem ser respeitados na prática. Em relação

ao princípio da individualidade biológica, o mais importante de todos, alerta-se para

o fato de que não existem dois indivíduos exatamente iguais, logo essas diferenças

a nível celular é que estarão distinguindo as diferentes aptidões que cada nadador

pode ter. Então o ponto fundamental desse princípio seria adaptar o método ao

nadador e não o nadador ao método (MARINHO, 2002).

No princípio da adaptação é fundamentado na teoria do stress também

conhecido como princípio do equilíbrio homeostático. A homeostase é o estado

normal do organismo caracterizado por uma harmonia entre seus diversos sistemas

e o ambiente que o cerca. Esse stress pode vir devido a diferentes fatores e podem

ser psicológicos, porém para o treinamento de força o mais importante é o causado

pelo esforço físico realizado, tornando-o importantíssimo estressar os músculos, pois

apenas respeitando-o teremos a certeza de que estaremos treinando dentro da faixa

ideal de stress (MOREIRA, 1996).

O princípio da sobrecarga discute que a aplicação das cargas de

treinamento deve ser coerentes, metódicas e progressivamente aplicadas, que

venha a propiciar uma melhora gradativa na condição física. Quando aplicamos uma

carga de esforço ela tem que ser capaz de produzir adaptações, ocorrendo um

desgaste provocado pela aplicação de sobrecarga, para que as adaptações ocorram

de forma harmônica é necessário um tempo para recuperação, se esse não for

suficiente o organismo poderá ingressar na fase de exaustão, e no caso de ser um

intervalo excessivo podem não ocorrer às adaptações necessárias.

O Princípio da continuidade traz à tona a importância de periodizar o

treinamento, ou seja, diferenciar épocas de competição e de recuperação mesmo

sem abandonar os treinamentos, só assim poderia alcançar um desempenho final

superior que possa atingir o atleta.

Em relação ao princípio da interdependência volume x intensidade:

destaca-se o treinamento de força, pois chamamos de volume a quantidade do

trabalho e intensidade a qualidade do mesmo, logo se o volume aumenta

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significativamente, a intensidade deve geralmente diminuir e vice-versa mostrando

que este processo de alternância entre quantidade e qualidade traduz esse princípio

(MOREIRA, 1996).

O princípio da especificidade explora que para desenvolver qualquer

fator determinante de um desempenho é preciso trabalhá-lo especificamente.

Exemplificando, se quisermos trabalhar a força com a perna direita deverá escolher

velocidades, durações e esforços que sobrecarreguem especificamente essa

musculatura.

No principio da treinabilidade exemplificado na medida em que um

atleta se submete a mais de uma temporada de treinamento, é natural que se

aproxime de seus limites pessoais de máximo desempenho, ou seja, quanto mais

treinado o indivíduo estiver, mais difícil e demorado se tornará para aumentar um

degrau em seu desenvolvimento atlético. E ainda pessoas possuindo idêntica

condição inicial, podem responder de maneira diferenciada a uma mesma carga de

treinamento.

2.2 TECNOLOGIA DOS EQUIPAMENTOS

Estudos analisaram os diferentes protocolos de treinamento em atletas

altamente qualificados em distintas modalidades esportivas, e demonstraram que a

eficácia na preparação das diferentes qualidades física está, em grande parte,

determinada pelo emprego de vários simuladores ou máquinas de musculação

destinadas á preparação de força geral e especifica, aos desenvolvimentos das

qualidades de velocidade e da velocidade-força, ao desenvolvimento combinado de

força e flexibilidade, ás capacidades de velocidade e coordenação, ao

desenvolvimento simultâneo das qualidades físicas e ao aperfeiçoamento da técnica

esportiva (MARINHO; GOMES, 1999).

A utilização de simuladores permite a ampliação significativa do volume

dos meios de preparação física aumenta a incidência seletiva sobre distintos

sistemas funcionais, criando condições necessárias para dosar com precisão a

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carga, controlando e direcionando o processo de desenvolvimento das distintas

qualidades físicas (PLATONOV, 2005).

O bom do uso de máquinas de musculação no processo de preparação

física é que permite gerar regimes de execução de exercícios, ou de seus elementos

principais, inalcançáveis em condições naturais. A peculiaridade do projeto de tais

maquina pressupõem alterações mínimas na técnica adequada de execução dos

movimentos planejados. Isto cria premissas para evitar erros e aumento da

probabilidade de alcançar índices mais elevados nos movimentos característicos

mais importantes. A diminuição do tempo para alcançar a melhor estrutura de

coordenação dos movimentos, em relação ás condições de treinamento e de

competição, permite ao treinador e ao atleta determinar a via mais completa de

concretização das capacidades funcionais (BULATOVA; PLATONOV, 2003).

2.3 TIPOS DE FORÇA PREDOMINANTES EM NADADORES VELOCISTAS

Verkhoshansky e Oliveira (1995) definem a força máxima como o valor

máximo de esforço que ações musculares voluntárias produzem em condições de

tensões. Mais próximo à realidade esportiva; (STONE; LAMOUNTH, 2005) define

força máxima como “[...] a habilidade de um grupo em particular de músculos

produzirem contração voluntária máxima em resposta contra uma carga externa”.

Na natação o máximo valor de força atingido em condições específicos

do nado é definido como força propulsora. Sua mensuração ocorre nos primeiros 10

segundos de esforço e se assemelha a força máxima por utilizar primordialmente o

sistema ATC-CP e refletir o maior nível de força do indivíduo naquela situação

específica (MARINHO, 2002).

A velocidade de movimento precisa ser máxima para a resistência

oferecida, pois se as propriedades da água contribuem para o alcance de maiores

níveis de manifestações de força, então um aumento da velocidade ocasionará o

aumento do arrasto para uma mesma resistência externa (KARPOVICH, 1933).

No momento em que o pico de força é influenciado pelos níveis de

força máxima as características desse treinamento (séries com alta velocidade de

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execução de movimento e com alta resistência externa) passam a ser de grande

importância. Considerando que uma dada carga pode representar uma pequena

porcentagem de força máxima, uma pessoa mais forte pode acelerá-la com mais

velocidade. É possível ainda que um nadador com alto valor de força máxima

apresente maior quantidade de proteína contrátil nas fibras do tipo dois. Tais fibras

são as principais responsáveis pela produção da força. Alem disso as adaptações

neuromusculares proveniente do treinamento de força máxima específica podem

gerar ganhos, principalmente relacionados à coordenação que tem efeito positivo na

ativação das unidades motoras que ocasiona um aumento na quantidade de força

produzida num mesmo espaço de tempo (STONE; LAMOUNTH, 2005).

Ao aplicar um treinamento fora da água em nadadores com ênfase na

força máxima temos uma melhora no tempo para alcançar a força pico resultando

em alterações na velocidade e nos indicadores técnicos dentro da água (STRASS,

1986).

A crítica sobre o treino de força fora da água para a natação está

baseada no fato que tanto o padrão eletromiográfico como a coordenação de

movimentos dos exercícios é substancialmente diferente dos movimentos usados

durante o nado (OLBRECHT; CLARYS, 1983),

A manifestação da força rápida se dá em movimentos onde a força

externa é relativamente pequena e é garantida pelas capacidades do aparelho

neuromuscular. A força rápida se manifesta numa transição de força explosiva e de

força máxima, dando ao gesto motor uma característica de velocidade, que é

dependente da resistência externa oferecida. Com tais características consideramos

que a força rápida apresente predominância na natação. No entanto, melhores

resultados estão relacionados com a capacidade de manter a força rápida por todo o

percurso (VERKHOSHANSKY, 2001).

Na natação a força explosiva que pode ser encontra tanto em regimes

musculares dinâmicos como isométricos, é observada em componentes

competitivos, como saídas e viradas, que exigem máxima aceleração. Apesar de

apresentar uma força inicial máxima, a força explosiva tem sua aceleração final

dependente da resistência externa oferecida, cargas baixas podem impedir uma

manifestação máxima, pois não oferecem resistência suficiente para um

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recrutamento ótimo de unidades motoras no gesto motor (VERKHOSHANSKY,

2001).

A partir dessas considerações, acredita-se que a combinação

sistematizada das variáveis do treinamento esportivo com as diferentes

manifestações de força gera adaptações que interfiram positivamente no rendimento

de provas com características de velocidade nos 50 e 100m, resistência de

velocidade nos 200 e 400 e até mesmo provas de fundo (800 a 1500) na maioria dos

estilos.

2.4 PREPARAÇÃO DA FORÇA GERAL DO NADADOR

O treinamento de força geral tem a função de elevar o nível de força

absoluta (movimentos rápidos) e a resistência de força dos grupos musculares. É

importante no trabalho com nadadores de idade adolescentes e juvenis, além de

assegurar uma base sólida para a preparação da força espacial.

Essa metodologia de treinamento tem como objetivos principais

reforçar o aparelho muscular conjuntivo, melhorar a habilidade, aliados a agilidade,

velocidade e flexibilidade, desenvolver harmonicamente toda a musculatura do

nadador. Além de ser o principal tipo de preparação para os nadadores infantis que

freqüentam os treinamentos de ensino básico, pré-esportivo e esportivo (MIRELLA,

2001).

Os principais grupos musculares para um nadador são: músculo reto e

obliquo do abdômen, quadrado lombar, trapézio, músculos posteriores da coxa.

Esses músculos garantem a posição estável do corpo na água e é o eixo motriz do

nadador.

Os grupos fortes de músculos das costas e do abdômen, se contraído,

auxiliam ativamente os movimentos funcionais de braços e pernas. Na etapa da

preparação de força geral, dedica-se grande atenção ao fortalecimento dos

músculos do abdômen.

Uma temporada normal deve ser iniciada com um trabalho de

resistência tanto dentro da piscina como na sala de musculação. No seguinte mês

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deve-se iniciar um trabalho de potência e depois na velocidade específica. Assim, ao

final da sua temporada, o atleta estará mais forte, mais veloz e também com melhor

resistência (PLATONOV, 2005).

Saber quais exercícios a serem feitos na sala de musculação não é

algo fácil para o nadador identificar, nem tudo tem transferência para a piscina e

saber identificar isso é muito importante. Porém, jamais este trabalho será mais

importante do que você faz dentro da água (MIRELLA, 2001).

Para ter o máximo proveito do trabalho de musculação deve-se tomar

cuidado para não estressar os músculos do nadador, onde o treinador deve saber

sempre o tempo certo de recuperação entre os treinos. Os métodos de alta

intensidade (altas cargas) provocam um aumento notável da força máxima, através

de uma maior ativação das unidades motoras, com um aumento reduzido da massa

muscular, mas uma melhora na velocidade e na potência muscular.

Sendo assim, todas as metodologias de treinamento (para força

máxima, hipertrofia, resistência muscular) podem existir no planejamento dos atletas,

respeitando, principalmente, a individualidade biológica e o tempo certo para

execução e adaptação de cada uma delas (MIRELLA, 2001).

2.5 BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA PARA NADADORES VELOCISTAS

Os nadadores especializados nas distâncias curtas (50 e 100m)

dedicam atenção, em primeiro lugar, ao desenvolvimento da força máxima onde uma

melhora da força vem sempre acompanhada de um aumento da velocidade do

movimento (PLATONOV, 2005).

Altos níveis de força e potência são necessários para o sucesso no

desempenho da natação, nos últimos tempos, tem havido um aumento da ênfase na

inclusão do papel do treinamento de força na prevenção de lesões, permitindo ao

nadador submeter-se a altos volumes de sessões de treinamento, bem como limitar

o impacto de lesões pelo esforço excessivo fora da água.

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Com o aumento da força há um aumento da seção transversal do

músculo, mais ligações de pontes cruzadas por unidade de tempo se colocam à

disposição para um deslizamento da actina e da miosina, aumentando assim, a

velocidade da contração muscular e do movimento.

Além das alterações de tamanho que ocorrem com a adaptação básica

ao programa de treinamento de força, aumentos maciços desse tipo não é,

normalmente, o objetivo de um programa de treinamento de natação, apesar de

haver alguns momentos em que os nadadores necessitam de um programa que

enfatize o aumento do tamanho muscular (tiros curtos) em determinadas áreas do

corpo (ombros e costas), já que o tamanho excessivo (tipo fisiculturista) pode ter

impacto negativo em outros aspectos do desempenho na natação, como a

capacidade hidrodinamica e a capacidade aeróbia. (HAKKINEM; KRAEMER, 2004).

Com o aumento da seção transversal das fibras musculares e a

ativação sincronizada das unidades motoras, ocorre, uma redução da carga por

unidade de tempo, com isto, uma contração mais rápida e conseqüentemente

melhora do resultado (PLATONOV, 2005).

Temos exemplo do destacado velocista J. Montgomery conseguiu

superar o recorde mundial nos 100m livre (51,2s) e alcançar os (49,99s), devido, em

grande parte, ao programa de preparação de força, orientado para aperfeiçoamento

das capacidades físicas velocidade-força nos músculos responsáveis pela extensão

dos braços e da força do impulso no momento das saídas e viradas melhorando

assim o seu tempo final (COUNSILMAN, 1984).

Na natação, o fortalecimento dos membros inferiores é de grande

importância, principalmente para nadadores velocistas, uma vez que, é fator

determinante para uma boa impulsão inicial após a largada (MAGLICHO, 1999).

Para um treinamento completo os nadadores devem efetuar exercícios

fora da água, em terra para aumento da força, velocidade, resistência e flexibilidade.

Agora, tanto o preparador físico como o nadador devem-se dar conta que nem todos

os exercícios em terra exercem efeito positivo sobre o nadador e alguns exercícios

podem ainda exercer um efeito negativo na hora do nado (COUNSILMAN, 1984).

A preparação física em terra também é direcionada para o

fortalecimento da saúde, para o domínio dos hábitos práticos, para a elevação das

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possibilidades funcionais do organismo do nadador, do seu nível de

desenvolvimento físico, da capacidade de trabalho e para o desenvolvimento das

capacidades de força, flexibilidade, velocidade e agilidade assim como o

relaxamento muscular (MAKARENKO, 2007).

O principal objetivo de um treino de força é aumentar a produção de

potência dos músculos que atuam como motores primários no estilo da natação

escolhido. Isto é mais importante a nadadores que se especializam em provas de

curtas distancias, uma vez que o aumento da força muscular e a produção de

potência dos músculos podem ser traduzidos por aumento da velocidade do nado

quando combinado com a pratica na piscina. Além disso, quando a força muscular e

a potência são aumentadas com treinamento de força adequado, os músculos

podem efetuar o nado em um percentual mais baixo de sua capacidade máxima,

portanto sua eficiência deve ser melhorada e sua fadiga reduzida.

Para aumentar a potência e a força, o atleta deve tentar completar

algum dos exercícios em uma velocidade mais rápida. Já que o estilo do nado

requer aceleração rápida dos membros na água, em provas de velocidades, a

velocidade das ações musculares durante o treinamento de força é importante. Para

nadar mais rápido, a produção de potência deve ser aumentada a fim de superar a

força de arrasto, que aumenta á razão do quadrado da velocidade do nadador na

água. Os programas de treinamento de força são geralmente similares para homem

e mulheres, apesar das variações individuais ocorrerem quando uma lesão é

identificada ou uma avaliação músculos esqueléticos identificam um alto risco de

lesões.

2.6 TREINAMENTO DA FORÇA DE RESISTÊNCIA FORA DA ÁGUA

Antes de descrever especificamente os métodos propriamente ditos de

treinamentos para força de resistência é necessário esclarecer mais algumas

particularidades desse tipo de força. Para Valdivielso (1998) a força de resistência é

a capacidade para suportar uma força leve em atividades de longa duração que

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21

superam os dois minutos, implicando na produção de energia aeróbica e podendo

ser denomina resistência muscular aeróbica.

Uma importante informação em relação à carga de trabalho durante o

treinamento da força de resistência: se a carga usada no treinamento for superior a

50% da força máxima, o número de repetições será determinado proporcionalmente

pela quantidade de força máxima (FM) do indivíduo, pois o trabalho muscular neste

caso é realizado exclusivamente por vias anaeróbicas (com 50% da FM individual

cessa o fornecimento de oxigênio e substratos). Quando a carga de trabalho for

inferior a 25% da FM, a mobilização aeróbica de energia e a capilarização dos vasos

desempenhará um importante papel na produção de energia (WEINECK, 1999).

Portanto, estes podem ser considerados os limites máximos e mínimos

de intensidade, pois a força de resistência abrange o sistema aeróbico e anaeróbico.

Considerando estes aspectos energéticos, a especificidade da prova e sua

respectiva periodização, descreveremos a seguir alguns dos métodos mais citados e

suas respectivas vantagens e desvantagens de acordo com a literatura pesquisada.

O procedimento de treinamento de força de resistência mais citado

entre os autores, Bompa (2001, 2002), Maglischo (1999), Turbino (1993) e Weineck

(1999), merecendo muita atenção e qualificado como o melhor para o uso por

nadadores, é o “circuit training”, o qual consiste em uma série de exercícios

seqüenciais pré-selecionados. O mesmo grupo pode ser trabalhado duas ou três

vezes seguidas, ou ainda, diferentes grupos podem ser exercitados alternadamente.

Os circuitos devem conter entre seis e doze exercícios, sendo que o número de

séries e o período de recuperação entre elas devem ser regulados de forma que os

atletas possam trabalhar em grupos de dois a quatro antes de avançarem para o

próximo exercício.

Tanto Maglischo (1999) quanto Fleck e Kraemer, (1999) citam a

vantagem de se utilizar este método com relação ao grande número de participantes

que podem treinar simultaneamente, além de que grandes grupos musculares

podem ser mobilizados durante um curto intervalo de tempo com espera mínima

entre os exercícios. Essa forma de treinamento é também descrita por (BOMPA,

2001) para melhorar a resistência muscular, sugerindo a execução de quatro a seis

exercícios com 30 a 40% FM. As repetições são expressas em tempo que deve

aumentar ao longo das semanas, variando de 40 a 60 segundos, em ritmo

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moderado e executado em duas a quatro séries. Os intervalos vão até cinco minutos

entre as séries e o de descanso entre os exercícios deve ser evitado. O uso das

máquinas de musculação é aconselhável durante os primeiros exercícios e o auxílio

das cordas de borracha pode ser empregado nos dois últimos exercícios.

O treinamento durante a fase preparatória específica deve ter um

número menor de exercícios e um grande número de séries, com a aproximação do

período competitivo a proporção deve ser invertida, com um menor número de séries

e maior de exercícios (BOMPA, 2001). O método denominado “extensivo por

intervalos” por Badillo e Ayestarán (2001) pode ser organizado através do

treinamento em circuito citado anteriormente, pois apresenta uma intensidade baixa

(30 a 40% da força máxima), com breves intervalos (de trinta a sessenta segundos)

e ritmo lento de execução, com mais de vinte repetições por série, caracterizando

um método útil em modalidades que não requerem um nível elevado de força. Uma

forma de treinamento citada por (MANSO, 1996) também pode ser relacionada ao

treinamento em circuito, pois apresenta características bastante similares a aquelas

já citadas.

Para esportes de resistência com níveis mais baixos de força, como a

prova de 1500 metros da natação, estes autores afirmam que se deve realizar de

três a cinco séries de vinte ou mais repetições a 30-40% da força máxima com

ritmos mais lentos de execução e intervalos de trinta a sessenta segundos. O

treinamento em circuito sugerido por (ZAKHAROV, 1992) com fins específicos aos

nadadores de longa distância tem os seguintes aspectos: intensidade de 10 a 40%

FM com objetivos essencialmente aeróbicos e até 80% em relação à exigência

anaeróbica; 8 a 25 exercícios, 20 a 40 repetições ou 50 segundos de trabalho; dois a

três séries; descanso de 5 a 7 minutos entre as séries e 25 segundos entre os

exercícios; realizado com aparelhos de musculação durante a fase especificada

preparação geral e com a utilização de cordas elásticas a fim de simular o

movimento de nado. (BOMPA, 2001) sugere o mesmo método com a realização de 6

a 15 exercícios, de uma a três séries. O número de repetições estabelecido pelo

autor foi de 13 a 40 com intensidade de 40 a 60% FM, podendo ser realizado de três

a seis vezes por semana.

Existe um consenso entre os autores de que este tipo de treinamento é

benéfico no desenvolvimento da força de resistência, pois este método requer a

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mobilização do sistema aeróbio e anaeróbio lático, o que atribui uma alternativa

atraente para os nadadores da prova de 1.500 metros, esta modalidade tem caráter

misto em relação ao metabolismo energético exigido. A freqüência semanal do

treinamento de força durante as fases específica e competitiva é de duas a três

vezes semanais, de acordo com os autores Badillo (2001), Maglischo (1999) e

Weineck (1999).

Segundo Bulatova e Platonov (2003), a utilização dos métodos

concêntricos e isocinético são ressaltadas quando são realizadas em máquinas

específicas de desenvolvimento de força, constituindo 50 a 60% da força máxima

exigida na atividade competitiva.

A eficácia do uso das máquinas isocinéticas no trabalho de força para

nadadores olímpicos que ao treinar a equipe norte-americana para as Olimpíadas de

Munique obteve grande sucesso, relacionando este tipo de trabalho o mais

adequado para os nadadores devido à especificidade da modalidade

(COUNSILMAN, 1984).

Alguns estudos comparativos entre os métodos concêntricos e

isocinético mostraram que o método isocinético é ligeiramente mais eficaz quando

executado em ritmo lento, mas quando o trabalho é realizado em velocidade rápida

ou moderado o método concêntrico é muito mais eficaz (BULATOVA; PLATONOV,

2003). A utilização de cordas de borracha sintética a fim de realizar um treinamento

que simule os movimentos do nado e que proporcione o desenvolvimento da força.

A execução de exercícios com carga baixa e elevado número de repetições,

oscilando entre 35 e 100, é indicada para o desenvolvimento da força de resistência

(COUNSILMAN, 1984).

O sistema de repetição forçada é descrito por Fleck e Kraemer (1999)

como um treinamento válido quando se visa aumentar a força de resistência, pois o

atleta deve tentar completar três ou quatro repetições, com o auxílio de um

assistente, após uma série até a exaustão com cargas de aproximadamente 85% da

força máxima for executado, desta forma o músculo é obrigado a continuar a

produzir força quando está parcialmente fatigado. Este último método parece ser o

menos apropriado, pois envolve um nível muito elevado de carga e com um número

baixo de repetições, ficando fora do objetivo e das características requeridas aos

nadadores fundistas e sim atendendo o objetivo dos nadadores velocistas.

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24

2.7 TREINAMENTO DA FORÇA DE RESISTÊNCIA DENTRO DA ÁGUA

Na prova de 1500 metros da natação, na qual é preponderante a

atuação da resistência de força, um treinamento no seguinte molde é indicado por

(LETZEITER, 1990): realizar de três a cinco séries com oito a vinte repetições, em

uma intensidade que pode variar de 30 a 70% da força máxima, adequando

intervalos de 60 a 90 segundos entre a execução das séries que devem ser

praticadas com movimentos explosivos, porém, sustentados com a utilização de

palmares.

O autor denomina este tipo de treinamento como intensivo por

intervalos por ser caracterizado pelo sistema anaeróbico lático (BADILLO;

AYESTARÁN, 2001). Este método ocupa um primeiro plano quando se trata de

treinamento da resistência de força. Este tipo de treino se relaciona com o que vem

sendo dito sobre o equilíbrio entre força rápida e resistência, pois permite que a

resistência de competição seja aumentada sem prejuízo na força ou no gesto técnico

da modalidade.

Outra forma de treinamento da força de resistência leva em

consideração o treinamento voltado especificamente para o desenvolvimento da

resistência à fadiga. Os autores (BULATOVA; PLATONOV, 2003) propõem os

seguintes exercícios: quatro a oito séries de 300 metros em velocidade de

competição e intervalo de vinte segundos; quatro séries de 500 metros em

velocidade de competição e intervalo de trinta segundos; quatro séries de 300

metros de braços ou pernas com intervalos de quinze a vinte segundos; quatro

séries de 400 metros (cada 400 m: 100 m de coordenação, 100 m de braço, 100 m

de perna, 100 m nadados) com intervalos de trinta segundos; quinze séries de 100

metros progressivamente com intervalos de trinta segundos; três séries de 1500

metros com intervalos de um minuto e; de vinte e quatro a trinta e duas séries de 50

metros em regime de quarenta e cinco segundos.

A base metodológica do treinamento intervalado deve ser estruturada

segundo (COUNSILMAN, 1984): considerando as seguintes variáveis citadas por

distância a ser nadada em competição; intervalo de descanso entre os percursos

percorridos; número de repetições a ser executado em determinada distância e;

tempo necessário para cumprir cada repetição. Ainda de acordo com

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25

(COUNSILMAN, 1984) o método conhecido como “Fartlek” ou “jogo de velocidades”

é indicado para o treinamento de nadadores de médias e longas distâncias, onde o

atleta nada distâncias relativamente grandes com velocidades variadas, ou seja,

distâncias ou períodos de tempo com maior intensidade alternada com os de

intensidade menor.

Neste tipo de treinamento o autor sugere a utilização de materiais que

aumentem ainda mais a resistência, tais como a tábua de batimentos e ainda a

tração com os pés atados ou suspensos, fazendo deste método favorável ao

desenvolvimento da força de resistência.

O treinamento de intervalos descrito por (COLWIN, 2000) consiste em

“nadar distâncias fixas, em um ritmo fixo e com intervalos fixos de descanso”, o que

proporciona um maior controle da duração e da intensidade do esforço durante o

treino. As passagens devem ser executadas com distâncias mais curtas que a de

prova em um ritmo mais rápido que o de competição, com descanso geralmente na

proporção de 1:3, a fim de que o nadador execute cada série com velocidades de

aproximadamente 90 a 95% da velocidade máxima, desta forma o atleta se

“acostumará” ao maior aumento de débito de oxigênio e maior acúmulo de lactato na

musculatura ativa.

Alguns campeões famosos e recordistas citados por (COUNSILMAN,

1984) basicamente realizam a mesma forma de treinamento, a qual consiste em

executar uma distância similar a de prova (geralmente entre 1.500 e 2.000 metros)

dividida em séries que giram de quatro a oito, com uma intensidade mais alta que a

de prova quando se realiza um número mais baixo de séries, e com uma intensidade

ligeiramente mais baixa com um maior número de séries.

Para Costill, Maglischo e Richardson (2001) ao invés de nadar séries

de média distância, com repetições de 100 metros em ritmo de 200 metros, os

nadadores de longa distância deveriam realizar repetições mais longas em ritmo de

prova, os sprints devem dar mais ênfase à capacidade anaeróbica que a potência,

nadando menos repetições de 25 metros e mais de 50 e 100 metros.

O método intervalado recebe grande importância, pois permite que o

atleta execute percursos com um ritmo um pouco mais elevado que o de prova com

períodos curtos de intervalo, gerando uma adaptação fisiológica importante e visada

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26

por estes nadadores, a qual compreende principalmente o fato de se manter um

nível elevado de força com uma concentração de lactato sangüíneo e muscular

próxima àquela gerada em competição.

Considerando que a segunda metade da prova deve ser executada

mais rápida que a primeira, (MACHADO, 1998) denomina como “negative split”, o

treinamento sugerido pelo autor pode ocorrer da seguinte forma: divide-se a

distância da prova em 15 séries de 100 metros, aumentando a intensidade de cada

série, ou seja, diminuindo o tempo de execução de cada uma, com intervalos de dois

minutos entre as séries, existindo a possibilidade de se fazer modificações ou

adaptações dentro deste mesmo tipo de treinamento, sempre começando com uma

intensidade mais baixa e terminando com uma intensidade mais alta.

Este último método ganha valor quando é feita uma comparação e

análise da modalidade desportiva discutida, pois como já visto anteriormente, o

nadador necessita de um “sprint” no final da prova, fase onde já haverá certo

acúmulo de lactato sangüíneo e, de acordo com este treinamento, poderão ocorrer

adaptações a fim de exercer os mesmos níveis de força com a musculatura

envolvida de certa forma já sobrecarregada ou fadigada.

A utilização de materiais para aumentar a resistência do corpo é

bastante comum no treinamento de força de nadadores, as cordas elásticas são

citadas como muito úteis aos nadadores de longa distância (COLWIN, 2000). Além

das cordas elásticas, o uso de plaquetas (palmares) e de pés-de-pato é bastante

eficaz em relação a este propósito (MAGLISCHO, 1999), pois “aumentam a

resistência de competição sem distanciar-se do gesto específico” (BADILLO;

AYESTARÁN, 2001).

Para desenvolver a força dentro da água (MACHADO, 1998) sugere

que o trabalho a ser feito deve ser realizado em alta intensidade, cerca de 90% da

força total, com maiores repousos e maior número de repetições, utilizando-se os

chamados “sprints”, da mesma forma do treinamento citado por Colwin (2000).

Neste caso, a via de fornecimento de energia predominante é a

anaeróbia, denominada por Bulatova e Platonov (2003) como potência anaeróbia, a

qual possui maior valor nas provas de natação de até 100 metros e, portanto, não

seria tão apropriado aos nadadores fundistas que se utilizam ambas as fontes

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energéticas, mas ainda com principal utilização do sistema aeróbio. Desta forma o

treinamento também deve receber atenção para que o atleta execute seu

treinamento de acordo com a tática estabelecida.

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3 SUGESTÃO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS PARA AS SESSÕES DE

TREINO: ADAPTADO

A seguir são alguns modelos de treinos de força realizados dentro da

sala de musculação para nadadores onde os objetivos do programa se alteram ao

longo do ano á medida que o atleta se aproxima das competições principais. O foco

dos mesociclos (períodos de divisão do treinamento em um ano) muda de força para

resistência aeróbia á medida que a competição se aproxima. Isso se traduz numa

diminuição da intensidade e aumento do volume (HAKKINEN; KRAEMER, 2004).

Os exercícios são programados com base em

1) Sua especificidade ao estilo de nado do atleta em relação a

músculos envolvidos e movimentos articulares.

2) Prevenção de desequilíbrios musculares desenvolvidos entre

agonistas e antagonistas.

3) Prevenção de lesões em áreas propensas, como os ombros.

4) Possibilidade de variação

5) Melhora no nível de habilidade do atleta.

6) Potêncialização do desempenho da capacidade pretendida (força

máxima).

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3.1 PARALELO ENTRE UM TREINAMENTO DE FORÇA DE NADADORES VELOCISTAS E

FUNDISTAS

Como exemplos de um programa de treinamento de força preparatória

do atleta nadador que tem o objetivo de aumentar a força e a produção de potência

e aumentar o nível geral de força:

QUADRO 01 - Dias 1 e 3 (Segunda e Sexta- Feira) - TREINO-A

Série 1 2 3 4

Supino 6 6 4 4

Puxada Lateral 6 6 4 4

Agachamentos 5 5 3 3

Circundação dos ombros em pé

6 6 6 6

Remada Baixa unilateral

6 8 6 6

Elevação frontal 8 6 6 6

(HAKKINEN; KRAEMER, 2004)

Abdominais: Selecionar 200 repetições dos seguintes.

“Bola Suíça”

Abdominais parciais (2 x 20)

Abdominal com flexão do quadril (2 x 20 )

Rotação Lateral (2 x 20 )

“Medicinebol”

Passe lateral (2 x 10 cada lado )

Abdominal 45 grau (2 x 30 )

Arremessos sobre a cabeça (2 x 20)

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QUADRO 02 - Dia 2 (Quarta-Feira) - TREINO-B

Série 1 2 3 4

Arranques 5 5 3 3

Elevação na barra

(barra- fixa)

6 6 6 6

Agachamentos

unilaterais em

plano inclinado

6 6 6 6

Rotação do tronco

no equipamento

6 6 6 6

Elevação frontal 8 8 6 6

Crucifixo invertido

com bola suiça

6 6 4 4

Abdominais Mesma

série

anterior

(HAKKINEN; KRAEMER, 2004)

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3.2 SUGESTÃO DE GROGRAMA DE TREINAMENTO DE FORÇA PARA UM NADADOR DE 1.500M

(FORA DA ÁGUA EM ACADEMIA); (HAKKINEN; KRAEMER, 2004).

Com ênfase de fornecer força suficiente para que o atleta completasse

o volume de treinamento necessário para um nadador de 1.500m estilo livre. Uma

exigência fundamental foi também aumentar a produção de força muscular de forma

que aumentasse a velocidade do nado e melhorasse a eficiência:

QUADRO 03 - Dias 1 e 3 ( Segunda e sexta-feira ) - TREINO-A

Séries 1 2 3 4

Exercícios com

halteres

Supino 6 6 6 6

Puxadas

laterais

8 8 6 6

Remada baixa

unilateral

6 6 6 6

Pressão de

pernas

5 5 5 3

Pull overs 6 6 6 6

(HAKKINEN; KRAEMER, 2004)

Sessão de abdominais:

Medicinebol - variado (50), Abdominais parciais (50), Elevação de pernas (50),

Flexão de quadril com o tronco na vertical apoiado pelos braços (3x 30s) (Neste

exercício, o músculo reto abdominal, o obliquo interno e o obliquo externo são

ativados isometricamente).

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QUADRO 04- Dia 2 (Quarta-feira) TREINO-B

Série 1 2 3 4

Supino inclinado 6 6 6 6

Crucifixo invertido 6 6 4 4

Agachamentos 5 5 3 3

Elevações laterais 6 6 6 6

Rosca tríceps (super

série)

6 6 6 6

Rosca bíceps (super

série)

6 6 6 6

(HAKKINEN; KRAEMER, 2004)

Sessões de abdominais:

Abdominais parciais laterais (50), Abdominais parciais (50), Elevações de pernas

(50), Rotações do tronco em pé (30).

3.3 PROGRAMA DE TREINAMENTO DE FORÇA PARA UM NADADOR DE VELOCIDADE (FORA DA

ÁGUA EM ACADEMIA)

O programa a seguir foi elaborado para um nadador de velocidade do

estilo borboleta. A ênfase desse programa se espera aumento da força e

fortalecimento dos ombros:

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QUADRO 05- Dias 1 e 3 (Segunda e Quinta-feira) - TREINO-A

Série 1 2 3 4

Supino inclinado com

halteres

8 8 6 6

Elevações na barra

(pegada aberta)

6 6 6 6

Agachamentos e saltos

verticais com insistências

5-6 5-6 5-6 5-6

Circundação dos ombros

em pé

6 6 6 6

Remada com um braço 8 8 6 6

Flexão plantar (com

pesos)

5 5 5 5

(HAKKINEN; KRAEMER, 2004)

Abdominais a seguir.

QUADRO 06- Dia 2 (Terça-feira) - TREINO-B

Série 1 2 3 4

Desenvolvimento com

halteres em pé

8 8 6 6

Elevação lateral na

posição horizontal

6 6 6 6

Crucifixo 45◦ 6 6 6 6

Pressão de pernas 5 5 5 5

Saltos verticais 6 6 6 6

Rotação interna/externa

dos ombros

6 6 6 6

Encolhimento dos

ombros

5 5 5 5

(HAKKINEN; KRAEMER, 2004)

Abdominais a seguir.

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QUADRO 07- Dia 4 ( Sexta- feira) - TREINO-C

Série 1 2 3 4

Supino com pegada

fechada

6 6 6 6

Elevação lateral na

posição horizontal

6 6 6 6

Passadas a frente com

deslocamento

5 5 5 5

Elevações laterais 8 8 6 6

Rotação interna/externa

dos ombros

6 6 6 6

Rosca bíceps 10 10 8 8

(HAKKINEN; KRAEMER, 2004)

Sessões de abdominal

“Bola suíça”, Abdominal com flexão de quadril unilateral (3x 15), Abdominais parciais

com pesos (3x20), Rotações do tronco (2x10 cada lado), Arqueamento lombar

(3x30s).

3.4 DISCUSSÃO E APRESENTAÇÃO DOS PROGRAMAS DE TREINAMENTO

De acordo com os programas de treinos propostos, cada um apresenta

um objetivo diferente, no primeiro programa de treinamento à importância do treino

vem em fornecer uma base para o nadador velocista no treinamento de força

realizado com pesos. Neste programa o nadador realiza o treino com pesos na sala

de musculação três vezes por semana, realizado segunda, quarta e sexta-feira com

dois modelos de treinamento um TREINO-A e um TREINO-B fazendo a alternância

dos treinos de semana em semana.

Em todos os programas de exercícios propostos o nadador faz um

aquecimento de cinco minutos em bicicleta ergométrica, aquecimento articular feito

com halteres leves imitando o movimento dos exercícios realizados durante o treino,

além de alongamentos específicos das musculaturas trabalhadas tudo realizado

antes de começar o programa, os exercícios que fazem parte do TREINO-A são

exercícios com barras, exercícios com halteres todos mostrados acima no

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QUADRO-1 página 28, e devem ser realizados com intensidade de 75 a 95% de

uma repetição máxima começando com intensidade mais baixa terminando com

uma intensidade máxima, todos os exercícios devem ser realizado com auxilio de

ajuda em todas as repetições, com intervalo de dois a cinco minutos entre as séries

e intervalo de no máximo dois minutos entre os exercícios, sempre levando em conta

o nível de treinamento do nadador para aplicação das cargas.

Os exercícios de abdômen devem ser realizados todos os dias de

treino e realizar todos os exercícios propostos com um mínimo de 200 repetições

totais dividindo as 200 repetições entre os exercícios propostos, trabalhando o

abdômen em toda sua proporção. O TREINO-B é constituído de seis exercícios

todos com quatro séries apresentados no QUADRO-2 da página 29, com a mesma

intensidade e intervalo do TREINO-A fazendo com o nadador se recupere devido ao

grande numero de carga. Esse programa foi elaborado como um programa

introdutório para o nadador velocista. Seu objetivo é aumentar a força e a produção

de potência específica dos músculos do ombro ao mesmo tempo em que tenta

aumentar o nível geral de força dos nadadores.

No segundo programa de treinamento de força voltado para nadadores

especializados em provas de 1.500 metros, a ênfase foi em fornecer ao nadador

força suficiente para que ele completasse o volume de treinamento necessário para

um nadador de 1.500m. Neste segundo programa o nadador realiza o treino com

pesos na sala de musculação três vezes por semana, sendo realizado segunda,

quarta e sexta feira com dois modelos de treinamento um TREINO-A e um TREINO-

B fazendo a alternância dos treinos de semana em semana.

O TREINO-A consiste de seis exercícios realizados somente com

halteres para melhor fortalecimento dos músculos estabilizadores da região do

ombro todos mostrados no QUADRO-3 da página 30, e devem ser realizados com

intensidade de 75 a 95% de uma repetição máxima começando com intensidade

mais baixa terminando com uma intensidade máxima, todos os exercícios devem ser

realizados com auxilio de ajuda em todas as repetições, com intervalo de dois a

cinco minutos entre as séries e intervalo de no máximo 2 minutos entre os

exercícios, sempre levando em conta o nível de treinamento do nadador para

aplicação das cargas.

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O TREINO-B consiste de exercícios realizados com barra e com

halteres, todos com quatro séries mostradas no QUADRO-4 da página 31, com

intensidade de 75 a 95% de uma repetição máxima e somente os exercícios de

rosca tríceps com rosca bíceps era realizados sem descanso de um exercício para o

outro. Uma exigência fundamental desse programa de treinamento foi em aumentar

a produção de força muscular de forma que aumentasse a velocidade do nado e

melhorasse a eficiência, aumentar a força da região do ombro e dos músculos que

estabilizam a região pélvica também foram objetivos fundamentais.

O ultimo programa de treino foi elaborado para um nadador do estilo

borboleta a ênfase desse programa é dupla esperando o aumento da força e da

potência e o fortalecimento dos ombros. Neste terceiro programa de treino o nadador

realiza o treino com pesos na sala de musculação quatro vezes por semana, sendo

realizada segunda, terça, quinta e sexta feira com três modelos de treinamento um

TREINO-A, TREINO-B e um TREINO-C fazendo a alternância dos treinos de

semana em semana.

Todos os modelos de treinamento apresentam quatro séries o

TREINO-A consiste de seis exercícios mostrados no QUADRO-5 da página 32, com

intensidade entre 75 e 95% de uma repetição máxima e em todos os exercícios o

nadador deve tentar completar os exercícios em velocidade mais rápida possível, já

que o estilo do nado requer aceleração rápida dos membros na água.

O TREINO-B tem sete exercícios com quatro séries todos mostrados

no QUADRO-6 da página 32, que devem ser realizados com intensidade de 75 a

95% de uma repetição máxima tomando cuidado com os exercícios feitos em pé, por

ter um grande numero de carga, eles sempre devem ser feito com ajuda de uma ou

mais pessoas para garantir a segurança do treino evitando o risco de lesões nos

nadadores na hora de levantar ou soltar ou pesos.

O TREINO-C tem sete exercícios todos mostrados no QUADRO-7 da

página 33, que deve ser realizado com intensidade entre 75 a 95% de uma repetição

máxima somente no exercício de rosca bíceps o número de repetições é aumentado

para uma maior hipertrofia nessa região.

Nesse programa de treinamento o desenvolvimento da potência

também foi importante, e era esperado que o aumento do desempenho na sala de

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musculação se traduzisse em melhora da velocidade máxima do nado, bem como o

aumento da eficiência em velocidades submáximas, e o objetivo extra como

prevenção e a reabilitação de lesões.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta de treinamento para nadadores velocistas especializados

em provas curtas de 50 e 100 metros, sugere que o treinamento de força deve ser

voltado ao desenvolvimento da força máxima esperando um aumento da potência e

conseqüentemente aumento da velocidade do nado em curtas distancias, e

estabelecer um equilíbrio muscular fazendo com que o nadador suporte a grandes

sessões de treinamento.

Devido às melhoras musculares ocasionadas com o treinamento de

força para nadadores de alto nível, um treinamento realizado com equipamentos de

musculação voltado para o aumento da força em músculos propulsores de membros

inferiores, que participam do impulso no momento de saídas e de viradas durante

uma prova de velocidade, pode fazer diferença no resultado final do nadador

velocista. Além de sessões de treinos voltados para melhora da força e da potência

muscular feito com aparelhos de musculação, ainda temos que treinar

separadamente o desenvolvimento de diferentes capacidades como, flexibilidade,

velocidade e agilidade elevando as possibilidades metabólicas gerais do organismo

do nadador.

A realização de um treino de força com objetivo de aumentar a

potência dos músculos que atuam como motores primários na hora do nado são de

grande importância para o nadador velocista, pois uma vez que se aumente o nível

de força muscular dos membros inferiores isso se traduz por um aumento da

velocidade do nado.

Para escolher o treinamento de força fora da água para nadadores

velocistas, é preciso levar em conta a especificidade da modalidade em questão,

considerando o tempo de prova, o sistema energético requerido, o tipo de trabalho

muscular, o ritmo de trabalho durante a competição, as características exigidas

nesta prova e a fase da periodização do treinamento. Sendo assim, o método de

treinamento de força com grandes cargas e poucas repetições é o método que

melhor representa o sucesso no treinamento de nadadores velocistas, quanto à

melhora da força máxima e aumento da potência além de estarem associadas na

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especificidade das provas de velocidades, 50 e 100 metros sem produzir hipertrofias

exageradas das fibras musculares.

Recomenda que os programas de treinamento de força fora da água

devam ser realizados em períodos durante a fase preparatória, de três a quatro

sessões semanais para servir como coadjuvante da preparação neuro-muscular,

deixando o nadador com um nível de força e potência maior para a fase de

treinamento pré-competitiva e competitiva, onde nessas duas fases se treina

velocidade pura, ou seja, aumento da potência só que dentro da água preparando

dessa forma o nadador e melhorando seu desempenho para competição.

Deve levar em conta que a aplicação das diretrizes citadas depende

também das capacidades individuais e nível de cada nadador. Desta forma espera-

se que a sugestão ou indicação das diretrizes do treinamento da força apresentada

aqui possam auxiliar na melhora do desempenho dos nadadores, além de contribuir

no conhecimento de técnicos e preparadores físicos, que almejam compreender e

desenvolver da melhor forma possível, com o devido suporte científico, a preparação

para esta modalidade tão complexa.

Sugere que estudos sejam feitos com aplicação pratica dos métodos

de treinamento de força para nadadores velocistas, a fim de possibilitar maiores

esclarecimentos sobre o assunto. Uma vez que é amplamente praticada de forma

ainda empírica e com muitos conceitos errados do treinamento desta capacidade

física em nadadores.

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