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 RESUMO A pr esentam os dados parciai s de te cnologi as des e nvolvi das para a recuperação de áreas de pastagens degradadas através do uso de sistemas agrofl ore stais. Avaliam os as pec tos agronômicos, ecológicos eeconômicos de 4 modelos de sistemas agroflorestais implantados em áreas de pastagens degradadas c ompara-os com parce las tes tem unhas de vege tações se cundári a. PROBLEMA O cenári o de degradaç ão ambiental e de pobre za da A ma zônia a ponta para a necessidade das instituições de pesquisa disponibilizar urgentemente tecnologias que ma ntenham aca pacidade produti va do solo, que aumente m a renda dos produtor e s fi xando-o a terra, que incorporaremas áre as já a lte radas ao proce ss o produtivo e que di minuam o de smata me nto das fl oresta s pri ri as. N e ste pr ojeto tes ta-se a hipóte se de que os sistem as agroflorestais pode rão tor nar pr oduti vas a s áre as de pas tage ns abandonadas e degradadas, melhorando sua funçã o soc ial e e cológi ca. OBJETIVO GERAL De senvolver t ecnologia para recupe r ar área s de pas tage ns aba ndonadas e de gradadas, atravé s do uso de siste ma s ag rofl oresta is, com o alte rnativa para minimizar a pressão de desmatamento sobre as florestas primárias, e proporcionar dese nvolvi me nto social, e conômicae e cologica mente suste ntável para o agricultor da Re gião Amazônica. MATERIAL E MÉTODOS Avaliou-se 4 m odel os de sistem as agroflorestais impl anta dos em 1 9 9 2 e m áreas de pastagens degradadas situadas no km 54 da BR 174, na Estação Expe rim e ntal da EMBRAPA do Dis trito A grope cuário da S U FRA M A , Mana us A M . Os s istemas foram implantados após o proc e ss o tradicional de derruba e Recuperação de áreas de Recuperação de áreas de Recuperação de áreas de Recuperação de áreas de Recuperação de áreas de pastagens abandonadas e pastagens abandonadas e pastagens abandonadas e pastagens abandonadas e pastagens abandonadas e degradadas através de degradadas através de degradadas através de degradadas através de degradadas através de sistemas agroflorestais na sistemas agroflorestais na sistemas agroflorestais na sistemas agroflorestais na sistemas agroflorestais na Amazônia Ocidental Amazônia Ocidental Amazônia Ocidental Amazônia Ocidental Amazônia Ocidental 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3

Recuperacao de Areas Degradadas Com Sistemas Agroflorestais

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RESUM O

Apresentamos dados parciais de tecnologias desenvolvidas para a

recuperação de áreas de pastagens degradadas através do uso de sistemasagroflorestais. Avaliamos aspectos agronômicos, ecológicos e econômicos de 4modelos de sistemas agroflorestais implantados em áreas de pastagensdegradadas compara-os com parcelas testemunhas de vegetações secund ária.

PROBLEMA

O cenário de degradação ambiental e de pobreza da Amazônia apontapara a necessidade das instituições de pesquisa disponibilizar urgentementetecnologias que m antenham a capacidade p rodutiva do solo, que aum entem arend a dos prod utores fixand o-o a terra, que incorporarem as áreas já alteradasao processo p rodu tivo e que diminuam o desmatamento das florestas primárias.

Neste projeto testa-se a hipótese de que os sistemas agroflorestaispod erão tornar prod utivas as áreas de pastagens abandonadas e degrad adas,melhorand o sua fun ção social e ecológica.

OBJETIVO GERAL

Desenvolver tecnologia para recuperar áreas de pastagens abandonad ase degrad adas, através do uso de sistemas agroflorestais, como alternativa paraminimizar a pressão de desmatamento sobre as florestas primárias, eproporcionar desenvolvimento social, econômica e ecologicamente sustentávelpara o agricultor da Região Amazônica.

MATERIAL E MÉTODOS

Avaliou-se 4 modelos de sistemas agroflorestais imp lantados em 1992 emáreas de pastagens degradadas situadas no km 54 da BR 174, na EstaçãoExperimental da EMBRAPA d o Distrito Agropecuár io da SUFRAMA, Manau sAM. Os sistemas foram imp lantados após o processo tradicional de derruba e

Recuperação de áreas deRecuperação de áreas deRecuperação de áreas deRecuperação de áreas deRecuperação de áreas de

pastagens abandonadas epastagens abandonadas epastagens abandonadas epastagens abandonadas epastagens abandonadas e

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queima d a vegetação secun dária estabelecida nas pastagens degradad as queforam submetidas por 6 anos ao pastejo intensivo e aband onad as ha 4 anos, emmédia, ao processo de regeneração natural. Na época de implantação dossistemas a vegetação secundária estabelecida após o abandono da pastagemtinha biomassa méd ia de 16t/ ha, baixa diversidade florística, com d omínio dogênero Vismia. O solo é latossolo amarelo distrófico, de textura m uito argilosa,alta densidade aparente e com as seguintes características qu ímicas à 15 cm deprofundidad e: pH=4,3; N=0,2%; P=2,0ppm; K=0,09; Ca=0,89 e Mg=0,32 cmol

o

kg -1.O experimento teve 3 repetições em blocos casua lizados em parcelas de

50m X 60m e 5 tratam entos (4 modelos de sistemas e uma área d e pastagemdegradada avaliada como testemu nha):

- Sistema Agrossilvicultural 1 - dominado por palmeiras (AS1)

O Sistema Agrossilvicultural 1 é formado por linhas de pup un ha ( Bactris

gassipaes), p lantadas em 1992 para p rod ução de fru tos e palmito, intercaladascom linhas das fru teiras cupu açu (Theobroma grandiflorum ), plantad a em 1992 eaçaí ( Euterpe oleraceae), plantada em 1994. Em janeiro d e 1995 foi implantado umcomponente madeireiro, capoerão (Colubrina glandulosa). Toda a borda destesistema é rod eada por uma cerca viva de Gliricidia sepium utilizada como fontede adu bo verde através de 3 podas anuais. Até o terceiro ano, foi mantida asculturas anu ais arroz, mu cuna qu e ajudaram no estabelecimento das espécies

perenes e na rentabilidad e da fase de implantação dos sistemas.

- Sistema Agrossilvicultural Multiestratif icado (AS2)

O Sistema Agrossilvicultural 2 é formado pelas fruteiras cupuaçu(Theobroma grandiflorum), genipapo (Genipa americana), acerola (Malphigia glabra),castanha do p ará ( Berthollettia excelsa) e araça-boi ( Eugenia stipitata); pelas simi-perenes, banana ( Musa paradisiaca ) e maracujá (Passiflora edulis); pelas m adeireirasteca (Tectona grandis) e mogno (Swietenia macrophylla); e pelas espécies utilizad ascomo ad ubo verde, ingá ( Inga edulis) e Gliricia sepium, p lantad a como cerca vivaao redor d e todo o sistema. Arroz, mu cuna e mandioca foram as culturas anuaisplantadas entre as perenes que permaneceram até o terceiro ano.

- Sistema Agrossilvipastoril ( ASP1) – médios insumos 

Mogno (Swietenia macrophylla), paricá (Schizolobium amazonicum) e ingáforam implantados em dois conjun tos de faixas trip las d istanciados 20m um dooutro e intercalados com faixas das forrageiras Desmodium ovalifollium e Brachiaria

brizantha com um a carga d e oito cabeças de gad o/ ha. A fileira centra l de cadafaixa tripla é constituída por u m total de 20 plantas de paricá intercaladas com10 plantas de mogno, ladeadas por 30 indivíduos de ingá, formand o um corredorde proteção para o m ogno contra o ataque da mariposa H ypspylla grandella. O

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preparo d a área foi mecanizado e houve correção do solo com calcário (2t/ ha) eadu bação com 25 kg/ ha de N, 40 kg/ ha de P e 100 kg/ ha de KCl. Após estaadubação inicial para as p lantas anuais, mand ioca, milho, feijão caupi e mu cuna,que perm anceram até o teceiro ano, as plantas perenes não receberam nenhumoutro tipo de fertilizante.

- Sistema Agrossilvipatoril (ASP2) – baixos insumos 

. No sistema agrossilvipastoril 2 de ba ixos insumos O arran jo espacial ésimilar ao do Agrossilvicultural 1 entretando a gramínea utilizada em consorciocom a leguminosa  Desmodium ovalifollium é a   Brachiaria humidicola. Todas asatividades de implantação do sistema foram manuais, com uso mínimo deadubação química (20kg/ ha d e fósforo), após esta adubação inicial para asanuais arroz, mandioca e mu cun a, as plantas perenes não receberam nenhumoutro tipo de fertilizante.

- Vegetação secundária (testemunha)

A vegetação secundária testemunha é a capoeira estabelecida naspastagens degradadas e que não foi submetida a qu eima. As espécies dom inantessão do gênero Vismia,  Belucia, Laetia e o arbusto Borreria veticillata , todas espéciestipicamente colonizadoras de solos degradados(McKerrow, 1994; Souza et al.,1996a; Wandelli et al., 1996a). A altura m édia desta vegetação é de 10 m, comdossel contínu o.

Avaliou-se as propriedades químicas, físicas e biológicas dos solos, aprodutividade e o incremento das espécies dos 4 modelos de sistemasagroflorestais (SAF) ao longo de 7 anos, comparando-os com as parcelastestemu nhas de vegetação secund ária.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Disponibilidade de Nutrientes das Pastagens Degradadas para implantação de SAF 

Os mod elos de SAF adotados desenvolveram-se em áreas degradadas poratividades agropecuárias, reincorporand o-as ao processo prod utivo. Entretanto,por maior que seja a capacidade de fixar e ciclar nutrientes dos espéciesescolhidos, deve haver reposição do que foi exportado através das colheitaspara que os componentes possam desenvolver (Fernand es et al. 1997).

Os quatro modelos de sistemas agroflorestais testados foram implantadosem áreas de pastagens degradad as através da derruba e queima da vegetaçãosecundária, que na época de imp lantação dos tinha um a biomassa méd ia de 16t/ ha. Este valor quand o comp arados com outros trabalhos da região representa

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somente 5% da biomassa estimada para floresta primária e 30% do estimadopara vegetação secun dária de mesma idade, mas com h istórico de uso m enosintenso. Durante a queima d a vegetação secundária perdeu -se grande parte dosnu trientes por volatização e transpor te. Após a queima, outra par te das cinzasfoi perdida por lixiviação e erosão, restand o um a pequena fração de nu trientespara ser incorporado ao solo (McKerrow, 1994). A queima da vegetaçãosecun dária de pastagens degradad as, como as das áreas deste estud o não é umprocesso eficiente para d isponibilizar nu trientes, pois a queima da biomassavegetal não aumentou o status nutricional do solo N = 0%; P = -26%; K = 9%; Ca= -10%; Mg = -2% (Wandelli et al., 1996b)

Para aumentar a sustentabilidade de sistemas agroflorestais em áreasdegradadas sugere-se práticas de m anejo da biomassa da vegetação secund áriaque sejam alternativas para a derruba e queima, como pousio melhorado ecapoeira enriquecida, além d e manejos constantes para incorporação de matéria

orgânica.

Comportamento das espécies Madeireiras

Mogno 

Nos sistemas agrossilvipastoris obteve-se sucesso contra o ataque damariposa   Hypsipyla grandella ao plantar indivíduos de mogno entre paricá(Schisolobium amazonicum) e ladeados por linhas de ingá ( Inga edulis) formandoum túnel vegetal de proteção. No primeiro as grandes folhas de paricá e assombras provocadas pelas culturas anuais sombrearam o mogno. Após osegundo ano a barreira física e possivelmente mecânica, devido a presença deformigas, formada pelo túnel de ingá, protegeu o mogno do ataque de Hypsipylla

grandella. Após o terceiro ano quando o mogno u ltrapassou em altura o túnel deIngá, até 80% de seus indivíduos foram atacados. Entretanto, no sistemaagrossilvipastoril de altos insum os, aos 3 anos, o mogno já tem um fuste comercialde mais de 6 metros e o ataque não rep resentou p rejuízo econômico (Matos et al.,1996; Sou sa et al., 1996b). Com 7 anos o mogno no sistema agrossilvipastoril dealto insumos atingiu 10,2m de altura e 12,3cm de diâmetro, no baixo insumosatingiu 8,9 m d e altura e 11,9cm de d iâmetro.

No sistema agrossilvicultural 2, apesar da presença do ingá ao redor domogno, o ataque de Hypsipylla grandella ocorreu em altura mais baixa que nosistema agrossilvipastoril de altos insumos, pois além de estar em menordensidade, foi pod ado du as vezes por ano p ara ser usado como adubo verde eportanto, não sombreou o mogno. Com 7 anos, no sistema agrossilviculturalmu ltiestratificado o m ogno atingiu 9,5m d e altura e 12,3cm de d iâmetro.

Estas experiências indicam que o mogno d eve ser ladead o por espécies

de crescimento final maior qu e o ingá , para qu e assim o tú nel formado por elapossa proteger o mogno pelo menos até o quinto ano. Nos ind icam tam bém qu equand o o mogno for plantad o em um sistema multiestratificado, este deve serintroduzido somente depois que os demais comp onentes formaram um dossel

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que possa cond uzir o crescimento do m ogno e ao mesmo tempo proteger doataque de Hypsipylla grandella.

Paricá 

Embora paricá (Schisolobium amazonicum) seja amp lamente ind icado naliteratura como um excelente componente d e sistemas agroflorestais, devido seucrescimento rápido, para as condições das p astagens d egradad as da região d eterra firme de Manaus está espécie não é recomendada devido seu baixodesempenho (Sousa et al., 1998). A correção do solo com calcário (2t/ ha) eadu bação com 25 kg/ ha de N, 40 kg/ ha de P e 100 kg/ ha de KCl no primeiro anono tratamento de altos insumos não foi suficiente para causar um bomdesempenho no paricá. A diferença de adubação influenciou somente aconcentração de Ca nos tecidos vegetais (Pereira, 1998).

Castanheira 

A castanha ( Berthollettia excelsa) teve um bom d esemp enho atingindo10.3m de altura e 15,5cm de diâm etro aos 7 anos sem ter recebido insumos, poisa adubação orgânica era destinada às plantas frutíferas como cupuaçu e acerola.Este desemp enho confirma a tolerância d a castanha para áreas degradad as

Teca 

A espécies asiática teca (Tectona grandis) teve um ótimo d esemp enho atéo segund o ano, após o que hou ve um a intensa ram ificação e baixo incremento,demonstrand o que além d e ser u ma espécie exigente em nutrientes precisa depod as de condu ção constantes ou ser p lantada bem adensada. Apesar do baixoincremento de teca na área degradada, a partir do terceiro ano começou afrutificação.

Capoeirão 

A espécie mad eireira capoeirão (Colubrina glandulosa) destacou-se comoum comp onente p romissor d e sistemas agroflorestais em áreas de p astagensdegradadas pelo seu excelente desempenho, atingind o 13,3 m de altura e 13,1cm de DAP com 4 anos. O d esemp enho em altura, d iâmetro d o tronco e áreabasal do capoeirão foi a l to e semelhante nos t rês blocos estudados,independentemente do nível de fertilidade destes, indicand o o adaptação destaespécie para baixos níveis de fertilidade. Aliado a alta taxa d e crescimento e a

alta sobrevivência (96%), o capoeirão apresentou uma arqu itetura aérea bastantedesejável para sistemas agroflorestais; seu fuste é retilíneo e a ramificação émonopod ial; os galhos apresentam d errama natural; a copa é p equena e d ebaixa densidad e foliar, o que perm ite a passagem d a luz solar, favorecendo o

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desenvolvimento de outros componentes. Após a colheita da m adeira a 20 cmdo solo a rebrota do toco é rápida, pod endo-se conduzir dois rebrotos, que podemser colhidos para esteiro ap ós 1 ano. O arranjo espacial e temporal do capoeirãono ASP 1 (a 1 m d os açaizeiros e a 2 m d os cupuaçuzeiros) permitiu u m bomsombreamento ajudou a sobrevivência e a condução de um fuste reto (Wand elliat al., 1998a).

Produção de plantas anuais e frut eiras

Apesar do arran jo espacial mu ito adensad o, a prod ução foi satisfatóriaquando se avalia por unidade de área (Tabela 1 e 2), sendo que a principalespécie econômica teve maior produção quando recebeu adubo verde de ingá egliricídia do que só de ingá.

O maracujá, banana, mamão, acerola e araça-boi são componentesimportantes que podem aum entar a renda do produ tor na fase intermed iariaentre a substituição da colheita das culturas anuais pelas perenes. Deve-seplanejar sua substituição gradativa por espécies umbrófitas assim que ad isponibilidad e de luz for insuficiente, geralmente após o sexto ano.

O maracujá é um a semi-perene que agregou alto valor ao sistema e quepor ter sido plantada no sentido leste-oeste pode permanecer produzindo desdea fase de roça até pelo menos o oitavo ano do sistema.

Jenipap o (Genipa americana), que é um a espécie tipicamente conhecidapelo seu rápido crescimento, nas áreas degradad as do estud o não teve um bomdesempenho alcançando somente 2.8m de altura e 3,5cm de diâmetro aos 4anos. Isto se deve possivelmente por ser uma espécie originár ia das várzeas eportanto exigente em nutrientes, além d a intensa herbivoria sofrida por cervídeos.

Tabela 1 - Dados de pr odução das cult uras anuais dos sistemas(1).

(1) Produção até o terceiro ano do sistema. (2) espaçamento (0,30 X 0,20m) e área de

1728m2. (3) 1a. colheita, espaçamento (2 X 1m), área de 2880m2 e 2a colheita , espaçamento (1

 X 1m) e área de 2880m2. (4) espaçamento (0,3 X 0,2m) e área de 1080m2. (5) 2a colheita,

espaçamento (1 X 1m) e área de 1920m2. (6) espaçamento (0,3 X 0,2m) e área 2400m2. (7) 1a

colheita, espaçamento (2 X 1m), área de 2400m e 2a colheita espaçamento (1 X 1m) e área de

2400m2

.

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Forrageiras

As pastagens consorciadas podem p rodu zir de 7 a 10t/ ha d e forragempara o gad o, porém o tempo d e permanência de pastejo deve ser pequeno p aranão provocar sobrecarga. Na estação seca ha capacidade sup orte para 9 cabeçaspor hectare no ASP1 e 15 cabeças por hectare no ASP2 du rante u ma semana emciclos de pousio de 28 dias. Na estação chuvosa, como o excesso de água

aumentou o efeito de comp actação do solo pelo gado, o tempo de permanênciadeve ser de apenas 4 dias. Nessecita-se de estudos complementares sobre oefeito das forrageiras u tilizadas, desmodium e brizanta, no incremento do gadoe o efeito de períodos de pastejos mais longos na biomassa das forrageiras.

Após a introdução da pastagem, foram encontradas 15 espécies deocorrência espontânea nos sistemas, em comparação com as 63 espéciesobservadas antes da introdução das forrageiras (Sousa et al., 1997). As principaisespécies espontâneas observadas foram  Borreria verticillata (l.) G.F.W. Meyer,

  Lantana camara l,  Rolandra fruticosa (l.) Kuntze, Solanum juripeba Rich.,

Stachytarpheta cayennensis (l. C. Rich.) Vahl, Vismia japurensis, consideradasindesejaveis em pastagens; e Borreria alata, Borreria latifoliaschum, Ciperus sp,Commelina benghalensis l,  Digitaria sp,   Digitaria sp 2,   Homolepis aturensis

Tabela 2- Produção de frutos nos Sistemas agrossilviculturais.

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(H.B.K.)Chase, Paspalum conjugatum Berg., Sorghum halepenses (l.) Pres.,considerad as como indiferentes.

Apesar da matéria seca (MS) total encontrad a ser semelhante entre ossistemas, observou-se que no ASP 2 as espécies introdu zidas foram responsáveispor 85,16% da MS total contra apenas 60,98 do ASP 1 (Perin et al., 1997a). Jáprodução de liteira, fator importante na ciclagem de nu trientes, foi considerávelnos dois sistemas, sendo maior no ASP 2. Enquanto a participação dasleguminosas foi alta em ambos os sistemas, no ASP 1 a participação das espéciesindesejáveis foi responsável por 22, 43 % da MS total, imp licando na necessidad ede seu controle já no segund o ano de formação da pastagem. O melhor preparodo solo, aliado a u tilização de maior nível de insum os, permitiu a obtenção demaior prod utividade d a pastagem e de uma m enor infestação por espécies deocorrência espontâneas, principalmente d aquelas considerad as indesejáveis.

Dinâmica de plant as invasoras de sistemas agrof lorestais

As espécies Borreria verticillata, Brachiaria humidicola, Fimbristylis

annua, Paspalum conjugatum e Solanum juripeba, foram as invasoras mais comu nsnos 4 sistemas agroflorestais. Observou-se que, os teores d e N, P, K, Ca e Mg,variaram entre as espécies, sugerindo que estas espécies ao concentraremdiferentes teores de nutrientes, colocam a disposição uma biomassa d iversificadade nu trientes. S. juripeba e B. verticillata apresentaram os m aiores teores de N(2,71 e 2,41 % respectivam ente) e Ca (1,58 e 1,54 % respectivam ente), enqu antoque as monocotiledoneas (F. annua, P. conjugatum e B. humidicola) apresentaramde um modo gera l, baixos teores de N, P, K, Ca e Mg, execeto P. conjugatum, queapresentou as m aiores concentrações de Mg.

Obteve-se uma p rodu ção de 1,4 ton/ ha d e biomassa total por capinad istribu ídos em 21,90; 2,16; 21,82; 8,43 e 3,78 kg/ ha d e N , P, K, Ca e Mgrespectivamente (Tabela3).

Tabela 3 - Biomassa e acúmulo de macronutrientes em plantas invasoras

Portanto a p rodu ção de biomassa de plantas invasoras com estoquesignificativo de nutrientes não pode ser deperdiçada. Após cada capina abiomassa das invasoras devem ser redistribuída nas linhas das plantas

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cultivadas como um a fonte de nutriente. Esta pod erá ser uma p rática que deveráser compensada entre os custos de capinas e a compra de fertilizantes.

Recuperação da cobertura vegetal pelos sistemas agrof lorestais

O desempenho vegetativo das espécies utilizadas indicou que açai,colubrina, cup uaçu, pupu nha, araça-boi, castanha do para, mogno, pu pu nha,glirídia e ingá toleram o nível de degradação dos solos avaliados. Nãoapresentaram bom desempenho nestes solos as espécies acerola, jenipapo, paricáe teca.

Avaliamos o incremento de cobertura dos 2 modelos de sistemasagrossilviculturais (AS1 e AS2) de 4 anos em comparação com u ma vegetaçãosecund ária de 10 anos testemun ha d a cobertura existente antes da imp lantaçãodos sistemas. O sistema agroflorestal mu ltiestratificado teve o acúm ulo total e ataxa de incremento anual de área basal maior do que a vegetação secund ária eestá foi similar ao do sistema agroflorestal dominado por palmeiras.

Apesar da vegetação secundária de dez anos ter índice de área foliarmaior que os sistemas agroflorestais de 4 anos, o incremento médio anu al de IAFé maior nestes, sendo 0,51 no sistema com palmeiras (Figura 1), 0,39 para osistema mu ltiestratificado, e um incremento d e 0,35 no vegetação secund ária(Wandelli e Marques, 1999)(Tabela 4). Este dad os de incremento de coberturaindicam que os sistemas agroflorestais estudados têm um potencial maior paraacumular biomassa do que vegetações secund árias de áreas ad jacentes, commesmo h istórico d e uso e também estabelecidas em solos degradad os. Sistemasagroflorestais além de au mentar a capacidade p rodutiva de áreas degrad adas,aumentar o potencial de seqüestro de carbono (Wand elli et al. 1998b).

Tabela 4 - Índice de área foliar (IAF) por classe de radiação e incremento médioanual.

* Valores entre parênteses representam o desvio padrão.

Emissão de oxido nit rosoAs pastagens degrad adas estud adas liberaram 29% a mais de N

2O por

ano d o que a floresta pr imária ad jacente. O fluxo de N2O esteve diretamente

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relacionado a umidade do solo e apresentou variações sazonais, tanto napastagem abandonada quanto na floresta. Anualmente, o fluxo de N

2O da

pastagem d egradad a variou entre 0,76 a 6,47 ng/ cm 2 / h (média de 1,36 Kg N2O-

N/ ha.ano) e na floresta entre 0,66 a 2,93 ng/ cm2 / h (média de 1,75 Kg N2O-N/ 

ha.ano) (Coolmam, 1994). Estas estimativas alertam para a p ossibilidad e d emudanças climáticas globais se mais áreas de florestas forem substitu ídas porpastagens degradad as e sobre a importância d e convertemos estas áreas emcoberturas vegetais que minimizam a em issão de gases estufas como os sistemasagroflorestais.

Ciclagem de Nutrientes

Adubação verde 

Entre as práticas de conservação do solo testadas, além do processo deciclagem natu ral através da p rodução de liteira, avaliou-se a contribuição daslegum inosas arbóreas Inga edulis e Gliricidia sepium cujo m aterial provenientedas pod as foi depositado como ad ubo verde nas culturas perenes. Gliricídia foiusada como cerca viva ao redor do AS1 e AS2 e produziu biomassa su ficientepara pelo menos 3 pod as por ano. Ingá foi plantado como comp onente do AS2e prod uziu biomassa para d uas p odas anu ais. A adubação verde de gliricidia(5,5/ t/ ha/ ano) e ingá (2t/ ha/ ano) contribuiu substancialmente na qualidad ede nu triente que en trou nos sistemas principalmete de K, P e Mg (Tabela 5) edemand ou anualmente 10homens/ dia (Perin et al. 1998; Wandelli et al., 1999).Como a d ecomposição do material de gliricídia é muito ráp ida (meia-vida d e16,4 dias), o adubo verd e de ingá, com decomposição menos lenta (meia-vida d e25,5 dias) (Gallard o, 1998), deve ser depositado por cima d este. A concentraçãode nu trientes que entrou pela adu bação verde no AS2 foi maior que no AS1 pelofato que a primeira recebeu a entrada de gliricidia e ingá enquanto qu e o AS1recebeu apenas o material da pod a das cercas vivas. Com 183 indivíduos deingá/ ha, representarem somente 18% dos indivíduos arbóreos de cada parcelade sistema, sua parte aérea prod uziu através das pod as aproximad amente 2toneladas por ano e d isponibilizou para as espécies fru tíferas as quantidadesdos elementos N, P, K, Ca e Mg equ ivalentes a ap licação de 411kg de uréia, 132kgde superfosfato simples, 141kg de cloreto de potássio e 560kg de calcáriodolomítico (Perin et al., 1998). A alta prod ução de biom assa de ingá e gliricidiaobservada perm ite concluir que estas espécies são tolerantes a áreas degradadase a pod as.

Liteira 

A produção anu al de liteira foi maior nas capoeiras (8,2t/ ha) que nossistemas agroflorestais (AS2 = 2,3 t/ ha; AS1= 2,1 t/ ha). Entretan to, as maioresconcentrações de nu trientes da liteira p rod uzida pelos SAF, especialmente d ebases trocáveis (K, Ca e Mg), compensou a menor p rodução de necromassa em

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relação à capoeira, sendo que a entrada total de nu trientes nos SAF (somando-sea ad ubação verde à liteira fina) foi maior d o qu e a d a capoeira (Gallardo, 1999).Assim, a adubação verde d esemp enha u m pap el vital no estabelecimento dosSAF, no balanço dos nutrientes e na econom ia de recursos com a compra d eadubos.

Biota do solo 

Usando-se a população microbiana do solo como um indicador da

cond ição bioquímica do solo, verificou -se que todos os sistemas agroflorestaisintroduzidos estão contribuindo p ara a recup eração dos solos degrad ados d epastagens de forma mais rápida e eficiente do que a regeneração natural dacapoeira testemunha (Tapia-Coral, 1998). Obteve-se indicações de que os sistemamais d iversificado floristicamente (AS2) favoreça mais o desenvolvimento d aatividade microbiana d o solo do qu e o sistema de maior cobertura vegetal (AS1).A atividade d a biomassa microbiana foi significativamente maior (ANOVA,F=4,82; p<0,01) em tod os os tratam entos de sistemas agroflorestais do qu e nacapoeira, sendo um pou co mas alta no sistema m ultiestratificado (AS2), que

possui maior diversidade, do que nos demais. Foi detectada um a relação positiva( r2 = 32,0; p<0,005) entre a biomassa microbiana e as variáveis densidadeaparente, porosidad e total e umidad e do solo (Tapia-Coral et al., 1997).

A partir do quinto ano de implantação dos sistemas a densidade demacrofauna d o solo foi significantem ente mais alta sob o solo de pu punha ecupuaçu (4000 e 3000 ind/ m 2, respectivamente) do que sob as outras espécies deárvores. O solo sob pup unha e cup uaçu também teve um maior núm ero de taxade macrofauna. Os Hymenopteras, Isopteras e Isopod as são responsáveis pelosaltos valores de densidad e, e os Oligochaetas endógenas pela altos valores de

biomassa. Há um a relação positiva entre a quantidade de Bio-C (Carbono dabiomassa microbiana) da liteira, a densidad e de isópodas, d iplópodas e cupinse a diversidad e florística dos sistemas agroflorestais. Observou-se também umarelação positiva entre Bio-C, densidad e, porosidad e total e um idad e do solo

Tabela 5 - Ent rada anual de material seco e total de nutrientes originários das podasde ingá e da cerca viva de gliricídia (usados como adubação verde) e incorporado ao

AS1 e AS2.

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sugerindo qu e o papel da m acrofauna do solo como u m forte comp onente dossistemas agroflorestais na recuperação das áreas degradadas.

Fertilidade do solo 

Ao longo do desenvolvimento dos sistemas, observou -se diminuiçãodas bases no solo em todos os sistemas (Tabela 6) possivelmente devido: 1) aexportação de nu trientes pelos grãos (arroz, caup i), fru tos (cupu açu, acerola,araça-boi, maracujá, mamão), palmito (pupunha), maniva e tubérculos(mandioca); 2) incremento de biomassa na plantas cultivadas e 3) lixiviação,principalmente nos p rimeiros anos quand o a cobertura das plantas e da liteiranão está bem estabelecida (Matos et al., 1996b; Wandelli et al., 1997) . Os valoresde P foram maiores nos sistemas em relação à pastagem abandonada em funçãodo P aplicado. Esta diminuição de nutrientes observadas nos solos dos sistemas,são similares as do solo sob a vegetação secund ária testemu nha, no entanto, ossistemas incorporaram as áreas degradad as ao processo prod utivo através desucessivas colheitas de culturas anu ais e perenes, além de apresentarem taxaanu al de incremento de biomassa aérea, ond e os nutrientes são estocados, maiorque a da capoeira.

Tabela 6 - Análise química do solo antes da implant ação dos sistemas (após aqueima da capoeira) e no quinto ano de desenvolvimento dos sistemas agroflorestias.

Aspectos econômicos 

De acordo com os indicadores econômicos os modelos de sistemaagrossilvicultural, AS 1 e AS 2 apresentaram taxa interna de retorno acima de14% ao ano, o que os torna viável e alternativo aos atuais sistema de uso daterra. Entretanto os custos da fase de implantação (período de preparação daárea e de mud as até o p rimeiro ano d e plantio) dos sistemas ind icam que arecuperação de áreas degradadas é onerosa e os produtores que se dedicarem a

esta atividad es devem receber fomento adequado pelos serviços ambientais queprestam, até que a atividad e comece a ser sustentável. Para a imp lantação dossistemas, foram gastos com mão de obra, insumos (imp lementos, construção d eviveiros, prod ução de m ud as, adu bos, sementes, transpor te, etc.) US$3000 em

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d ois anos e dem and ou 240.1, 187.5 , 128.8 e 151,4 homen s/ d ia / ha ,resp ectivam ente no AS1, AS2 , ASP1 e ASP 2.

A “derruba e queima” incluindo broca, derruba, queima, coivara, e limpeza,são atividad es que demand am d e 40 a 60 homens/ dia/ ha de acordo com ossistemas de produção para a m onocultura de mandioca da Região. Nos 4 mod elosde sistemas agroflorestais testados, esta atividade demand ou 47 hom ens/ d ia/ ha incluindo todas as espécies. Nesta lógica, a diversificação do sistema deprodução diminui os custos com a mão de obra em relação a monocultura, poisas atividad es podem ser realizadas simu ltaneamente para tod as as espécies. Eesta é u ma das p rincipais vantagens d escritas pelos produtores que treinam osem sistemas agroflorestais.

As capinas, demand am d e 30 a 40 homens/ d ias nas principais culturasanuais da região como, mandioca, arroz, feijão e milho. Nos sistemasagroflorestais esta atividade, realizada na fase de implantação, devido a presença

das culturas anuais variou entre 35 a 50 hom ens/ dia/ hectare, provavelmentedevido as entrelinhas estarem ocup adas com as culturas perenes o que exigiumaior cuidado dos operários para não danificarem as pequenas mudas.Entretanto, ainda existe a vantagem de realizar as práticas necessárias paravárias espécies ao mesmo tempo e a medida que as perenes forem crescend o ed iminu indo a luz que atinge o chão dos sistemas, a demand a de m ão de obradiminuiu e as capinas foram substituídas por leve roçagem com terçado,realizadas duas vezes por ano demand ando somente 1 homem/ dia/ ha, e quereincorporam os nu trientes das p lantas invasoras.

A par tir do quarto ano os sistemas agroflorestais testados demand aramanualmente menos de 50 homem/ dia/ ha (Tabela 7). O terceiro ano é o quedemanda mais mão de obra devido a colheita das culturas anuais e suasubstituição pelas perenes. A baixa demanda de mão de obra dos sistemasagroflorestais permite que o produtor possa realizar outras atividades produtivasna prop riedad e que comp orão o m osaico d a paisagem agrícola como, manejoflorestal, hortas, roças, pescultura, apicultu ra, etc.

Tabela 7 - Mão de obra necessária (dias/homem/ha) para manutenção dos sistemas

agroflorestais ao longo de 8 anos.

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CONCLUSÕES

Os sistemas agroflorestais, como forma de uso da terra, tornaramprod utivas as áreas de pastagens abandonadas e degradad as, melhorando suafun ção social e ecológica.

Os s is temas agrofloresta is d esemp enhar am eficiente p apel n arecup eração da p aisagem, entretanto a recuperação de solos de áreas degradadasé lenta. Sua sustentabilidade depende da reposição dos nu trientes do solo quesão exportados através das colheitas, pr incipalmente através da deposicão dapod a de legum inosas arbóreas, de permanente cobertura d o solo (viva ou morta),da presença de espécies adaptadas aos solos pobres, ácidos e compactados, depráticas que estimulem a ação da biota do solo na ciclagem de nu trientes e nascond ições físicas d o solo.

EQUIPE

Membros - Elisa Vieira Wandelli: (M.Sc. Ecologia); Erick C. M. Fernandes:(Ph.D. Solos/ Agrofloresta); Iracino Bonfim: (Técnico Agrícola); João Carlos De S.Matos (M.Sc. Microbiologia); Mário Kokay (eng. Agrônomo); Rogerio Perin: (M.Sc.Manejo d e pastagens); Ruben ildo Lima; (Técnico Agrícola); Silas Garcia A. DeSousa: (M.Sc. Ciências Florestais)

Colaboradores -

Ari Marques de Oliveira Filho (Ph.D. Climatologia);Eleusa Barros (Ph.D. Ciências do solo); Jorge Gallard o ( M.Sc. Ecologia); LuizCarlos Rodrigu es (Ph.D. Economia); Mário Jorge Dos Santos (Bs. Economia).

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