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Literatura Brasileira: estudo da poesia PROFESSORA: SUELANY RIBEIRO

Realismo Brasileiro Poesia

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Um breve estudo sobre literatura brasileira e sua pooesia.

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  • Literatura Brasileira: estudo da poesiaPROFESSORA: SUELANY RIBEIRO

  • A PoesiaNo decnio de 70 com menos arte e mais gosto de abstraes a corrente social hugoana que atingira seu ponto alto na poesia de Castro Alves. Os promotores da Escola do Recife, Tobias Barreto e Slvio Romero, e alguns poetas forrados de ingnuo materialismo e fortes convices antimonrquicas, pretendiam demolir, fora de versos libertrios, os pilares do conservadorismo romntico que se ajustara to bem ao sistema de valores do Segundo Imprio.O Dirio do Rio de Janeiro registra nas suas colunas literrias o momento agudo da febre: a batalha do Parnaso( que nada tem a ver com o parnasianismo), na qual se protestam os direitos da Ideia Nova, a expresso igual a realismo, a democracia, a liberdade. Dos versos grandloquos ento compostos nada restou, a no ser um ou outro exemplo antolgico de mau gosto, citado para o escarmento da poesia de programa:

  • A poesia de ontem de Abreus e de Varelas,Coberta com o vu do triste idealismo,S fazem-nos(sic) do amor as mrbidas querelasSem olhar que a nao caminha pr um abismo.............................................................................O moderno ideal por sol tem as cinciasQue as sendas lh iluminam;O velho s tem flor, extratos e essncias,Passarinhos que trinam...

  • Ou, de Martins Jr., este hino a Augusto Comte:

    Vendo atrs Simon, Burdin, TurgotE Kant e Condorcet e Leibniz-voouEle pra cumeada eltrica da Glria,Aps ter arrancado ao plago da HistriaA vasta concha azul da Cincia Social!

  • Cumeada eltrica da Glria... concha azul da Cincia Social... Nunca os velhos romnticos desceriam tanto. Mas o ato de negar , como se sabe, fecundo. Reagindo ao que havia caduco na pieguice dos ltimos intimistas, no se caa fatalmente na retrica infeliz dos versos citados; abria-se tambm caminho para o exerccio de uma outra linguagem, mais aderente aos sentidos, ao corpo, aos objetos que nos cercam. Por outro lado, mesmo no contexto da poesia romntica, as imagens de Victor Hugo j eram mais fortes e vivas que as de Lamartine; e foi a arte visual dos Chtiments que seduziu Thophile Gautier e Baudelaire e os ensinou a superar chaves do Ultra- Romantismo. De Baudelaire assimilam os nossos poetas realistas, Carvalho Jr. E Tefilo Dias, precisamente os traos mais sensuais, desfigurando-se por uma leitura positivista que no responde ao universo esttico e religioso das Flores do Mal. O eros de Baudelaire, macerado pelo remorso e pela sombra do pecado, est longe destas expanses carnais, quando no carnvoras, de Carvalho Jr.:

  • Como um bando voraz de lbricas jumentas, Instintos canibais refervem-se no peito( Antropofagia)

    Ou de Tefilo Dias,

    ... Da presa, enfim, nos msculos cansadosCravam com avidez os dentes afiados( A Matilha)

    Assim, de um Baudelaire treslido que decorre o primeiro veio realista parnasiano entre ns: dele e da poesia romntica, mas contida e correta, de Lus Delfino e de Guimares Jr., poeta dos Corimbos( 1869) e de Sonetos e Rimas(1880) e, enfim, de Machado de Assis, que abrigou a nova gerao nas suas crnicas literrias e deu exemplo de um estilo sbrio e reflexivo em alguns poemas escritos roda de 1880, enfeixados mais tarde nas Ocidentais.

  • Quanto ao nexo literatura-sociedade: atuando-se entre 1880 e 90 os princpios liberais e republicanos fixando-se como forma de vida do escritor a dade burocracia- bomia, vai perdendo terreno a poesia de combate e triunfando a escola oficial do verso parnasiano.Referncia Bibliogrfica

    BOSI, Alfredo. Histria Concisa da Literatura Brasileira. 43ed. So Paulo: Cultrix, 2006.