5
ILUSTRÍSSIMO SENHOR DIRETOR GERAL DO DETRAN-MA SHAOLIN ROCHA ARAÚJO, brasileiro, solteiro, funcionário público estadual, nascido em 22/04/1977, portador o RG nº 42487995-6 SSP/MA e CPF nº 792.000.873-53, residente e domiciliado na Rua Fulgêncio Pinto, nº 504, bairro Alemanha, cidade São Luís/MA, CEP 65036-300, telefone nº (098) 88948211/88358814, vem respeitosamente perante Vossa Senhoria, com fulcro no Art. 2º e ss. da Resolução nº 299, de 04 de dezembro de 2008, do CONTRAN oferecer DEFESA DE AUTUAÇÃO contra o Auto de Infração nº ESA0440337, expedido pelo órgão 110100 - DETRAN - MA, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas: DA PROPRIEDADE DO VEÍCULO O requerente é proprietário do veículo VW JETTA, ano 2008, modelo 2008, Cor preta, placa NHM 2906 / MA, Código do Renavan nº 961397993, devidamente licenciado no Município de São Luís, Estado do Maranhão. DOS FATOS No dia 31 de dezembro do ano de 2013, às 12h 25min, na Avenida Guajajaras, bairro

RECURSO DETRAN

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: RECURSO DETRAN

ILUSTRÍSSIMO SENHOR DIRETOR GERAL DO DETRAN-MA

SHAOLIN ROCHA ARAÚJO, brasileiro, solteiro, funcionário público estadual, nascido em 22/04/1977, portador o RG nº 42487995-6 SSP/MA e CPF nº 792.000.873-53, residente e domiciliado na Rua Fulgêncio Pinto, nº 504, bairro Alemanha, cidade São Luís/MA, CEP 65036-300, telefone nº (098) 88948211/88358814, vem respeitosamente perante Vossa Senhoria, com fulcro no Art. 2º e ss. da Resolução nº 299, de 04 de dezembro de 2008, do CONTRAN oferecer

DEFESA DE AUTUAÇÃO

contra o Auto de Infração nº ESA0440337, expedido pelo órgão 110100 - DETRAN - MA, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

DA PROPRIEDADE DO VEÍCULO

O requerente é proprietário do veículo VW JETTA, ano 2008, modelo 2008, Cor preta, placa NHM 2906 / MA, Código do Renavan nº 961397993, devidamente licenciado no Município de São Luís, Estado do Maranhão.

DOS FATOS

No dia 31 de dezembro do ano de 2013, às 12h 25min, na Avenida Guajajaras, bairro São Cristovão, São Luís/MA, foi indevidamente lavrado o supracitado Auto de Infração de Trânsito, atribuindo ao ora requerente a infração de trânsito tipificada no Art. 230, inciso XVI, do Código de Trânsito Brasileiro (Conduzir veículo com vidros total ou parcialmente cobertos por película), conforme Auto de Infração de Trânsito nº ESA0440337 e Notificação de Autuação de Trânsito, anexos.

Page 2: RECURSO DETRAN

Na referida data, não houve nenhuma abordagem por agentes de trânsito ou policiais militares ao veículo do requerente, tampouco foi feito qualquer tipo de medição para constatar a transmitância luminosa das áreas envidraçadas do referido veículo e especificar quais áreas estavam cobertas por película.

Somente cerca de 20 dias depois, o requerente foi surpreendido pela Notificação da lavratura do citado auto de infração de trânsito que chegou a sua residência via correios, onde lhe foi oportunizado prazo razoável para oferecimento da presente defesa.

DO DIREITO

Data maxima venia, o questionado auto de infração de trânsito não deve subsistir, pois está eivado de flagrantes irregularidades. Senão vejamos;

Nos termos do Art. 280, § 2º, do Código de Trânsito Brasileiro, no ato de lavratura do Auto de Infração de Trânsito, a infração de trânsito deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN.

Portanto, Senhor Diretor, é notório que no caso da infração do Art. 230, inciso XVI do CTB, é impreterível que ocorra a abordagem do veículo infrator, devendo o agente lavrador da autuação, utilizar o devido “aparelho eletrônico” aprovado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO e homologado pelo DENATRAN, para constatar a transmitância luminosa das áreas envidraçadas do veículo, como bem ressalta os artigos 1º e 2º da Resolução do CONTRAN nº 253, de 26 de outubro de 2007:

Art. 1º A medição da transmitância luminosa das áreas envidraçadas de veículos deverá ser efetuada por meio de instrumento denominado Medidor de Transmitância Luminosa.

Parágrafo Único. Medidor de transmitância luminosa é o instrumento de medição destinado a medir, em valores percentuais, a transmitância luminosa de vidros,

Page 3: RECURSO DETRAN

películas, filmes e outros materiais simples ou compostos.

Art. 2º O medidor de transmitância luminosa das áreas envidraçadas de veículos deve ser aprovado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO e homologado pelo DENATRAN. (grifamos).

No mesmo sentido dispõe o art. 10 da Resolução nº 254, CONTRAN, de 26 de outubro de 2007 (que estabelece requisitos para os vidros de segurança e critérios para aplicação de inscrições, pictogramas e películas nas áreas envidraçadas dos veículos automotores):

Art.10 A verificação dos índices de transmitância luminosa estabelecidos nesta Resolução será realizada na forma regulamentada pelo CONTRAN, mediante utilização de instrumento aprovado pelo INMETRO e homologado pelo DENATRAN. (grifamos)

Vale salientar ainda, que conforme dispõe o art. 4º da Resolução do CONTRAN nº 253, de 26 de Outubro de 2007, o auto de infração e a notificação da autuação, além do disposto no Código de Trânsito Brasileiro, e na legislação complementar, deverá conter expressa em termos percentuais, a transmitância luminosa: I – medida pelo instrumento; II – considerada para efeito da aplicação da penalidade; e, III – permitida para a área envidraçada fiscalizada, sendo que tais campos devem obrigatoriamente ser preenchidos para este tipo de infração.

Dispõe ainda o § 2º do analisado artigo 4º da Resolução 253, que “além das demais disposições deste artigo, deverá ser informada no auto de infração a identificação da área envidraçada objeto da autuação”, sendo que nenhuma dessas exigências legais foi obedecida no presente caso.

Ora, se a lei estipula um limite permissivo de transmitância luminosa (Resolução CONTRAN nº 254, de 26 de outubro de 2007, Art. 3º: “A transmissão luminosa não poderá ser inferior a 75% para os vidros incolores dos para-brisas e 70% para os para-brisas coloridos e demais vidros indispensáveis à dirigibilidade do veículo”), como pode um agente de trânsito ou autoridade equivalente autuar um veículo sem sequer abordá-lo para medir ou mesmo verificar a intensidade ou o grau de transmitância? É no mínimo duvidosa, quiçá imoral, a atuação de agentes com tamanho grau

Page 4: RECURSO DETRAN

se subjetividade, impondo infrações de trânsito aos condutores de veículos com base em meros “achismos” e especulações sem fundamento legal.

Destarte, é notória a irregularidade e inconsistência do questionado Auto de Infração de Trânsito, devendo o mesmo ser arquivado e seu registro julgado insubsistente, conforme disposto no Art. 281, paragrafo único, inciso I do Código de Trânsito Brasileiro, in verbis:

Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência

estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará

a consistência do Auto de Infração e aplicará a penalidade

cabível.

Parágrafo único. O Auto de Infração será arquivado e seu

registro julgado insubsistente:

I - se considerado inconsistente ou irregular. (grifamos).

DO PEDIDO

Ante todo o exposto, e em conformidade com o Art. 281, Parágrafo único, inciso I do Código de Trânsito Brasileiro, requerer tempestivamente o ARQUIVAMENTO do presente Auto de Infração de Trânsito, lavrado sob nº ESA0440337, pelo órgão autuador 110100 - DETRAN-MA, e como consequência, que seu registro seja julgado INSUBSISTENTE, por apresentar evidentes irregularidades e inconsistência.

Termos em que,

Pede Deferimento.

São Luís/MA, 12 de fevereiro de 2014.

Page 5: RECURSO DETRAN

___________________________________

Shaolin Rocha Araújo