Upload
leduong
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana vol.3, n.1, out.2008/abr.2008 Tempo livre na adolescência Cepa
REALIDADES E ALTERNATIVAS DO TEMPO LIVRE NA
ADOLESCÊNCIA
UM ESTUDO SOBRE A POPULAÇÃO ESCOLARIZADA NO
CONCELHO DE ESPOSENDE NA PERSPECTIVA DA ANIMAÇÃO
SÓCIOCULTURAL
Mestre Sara Margarida de Matos e Cepa
Escola Superior Educação Jean Piaget – Portugal
Resumo
Neste artigo proporcionam-se alguns resultados sobre as realidades e alternativas do tempo livre na adolescência no concelho de Esposende. Estamos convictos de que a Animação Sociocultural apresenta a solução para uma boa política de ocupação dos tempos livres. Construir uma realidade onde a comunidade esteja dotada de um sistema socialmente inteligente com capacidade para responder, propor, realizar, relacionar e renovar é o objectivo. Os permanentes avanços da ciência e da tecnologia, e a universalidade da comunicação, trouxeram-nos valores como o consumo, e a materialização das relações interpessoais que têm como consequências a alienação e a quebra de normas morais o que leva à emergência de uma intervenção da Animação Sociocultural como solicitação da própria sociedade. Não podemos esquecer a importância vital que os tempos livres assumem na vida dos indivíduos, para isso não devemos deixar de vista a ideia referida por NETO (1995) de que é urgente criar condições favoráveis à libertação sedentária do homem moderno. Abstract Realities and alternatives of the free time in the adolescence: a study on the scholary population in Esposende municipality, in a social-cultural-animation perspective. In this article, the realities and alternatives of the free time in the adolescence in Esposende Municipality provide us some results. We are convicted that social-cultural-animation Animation presents the solution for a good policy in the free times occupation. Build the reality where the community is endowed of a socially intelligent system with the capacity to answer, to consider, to carry through, to relate and to renew is the major proposal. The permanent advances of science and technology, and the universality of communication, had brought those values as the consumption, and the materialization of the interpersonal relations, that have the consequences of alienation and the break of the moral norms, what leads us to the emergency of an intervention in social-cultural-animation Animation, as a request of the society itself. We cannot forget the vital importance that the free times assume in the life of the individuals, for this we do not have to leave a sight the idea, related do Neto (1995), that it is urgent to create favorable conditions to the sedentary release of the modern man.
Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana vol.3, n.1, out.2008/abr.2008 Tempo livre na adolescência Cepa
≈
O estudo que apresentamos tem como objectivo identificar o tipo de práticas
realizadas pelos adolescentes dos 12 aos 16 anos, nos tempos livres. Trata-se de um estudo
descritivo - exploratório na área dos tempos livres e ao nível do grupo social da adolescência.
Definimos como problema: como é que os adolescentes ocupam os seus tempos
livres, em particular os adolescentes com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos, ou
que frequentem o terceiro ciclo do ensino básico.
O Concelho de Esposende situa-se no Norte de Portugal, no Minho, pertencendo
ao Distrito de Braga. Este distrito, com 13 concelhos, é o único com território litoral.
Limitam-no a Norte o concelho de Viana do Castelo, a Sul o da Póvoa de Varzim e a
Nascente o de Barcelos.
O Oceano Atlântico banha-o a Poente numa extensão aproximada de 14 km. O
seu território estende-se por uma área de 95,18 Km2, representando 3,41% da área total do
Distrito de Braga. É atravessado pelos rios Cávado, mais a Sul, e pelo Neiva a Norte.
Fazem parte do Concelho de Esposende quinze freguesias, sendo a de maior
dimensão a de Marinhas, com 11,7 Km2 e a mais pequena a própria Cidade de Esposende
com 1,9 Km2.
Neste concelho, na altura do estudo existiam 15 estabelecimentos do ensino Pré-
escolar; 30 estabelecimentos do ensino Básico -1º ciclo; 4 estabelecimentos do ensino Básico
e Secundário, são eles a Escola Secundária Henrique Medina, a Escola Básica 2ºe 3º ciclos
António Correia de Oliveira, a escola Básica 2ºe 3º ciclos de Apúlia e a escola Básica
Integrada de Forjães. O concelho possui ainda um estabelecimento de Ensino Profissional,
uma Escola de Música e uma Escola de Ballet.
Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana vol.3, n.1, out.2008/abr.2008 Tempo livre na adolescência Cepa
OBJECTIVOS DO ESTUDO FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES
Foram traçados alguns objectivos: Identificar o tipo e variedade de práticas realizadas pelos
adolescentes com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos, nos seus tempos livres, o
que permite avaliar a sua variedade e a opção por determinadas práticas.
Em simultâneo pretende-se verificar se existe diferentes práticas realizadas pelos
Adolescentes atendendo às variáveis: habitat urbano, semi-urbano e rural, (apesar das escolas
se localizarem apenas em zonas urbanas e semi-urbanas), sexo (masculino e feminino) e
idade.
Por fim, definiu-se também como objectivos, verificar qual a altura do ano onde a
realização de actividades de tempos livres é mais necessária e indagar sobre quais as
preferências do próprio jovem relativamente às actividades de tempos livres praticadas na
escola e fora dela, e os seus desejos em participar em novas iniciativas.
DEFINIMOS COMO HIPÓTESE PRINCIPAL
Os adolescentes ocupam o tempo livre com actividades diversificadas e do seu
agrado.
Para um estudo desta natureza tivemos também necessidade de definir hipóteses
secundárias, definiu-se que seriam as seguintes: O nível de ensino, que está associado a
diferentes idades, corresponde a práticas de tempos livres diferentes; O sexo masculino e
feminino influência o tipo de práticas de tempos livres; O meio rural, semi-urbano ou urbano
em que os adolescentes habitam influencia o tipo de práticas realizadas nos tempos livres; As
actividades de ocupação do tempo livre dos adolescentes variam em dias de semana, fins-de-
semana e nas férias; As actividades de ocupação dos tempos livres dos adolescentes são
Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana vol.3, n.1, out.2008/abr.2008 Tempo livre na adolescência Cepa
condicionadas por factores que eles próprios não controlam; É desejo dos adolescentes que a
escola e a comunidade organizem mais actividades em determinada área.
CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
A amostra é constituída por um grupo de 383 adolescentes (N= 383), distribuídos por quatro
estabelecimentos de ensino. Todos os grupos são constituídos por indivíduos do meio urbano,
semi-urbano e do meio rural, pertencem a diversos estatutos sócio-económicos e a ambos os
sexos, alunos que frequentavam no ano lectivo 2001/2002, os estabelecimentos de ensino, no
sétimo, oitavo e nono anos de escolaridade, com idades compreendidas entre os doze e os
dezasseis anos de idade. Surgiram algumas situações de alunos com mais de 16 anos de
idades devido ao facto de não terem transitado de ano.
O universo é constituído por 1603 alunos, a amostra por 383 adolescentes, sobre
todos os estabelecimentos de ensino que leccionem o nível de ensino correspondente às idades
dos adolescentes em questão, à data da realização do estudo.
Podemos dizer que constituímos uma amostra da população compreendida entre
1000 e 2000 pessoas, que é representativa, com uma margem de confiança de 95.5% e com
um erro de estimação +/- 4%.
Ultrapassada a fase de elaboração do questionário, sua experimentação, aplicação
e tratamento chegamos aos seguintes resultados.
ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Foram inquiridos alunos que frequentam o 3º ciclo do Ensino Básico no 7º, 8º, e
9º ano com 25%, 42% e 33% de percentagem respectivamente.
Na variável sexo, foram inquiridos 53% de percentagem elementos do sexo
Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana vol.3, n.1, out.2008/abr.2008 Tempo livre na adolescência Cepa
feminino e 47% de percentagem do sexo masculino.
Em relação às idades dos inquiridos, estas variam entre os 12 e os 18 anos. A
faixa etária mais representada situa-se entre os 14/15 anos de idade. Este valor justifica-se
devido a termos inquirido duas turmas de 8º ano em cada escola.
Quanto à variável meio social ao habitat rural, urbano e semi-urbano, a amostra é
constituída por 40% de indivíduos do meio rural, 47% do meio semi-urbano e 13% do meio
urbano.
Na variável posição social, verifica-se portanto, uma prevalência do estrato social
operário, verificando-se um decréscimo acentuado à medida que se caminha para a classe
superior. Durante a análise encontramos duas escolas em que apenas um pai possuía
habilitações superiores.
QUANTIFICAÇÃO DO TEMPO LIVRE QUE OS ADOLESCENTES DISPÕEM
Apesar de estarmos consciente de que a quantidade, não significa qualidade,
quantificamos o tempo livre que os adolescentes possuem, mas o facto de os adolescentes
possuírem demasiado tempo livre, ou não, traduz determinados comportamentos.
Assim e como seria óbvio, existe maior quantidade de tempo livre ao fim de
semana, em média mais de 5 horas livres por dia.
Durante a semana esta situação altera-se de forma significativa, tendo 34 % dos
adolescentes entre 1 e 3 horas livres por dia.
Logo, quando se pensa em realizar um programa de ocupação dos tempos livres,
deve ter-se em atenção a quantidade de tempo livre que os adolescentes possuem ao longo da
semana e ao fim de semana, no sentido de melhor responder às suas necessidades.
Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana vol.3, n.1, out.2008/abr.2008 Tempo livre na adolescência Cepa
PRÁTICAS REALIZADAS PELOS ADOLESCENTES PARA OCUPAÇÃO DOS
TEMPOS LIVRES
Através deste ponto pretende-se verificar quais as actividades de ocupação de
tempos livres mais e menos realizadas pelos adolescentes e qual os períodos onde essas
práticas mais incidem.
Assim quando questionamos os adolescentes sobre: ”Como ocupas o teu tempo
livre?” as respostas foram as seguintes:
TABELA 1 - Práticas realizadas pelos adolescentes para ocupação dos tempos livre
Relativamente às práticas realizadas pelos adolescentes diariamente, podemos
verificar que as actividades “Ver televisão e ouvir rádio” com 74% de percentagem; “Ouvir
música” com 60%; “Ajudar os pais” com 65% Praticar desporto” com 48% de percentagem
são as actividades que se destacam de todas as outras, na medida em que revelam um elevado
grau de realização.
Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana vol.3, n.1, out.2008/abr.2008 Tempo livre na adolescência Cepa
Com tendência inversa e de alguma forma com explicação plausível, registam-se
as práticas como são exemplo “Ir ao cinema, “Visitar monumentos e museus”. De salientar,
também pelos baixos níveis de participação dos adolescentes, mas pelo tipo de actividades,
podem traduzir alguma falta de iniciativa por parte da comunidade e da escola, no sentido de
proporcionar alternativas válidas de ocupação dos tempos livres, são exemplo disso a prática
que apresenta o valor percentual de 9%, com a actividade ”Jogos de salão”, e indica que 34
adolescentes mantêm este tipo de prática diariamente. Outro exemplo, é o facto de 16
adolescentes referirem não realizar qualquer tipo de actividade.
Quando passamos para a análise das práticas de ocupação dos tempos livres aos
fins-de-semana, verificamos que os adolescentes vão ao cinema, com 44% de percentagem,
seguido da actividade “Estar em casa a descansar”, com 41%. De registar o facto de a
actividade “Ver televisão e ouvir rádio” continua a ser uma prática muito referida pelos
adolescentes com 37% de percentagem. Em relação a actividades pouco realizadas pelos
adolescentes, não existem valores muito significativos, aparecendo os valores de forma muito
equilibrada.
Relativamente às férias, não existe grande evidência de valores, a não ser nas
actividades “Visitar monumentos e museus” e da actividade “Estar em casa a descansar”, com
49% e 34% respectivamente. Pela pouca participação nas actividades propostas, não se
evidência nenhuma actividade.
Antes mesmo de verificarmos quais os motivos que impedem os adolescentes de
realizar as actividades que mais correspondem aos seus interesses, pretendemos fazer a
análise das actividades que os adolescentes desejavam participar e não participam.
Assim, quando inquirimos os adolescentes sobre “Quais as actividades em que
gostavas de participar, e não participas, no teu tempo livre?”, obtivemos as seguintes
Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana vol.3, n.1, out.2008/abr.2008 Tempo livre na adolescência Cepa
respostas.
Tabela 2 - Actividades em que os adolescentes gostavam de participar, e não
participam, no tempo livre
Da análise desta tabela, tal como fizemos na anterior, podemos verificar que as
actividades que os adolescentes mais desejavam e preferiam concretizar são “Praticar
desporto” e “Internet” com 23% e 25% de percentagem respectivamente. Quando passamos
para o fim-de-semana, podemos verificar que 32% dos adolescentes desejavam frequentar a
“discoteca” 27% desejavam “Ir ao cinema”.
Nas férias, 18% dos inquiridos ambicionam “Visitar monumentos e Museus” e
13% desejavam ir à “Discoteca”.
Pelo contrário, as actividades que os adolescentes menos desejavam participar
diariamente são ”Visitar monumentos e museus” com 7% de percentagem, seguido de “Não
fazer nada” com 8% e com 9% de percentagem a actividade “Ler jornais e revistas”.
Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana vol.3, n.1, out.2008/abr.2008 Tempo livre na adolescência Cepa
Ao fim de semana, as actividades que os adolescentes preferem não realizar são
“Ajudar os pais”, “Não fazer nada”, Ouvir música” e “ Ver televisão e ouvir rádio”. Após esta
análise, pode interpretar-se estes resultados justificando esta atitude pelo facto destas
actividades serem realizadas frequentemente pelos adolescentes.
Nas férias, a situação anterior repete-se um pouco, onde os adolescentes referem
que as actividades que não querem realizar durante as férias são: “ Ajudar os pais”, “Ver
televisão e ouvir rádio”, “Ouvir música” e “Ler jornais e revistas”.
Curioso comparar, é o cruzamento entre as actividades realizadas e preferidas
pelos adolescentes nos três períodos de tempo seleccionados.
Para tal, elaboramos as Figuras 1, 2 e 3, com o propósito de proporcionar a
seguinte informação.
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS PRÁTICAS REALIZADAS E AS
PREFERIDAS
Esta análise relaciona-se com o tipo de práticas e preferências mais referidas em
relação à “prática/preferência”, dos adolescentes inquiridos. É uma análise global das
actividades realizadas e preferidas, não havendo correspondência entre quem as prefere e
quem as realiza.
Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana vol.3, n.1, out.2008/abr.2008 Tempo livre na adolescência Cepa
Figura 1 – Comparação das actividades realizadas e preferidas diariamente
no tempo livre.
Assim analisando as actividades realizadas e preferidas diariamente, pode
observar-se, que as actividades mais realizadas pelos alunos diariamente”, são o caso de “Ver
televisão e ouvir rádio”, “ Ajudar os pais” e “Ouvir música”, curiosamente são actividades
que pouco correspondem aos anseios dos adolescentes, de alguma forma isto vem confirmar a
pesquisa efectuada no referencial teórico conceptual, onde se referia que os adolescentes
encontram-se numa fase em que a separação dos pais deve aparentar ser verdadeira, ou seja,
estes adolescentes tendem a demonstrar alguma capacidade de autonomia, por outro lado
tendem a preferir actividades mais aventureiras e radicais, o que corresponde de facto aos
traços característicos desta faixa etária.
Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana vol.3, n.1, out.2008/abr.2008 Tempo livre na adolescência Cepa
Figura 2 - Comparação das actividades realizadas e preferidas ao fim de
semana no tempo livre.
Quando passamos para a comparação das actividades realizadas e preferidas ao
fim de semana, constatamos que as actividades mais realizadas pelos adolescentes são “Ir
ao cinema” e “Estar em casa a descansar”. Existe uma elevada percentagem de adolescentes
que continua a preferir a actividade “Ir ao cinema” mas não considera que “Estar em casa a
descansar” seja uma actividade preferida, destacando-se neste ponto a ida à “Discoteca”.
Importante vai ser analisar algumas das causas da não realização das actividades desejadas,
para assim melhor compreendermos esta situação. Outra ideia a registar, é que
relativamente às actividades “Ver televisão e ouvir rádio” e “Ler Jornais e Revistas”, apesar
de ser uma realidade de muitos inquiridos, isso não responde aos desejos dos adolescentes.
Destacamos ainda as actividades “Ajudar os pais” e “Videojogos” como práticas muito
realizadas.
Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana vol.3, n.1, out.2008/abr.2008 Tempo livre na adolescência Cepa
Figura 3 - Comparação das actividades realizadas e preferidas nas férias no
tempo livre.
Passando à comparação das actividades realizadas e preferidas nas férias em
tempo livre, verifica-se, tal como na análise anterior que há actividades que apesar de serem
muito praticadas, não correspondem aos desejos dos adolescentes. São exemplo disso as
actividades “ Estar em casa a descansar” , “Ver televisão e ouvir rádio”e “ Ajudar os pais”.
Nestas três situações, pode verificar-se que apesar das actividades que estes
adolescentes anseiam realizar, os pais ainda têm algum domínio sobre as actividades dos
filhos, uma vez que a opção “ajudar os pais” continua a ser muito enumerada.
13
Destacamos a opção “Visitar monumentos e museus” com elevada percentagem
de práticas e “Praticar desporto” que continua a ser uma actividade muito praticada e muito
desejada.
MOTIVOS DE IMPEDIMENTO PARA A NÃO REALIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES
PREFERIDAS
Neste estudo tentamos apurar alguns motivos que pudessem explicar de forma
generalizada o facto de os adolescentes não realizarem determinadas actividade, embora não
tivesse sido efectua a relação entre cada actividade e a sua causa.
Figura 4 - Motivos de impedimento para a não realização de actividades
preferidas
Podemos verificar que um dos grandes impedimentos para a não realização de
determinadas actividades com 27% de percentagem, é o facto de “Ter que estudar, seguido de
“Não ter tempo” com 17% de percentagem.
De referir ainda que os motivos “Ter que ajudar os pais” e “ Não ter idade”
também foi referido como impedimento à não realização de actividades com ambos com 15%
de percentagem.
Como motivos menos referidos aparecem a “Falta de dinheiro” e “Falta de
meios”. Ao efectuarmos esta análise tivemos o cuidado de incluir a opção “não existem
14
actividades”, no entanto, esta situação não enquadrava os adolescentes inquiridos, uma vez
que apenas oito adolescentes, ou seja 2% de inquiridos a consideraram.
QUANTIFICAÇÃO DO TEMPO LIVRE DOS ADOLESCENTES E PELOS
ADOLESCENTES
Ao elaborarmos este questionário, consideramos pertinente inquirir os
adolescentes e verificar se consideravam que o tempo livre de que dispõem, é ou não
suficiente e como se sentem nesse tempo livre. Obtivemos resultados curiosos, como se pode
verificar.
Na grande generalidade, consideraram que é “suficiente” com 49% e 32 % dos
adolescentes referiram considerar ser “muito”. Relativamente à classificação “pouco”, 13%
dos adolescentes consideram-no e apenas 3% considera que o seu tempo livre é “muito
pouco”.
CARACTERIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES DE OCUPAÇÃO DE TEMPOS LIVRES
NA ESCOLA
Pretendemos ao realizar este estudo, abranger a realidade escolar, isto porque a
escola constitui um local onde os adolescentes passam grande parte do seu tempo e em
simultâneo pelo facto do tempo livre que os adolescentes dispõem fora do período lectivo se
relacionar directamente com a escola. Uma última razão diz ainda respeito ao facto de o
próprio conceito de tempo livre que os adolescentes dispõem estar também muito ligado com
a frequência da escola.
Neste ponto, pretendemos averiguar a forma como ocupam os adolescentes o
tempo livre na escola, saber qual o grau de concordância e relação ao facto da escola
15
organizar actividades de tempos livres durante todo o ano civil e por fim pretendemos saber
quais as sugestões de actividades dos adolescentes para a ocupação dos seus tempos livres.
ACTIVIDADES DE OCUPAÇÃO DE TEMPOS LIVRES REALIZADAS PELOS
ADOLESCENTES, NA ESCOLA
Compreender como se situam os jovens, de uma forma geral, em relação a esta
problemática, implica obrigatoriamente compreender como são geridos os tempos escolares.
Assim iniciamos esta análise, questionando os adolescentes sobre a forma como ocupam os
seus tempos livres na escola.
Figura 5 - Actividades de ocupação de tempos livres realizadas pelos
adolescentes na escola
Desta análise destacam-se as actividades “Convívio com os colegas” com 96% de
percentagem de adesão dos adolescentes, seguido da actividade “Participar em actividades
desportivas com 48% de percentagem. De registar também a actividade “Frequentar a
biblioteca” pois 43% dos adolescentes tem este tipo de prática.
Como actividades menos participadas pelos alunos aparecem “Não fazer nada” e
“Frequentar a sala de estudo” com 9% e 14% de percentagem respectivamente.
16
OPINIÃO DOS ADOLESCENTES SOBRE O FACTO DE A ESCOLA ORGANIZAR
ACTIVIDADES AO LONGO DE TODO O ANO
Pretendemos saber qual o grau de concordância relativamente ao facto da escola
organizar actividades de ocupação dos tempos livres ao longo de todo o ano incluindo o
período de férias. Obtivemos os seguintes resultados.
Figura 6 – Grau de concordância dos adolescentes relativamente ao facto da
escola organizar actividades
Nesta figura pode verificar-se um dado curioso, ou seja a divisão das opiniões
entre “Concordo totalmente” e “Concordo em parte”, com 37% e 35% de percentagem
respectivamente. Este valor permite concluir até que ponto é do agrado dos adolescentes a
organização de actividades por parte da escola.
SUGESTÕES DOS ADOLESCENTES SOBRE ACTIVIDADES A ORGANIZAR
PELA ESCOLA
Solicitamos aos adolescentes sugestões sobre três actividades que desejariam ver
organizadas e concretizadas pela escola.
17
Destacamos desde já que verificamos que ficaram em branco muitas
possibilidades de resposta, o que pode traduzir alguma falta de imaginação dos adolescentes.
As sugestões dadas pelos adolescentes de iniciativas a organizar pela escola
recaem sobre actividades “desportivas” com 424 opções assinaladas, seguido das actividades
recreativas com 212 adolescentes a referirem estas iniciativas. Assim as actividades
desportivas, não necessitam de qualquer apresentação, tendo sido a modalidade “natação”a
mais referida. As actividades menos solicitadas foram as formativas/educativas com 65
opções de preferência.
PARTICIPAÇÃO DOS ADOLESCENTES EM ACTIVIDADES PROMOVIDAS PELA
COMUNIDADE
Questionamos sobre a participação em actividades organizadas pela comunidade
como podem ser o exemplo de actividades promovidas pela autarquia e/ou associações.
Concluímos que são bastantes os adolescentes que participam em actividades
promovidas pela comunidade tendo assim 236 adolescentes referido que participam em
iniciativas promovidas pela comunidade, o que equivale a 62% de percentagem e 146 que não
colabora em qualquer tipo de actividade, o que equivale a 38% de percentagem.
Esta situação permite chegar à conclusão do papel fundamental que as iniciativas
comunitárias assumem. Por outro lado, a necessidade de se apostar na ocupação de tempos
livres fora do espaço escolar.
Assim, quisemos também indagar sobre o tipo de actividades, em que os
adolescentes participam, promovidas pela comunidade e a maior parte dos adolescentes
respondeu participar em actividades “Desportivas” com 45% de percentagem, seguido de
18
actividades “Religiosas” com 28% opções. Como actividades menos participadas as
iniciativas de cariz “Educativo e cultural”, com 8% respostas assinaladas.
Daqui, podemos concluir desde já, que as actividades que maior impacto têm nos
adolescentes continuam a ser as desportivas, logo as entidades com responsabilidades ao nível
comunitário devem privilegiar este tipo de práticas.
O QUE ENTENDEM OS ADOLESCENTES QUE É O TEMPO LIVRE
Como forma de finalizar o questionário quisemos saber qual é o conceito que os
adolescentes têm de tempo livre. Realizamos uma questão aberta, no sentido de evitar
qualquer influência nas respostas.
Figura 7 – Conceito de tempo livre para os adolescentes
Para análise desta questão, juntamos grandes grupos de opiniões, tendo-se criado
seis tipos de respostas: “Fazer o que se gosta”; que foi a situação mais referida com 48% de
inquiridos a preferirem esta opção. A ideia de “Não fazer nada” seguida de “Diversão”
19
aprecem também contempladas. Referimos também “Estar com quem se gosta”, aqui estava
contemplado a companhia de pais e amigos e obteve-se 12% de respostas; destacando-se a
companhia dos amigos. A opção “Não estudar” foi das opções com baixo nível de escolha e a
situação contrária com “Estudar” com 2% de inquiridos a referirem que tempo livre é estudar.
Concluímos que de alguma forma o conceito de tempo livre para os adolescentes
aponta no sentido correcto de senso comum, para nós ócio/lazer.
Neste contexto, quisemos ainda relacionar algumas variáveis, nomeadamente o
sexo com o ano de escolaridade e o meio de residência no sentido de podermos indagar da
validade das hipóteses inicialmente levantadas. Tudo isto em relação a três tempos diferentes:
Diariamente, ao fim de semana e nas férias. No entanto, por limitações de espaço, apenas
apresentamos estes resultados nas conclusões para nos permitir validar as hipóteses
inicialmente formuladas.
CONCLUSÕES, RECOMENDAÇÕES E PERSPECTIVAS
Após esta primeira fase, houve necessidade de traçar alguns objectivos, como
podemos referir a Identificação do tipo e variedade de práticas realizadas pelos adolescentes
nos seus tempos livres; a verificação da existência de diferentes práticas realizadas pelos
Adolescentes atendendo às variáveis: habitat urbano, semi-urbano e rural, sexo e idade; a
verificação da altura do ano onde a realização de actividades de tempos livres é mais
necessária: a indagação sobre quais as preferências do próprio adolescente relativamente às
actividades de tempos livres praticadas na escola e fora dela, e os seus desejos em participar
em novas iniciativas.
Destacamos o facto de os adolescentes possuírem diariamente e ao fim de semana
algum tempo livre; que existe variedade no tipo de práticas realizadas pelos adolescentes; que
20
existe um grande conjunto de actividades que os adolescentes desejavam realizar e não
realizam; que existe um conjunto variado de motivos que impedem a realização das
actividades desejadas pelos adolescentes; que é desejo destes a existência de actividades de
ocupação dos tempos livres na escola; que não existe grande diferença entre as práticas
realizadas pelos adolescentes dos diferentes meios (rural, semi-urbano e urbano e níveis de
ensino.
As diferenças relativas à variável sexo são as mais acentuadas; as práticas
realizadas diariamente mais frequentes são: ver televisão, ouvir rádio e música e ajudar os
pais. As realizadas ao fim de semana são: ir ao cinema e estar em casa a descansar. Nas férias
as actividades realizadas são visitar monumentos e museus e estar em casa a descansar e para
terminar, as actividades realizadas e preferidas revelam que apesar de haver coincidência
entre estas actividades ainda existe um elevado número de adolescentes que não tem acesso a
determinadas actividades, pois continuam a elegê-las como preferidas.
Atendendo agora às hipóteses levantadas, a análise descritiva e os resultados
estatísticos encontrados nas comparações realizadas, permitem-nos chegar a determinadas
conclusões.
Assim relativamente à hipótese principal, em que queríamos indagar sobre se os
adolescentes ocupam o seu tempo livre com actividades diversificadas e do seu agrado,
verificamos que as actividades poderiam ser mais diversificadas, ou seja que mais
adolescentes tivessem determinadas práticas, no sentido de não se verificarem percentagens
tão elevadas nas actividades ”ver televisão e ouvir rádio” quer diariamente, quer ao fim de
semana quer nas férias.
Quando analisamos as actividades que os adolescentes realizam diariamente e as
que fazem parte dos desejos dos adolescentes em serem praticadas não se verificam valores
21
discrepantes, uma vez que as actividades referidas como mais praticadas não são superadas
quando questionamos os adolescentes sobre quais as actividades que gostavam de realizar e
não realizam.
Apesar desta análise, verificamos que ainda existem actividades não realizadas
pelos adolescentes com percentagens bastantes elevadas e que correspondem às mesmas
actividades que têm valores elevados de execução, o que nos leva a concluir que ainda
existem muitos adolescentes que não têm acesso a determinadas actividades, embora
gostassem de ter. São exemplo as actividades desportivas e as actividades ligadas à
informática nomeadamente o acesso à Internet.
Quando fazemos esta análise em relação ao fim-de-semana, verificamos que estes
têm desejos diferentes das actividades praticadas, pois verificamos que os adolescentes
desejavam ir à discoteca e ao cinema, visitar monumentos, praticar desporto e ter acesso à
Internet.
Em relação às férias podemos constatar que a prática de visitar monumentos e
museus se destaca de todas as outras iniciativas. Quanto às preferências dos adolescentes
continuam a recair sobre a ida à discoteca e o acesso à Internet.
Após esta análise, justifica-se tentar compreender as razões que impedem os
adolescentes de concretizar os seus desejos. Como motivos mais referidos encontramos o
facto de os adolescentes terem que estudar, ajudar os pais e o facto de não terem idade.
Fazendo a ligação entre estas condicionantes e as actividades não realizadas pelos
adolescentes conseguimos compreender claramente as razões que levam a tal realidade.
Portanto, de acordo com a hipótese formulada, que os adolescentes realizam
práticas de ocupação de tempos livres variadas, embora com baixos índices participativos. As
actividades realizadas diariamente correspondem aos desejos dos adolescentes, embora ainda
22
nem todos os adolescentes têm acesso a essas mesmas actividades. Ao fim de semana e nas
férias existem algumas actividades, que por um conjunto de motivos, não permitem aos
adolescentes ter acesso a elas.
Relativamente à primeira das hipóteses secundárias definidas, onde pretendíamos
verificar se o nível de ensino, que está associado a diferentes idades, corresponde a práticas de
tempos livres diferentes, podemos constatar que diariamente não se verificaram grandes
alterações de práticas embora os adolescentes que frequentam o 8º ano de escolaridade
apresentem valores mais elevados na actividade ver televisão e ouvir rádio. Aos fins-de-
semana estes mesmos adolescentes apresentam percentagens superiores na actividade “ir ao
cinema”. Nas férias não se verificaram grandes diferenças no tipo de práticas. Esta hipótese
não se confirma, pois a diferentes níveis de ensino, com correspondência a diferentes idades
não correspondem práticas de actividades de tempos livres muito diferentes.
Em relação à segunda hipótese secundária, onde pretendíamos verificar que o
sexo masculino e feminino influência o tipo de práticas de tempos livres, verificamos que nas
práticas diárias os adolescentes do sexo feminino têm como práticas ver televisão, ouvir
música e ajudar os pais, enquanto os do sexo masculino têm como actividades mais realizadas
os videojogos.
Ao fim de semana e nas férias verificamos que não existem grandes diferenças,
embora as raparigas optem mais por actividades como ver televisão, ouvir música e ler
revistas, facto que não se acentua tanto no sexo aposto. A hipótese é confirmada, o tipo de
sexo dos adolescentes influencia o tipo de práticas.
Relativamente à terceira hipótese, sobre se o meio (rural, semi-urbano ou urbano)
em que os adolescentes habitam influencia o tipo de práticas realizadas nos tempos livres,
comparamos então as actividades que os adolescentes nos disseram realizar em três tempos
23
diferentes e verificamos que não existem diferenças acentuadas entre as práticas realizadas
entre os adolescentes que habitam o meio Semi-urbano e urbano. Estas diferenças acentuam-
se quando comparamos os meios anteriores e o meio rural. Assim, os adolescentes que
habitam o meio rural salientaram-se no tipo de actividades diárias realizadas ao referirem em
maior número ver televisão e ouvir música e ajudar os pais. Durante o fim semana salientam-
se as actividades ir ao cinema, estar em casa a descansar e ouvir música. Já durante as férias
estes adolescentes dedicam-se a ver televisão e ouvir rádio e estar em casa a descansar. Então,
existem diferenças entre o tipo de práticas dos adolescentes em relação ao meio em que
habitam, o que confirma a hipótese levantada.
Relativamente à hipótese número quatro, sobre se as actividades de ocupação do
tempo livre dos adolescentes variam em dias de semana, fins-de-semana e nas férias,
verificamos que diariamente as práticas dos adolescentes recaem mais sobre ver televisão,
ouvir rádio e ajudar os pais. Ao fim de semana as percentagens são mais elevadas nas
actividades ir ao cinema e estar em casa a descansar. Nas férias as vistas a monumentos e
museus destaca-se seguido de estar em casa a descansar. A hipótese de que nos diferentes
tempos dos adolescentes existem diferentes práticas de ocupação dos tempos livres é validada.
Relativamente à hipótese número cinco, sobre a existência de motivos alheios à
sua vontade que impedem a concretização de algumas actividades, verificamos que são
impedimentos a essas realizações o facto dos adolescentes terem que estudar, terem que
ajudar os pais e o facto de serem muito novos. Verificamos que a hipótese é verdadeira, de
que existem motivos exteriores à vontade dos adolescentes que impedem a concretização de
determinadas actividades.
Relativamente à hipótese número seis, sobre o desejo dos adolescentes de se
organizarem mais actividades em determinada área na escola e na comunidade, podemos
24
constatar que apesar de os adolescentes participarem em grande número em actividades
desportivas promovidas pela escola, demonstraram de forma muito evidente o desejo de
serem organizadas mais iniciativas neste âmbito. Em relação à comunidade foi revelado de
igual forma a grande vontade da comunidade organizar actividades nesta área. Assim,
confirma-se a hipótese de que é desejo dos adolescentes a organização de determinadas
actividades na escola e na comunidade. A área de eleição dos adolescentes é a desportiva.
Não poderíamos, antes de concluir este trabalho de fazer algumas considerações
sobre as conclusões a que se chegou, com aquilo que são os factores sobre os quais incidem o
desfrute e aproveitamento do tempo de ócio dos adolescentes. Assim e citando Penãlba
(1999:104) há a considerar que “cronologicamente, o momento privilegiado para o ócio da
adolescência … é ao fim de semana… o cenário …é a zona de bares e discotecas… falar com
os amigos”, esta citação em tudo apoia o que revelou a investigação pois os adolescentes do
concelho de Esposende em tudo referiram estas actividades como preferidas.
Com isto, significa que todos devem estar conscientes e alerta nos seus papéis,
pois os perigos estão bem representados nestes lugares e segundo um estudo efectuado na
comunidade de Madrid, como refere Penãlba (1999) a idade de início do consumo de extasis
situa-se por volta dos treze anos de idade, o que não pode deixar de ser preocupante.
Não se pode deixar de estar consciente, de que a tarefa de organização dos tempos
livres dos adolescentes é apenas responsabilidade dos pais, ou apenas da escola, esta já não
faz sentido sem o envolvimento de todos os agentes da comunidade, com especial relevo para
aqueles que têm o poder de implementar programas, ou que por outro lado, estão ao lado dos
jovens e melhor do que ninguém sabem quais as necessidades dos adolescentes a este nível.
Tendo sempre em atenção as características desta faixa etária, não podemos deixar que os
adolescentes o deixem de ser.
25
Responsáveis comunitários por estas questões devem reflectir sobre esta
problemática, os investigadores devem realizar estudos aprofundados, no sentido de melhor
responder aos anseios e necessidades dos adolescentes evitando em muitas situações graves
problemas sociais que muitas vezes têm origem nas questões do tempo livre, sem esquecer
que a Animação Sociocultural aparece como alternativa altamente válida para esta
organização.
Antes de terminar julga-se pertinente fazer referência a algumas situações que
todos os agentes educativos devem ter em conta, se se pretende intervir educativamente no
tempo livre dos adolescentes, como são o exemplo das iniciativas a serem desenvolvidas
devem ser promovidas junto dos locais de influência dos adolescentes, por outro lado, ter em
conta os centros de interesse dos interessados é outro factor imprescindível. A este nível
estamos conscientes que este estudo permitiu o revelar de muitas possibilidades.
Por outro lado, devem proporcionar-se desafios que monetariamente estejam ao
seu alcance e que não incentivem o consumo, ou seja as propostas devem reforçar
positivamente os adolescentes, entendido numa modalidade educativa, tal como referimos
anteriormente ao falar nas modalidades da Animação Sociocultural.
Pretendemos então concluir com uma ideia de Ventosa (1995) quando diz que a
Animação Sociocultural traz uma nova concepção à educação actualizada em função das
exigências de uma sociedade cada vez mais complexa e exigente.
Esta tarefa, é em última instância de todos nós.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, C. (1983). Arquitectura Romântica de Entre-e–Minho, Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto. BRAVO, R. Sierra, (1994) Técnicas de Investigación Social – Teoria y Ejercícios. Madrid:
26
Editorial Paraninfo. BOUDON, R. (S/D). Os Métodos em Sociologia. Lisboa: Edições Rolim. DURKHEIM, E. (1987). As Regras do Método Sociológico. Lisboa: Editorial Presença. FODDY, W. (2002). Como Perguntar: Teoria e Prática da Construção de Perguntas em Entrevistas e Questionári. Oeiras:Celta MOREIRA, C. Diogo (1994). Planeamento e Estratégias da Investigação Social.Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. NETO, C. (1995). Motricidade e Jogo na Infância. Rio de Janeiro: Sprint. PEÑALBA, L.J. (1999). Teoria Y Prática de la Educacción en el Tiempo Livre. Madrid: Editorial CCS. VEIGA, A. (1998). Esposende a Terra e o Homem. Paços de Ferreira: Anégia Editores. VENTOSA, V. (1995). La Animación en Centros Escolares. Madrid: Editorial CCS. 2ª edição.
DADOS DO AUTOR
Sara Margarida de Matos e Cepa é professora da Escola Superior de Educação Jean Piaget e do Ensino Profissional é Mestre em Associativismo e Animação Sociocultural pela Universidade do Minho, possui o Diploma de Estudos Avançados pela Universidade de Santiago de Compostela. É consultora na área da educação e formação, possui larga experiência na área da formação. E-mail para contacto: <[email protected]>