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ReCRIA 2010

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A primeira edição da ReCRIA. Confira várias matérias sobre 3D, publicidade, cases, fotos...

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Típica reclamação de quem está no curso de Co-municação: muita teoria e pouca prática. Para nós, membros da CRIA UFMG Jr., essa reclamação é em parte infundada. Ser membro de uma empresa júnior significa botar, de fato, a mão na massa e aplicar o que aprendemos na universidade nas nossas ações.

Na CRIA, uma das coisas que sempre sentimos falta no núcleo de Jornalismo foram os trabalhos de apuração e redação de matérias. Se não temos clientes externos que nos pedem isso, porque não criar nos-sas próprias oportunidades? Assim nasceu a ReCRIA.

Primeiramente, foi apenas uma ideia jogada no ar. Mas abraçamos a iniciativa e passamos ao estudo de como criar uma revista. Uma publicação dessas não nasce do nada. Tínhamos que pensar no nosso público, na nossa linha editorial, no que gostaríamos de falar e no que o nosso público gostaria de ler.

“Ser membro de uma em-presa júnior significa botar, de fato, a mão na massa e aplicar o que aprendemos na universidade nas nossas ações.”

Pouca prática? Aqui não.

“Uma publicação dessas não nasce do nada.”

[EDITORIAL]

Bem-vindo à Revista Eletrônica da CRIA.

A autonomia da CRIA permitiu que todos os trabalhos fossem feitos por nós. A criação fi-cou responsável pelo projeto gráfico, o jornalis-mo redigiu as matérias e criadores e planejadores contribuíram com suas próprias reportagens. Portanto, a partir de agora, a CRIA tem mais um espaço para se expressar.

E você tem mais um espaço para se in-formar sobre Comunicação, mídia, cultura e empresas juniores. Bem-vindo à ReCRIA.

A re vi sta el et rôni ca que re sume v oc ê.

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“Ele interagia com a plateia o case inteiro, levou vários anexos práticos, fez a gente pensar, respondeu muitas perguntas e se aproximou muito da gente.”

turma pra tirar dúvidas durante o case. Além disso, como resultado, fizemos uma precificação de um projeto na hora, o que envolveu bastante as pessoas”.

Carolina Paseto, diretora presidente da RH Consul-toria UFMG Júnior, se interessou em assistir ao case do Renan porque a precificação era um dos prob-lemas detectados em sua empresa. Segundo ela, foi a apresentação propriamente dita que motivou todo mundo a ficar no auditório o tempo todo. “Ele interagia com a plateia o case inteiro, levou vári-os anexos práticos, fez a gente pensar, respondeu muitas perguntas e se aproximou muito da gente”.

Interesse semelhante moveu Ludmila Diniz, di-retora de Recursos Humanos da UFMG Consul-toria Júnior, a UCJ, para o case apresentado por mim. Segundo ela, o interesse inicial em assistir ao case da CRIA era ver se aquilo que estava sen-do mostrado poderia ser aplicado em sua EJ.

Ludmila destaca que os cases influenciam muito >

Quem conta um case... O relógio marcava pouco menos de oito horas da manhã quando cheguei ao auditório da Biblioteca Central, na Uni-versidade Federal de Viçosa. Sentei na escadaria em frente ao prédio e fiquei esperando. Do outro lado da rua, Renan Costa Rego estava em uma situação muito parecida. Parado em fr-ente ao Centro de Vivência do evento, ele também esperava.

Era o primeiro dia de apresentações de cases no En-contro Mineiro de Empresas Juniores, o EMEJ 2010. Além disso, também era a nossa primeira apresentação em um evento regional. Para piorar, não iríamos apre-sentar cases que fossem das nossas áreas específicas de trabalho. Frio na barriga, ansiedade, material pre-parado especialmente para a ocasião em mãos e, en-fim, partimos para as nossas respectivas apresentações.

As exposições de cases são algo muito comum na reali-dade empresarial. São casos relatando mudanças inter-nas, trabalhos bem sucedidos ou situações interessantes que os empresários que as vivenciaram julgam ser in-teressantes de serem passadas para outras pessoas. No Movimento Empresa Júnior isso é ainda mais forte, pois as empresas têm a cultura de crescer juntas, compartil-har resultados e aprender com as experiências dos out-ros. Com isso, a ideia dos cases se torna muito forte.

Renan é presidente da A.C.E. Consultoria, empresa júnior de consultoria da Universidade Federal de Pernambuco. O case que ele foi apresentar no EMEJ - Precificação – fer-ramenta estratégica alcançando resultados - já havia sido apresentado anteriormente. Ele sabia que era um case bom, mas que precisava de algum atrativo por se tratar de uma temática que, embora esteja no foco das empresas juniores,

“No Movimento Empresa Júnior (...) as empresas têm a cultura de crescer juntas, compartilhar resultados”

[MEJ]

Tão comum na realidade das empresas juniores, os cases contribuem para a evolução das EJs

continuava sendo pouco atrativa por ser da área financeira.

O mesmo aconteceu comigo. O case “O sistema de aval-iações e tutorado de membros como caminho para mel-horar as relações humanas dentro da empresa júnior” já havia sido apresentado por outros consultores em um evento para os empresários juniores da UFMG. Também tratando de um tema que é de interesse das EJs, a moti-vação dos consultores, lutávamos para tornar um case específico de RH mais interessante para todo mundo.

Quando se vai estruturar a apresentação de um case, o primeiro passo é pensar onde e para quem ele será apresen-tado. No caso, nosso público era os empresários juniores de vários estados do Brasil, que estavam presentes no even-to. Nossa missão era adequar o que seria dito para aquela realidade e tornar os cases mais interessantes e atrativos.

Renan afirma que essa preparação anterior foi essencial para o sucesso do seu trabalho. “Aqui na A.C.E. a gente tem um curso de oratória, que eu mesmo ministro. Ele foi essen-cial para o desenvolvimento da apresentação do case, pois a gente viu que precisava mudar a abordagem que estava sendo feita. Então nós mudamos os slides, propusemos uma maior interatividade, distribuímos brindes e colocamos a

por Bruno Assisdiretor presidente

@ofrango

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“Quando outra empresa apresenta um case com uma metodologia diferente, apre-senta resultados, a gente pode reformular muita coi-sa.”

nas realidades das empresas juniores. Além de traz-er inovações, eles também promovem a capacitação dos interessados. É o que diz também Carolina Pas-eto, que afirma que “às vezes nós podemos conhecer muito bem a realidade da nossa empresa, mas quan-do outra apresenta um case com uma metodologia diferente, apresenta resultados, a gente pode refor-mular muita coisa que julgávamos já estar bem”.Nos quatro dias do EMEJ, foram apresentados 20 cases de 16 empresas de diferentes estados brasileiros e de uma federação estadual. Foram diferentes temas que transitaram desde os departamentos administrativos aos projetos das EJs. No último dia do evento, tradi-cionalmente, realiza-se uma premiação dos melhores trabalhos apresentados de acordo com a votação das pessoas que assistiram. E no EMEJ não foi diferente.

O auditório principal do Centro de Vivência estava cheio e a expectativa era visível naquelas empresas que haviam apresentado cases. Os prêmios seriam distribuídos em cinco categorias: Federação e Nú-cleos, Insucesso, Modelo de Gestão, Prática Interna e Projeto Externo. Meu case concorreria diretamente com o do Renan na categoria Prática Interna, mas a expectativa da CRIA era dupla, pois estávamos concorrendo também na categoria de insucesso.

Renan diz que estava muito confiante na hora da

[MEJ] - QUEM CONTA UM CASE...

premiação. Quando a categoria de prática interna foi anunciada pelo mestre de cerimônias, a expectativa só piorou. “Foi a categoria mais disputada da noite”, disse ele. Quando o MC anunciou o nome do case do Renan, foi uma explosão de alegria algumas filas na minha frente. “Fiquei muito feliz de escutar que meu case ganhou e que a categoria havia sido a mais dis-putada. Deve ter sido por muito pouco, mas foi muito bom. Quando a gente foi se inscrever no EMEJ, já es-távamos na cabeça que iríamos aprovar um case e que iríamos conseguir ganhar como o melhor”, afirma.

Muito mais que a premiação, os cases proporciona-ram momentos de benchmarking importantíssimos para as pessoas presentes no evento. Ao final da minha apresentação, tive a oportunidade de conversar com pessoas do Rio de Janeiro que, interessadas naquilo que eu havia apresentado, vinham me mostrar como era na empresa deles e como a realidade que eu mostrara se adequaria à deles. A ideia é essa. Trocar experiências e crescer compartilhando informações.

- Escreva sempre de forma impessoal, pois em nenhum momento pode ficar explícito de qual empresa é aquele trabalho. Uma avaliação a par-tir desses documentos é muito mais justa, pois os avaliadores não se valem de julgamentos prévios das empresas para dizer quais são os melhores.

- Os cases para eventos geralmente são peque-nos, variando de seis a oito páginas. Procure ser o mais objetivo e direto possível, passando as in-formações principais de maneira bem clara.

- Utilize bem os anexos. Geralmente se per-mitem duas páginas com materiais anexos. Tente explorá-lo para otimizar os seus resultados, mostrando gráficos e quantificando pesquisas.

- Fique atento às regras de padronização do evento. Os editais sempre apresentam as especificidades que eles levarão em conta na hora das avaliações. Não adianta reclamar depois. Se o case era para ser enviado em PDF e você enviou em um arquivo do Word, você poderá ser desclassificado com razão.

Dicas para escrever

A CRIA UFMG Jr. aprovou um case no COMEJ 2010, em Milão. “10 ways to make your Junior Enterprise be on the news” já teve até citação em um site da França. Clique aqui e leia mais sobre isso.

mais

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“É preciso acabar com a ideia de que apenas grandes empresas precisam investir em comunicação e planejar suas ações.”

Foco no RelacionamentoVocê já deve ter ouvido o ditado “A propaganda é a alma do negócio”. Sem dúvida, a visibilidade tem seu valor na conquista de clientes e novos mercados. Mas a divulga-ção de um produto ou serviço, de maneira isolada, não garante a eficiência e eficácia da comunicação. O que se tem observado é que as organizações que conseguem se manter de forma sustentável no mercado e obter suces-so são as que estabelecem uma relação de confiança e fidelização de seus clientes e públicos estratégicos. E é aí que entra o papel do planejamento de comunicação.

Roberto Novaes, sócio da empresa Sílex Sistemas, passou por essa mudança de paradigma em relação ao papel da comunicação depois de contratar esse serviço. Ele per-cebeu que, mesmo para uma empresa de pequeno porte, a comunicação é uma ferramenta estratégica. “Saber a importância da propaganda é uma coisa, saber fazer uma propaganda consistente e efetiva é outra comple-tamente diferente que requer técnica e conhecimento teórico, planejamento e muito trabalho. Confesso que nosso interesse em um plano de comunicação começou por este motivo: saber fazer uma boa propaganda. Mas uma vez realizado o plano, aprendemos com o pessoal

[PLANEJAMENTO]

Entenda o papel do Planejamento no relacionamento com o cliente

da CRIA que comunicação é muito mais do que divul-gação de produtos e serviços, envolve a imagem da em-presa, a transparência de suas atividades, seus valores e o relacionamento com diversos públicos. É impossível atingir qualquer objetivo mais consistente se essa co-municação não é estruturada e pensada”, conta Roberto.

O planner, profissional que planeja a comunicação, é re-sponsável por coletar e relacionar dados e informações diversas, observar comportamentos e tendências e, a par-tir disso, propor ideias criativas e que gerem resultados. Depois de conhecer o negócio do cliente a fundo, seus ob-jetivos, seus públicos, os contextos social, histórico, cul-tural e econômico que giram em torno do negócio, é pos-sível traçar estratégias mais confiáveis e lidar de forma segura diante das incertezas, mudanças sociais, recursos limitados e variedade de alternativas para comunicar.

O professor de Relações Públicas do curso de Comuni-cação Social da UFMG, Márcio Simeone Henriques, ex-plica porque o papel da comunicação é muito mais es-tratégico do que apenas divulgar produtos ou serviços. “É um dos processos fundamentais para a gestão de qualquer organização. Assim, os problemas de comu-nicação, sejam eles no âmbito interno da organização da produção, sejam nos relacionamentos das organiza-ções com os ambientes externos do seu contexto, pre-cisam ser tomados e examinados em sua complexidade, no sentido de compor estratégias articuladas que pos-sam produzir melhores respostas”, afirma Simeone.

É preciso acabar com a ideia de que apenas grandes em-presas precisam investir em comunicação e planejar suas

por Maitê Gugel e Jéssica Antunescolaboradoras

ações. Na sociedade midiatizada, sai na frente quem sabe identificar as expectativas de seus públicos e fa-lar a mesma língua que eles. Para ter o direcionamento correto de como lidar com a complexidade envolvida no ato de comunicar o planejamento é indispensável.

Já conhece o blog de Planejamento da CRIA? Acesse o Cria Plano, clicando aqui, e fique ainda mais por den-tro do papel dos planners.

mais

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“O fechamento do contrato se deu, em grande parte, à dificuldade que o trabalho apresentou e à curiosidade dos membros a respeito da produção de vídeos.”

cal onde os alunos da Universidade pudessem desenvolver pesquisas e criar novas tecnolo-gias para serem difundidas por todo o Brasil.Essas terras foram cedidas pelo Governo Federal à Universidade em 1993, especifica-mente para a Escola de Veterinária da UFMG, com o intuito de servir como lugar de pes-quisa, ensino e extensão. Durante 14 anos a Fazenda não recebeu a devida manuten-ção. Isso aconteceu principalmente devido à falta de responsáveis por ela, em decorrên-cia de burocracias internas à Universidade. Contudo, a Fazenda já havia ficado esque-cida e inutilizada anteriormente, duran-te todo o período da ditadura militar. As-sim, quando foram cedidos à Universidade, os espaços e edificações já estavam bas-tante danificados pelo tempo e em conse-qüência da falta de manutenção adequada.

A Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo foi criada na década de 1920, pelo Governo Federal, com objetivo principal de incentivar a pecuária e o desenvolvimento de tecnologias animais. O Projeto dos professores pretende fazer com que a Fazenda Modelo seja uma exten-são do Campus Pampulha da UFMG. Para isso, precisa da adesão de toda a comunidade acadêmica e de interesse por parte dos alu-nos. Além disso, precisa do apoio da reitoria para que o Projeto possa ter continuidade.

à causa da revitalização da Fazenda.É que em 2007, um grupo de professores das Escolas de Veterinária, Engenharia e do Instituto de Ciências Biológicas, em conjunto com a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade, criou um projeto para melhorar o aproveitamento da Fazen-da Modelo de Pedro Leopoldo e torná-la um Centro de Produção Sustentável.

Segundo a Pró-Reitora, professora Ângela Dalben, a ideia central do projeto era faz-er com que a fazenda se tornasse um lo-

A fazendaUm grupo de professores coordenados pela Pró-Reitora de Extensão da Uni-versidade Federal de Minas Gerais, Ân-gela Dalben, procurou a CRIA Comuni-cação UFMG Jr. para a produção de um vídeo sobre a chamada Fazenda Mod-elo. Segundo eles, havia a necessidade de divulgar o trabalho desenvolvido até então para despertar a curiosidade e o interesse dos alunos e da comuni-dade acadêmica da Universidade. Além disso, outro ponto importante era fazer com que outros professores aderissem

[CAPA]

Quase um reality show, entenda como foi o desenrolar deste projeto

por Amanda Jurnocolaboradora

@amandajurno

O PROJETO PARA A CRIA

A CRIA não tinha muita experiência com produção de vídeos anteriormente. Quan-do os professores procuraram a Empresa, os membros que tinham alguma experiên-cia com essa área não faziam mais parte do conjunto de membros efetivos. Em função disso houve uma grande discussão interna para decidir se o vídeo seria feito ou não.A demanda da produção de um vídeo para a Fa-zenda Modelo foi aceita e o contrato foi assina-do pelo assessor da Pró-Reitoria de Extensão e responsável legal pela demanda, Marcos Alves.

Segundo Mariana Bechelaine, membro da CRIA e Gestora da demanda, o fechamento do contrato se deu, em grande parte, à dificuldade que o trabalho apresentou e à curiosidade dos membros a respeito da produção de vídeos. Durante a realização do projeto, foi preciso contratar um cinegrafista profissional para a produção das imagens. Isso porque os mem-bros da empresa não dispunham nem de apa-

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“Grande parte da dificul-dade enfrentada na produção do vídeo foi devi-do à falta de experiência dos membros da empresa.”

relhagem, nem de técnicas de filmagem para desen-volver o trabalho contratado. Mesmo assim alguns erros foram cometidos por inexperiência, como por exemplo, a falta de um microfone adequado para filmagens ao ar livre. As imagens foram feitas na Fazenda, em Pedro Leopoldo. Por isso, o som ficou muito prejudicado por ruídos externos e a edição se tornou muito mais trabalhosa para os membros.

Felipe Doreto, membro da CRIA e executor da demanda, afirma que grande parte da dificul-dade enfrentada na produção do vídeo foi devido à falta de experiência dos membros da empresa.Outro grande problema durante a execução do vídeo foi a dificuldade de compreensão da finalidade do vídeo. O primeiro vídeo realizado focou na apresentação da Fazenda já reformada. As partes que ainda estavam em construção foram deixadas de lado na filmagem. Contudo, a intenção dos professores era justamente o contrário: mostrar todo o processo de restauração e os trabalhos que ainda estavam sendo desenvolvidos. Portanto, as imagens tiveram que ser todas refeitas. Além disso, o texto e as imagens não atendiam às expectativas dos professores. Em função dis-so, o texto teve que ser refeito várias vezes. A maior dificuldade estava na gravação desse tex-to, já que o locutor do vídeo também tinha sido contratado pela empresa. A cada palavra modifi-

[CAPA] - A FAZENDA

Chico Xavier nasceu em 1910 no município de Pedro Leop-oldo, que fica a 46 quilômetros de Belo Horizonte. Por mui-tos anos morou e trabalhou em uma fazenda chamada Fazenda Modelo, mesmo lo-cal hoje pertencente à UFMG.

Ele ficou famoso por suas atividades mediúnicas, que se manifestaram quan-do ainda era uma criança. Segundo biógrafos de Chico Xavier, no ano de 1927 ele par-ticipou de uma sessão espírita em que viu sua falecida mãe. Ela o teria aconselhado a ler

Tem a ver...cada, o locutor precisava ser contratado novamente e as locuções precisavam ser todas regravadas.

Um grande entrave na comunicação entre os membros responsáveis pela demanda na CRIA e os professores responsáveis pela Fazenda Modelo foi o contato pes-soal. Isso porque as reuniões eram todas feitas com o Marcos Alves, que tinha sido o contratante. Porém, quem realmente aprovava os vídeos era o grupo de professores. De nada adiantava a aprovação de Mar-cos, sendo que os professores muitas vezes dis-cordavam do que tinha sido apresentado pra ele. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas no proces-so de produção do vídeo, a demanda foi proveitosa para a Empresa porque abriu as portas para outro tipo de serviço que a CRIA não prestava há algum tempo. E, se-gundo os professores responsáveis pela Fazenda Mod-elo, o vídeo atendeu às expectativas iniciais do projeto.

as obras de Allan Kardec, fundador da doutrina espírita. Foi a partir daí que Chico se dedicou ao espiritismo e à mediunidade.

Foi através de atividades mediúnicas que escreveu mais de 400 livros psicografados que foram lidos por mil-hares de pessoas, não só as adeptas ao espiritismo.

Em comemoração aos 100 anos de Chico Xavier, que os com-pletaria esse ano se ainda estivesse vivo, foi lançado no começo de abril, o filme “Chico Xavier”. O filme, que figurou no topo das bilheterias nacionais, teve direção de Daniel Filho. Chico é retratado pelos atores Matheus Costa, Ângelo Antônio e Nel-son Xavier. Trata-se de uma adaptação para o cinema da tra-jetória de vida do médium que morreu aos 92 anos. O elenco conta com atores renomados como Cristiane Torloni, Tony Ramos, Paulo Goulart, Cássio Gabus Mendes, entre outros.

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“O grande problema ainda parece ser na consolidação do cinema enquanto área de estudo.”

É possível estudar o cinema?Talvez você já tenha pensado em fazer cinema. Pegar aquela sua câmera digital, chamar seus amigos, gravar um vídeo e colocar na Internet. Pois é o que muita gente tem feito, e não faltam sites e festivais para provar isso. Desde os exemplos mais simples a produções elaboradas, é pos-sível perceber como a ideia de fazer os seus próprios filmes encanta muita gente. Mas saiba que tem um grupo grande de pessoas também preocupadas em estudar o cinema.

Na Universidade Federal de Minas Gerais, o cin-ema é um grande atrativo para os alunos de Co-municação Social. As matérias ofertadas na área geralmente são bem disputadas e recebidas com entu-siasmo pelos estudantes. Na maioria das vezes, porque eles gostam de cinema. Mas será que basta só isso para se aventurar a estudar o lado teórico da sétima arte?

Talvez para grande parte do público, o cinema ainda seja apenas entretenimento. Porém, para quem procura estu-dar essa técnica, o produto cinematográfico é percebido como uma arte. O professor César Guimarães, do pro-grama de Pós-Graduação em Comunicação da FAFICH/UFMG confirma essa visão do cinema enquanto arte e constata um aumento no interesse dos alunos em estu-

[TESES DE COMUNICAÇÃO]

Nem só da prática é feito o campo do cinema. Estudar os filmes sobre um viés teórico tem atraído muitos alunos da Comunicação

dar os filmes. “São alunos que tem muitas vezes uma ligação forte com o ambiente do cinema. Frequentam os festivais, as mostras retrospectivas... Há uma nova cine-filia que se desenvolve nesses festivais”, resume César.

Um dos exemplos disso é o doutorando Henrique Coda-to. Ele se formou em Relações Públicas pela Universi-dade Estadual de Londrina e defendeu a dissertação “A Identidade Homossexual no Cinema Contemporâneo” no Mestrado da Universidade de Brasília, em 2003. Para ele, o contato com os filmes sempre foi muito grande. “Os meus bisavós tinham um cinema. E na minha casa essa cultura estava presente: sempre se assistia muito cine-ma. Então foi uma coisa que cresceu comigo”, afirma.

Os estudos na área de cinema não têm como alvo ap-enas os grandes cineastas consagrados. César Gui-marães percebe “um grupo de alunos mais antenados com os cineastas contemporâneos, que eles acabaram de descobrir em uma mostra ou algum festival”. Ele afir-ma que tratar de diretores e temas contemporâneos é um trabalho muito diferenciado. “Se estudamos os au-tores consagrados temos um certo repertório teórico bastante constituído. Para filmes contemporâneos não houve ainda nem tempo dos estudos se consolidarem. São questões muito recentes”, compara o professor.

Realmente, nem tudo é tão fácil no campo acadêmico. A falta de acesso a alguns filmes ou a uma bibliografia consolidada pode incomodar. Henrique é um dos que percebeu a falta de oportunidades de se estudar cin-ema no Brasil. “Sempre me senti motivado a estudar cinema, mas é uma área que, na graduação, são pou-

por Diogo Tognolojornalismo - qualidade

cas as universidades que oferecem”. César destaca a importância das escolas de Comunicação nesse caso. “Não há nenhum senão, nenhuma ressalva, para que o cinema seja estudado aqui na Comunicação. Para a gente da área da Comunicação é muito rico poder es-tudar o cinema”. E realça a situação da UFMG: “Te-mos uma formação muito forte no audiovisual, ainda que não tenhamos mais a habilitação do radialismo. Mas como todas as matérias permaneceram, os alu-nos continuam tendo uma boa formação nessa área”.

O grande problema ainda parece ser na consolidação do cinema enquanto área de estudo. Os filmes são muito usados como suportes para entender outras questões,

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“É perceptível um boom da galera que quer fazer cinema, que vai filmar e põe no You-tube, participa de festivais de curta. Há uma ascendência do fazer cinema”

Estudos em Comunicação na UFMG

[TESES DE COMUNICAÇÃO] - É POSSÍVEL ESTUDAR CINEMA?

Meios e Produtos da Comunicação A linha de Meios e Produtos foca seu estudo na linguagem dos meios de comunicação, analisando a natureza dos seus suportes e a especificidade dos produtos, pensando sempre nas relações comunicativas que os con-stituem. Há um foco nos aspectos téc-nicos, textuais, imagéticos ou estéticos.Estudos do cinema seguindo esta linha podem, por exemplo, anal-isar a estilística de determi-nado autor ou entender como alguma questão é tratada no cinema.

para validar questionamentos de outras disciplinas. “Acho que das artes é a menos privilegiada nesse sen-tido”, afirma Henrique Codato. Enquanto outras artes como a pintura, fotografia e o teatro podem ser facil-mente estudados, “o cinema serve de apoio para out-ras disciplinas. Eu vejo pouco, pelo menos, o campo do cinema como um campo de conhecimento, como um campo científico. Tenho a impressão de que ainda fica no domínio da técnica. Ou seja, querem fazer cinema”.

E é no fazer cinema que parecem se encontrar grande parte dos esforços hoje. “É perceptível um boom da galera que quer fazer cinema, que faz curta-metra-gem, que vai filmar e põe no YouTube, participa de festivais de curta. Há ainda uma ascendência do fazer cinema e não do estudar cinema”, conclui Henrique.

Mas para quem gosta de cinema e do campo das pesqui-sas, a união destes interesses parece ser muito proveito-sa. Mais do que entretenimento, o cinema é de fato uma arte e estudá-lo possibilita discutir questões de diver-sas disciplinas sobre uma nova perspectiva. E além do mais, quem não gosta de assistir a um bom filme?

Na UFMG, a pesquisa em Comunicação se encontra dividida em duas grandes linhas: Meios e Produtos da Comunicação e Processos Comunicativos e Práticas Sociais, que permitem com-preender o cinema. Entenda melhor o que cada uma estuda

Processos Comunicativos e Práticas Sociais A linha de Processos e Práticas se con-centra nas formas de ação, expressão e intervenção dos sujeitos interlocu-tores no processo comunicativo. Bus-ca entender como se estabelecem as redes e circuitos de comunicação, como se dá a produção e interpre-tação das formas simbólicas, inclu-indo o contexto em que elas se dão.Estudar o cinema sobre essa óti-ca seria, por exemplo, entender o cinema enquanto um processo co-municativo e analisar como se dá a recepção dele pela audiência.

A identidade homossexual no cinema contemporâneo Henrique Codato defendeu em 2003 a sua dissertação “A Identidade Homoss-exual no Cinema Contemporâneo: Um Estudo de Recepção no Grupo Estru-turação” na Universidade de Brasília. Henrique trabalhou com um grupo de aproximadamente 40 pessoas, exi-bindo para elas 12 filmes (ainda que a dissertação inclua a análise de ape-nas três). O grupo discutia se a repre-sentação das personagens homossex-uais naqueles produtos era adequada ou não, e se aquilo correspondia à realidade deles. Henrique contrapôs o discurso dos filmes com o discurso dos participantes do grupo, procu-rando entender o que é ser homos-sexual para um homossexual e como essa representação se dá no cinema.A dissertação comple-ta pode ser acessada em http://www.rodrigobarba.com/pos/teses/2003_Henrique_Codato.pdf

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Click.[FOTOGRAFIA]

por Diogo Tognolojornalismo - qualidade

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“O mundo ao nosso redor de fato possui três dimensões, mas nós não as percebería-mos se não tivéssemos dois olhos”

O 3D dos óculos coloridos tenta simular esse efeito ao duplicar as imagens de cada frame e distanciá-las entre si, colorindo cada uma para que só uma das lentes dos óculos a capte. O problema disso é que, ao contrário do que acontece no nosso corpo, as imagens que cada lente capta não são diferentes, elas são a mesma. Por isso, o cérebro tem dificuldades de processar a dimensão de profundidade e temos dor de cabeça e enjoo. A tecno-logia dos óculos não-coloridos trabalha com polariza-ção (cada lente capta uma certa freqüência de ondas de luz), não cor, mas ela está sujeita ao mesmo problema. O novo 3D está relacionado à maneira de filmar o filme.

As novas câmeras 3D são invenção de ninguém mais que Cameron, que percebeu a necessidade de se faz-er ao filme em 3D, não torná-lo 3D durante a edição. Assim, no ano de 2000, ele inventou uma câmera, com apoio da Sony, que possui duas lentes ao in-vés de uma, espaçadas de maneira a captar imagens do mesmo jeito que os olhos o fazem. Assim, o espe-ctador de fato recebe duas imagens, e não fica tonto.

James Cameron é responsável pelo avanço do 3D até

Admirável dimensão nova“Avatar não ganhou o Oscar” é uma frase que ouvi bas-tante, recentemente. Com isso, o que as pessoas que-rem dizer é que a obra não ganhou o Oscar de Mel-hor Filme ou James Cameron o de melhor diretor. E, assim, esquecem que o longa ganhou três estatu-etas, de Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Visuais e Melhor Direção de Arte. E, talvez, isso fosse tudo o que ele merecia. Pois esses foram seus diferenciais.

No Brasil, uma das razões pelas quais o filme atraiu a atenção popular é que ele foi projetado em 3D, com um sistema que não requeria óculos coloridos. Nos Es-tados Unidos, onde o cinema em três dimensões não é uma grande novidade (muitos filmes convencio-nais já são exibidos desta maneira), a grande novi-dade foi ter sido filmado em 3D. Faz diferença? Faz.

Com certeza você já tinha ouvido falar de cinema em três dimensões antes de Avatar. Talvez inclusive já tivesse visto algum filme usando os óculos de lentes azuis e vermelhas. E, provavelmente, ficou com dor de cabeça e enjoado. Isso se deveu à dificuldade do cinema, até este momento, de replicar a verdadeira visão em 3D.

O mundo ao nosso redor de fato possui três dimensões, mas nós não as perceberíamos se não tivéssemos dois ol-hos. O efeito 3D no nosso cérebro só se produz porque cada um dos olhos capta uma imagem ligeiramente diferente do mundo, e as duas juntas permitem ao cérebro criar a dimensão de profundidade (se fecharmos um dos olhos, perderemos essa noção). As duas imagens são fáceis de ver: coloque um dedo à sua frente. Se você focar nele, verá duas imagens no fundo. Se focar no fundo, verá dois dedos.

[COMENTÁRIO DE MÍDIA]

Mergulhe a fundo no mundo do 3D

por Francisco Chocholouscolaborador

o estado no qual ele está hoje, e Avatar é sua grande evidência. Com o triunfo monetário e crítico do filme, não é demais pensar que estamos frente ao futuro do cinema e a uma tecnologia que mudará para sempre a forma de vivenciar o cinema. E, mesmo sem uma opin-ião formada sobre o assunto, me senti curioso a res-peito deste possível marco na história da sétima arte. Nossa relação com os filmes vai mudar? A experiência do cinema vai ser diferente? Teremos que assistir tudo em 3D, inclusive o Jornal Nacional e Big Brother? Per-cebi então que minhas dúvidas a respeito do papel do 3D no futuro tinham duas linhas: uma filosófica e out-ra tecnológica. Por um lado, eu queria, como um bom estudante de comunicação, entender como a relação do cinema com o espectador seria reconfigurada. Por outro, eu queria saber como esta tecnologia vai dire-cionar o cinema daqui para frente. A resposta que con-segui para as duas foi surpreendentemente parecida.

Admirável dimensão novaAdmirável dimensão nova

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gia traz um grande problema: Ela pode se tornar a justificativa e razão de ser de um filme, coisa que de certo modo aconteceu em Avatar. O filme ger-almente é chamado de “uma experiência visual”, e tecnicamente ele é um triunfo, mas como obra de arte falta nele algo em termos de conteúdo. Os filmes devem ser um equilíbrio entre produção e narrativa, pois se um das partes falhar, a obra fica incompleta. E o 3D pode compensar, na mente dos produtores, um roteiro pobre e atuações ruins, o que só fará mal ao cinema como um todo. Nem a mais intensa tecnologia pode, na visão de Carlos, responder totalmente pela qualidade de um filme.

Isso não quer dizer que, como alguns de seus colegas, Carlos rejeite e tecnologia 3D. Ele não acha que isso desumanize os filmes, ou que os torne falsos. Na sua visão, o fato do cinema conseguir expressar o mundo de maneira cada vez mais verossímil (afinal de con-tas, isso é que essas novas tecnologias tentam fazer, aproximar o virtual do real) não é um problema. O problema é só quando a tecnologia se torna o motivo de um filme existir e razão do espectador para assisti-lo.

O problema de Avatar foi a falta inovação em termos de história. Sim, há luas de planetas desconhecidos e sim, há corpos azuis inertes prontos para serem psico-logicamente controlados por soldados paraplégicos, mas a história mesmo do filme não difere em muito de Pocahontas ou Dança com os Lobos. Ou seja, enquanto o filme pode ser considerado um triunfo tecnológico,

“O cinema não precisa de muito para fazer o expecta-dor acreditar que o que está na tela é verdade.”

[COMENTÁRIO DE MÍDIA] - ADMIRÁVEL DIMENSÃO NOVA

A fim de resolver minhas dúvidas filosóficas, procu-rei André Brasil, professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. Brasil trabalha com estudos da imagem e do cinema, e eu estava ansioso para saber quais seriam suas opiniões sobre o 3D. Me surpreendi bastante. André não pareceu muito preocupado com a nova tecnologia. Ele deixou uma coisa clara para mim: O cinema não precisa de mui-to para fazer o expectador acreditar que o que está na tela é verdade. A chamada suspensão de juízo, a nossa aceitação de não julgar o filme pelos pa-drões do mundo e real e nos inserir em um mundo no qual acreditaremos pelas próximas duas horas, acontecerá mesmo em filmes mudos preto e bran-co. As artimanhas atuais como alta definição, som surround e, agora, três dimensões, não aumentam significativamente essa suspensão de juízo, e tem por objetivo somente proporcionar, nas palavras de André, “uma experiência mais prazerosa para o pú-blico”. Fiz algumas perguntas direcionas, tentando fazer com que André admitisse uma importância maior ao 3D, mas sem resultados. O 3D, disse ele, é só uma tecnologia que poderá ser aplicada aos filmes nos quais ele couber ou for necessário para a história, assim como os efeitos especiais ou o som 5.1

Meu outro contato foi Carlos Falci, professor na Es-cola de Belas Artes também da UFMG, que poderia resolver minhas dúvidas técnicas. O cinema 3D, se-gundo Carlos, é uma realidade americana, que não se adapta à brasileira. Não está ao alcance do Brasil produzir filmes 3D, muito menos tornar a tecnologia padrão para todos os filmes. E mesmo nos Estados Unidos, que tem os recursos, isto não acontecerá. O 3D, assim como a alta definição ou som surround, pertencem a um tipo de filme e não se aplicam, ou não são necessários, em todas as produções.

Assim como André, ele não vê o 3D como o futu-ro do cinema, e apontou inclusive que a tecnolo-

Você já ficou sabendo que a tecnologia 3D já che-gou ao Youtube? Clique aqui e veja um exemplo.

seu valor narrativo é limitado a pontos específicos. E isso não diz só de Avatar, mas da tecnologia 3D em si.

Enfim, não quero dizer com tudo isto que o cinema em 3D não tenha importância. Ele é um grande avan-ço tecnológico na maneira de produzir cinema, mas não necessariamente o seu futuro. Talvez começou a se confundir a simulação da realidade com valor de um filme, e se esqueceu que nossos antepassa-dos se envolviam tanto ou mais que nós com narrati-vas escritas em um livros, sem imagens e sons. Fico agora otimista pelo que essa nova tecnologia pode nos proporcionar em termos de experiências visuais nas mãos e diretores e produtores capazes de cri-ar, mesmo que com uma folha de papel e um lápis.

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