3
ESTADO DO ACRE DEFENSORIA PÚBLICA Trav. Custodio Freire, 26, Bosque – Rio Branco/AC Telefone: (68) 3223-0318 1 EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SENA MADUREIRA DO ESTADO DO ACRE. Autos de Agravo n. 0000293-13.2012.8.01.0012 A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO ACRE, através do Defensor Público ao final firmado, em defesa de Nel Gibison Pereira da Silva, vem, à presença de Vossa Excelência, com base nos artigos 197 da Lei de Execuções Penais; 128, inciso I, da Lei Complementar n. 80/94 e 5 º, § 5º, da Lei Federal n. 1.060/50, interpor RECURSO DE AGRAVO, contra a decisão que reconheceu a prática de falta grave pelo reeducando. Ante ao exposto, requer o recebimento das inclusas razões, mormente pelo juízo de retratação nos termos do art. 589 do Código de Processo Penal. Pede Deferimento. Rio Branco, Acre – 09 de setembro de 2013 Bruno Bispo de Freitas DEFENSOR PÚBLICO Se impresso, para conferência acesse o site http://esaj.tjac.jus.br/esaj, informe o processo 0000293-13.2012.8.01.0012 e o código 88D2F5. Este documento foi assinado digitalmente por BRUNO BISPO DE FREITAS. Protocolado em 09/09/2013 às 18:01:25. fls. 167

Recurso de Agravo

Embed Size (px)

Citation preview

  • ESTADO DO ACRE DEFENSORIA PBLICA

    Trav. Custodio Freire, 26, Bosque Rio Branco/AC Telefone: (68) 3223-0318

    1

    EXCELENTSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SENA MADUREIRA DO ESTADO DO ACRE.

    Autos de Agravo n. 0000293-13.2012.8.01.0012

    A DEFENSORIA PBLICA DO ESTADO DO ACRE, atravs do Defensor Pblico ao final firmado, em defesa de Nel Gibison Pereira da Silva, vem, presena de Vossa Excelncia, com base nos artigos 197 da Lei de Execues Penais; 128, inciso I, da Lei Complementar n. 80/94 e 5 , 5, da Lei Federal n. 1.060/50, interpor RECURSO DE AGRAVO, contra a deciso que reconheceu a prtica de falta grave pelo reeducando.

    Ante ao exposto, requer o recebimento das inclusas razes, mormente pelo juzo de retratao nos termos do art. 589 do Cdigo de Processo Penal.

    Pede Deferimento.

    Rio Branco, Acre 09 de setembro de 2013

    Bruno Bispo de Freitas

    DEFENSOR PBLICO

    Se im

    pres

    so, p

    ara

    conf

    ern

    cia a

    cess

    e o

    site

    http

    ://es

    aj.tja

    c.jus

    .br/es

    aj, in

    forme

    o pro

    cess

    o 000

    0293

    -13.20

    12.8.

    01.00

    12 e

    o cd

    igo 88

    D2F5

    .Es

    te d

    ocum

    ento

    foi a

    ssin

    ado

    digi

    talm

    ente

    por

    BRU

    NO B

    ISPO

    DE

    FREI

    TAS.

    Pro

    toco

    lado

    em

    09/

    09/2

    013

    s 1

    8:01

    :25.

    fls. 167

  • ESTADO DO ACRE DEFENSORIA PBLICA

    Trav. Custodio Freire, 26, Bosque Rio Branco/AC Telefone: (68) 3223-0318

    2

    EGRGIO TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DO ACRE;

    COLENDA CMARA;

    NCLITOS JULGADORES:

    I DOS FATOS

    Foi reconhecida a prtica de uma suposta falta grave cometida pelo agravante fls. 132-134. Mesmo reconhecendo a NULIDADE DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO ante a ausncia de defesa tcnica, o juzo a quo interrompeu o prazo para aferio do requisito objetivo progresso de regime, reconhecendo a prtica da falta grave cometida pelo reeducando.

    cedio por todos que o fato de assumir o ilcito encontrado dentro do presdio obrigatrio pelos detentos mais novos na cela, uma vez, que a negativa do procedimento, angaria retaliaes e at risco de morte, conforme afirmado pelo reeducando

    em Audincia. Assim, estamos diante de causa de impunibilidade pelo instituto da

    coao moral irresistvel. Nesse caso o coato no pratica crime ou falta disciplinar mas sim o coator, uma vez que a capacidade de resistir e no praticar o ato faltoso est viciada pela iminente violncia contra sua pessoa.

    Assim, no h crime, pois estamos diante de coao moral irresistvel, segundo o art. 22 do Cdigo Penal.

    O estado de necessidade por coao uma causa de excluso da culpabilidade na forma de coao irresistvel (art. 22 do CP). O chamado estado de necessidade exculpante tornou-se, entre ns, uma causa supralegal de excluso da culpabilidade.

    A coao fsica exclui a prpria conduta, tornando atpico o comportamento, enquanto a coao moral, consistente no emprego de grave ameaa, quando

    Se im

    pres

    so, p

    ara

    conf

    ern

    cia a

    cess

    e o

    site

    http

    ://es

    aj.tja

    c.jus

    .br/es

    aj, in

    forme

    o pro

    cess

    o 000

    0293

    -13.20

    12.8.

    01.00

    12 e

    o cd

    igo 88

    D2F5

    .Es

    te d

    ocum

    ento

    foi a

    ssin

    ado

    digi

    talm

    ente

    por

    BRU

    NO B

    ISPO

    DE

    FREI

    TAS.

    Pro

    toco

    lado

    em

    09/

    09/2

    013

    s 1

    8:01

    :25.

    fls. 168

  • ESTADO DO ACRE DEFENSORIA PBLICA

    Trav. Custodio Freire, 26, Bosque Rio Branco/AC Telefone: (68) 3223-0318

    3

    irresistvel, ou seja, quando o coato no tem condies de resistir, acarreta a excluso da culpabilidade por no ser exigvel outro comportamento do agente, isto porque, ao contrrio da primeira espcie, permanece um resqucio de vontade que mantm o fato como tpico, porm, no reprovvel ou censurvel.

    Na coao moral existe conduta relevante do coagido, ou seja do sindicado, que no responder por nenhuma sano penal em razo da ausncia de culpabilidade de sua conduta. O fato praticado sob coao moral de responsabilidade do autor mediato, ou seja, no caso a responsabilizao pelos fatos ser atribuda a quem ameaou o sindicado a assumir os fatos narrados nos autos.

    Art. 22 - Se o fato cometido sob coao irresistvel ou em estrita obedincia a ordem, no manifestamente ilegal, de superior hierrquico, s punvel o autor da coao ou da ordem.

    Portanto, segundo a lei penal, estando o sindicado ameaado por outro detento para assumir os fatos narrados e proibidos no interior do presdio, no comete crime algum ou falta disciplinar, j que comumente os presos mais antigos tecem ameaas aos mais novos para assumir posse de objetos proibidos, e com isso os reeducandos mais antigos no se submetem a sano disciplinar. Esses fatos so de conhecimentos pblicos, portanto, no requerem delongas ou apresentao de provas.

    II - DO PEDIDO

    Ante o exposto, a DEFENSORIA PBLICA DO ESTADO DO ACRE, em defesa de Nel Gibison Pereira da Silva, requer a reforma da deciso combatida, para que no seja reconhecida a falta grave em desfavor do reeducando.

    Pede Deferimento.

    Sena Madureira - AC, 09 de setembro de 2013.

    Bruno Bispo de Freitas

    DEFENSOR PBLICO

    Se im

    pres

    so, p

    ara

    conf

    ern

    cia a

    cess

    e o

    site

    http

    ://es

    aj.tja

    c.jus

    .br/es

    aj, in

    forme

    o pro

    cess

    o 000

    0293

    -13.20

    12.8.

    01.00

    12 e

    o cd

    igo 88

    D2F5

    .Es

    te d

    ocum

    ento

    foi a

    ssin

    ado

    digi

    talm

    ente

    por

    BRU

    NO B

    ISPO

    DE

    FREI

    TAS.

    Pro

    toco

    lado

    em

    09/

    09/2

    013

    s 1

    8:01

    :25.

    fls. 169