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Governo Federal
Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA
Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT
Cooperativa dos Profissionais em Atividades Gerais e Específicas Ltda - Coopagel
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DA
MATA SUL – PE
EQUIPE TÉCNICA
Jeanne Duarte
Consultora Territorial
Marcelo Lima
Articulador Territorial
Maria Nazaré Cavalcanti da Silva
Consultora - RNC
EQUIPE TERRITORIAL
Colegiado de Desenvolvimento Territorial da Mata Sul
SUMÁRIO
................................................................................................................................................2Governo Federal.....................................................................................................................2Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA...................................................................2SUMÁRIO............................................................................................................................. 41. APRESENTAÇÃO GERAL ........................................................................................... 112. INTRODUÇÃO............................................................................................................... 12
Instituições Governamentais............................................................... 14Organizações/ Entidades da Sociedade Civil...................................... 15Associações......................................................................................... 15Conselhos e Fóruns de Desenvolvimento........................................... 15Organizações/ Entidades da Sociedade Civil...................................... 15
2.1. PROCESSO METODOLÓGICO............................................................................. 152.1.1 - Concepção pedagógica das oficinas e etapas previstas, elaborada pela GDH /
SDT/MDA:...................................................................................................................15
2.1.2 - Aplicação da metodologia de elaboração do PTDRS no Território da Mata Sul
......................................................................................................................................19
2.2. INSTITUCIONALIDADE........................................................................................212.2.1 - Orientações da SDT a respeito da institucionalidade dos territórios rurais......21
2.2.2 - Descrição da institucionalidade territorial da Mata Sul....................................23
3. DIAGNÓSTICO DO TERRITÓRIO............................................................................... 253.1. CONFIGURAÇÃO ESPACIAL............................................................................... 253.2. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO DA MATA SUL...................................25
3.2.1 – Identidade.........................................................................................................25
3.2.3 – Análise da competitividade sistêmica e qualidade de vida do território..........80
4. PROGRAMAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO...................................................884.1 VISÃO DE FUTURO................................................................................................ 884.2. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS.............................................................................88
4.2.1. Eixos Aglutinadores, Programas e Projetos....................................................... 89
4.2.2. Classificação dos Projetos..................................................................................96
5. CONCLUSÃO............................................................................................................... 1016. ANEXOS........................................................................................................................1027. CRÉDITOS.................................................................................................................... 109Entidade elaboradora do PTDRS: COOPAGEL................................................................1098. PROJETO DE SISTEMATIZAÇÃO E ANÁLISE DOS PLANOS TERRITORIAIS. 11010. RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO SUMÁRIO.........................................................111LISTA DE SIGLAS........................................................................................................... 112ADAGRO...........................................................................................................................112Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco......................................112ASSOCENE....................................................................................................................... 112Associação das Cooperativas do Nordeste.........................................................................112ATER................................................................................................................................. 112
Assistência Técnica e Extensão Rural................................................................................112ATES..................................................................................................................................112Assessoria Técnica, Social e Ambiental.............................................................................112BASER............................................................................................................................... 112Base de Serviços.................................................................................................................112BID..................................................................................................................................... 112Banco Interamericano de Desenvolvimento.......................................................................112CEDRS............................................................................................................................... 112Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável...............................................112CIAT...................................................................................................................................112Comissão de Implantação das Ações Territoriais.............................................................. 112CMDR................................................................................................................................ 112Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural................................................................112CODETER......................................................................................................................... 112Colegiado de Desenvolvimento Territorial........................................................................ 112CONDEPE / FIDEM..........................................................................................................112Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco....................................... 112CONDRAF.........................................................................................................................112Conselho Federal de Desenvolvimento Rural da Agricultura Familiar............................. 112COOPAGEL.......................................................................................................................112Cooperativa dos Profissionais em Atividades Gerais e Específicas Ltda.......................... 112DATASUS......................................................................................................................... 112Departamento de Informática do SUS................................................................................112EAFB..................................................................................................................................112Escola Agrotécnica Federal de Barreiros........................................................................... 112FASE.................................................................................................................................. 112Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional..........................................112FETAPE............................................................................................................................. 112Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Pernambuco........................................... 112FUMAC..............................................................................................................................112Fundo Municipal de Apoio Comunitário........................................................................... 112GDH................................................................................................................................... 112Gerência de Desenvolvimento Humano.............................................................................112IBGE...................................................................................................................................112Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística....................................................................112IDH.....................................................................................................................................112Índice de Desenvolvimento Humano................................................................................. 112INCRA............................................................................................................................... 112Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária...................................................... 112IPA..................................................................................................................................... 112Instituto de Pesquisa Agropecuária.................................................................................... 112MDA...................................................................................................................................112Ministério do Desenvolvimento Agrário............................................................................112ONG................................................................................................................................... 112Organização não Governamental....................................................................................... 112PA.......................................................................................................................................112Projeto de Assentamento.................................................................................................... 112PACS..................................................................................................................................112Programa de Agente Comunitário de Saúde...................................................................... 112
PTDRS MATA SUL 5
PETI................................................................................................................................... 112Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.................................................................. 112PNUD................................................................................................................................. 112Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.....................................................112PPC.....................................................................................................................................112Poder de Paridade de Compra............................................................................................ 112PROMATA........................................................................................................................ 112Programa de Desenvolvimento Local da Zona da Mata.................................................... 112PSF..................................................................................................................................... 112Programa de Saúde da Família...........................................................................................112PTDRS............................................................................................................................... 112Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável.................................................. 112RD...................................................................................................................................... 112Região de Desenvolvimento...............................................................................................112SAF.....................................................................................................................................112Sistema Agroflorestal.........................................................................................................112SDT.................................................................................................................................... 112Secretaria de Desenvolvimento Territorial.........................................................................112SINTRAF........................................................................................................................... 112Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar........................................................112STR.....................................................................................................................................112Sindicato dos Trabalhadores Rurais................................................................................... 112UFRPE............................................................................................................................... 112Universidade Federal Rural de Pernambuco...................................................................... 112ZAPE..................................................................................................................................112Zoneamento Agroecológico de Pernambuco..................................................................... 112LISTA DE TABELAS....................................................................................................... 113Numeração..........................................................................................................................113Especificação......................................................................................................................113Pág......................................................................................................................................113Tabela 1 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Indicadores demográficos...................................................................................................11329........................................................................................................................................113Tabela 2 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Número de matrículas por modalidade e nível de ensino no Território (2002-2005)........11339........................................................................................................................................113Tabela 3 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Número de estabelecimentos por nível e modalidade de ensino – 2000 e 2005 no Território............................................................................................................................................11341........................................................................................................................................113Tabela 4 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Número de docentes por nível e modalidade de ensino – 2000......................................... 11342........................................................................................................................................113Tabela 5 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113
PTDRS MATA SUL 6
Coeficiente de Mortalidade para algumas causas (por 100.000 habitantes) no Território – 2000 e 2003........................................................................................................................ 11345........................................................................................................................................113Tabela 6 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Esperança de Vida ao Nascer no período de 1991-2000....................................................11347........................................................................................................................................113Tabela 7 ............................................................................................................................ 113-...........................................................................................................................................113Probabilidade de sobrevivência no período 1991-2000..................................................... 11348........................................................................................................................................113Tabela 8 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Taxa Mortalidade Infantil no período de 1991 – 2000......................................................11349........................................................................................................................................113Tabela 9 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Número de leitos no Território por especificidades – 2003............................................... 11356........................................................................................................................................113Tabela 10 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Intensidade de Pobreza e de Indigência, 1991-2000.......................................................... 11361........................................................................................................................................113Tabela 11............................................................................................................................ 113-...........................................................................................................................................113Intensidade de Pobreza e de Indigência, 1991-2000.......................................................... 11361........................................................................................................................................113Tabela 12 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Estabelecimentos agropecuários por utilização de terras no Território............................. 11368........................................................................................................................................113Tabela 13............................................................................................................................ 113-...........................................................................................................................................113Rebanho no território, 2004................................................................................................11369........................................................................................................................................113Tabela 14 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Principais produtos agrícolas de lavouras permanentes, 2004........................................... 11371........................................................................................................................................113Tabela 15 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Produtividade por Município, 2004....................................................................................11372........................................................................................................................................113Tabela 16 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Rendimento médio da produção por lavoura temporária................................................... 11373........................................................................................................................................113Tabela 17............................................................................................................................ 113-...........................................................................................................................................113
PTDRS MATA SUL 7
Variáveis das Lavouras Temporárias, 2004 e 2005........................................................... 11374........................................................................................................................................113Tabela 18 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Índice de Desenvolvimento Humano - Municipal, 1991 e 2000........................................113104......................................................................................................................................113Tabela 19 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Índice de Desenvolvimento Humano - Dimensões, 1991 e 2000...................................... 113105......................................................................................................................................113Tabela 20 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Pessoas analfabetas, 1991 e 2000.......................................................................................113106......................................................................................................................................113Tabela 21-...........................................................................................................................113-...........................................................................................................................................113Déficit Educacional, 2000.................................................................................................. 113107......................................................................................................................................113Tabela 22 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Grau de desigualdade......................................................................................................... 113108......................................................................................................................................113Tabela 23............................................................................................................................ 113-...........................................................................................................................................113Renda per capita, 1991 e 2000........................................................................................... 113109......................................................................................................................................113LISTA DE QUADROS......................................................................................................114Numeração..........................................................................................................................114Especificação......................................................................................................................114Pág......................................................................................................................................114Quadro 1 ............................................................................................................................114-...........................................................................................................................................1149..........................................................................................................................................114Quadro 2 ............................................................................................................................114-...........................................................................................................................................1149..........................................................................................................................................114Quadro 3 ............................................................................................................................114-...........................................................................................................................................11412........................................................................................................................................114Quadro 4 ............................................................................................................................114-...........................................................................................................................................11413........................................................................................................................................114Quadro 5 ............................................................................................................................114-...........................................................................................................................................11465........................................................................................................................................114Quadro 6 ............................................................................................................................114-...........................................................................................................................................11476........................................................................................................................................114LISTA DE GRÁFICOS..................................................................................................... 115
PTDRS MATA SUL 8
Numeração..........................................................................................................................115Especificação......................................................................................................................115Pág......................................................................................................................................115Gráfico 1 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11528........................................................................................................................................115Gráfico 2 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11529........................................................................................................................................115Gráfico 3 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11531........................................................................................................................................115Gráfico 4 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11533........................................................................................................................................115Gráfico 5 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11534........................................................................................................................................115Gráfico 6 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11536........................................................................................................................................115Gráfico 7 ...........................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11538........................................................................................................................................115Gráfico 8 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11539........................................................................................................................................115Gráfico 9 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11546........................................................................................................................................115Gráfico 10 ..........................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11551........................................................................................................................................115Gráfico 11...........................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11552........................................................................................................................................115Gráfico 12 ..........................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11557........................................................................................................................................115Gráfico 13...........................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11558........................................................................................................................................115Gráfico 14...........................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11569........................................................................................................................................115LISTA DE MAPAS........................................................................................................... 116Numeração..........................................................................................................................116Especificação......................................................................................................................116Pág......................................................................................................................................116
PTDRS MATA SUL 9
Mapa 01..............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11619........................................................................................................................................116Mapa 02 .............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11635........................................................................................................................................116Mapa 03 .............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11637........................................................................................................................................116Mapa 04 .............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11650........................................................................................................................................116Mapa 05..............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11653........................................................................................................................................116Mapa 06..............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11654........................................................................................................................................116Mapa 07..............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11655........................................................................................................................................116Mapa 08..............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11662........................................................................................................................................116Mapa 09..............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11675........................................................................................................................................116LISTA DE FIGURAS........................................................................................................ 117Numeração..........................................................................................................................117Especificação......................................................................................................................117Pág......................................................................................................................................117Figura 01 ........................................................................................................................... 117-...........................................................................................................................................11722........................................................................................................................................117Figura 02 ........................................................................................................................... 117-...........................................................................................................................................11723........................................................................................................................................117Figura 03 ........................................................................................................................... 117-...........................................................................................................................................11725........................................................................................................................................117Figura 04 ........................................................................................................................... 117-...........................................................................................................................................11726........................................................................................................................................117Figura 05............................................................................................................................ 117-...........................................................................................................................................117103......................................................................................................................................117
PTDRS MATA SUL 10
1. APRESENTAÇÃO GERAL
O Governo Federal traz buscando a superação das desigualdades regionais
elege como uma de suas prioridades a remontagem da estrutura de planejamento. É então
que o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Secretaria de Desenvolvimento
Territorial (SDT) buscando ter uma nova política de desenvolvimento sustentável para o
meio rural, lança como estratégia a proposta de territorialidade.
A abordagem territorial é tida como referência para a estratégia de apoio ao
desenvolvimento rural, pois o rural não se resume as atividades agrícolas, pensar no
município se torna restrito quando se quer planejar e organizar esforços para promover o
desenvolvimento. No entanto, pensar numa escala estadual, se torna amplo e de difícil
percepção das heterogeneidades e especificidades locais. Sabe-se também que nos últimos
15 (quinze) anos houve um processo forte de descentralização de políticas públicas,
consequentemente atribuição de competências aos espaços locais. Enfim, o Território é
uma unidade referencial que melhor dimensiona os laços de proximidade entre pessoas,
grupos sociais e instituições capazes de ser mobilizadas e convertidas na perspectiva do
desenvolvimento (MDA, 2005).
O processo de seleção dos Territórios Rurais se deu a partir de uma
caracterização mais aperfeiçoada, diferente dos adotados em estatísticas oficiais, que
podem ser resumidos nos seguintes parâmetros: caracterização geral dos territórios rurais
existentes; priorização, considerando a concentração de agricultores familiares, famílias
assentadas por programas de reforma agrária, famílias de trabalhadores rurais sem terra
(mobilizados ou não); e, ordenamento, a partir de critérios dialogados com os governos
estaduais e sociedade civil local, homologado, preferencialmente, pelos Conselhos
Estaduais de Desenvolvimento Rural Sustentável (MDA, 2005).
2. INTRODUÇÃO
O território da Mata Sul está situado na Região da Mata Sul de Pernambuco,
apresentando um ecossistema de Mata Atlântica, tendo alguns dos 19 (dezenove)
municípios que compõem o território, uma localização na porção litorânea ao sul de
Pernambuco. Faz fronteiras com o Estado de Alagoas.
Os municípios que constituem o território são: Água Preta, Amaraji, Barreiros,
Belém de Maria, Bonito, Catende, Cortês, Gameleira, Jaqueira, Joaquim Nabuco, Maraial,
Palmares, Primavera, Ribeirão, Rio Formoso, São Benedito do Sul, São José da Coroa
Grande, Tamandaré e Xexéu. A distância entre os municípios e a capital varia de 64 a 144
km, sendo o município de São Benedito do Sul o mais distante da capital Recife.
A Mata Sul é uma região que tem em sua história uma economia com raízes
culturais ligadas a Agroindústria Canavieira, mas também com as histórias de resistências,
de lutas para a sobrevivência, até porque é onde se concentra a força de trabalho dos menos
privilegiados.
A população territorial residente atual, segundo dados do Atlas de
Desenvolvimento Humano, 506.479 e do IBGE (2006) de 447.699 habitantes, distribuída
em uma área geográfica de 4.003,40 Km2 (4,05% do Estado) com uma densidade
demográfica de 109,5 hab/Km2, onde encontramos a pesca do litoral, o turismo, a
cachoeira do Urubu, os recursos naturais (praias, mata atlântica, água, fauna), talentos
culturais (violeiros, músicos e poetas), e uma grande riqueza de trabalhos manuais. Dentre
os municípios do território o de menor e maior área é Belém de Maria (63,8 Km2) e Água
Preta (532 Km2), respectivamente. No entanto, quanto à população o de maior é Palmares
(54.355 hab) e a de menor é Belém de Maria (9.460hab), e em termos de densidade
demográfica São Benedito do Sul apresenta a menor e Catende a maior.
Seu histórico, no que se refere à experiência com planejamento participativo na
perspectiva do desenvolvimento local, é abrangente, vai da abordagem rural a territorial.
PTDRS MATA SUL 12
No entanto, de acordo com dados oficiais, nenhuns dos municípios que compõem o
território possuem Agenda 21 Local.
É um Território que desempenha um papel estratégico na economia do Estado,
com a Agroindústria da cana-de-açúcar, sendo sua principal cadeia produtiva. Vale
ressaltar que passa por um forte processo de diversificação da sua economia,
especialmente, com atividades direcionadas ao turismo de praia e a ocupação do território
rural por muitos assentamentos de reforma Agrária. Tendo sido estes dois fortes elementos
econômicos que justificou a sua escolha como território priorizado pelo MDA.
Os municípios que compõem o Território selecionado para intervenção do
MDA fazem parte da Região de Desenvolvimento (RD) utilizado como referência pelo
Governo do Estado. Apesar dessa coincidência, há uma forte expectativa de que outros
municípios que possuem uma forte identidade e coesão social com a Mata Sul se agreguem
a este território. É o caso de municípios que estão inseridos na Região de Desenvolvimento
do Grande Recife. Alguns destes municípios estão reivindicando seu ingresso ao Território
da Mata Sul por terem uma presença de agricultores familiares e assentamentos rurais,
apesar de estarem localizados na região do Grande Recife.
Observa-se uma grande coesão econômica e uma inicial coesão cultural no
Território. É crescente a mobilização social das organizações locais no sentido de enfrentar
as adversidades estruturais e conjunturais, procurando implementar ações que tenham
rebatimento positivo nas condições de vida da população, aumentando sua capacidade de
viver de forma mais digna, com menos desigualdades e com melhor convivência com seu
ambiente natural. Essa mobilização social está se dando fortemente numa perspectiva de
encontrar alternativas para o desenvolvimento do meio rural para além da cultura da cana-
de-açúcar.
Neste território alguns municípios servem de referência na microrregião, pela
movimentação comercial e de serviços, tais como, Barreiros e Palmares, estes influenciam,
inclusive, municípios do Estado de Alagoas, principalmente nos serviços de educação e
saúde, mas também de comércio.
PTDRS MATA SUL 13
O movimento sindical dos trabalhadores rurais, no território do Mata Sul vem
passando por um processo de reestruturação após a falência das usinas de cana-de-açúcar
na região. Alguns já com uma atuação mais ativa e outros ainda muito ligados, apenas as
questões de benefícios sociais. Com isto se observa uma quebra na identidade desta
representação de classe frente a seus representados, isto porque onde se tinha uma massa
de trabalhadores rurais do corte da cana-de-açúcar se tem hoje estes trabalhadores em um
momento transitório de construção de sua identidade, agora enquanto agricultores
familiares.
Como reflexo deste quadro conjuntural vem sendo observado um movimento
em direção a um novo espaço institucional de classe, com a instalação em alguns
municípios do Sindicato dos Agricultores Familiares – Sintraf. Já existe instalado em
alguns municípios, tais como: Barreiros, Tamandaré e Água Preta.
A atuação da SDT neste território te início no ano de 2003 e neste processo tem
contado com a participação de várias instituições e entidades do Estado e da sociedade
civil, como podemos observar nos Quadros 1 (Instituições Governamentais) e 2
(Organizações e Entidades da sociedade civil).
Quadro 1 – Relação das Instituições Governamentais
Instituições Governamentais
Prefeituras Municipais
¡Prefeitura Municipal de Barreiros¡Prefeitura Municipal de Xexéu¡Prefeitura Municipal de Ribeirão¡Prefeitura Municipal de Palmares¡Prefeitura Municipal de Joaquim Nabuco¡Prefeitura Municipal de Água Preta¡Prefeitura Municipal de ¡Prefeitura Municipal de ¡Prefeitura Municipal de ¡Prefeitura Municipal de
Governo Federal¡Banco do Brasil¡Escola Agrotécnica de Barreiros¡Escola Agrícola de Palmares¡UFRPE - FADURPE
Governo Estadual ¡Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária¡Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania-Projeto Renascer e Promata
Quadro 2 – Relação das Instituições e Entidades da Sociedade Civil
PTDRS MATA SUL 14
Organizações/ Entidades da Sociedade CivilAssociações ¡Associação do Engenho de Fernandez Vieira
¡Associação Sobradinho¡Associação Amaraji¡Associação dos Pequenos Produtores de Serro Azul¡Associação Rio Formoso¡Associação Engenho Riachão¡Associação Engenho Barreiros¡Associação Minguito¡Associação Engenho Santa Luzia
Cooperativas ¡Projeto de Agroindústria de Pequeno Porte em Rede¡COATES¡COOPAGEL¡Cooperativa de produção de Catende
Conselhos e Fóruns de Desenvolvimento
¡CMDR de Rio Formoso¡CMDR de Água Preta¡CMDR de Jaqueira¡CMDR de Catende¡CMDR de Ribeirão¡CMDR de Tamandaré¡Conselheiro do FUMAC
Sindicatos ¡FETAPE¡Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Amaraji¡Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barreiros¡Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tamandaré¡Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ipojuca
ContinuaçãoOrganizações/ Entidades da Sociedade Civil
ONG´s ¡Projeto Catende Harmonia¡Articulação da entidades da Zona da Mata¡Consórcio de Sistemas Agroflorestais (Centro Sabiá, Usina Catende, Fetape e FASE)¡ICN¡CENTRU¡CENDAP¡ONG História Viva
2.1. PROCESSO METODOLÓGICO
2.1.1 - Concepção pedagógica das oficinas e etapas previstas, elaborada pela GDH1 / SDT/MDA:
O apoio à promoção do desenvolvimento territorial busca o envolvimento do
conjunto de atores sociais locais dos territórios nos processos educativos, pois procura que
a compreensão de novos valores e condutas nos indivíduos aconteça de forma consciente,
refletindo na expressão de novos comportamentos dos grupos sociais e organizações frente
ao desenvolvimento sustentável.
1 Gerência de Desenvolvimento Humano
PTDRS MATA SUL 15
Os processos educativos acontecem com a capacitação dos atores sociais locais
se expressando através da ampliação e diversificação de conhecimentos e de
potencialização de desenvolvimento habilidades, devendo refletir-se em mudanças
comportamentais, traduzidas nas atitudes de comprometimento com o desenvolvimento do
território, que se processará na aprendizagem enquanto algo, significativo para a realidade
dos sujeitos.
Esse objeto de aprendizagem dos sujeitos seria então a construção da gestão
social do território, conforme orientação metodológica da SDT, pois entende que está na
gestão dos fins e dos meios do desenvolvimento, o instrumento para que os atores sociais
locais vá se apropriando da sua identidade territorial e com isto desenvolvendo o
sentimento de pertencimento.
Para a SDT, alguns aspectos pedagógicos dão consistência e sustentação à
relação entre aprendizagem e o significado do novo conhecimento no processo de
transformação da realidade: a vivência; a participação; a autonomia; a confiança,
solidariedade e cooperação; apoio e auto-organização; gestão e planejamento; e
desenvolvimento das capacidades territoriais.
O processo da construção da gestão social do desenvolvimento territorial, na
metodologia da SDT, que é composto de dois ciclos, envolve a participação de instituições
governamentais, organizações não governamentais e movimentos sociais. No Quadro 3
destacamos o primeiro ciclo, com suas fases, atividades e resultados esperados, e no
Quadro 4 o segundo ciclo com seus momentos e atividades.
PTDRS MATA SUL 16
Quadro 3 – Primeiro Ciclo
Ciclos Fases Atividades Resultados esperados
Primeiro Ciclo
Sensibilização, mobilização e articulação
• Oficina Estadual de Alinhamento Conceitual e Metodológico
• Oficina Territorial de Alinhamento Conceitual e Metodológico.
• Acordo territorial
• Compromissos territoriais e governamentais
• Constituição dos CIAT’s2
e de seus Núcleos Dirigente e Operacional
• Levantamento de Informações Preliminares
• Instância de gestão participativa do território estabelecida;
• Eixos de Interesse definidos;
• Programas e projetos elaborados e em execução;
• Pactos Territoriais firmados;
• Arranjos Institucionais estabelecidos;
• Processo de formação de Agentes de Desenvolvimento Territorial consolidado.
• Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável elaborado (1ª versão).
Planejamento e gestão do desenvolvimento
• Oficina Planejamento e Gestão Territorial (CIAT)
• Oficina Concepção Básica do Desenvolvimento Territorial
• Consultorias especializadas pontuais
• Formação de grupos de trabalho setores priorizados
• Aprofundar o conhecimento da realidade
• Definição das linhas estratégicas do DT
• Consolidar um modelo de gestão;
• Elaboração de projetos setoriais e específicos
PTDRS MATA SUL 17
Quadro 4 – Segundo Ciclo
Ciclos Momentos Atividades Resultados esperados
Segundo Ciclo
Primeiro Momento • Oficina para Reflexão Avaliativa do processo, coordenado pela Instância Colegiada Territorial e seu grupo de coordenação
Segundo Momento • 02 Oficinas de Monitoramento e Avaliação (semestral)
• Estabelecimento de uma instância colegiada, partindo da CIAT, para organização e controle social do processo de desenvolvimento territorial - CODETER;
• Consolidação dos arranjos institucionais (estabelecimento de laços de solidariedade, cooperação e confiança)
• Inserção de novos atores sociais como expressão política;
• Inclusão, no processo, de segmentos marginalizados nas regiões e territórios;
• Fortalecimento do processo de articulação territorial;
• Arranjos institucionais eficientes;
• Integração de políticas públicas no âmbito dos territórios;
• Dinamização das economias locais;
• Elaboração de planos e projetos específicos.
• Formação de Agentes de Desenvolvimento;
• Planejamento e organização do desenvolvimento territorial;
• Aprofundamento do processo de planejamento – visão de futuro, diagnóstico, eixos aglutinadores, programas e projetos;
• Revisão de acordos e parcerias;
• Organização de um sistema de monitoramento e avaliação.
• Elaboração da 2ª versão do PTDRS.
2 Comissão de Implantação de Ações Territoriais
PTDRS MATA SUL 18
2.1.2 - Aplicação da metodologia de elaboração do PTDRS no Território da Mata Sul
No território da Mata Sul, o processo de elaboração do PTDRS foi iniciado em
2003.
As atividades no território partiram da mobilização social, avançando para a
organização do território, acumulando subsídios para contribuir na construção das políticas
públicas.
Ocorreram oficinas territoriais com vistas ao aprofundamento da compreensão
sobre Gestão e Planejamento do Território. Havendo sempre a preocupação em reforçar
que o processo de conhecimento é cumulativo e tem como principio básico a articulação e
participação das pessoas que desejam, através de ações criativas, trabalharem de forma
solidária para construção do desenvolvimento do Território da Mata Sul.
A construção do PTDRS foi focada na associação dos interesses dos diversos
atores sociais, contemplando agricultores, assentados, indígenas, pescadores, quilombolas
e outros representantes dos agricultores familiares.
Sabendo que se trata de um processo dinâmico, no território da Mata Sul, ao
mesmo tempo em que se tinha o nivelamento do processo de desenvolvimento territorial
também ocorria à discussão sobre o Pronaf infra-estrutura, com projetos priorizados e
encaminhados a SDT/MDA.
A CIAT mesmo depois de constituída foi alvo de momentos de discussão
procurando amadurecer a questão da gestão participativa em que cada um ocupa um
espaço na construção do todo, e com isto discutindo sobre a sua composição e o
amadurecimento da institucionalidade do território.
Fez parte também desse processo a discussão sobre o Plano Safra Territorial,
através de oficinas realizadas em três microrregiões (Palmares, Barreiros e Ribeirão),
contando com a presença de aproximadamente 200 representantes das associações rurais,
PTDRS MATA SUL 19
conselhos municipais, prefeituras, IPA, ADAGRO, Banco do Brasil e do Nordeste,
Empresas de Assistência Técnica.
Estes encontros possibilitaram a construção de agendas locais para 18
municípios, permitindo assim, uma maior proximidade entre pessoas e instituições
possibilitando uma capacitação do grupo, em um ritmo crescente, proporcionando
aprofundamento dos conhecimentos e respostas aos questionamentos permitindo diminuir
as inquietações próprias de um processo inovador que esta sendo construindo, diariamente,
por vários atores no território da Mata-Sul.
Em 2004 ocorre a Oficina Territorial de Alinhamento Conceitual, Metodológico
e Articulação das Ações Territoriais com o objetivo principal de construir estratégia
participativa de implementação dos instrumentos de políticas públicos, especialmente, o
processo de mobilização, sensibilização e articulação para as ações territoriais.
Em 2005 foi realizada a oficina territorial para o aprofundamento dos Eixos
Estratégicos, buscando: identificar e discutir em torno dos entraves, das potencialidades e
dos desafios para a criação do Plano de Assessoria Técnica, Social e Ambiental; discutir as
condições necessárias e as linhas de ação para o comprometimento e integração dos
diversos atores sociais para a construção do Plano de Assessoria Técnica, Social e
Ambiental; construir estratégias de integração das ações dos diversos atores para
ampliação e melhor qualificação dos serviços de ATES no território.
E, finalmente, em 2006 se tem como reforço das ações territoriais neste
processo cíclico de construção do PTDRS, a elaboração dos Estudos Propositivos.
2.2. INSTITUCIONALIDADE
2.2.1 - Orientações da SDT a respeito da institucionalidade dos territórios rurais
A SDT tem animado a criação ou a concertação de espaços territoriais com o
fortalecimento destes instrumentos para o encontro da sociedade civil e política.
Esses espaços são constituídos pelos colegiados de desenvolvimento territorial
PTDRS MATA SUL 20
rural sustentável (os fóruns, conselhos territoriais, etc.), que inicialmente surgem como
uma comissão informal, amadurecendo para se constituírem como um tipo de organização
adequada às necessidades e à cultura local. Contam com a participação de órgãos
governamentais, mas não se constituem em estruturas de governo. Desempenham papéis
na formulação de estratégias e propostas de ações integradas para a construção do
desenvolvimento territorial rural sustentável, bem como contribuem para a construção de
parcerias, propondo e acompanhando as políticas públicas de desenvolvimento, criando
assim um espaço de diálogo entre atores sociais da sociedade civil e das organizações que
se relacionam com o desenvolvimento do território, se tornando um espaço de gestão social
territorial.
Dando início a organização da dinâmica de desenvolvimento territorial, a SDT
propõe a criação da Comissão de Instalação das ações Territoriais (CIAT) para
desempenhar os seguintes papéis: sensibilizar, comprometer, articular e coordenar os
atores sociais para construção coletiva do PTDRS; elaborar agenda de prioridades;
selecionar projetos; e, articular arranjos institucionais. A CIAT é composta de um Plenário,
de um Núcleo Dirigente e um Núcleo Técnico.
O amadurecimento do processo poderá levar a institucionalização da CIAT,
adquirindo um caráter mais formal e uma forma jurídica própria. Neste aspecto existe a
Resolução de número 52 do CONDRAF - Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural
Sustentável, de 2005 com recomendações para as Institucionalidades Territoriais de
Desenvolvimento Rural Sustentável. A SDT apóia as recomendações, as quais tratam dos
objetivos, da composição e das orientações para o seu funcionamento, de acordo com a
concepção de território e de desenvolvimento territorial adotada pelo MDA.
A concepção conceitual do MDA, de acordo com a referida resolução de nº. 52
do CONDRAF3, considera que:
a) a concepção de território utilizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, como “espaço físico, geograficamente definido, não necessariamente contínuo, compreendendo cidades e campos, caracterizado por critérios multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política e as instituições e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam
3 Publicado no DOU 17/02/2005, Seção 1 páginas 44 e 45. Ministério do Desenvolvimento Agrário
PTDRS MATA SUL 21
interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial”;
b) que os territórios rurais apresentam, explícita ou implicitamente, a predominância de elementos “rurais”. Nestes, incluem-se os espaços urbanizados que compreendem pequenas e médias cidades, vilas e povoados;
c) que a abordagem territorial está baseada em uma visão essencialmente integradora de espaços, agentes governamentais, atores sociais, agentes de desenvolvimento, mercados e políticas públicas de intervenção;
d) que a abordagem territorial tem na eqüidade, no respeito à diversidade, à solidariedade, à justiça social, no sentimento de pertencimento cultural e na inclusão social, metas fundamentais a serem atingidas e conquistadas;
e) que o desenvolvimento territorial busca centrar o foco das políticas no território, pois nele se combinam a proximidade social que favorece a solidariedade e a cooperação com a diversidade de atores sociais, melhorando a articulação dos serviços públicos, o acesso ao mercado interno, podendo chegar ao compartilhamento de uma identidade própria;
f) que o desenvolvimento territorial almeja resultados e soluções aos problemas vivenciados pelas populações contemplando a combinação das diferentes dimensões do desenvolvimento sustentável: econômica, sócio-cultural, político-institucional e ambiental;
g) que a gestão social do desenvolvimento territorial deve ser concretizada por meio de espaços de debate e concertação, com transparência e participação.
As propostas da SDT, em relação às institucionalidades territoriais, devem ser
consideradas como ponto de partida para discussões e definições, porém levando em
consideração as particularidades locais, as dinâmicas sociais específicas de cada território,
inclusive, no que se refere a presença e a atuação das entidades/instituições e movimentos
que atuam no território.
2.2.2 - Descrição da institucionalidade territorial da Mata Sul
O plenário é composto de todos os participantes da CIAT, segmentos da
sociedade civil e política, no geral se fizeram presentes nas Oficinas Territoriais realizadas,
se constitui, também, em um espaço aberto e dinâmico.
PTDRS MATA SUL 22
3. DIAGNÓSTICO DO TERRITÓRIO
3.1. CONFIGURAÇÃO ESPACIAL
O mapa abaixo representa o Estado de Pernambuco, ressaltando na cor verde
claro o território da Mata Sul.
3.2. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO DA MATA SUL
3.2.1 – Identidade
¡Aspectos históricos, políticos, étnicos e culturais
A origem do Território no que se refere aos municípios que o compõem se
constituiu a partir de algumas cidades geradoras (originárias), tais como, Rio Formoso,
Escada, Sirinhaém, Palmares, Quipapá e Barreiros. Seus municípios variam de 9 a 153
anos de instalação.
Dentre seus filhos ilustres, se destacam o Capitão Hermírio Peregrino Davi
Madeira, um dos bravos da guerra do Paraguai, e o alferes Marcelino Franco da Silveira
Lessa.
O Território da Mata Sul foi palco de momentos históricos como a Revolução
Praieira de 1848, de revoltas como a "Quebra Quilos", da grande matança dos habitantes
da Serra do Rodeador, da histórica Batalha do Reduto (século XVII), Guerra dos Mascates
PTDRS MATA SUL 23
(XVIII) e da campanha pela Abolição da Escravatura (XIX).
Contempla municípios que: até o final do século XVIII, era totalmente coberto
de imensas florestas e situava-se na área abrangida pelo célebre Quilombo dos Palmares
(Bonito); no começo do século XVIII era uma aldeia de índios (Barreiros); já nos anos
1800 era o centro comercial da região (Palmares); se fez presente na história do país com
participação importante na Resistência à Invasão Holandesa (Rio Formoso); tinha a estrada
de ferro ligando o Recife ao São Francisco e escolhida como preferida pelos senhores de
engenho do local para enviar remessas de açúcar para a capital do Estado (Gameleira).
Comunidades Quilombolas
O Decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003, em seu artigo 2º, considera os
remanescentes das comunidades dos quilombos, os grupos étnico-raciais, segundo critérios
de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais
específicas, com presunção de ancestralidade negra, relacionada com a resistência à
opressão histórica sofrida.
Neste aspecto se tem 144 comunidades quilombolas no País — formadas por
descendentes de escravos refugiados — vivendo, assim como seus ancestrais, na camada
mais baixa da escala social brasileira.
Dentre estas comunidades remanescente, 01 (uma) está localizada no município
de Rio Formoso4, reconhecida em 12/07/2005.
¡Aspectos Geoambientais
O Território da Mata Sul constitui um aglomerado em uma área contígua,
porém com características ambientais e físicas um tanto diferenciadas, uma vez que alguns
de seus municípios se encontram na faixa litorânea.
No que se refere ao relevo, solo e recursos hídricos apresentam certa 4 Fundação Palmares
PTDRS MATA SUL 24
semelhança, pois no geral os municípios possuem relevo ondulado, solos ricos, mas
cansados, bastante castigados pelo cultivo da cana-de-açúcar. No entanto, quanto à
identidade, não podemos afirmar, principalmente, quando comparamos Bonito com São
José da Coroa Grande, o primeiro já na zona de transição entre Mata e Agreste, e o outro
totalmente na faixa litorânea.
A Mata Sul se encontra na mesorregião da Mata, e o Território Mata Sul na
microrregião Mata Meridional. Em alguns pontos ela apresenta encostas, relativamente
íngremes, em forma de colinas mamelonares, e em outras, na forma de tabuleiros arenosos
e planos. É cortada por rios de pequena extensão, que nascem nas encostas da Borborema e
se dirigem para o oceano. Formam-se, também, vales profundos, que correm em planícies
aluviais pleistocênicas e holocênicas, formando várzeas baixas de solos turfosos, e
freqüentemente inundáveis, tendo por vezes que ser drenadas para o cultivo da cana.
A) Solos
De acordo com dados retirados do Zoneamento Agroecológico de Pernambuco
(2000), representado pela Figura 01, o território apresenta 11 (onze) municípios com um
relevo característico da encosta oriental do planalto da Borborema, 2 (dois) do planalto
rebaixado litorâneo, 1 (um) com a presença do dois tipos citados (Água Preta) e 4 (quatro)
com características do segundo e das planícies litorâneas.
PTDRS MATA SUL 25
Figura 01 – Grandes Unidades de Paisagem
Fonte: ZAPE
Os solos nas encostas são em geral lateríticos, chamados de "barro vermelho";
nos tabuleiros são silicosos; nas várzeas, aluviais, altamente argilosos, denominados
localmente de "massapé", tipo de solo muito enaltecido por Gilberto Freyre (1937) como
típico da região.
A figura 03 mostra que no território predomina solos do tipo latossolo amarelo,
que ocorre em 40% dos solos do Brasil, é um solo velho, bastante lavado e lixiviado.
No entanto, todos os municípios que constituem o território apresentam mais de
um tipo de solo, apenas Xexéu é que tem sua área praticamente classificada como latossolo
amarelo.
PTDRS MATA SUL
São Benedito do Sul
Jaqueira
Maraial
CatendePalmares
Belém de Maria
Joaquim Nabuco
Amaraji
Cortês
Primavera
Ribeirão
Gameleira
Água Preta
São José da Coroa Grande
Rio Formoso
Barreiros
Tamandaré
Bonito
Xexéu
PLANÍCIES LITORÂNEAS
PLANALTO REBAIXADO LITORÂNEO
ENCOSTA ORIENTAL DO PLANALTO DA BORBOREMA
26
Figura 02 – Unidades de Mapeamento de Solo
Gameleira
Preta
de Maria
aquim
Rio
Benedito do Sul
São José
Grande
Amaraji
Água
Barreiros
Bonito
Belém
tende
Cortês
Jaqueira
Nabuco
Maraial
Palmares
Primavera
Ribeirão
Formoso
São
da Coroa
Tamandaré
Xexéu
Fonte: ZAPE
Os gleissolos que são os solos hidromórficos ocorrem mais nas partes mais
côncavas das várzeas, corresponde a 4% dos solos brasileiros. Os podzólicos que na nova
nomenclatura são os Argissolos que existem em 26% do País, são solos que ficam muito
duros quando seco e mais soltos quando úmidos, e esta mudança ocorre rapidamente. Em
áreas com déficit hídrico as plantas têm muita dificuldade de romper com sua estrutura
radicular. Em particular, os argissolos amarelos são de fertilidade muito baixa.
No geral os solos no território se apresentam degradados pelo extensivo e
intensivo cultivo da cana-de-açúcar, com suas queimadas durante a colheita, o uso de
defensivos agrícolas, neste caso tanto para a cana quanto outras atividades agrícolas. Há
certo hábito em usar herbicidas para o preparo da área, inclusive nas áreas de
assentamentos, por considerarem reduzir o custo com mão de obra.
PTDRS MATA SUL
GLEISSOLO
PODZÓLICO VERMELHO AMARELO
LATOSSOLO AMARELO
PODZÓLICO AMARELO
SOLOS DE MANGUE
ILHA
27
Quanto à aptidão agroecológica uma boa parcela do território está classificada
como terras agricultáveis de potencial bom, com a presença de uma sutil área, em
Primavera, com terras de potencial melhor.
No entanto, também apresenta uma parcela de terra que é considerada
imprópria para atividades agrícolas, e os municípios que isto se apresenta, como pode ser
verificado na figura 04, com mais força são Amaraji e São Benedito do Sul.
Nos municípios da faixa litorânea há uma área considerável de terras próprias
para a silvicultura e reflorestamento. E um destaque para o município de Cortês que tem
praticamente toda sua extensão de terras próprias para este fim, silvicultura e
reflorestamento, ou indevida para atividades agrícolas, com uma pequena área de terra
agricultável de bom potencial.
PTDRS MATA SUL 28
Figura 03 – Aptidão Agroecológica
Fonte: ZAPE
Além de analisar os solos por tipo e aptidão agroecológica é importante
conhecer sua capacidade para trabalhos com irrigação, uma vez que o cultivo de sequeiro é
uma das queixas dos agricultores familiares quanto ao fato de não terem uma produção
agrícola contínua.
O ZAPE dá condições de observar que no território há um predomínio de áreas
de potencial muito baixo, baixo e médio para irrigação, aparecendo sutilmente algumas
áreas com alto (Amaraji, Ribeirão e Gameleira), e, em Primavera potencial muito alto
(mesma área que aparece com terras agricultáveis de melhor potencial). O município de
Cortês aparece quase todo como de muito baixo potencial.
PTDRS MATA SUL
exéu
Bonito
Joaquim Nabuco
Maraial
São Benedito do Sul Jaqueira
Catende
Palmares
Belém de Maria
Amaraji
Cortês
Primavera
Ribeirão
Gameleira
Água Preta
São José da Coroa Grande
Rio Formoso
Barreiros
Tamandaré
Xexéu
NÃO INDICADAS PARA ATIVIDADES AGRÍCOLAS
SILVICULTURA OU REFLORESTAMENTO
TERRAS AGRICULTÁVEIS DE MELHOR POTENCIAL
TERRAS AGRICULTÁVEIS DE BOM POTENCIAL
TERRAS AGRICULTÁVEIS DE POTENCIAL REGULAR
TERRAS AGRICULTÁVEIS DE POTENCIAL RESTRITO
29
Figura 04 – Potencial dos solos para irrigação
Fonte: ZAPE
B) Clima
O território é uma área com clima quente durante todo o ano, caracteriza-se por
ter duas estações bem definidas, com chuvas frontais de outono-inverno mais
concentradas, e chuvas de convecção no período mais quente do ano, em dezembro e
janeiro, as chamadas localmente de "chuva do caju". A umidade, porém, varia de acordo
com as taxas pluviométricas, que diminuem do litoral para o interior.
É um território com uma abundância hídrica tendo como uma de suas
principais bacias hidrográficas a do Rio Una.
PTDRS MATA SUL
Xexéu
Bonito
POTENCIAL ALTO
Joaquim Nabuco
Maraial
São Benedito do Sul
Jaqueira
Catende
Belém de Maria
Amaraji
Cortês
Primavera
Ribeirão
Gameleira
Água Preta
São José da Coroa Grande
Rio Formoso
Barreiros
Tamandaré
Xexéu
Bonito
POTENCIAL MUITO BAIXO
POTENCIAL MUITO ALTO
POTENCIAL MÉDIO
POTENCIAL BAIXO
30
3.2.1 – Contexto sócio-econômico
Os dados sócio-econômicos abordados em seguida são oriundos das fontes:
IBGE (2000), Atlas de Desenvolvimento Humano (2000) e Agencia CONDEPE/FIDEM
(2003), DATASUS (2006), PROMATA (2003). São informações e conclusões advindas do
levantamento da realidade dos 19 municípios que compõem o território.
3.2.2.1. Aspectos Demográficos
¡População Geral
O território da Mata Sul se encontra localizado na Região de Desenvolvimento
da Mata composto por 506.479 habitantes, correspondendo a 5,37% do Estado.
Consideraremos, para efeito de análise, os dados do Atlas de Desenvolvimento
Humano (2000), que apresentava uma população urbana de 331.104 e população rural de
175.375 habitantes, representando 65,37% e 34,63% da população total, respectivamente.
Observando o gráfico 01 se percebe um sutil crescimento na população do
território entre 1991 e 2000, percentualmente o decréscimo da população rural foi maior do
que o crescimento da população total.
PTDRS MATA SUL 31
Gráfico 01 – População Urbana x População Rural em 1991 e 2000
0
2 0 0 .0 0 0
4 0 0 .0 0 0
6 0 0 .0 0 0
8 0 0 .0 0 0
1 .0 0 0 .0 0 0
1 .2 0 0 .0 0 0
1 9 9 1 2 0 0 0
Popu la çã o Ru r a l Popu la ç ã o Ur ba n a Popu la ç ã o Tot a l
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
Conforme podemos verificar no gráfico 02 ocorre entre 1991 e 2000 um
processo de urbanização do território, em termos percentuais isto significa que a população
urbana passa de 57,6% para 65,4%, enquanto que a rural sai de 42,4% para 34,6%. Tal
fenômeno é verificado também na região nordeste com uma mudança para cima em 8,3%
da população urbana, no referido período, sendo de 60,7% em 1991 e 69% em 2000. Isto
se torna uma alerta para a necessidade de planejamento de ações prioritárias destinadas ao
setor urbano, pois, assim como ocorreu no Nordeste, o crescimento urbano aconteceu de
forma desordenada, com pessoas chegando com baixa escolaridade e sem a qualificação
para os serviços urbanos.
PTDRS MATA SUL 32
Gráfico 02 - Evolução da população rural e urbana no Território, 1991-2000.
205.898
279.270
485.168
175.375
331.104
506.479
0 1 0 0 .0 0 0 2 0 0 .0 0 0 3 0 0 .0 0 0 4 0 0 .0 0 0 5 0 0 .0 0 0 6 0 0 .0 0 0
Popu la çã o Ru r a l
Popu la çã o Ur ba n a
Popu la ç ã o Tota l
2 0 0 0
1 9 9 1
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
Dos dezenove municípios que compõem o território apenas um apresentava em
2000 uma taxa de urbanização inferior a 50%, que era Rio Formoso (40,2%), estando as
maiores taxas em Barreiros (79,3%), Palmares (77,9%), Catende (75,0%) e Ribeirão
(71,5%), podendo ser mais bem observado na Tabela 1.
É importante salientar que em alguns municípios, ocorre o fenômeno da
decadência de uma das principais atividades econômicas da microrregião, que incorporava
significativa massa de mão-de-obra, que foi a falência de grandes usinas da cana-de-
açúcar, como por exemplo, a Usina Central Barreiros, pertencente ao grupo Othon Bezerra
de Melo, no município dos Barreiros.
PTDRS MATA SUL 33
Tabela 1 - Indicadores demográficos
Municípios
2000Densidade
demográfica (hab/km2)
Taxa de urbanização (%)
Taxa geométrica de crescimento anual
(%)Água Preta 53,85 51,55 1,06Amaraji 89,61 67,49 0,71Barreiros 171,06 79,28 -0,4Belém de Maria 167,34 61,79 -1,53Bonito 96,5 60,91 0,83Catende 194,99 75,03 -0,09Cortês 128,48 66,58 0,24Gameleira 92,43 69,42 2,25Jaqueira 105,27 50,67 3,56Joaquim Nabuco 138,36 60,39 0,16Maraial 71,44 56,62 0,86Palmares 148,93 77,88 -0,38Primavera 119,43 57,86 0,62Ribeirão 144,52 71,52 0,12Rio Formoso 61,14 40,21 0,26São Benedito do Sul 50,27 50,31 0,65São José da Coroa Grande 187,03 68,11 2,15Tamandaré 175,44 66,82 2,75Xexéu 117,22 57,78 2,73Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
¡População - Estrutura Etária
O Gráfico 03 mostra a distribuição etária no território, em 2000 42% da
população residente estava na faixa etária de 25 anos ou mais, representando 202.871
habitantes. Fato importante, também, a ser observado é o percentual de 36% na faixa etária
de 0 a 14 anos, o que aponta para uma necessidade de investimento em educação básica.
Outro aspecto é a demanda por ações de qualificação, de geração de emprego e renda, uma
vez que já existe um percentual significativo na faixa etária a partir dos 15 anos, e
principalmente entre os 15 e 24 anos (22%). Sem perder de vista que há a tendência de
ampliação desse grupo etário, demandando, portanto, planejamento de ações capazes de
propiciar a inserção social dessa parcela da população.
PTDRS MATA SUL 34
Gráfico 03 – População por faixa etária
1 6 %
5 %
1 5 %
2 2 %
4 2 %
0 a 6 a n os 7 e 8 a n os 9 a 1 4 a n os 1 5 a 2 4 a n os 2 5 a n os ou m a i s
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
¡População - Gênero
Analisando os dados do Censo 2000, ficou caracterizado que quanto à
distribuição por gênero, a população aparece em equilíbrio no território e nos municípios
que o compõem. O território apresenta 50,3% de mulheres e 49,7% de homens, sendo a
maior diferença percentual de 3,6 % em Palmares (mais mulheres) e a menor a 0,4% em
Joaquim Nabuco (homens).
3.2.2.2. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDH-M
O índice de Desenvolvimento Humano foi criado por Mahbub ul Haq com a
colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia
de 1998.
Analisa as condições de vida de uma população, através das condições de
renda, longevidade e educação. A longevidade utiliza números de expectativa de vida ao
nascer. A educação é avaliada pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em
todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB per capita, em dólar PPC
(paridade do poder de compra), que elimina as diferenças de custo de vida entre os países.
Essas três dimensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um.
PTDRS MATA SUL 35
¡Evolução do IDH-M do Território, 1991-2000
Em 1991, o Brasil tinha um IDH de 0,696. Dentre os municípios da
microrregião Mata Meridional Pernambucana, o município que apresentava melhor índice
era Barreiros, com um valor de 0,583.
No ano de 2000, o IDH do País sobe para 0,766, e no que se refere a Mata
Meridional Pernambucana, continuamos tendo um dos municípios do Território com o
melhor valor, Ribeirão, apresentando índice de 0,658.
No período 1991-2000, a média do IDH-M do Território cresceu 22,2%,
passando de 0,496 em 1991 para 0,606 em 2000, acima do percentual de crescimento do
IDH do País que foi de 10,1%. No entanto a média ainda está abaixo do IDH do Estado,
que é de 0,692.
Neste aspecto os municípios que mais cresceram foram São Benedito do Sul
(35,9%), Xexéu (29%), Primavera (27,7%) e São José da Coroa Grande (26,1%). E de
menor percentual de crescimento foi Barreiros (8,9%), mesmo assim no ranking só está
abaixo de Catende, Palmares e Ribeirão (Anexo 1).
No entanto apesar de São Benedito do Sul ter tido o melhor avanço continua
apresentando o menor índice no território, conforme pode ser verificado no Gráfico 04,
apesar de ter saído do valor de 0,404 (1991) para o de 0,549 (2000).
Neste período, o hiato de desenvolvimento humano5 foi reduzido em 21,8%, o
que poderia significar aproximadamente 19 anos para chegar ao índice do melhor do País
(São Caetano do Sul-SP) e de 16 anos ao do Estado (Fernando de Noronha)
5 Significa a distância entre a média do IDH do território e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 – IDH.
PTDRS MATA SUL 36
Gráfico 04 – IDH-M dos municípios do Território em 2000
0,480,5
0,520,540,560,58
0,60,620,640,660,68
Ribeirão
Palmares
Catende
Barreiro
s
Primav
era
São J. d
a C. G
rande
Rio Formoso
Amaraji
Joaq
uim N
abuco
Água Preta
Tamandaré
Bonito
Belém de Maria
Gameleira
Jaqu
eiraCort
ês
Maraial
Xexéu
São B. d
o Sul
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, 2000
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
Considerando a classificação do PNUD, conforme quadro X, para
enquadramento em baixo, médio e alto desenvolvimento humano, o Território está no
patamar de desenvolvimento médio. Importante salientar que não existe nenhum município
do território fora deste patamar, o que não ocorria em 1991, em que dos 19 municípios que
o compõe, 14 se encontravam no patamar de desenvolvimento baixo, só ficava fora os
municípios de Barreiros, Catende, Palmares, Ribeirão e Rio Formoso.
¡Indicadores de Desenvolvimento Municipal de Educação, Longevidade e Renda.
Em ordem decrescente de contribuição para o avanço do IDH-M no Território,
temos o crescimento da Educação, com 41,8%, seguida pela Longevidade, com 16,7% e
pela Renda, com 8,9%, conforme pode ser observado no Gráfico 05. Quando olhamos para
cada município percebemos que mesmo apesar do avanço em todas as dimensões, dois
municípios do território apresentam decréscimo na dimensão renda, são eles Barreiros com
valor de - 0,014 e Maraial com valor de - 0,001 (Anexo 2), sendo que Barreiros apresenta
também o menor avanço em Educação.
PTDRS MATA SUL 37
Gráfico 05 – Contribuição para o crescimento do IDH-M
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
1991 2000 Avanço
EducaçãoLongevidadeRenda
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
3.2.2.3 Aspectos da Educação
Apesar de o indicador Educação ter contribuído em maior percentual para o
crescimento do IDH-M, passando a média de 0,471 para 0,668, o território da Mata Sul
tem um município como Barreiros, considerado um dos pólos neste aspecto, contando com
uma das Escolas Profissionalizantes mais conhecidas no Estado, Escola Agrotécnica
Federal de Barreiros (EAFB), foi o que menos avançou nos quesitos que influenciam a
análise do IDH-M.
¡Analfabetismo
Analfabetas são as pessoas que desconhecem o alfabeto, ou seja, são incapazes
de ler e escrever. Segundo a Unesco: "uma pessoa funcionalmente analfabeta é aquela que
não pode participar de todas as atividades nas qual a alfabetização é requerida para uma
atuação eficaz em seu grupo e comunidade, e que lhe permitem, também, continuar usando
a leitura, a escrita e o cálculo a serviço de seu próprio desenvolvimento e do
desenvolvimento de sua comunidade."
Para fins estatísticos, analfabeta é a pessoa acima de 15 anos que não sabe ler e
escrever pelo menos um bilhete simples, porém destacaremos também outras faixas etárias,
por acharmos importante para um processo de planejamento de ações.
PTDRS MATA SUL 38
O Mapa 02 mostra a situação do Território quando comparados às médias do
Estado (24,50%) e da Mesorregião (32,50%), considerando como piores àqueles que se
têm índices maior ou igual ao da mesorregião, intermediários os com índice menor que o
da mesorregião, no entanto, maior ou igual a do Estado, e os melhores àqueles que se
encontra com índice menor que do Estado.
Mapa 02 – Taxa de Analfabetismo - 2000
Oce
ano
Atl â
nt i
coXEXÉU
PALMARES
CATENDE
BELÉM DE MARIA
SÃOBENEDITODO SUL
MARAIAL
RIBEIRÃO
GAMELEIRA
RIO FORMOSO
TAMANDARÉ
SÃO JOSÉDA
COROA GRANDE
BARREIROS
AMARAJI
ÁGUAPRETA
PERNAMBUCO
JAQUEIRA
JOAQUIMNABUCO
CORTÊS
PRIMAVERA
ALAGOAS
BONITO
Fonte: PROMATA
Considerando estes parâmetros, apenas Barreiros (30,76%) e Palmares
(27,79%) são tidos como municípios que se encontram na faixa do INTERMEDIÁRIO,
ambos apresentam índices maiores que o do Estado. Os demais municípios se encontram
na faixa tida como PIOR, sendo que quatro deles com índice acima de 40% (São Benedito
do Sul – 48,35%, Xexéu – 43.94%, Maraial – 42,77% e Belém de Maria – 41,95%).
Apesar disto a média do índice de analfabetismo no território decaiu nas
diversas faixas etárias no período de 1991-2000, conforme pode ser observado no Gráfico
06, tendo sido registrado o maior percentual de queda na faixa etária infantil e o menor na
adulta.
PTDRS MATA SUL
PIOR
INTERMEDIÁRIO
MELHOR
LEGEN D A
39
Gráfico 06 – Média da Taxa de Analfabetismo no Território
48,0
36,5
52,858,5
37,2
45,1
16,21 3 , 8
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
Cria n ças de 10a 14 an os
an a lfa be ta s
Adole s ce n tesde 15 a 17 a n os
an a lfabe t as
Pes s oas de 15a n os ou ma isan a lfabe ta s
Pes s oa s de 25a n os ou ma isan a lfa be ta s
1 9 9 1 2 0 0 0
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
Os municípios que apresentaram uma maior redução no número de pessoas
analfabetas no período 1991-2000 foram São Benedito do Sul (68,93 – 48,35%) e Maraial
(64,04 – 42,77%), apesar de estarem entre os de maiores índices. Já o município dos
Barreiros (39,9 – 30,76%) foi o que apresentou a menor redução no número de pessoas
analfabetas (Anexo 3).
O inverso do analfabetismo é a taxa de alfabetização, logo os municípios com
menores índices de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever, serão os
que apresentarão as maiores taxas de alfabetização (Barreiros, Palmares e Primavera),
como pode ser observado no Mapa 03.
PTDRS MATA SUL 40
Mapa 03 – Taxa de Alfabetização, 2000
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
Considerando os dados do censo 2000, o analfabetismo no território aparece em
equilíbrio quando associamos ao índice as questões de gênero. No entanto, no geral a
diferença entre as taxas de analfabetismo, considerando homens e mulheres, aparece quase
sempre com um maior percentual no lado masculino em 14 dos 19 municípios que
constituem o território.
Quando avaliamos o analfabetismo de acordo com a localização da população
analfabeta, se urbana ou rural, o território apresenta na área rural um percentual de 16%
acima. Em todo o território as taxas são maiores na população rural, com município
apresentando uma diferença que chega até 100% (Tamandaré). Dentre os que têm as
menores diferenças, está Cortês (6,3%), Jaqueira (6,5%) e Joaquim Nabuco (7,1%).
Na relação analfabetismo x raça/cor tem os maiores percentuais nas de cor
parda e negra em todo o território, com a maior diferença percentual sendo registrada em
São José da Coroa Grande (18,5%) e a menor em Ribeirão (1,8%).
Outra análise importante de ser feita é o analfabetismo frente a faixa de
rendimentos domiciliares, em que ocorre uma relação inversamente proporcional, ou seja,
quanto menor o rendimento maior a índice de analfabetismo, conforme pode ser verificado
PTDRS MATA SUL
Bonito
São Benedito do Sul Jaqueira
Maraial
Catende
Belém de Maria
Palmares
Xexéu
Joaquim Nabuco
Água Preta
BarreirosSão José da Coroa Grande
Gameleira
Rio Formoso
Tamandaré
Cortês
AmarajiPrimavera
Ribeirão
41
no Gráfico 07.
Gráfico 07 – Analfabetismo e rendimentos domiciliares - 2000
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
Bras il Nordes t e Pe rn ambu co Te rrit ório
At é 1 S M
Ma is de 1 S Ma té 3 S M
Ma is de 3 S Ma té 5 S M
Ma is de 5 S Ma té 1 0 S M
Ma is de 1 0 S M
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
¡Matrículas por nível e modalidade de ensino
Outro quesito que influencia o IDH-M (Educação) é a taxa de matrícula em
todos os níveis de ensino, para isto fomos buscar os dados referentes ao período de 2002-
2006. Tanto o Estado quanto o território da Mata Sul não apresenta muitas mudanças em
relação ao número total de matrículas, envolvendo a Educação Básica (educação infantil,
ensino fundamental e médio), Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos e Ensino
Técnico Nível Médio, o que acontece também com Estado, conforme podemos observar no
Gráfico 08.
PTDRS MATA SUL 42
Gráfico 08 – Número de matrículas no Território e no Estado
0 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000
Pern ambu co
Te rritório 2 0 0 6
2 0 0 5
2 0 0 4
2 0 0 3
2 0 0 2
Fonte: Censo Escolar 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006
No entanto quando a análise se torna mais detalhada, separando as modalidades
e níveis de ensino, percebemos que ocorre um destaque no Ensino Técnico de Nível Médio
que se mantinha num crescimento sutil, assim como as outras modalidades e níveis, quanto
ao número de matrículas até 2004, em 2005 mais que duplica, e em 2006 tem uma queda
de 26% conforme pode ser verificado na Tabela 2.
Tabela 2 – Número de matrículas por modalidade e nível de ensino no Território (2002-2005)
Nível / Modalidade 2002 2003 2004 2005 2006Educação Infantil 18641 19722 17720 20136 20395
Ensino Fundamental 110094 109651 109822 106081 104858
Ensino Médio 18471 21229 19851 20512 22682
Educação Especial 440 692 620 652 726
Educação de Jovens e Adultos 16139 16838 19071 20395 22167
Ensino Técnico nível médio 403 426 513 1126 830Fonte: Censo Escolar 2002, 2003, 2004 e 2005
A Educação Especial vem sendo acessada de forma crescente, com um
crescimento de 65% no período de 2002-2006, no entanto ainda existem municípios com
0% de acesso, como é o caso de Belém de Maria, Gameleira e Primavera. O destaque em
crescimento vai para Água Preta que não registrava o acesso em 2002, em 2006 apresenta
um dos maiores números de matrícula, abaixo apenas de Barreiros, Catende e Palmares.
O indicador número de pessoas matriculadas é importante quando comparado à
demanda por faixa etária, pois possibilita visualizar a relação demanda x oferta ou acesso.
PTDRS MATA SUL 43
Analisando os dados dos censos demográfico (população por faixa etária escolar) e escolar
(nível e modalidade de ensino) de 2000 foi verificado que o território apresentava déficit
de 85% na Educação Infantil e de 49,7% no Ensino Médio.
No Ensino Fundamental, o número de pessoas matriculadas ultrapassava, em
todo o território, o número de pessoas na faixa etária escolar para este nível. Tal fato pode
estar associado à distorção idade série, 7,9% dos matriculados no ensino fundamental
tinham 15 anos ou mais. Apesar de não haver déficit registrado, deve-se ficar atento à
possibilidade de crianças dos 7 a 14 anos fora de sala de aula.
Dentre os municípios do território Xexéu é o que apresentava o maior déficit na
Educação Infantil (100,0%), seguido de Gameleira (94,3%), Maraial (93,2%), Bonito
(91,1%), Primavera (90,3%) e São Benedito do Sul (90,0%). E no Ensino Médio aparecem
Amaraji (81,4%), Tamandaré (80,9%), São Benedito do Sul (75,9%), Jaqueira (74,6%) e
Maraial (72,4%), conforme pode ser verificado no Anexo 4, como os de maiores déficit.
Esta análise mostra que apesar do indicador educação ter contribuído de forma
considerável para o avanço do IDH-M, ainda há muito por se fazer, especialmente quando
se trata da Educação Infantil que é a base de toda vida escolar de uma população.
¡Estabelecimentos por nível e modalidade de ensino
Um dos fatores que precisa ser observado é se a oferta de infra-estrutura é
suficiente para a demanda ao acesso à educação. A seguir se tem na Tabela 3 o número de
estabelecimentos por nível e modalidade de ensino no território, a fim de que possamos
observar quais as mudanças ocorridas desde 2000.
Como podemos observar o crescimento no número de estabelecimentos, que
pode citar como considerável se deu na Educação Especial que em 2000 não se registrava
nenhum estabelecimento passando para 36 estabelecimentos, na Educação Infantil, que
aumentou em 108,9% e na Educação de Jovens e Adultos com um aumento de 80,6%.
Tabela 3 – Número de estabelecimentos por nível e modalidade de ensino – 2000 e 2005 no
PTDRS MATA SUL 44
Território
Nível / Modalidade de Ensino 2000 2005Educação Infantil 224 468Ensino Fundamental 801 802Ensino Médio 55 54Educação de Jovens e Adultos 144 260Educação Especial 36Ensino Técnico Nível Médio 4Fonte: www.mec.gov.br
Embora não apareça o registro nos dados oficiais, em 2000 existia no território
um estabelecimento de ensino profissional nível médio, pois a existência da Escola
Agrotécnica de Barreiros é bem anterior a esta data, o que pode ter ocorrido é está
computado como estabelecimento de nível médio.
Os municípios com o maior número de estabelecimentos de ensino no território,
em ordem decrescente, são Palmares, Barreiros, Bonito, Ribeirão, Catende e Água Preta.
E, os com menor número, são Primavera e Maraial.
Quanto à dependência administrativa 83,8% dos estabelecimentos de ensino
existentes são públicos (12,3% são estaduais, 0,1% federal, 71,5% municipais) e 16,2%
particulares.
Ter clareza da oferta dos estabelecimentos de ensino é essencial para se fazer a
relação com a demanda da população. Dispor de 468 estabelecimentos para a Educação
Infantil, em 2005, se compararmos com ainda com os dados populacionais de 2000 de
crianças até 6 anos, teríamos 128,6 crianças por estabelecimentos, para o atendimento com
qualidade estes estabelecimentos precisariam ter em média 13 salas de aula.
¡Docência
O número de docentes no território em 2000 era de 5.859 correspondendo a
5,8% do País, 0,8% do Nordeste e 0,2% do Estado. Na Tabela 4 temos o número de
docentes por nível e modalidade de ensino, e podemos perceber que fazendo a relação
docência x discência, em 2000 existia 123,1% de crianças com idade para a Educação
Infantil por professor em exercício.
PTDRS MATA SUL 45
Tabela 4 – Número de docentes por nível e modalidade de ensino - 2000
Educação Infantil
Ensino Fundamental Ensino Médio Educação de
Jovens e Adultos
Brasil 278.559 1.564.334 430.467 122.699Nordeste 84.421 487.527 90.296 27.618Pernambuco 9.944 68.736 17.624 5.468Território 489 4.172 824 374
Entre os municípios do território Palmares (925) e Barreiros (739) eram os
municípios com o maior número de docentes, o que está em consonância com o fato de
serem os que possuem o maior número de estabelecimentos.
Ao relacionarmos alguns indicadores, tais como, analfabetismo, número de
matrículas (déficit escolar), número de estabelecimentos de ensino e de docentes,
observamos que as deficiências aparecem quase que de forma simultânea em alguns
municípios do território. O analfabetismo é mais alto em Xexéu e Maraial, que também
apresenta os maiores déficit escolares, juntamente com Primavera. Esses três municípios
(Primavera -107, Maraial - 140 e Xexéu - 124) aparecem também como os que possuem o
menor número de docentes.
3.2.2.4 Aspectos da Saúde
A dimensão Saúde foi a segunda que mais contribuiu para o crescimento do
IDH-M no Território, neste aspecto o indicador avaliado é o da longevidade, relacionado
com a expectativa de vida ao nascer. Portanto, analisar os indicadores desta temática passa
por verificar a situação de aspectos, entre outros, como: segurança alimentar, saúde pública
(saneamento básico, medicina preventiva), infra-estrutura (moradia, transporte, lazer).
¡Perfil Epidemiológico
Antes de entrarmos diretamente na análise de alguns indicadores em particular,
faremos uma breve análise no perfil epidemiológico do território.
PTDRS MATA SUL 46
A) Morbidade
O território no que se referem às doenças transmissíveis apresenta um quadro
que deve ser considerado significativo, especialmente quanto aos casos de Aids e
Hanseníase.
A Aids é uma doença que vem sendo registrada desde 1980, no período de
2000-2005 foram diagnosticados 155 casos no território da Mata Sul, incluindo todos os
municípios do território. Estando os maiores números nos municípios de Palmares (23),
Barreiros (23), Tamandaré (21), Catende (17) e Ribeirão (14).
No que se refere ao gênero 54,2% dos casos são encontrados no homem. No
geral os casos aparecem percentualmente equilibrados ao longo dos anos, no entanto, em
2001 foram diagnosticados 55% dos casos nas mulheres, e em 2002 os casos em homens
chegam 66,7% do total.
Quanto a raça/cor a doença aparece em brancos, pretos, pardos e indígenas,
sendo o maior percentual, exceto os ignorados (48,4%), nos de cor parda (36,1%). Em
indígenas foi registrado um caso.
Já na relação com a faixa etária o maior número aparece entre os 20-39 anos
(74,2%) e 40-49 anos (14,2%). Há ainda 02 casos diagnosticados em crianças de 1-9 anos.
A Hanseníase é outro agravo que aparece em todo o território, com o registro de
1821 casos no período de 2000-2005, com Palmares (517), Tamandaré (342), Gameleira
(218), Ribeirão (118) e Bonito (113) apresentando os maiores números. O município
menos afetado é Belém de Maria (2).
Aparece de forma equilibrada entre homens (922) e mulheres (904). Dos 1826
casos diagnosticados, 1098 foram curados e 380 estão em tratamento.
Nos dois agravos, Palmares e Tamandaré, aparecem entre os mais afetados, é
PTDRS MATA SUL 47
importante observar que se trata de municípios pólo e turístico, respectivamente, portanto,
inspirando uma maior atenção. Sem que isto signifique deixar de lado os outros
municípios, mas por se tornar um foco natural para o alastramento das doenças.
Outros agravos também acometem o território como é o caso da neoplasia
maligna da mama e do colo do útero, infarto agudo do miocárdio, diabetes mellitus,
doenças cérebro vasculares, doenças do aparelho respiratório e circulatório. A diabete é
registrada mais nas mulheres (79,1%), da mesma forma a hipertensão associada a diabetes
(80%).
Doenças como Leishamiose Tegumentar, Esquistossomose, Dengue e
Tuberculose também são registradas no território.
B) Morbi-mortalidade
Com relação à mortalidade no seu aspecto mais geral, vem ocorrendo como
conseqüência de alguns agravos aqui mencionados, e também agravos que não se
relacionam com doenças, como é o caso dos acidentes de transportes e agressões. No geral,
os principais agravos que causam óbito tiveram o crescimento de seu coeficiente no
período de 2000-2003, como pode ser observado na Tabela 5.
Tabela 5 – Coeficiente de Mortalidade para algumas causas (por 100.000 habitantes) no Território
– 2000 e 2003
Causa de Óbito 2000 2003Aids 2,1 2,5Neoplasia maligna da mama (/100.000 mulheres) 4,2 8,7Neoplasia maligna do colo do útero (/100.000 mulheres) 5,3 9,2Infarto agudo do miocardio 28 46,9Doenças cerebrovasculares 42,1 54,2Diabetes mellitus 26,8 41,9Acidentes de transporte 20,5 19,7Agressões 45,6 43,7
Fonte: MS/SE/Datasus,
Percentualmente as doenças do aparelho respiratório foram as principais
responsáveis pelos óbitos no território em 2003, conforme Gráfico 09.
PTDRS MATA SUL 48
Gráfico 09 – Mortalidade Proporcional - 2003
15%
25%
7%
9%
30%
8%6%
Algu m a s doe n ça s i n fe cc ios a s e pa r a s i t á r i a sNe opla s i a s (t u m or e s )Doe n ç a s do a pa r e lh o c i r c u la tór ioDoe n ç a s do a pa r e lh o r e s pi r a t ór i oAlgu m a s a fe c or i gi n a da s n o pe r íodo pe r in a t a lC a u s a s e xt e r n a s de m or bida de e m or t a li da deDe m a i s ca u s a s de fin ida s
Fonte: MS/SE/Datasus,
De acordo com dados oficiais (DATASUS, 2004), as maiores taxas de
mortalidade ocorrem em pessoas com faixa etária a partir dos 60 anos de Idade, onde dos
1.396 (mil trezentos e noventa e seis) óbitos ocorridos no território, 57,1% foi nesta faixa
etária.
Dentre as doenças analisadas acima o maior percentual de causa-morte está nas
doenças também em 2004 foi às doenças do aparelho circulatório.
¡Longevidade
Este indicador está relacionado à esperança de vida ao nascer, que se refere ao
número médio de anos que as pessoas viveriam a partir do nascimento, e a probabilidade
de sobrevivência, ou seja, a probabilidade de uma criança recém-nascida viver até aos 40 e
60 anos se os padrões de mortalidade específicos prevalecentes na época do nascimento
permanecer os mesmos ao longo da vida da criança.
Em 1991, o IDH-M Longevidade do Brasil era 0,662. O município da Mata
PTDRS MATA SUL 49
Meridional Pernambucana que apresentava melhor valor está inserido no território da Mata
Sul, Ribeirão (0,652), assim como, o com o pior valor, São Benedito do Sul (0,461).
No Brasil, em 2000, o valor passa para 0,727. Na Mata Meridional continua
sendo o município de Ribeirão o de melhor valor (0,719) e aparece Cortês com o pior valor
(0,572).
A) Esperança de Vida ao Nascer
A esperança de vida ao nascer do Brasil passa de 64,73 para 68,61 no período
de 1991-2000. No território, na mesorregião e no Estado também ocorre o crescimento
como pode ser verificado na Tabela 6.
Tabela 6 – Esperança de Vida ao Nascer no período de 1991-2000
Área 1991 2000Brasil 63,60 67,60Nordeste 59,97 64,83Pernambuco 62,04 67,32Mata Meridional (média) 64,27 70,71Território (média) 58,00 63,51Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000
No território município de Ribeirão sai de 64,12 para 68,15 chegando próximo
ao do País. No entanto, este não foi o que mais cresceu, e sim, Primavera (8,52), Joaquim
Nabuco (98,28), São Benedito do Sul (8,24), São José da Coroa Grande (7,46) e Água
Preta (7,17).
B) Probabilidade de sobrevivência
A média da probabilidade de sobrevivência até os 40 e 60 anos da Mata
Meridional e do Território aumentou no período de 1991-2000, conforme apresentado na
Tabela 7.
Tabela 7 – Probabilidade de sobrevivência no período 1991-2000
PTDRS MATA SUL 50
ÁreaProbabilidade de sobrevivência
até 40 anosProbabilidade de sobrevivência
até 60 anos1991 2000 1991 2000
Mata Meridional (média) 77,20 84,92 60,74 69,67Território (média) 77,01 84,44 60,49 68,86Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000
Dentre os municípios do território os que mais tiveram a probabilidade de
sobrevivência até os 40 anos acrescida foi Água Preta (77,59-86,66), Joaquim Nabuco
(76,47-86,82), Primavera (76,15-86,79) e São Benedito do Sul (70,44-81,67) e até os 60
anos temos Água Preta (61,15-72,48), Joaquim Nabuco (59,63-72,76), Primavera (59,20-
72,70), São Benedito do Sul (51,99-64,37) e São José da Coroa Grande (58,27-69,89).
É importante salientar que municípios que não aparecem entre os que mais
avançaram, já possuem o indicador, até os 40 anos, acima do referente ao País (86,90),
como é o caso de Amaraji (87,34) e Catende (87,25). E até os 60 anos tem Ribeirão (76,81)
que ultrapassa o Estado (75,31), o Nordeste (71,39) e o País.
É fato que a dinâmica dos indicadores de saúde estão diretamente ligados ao
acesso a serviços sociais básicos, especialmente saneamento básico, a situação econômica,
ou seja, no mínimo a garantia a segurança alimentar, mas também aos benefícios com
programas de saúde pública e de lazer.
A seguir destacaremos um indicador ligado à longevidade, que é o da
mortalidade infantil por ser ele o que melhor expressa a qualidade da saúde de uma
população.
C) Mortalidade infantil
O indicador mortalidade infantil expressa a freqüência de óbito de criança com
menos de um ano para cada mil nascidos vivos. No entanto, retrataremos também a
situação da mortalidade em crianças com menos de 5 anos de idade.
No Brasil, na Região Nordeste e no Estado de Pernambuco ocorre uma redução
da taxa de mortalidade infantil, no período de 1991-2000, tanto na faixa etária com menos
PTDRS MATA SUL 51
de 1 ano quanto nos menores de 5 anos de idade, como se observa na Tabela 8. Sabemos
que há no País toda uma preocupação com os programas de imunização às doenças infecto-
contagiosas e de assistência, a partir de programas de saúde, como o Programa Saúde da
Família (PSF) e o Programa de Agente Comunitário de Saúde (PACS).
Tabela 8 – Taxa Mortalidade Infantil no período de 1991 - 2000.
Unidade EspacialMortalidade até
um ano de idade, 1991
Mortalidade até um ano de idade, 2000
Mortalidade até cinco anos de idade, 1991
Mortalidade até cinco anos de idade, 2000
Brasil 48,72 34,04 65,72 44,42Nordeste 69,54 47,79 100,67 69,90Pernambuco 62,55 47,31 95,46 54,59Território (média) 82,22 65,61 123,92 72,61Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000
Apesar da redução ainda podemos considerar alto os índices de indicador no
período de 1991-2000, pois ainda ocorrem mortes por doenças causadas pela deficiência de
saneamento básico e moradia como, por exemplo, as diarréias por verminoses, e também,
pela desnutrição, por se ter famílias que não têm garantida a segurança alimentar.
Especialmente no Território que se encontrava com taxas bem superiores ao Estado e ao
País.
No Território, os municípios que apresentava as maiores taxas em 2000, para
óbitos de menores de 5 anos de idade, eram São Benedito do Sul, Maraial, Xexéu e Cortês,
conforme retratado no Mapa 04.
PTDRS MATA SUL 52
Mapa 04 – Mortalidade em menores de 5 anos de idade - 2000
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
No período de 2001-2003 há uma queda sutil, mas contínua, no índice de
mortalidade infantil, mas na relação dos óbitos infantis com o total de óbitos no território
cai de 2001-2002 e volta a subir de 2002-2003, conforme se verifica no Gráfico 10.
PTDRS MATA SUL
Bonito
São Benedito do Sul Jaqueira
Maraial
Catende
Belém de Maria
Palmares
Xexéu
Joaquim Nabuco
Água Preta
BarreirosSão José da Coroa Grande
Gameleira
Rio Formoso
Tamandaré
Cortês
AmarajiPrimavera
Ribeirão
53
Gráfico 10 – Indicadores de Mortalidade, 2001-2003
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
2001 2002 2003
Re la çã o deóbi tosin fa n t i s n otot a l deóbi t os (% )
Mor t a li da dein fa n t i l (porm i ln a s c idosvivos )
Fonte: DATASUS, 2006
Fato importante de ser observado é que nos municípios de Belém de Maria e
Ribeirão o índice de mortalidade infantil x óbitos totais e de mortalidade infantil x nascidos
vivos foi crescente em todo o período e de forma bastante acentuada. Com um crescimento
de 167,1% em Ribeirão e de 125,7% em Belém de Maria.
No que se refere a mortalidade infantil ocasionada por doenças endócrinas,
nutricionais e metabólicas, que estão diretamente ligadas a problemas de desnutrição, o
território apresentou um número pequeno de óbitos provocado por esta causa, levando a
crer que a desnutrição é um efeito tido em controle pelas ações básicas de saúde.
¡Acesso aos serviços sanitários básicos
Para compreendermos ainda melhor a situação de saúde de uma população se
faz necessário conhecer como se beneficia com serviços básicos, tais como: abastecimento
de água, instalações sanitárias, esgotamento sanitário e coleta de lixo. E, também, qual o
comportamento cultural desta população quanto à destinação do lixo.
No território da Mata Sul alguns serviços sanitários básicos melhoraram no
período de 1991-2000 como podemos verificar no Gráfico 11. No entanto, ainda apresenta
índices baixos, pois atendia apenas 60,77% dos domicílios com água encanada, 51,69%
PTDRS MATA SUL 54
com banheiro e água encanada, e a coleta de lixo que contempla apenas a área urbana,
mesmo assim, ainda estava com índice de 81,77%.
Gráfico 11 – Serviços Sanitários Básicos no Território, 1991-2000
0102030405060708090
Domicílios comágu a en can ada ,
Domicílios comban h e iro e águ a
en can ada
Domicíliosu rban os com
s e rviço de cole t ade lixo
1 9 9 1 2 0 0 0
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
Além de não ter uma abrangência considerada satisfatória, o Mapa 05 com a
situação dos municípios frente a presença de domicílios com instalações sanitárias
inadequadas é preocupante, pois dos 19 municípios 11 estavam acima do índice da
mesorregião (66,21%), 2 com índice menor do que da mesorregião e maior do que a do
Estado (56,18%), e, apenas, 5 municípios é que apresentavam índices menores do que do
Estado.
PTDRS MATA SUL 55
Mapa 05 – Esgotamento Sanitário inadequado, 2000
Oce
ano
Atlâ
n ti c
o
XEXÉU
PALMARES
CATENDE
BELÉM DE MARIA
SÃOBENEDITODO SUL
MARAIAL
RIBEIRÃO
GAMELEIRA
RIO FORMOSO
TAMANDARÉ
SÃO JOSÉDA
COROA GRANDE
BARREIROS
AMARAJI
ÁGUAPRETA
PERNAMBUCO
JAQUEIRA
JOAQUIMNABUCO
CORTÊS
PRIMAVERA
ALAGOAS
BONITO
Fonte: PROMATA, 2003
Alguns serviços são inerentes à área urbana, como por exemplo, a coleta de
lixo, o que nos leva a supor que nas comunidades rurais as questões sanitárias são bem
mais preocupantes. No Mapa 06 a interpretação dos intervalos é de acordo com a
classificação estabelecida no Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para os
Municípios da Zona da Mata em 2002, elaborado pelo Grupo de Resíduos Sólidos da
UFPE. E tem a ver com o risco ambiental, ou seja, os municípios em vermelho são os
apresentam maiores riscos (Barreiros, São José da Cora Grande, Tamandaré, Gameleira,
Ribeirão, Primavera, Cortês, Belém de Maria e Jaqueira)
PTDRS MATA SUL
PIOR
INTERMEDIÁRIO
MELHOR
LEGEN D A
56
Mapa 06 – Destinação dos resíduos sólidos, 20006
Oc e
ano
Atlâ
n tic
o
XEXÉU
PALMARES
CATENDE
BELÉM DE MARIA
SÃOBENEDITODO SUL
MARAIAL
RIBEIRÃO
GAMELEIRA
RIO FORMOSO
TAMANDARÉ
SÃO JOSÉDA
COROA GRANDE
BARREIROS
AMARAJI
ÁGUAPRETA
PERNAMBUCO
JAQUEIRA
JOAQUIMNABUCO
CORTÊS
PRIMAVERA
ALAGOAS
BONITO
Fonte: PROMATA, 2003
Um território com um quadro crítico quanto ao esgotamento sanitário, destino
final dos resíduos sólidos, e como poderemos verificar no próximo Mapa, com uma
população em que o benefício da disponibilidade de água para o consumo humano é
inadequado, aqui sendo considerado a taxa de domicílios que não é abastecida com água
proveniente da rede geral ou poço, com canalização interna, correm riscos de ser
acometida por doenças, entre outras, tipo: cólera, esquistossomose e verminoses.
6 Não dados no Promata sobre o município de Bonito
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ALTA
MÉDIA
BAIXA
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Mapa 07 – Abastecimento de água, 20007
Oc e
ano
Atlâ
n tic
o
XEXÉU
PALMARES
CATENDE
BELÉM DE MARIA
SÃOBENEDITODO SUL
MARAIAL
RIBEIRÃO
GAMELEIRA
RIO FORMOSO
TAMANDARÉ
SÃO JOSÉDA
COROA GRANDE
BARREIROS
AMARAJI
ÁGUAPRETA
PERNAMBUCO
JAQUEIRA
JOAQUIMNABUCO
CORTÊS
PRIMAVERA
ALAGOAS
BONITO
Fonte: PROMATA, 2003
Está em dentre os de alto risco ambiental significa dizer que têm um índice
maior do que o da mesorregião (42,42%) de domicílios com esta situação de risco.
¡Rede de Serviços de Saúde
O território dispõe, de acordo com dados do Datasus, que existia, em 2003, 220
(duzentos e vinte) estabelecimentos de saúde, com 1.970 (mil, novecentos e setenta) leitos,
sendo Palmares e Barreiros os municípios que dispõem do maior número de
estabelecimentos. Dos estabelecimentos, 21 (vinte e um) são hospitais e 102 (cento e dois)
são unidades de saúde da família, no entanto, em Belém de Maria e Primavera são foram
registradas nenhuma.
7 Não dados no Promata sobre o município de Bonito
PTDRS MATA SUL
PIOR
INTERMEDIÁRIO
MELHOR
LEGEN D A
58
Na Tabela 9 temos os números do território quanto às quantidades de leitos por
algumas especificidades. Sendo importante ser registrado que 5 (cinco) municípios não
dispunha de hospital (Bonito, Jaqueira, São José da Coroa Grande, Tamandaré e Xexéu),
dependendo portanto dos municípios mais próximos.
Tabela 9 – Número de leitos no Território por especificidades – 2003
Especificidades Número de leitosHospitalares 986
Cirúrgicos 138
Obstétricos 179
Clínica Médica 297
Psiquiátricos 123
Pediatria 245Fonte: www.datasus.gov.br
Os municípios com o maior número de leitos são Palmares (664), Barreiros
(450) e Ribeirão (268), sendo que em Barreiros é onde encontramos o maior número de
leitos psiquiátricos (120).
E válido destacar que o território conta com 356 consultórios médicos em
unidades de saúde, e com 155 equipos odontológicos, o que corresponde a 129 e 66,4 por
10.000 habitantes, respectivamente.
Quanto ao prestador do serviço o principal é setor público (200), estando sob a
responsabilidade municipal o maior número (191).
A rede de serviços não existe apenas de estrutura física, portanto, é importante
salientar que o número de médicos (as) residentes por mil habitantes decresceu no período
de 1991-2000 (0,07-0,06) e o percentual de enfermeiros (as) residentes com curso superior
cresceu em quase quatro vezes no mesmo período (1,06-3,56).
Na parte referente aos serviços de alta e média complexidade o território dispõe
de 6 (seis) clínicas especializadas e 3 estabelecimento para serviços auxiliares de diagnose
e terapia. Porém, os atendimentos neste âmbito no geral são realizados na capital, com
PTDRS MATA SUL 59
alguns tipos (ex: ultra-sonografia) em municípios pólos.
Dos municípios que compõem o território em 7 (sete) não foi registrado os
serviços de vigilância sanitária, sem contar que nos que existem registros, em geral, as
ações são deficientes, tanto devido a recursos físicos e materiais quanto humanos.
¡Cobertura dos Programas de Atenção Básica
Considerando dados do Datasus, os indicadores do programa de atenção básica
apontam para uma queda na cobertura do Programa de Agentes comunitários de saúde
(PACS), mas um acréscimo na do Programa Saúde da Família (PSF), o que é o esperado,
pois o segundo programa ele absorve os profissionais agentes comunitários de saúde e
incorpora outros profissionais, entre eles, médicos, enfermeiros e odontólogos. A análise
foi feita nos anos de 2000 e 2005 conforme visualizado no Gráfico 12.
Gráfico 12 – Cobertura do PACS e do PSF no Território - 2000 e 2005
020406080
100
2000 2005
% popu lação cobert a pe lo programa
PAC S
PS F
Fonte: www.datasus.gov.br
Complementando as informações o Gráfico 13 mostra a dinâmica dos dois
programas frente algumas ações, nos dois anos.
PTDRS MATA SUL 60
Gráfico 13 – Cobertura do PACS e do PSF por atividades Território - 2000 e 2005
0
20
40
60
80
100
120
2000 2005 2000 2005 2000 2005
% de crian ças c/es q.vacin a l bás ico em
% de crian ças c/ a le it .ma te rn o exclu s ivo (2)
% de cobert u ra decon s u lt as de pré -n a ta l
PAC S PS F
Fonte: www.datasus.gov.br
Como podemos perceber enquanto há uma redução no percentual das ações do
PACS, cresce o percentual do PSF, o que significa dizer que não ocorre a queda do
serviço, e sim, seu aprimoramento, pois uma ação que antes era desempenhada por um
profissional (agente comunitário) passa a ter também o acompanhamento de outros
profissionais (médicos/as e enfermeiros/as).
No entanto, ainda não se tem a cobertura total, em 2005 o PSF cobria 85,2% da
população, e com municípios apresentando um índice bem abaixo, tais como, Gameleira
(56,9%), Ribeirão (54,2%), Rio Formoso (54,7%) e Tamandaré (58,6%).
3.2.2.4. Aspectos Econômicos
¡Renda e Desigualdade
O território apresentou no período de 1991-2000 um crescimento na média do
Índice Gini (0,53 – 0,57), índice este que mede o grau de desigualdade existente na
distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita indo de zero
(desigualdade nula) a um (desigualdade máxima), com exceção dos municípios de Amaraji
e Barreiros, este último com o grau de desigualdade caindo em 0,14 (Anexo 5).
PTDRS MATA SUL 61
Registrando-se em Bonito o maior crescimento no grau de desigualdade (0,53-0,65).
A média da renda per capita territorial, no período de 1991-2000, aumentou em
aproximadamente 29%, com municípios chegando a crescer mais de 50% (Catende, São
José e Tamandaré). No entanto, alguns de seus municípios apresentaram redução nesta
renda, foram Barreiros e Maraial, o primeiro chegando a reduzir em 8,1% (Anexo 6).
Apesar do crescimento o território apresenta valores bem abaixo do País,
enquanto a renda no território passa de R$ 64,87 (sessenta e quatro reais e oitenta
centavos) para R$ 83,68 (oitenta e três reais e sessenta e sete centavos), o Brasil sai dos R$
230,30 (duzentos e trinta reais e trinta centavos) para R$ 297,23 (duzentos e noventa e sete
reais e vinte e três centavos). Significando para o território ter uma renda per capita que
equivale a apenas 27,1% da renda nacional, praticamente o percentual de crescimento no
período (29%). Outro fato importante de se verificar é que mesmo o município com a
maior renda no território, não corresponde nem a 50% do equivalente a renda do País
(Palmares – R$ 134,47), e o com a menor renda (Maraial – R$ 60,57) equivale a 20,4%.
¡Pobreza e Indigência no Território
De acordo com dados do Atlas de Desenvolvimento Humano (2000), a
Intensidade da pobreza do Brasil cresce no período de 1991-2000 (49,18 - 49,68). Dentre
os municípios do Território da Mata Sul, o município com o melhor valor era Palmares
(49,36), em 1991, e em 2000, passa a ser Catende (51,12), importante observar que o de
melhor valor em 2000 apresenta um índice maior do que o de 1991, isto porque Palmares
sobe seu índice no valor de 4,7. Já o de pior valor era Tamandaré, com um valor de 61,92,
em 1991, e passa a ser Água Preta, com um valor de 61,27, registra-se que ocorreu neste
município um acréscimo de 6,18.
O percentual de pobres no Território diminuiu em 18 (dezoito) municípios, e
cresceu em Jaqueira (79,8 – 80,05). Os municípios em que houve a maior redução foram,
em ordem decrescente, Catende, Barreiros, São José da Coroa Grande, Xexéu, Amaraji,
Primavera, Rio Formoso e Palmares.
PTDRS MATA SUL 62
Apesar disto, no contexto geral, o território tinha um município (Palmares) com
valor entre 50,00 e 52,50 (1991), correspondendo a 14,1% da população, passa a ter 5
(cinco), Catende, Gameleira, Joaquim Nabuco, Primavera e Ribeirão, significando 28,7%
da população (2000). No entanto, também muda o quadro dos piores valores, em 1991 um
município tinha valor entre 60,00 e 62,50, correspondendo a 3,3% da população, já em
2000, aparecem três municípios, representando 13,0% da população.
Se no território o quadro da pobreza, considerando sua intensidade, mostra uma
mudança crítica, o que dizer da Intensidade da indigência que cresce em todos os
municípios do território. Em 1991 o município com o melhor valor era Palmares com o
valor de 37,35 passando a 49,22 em 2000, e o pior era Belém de Maria com o valor de
47,10 cresce em 2000 para 50,66.
No período de 1991-2000 o território passa de 2 (dois) municípios com piores
valores (47,00 a 47,10) para 16 (municípios) conforme pode ser observado na Tabela 10.
Tabela 10 – Intensidade de Pobreza e de Indigência, 1991-2000
Intervalos 1991 2000
Municípios População Municípios População46,60 a 46,70 16 373.079 1 11.47746,70 a 46,80 0 0 0 046,80 a 46,90 0 0 2 52.02146,90 a 47,00 1 13.543 0 047,00 a 47,10 2 23.737 16 368.199Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000
Em 2000, a Intensidade da indigência no território aparece com o melhor valor
em Primavera, com um valor de 46,66, e com o pior valor em Água Preta, com um valor de
60,79.
Quando comparamos a situação do Território frente à do País nos dois
indicadores acima analisados o quadro, conforme se verifica na Tabela 11, não se distancia
muito, com um detalhe que apesar do aumento da média da Intensidade de Indigência no
PTDRS MATA SUL 63
território, ainda ficou abaixo do valor do Brasil.
Tabela 11 – Intensidade de Pobreza e de Indigência, 1991-2000
Unidade Espacial 1991 2000
Intensidade da pobreza
Intensidade de indigência
Intensidade da pobreza
Intensidade de indigência
Brasil 49,18 42,04 49,68 53,87Média do Território 56,46 42,91 55,45 50,60Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000
¡Rendimento Mensal de Chefes de Domicílios
No território 16 (dezesseis) municípios se encontram com a taxa de chefes de
domicílios ganhando até um salário mínimo maior ou igual ao da mesorregião da Mata
Meridional Pernambucana (62,79%) e apenas 2 (dois) municípios apresentam taxas
menores que da mesorregião e igual ou maior a da média do Estado (51,73%), conforme
Mapa 08.
Mapa 08 – Renda de chefes de domicílios até 1 salário mínimo, 2000
Oce
ano
Atl
ânt i
co
XEXÉU
PALMARES
CATENDE
BELÉM DE MARIA
SÃOBENEDITODO SUL
MARAIAL
RIBEIRÃO
GAMELEIRA
RIO FORMOSO
TAMANDARÉ
SÃO JOSÉDA
COROA GRANDE
BARREIROS
AMARAJI
ÁGUAPRETA
PERNAMBUCO
JAQUEIRA
JOAQUIMNABUCO
CORTÊS
PRIMAVERA
ALAGOAS
BONITO
Fonte: PROMATA, 2003
PTDRS MATA SUL
PIOR
INTERMEDIÁRIO
MELHOR
LEGEN D A
64
¡Emprego e Renda
As atividades econômicas predominantes no Território da Mata Sul estão
vinculadas ao segmento sucroalcooleiro, que concentra 49,82% dos empregos do setor do
Estado, à indústria de transformação e extrativa mineral e ao turismo.
A população economicamente ativa é de 223.645 habitantes, dos quais 172.405
estão ocupados nos seguintes setores produtivos: agropecuária (31,8%), comércio e
serviços (16,6%), indústria de transformação (8,9%), educação (7%) e serviços domésticos
(7%). Os demais 28,7% estão distribuídos em outros setores produtivos como
administração pública, transporte e armazenagem, alojamento e alimentação, entre outros.
A) Estabelecimentos por setor de atividade8
O território conta com 4.857 estabelecimentos, com o maior percentual nos
municípios de Palmares (22,8 %), Barreiros (13,1%) e Ribeirão (12,0%), sendo o setor de
comércio o com maior número 2440 (dois mil duzentos e quarenta) estabelecimentos
(50,2%).
O setor de agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal aparecem
com 7,6% dos estabelecimentos.
¡Cadeias e Arranjos Produtivos
Destaca-se a produção da cana-de-açúcar e seus derivados, minerais não
metálicos e o turismo. A produção de camarão em cativeiro poderá se constituir em vetor
de desenvolvimento e diversificação produtiva da RD, bem como a pesca marinha, ainda
realizada de modo artesanal poderá, em médio prazo, concorrer para a criação de novas
ocupações produtivas.
8 Fonte: MTE, Rais 2001
PTDRS MATA SUL 65
A agroindústria, à exceção das atividades sucroalcooleiras, apresenta caráter
artesanal e poderá se expandir através de melhor divulgação e acesso a linhas de crédito, da
introdução de inovações tecnológicas no processo produtivo e na padronização dos
produtos. Nesse caso também se insere a exploração de frutíferas permanentes, em função
da elevada pluviosidade dessa Região.
PTDRS MATA SUL 66
A atividade turística (turismo de praia) já explorada em vários municípios,
notadamente em São José da Coroa Grande, Barreiros, Tamandaré e Rio Formoso, contam
com um razoável aporte de infra-estrutura provenientes do Programa Prodetur. Essa poderá
vir a se expandir, especialmente, nas vertentes do turismo rural e de aventura. No Quadro
06 evidenciamos os principais atrativos nos municípios, vale ressaltar que as feiras-livres
são consideradas, também, como um desses atrativos em todos os municípios do território,
que, em geral, acontecem aos sábados ou domingos. Outro fator importante é que no
território existem 05 municípios com reconhecido pela Embratur como turístico desde
1997.
Quadro 05 - Atrativos turísticos no Território
Município AtrativosCulturais e Religiosos Naturais
Água Preta Padroeiro: São José da Agonia (19/03)Festas: São José da Agonia; Vaquejada; São João; Água-fest
Serra do Cajuá; Parque Ecológico Vasconcelos Sobrinho
Amaraji Padroeiro: São José (19/03)Festas: Santo Amaro; São Pedro; São José; Vaquejada
Engenho da Garra, Quedas d'água e Bicas
Barreiros Padroeiro: São Miguel Arcanjo (29/09); N.Sra.da Saúde (02/02)Festas: São Miguel; Nossa Senhora da Saúde; Carnaval; Festas Juninas; Mês de MariaUsinas
Praia do Porto, Engenhos,;Pedra do Corisco, Mirante da Fazenda S.Francisco, Bica do Porto, Ilha dos Piabas de Cima e Rio Una.
Belém de Maria Padroeiro: Nossa Senhora das Dores (15/09)Festas: Nossa Senhora das Dores; São João; São José; Festa do ComércioENA - Educandário Nordestino Adventista
Mirante da Antena, Pedra dos Quandus, Barragem do Prata e Banhos (Angelim e Poço da Gata)
Bonito Artesanato Folclore - os tradicionais batalhões de bacamarteiros Procissão de São PedroNossa Senhora da Conceição (08/12), São Sebastião, Festa da Batata-DoceSítios históricos - Sede Casario e igreja, Engenho Jardim / casa-grande, Engenho Tróia / moita, Engenho Barra Azul / casa-grande
Véu da Noiva, Humaytá, Corrente Pedra Redonda, Barragens do Prata e do Rio Bonito, Serra do Araticum (mirante e capela dedicada à Nossa Senhora de Mont Serrat), Mata do Mucuri, Corredeira do Oratório, Açude da Colônia Rio Bonito, Furnas na Pedra do Rodeadouro ou a da Pedra Oca, Engenhos Barra Azul, Verde, Flor de Bonito e Jardim, Pedra do RodeadouroAçude da Colônia Rio Bonito
Continua
PTDRS MATA SUL 67
ContinuaçãoMunicípio Atrativos
Culturais e Religiosos NaturaisCatende Padroeiro: Nossa Senhora de Sant'Ana (06/01)
Festas: São Sebastião; São João; Carnaval; Mulher da Sombrinha
Serra da Prata; Engenhos; Açude Santa Rita
Cortês Padroeiro: São Francisco de Assis (04/10)Festas: S. Francisco de Assis; Banho da Cerveja; Festas Juninas
Banho de Bica
Gameleira Padroeiro: Nossa Senhora da PenhaFestas: Nossa Senhora da Penha; Aniv. da Cidade; Festas Juninas
Cachoeira de Pau Sangue
Jaqueira Padroeiro: Nossa Senhora Aparecida (12/10) Festas: Nossa Senhora Aparecida
Joaquim Nabuco Padroeiro: São José (19/03)Festas: Carnaval; Festas Juninas; São JoséUsina de Açúcar
Açude do Justo
Maraial Padroeiro: Nossa Senhora das Dores (02/02)Festas: Carnaval; Festas Juninas; Nossa Senhora das Dores; Natal
Palmares Padroeiro: Nossa Senhora da Conceição (08/12)Festas: São Sebastião; São João; Nossa Senhora Sant'Ana; São JoséUsina
Engenhos; Quedas d'Água; Ria Una; Barra do Rio Pirangi
Primavera Padroeiro: Santo Antônio (13/06)Festas: Cavalhada; São João; Santo Antônio
Cachoeira do Urubu
Ribeirão Padroeiro: Nossa Senhora de Sant'Ana (16/07)Festas: Carnaval, Juninas, Nossa Senhora de Sant'Ana
Rio Formoso Padroeiro: São José (19/03)Festas: Santo Inácio de Loiola; Nossa Senhora do Livramento; Nossa Senhora do Rosário
Praia dos Carneiros
São Benedito do Sul
Padroeiro: São Benedito (05/01) e São Sebastião (19/01)Festas: São Benedito; Reis; São João
São José da Coroa Grande
Padroeiro: São José (19/03)Festas: São Sebastião; Carnaval; Festas Juninas Igreja;
Praias Engenhos
Tamandaré Padroeiro: São Pedro (29/06)Festas: Santo Inácio; Emancipação Política; São João; São Pedro
Praias; Manguezais; Monte Oitizeiro; Boca da Barra; Rio Ariquindá; Praia de Tamandaré
Xexéu Padroeiro: São Sebastião (19/03)Festas: São Sebastião
Fontes: PROMATA, 2006 e CONDEPE/FIDEM, 2006
PTDRS MATA SUL 68
¡Estrutura fundiária
Considerando os dados do Atlas do Território (SDT, 2006) o território da Mata
Sul tem 5.029 famílias assentadas e 6.406 famílias acampadas correspondendo,
respectivamente, a 30,3% e 30,1% do Estado.
No tocante a estabelecimento rural da agricultura familiar representa 2,1% do
Estado (4.951). Apresenta um percentual de apenas 6% da demanda social atendida.
Quanto à condição legal das terras verificamos que, de acordo com dados do
Censo Agropecuário de 1996, 70,6% das terras do território são próprias. Tem 86% das
áreas totais possuem até 50 ha e destas 75,1% são próprias. O município de Bonito era o
que apresentava o maior número de estabelecimentos, mas também o maior percentual de
terras em condições de parceria e ocupação (29,1%). Sendo São José da Coroa Grande o
que possuía menor número de estabelecimentos (38), mas com 94,7% de terras próprias.
O território ainda registra um percentual de 8,3% de terras entre 100 a 1000 ha,
isto é, com áreas acima de 7 (sete) módulos fiscais da região (14 ha).
No território em 66,8% dos estabelecimentos existem lavouras permanentes e
em 86,3% aparecem lavouras temporárias, temos também um percentual alto de áreas com
terras inaproveitáveis (61,7%), como pode se verificar na Tabela 12. Dados como estes são
essenciais durante um planejamento produtivo, se faz necessário um estudo aprofundado
antes de iniciativas agropecuárias, basta compararmos estes dados com a qualidade e
situação dos solos no território.
Tabela 12 – Estabelecimentos agropecuários por utilização de terras no Território
Utilização das terras PercentualLavouras permanentes 66,8Lavouras temporárias 86,3Lavouras temporárias em descanso 16,3Pastagens naturais 34,9Pastagens plantadas 9,0Matas e florestas naturais 24,6Matas e florestas artificiais 0,5Terras produtivas não utilizadas 41,8Terras inaproveitáveis 61,7Fonte: Censo Agropecuário, 1996 (IBGE)
PTDRS MATA SUL 69
Dentre os municípios o que apresenta um maior número de estabelecimentos
com terras inaproveitáveis é Bonito.
Em termos de área o território tem 325.825,44 ha, sendo Água Preta e Rio
Formoso os municípios de maiores áreas, juntos representam 23,4%. E o de menor área é
Belém de Maria representando 1,6% do território.
Quanto à ocupação o território concentra em suas áreas a utilização de lavouras
temporárias (44,6%), e ainda tem 12% de áreas produtivas não utilizadas, conforme pode
ser observado no Gráfico 14. Os municípios com maior percentual de suas áreas ocupadas
com lavouras temporárias são Cortês (72%), Joaquim Nabuco (68,1%) e Gameleira
(61,2%). Sendo Belém de Maria o que tem o maior percentual de suas áreas cobertas com
lavouras permanentes.
PTDRS MATA SUL 70
Gráfico 14 – Distribuição de área (ha) por ocupação5 %
4 5 %
6 %
1 1 %
6 %
8 %
0 %
1 2 %
7 % La vou r a s pe r m a n e n te s
La vou r a s t e m por á r ia s
La vou r a s t e m por á r ia s e mde s ca n s oPa s ta ge n s n a tu r a i s
Pa s ta ge n s pla n ta da s
Ma t a s e flor e s t a s n a t u r a i s
Ma t a s e flor e s t a s a r t i fi c ia i s
Te r r a s pr odu t iva s n ã ou t i li za da sTe r r a s in a pr ove i t á ve i s
Fonte: Censo Agropecuário (IBGE), 2006
¡Pecuária: Efetivo de rebanhos
De acordo com dados do IBGE (2004) o território da Mata Sul tem o maior
número de cabeça entre as aves (galos, frangos, frangas, pintos e galinhas), pois representa
90,7% do total de animais, esta atividade tem o município de Bonito com o maior
percentual (82,1%).
Analisando as atividades pecuárias entre pequeno, médio e grande porte, temos
a de grande porte (6,2%) prevalecendo sobre a de médio porte (1,9%), conforme pode ser
verificado na Tabela 13. Sendo o bovino mais representativo dentro dos de grande porte e
os suínos entre os de médio porte.
PTDRS MATA SUL 71
Tabela 13 – Rebanho no território, 2004
Animais PercentualAnimais de grande porte (bovinos e bubalinos) 6,2Animais de médio porte (caprinos, ovinos e suínos) 1,9Animais de pequeno porte (galinhas, galos, frangos, frangas, pintos e codornas)
90,6
Eqüídeos (eqüinos, asininos e muares) 1,3%Fonte: Efetivo dos Rebanhos (IBGE), 2004
Outra questão importante é a criação de eqüídeos (eqüinos, asininos, muares)
que representa um percentual (1,3%) bem próximo da criação de médio porte, que é fácil
de ser explicado, pois ainda é um dos meios transportes utilizados no meio rural, e também
devido à utilização como animais de serviço, principalmente os muares correspondendo a
45,3% dos eqüídeos do território.
Os municípios com o maior número de cabeças bovinas são Bonito e Água
Preta, e Bonito também com o maior número de cabeças suínas, correspondendo a 50,8%
de todo o território.
¡Agricultura: lavouras permanente e temporária
As principais culturas desenvolvidas no território é abacaxi, batata-doce,
banana, borracha, cana-de-açúcar, coco, laranja, mamão, e mandioca.
A) Lavoura Permanente
Em 2004, o território teve uma área de 84.154 ha colhida com lavouras
permanentes (banana, borracha, coco da baía, café, limão, laranja, mamão, maracujá,
goiaba, palmito e urucum), correspondendo a um valor de R$ 555.601.000,00 (quinhentos
e cinqüenta e cinco milhões seiscentos e um mil reais). Dentre elas se destacam o cultivo
da Banana e do Coco-da-baía, tanto em área colhida quanto em rendimentos econômicos,
conforme se verifica na Tabela 14. O detalhe é que a Banana é encontrada em todo o
território, sendo o município de maior produção Amaraji (14.250 t) e o de menor São José
da Coroa Grande (35 t).
PTDRS MATA SUL 72
Tabela 14 – Principais produtos agrícolas de lavouras permanentes, 2004
Produtos Agrícolas Área colhida (ha) Valor da produção (R$ 1.000,00)
Banana 6146 8513Borracha (látex coagulado) 202 801Coco da baía 2288 3861Café 91 303Limão 40 92Laranja 70 49Mamão 15 153Maracujá 65 294Goiaba 4 26Palmito 65 174Urucum 40 30Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
A goiaba, o palmito e o urucum são atividades que apareceram como principais
em apenas um município, sendo, respectivamente, Ribeirão, Rio Formoso e Belém de
Maria.
Os municípios com a maior área colhida foram Amaraji (1.969 ha) e Palmares
(1.164 ha), os dois municípios com a cultura da Banana. E os de maiores valores
econômicos Amaraji (R$4.108.000,00) e Rio Formoso (R$ 2.170.000,00), aqui as culturas
foram Banana (Amaraji) e Coco-da-baía (Rio Formoso).
No que se refere à produtividade o município de Palmares matem certa
uniformidade em rendimentos por hectare nas atividades desenvolvidas, está entre os com
melhor rendimento no cultivo da Banana e da Laranja, nesta representa quase o triplo da
produtividade mais baixa do território (São Benedito do Sul e Xexéu). Neste campo o
destaque vai para a produtividade de Amaraji no cultivo do Coco-da-baía (35.379 t) que
chega a ser dez vezes maior do que a menor produtividade (São José da Coroa Grande),
como pode ser observada na Tabela 15.
Tabela 15 – Produtividade por Município, 2004.
PTDRS MATA SUL 73
Municípios CulturasBanana Borracha Coco Limão Laranja Mamão Café Maracujá
Água Preta 8.500 2.563 12.000
Amaraji 7.500 35.379 7.480 7.533
Barreiros 8.000 3.472 7.000Belém de Maria 8.000 12.000 4.000
Catende 8.000 21.000 1.667
Cortês 8.000 5.933 10.000
Gameleira 8.000 4.333 7.000
Jaqueira 8.000 Joaquim Nabuco 9.000 12.000
Maraial 10.000 5.286 4.000
Palmares 10.000 20.000 7.000 7.000
Primavera 7.600 23.000 8.000 8.000
Ribeirão 8.000 4.125 23.000 3.000 14.000 2.000 7.000
Rio Formoso 8.000 2.727 8.556 15.000São Benedito do Sul 8.000 2.600
São José da Coroa Grande 7.800 3.240
Tamandaré 7.000 4.973
Xexéu 9.000 2.400 13.000 2.600 1.810Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
B) Lavoura Temporária
Em 1996 as lavouras temporárias ocupavam uma área considerável do território
(44,6%), em 2004 e 2005, as principais culturas ocupavam 31,3% e 32,2%,
respectivamente. Portanto, continua sendo um aspecto forte no território a ocupação das
terras com lavouras temporárias, e tendo como ponto forte a cana-de-açúcar com 96,4%
em 2004 e 95,8% em 2005, do total das 04 (quatro) principais culturas (abacaxi, batata
doce, cana-de-açúcar e mandioca).
Outras culturas são encontradas em baixa escala, e em alguns municípios, como
é o caso do feijão e do milho.
Quanto à produtividade foi observada uma queda considerável no rendimento
PTDRS MATA SUL 74
da cana-de-açúcar, tanto no Estado quanto na Mata Pernambucana, conforme explicitado
na Tabela 16. No território o município que apresentou uma maior redução foi Belém de
Maria com rendimento de 10.000 t/ha a menos em 2005, e o município que apresentou
maior produtividade, mesmo tendo reduzido o rendimento, foi Barreiros. O município de
São José da Coroa Grande é o de menor rendimento no território.
Tabela 16 - Rendimento médio da produção por lavoura temporária
Unidade da Federação, Mesorregião Geográfica
e Município
Lavouras Temporárias9
Abacaxi Batata doce Cana-de-açúcar Mandioca2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005
Pernambuco 25.389 26.824 9.414 9.617 52.303 46.632 10.954 11.149Mata Pernambucana 23.570 23.987 10.148 10.343 53.025 45.935 12.080 13.540Água Preta 12.000 12.000 - - 50.000 48.000 20.000 20.000Amaraji 28.000 28.000 9.166 10.000 52.000 48.000 11.700 12.000Barreiros 13.000 13.000 - - 60.000 56.000 20.000 20.000Belém de Maria - - 8.000 8.000 50.000 40.000 18.000 18.000Bonito - - 8.500 9.506 52.000 50.000 13.600 14.000Catende - - - - 45.000 42.000 13.000 13.000Cortês - - 8.500 9.000 52.000 48.001 11.000 11.000Gameleira 12.000 12.000 - - 53.000 50.000 12.000 20.000Jaqueira - - - - 55.000 48.000 8.000 8.000Joaquim Nabuco - - - - 50.000 53.000 12.000 12.000Maraial 12.000 12.000 - - 45.000 42.000 13.000 13.000Palmares 30.000 23.000 - - 50.000 45.000 15.000 15.000Primavera - - 9.000 9.000 55.000 50.000 10.000 10.000Ribeirão 10.000 10.000 - - 50.000 48.000 13.000 13.000Rio Formoso 10.000 10.000 - - 60.000 55.000 20.000 20.000São Benedito do Sul 13.000 13.000 - - 48.000 45.000 13.000 13.000São José da Coroa Grande - - - - 40.000 36.000 9.000 9.000Tamandaré - - - - 48.000 45.000 9.000 9.000Xexéu 23.000 20.000 - - 50.000 46.000 12.000 12.000Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2004 e 2005
Apesar da queda de produtividade da cana-de-açúcar, o cultivo desta lavoura
ainda é uma das atividades que representa no território o maior volume de recursos,
representando 93,6% do valor da produção das principais lavouras temporárias em 2004, e
94,9% em 2005. A cana-de-açúcar é a atividade que apresentou tanto em 2004 quanto em
2005 o menor valor de produção por hectare (R$ 1.780,00 - R$ 2.040,00) e o abacaxi o de
maior valor de produção (R$ 8.670,00 – R$ 7.090,00), como se observa na Tabela 17.
Tabela 17 – Variáveis das Lavouras Temporárias
9 Variáveis dos rendimentos: Abacaxi – frutos/hectare; Batata doce, Cana-de-açúcar e Mandioca – quilogramas/hectare.
PTDRS MATA SUL 75
Lavoura
Variável X Ano
Quantidade produzida (Mil frutos)
Valor da produção (Mil Reais)
Área plantada (Hectare)
Área colhida (Hectare)
2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005Abacaxi 5036 1659 2350 787 271 111 271 111Batata doce 2365 2398 920 1251 285 275 285 275Cana-de-açúcar 5.101.724 4.873.790 174.562 205.307 98.228 100.505 98.228 100.505Mandioca 44705 62918 8744 8924 3146 4026 3146 4026
3.2.2.5. Segurança
A taxa de mortalidade por homicídio no País é de 26,7 por 100.000 habitantes,
na Região é de 54,1, a segunda mais elevada entre as RD’s e muito próxima da de
Pernambuco (54,0). O território tem, entre seus municípios, 6 (seis) que estão entre os 30
municípios com as piores taxas do Estado, Ribeirão (77,2), Cortês (71,0), Água Preta
(59,6), Tamandaré (57,9), Joaquim Nabuco (56,5) e Amaraji (42,2). No entanto, em
contraponto, essa taxa é nula em São Benedito do Sul.
PTDRS MATA SUL 76
Mapa 09 – Taxa de Mortalidade por homicídio (por 100.000 habitantes) - 2003
Oc e
ano
Atl â
n ti c
o
XEXÉU
PALMARES
CATENDE
BELÉM DE MARIA
SÃOBENEDITODO SUL
MARAIAL
RIBEIRÃO
GAMELEIRA
RIO FORMOSO
TAMANDARÉ
SÃO JOSÉDA
COROA GRANDE
BARREIROS
AMARAJI
ÁGUAPRETA
PERNAMBUCO
JAQUEIRA
JOAQUIMNABUCO
CORTÊS
PRIMAVERA
ALAGOAS
BONITO
Fonte: Programa Governo nos Municípios – Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco
- CONDEPE/FIDEM Jul/2003
3.2.2.6. Aspectos Político-Institucionais
¡Organizações Sociais e Institucionalidades
A Zona da Mata Pernambucana é palco de muitas lutas e conquistas, como já
fora comentado na síntese histórica do Território da Mata Sul, sendo, portanto, ambiente da
atuação de várias entidades sociais. A seguir no Quadro 6 serão retratadas algumas das que
atuam no território, destacando seus objetivos, abrangência, atores envolvidos, resultados
alcançados, problemas que enfrentam e desafios encontrados.
No geral, os objetivos são semelhantes, ou, no mínimo, complementares, assim
como a abrangência e os atores envolvidos. No caso dos atores envolvidos algumas
entidades atendem num maior espaço, a Zona da Mata, o Estado (Fetape), e outras, apenas
em alguns municípios.
Quadro 6 – Entidades que atuam no Território da Mata Sul
PTDRS MATA SUL 77
Entidade Objetivos Atores envolvidos
Resultados alcançados
Desafios
Projeto Catende Harmonia
Trabalho, renda e gestão
3.989 famílias de trabalhadores: Campo/ indústria, STR’s, FETAPE, Justiça
Garantia dos empregos, preservação do patrimônio, co-gestão, aumento da oportunidade e renda.
Consolidar um processo de auto-gestão, finalizar o processo de falência
Articulação das entidades da zona da mata
Qualificar a participação da sociedade quanto ao monitoramento de políticas públicas de desenvolvimento sustentável para a zona da mata
Associações de produtores (as); organizações de mulheres; STR´s; Igrejas; Ong´s.
Ampliação da base territorial da mata sul para toda a zona da mata;Articulação de 50 organizações da sociedade civil nas ações do PROMATA, exercendo o controle social.
Envolver as organizações da sociedade civil nas temáticas gerais do desenvolvimento sustentável na zona da mata, extrapolando a base municipal e adequando as suas agendas;Qualificação sistemática dos atores quanto às temáticas conjunturais dos programas e projetos em desenvolvimento.
Consórcio de sistemas agroflorestais(Centro Sabiá, Usina Catende, FETAPE, FASE)
Fortalecer uma rede autônoma de agricultores (as) agroflorestais na Mata Sul;Promover eventos de capacitação, planejamento e avaliação coletiva;Instituir e fortalecer espaços de comercialização dos produtos;
Associação de agricultores (as) agroflorestais
Comercialização de produtos em espaços de comercialização (Bairro de Boa Viagem em Recife/PE e município de Sirinhaém /PE);Ampliação de famílias trabalhando com Sistema Agroflorestal de 26 para 30.
Negociação com o Poder Público Municipal de espaços para comercialização dos produtos agroflorestais;Escala de produção dos produtos agroflorestais;Diversificação com SAF´s e monocultura da cana-de-açúcar.
Continua
PTDRS MATA SUL 78
ContinuaçãoEntidade Objetivos Atores
envolvidosResultados alcançados
Desafios
PA’s – Projetos de Assentamentos
Proporcionar condições de trabalho e renda aos agricultores sem terraPossibilitar a permanência do homem no campo
12.000 famílias de Agricultores, Assentados, Movimentos Sociais, STR’s, -MDA, INCRA, ONG’s.
Aproximadamente 38% das áreas de reforma agrária do Estado estão na Zona da Mata (agricultores assentados estão na ZM)
Consolidar um processo de auto-gestão/finalizar o processo de falência
Estimular o desenvolvimento sustentável da Zona da Mata
População, ONG’s, entidades de classe, estado, BID
43 fóruns instalados e núcleos locais
Implementação das ações previstas nos PIMS
Projeto de Agroindústria de Pequeno Porte em Rede
Agregar valor à produção trabalhando toda cadeia produtiva e suporte ao turismo rural, visando o desenvolvimento sustentável.
Produtores rurais de agricultura familiar, SEBRAE, Projeto Renascer, Prefeituras, Escola Técnica de Barreiros, UFRPE, UFPE, IPA, PNUD, Conselhos de Desenvolvimento.
Criação da Logomarca;08 construções;Garantia de compra dos equipamentos;Agricultores sendo capacitados;Envolvimento da família (mulher e jovens),Logística da Central: Prédio, equipamentos, transporte apropriado;Organização dos Trabalhadores;Assistência Técnica.
Continua
PTDRS MATA SUL 79
ContinuaçãoEntidade Objetivos Atores
envolvidosResultados alcançados
Desafios
FETAPE Qualificar os trabalhadores rurais para o atendimento das suas necessidades essenciais.Contribuir para que os trabalhadores rurais sejam agentes das políticas públicas.
Produtores (as) rurais, trabalhadores(as) rurais.
Fonte: Relatório de Oficina Territorial – Produto 2
Com a atuação dessas entidades o Território é beneficiado com várias
atividades em vários setores e temáticas, entre elas temos: produção agrícola (cana-de-
açúcar), produção industrial (açúcar); diversificação produtiva (criação animal, fruticultura
e piscicultura); combate ao analfabetismo; capacitações (técnicas, intercâmbios, estágios);
seminários temáticos de estudos, oficinas e seminários de planejamento e avaliação;
audiências públicas com governos; mobilização e articulação da sociedade civil para
executar controle social sobre as políticas públicas de desenvolvimento sustentável para a
Zona da Mata; visitas à agricultores (as) difusores (as); fortalecimento da gestão
(organização dos produtores); infra-estrutura (construções de 08 unidades agroindustriais);
diversificação econômica; saúde; educação; e, construção da marca única, estudo de
mercado.
Além destas entidades, ainda atuam no território o Comitê da Bacia do Rio
Una, BASER- Base de Serviços /Assocene, Bonito digital, Articulação da Mata Sul –
Fórum de organização da Sociedade Civil, ORPEAM e Sexta Cultural.
PTDRS MATA SUL 80
3.2.3 – Análise da competitividade sistêmica e qualidade de vida do território
No processo de elaboração do PTDRS os atores sociais locais trouxeram à tona
elementos do contexto interno (potencialidade e entraves) e do contexto externo (ameaças
e oportunidades) dos mais diversos, aqui destacaremos os que foram consideradas como
principais.
3.2.3.1. Potencialidades do Território
No levantamento das potencialidades foram trabalhados tantos os aspectos
naturais como socioculturais, buscou-se a expansão da criatividade e dos elementos
simbólicos presentes em cada participante e presente também no território como um todo.
Foi um trabalho que variou entre tempestades de idéias e questionamentos que forçaram a
uma melhor expressão dos desejos e das necessidades dos participantes e do
desenvolvimento do território.
¡Sócio-econômico e ambiental
A agricultura familiar e o desenvolvimento de agroflorestas com diversificação
de culturas: banana, horticultura e agricultura orgânica.
O território da Mata Sul apresenta mão-de-obra abundante com capacidade para
ser qualificada, e com isto, aproveitar os recursos naturais abundantes.
Os recursos naturais que são os recursos hídricos abundantes (maior quantidade
de água no estado), com os rios perenes que cortam as propriedades e os riachos. A
presença do litoral e praias, com os manguezais e estuários, que têm capacidade para ser
trabalhado o cultivo do peixe e camarão.
O território tem potencial que pode ser aproveitado para o turismo rural
(ecoturismo e turismo histórico) com suas casas grandes que podem ser usadas como
pousadas, aliada a própria história e cultura do território.
PTDRS MATA SUL 81
Além disso, tem a piscicultura desenvolvida pelos agricultores familiares e
potencial para o desenvolvimento de várias de cadeias produtivas.
Apresenta ainda um potencial de geração de energia elétrica por sistemas
hídricos e eólicos.
E dispõe de indústrias e agroindústrias, uma malha rodoviária que apesar de não
ter manutenção está presente nas principais cidades e o Gasoduto que passa na cidade de
Barreiros.
¡Político-institucional
Os Movimentos Sociais que atuam na região, as Cooperativas, Associações e
Sindicatos que promovem os assentamentos e o acesso a terra.
A presença do projeto Catende/Harmonia no território.
A mudança que vem ocorrendo na formação das escolas agrotécnicas, que antes
era totalmente direcionada para atividades das usinas sucro-alcooleiras, vem, mesmo que
lentamente, mudando esse foco para a Agricultura Familiar, com iniciativas sobre
agroecologia e cultivos orgânicos.
A ATES desenvolvida pelo INCRA em parcerias com as Empresas de
Assessoria Técnica nas áreas de assentamentos, associado a disponibilização de linhas de
crédito como o PRONAF (A, B, C, A/C), buscando capacitar para a viabilização dos
créditos, priorizando o acompanhamento e a utilização adequada dos recursos financeiros.
3.2.3.2. Principais Problemas
Quanto aos entraves destacaremos os que foram considerados como principais,
focando em cada dimensão do desenvolvimento sustentável.
PTDRS MATA SUL 82
¡Sócio-ambiental
A Zona da Mata de Pernambuco apresenta um quadro sócio-ambiental que
evidencia a pobreza e a falta de oportunidades que afetam a vida das pessoas, associadas a
um ambiente natural degradado. Esse quadro tem raízes históricas na monocultura da cana-
de-açúcar, aliada ao uso desordenado dos recursos naturais e a falta de investimentos no
desenvolvimento humano.
A monocultura da cana-de-açúcar, sistema produtivo ainda dominante
contribuiu muito para a redução da Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, levando
à extinção de inúmeras espécies e empobrecimento do solo. Além disso, a liberação de
resíduos da industrialização da cana, a aplicação indiscriminada de agrotóxicos e a queima
dos canaviais previamente ao corte ainda são problemas que merecem atenção ambiental.
Associados a esse quadro, outros problemas vêm agravando as condições de
vida da população local, a exemplo das seguintes questões: poluição dos recursos hídricos
por lançamento de efluentes domésticos e industriais; atendimento precário à demanda de
serviços básicos de saúde, educação e, sobretudo, infra-estrutura urbana, em especial o
saneamento (abastecimento de água, esgotamento sanitário e tratamento inadequado dos
resíduos sólidos).
As condições de saúde no território ainda são consideradas bastante precárias,
pois mesmo com a redução de algumas taxas quando comparadas aos da mesorregião e do
Estado apresentam índices mais altos para a mortalidade. Doenças infecto-contagiosas
afetando a qualidade de vida, pois vem ocorrendo o crescimento das taxas, destacamos a
Aids e Hanseníase.
¡Sócio-econômica
Altamente concentradora de renda, a monocultura da cana-de-açúcar reproduz a
relação de trabalho que lhe deu origem, agora travestida de relação de emprego, onde só
existe na metade do ano, ficando o ônus da manutenção dos trabalhadores no período de
entressafra a cargo do governo, através de ações emergenciais que se repetem ano a ano.
PTDRS MATA SUL 83
Com o fim da reserva de mercado de exportação, a produção canavieira perdeu
competitividade para a produção do sul do país e deparou-se com uma grave crise que
levou ao fechamento de diversas usinas e a formação de vastas legiões de desempregados.
A falência do Estado, incapaz sequer de manter os programas emergenciais,
agrava o problema social da região.
Nesse quadro, diversos movimentos sociais têm avançado na obtenção de terras
para os trabalhadores, entretanto, dificuldades com o financiamento à produção e
assistência técnica adequada dificultam a emancipação econômica desses agricultores, pois
mesmo os assentamentos e associações de pequenos produtores rurais sofrem com a
carência de recursos para financiamento e assistência técnica.
Embora a cana ainda se apresente como uma das produções mais rentáveis no
Território, a diversificação da produção impõe-se como uma opção necessária para o
desenvolvimento sustentável.
Outro forte problema para a agricultura familiar são as péssimas condições de
Infra-estrutura (estradas, pontes e eletrificação rural) dificultando o escoamento da
produção local, e consequentemente a comercialização. Tal situação acarreta na relação
dos agricultores com o mercado a partir da figura do atravessador, que se apropria da maior
parte dos recursos gerados.
Trabalhador tornou-se patrão, mas não sabe administrar a produção, agravado
pelo analfabetismo.
No Território ainda há grande número de trabalhadores sem acesso a terra,
mesmo assim o quadro retratado acima tem levado ao abandono da terra por parte de
alguns, que revertem à condição de assalariado da usina, ou, na melhor das hipóteses à
produção de cana para a usina.
A assistência técnica na Mata Sul só dispõe de 6 técnicos do sistema público.
PTDRS MATA SUL 84
O sistema e infra-estrutura de segurança deficiente para produzir, se o produtor
não estiver no campo a produção poderá ser roubada.
¡Político-institucional
O que encontramos são produtores endividados, muitas vezes por falta de
conhecimento/capacitação, mas também pela forma de organização, isto é, cooperativas
que não desempenham de fato o cooperativismo. É alto índice de inadimplência devido aos
recursos mal aplicados.
O êxodo rural dos jovens, ficando os pais trabalhando na terra, e os filhos
abandonando a roça para irem para as grandes cidades, em busca de oportunidades. Estes
mesmos jovens que no campo estão desarticulados e sem um maior envolvimento com as
decisões, o mesmo acontecendo com as mulheres é necessário.
3.2.3.3. Principais Oportunidades
O Território está localizado em uma mesorregião de clima favorável tanto para
a produção quanto para o aproveitamento no turismo.
É cortado pela BR 101 sul, beneficiando a produção dos assentamentos que têm
estradas vicinais com condições boas para o escoamento da produção. Além de sua
proximidade com o complexo de Suape que facilitará processos de exportação, como
também dos grandes centros produtivos e consumidores.
A rede de ensino para agricultura através de escolas agrícola presentes na
região.
O apoio do atual governo federal para a agricultura familiar, o espaço de
comercialização na CEASA e os projetos de irrigação são outras oportunidades para o
território.
PTDRS MATA SUL 85
Temos ainda outras oportunidades não percebidas pelos atores sociais locais,
mas que consideramos importante salientar, são elas:
• A dinâmica do turismo internacional e nacional - existe uma tendência de
ampliação rápida do turismo orientado para natureza e para a cultura (histórico-
cultural e gastronômico), além do tradicional sol e mar, incluindo o turismo rural e
o turismo da terceira idade;
• A demanda mundial e nacional por produtos naturais - verifica-se uma rápida
expansão da demanda por produtos naturais (orgânicos) e, principalmente, por
marcas identificadas com os valores ambientais e sociais, abrindo grandes nichos
de mercado para os agricultores familiares competitivos. E esta demanda já inclui
produtos que o Território pode investir, como por exemplo, os derivados da cana
como rapadura, açúcar mascavo e aguardente;
• A crescente demanda por produtos alimentares no país - deve promover um
aumento significativo da demanda por produtos agrícolas e industriais, inclusive
devido ao crescimento dos Programas Sociais.
3.2.3.4. Principais Ameaças
O território precisa está preparado para minimizar os efeitos do
descompromisso de alguns setores públicos, que dificulta o desenvolvimento dos
agricultores familiares, como por exemplo, o desinteresse dos governos municipais na
construção, recuperação e manutenção de estradas vicinais.
O crédito sendo liberado fora do tempo, isto é, sem se preocupar com o respeito
ao tempo de plantio, levando o agricultor a plantar fora do período, consequentemente
dificultando quando chega a época do pagamento.
A facilidade da comercialização da cana-de-açúcar, que ao contrário de outras
atividades possui centros de beneficiamentos.
A falta de agilidade do INCRA que passa de 3 a 4 anos em um processo de
assentamento.
PTDRS MATA SUL 86
Além do que é percebido pelos atores sociais locais o Território por se localizar
na mesorregião da Mata Pernambucana está frente a outras ameaças, tais como:
• A grande disputa de competitiva (produtividade e qualidade) – para minimizar os
efeitos desta ameaça o território precisa elevar o nível de escolaridade, investir na
capacitação da mão de obra, e crescer na capacidade de inovação tecnológica,
fatores que se encontra com grandes deficiências;
• O aumento das barreiras não tarifárias no comércio – aqui passa pelas exigências de
qualidade dos produtos e serviços no que se refere às condições de sustentabilidade
ambiental e social da produção, um dos mecanismos de restrição de importações
são os sistemas de controle de qualidade e fito-sanitário, aspectos que a Zona da
Mata tem grandes debilidades;
• A instabilidade de preços e declínio dos termos de troca do açúcar;
• O retorno do Projeto PROÁLCOOL – apesar de ter suas vantagens (ex: a demanda
de energia renovável), também se constitui numa ameaça, pois poderá levar os
agricultores familiares a querer ampliar a área plantada com cana-de-açúcar,
desestimulando a diversificação da estrutura produtiva do Território.
PTDRS MATA SUL 87
4. PROGRAMAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO
4.1 VISÃO DE FUTURO
Durante as oficinas de construção do PTDRS os atores sociais locais foram
definindo focos que apontam para o perfil desejado do Território. A seguir temos a síntese
dos desejos elencados, muitas vezes chamados de desafios.
A Visão de Futuro do Território
Educação: Os professores foram qualificados e são bem remunerados. Os jovens e
adultos alfabetizados com o foco no desenvolvimento sustentável. As escolas dispõem
de merenda de qualidade. Tudo isto contribuiu para a redução do analfabetismo no
território.
Econômico: os agricultores com acesso a fontes adequadas e disponíveis para o
financiamento da produção, ao mercado, pois foram capacitados, informados e estão
organizados para agricultura familiar sustentável. Com isto houve a diversificação de
cultura e agricultura familiar proporciona renda durante todo o ano, inclusive com os
filhos dos agricultores beneficiando a produção, o que antes o agricultor perdia, hoje
tem o aproveitamento total da produção, o produto não vendável se transforma em
ração, doces. A renda familiar é a partir do trabalho de todos, da participação da
família, porque as crianças foram orientadas para enxergarem a riqueza da terra, e não
mais vêem os pais como ultrapassados, formando jovens que se articula para crescerem
sem precisar buscar oportunidades nas cidades.
Político-institucional : o território formar parcerias, troca experiências, pois tem um
acompanhamento técnico, com liderança e habilidade, além do conhecimento. Os
agricultores superaram a inadimplência, se organizaram em cooperativas e alternam o
poder.
4.2. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS
O Desenvolvimento Territorial da Zona da Mata Sul de Pernambuco só será
sustentável na presença de alguns elementos que são indispensáveis:
• Forte política de Reforma Agrária para ampliar os assentamentos e consolidar os
PTDRS MATA SUL 88
assentamentos existentes;
• Criação de referências para um modelo de desenvolvimento da agricultura familiar
na região baseada em estratégias econômicas e ambientais que caminhe numa
perspectiva da sustentabilidade;
• Diversificação da produção organizando os produtores para o acesso aos mercados
fortalecendo o trabalho associativo e transformando o agricultor em empreendedor;
• Garantia de uma assistência técnica adequada que capacite os produtores para
saírem da condição de trabalhadores onde eram guiados;
• Organização da produção por cadeia produtiva e criação de pólos produtivos.
4.2.1. Eixos Aglutinadores, Programas e Projetos
A construção dos eixos estratégicos foi precedida pela análise da situação atual
do território. O levantamento dos problemas e potencialidades e de outras necessidades ou
condições para o desenvolvimento territorial em foco. Toda essa dinâmica resultou na
identificação do que viria a ser os eixos aglutinadores ou eixos estratégicos para o
desenvolvimento territorial.
As propostas de eixos aglutinadores foram definidas em torno do acesso ao
crédito e a terra, infra-estrutura, educação do campo, assistência técnica, tecnologia e
pesquisa, cooperativismo e associativismo, capacitação, agroindústria familiar e inserção
no mercado.
A seguir teremos os eixos aglutinadores com seus programas e projetos. É
importante ressaltar que alguns programas têm, além dos projetos, algumas ações, que
devem ser levadas em consideração quando da execução de alguns projetos definidos.
Algumas vezes estas ações antecedem a própria execução de um projeto.
4.2.1.1. Eixo Aglutinador 1 – Fortalecimento e valorização da produção da agricultura
familiar
¡Programa - Agroindústria Familiar
PTDRS MATA SUL 89
A) Projetos
1) Fortalecimento dos arranjos produtivos a partir da verticalização da produção
2) Fortalecimento do processo de comercialização
3) Articulação das agroindústrias familiares em nível de território
4) Resgate das experiências e cultura tradicional sobre aproveitamento beneficiamento
da produção
5) Estímulo à produção para o consumo e garantia mínima de consumo pelo mercado
6) Estímulo a implantação de atividades de piscicultura, apicultura e carcinocultura
7) Implantação da “Baia Comunitária” e Unidade de beneficiamento do leite
8) Criação das unidades de beneficiamento da produção dos assentamentos utilizando
a infra-estrutura das massas falidas
9) Capacitação das famílias em estratégias de agroindustrialização
B) Outras ações
1) Levantamento das prioridades de cada assentamento;
2) Implantação da comissão de acompanhamento da execução das obras de infra-
estrutura dos assentamentos;
3) Articulação com o SEBRAE para o processo de discussão sobre o desenvolvimento
da Mata Sul, buscando a possibilidade de ter um representante da comissão
territorial com assento no conselho do SEBRAE;
4) Encaminhamento de proposta de ajustes curriculares com foco na valorização da
agricultura familiar para o Ministério da Educação, secretarias municipais e
estaduais de educação.
¡Programa – Tecnologia e Pesquisa
A) Projetos
1) Valorização das tecnologias locais e das estratégias de diversificação produtiva
para o modelo familiar
2) Incentivo às experiências de novas estratégias e formas de mercado
PTDRS MATA SUL 90
3) Resgate de estratégias de comercialização usadas no passado
4) Incentivo para a comercialização da produção no território
5) Inclusão na formação acadêmica /técnica dos temas da agricultura familiar e da
agroecologia
6) Difusão dos trabalhos com a agricultura familiar e agroecologia
7) Capacitação nas questões de mercado - oficinas e seminários
8) Gestão dos recursos hídricos
B) Outras ações
1) Pesquisa sobre o modelo fiscal utilizado para a agricultura familiar, para saber se
atende à realidade;
2) Cruzamento das tecnologias da agricultura de precisão com a agricultura familiar;
3) Abordagem sobre as diversas lógicas de trocas existentes no território;
4) Identificação de outras formas de modelo existentes no território;
5) Criação de um grupo de estudo específico / incluir a discussão da ECOSOL no
projeto de desenvolvimento territorial.
¡Programa – Inserção no Mercado
A) Projetos
1) Fortalecimento do acesso aos mercados
2) Identificação de mercados (interno, regional, nacional e internacional)
3) Estímulo ao cooperativismo associativismo a luz da economia solidária e
empreendedorismo
4) Estímulo à formação de redes de apoio à inserção nos mercados (assessoria
mercadológica específica e permanente)
5) Promoção de oficinas e eventos de intercâmbio de experiências
6) Estudo das cadeias produtivas
7) Desenvolvimento do selo de qualificação sócio-ambiental
8) Implantação do Núcleo de Comercialização e Divulgação dos produtos da
agricultura Familiar no território
PTDRS MATA SUL 91
B) Outras ações
1) Articulação para compras governamentais;
2) Incentivo ao consumo solidário local;
3) Qualificação do produto de acordo com público-alvo.
¡Programa – Acesso ao Crédito
A) Projetos
1) Fortalecimento da política de crédito
2) Democratização das linhas de crédito
3) Criação de Cooperativa de crédito
4) Elaboração de um plano territorial de crédito que atenda progressivamente o
território
B) Outras ações
1) Divulgação das linhas de crédito existentes de forma eficiente;
2) Criação de ambientes para orientar a operação de crédito (estrutura física e
humana);
3) Estímulo à criação de Fundo Rotativo para sensibilizar as comunidades para
o acesso ao crédito;
4) Disponibilização de informações sobre recursos da cooperação
internacional;
5) Divulgação de experiências exitosas de Cooperativas de Crédito;
6) Capacitação técnica dos grupos interessados;
7) Captação de recursos;
8) Articulação dos atores envolvidos.
PTDRS MATA SUL 92
¡Programa – Fortalecimento Assistência Técnica
A) Projetos
1) Estruturação da ATER - comunicação, transporte, computador e profissionais
2) Capacitação periódica em agroecologia
3) Inserção dos filhos de agricultores nas escolas agrícolas e nas experiências de
referência
4) Levantamento das instituições e do nº. de profissionais da ATER que estão atuando
no território
5) Capacitação para elaboração de projetos informatizados
6) Formação de uma comissão para da ATER
7) Criação de um consórcio de ATER
8) Criação de áreas experimentais nas escolas agrícolas e assentamentos
9) Formação de uma rede de instituições técnicas
B) Outras ações
1) Incentivo a bolsas para os filhos dos agricultores;
2) Incentivo a estágios remunerados.
4.2.1.2. Eixo Aglutinador – Implantação, implementação e fortalecimento de Políticas
Públicas
¡Programa – Acesso a Terra
A) Projetos
1) Estudo físico sócio-econômico de todos os assentamentos para o planejamento
integrado e articulado territorialmente
PTDRS MATA SUL 93
2) Georeferenciamento das terras do território, para a Reforma Agrária e Agricultura
familiar
3) Apoio à organização em nível territorial de todos os assentamentos
4) Levantamento das áreas disponíveis para a Reforma Agrária
5) Implantação de banco de tecnologias produtivas de fácil acesso
¡Programa – Educação no Campo
A) Projetos
1) Fortalecimento da identidade cultural a partir da arte-educação
2) Alfabetização e qualificação para a produção agrícola
3) Formação profissional: produção, comercialização, créditos e políticas públicas
4) Estudo histórico antropológico e das manifestações culturais
5) Fortalecimento dos produtores culturais populares
6) Capacitação e formação técnica de professores e monitoras
B) Outras ações
1) Educação direcionada para Acampados e Assentados da R.A.;
2) Adequação da metodologia de ensino para a realidade local;
3) Inclusão na grade curricular “Práticas Agrícolas”;
4) Sensibilização das escolas agrotécnicas para a agricultura familiar orgânica (aulas
de campo, banco de sementes, produção de mudas, adequação do método de ensino
e grade curricular para agricultura familiar orgânica, dar oportunidade aos filhos de
agricultores e apóio técnico aos agricultores utilizando sua estrutura produtiva com
a criação de estágio para os alunos com os técnicos de ATER que atuam nos
assentamentos da região);
5) Estímulo à novos intercâmbios, estágios, especialização técnica, formação de
monitores.
¡Programa – Cooperativismo e Associativismo
PTDRS MATA SUL 94
A) Projetos
1) Fortalecimento do cooperativismo e do acesso aos mercados
2) Divulgação sobre o cooperativismo, associativismo e economia solidária
3) Incentivo à liberação/isenção dos impostos das cooperativas no primeiro ano de
formalização
4) Incentivo à introdução do tema cooperativismo nos currículos das escolas públicas
5) Criação de cooperativismo de crédito para os trabalhadores da agricultura familiar
6) Apoio e fortalecimento das cooperativas existentes
B) Outras ações
1) Sensibilização e Mobilização nos municípios com os trabalhadores da agricultura
familiar;
2) Realização de negociações entre os órgãos competentes /instituições
governamentais)
¡Programa – Incremento e melhoramento da Infra-estrutura Social e Produtiva
¡Projetos
1) Intensificação de melhorias de estradas rurais
2) Re-equipamento de Casas de Farinha
3) Construção de privadas com fossas sépticas rurais e urbanas
4) Saneamento básico
5) Construção de PSF na zona rural em áreas ainda não contempladas
6) Abastecimento de água na zona rural
7) Construção de poços artesianos na zona rural
8) Intensificação da eletrificação na zona rural
9) Eletrificação trifásica
10) Recuperação de moradias rurais
11) Escolas na área rural
12) Habitação rural
PTDRS MATA SUL 95
13) Centro de dados em rede / informatização
14) Armazenamento de água: açudes, barragens
15) Energia: Tecnologias alternativas, energia renovável
¡Programa – Capacitação
A) Projetos
1) Criação de um centro de capacitação para as famílias assentadas
2) Criação de um banco de mudas e sementes
3) Incentivo ao redirecionamento das oficinas do PETI para as práticas agrícolas e
artesanato
4) Apoio ao Turismo rural
5) Capacitação em manejo rural
6) Resgate das várias experiências de tecnologias alternativas (sistematização e
divulgação destas alternativas)
7) Desenvolvimento e implantação de experimentos pedagógicos (apoio ao processo
de intercâmbio das experiências)
8) Fortalecimento das organizações já existentes
9) Capacitação dos agricultores para produção de mudas
10) Aproveitamento do espaço da massa falida da central de Barreiros e Tiuma como
centro de capacitação para beneficiamento dos produtos agrícolas e artesanais
B) Outras ações
1) Pesquisa sobre novas formas associativas, frente à nova ordem econômica;
2) Potencialização das escolas agrotécnicas que existem no território
4.2.2. Classificação dos Projetos
A SDT classifica os projetos em três categorias considerando seus objetivos,
que são: projetos estruturantes, produtivos e sociais.
PTDRS MATA SUL 96
4.2.2.3. Projetos Estruturantes
Os projetos desta categoria são aqueles voltados para a implantação ou
ampliação de qualquer tipo de infra-estrutura social, econômica e ambiental, podendo
também ser incluído os projetos de educação que oriente o novo estilo de desenvolvimento
e possibilite a criação de condições favoráveis para a viabilização dos projetos econômicos
e sociais. São eles:
• Gestão dos recursos hídricos
• Implantação do Núcleo de Comercialização e Divulgação dos produtos da
agricultura Familiar no território
• Estruturação da ATER - comunicação, transporte, computador e profissionais
• Alfabetização e qualificação para a produção agrícola
• Formação profissional: produção, comercialização, créditos e políticas públicas
• Capacitação e formação técnica de professores e monitoras
• Intensificação de melhorias de estradas rurais
• Re-equipamento de Casas de Farinha
• Construção de privadas com fossas sépticas rurais e urbanas
• Construção de PSF na zona rural em áreas ainda não contempladas
• Construção de poços artesianos na zona rural
• Intensificação da eletrificação na zona rural
• Eletrificação trifásica
• Escolas na área rural
• Centro de dados em rede / informatização
• Armazenamento de água: açudes, barragens
• Energia: Tecnologias alternativas, energia renovável
• Criação de um centro de capacitação para as famílias assentadas
• Aproveitamento do espaço da massa falida da central de Barreiros e Tiuma como
centro de capacitação para beneficiamento dos produtos agrícolas e artesanais
PTDRS MATA SUL 97
4.2.2.2. Projetos Sociais
Os projetos enquadrados nesta categoria se configuram em projetos públicos, de
caráter redistributivo e/ou compensatórios, voltados para a superação dos passivos sociais
nas áreas de: organização social, saúde, saneamento, segurança alimentar, habitação,
dentre outros. Neste sentido temos os projetos:
• Estímulo ao cooperativismo associativismo a luz da economia solidária e
empreendedorismo
• Estímulo à formação de redes de apoio à inserção nos mercados (assessoria
mercadológica específica e permanente)
• Fortalecimento da política de crédito
• Democratização das linhas de crédito
• Criação de Cooperativa de crédito
• Elaboração de um plano territorial de crédito que atenda progressivamente o
território
• Inserção dos filhos de agricultores nas escolas agrícolas e nas experiências de
referência
• Estudo físico sócio-econômico de todos os assentamentos para o planejamento
integrado e articulado territorialmente
• Georeferenciamento das terras do território, para a Reforma Agrária e Agricultura
familiar
• Apoio à organização em nível territorial de todos os assentamentos
• Levantamento das áreas disponíveis para a Reforma Agrária
• Implantação de banco de tecnologias produtivas de fácil acesso
• Fortalecimento da identidade cultural a partir da arte-educação
• Estudo histórico antropológico e das manifestações culturais
• Fortalecimento dos produtores culturais populares
• Fortalecimento do cooperativismo e do acesso aos mercados
• Divulgação sobre o cooperativismo, associativismo e economia solidária
PTDRS MATA SUL 98
• Incentivo à liberação/isenção dos impostos das cooperativas no primeiro ano de
formalização
• Incentivo à introdução do tema cooperativismo nos currículos das escolas públicas
• Criação de cooperativismo de crédito para os trabalhadores da agricultura familiar
• Apoio e fortalecimento das cooperativas existentes
• Saneamento básico
• Recuperação de moradias rurais
• Habitação rural
• Fortalecimento das organizações já existentes
4.2.2.3. Projetos Produtivos
E quanto aos produtivos são aqueles voltados para a obtenção de qualquer
produto ou serviço em qualquer setor ou ramos de atividade produtiva de melhoria da
renda e dando suporte ao aumento da competitividade territorial. A seguir estão elencados
os projetos classificados nesta categoria:
• Fortalecimento dos arranjos produtivos a partir da verticalização da produção
• Fortalecimento do processo de comercialização
• Articulação das agroindústrias familiares em nível de território
• Resgate das experiências e cultura tradicional sobre aproveitamento beneficiamento
da produção
• Estímulo à produção para o consumo e garantia mínima de consumo pelo mercado
• Estímulo a implantação de atividades de piscicultura, apicultura e carcinocultura
• Implantação da “Baia Comunitária” e Unidade de beneficiamento do leite
• Criação das unidades de beneficiamento da produção dos assentamentos utilizando
a infra-estrutura das massas falidas
• Capacitação das famílias em estratégias de agroindustrialização
• Valorização das tecnologias locais e das estratégias de diversificação produtiva
para o modelo familiar
• Incentivo às experiências de novas estratégias e formas de mercado
• Resgate de estratégias de comercialização usadas no passado
PTDRS MATA SUL 99
• Incentivo para a comercialização da produção no território
• Inclusão na formação acadêmica /técnica dos temas da agricultura familiar e da
agroecologia
• Difusão dos trabalhos com a agricultura familiar e agroecologia
• Capacitação nas questões de mercado - oficinas e seminários
• Fortalecimento do acesso aos mercados
• Identificação de mercados (interno, regional, nacional e internacional)
• Estímulo à formação de redes de apoio à inserção nos mercados (assessoria
mercadológica específica e permanente)
• Promoção de oficinas e eventos de intercâmbio de experiências
• Estudo de cadeias produtivas
• Desenvolvimento do selo de qualificação sócio-ambiental
• Capacitação periódica em agroecologia
• Levantamento das instituições e do nº. de profissionais da ATER que estão atuando
no território
• Capacitação para elaboração de projetos informatizados
• Formação de uma comissão para da ATER
• Criação de um consórcio de ATER
• Criação de áreas experimentais nas escolas agrícolas e assentamentos
• Formação de uma rede de instituições técnicas
• Criação de um banco de mudas e sementes
• Incentivo ao redirecionamento das oficinas do PETI para as práticas agrícolas e
artesanato
• Apoio ao Turismo rural
• Capacitação em manejo rural
• Resgate das várias experiências de tecnologias alternativas (sistematização e
divulgação destas alternativas)
• Capacitação dos agricultores para produção de mudas
PTDRS MATA SUL 100
5. CONCLUSÃO
O processo de elaboração do PTDRS da Mata Sul foi rico nas discussões, de
questões que demandaram, em alguns momentos, ações imediatas, a questões de cunho
estratégico. Dentre eles os atores sociais locais refletiram sobre a gestão do Plano. A seguir
retrataremos um pouco do que esses atores pensam sobre a gestão.
A elaboração do “modelo” de Gestão do PTDRS na Mata Sul, seguiu uma
metodologia básica, flexível e adaptável para cada Território construída pela SDT-MDA.
Esse modelo, na realidade, é o modelo de gestão para o Desenvolvimento Territorial não
simplesmente para o Plano Territorial. Ficando entendido que o Plano é o instrumento
fundamental para o Desenvolvimento do Território, mas o Desenvolvimento do Território
deve ir para além do Plano.
Ele representa um primeiro esboço de uma proposta de Gestão Territorial,
construído a partir das discussões acumuladas, realizadas a partir de uma Oficina
Territorial sobre o tema, na cidade de Palmares em outubro de 2004.
É uma primeira tentativa de construção de uma proposta de Gestão buscando a
articulação dos diversos atores e de uma estratégia mais profunda de como envolver os
diversos atores no processo de Gestão do Desenvolvimento Territorial. Portanto, não é um
modelo definitivo e não representa ainda a proposta final de Gestão do Plano de
Desenvolvimento do Território.
Procurou-se respeitar o estagio atual de formulação dos atores sociais,
entendendo que a própria realidade, a dinâmica do dia-a-dia e a postura progressiva e
evolutiva irão aperfeiçoar a concepção e a organização do Desenvolvimento Territorial.
Como este documento não tem o caráter conclusivo, deverá ser complementado
com outras discussões que ocorrerem no território para a consolidação do Plano Territorial
de Desenvolvimento Rural Sustentável.
O modelo pensado foi a partir da articulação do território em torno de 3
PTDRS MATA SUL 101
microrregiões sem perder o foco no Território, onde cada microrregião terá uma Comissão
que formará o Fórum Territorial.
As microrregiões que foram definidas conforme Figura 05, tomarão decisões e
trará para o Fórum Territorial, que ocorrerá a partir das comissões de cada microrregião.
Figura 05 - Microrregiões para a Gestão do Território da Mata Sul
Fonte: Relatório do Produto 12 – Gestão Social do Território
6. ANEXOS
ANEXO 1
Tabela 18 - Índice de Desenvolvimento Humano - Municipal, 1991 e 2000
Município IDHM, 1991 IDHM, 2000Território (média) 0,496 0,606Amaraji (PE) 0,495 0,617Água Preta (PE) 0,482 0,597Barreiros (PE) 0,583 0,635Belém de Maria (PE) 0,493 0,59Bonito (PE) 0,477 0,593
PTDRS MATA SUL
Barreiros
São J. da C. GrandeTamandaré
Rio FormosoPalmares
São Benedito do Sul CatendeMaraialBonito
Água PretaJaqueira
Belém de MariaJoaquim Nabuco
Xexéu
Ribeirão
AmarajiCortes
GameleiraPrimavera
102
Catende (PE) 0,532 0,644Cortês (PE) 0,466 0,582Gameleira (PE) 0,482 0,59Jaqueira (PE) 0,476 0,588Joaquim Nabuco (PE) 0,494 0,613Maraial (PE) 0,474 0,564Palmares (PE) 0,558 0,653Primavera (PE) 0,495 0,632Ribeirão (PE) 0,562 0,658Rio Formoso (PE) 0,516 0,621São Benedito do Sul (PE) 0,404 0,549São José da Coroa Grande (PE) 0,498 0,628Tamandaré (PE) 0,496 0,596Xexéu (PE) 0,435 0,561Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
PTDRS MATA SUL 103
ANEXO 2
Tabela 19 - Índice de Desenvolvimento Humano - Dimensões, 1991 e 2000
MunicípioIDHM-Renda,
1991
IDHM-Renda,
2000
IDHM-Longevidade, 1991
IDHM-Longevidade, 2000
IDHM-Educação,
1991
IDHM-Educação,
2000Território (média) 0,466 0,508 0,550 0,642 0,471 0,668Amaraji (PE) 0,454 0,502 0,587 0,688 0,445 0,662Água Preta (PE) 0,458 0,471 0,557 0,677 0,432 0,642Barreiros (PE) 0,544 0,53 0,609 0,65 0,595 0,724Belém de Maria (PE) 0,463 0,484 0,541 0,627 0,474 0,658Bonito (PE) 0,478 0,546 0,528 0,61 0,425 0,623Catende (PE) 0,479 0,548 0,573 0,687 0,545 0,696Cortês (PE) 0,452 0,492 0,479 0,572 0,468 0,682Gameleira (PE) 0,455 0,496 0,53 0,627 0,462 0,648Jaqueira (PE) 0,468 0,47 0,53 0,619 0,43 0,674Joaquim Nabuco (PE) 0,456 0,505 0,541 0,679 0,486 0,656Maraial (PE) 0,459 0,458 0,597 0,607 0,367 0,628Palmares (PE) 0,534 0,591 0,573 0,631 0,566 0,738Primavera (PE) 0,447 0,514 0,537 0,679 0,5 0,704Ribeirão (PE) 0,503 0,56 0,652 0,719 0,53 0,694Rio Formoso (PE) 0,446 0,508 0,579 0,66 0,524 0,695São Benedito do Sul (PE) 0,435 0,452 0,461 0,598 0,317 0,597São José da Coroa Grande (PE) 0,467 0,537 0,527 0,652 0,5 0,696Tamandaré (PE) 0,442 0,513 0,559 0,627 0,488 0,649Xexéu (PE) 0,42 0,47 0,487 0,584 0,398 0,628Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
PTDRS MATA SUL 104
ANEXO 3
Tabela 20 – Pessoas analfabetas, 1991 e 2000
MunicípioPercentual de pessoas de 15 anos ou mais analfabetas,
1991
Percentual de pessoas de 15 anos ou mais analfabetas, 2000
Território (média) 39,16 28,84Amaraji (PE) 56,87 37,35Água Preta (PE) 55,79 39,6Barreiros (PE) 39,9 30,76Belém de Maria (PE) 54,51 41,95BonitoCatende (PE) 46,42 33,94Cortês (PE) 53,69 36,09Gameleira (PE) 52,76 37,83Jaqueira (PE) 58,85 39,94Joaquim Nabuco (PE) 51,29 38,06Maraial (PE) 64,04 42,77Palmares (PE) 42,21 27,79Primavera (PE) 52,21 32,67Ribeirão (PE) 45,45 33,48Rio Formoso (PE) 48,67 33,78São Benedito do Sul (PE) 68,93 48,35São José da Coroa Grande (PE) 50,12 33,52Tamandaré (PE) 50,34 36,88Xexéu (PE) 59,08 43,94
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
PTDRS MATA SUL 105
ANEXO 4
Tabela 21 – Déficit Educacional, 2000Matrícula Pop.
0 a 6 aDéficit Matrícula Pop.
7 a 14 aDéficit Matrícula Pop.
15 a 17 aDéficit
Território 9.033 60192 85,0 109.737 82804 32,5 16.170 32164 49,7Água Preta - PE
631 2982 78,8 8.519 4132 106,2 840 1649 49,1
Amaraji - PE 468 4265 89,0 5.860 5740 2,1 421 2259 81,4
Barreiros - PE
1.475 5035 70,7 10.481 7208 45,4 2.691 3033 11,3
Belém de Maria - PE
165 1476 88,8 2.778 1959 41,8 634 753 15,8
Bonito - PE 471 5298 91,1 8.358 7110 17,6 972 2600 62,6
Catende - PE 815 4169 80,5 8.619 5907 45,9 1.517 2181 30,4
Cortês - PE 230 1725 86,7 4.038 2550 58,4 361 1030 65,0
Gameleira - PE
195 3401 94,3 6.967 4651 49,8 702 1862 62,3
Jaqueira - PE 231 1705 86,5 3.413 2510 36,0 237 933 74,6
Joaquim Nabuco - PE
230 2288 89,9 4.504 3256 38,3 438 1224 64,2
Maraial - PE 155 2282 93,2 3.078 2794 10,2 291 1054 72,4
Palmares - PE
1.538 7260 78,8 14.435 10294 40,2 3.050 3899 21,8
Primavera 156 1607 90,3 2.884 2156 33,8 352 852 58,7
Ribeirão - PE 571 5498 89,6 9.273 7349 26,2 1.417 3019 53,1
Rio Formoso - PE
695 2889 75,9 5.368 4174 28,6 943 1665 43,4
São Benedito do Sul - PE
152 1518 90,0 2.846 2077 37,0 192 797 75,9
São José da Coroa Grande - PE
380 2054 81,5 3.681 2704 36,1 559 1093 48,9
Tamandaré - PE
631 2597 75,7 4.398 3454 27,3 242 1264 80,9
Xexéu - PE 0 2143 100,0 3.121 2779 12,3 311 997 68,8
Fonte: INEP, 2000
PTDRS MATA SUL 106
ANEXO 5
Tabela 22 – Grau de desigualdade
Município Índice de Gini, 1991
Índice de Gini, 2000
Território (média) 0,53 0,57Amaraji (PE) 0,54 0,52Água Preta (PE) 0,52 0,6Barreiros (PE) 0,73 0,59Belém de Maria (PE) 0,53 0,57Bonito (PE) 0,53 0,65Catende (PE) 0,57 0,58Cortês (PE) 0,5 0,53Gameleira (PE) 0,51 0,53Jaqueira (PE) 0,47 0,54Joaquim Nabuco (PE) 0,48 0,57Maraial (PE) 0,58 0,54Palmares (PE) 0,54 0,61Primavera (PE) 0,47 0,55Ribeirão (PE) 0,56 0,62Rio Formoso (PE) 0,49 0,56São Benedito do Sul (PE) 0,47 0,57São José da Coroa Grande (PE) 0,56 0,63Tamandaré (PE) 0,53 0,63Xexéu (PE) 0,49 0,53Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
PTDRS MATA SUL 107
ANEXO 6
Tabela 23 – Renda per capita, 1991 e 2000
MunicípioRenda per
Capita1991
Renda per Capita2000
ReduçãoValor
Redução%
Território (média) 64,87 83,68 18,81 29,0Amaraji (PE) 59,26 79,13 19,87 33,5Água Preta (PE) 60,65 65,5 4,85 8,0Barreiros (PE) 101,48 93,22 -8,26 -8,1Belém de Maria (PE) 62,64 70,96 8,32 13,3Bonito (PE) 68,54 102,46 33,92 49,5Catende (PE) 68,74 104,19 35,45 51,6Cortês (PE) 58,38 74,18 15,80 27,1Gameleira (PE) 59,69 76,15 16,46 27,6Jaqueira (PE) 64,23 65,03 0,80 1,2Joaquim Nabuco (PE) 59,76 80,37 20,61 34,5Maraial (PE) 61,12 60,57 -0,55 -0,9Palmares (PE) 95,47 134,47 39,00 40,9Primavera (PE) 56,73 84,88 28,15 49,6Ribeirão (PE) 79,29 111,54 32,25 40,7Rio Formoso (PE) 56,38 81,97 25,59 45,4São Benedito do Sul (PE) 52,8 58,55 5,75 10,9São José da Coroa Grande (PE) 64,12 97,58 33,46 52,2Tamandaré (PE) 55,08 84,15 29,07 52,8Xexéu (PE) 48,23 64,99 16,76 34,8Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000
PTDRS MATA SUL 108
7. CRÉDITOS
SDT – Humberto Oliveira (Secretário da SDT)
– Jeanne Maria Duarte (Consultora Territorial da SDT)
– Marcelo Lima (Articulador Territorial)
CEDRS -
Coordenação do Fórum de Desenvolvimento Territorial da Mata Sul -
Entidade elaboradora do PTDRS: COOPAGEL
PTDRS MATA SUL 109
8. PROJETO DE SISTEMATIZAÇÃO E ANÁLISE DOS PLANOS TERRITORIAIS
COORDENAÇÃO: DRA. TÂNIA BACELARE EQUIPE TÉCNICA.
PTDRS MATA SUL 110
10. RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO SUMÁRIO
Maria Nazaré Cavalcanti da Silva (Rede de Cooperação Técnica – RECAT e consultora da Rede Nacional de Colaboradores da SDT).
PTDRS MATA SUL 111
LISTA DE SIGLAS
ADAGRO Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de PernambucoASSOCENE Associação das Cooperativas do NordesteATER Assistência Técnica e Extensão RuralATES Assessoria Técnica, Social e AmbientalBASER Base de ServiçosBID Banco Interamericano de DesenvolvimentoCEDRS Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural SustentávelCIAT Comissão de Implantação das Ações TerritoriaisCMDR Conselho Municipal de Desenvolvimento RuralCODETER Colegiado de Desenvolvimento TerritorialCONDEPE / FIDEM
Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco
CONDRAF Conselho Federal de Desenvolvimento Rural da Agricultura FamiliarCOOPAGEL Cooperativa dos Profissionais em Atividades Gerais e Específicas LtdaDATASUS Departamento de Informática do SUSEAFB Escola Agrotécnica Federal de BarreirosFASE Federação de Órgãos para a Assistência Social e EducacionalFETAPE Federação dos Trabalhadores da Agricultura de PernambucoFUMAC Fundo Municipal de Apoio ComunitárioGDH Gerência de Desenvolvimento HumanoIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaIDH Índice de Desenvolvimento HumanoINCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma AgráriaIPA Instituto de Pesquisa AgropecuáriaMDA Ministério do Desenvolvimento AgrárioONG Organização não GovernamentalPA Projeto de AssentamentoPACS Programa de Agente Comunitário de SaúdePETI Programa de Erradicação do Trabalho InfantilPNUD Programa das Nações Unidas para o DesenvolvimentoPPC Poder de Paridade de CompraPROMATA Programa de Desenvolvimento Local da Zona da MataPSF Programa de Saúde da FamíliaPTDRS Plano Territorial de Desenvolvimento Rural SustentávelRD Região de DesenvolvimentoSAF Sistema AgroflorestalSDT Secretaria de Desenvolvimento TerritorialSINTRAF Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura FamiliarSTR Sindicato dos Trabalhadores RuraisUFRPE Universidade Federal Rural de PernambucoZAPE Zoneamento Agroecológico de Pernambuco
PTDRS MATA SUL 112
LISTA DE TABELAS
Numeração Especificação Pág.Tabela 1 - Indicadores demográficos 29Tabela 2 - Número de matrículas por modalidade e nível de ensino no Território
(2002-2005)
39
Tabela 3 - Número de estabelecimentos por nível e modalidade de ensino –
2000 e 2005 no Território
41
Tabela 4 - Número de docentes por nível e modalidade de ensino – 2000 42Tabela 5 - Coeficiente de Mortalidade para algumas causas (por 100.000
habitantes) no Território – 2000 e 2003
45
Tabela 6 - Esperança de Vida ao Nascer no período de 1991-2000 47Tabela 7 - Probabilidade de sobrevivência no período 1991-2000 48Tabela 8 - Taxa Mortalidade Infantil no período de 1991 – 2000 49Tabela 9 - Número de leitos no Território por especificidades – 2003 56Tabela 10 - Intensidade de Pobreza e de Indigência, 1991-2000 61Tabela 11 - Intensidade de Pobreza e de Indigência, 1991-2000 61Tabela 12 - Estabelecimentos agropecuários por utilização de terras no Território 68Tabela 13 - Rebanho no território, 2004 69Tabela 14 - Principais produtos agrícolas de lavouras permanentes, 2004 71Tabela 15 - Produtividade por Município, 2004 72Tabela 16 - Rendimento médio da produção por lavoura temporária 73Tabela 17 - Variáveis das Lavouras Temporárias, 2004 e 2005 74Tabela 18 - Índice de Desenvolvimento Humano - Municipal, 1991 e 2000 104Tabela 19 - Índice de Desenvolvimento Humano - Dimensões, 1991 e 2000 105Tabela 20 - Pessoas analfabetas, 1991 e 2000 106Tabela 21- - Déficit Educacional, 2000 107Tabela 22 - Grau de desigualdade 108Tabela 23 - Renda per capita, 1991 e 2000 109
PTDRS MATA SUL 113
LISTA DE QUADROS
Numeração Especificação Pág.Quadro 1 - Relação das Instituições Governamentais 9Quadro 2 - Relação das Instituições e Entidades da Sociedade Civil 9Quadro 3 - Primeiro Ciclo 12Quadro 4 - Segundo Ciclo 13Quadro 5 - Atrativos turísticos no Território 65Quadro 6 - Entidades que atuam no Território da Mata Sul 76
PTDRS MATA SUL 114
LISTA DE GRÁFICOS
Numeração Especificação Pág.Gráfico 1 - População Urbana x População Rural em 1991 e 2000 28Gráfico 2 - Evolução da população rural e urbana no Território, 1991-2000 29Gráfico 3 - População por faixa etária 31Gráfico 4 - IDH-M dos municípios do Território em 2000 33Gráfico 5 - Contribuição para o crescimento do IDH-M 34Gráfico 6 - Média da Taxa de Analfabetismo no Território 36Gráfico 7 - Analfabetismo e rendimentos domiciliares - 2000 38Gráfico 8 - Número de matrículas no Território e no Estado 39Gráfico 9 - Mortalidade Proporcional - 2003 46Gráfico 10 - Indicadores de Mortalidade, 2001-2003 51Gráfico 11 - Serviços Sanitários Básicos no Território, 1991-2000 52Gráfico 12 - Cobertura do PACS e do PSF no Território - 2000 e 2005 57Gráfico 13 - Cobertura do PACS e do PSF por atividades Território - 2000 e 2005 58Gráfico 14 - Distribuição de área (ha) por ocupação 69
PTDRS MATA SUL 115
LISTA DE MAPAS
Numeração Especificação Pág.Mapa 01 - Localização do Território 19Mapa 02 - Taxa de Analfabetismo – 2000 35Mapa 03 - Taxa de Alfabetização 37Mapa 04 - Mortalidade em menores de 5 anos de idade – 2000 50Mapa 05 - Esgotamento Sanitário inadequado, 2000 53Mapa 06 - Destinação dos resíduos sólidos, 2000 54Mapa 07 - Abastecimento de água, 2000 55Mapa 08 - Renda de chefes de domicílios até 1 salário mínimo, 2000 62Mapa 09 - Taxa de Mortalidade por homicídio (por 100.000 habitantes) - 2003 75
PTDRS MATA SUL 116
LISTA DE FIGURAS
Numeração Especificação Pág.Figura 01 - Grandes Unidades de Paisagem 22Figura 02 - Unidades de Mapeamento de Solo 23Figura 03 - Aptidão Agroecológica 25Figura 04 - Potencial dos solos para irrigação 26Figura 05 - Microrregiões para a Gestão do Território da Mata Sul 103
PTDRS MATA SUL 117