Recurso didático

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  • 7/24/2019 Recurso didtico

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    A relao entre flosofa e literatura transcende os limites rgidos doconhecimento caracterizado pela departamentalizao e revela a ormacomo os saberes se interrelacionam, se completam e se undem. Osdilogos entre flosofa e literatura vo da interlocuo sobre temas at auso em alguns escritos flosfcos

    !m alguns momentos da longa histria da flosofa e da literatura, no tosimples distinguir o flosfco do literrio e vice"versa, talvez por#ue notenhamos aprendido a pensar parte da flosofa a partir de suas ormasliterrias e da literatura como imbuda de temas apresentados ouaproundados pela flosofa. $as, para alm das ormas, constata"se #ue arelao entre flosofa e literatura no se restringe %s ormas literrias daflosofa ou % in&u'ncia desta na literatura. ( momentos de verdadeirauso entre uma e outra e nisto consiste tambm parte da histria deambas.

    !m muitos momentos o pensar flosfco se d na literatura e a literatura

    aborda, direta ou indiretamente os grandes problemas discutidos naflosofa.

    O interessante no discutir at #ue ponto uma terminaria e a outrainiciaria, mas as partilhas do saber, segundo )oucault o #ue importante.*+ complicado alar de disciplina em )oucault, por isso no se usa a#ui apalavra interdisciplinaridade.

    O perigo dessa anlise *do incio de uma e trmino de outra #ue podemoscriar especialistas e limitarmos as possibilidades, ou se-a, poderamosincorrer no erro de sustentar #ue s o flsoo pensa e #ue a literatura s

    serviria para rebuscar o discurso flosfco, ou #ue o flsoo no saberia seepressar bem.

    A literatura contribui para a prpria histria do pensamento, em #ue a)ilosofa est amplamente interessada.

    A relao entre flosofa e poesia comea a ser problematizada em /lato,#ue entende a poesia a partir da relao entre a realidade eterna e suasidias pereitas e as ilus0es do mundo material mutvel. O artista nomereceria um lugar na 1ep2blica por ser um imitador de nvel inerior,algum #ue poderia, inclusive, corromper a compreenso da -uventude porlanar mo da iluso como orma de representao. *$as o 3interessante4

    #ue /lato elabora seu pro-eto flosfco em orma de dilogos e constriseus personagens, no importa se so verdicos ou no. 5sso mostra #ue eletambm se serve, em certa medida, de #uest0es literrias em sua prpriaflosofa.

    !m Aristteles h uma viso distinta da re&eo flosfca sobre o papel daarte e da poesia, tendo no conceito de mimesis algo central, caractersticoda poesia, estabelecendo a dierena do conhecimento advindo da histria eaproimando a poesia da flosofa *ler ragmento

    (, tambm, no pensamento flosfco esta tenso entre o potico e ocientfco, ao mesmo tempo em #ue constitui sua especifcidade e in&uenciatambm a prpria literatura. 6rios estudos de hermen'utica flosfca e

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    literria levam em conta este debate iniciado por /lato e Aristteles,chegando a flsoos como 7ietzsche, (eidegger, etc.

    !nto no re&etir para #ue acontea o dilogo, mas pressupor o dilogoentre flosofa e literatura, procurando no somente identifcar as ormas dedilogo, mas tambm as implica0es de flosofas em ormas literrias e deliteratura em dilogo com eno#ues flosfcos, com o fto de re&etir sobre aflosofa em seus conte2dos e ormas literrias e a literatura em seusconte2dos flosfcos.

    8uando pensamos nas dierencia0es, no podemos deiar de reconhecer#ue entre prosas literrias e prosa do logos flosfco h dierenas emmuitos casos, assim /A195:(A; ,n.?, p. @"BC, -ulDdez ?EEC. B@ como tambm no podemos deiar dereconhecer #ue em muitos outros tambm temos uma uso entre a prosaliterria e a prosa do logo flosfco, sendo em tempos recentes a flosofaeistencialista de FierGegaard, Hamus e ;artre talvez o eemplo mais

    contundente. *:er ragmento do Hamus

    Os estudos da interace entre flosofa e literatura devem incluir tanto oconhecimento cuidadoso de ambas #uanto a hermen'utica cuidadosa sobresuas us0es e partilhas. As possibilidades #ue se abrem so muitas.