170 – REABILITAÇÃO URBANA SUSTENTÁVEL POR MEIO DE RESGATE DA IDENTIDADE LOCAL: O CASO DOS MAPAS AMBIENTAIS PRODUZIDOS PELOS MORADORES DO VARJÃO - DF

LACERDA, Hiatiane Cunha (1), ANDRADE, Liza (2),

(1)Mestranda FAU/UnB e pesquisadora do LaSUS/UnB; hiatiane@gmail.com.

(2) M.Sc Prof. do Curso de Especialização Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanística

da FAU/UNB e pesquisadora do LaSUS/UnB – www.unb.br/fau/pesquisa/sustentabilidade;

lizaandrade@uol.com.br /Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Universidade de Brasília - ICC Norte –

Campus Universitário – 70910- 090- Brasília – DF – Brasil - Tel/fax: +55 61 33072818

Resumo

Nas últimas décadas a rápida expansão das cidades tem ocasionado um processo de descaracterização

espacial e perda de elementos naturais ou construídos que contribuem na manutenção da memória e

identidade local. A perda desta identidade pode parecer inofensiva diante dos problemas atuais existentes

nas cidades. Porém, o resgate identitário além de ter o poder de influenciar na qualidade de vida da

população ajuda a assegurar a história, a conservação e sobrevivência de áreas ambientalmente sensíveis

para futuras gerações. A metodologia inicial compreendeu uma fase de levantamento de dados físicos,

históricos, sociais, culturais e econômicos do Varjão, cidade satélite de baixa renda localizada no Distrito

Federal, onde se obteve um panorama do local escolhido para o estudo. Posteriormente, para perceber a

presença dos diversos elementos que favoreçam a criação de uma identidade, sua visibilidade, a força ou a

fragilidade de sua imagem, suas conexões ou desconexões foram aplicados questionários junto a

população tendo como base o método de desenhos de mapas mentais do autor Kevin Lynch. Após análise

dos resultados dos mapas mentais e identificados os problemas e potencialidades existentes no local foram

adotados alguns dos princípios de sustentabilidade ambiental associados à morfologia urbana como

diretrizes que auxiliariam na recuperação e revalorização da identidade e memória ambiental dos

moradores do Varjão.

Palavras-chave: Memória na Identidade Local; Mapas Mentais; Sustentabilidade Ambiental.

ABSTRACT

In the last few decades the fast expansion of cities has caused a process of spatial loss of their original

characteristics and of those natural or constructed elements that contribute towards the maintenance of

memory and local identity. The loss of this identity can seem harmless in view of the current problems in

cities. However, the recovery of a given identity, besides having the power to affect the quality of life of a

population, helps to mantain history and the preservation and survival of environmentally-sensible areas for

future generations. The initial methodology included a phase for the data-collection of physical, historical,

social, cultural and economic aspects related to Varjao, a low-income administrative region located in

Brasilia's Federal District, from which an overview of the area chosen for the study was obtained. Later, to

perceive the presence of the diverse elements that favor the creation of an identity, its visibility, the force or

the fragility of its image, its connections or disconnections, questionnaires were applied to the population

having as a basis the method of drawings mental maps, using Kevin Lynch as a reference. After the analysis

of the results of the mental maps and having identified the problems and existing potentialities in the place

associated to urban morphology, some of the principles of environmental support were adopted as

guidelines to assist in the recovery and the new valuation of the identity and environmental memory

of Varjao's inhabitants.

Keywords: Memory in Local Identity. Mental maps; Environmental Sustainability.

Introdução

O acelerado processo de urbanização, concomitante aos interesses econômicos, políticos e a falta de

consciência ambiental, há tempos dão alguns sinais de alerta para o futuro das cidades: comprometimento

no abastecimento de água e energia, poluição, degradação da fauna e flora, edifícios e centros históricos

abandonados, aumento da população e da pobreza, e conseqüentemente até contribuir para as mudanças

climáticas do planeta etc.

Em quase meio século de existência Brasília nunca deixou de ser um pólo de estímulo a migração.

Paradoxalmente, numa capital planejada para 600.000 habitantes, não houve previsão de locação para a

mão de obra que veio trabalhar na época da construção. Inevitavelmente, ao longo dos anos, tanto as

ações predatórias dos moradores como as soluções tomadas pelo governo causaram grandes impactos

sobre o meio ambiente no Distrito Federal, criando lugares comuns, repetitivos, sem características próprias

e identidade.

Dentro desse contexto está o Varjão dentro do Distrito Federal, inserido em uma região peculiar na

paisagem natural do Planalto Central próximo a nascentes, ao Ribeirão do Torto e à encosta da Chapada

da Contagem. Inicialmente possuía características mais próximas de área rurais do que urbana onde

havia uma convivência harmônica e mais sustentável entre o homem e seu ambiente natural.

Sem planejamento adequado as condições naturais existentes no local passaram por um processo de

degradação inconseqüente o que mudou de certa forma, as características bucólicas do lugar. Os cursos

d’água intermitentes, as grotas, foram canalizados como parte das obras do Projeto Integrado1 da Vila

Varjão em 2005 onde sua vegetação ciliar exuberante foi praticamente destruída em nome de um falso

progresso na urbanização local.

O avançado estado de degradação em que se encontravam as grotas que cortavam o assentamento na

época, a pouca vegetação nativa e grande acúmulo de lixo e entulho foi a justificativa dada a ação de

canalização. Além disso, a população lançava os esgotos de suas casas de forma clandestina e sem o

menor tratamento, sendo mais um fato indutor à ocupação e à urbanização desses espaços.

Segundo Andrade (2005), a população não foi de foto envolvida no processo de reurbanização da área. Ao

invés de discutir alternativas e apresentar diferentes propostas para a solução dos problemas as pessoas

foram apenas consultadas em relação às soluções técnicas adotadas. Neste sentido, nota-se que a

memória ambiental dos moradores do Varjão não foi valorizada.

Hoje a geração de jovens e crianças, que fazem parte de uma parcela considerável da população atual,

pouco lembra ou sequer sabe como era o Varjão de tempos atrás e geralmente associam suas lembranças

a aspectos negativos e depreciativos como ao excesso de lixo, violência, monotonia, ausência de espaços

públicos e de lazer.

1 Programa Habitar Brasil 2001 – Programa empreendido pela antiga Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da

República, hoje ministério das cidades, com o apoio do Banco Internacional de Desenvolvimento-BID (ANDRADE, 2005)

Partindo desta análise, o objetivo deste trabalho é demonstrar que o resgate da memória ambiental do lugar

pode contribuir para a reabilitação ambiental de espaços degradados, reforçando assim, os vínculos de

identidade e afetividade entre o lugar e sua população. Escolheu-se como aplicação do objeto de estudo, o

resgate da memória ambiental dos moradores do Varjão por meio de questionários. Acredita-se que o

sentimento de posse coletiva seja uma maneira de assegurar a continuidade do lugar. A existência de uma

identidade é algo importante nos aspectos que tangenciam o prazer, o orgulho e a defesa consciente dos

deveres e direitos de bem estar da sociedade.

Método

Kevin Lynch, em seu livro “A Imagem da Cidade” (The image of the city), desenvolveu estudos relevantes

no campo da percepção ambiental. Para estudos urbanos, o objetivo de pesquisas no campo da percepção

é a “identificação de imagens públicas e da memória coletiva” (DEL RIO, 1990:69). No entanto, mesmo

levando-se em consideração fatores, como por exemplo, sócio-culturais e individuais, as pessoas podem

fazer interpretações diferentes para um mesmo assunto que esteja sendo investigado. Para isso, ele buscou

na psicologia metodologias de análises baseadas em questionários e desenhos de “mapas mentais” que,

segundo Maria Elaine (KOHLSDORF, 1996: 117), “são cartas subjetivas nas quais se expressam os valores

visuais da cidade, conforme concebe quem desenha o mapa”.

Na metodologia sugerida por Lynch, juntamente com os mapas, podem ser elaboradas perguntas, de forma

verbal ou por questionário, que ajudem na sua interpretação ou que reforcem certas características de

análise. Os testes são analisados de acordo com a freqüência de menção dos elementos e com a

expressividade demonstrada nos mapas.

Tem-se consciência de que o mapeamento mental é apenas uma das inúmeras ferramentas de análise

morfológica. Porém, é uma maneira interessante de perceber como o usuário enxerga a cidade e seus

elementos. “A importância disto reside no fato que a população busca perceber lugares familiares em seu

ambiente construído que estejam carregados de memórias significativas e que possam gerar-lhe

estabilidade psíquica e social” (DEL RIO, 1998: 96).

Muitos dos problemas vivenciados atualmente nas cidades têm como principal causa o rápido processo de

crescimento das áreas metropolitanas. A necessidade de proximidade com os grandes centros comerciais e

de serviços atraem contingentes numericamente consideráveis para essas áreas sem que haja uma

preparação ambiental adequada para receber e suportar tal demanda. As conseqüências estão na gradativa

destruição de importantes bens culturais e ambientais muitas vezes sob interresses individuais, políticos e

econômicos. Com isso as cidades vêm sendo privada de edifícios representativos, mirantes e paisagens,

ficando sem memória nem identidade, mais feia e cinzenta (NABIL BONDUNKI, 2007).

Em relação à paisagem urbana e seus elementos construídos é bastante comum ligar a palavra

“sustentabilidade” apenas aos aspectos ecológicos, alta eficiência energética nas casas e edifícios,

reaproveitamento da água, reciclagem do lixo etc. Porém é um conceito muito mais amplo que está

relacionado à continuidade dentro de processo cíclico que, além dos aspectos ambientais, também

englobam fatores econômicos, históricos, estéticos, culturais e sociais.

Existem estratégias e princípios de sustentabilidade que, associados à morfologia urbana, podem orientar

novos projetos ou auxiliar significantemente na recuperação de comunidades urbanas (ANDRADE, 2005).

Os referidos princípios são: proteção ecológica (biodiversidade), adensamento urbano, revitalização urbana,

implantação de centros de bairro e desenvolvimento da economia local, implementação de transporte

sustentável e moradias economicamente viáveis, comunidades com sentido de vizinhança, tratamento de

esgoto alternativo, drenagem natural, gestão integrada da água, energias alternativas e, finalmente, as

políticas baseadas nos 3R’s (reduzir, reusar e reciclar) (DAUCEY PECK, 2002 apud ANDRADE, 2005, p.78-

80).

Estes princípios formam uma estrutura sistêmica e integrada que auxiliam na compreensão das melhores

condições e potenciais para se implantar assentamentos urbanos sustentáveis. Andrade (2005) estabeleceu

um método, a partir do estudo dos princípios de sustentabilidade ambiental, que traduz os princípios em

técnicas e estratégias para o processo de desenho urbano, objetivando a melhoria da qualidade de vida da

população em assentamentos economicamente viáveis e harmônicos com o ambiente natural. Além disso,

leva-se em consideração a preservação da história, dos hábitos e culturas regionais evitando a imposição

de propostas generalistas que rompem com as tradições e interferem nos aspectos identitários locais.

Estudo de caso

Pertencente a Região Administrativa XXIII do Distrito Federal, o Varjão ocupa uma área aproximada de

102,37 ha tendo como limites o Setor Habitacional Taquari (SHTQ) ao norte e ao leste, ao sul a EPPR

(Estrada Parque Paranoá) onde faz divisa com o Lago Norte e ao oeste o Parque Nacional de Brasília, por

onde passa a via EPIA (Estrada Parque Indústria e Abastecimento). Fisicamente localiza-se na borda da

vertente da chapada da Contagem e em um doa braços do Ribeirão do Torto, apresentando-se como uma

área de formato irregular condicionada pelos obstáculos naturais (figura 1).

A ocupação do Varjão teve início na virada da década de 60 para 70 em terras pertencentes ao governo,

onde se localizava a antiga Fazenda Brejo ou Torto. Gradativamente foi dividida pelo até então detentor de

posse da terra para seus parentes e amigos, que por vez, foram subdividindo em micro parcelas, de

maneira irregular e desordenada caracterizando uma invasão de população de baixa renda.

No início da década de 90 a invasão avançou consideravelmente na direção limítrofe da Chapada da

Contagem e muito próximo aos canais de drenagem natural da água que possuíam características

diversificadas em relação à profundidade, declividade e vazão. A consolidação e o crescente número de

Chapada da Contagem

Lago Norte

EPPR

SHTQ

Ribeirão do Torto

Brasil

DF

DF

Brasília

Varjão

Figura 1: Localização do Varjão.

Fonte: Google Earth.

Varjão

moradias em uma área tão delicada em termos ambientais colocaram em risco estas mananciais de

relevante importância para regularização do regime hídrico da região do Distrito Federal.

Durante longos anos, inclusive de embates entre governo, projetos e leis ambientais, a população sofreu

com a insalubridade e falta de infra-estrutura que se agravaram com a degradação da área. A poluição

causada pelo lixo gerado pela população não só agravou o comprometimento das questões ligadas ao meio

ambiente passando a comprometer a qualidade de vida dos habitantes. A perda massiva da vegetação

nativa (provocando erosões e assoreamento) também contribuiu para que certos locais se tornassem fortes

áreas de risco. Na época das chuvas dezenas de famílias correram risco com os alagamentos em

enxurradas carregadas de lama e lixo, e já durante o período da seca, era o excesso de poeira em

suspensão que castigava os moradores.

O Varjão possui uma população relativamente jovem. Segundo dados da CODEPLAN do ano de 2004

(Companhia de Planejamento do Distrito Federal), 73 % têm até 35 anos. Quase metade da população

possui baixa escolaridade, segundo levantamento de 2004, onde 47,6% possuem 1º incompleto, 3,2 % são

analfabetos e apenas 6% possuem grau superior completo.

Em relação aos aspectos socioeconômicos, a população economicamente ativa é composta por 57,7% de

homens e 42,3% de mulheres. Os níveis de renda médios são de três salários mínimos onde a proximidade

com o emprego significa uma economia com o transporte, moradia relativamente barata tornando o Varjão

um lugar acessível para o nível de renda da população.

Dentro do Varjão, existe uma grande lição da importância de inserir o planejamento urbano em conjunto

com aspectos ambientais, cultural, social e econômico. As políticas ambientais trabalham no sentido

inverso, ou seja, atuam em cima de fatos já ocorridos onde na prática deveriam evitar ou planejar

antecipadamente a ocupação das áreas de proteção ambiental. Com isso, no Distrito Federal, como

aconteceu no Varjão, a população de baixa renda é excluída das áreas legalmente urbanizadas e ocupam

zonas de risco ou ambientalmente delicadas causando prejuízos ao espaço e ao homem.

RESULTADOS OBTIDOS

Ao todo foram realizadas vinte e sete entrevistas. Este número foi considerado suficiente e satisfatório para

os objetivos pretendidos para a pesquisa. Todas foram realizadas pessoalmente e individualmente, tanto

em dias como em fins de semana, sendo que as pessoas foram abordadas na rua de maneira aleatória.

O objetivo da aplicação dos questionários foi uma tentativa de captar as lembranças marcantes presentes

no imaginário dos moradores do Varjão e quais os possíveis elementos passíveis de fazer parte de

identidade local. Para Lynch os mapeamentos têm por finalidade “perceber a presença dos diversos

elementos que favorecem a criação de uma identidade, sua visibilidade, força ou a fragilidade de sua

imagem, suas conexões, desconexões etc.” (LYNCH, 1999: p.18)

O que pode ser deduzido diante da análise dos resultados, dos desenhos e principalmente dos relatos

durante as entrevistas é uma progressiva falta de apego e desinteresse dos moradores em relação ao lugar

em que vivem. Para os jovens entrevistados o sentimento de indiferença foi bastante perceptivo já para os

moradores mais antigos ainda restam boas lembradas, porém afirmaram não sentir saudades do passado e

alegam que a situação atual está muito melhor porque agora o Varjão está “urbanizado”.

Apesar do atual quadro de degradação e descaracterização, acredita-se que ainda é possível aproveitar o

potencial de alguns pontos ainda existentes inclusive frequentemente representados e nos mapas abaixo,

como exemplo, Avenida Principal, Escola Classe e o Morro (Chapada da Contagem).

Juntando os dados obtidos com a pesquisa e percepções do método aplicado foram elaboradas diretrizes

que auxiliariam na recuperação e revalorização da identidade e memória ambiental dos moradores do

Varjão. Teve-se como base alguns dos princípios e sustentabilidade associados à morfologia urbana

estudados por Andrade (2005). Após análise dos resultados e identificados os problemas e potencialidades

atuais existentes no Varjão dentre os princípios, citados do referencial teórico desta pesquisa, foram

adotados: revitalização urbana, implantação de centros de bairro e comunidades com sentido de vizinhança

e desenvolvimento da economia local. Estes três princípios foram sintetizados no quadro logo a seguir:

Princípios de

Sustentabilida

de Ambiental

Questões

identificadas na

pesquisa

Diretrizes

Ilustrações

Figuras: Exemplo de mapas mentais no Varjão: Ruas, praças e alguns elementos da paisagem natural.

Legenda

Ave. Principal

Chapada da C.

Escola Classe

Revitalização

Urbana

- Quadras

Residenciais

A situação atual da

maioria das quadras

residenciais do Varjão

é de completa aridez.

- Acesso ao Varjão

A boa qualidade do

aspecto visual dos

acessos aos bairros

ou até mesmo das

cidades

aparentemente pode

parecer algo

insignificante, porém

muitas vezes pode

contribuir nas

questões de aspectos

simbólicos locais.

- Avenida Principal

Um dos grandes

destaques conclusivos

deste trabalho foi do

potencial e da

importância que a

Avenida Principal

possui para o Varjão.

A população não só

utiliza massivamente

essa via

como passagem, mas

também como lazer

principalmente nos

fins de semana.

Porém, assim como

nas áreas residências,

existem pouquíssimas

árvores no local.

- Praça do Bosque e

- Revegetação das referidas

áreas com os seguintes

objetivos:

Quadras Residenciais

- Criação de barreiras eólicas

e de partículas em suspensão,

- Desmistificação da paisagem

excessivamente urbanizada

das ruas,

- Aumento dos níveis de

seqüestro de carbono,

- Estabilização de terrenos,

- Controle térmico com

aumento de áreas sombreadas

incentivando o uso da rua no

fortalecimento de interações

sociais, como por exemplo,

conversas nas calçadas,

brincadeiras de rua etc.,

- Aumento da auto-estima

pessoal devido às melhorias

estéticas da paisagem que a

vegetação pode propiciar tanto

na para rua como para dentro

do lote.

Acesso ao Varjão

- Criação de uma barreira

acústica, eólica e de partículas

em suspensão provenientes

da via EPPR,

- Contenção de novas

invasões nessa área,

- Embelezamento da paisagem

com aspectos típicos e

característicos locais, como

por exemplo, a plantação de

espécies nativas do cerrado,

- Fortalecimento do sentimento

de orgulho e apresso dos

moradores em relação ao

- Quadras Residenciais

- Acesso ao Varjão

- Av. Principal no Varjão

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4

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6

Sentido de

Vizinhança

Além da reintegração

e recuperação dos

recursos naturais que

foram degradados,

acredita-se que o

envolvimento racional

da comunidade possa

não só contribuir para

a preservação como

também transformar

essas áreas em pólos

de lazer e educação

ambiental.

Nas entrevistas com

os moradores mais

antigos, foi possível

perceber que as

grotas propiciavam

momentos de

descontração e lazer e

é exatamente este

ponto da memória

ambiental que merece

ser destacada,

resgatada e

valorizada.

Praça do Bosque e Boca do

Sapo

Desenvolver áreas de estar e

lazer abrangendo todas as

faixas etárias transformando

ambos em espaços propícios

para interações sociais e

convívio direto com a

natureza. Além da melhoria

considerável no aspecto visual

da paisagem e nas condições

de saúde física e mental da

população, ajudaria a retirar a

péssima impressão causada

pelo esgoto e acúmulo de lixo.

Praça do Bosque

-Construção de pequenos

centros de educação

ambiental;

-Incentivar a implementação

da Agricultura Urbana. O

cultivo de hortas é um bom

exercício na formação e

educação ambiental de jovens

e crianças e possibilidade de

trabalho e geração de renda

para idosos e desempregados.

- Lazer com a água

- Educação Ambiental

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8

Desenvolvim

ento da

economia

Local

Como já foi observado

anteriormente, a

Avenida Principal do

Varjão é um

verdadeiro ponto de

atração e passagem

obrigatória por quase

todos os moradores e

freqüentadores do

Varjão. Existem

alguns locais ao longo

da Via Principal que

poderiam se

transformar em feiras

livres itinerantes, tanto

em dia de semana

quanto principalmente

durante os fins de

semana onde partes

do comércio se

fecham. Além de

aquecer a economia

local e aumentar o

movimento e interação

de pessoa nas ruas,

as feiras trariam os

grandes benefícios ao

Varjão.

- Geração de renda para os

produtores das hortas

comunitárias;

- Os moradores teriam o

benefício da oferta regular de

alimentos saudáveis e de boa

qualidade produzidos pela

própria comunidade

- Incluir a produção do

artesanato local,

- Feiras livres nas ruas nos fins

de semana.

Considerações finais

Refletindo sobre todos os aspectos levantados para esta pesquisa, é possível constatar que diante de

tantas mudanças drásticas na paisagem urbana do Varjão ao longo dos anos, memórias de um espaço

bucólico e harmônico entre homem e meio ambiente aos poucos vão sendo apagadas e substituídas pelos

problemas ambientais, sociais e econômicos. Politicamente a comunidade é envolvida em um caminho

inverso, onde aprendem a apoiar e defender soluções imediatistas para sua cidade sem que haja uma

conscientização dos prejuízos ambientais e sociais que certamente virão no futuro.

- Artesanato no Varjão

- Hortas Urbanas

- Feira Livre

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Fontes das Figuras: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 9 Arquivo pessoal / 7- http://www.youngreporters.org/IMG/jpg/gaia8.jpg

8 - Arquivo Público do DF. Autor: Sheyla Leal / 10 -

http://www.agenciaminas.mg.gov.br/admin/fotos/23082005020841trabalhadoresnahorta.jpg /

11- http://farm1.static.flickr.com/162/389383931_7ea7285a22.jpg.

A metodologia aplicada neste trabalho favoreceu para que os objetivos fossem alcançados. Na aproximação

com a comunidade e a percepção do seu cotidiano deu para perceber que a população do Varjão precisa

resgatar a auto-estima, fortalecer e espacializar suas relações sociais e valorizar a identidade local.

A ação de reabilitar ou restaurar a paisagem, espaços e edifícios não são por si só a solução definitiva para

os problemas existentes nas cidades. Para viabilização e sustentabilidade das diretrizes apresentadas para

o Varjão é imprescindível fazer com que a comunidade se torne participativa e consciente das ações e suas

conseqüências até para que saibam cobrar do poder público. Fazer com que jovens e crianças associem a

educação ambiental vista nas escolas com a realidade que está bem próxima de suas casas para que no

futuro tenham orgulho e zelem por um patrimônio conquistado por eles mesmos.

Referências bibliográficas

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de Tecnologia do Ambiente Construído. Anais... São Paulo: USP, 2004.

ANDRADE, Liza e ROMERO, Marta Adriana Bustos. Desenho de assentamentos urbanos sustentáveis:

proposta metodológica. In: I Conferência Latinoamericana de Construção Sustentável e 10o. Encontro

Brasileiro de Tecnologia do Ambiente Construído. Anais... São Paulo: [s.n.], 2004.

KOHLSDORF, Maria Elaine. A apreensão da forma da cidade. Brasília: Editora Universidade de Brasília,

1997.

LYNCH, Kevin. A imagem da cidade; tradução Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

MINISTÉRIO DAS CIDADES – MEC- PROEXT 2006. O caminho das águas como diretriz para reabilitação

ambiental de assentamentos urbanos. Grupo de pesquisa “A sustentabilidade em arquitetura e urbanismo

da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília.

www.unb.br/fau/pesquisa/sustentabilidade.

NABIL BONDUNKI. Preservar a memória da paisagem. Texto publicado no Jornal Folha de São Paulo, 01

de setembro, 2007.