8
conterrâneo, sinto esse crgu- lho, — o orgulho de viver na sua terra, como filho adop- tivo, há mais de cinquenta anos, sabendo que aqui nas- ceu o glorioso artista. E nunca esqueci os momentos de contacto fugidio que tive com ele quando, na época dos meus devaneios teatrais, o ouvia recitar, como nin- guém, o velho monólogo «Rataplan». Que saudades... e que tristeza! * * * Honrarias, p o u c a s , ou quase nenhumas: Por decreto de José Lu- ciano de Castro foi nomeado societário de L“ classe do Teatro D. Maria Ii, mas não chegou a tomar posse; mais tarde, o Presidente da Repú- blica, Dr. António José de Almeida, agraciou-o com o oficialato da Ordem de San- tiago. Aqui, em Montilo, deram o seu nome à rua onde nasceu e ao Cinerna que desapare- ceu, e está resolvido que o Cinema a inaugurar tenha também o mesmo nome do desaparecido. Falta cumprir, pelo menos, o sagrado dever de afixar uma lápide comemorativa na casa onde nasceu, para que os vindouros saibam onde Veio à luz do dia esse que foi um dos MAIORES do nosso teatro... e da nossa terra. Acreditamos que, pelo menos, essa Justiça lhe será feita, em homenagem à sua memória, — como já nos pro- meteu o Ex.mo Presidente do Município. O final de sua Vida foi trágico. Em 20 de Dezembro de 1917, Joaquim de Almeida foi acometido duma conges- tão cerebral e ficou, dias depois, quase cego! E assim viveu mais três anos e meio na escuridão do seu viver, até que faleceu em 22 de Julho de 1921. Que esta insignificante homenagem de «A Província» sirva de incentivo ao acto de justiça a praticar, para honra de todos nós! BBBflHBHBSSGSBSSBIBHnflHHMflHHMMMBHMBi Em continuação: 0 General de Brigada oilhinô çâfhett& (J.ttttiia l l ! ___________________________________ J OAQUIM de Almeida, — um dos maiores actores portugueses—, nasceu em Aldeia Galega dç Ribatejo a 5 de Outubro de 1858. Era filho de João Mota de Almeida, natural de Santa- rém, funcionário de Finanças dali transferido para esta vila. Pouco tempo depois do nascimento do filho Joaquim, foi novamente transferido, desta Vez para o Barreiro. Joaquim de Almeida pas- sou nessa Vila grande parte da infância; mas nasceu em Aldeia Galega, na antiga rua da Graça. A sua estreia como actor efectuou-se no Teatro das Variedades de Lisboa, em 1 de Fevereiro de 1852, s e - gundo uns, ou em 2 de Feve- reiro de 1857, segundo outros. Foi na mágica «A lotaria do Diabo», — três actos e desanove quadros, — arranjo de Francisco Palha e de Joaquim Augusto de Oliveira ' ........ ?! A J ES Ii RECORDANDO Joaquim de Almeida Joaquim de Almeida (conhecido pelo «OliVeirinha das mágicas»), que desem- penhou o papel de «segundo efémero» como estreia, figu- rando na distribuição com N. N.. Quando faleceu o actor Marcelino, do Teatro D. Ma- ria II, foram buscar o nosso conterrâneo para o substi- tuir. A sua estreia fora retum- bante, e logo se previra que Viria a ser uma das futuras glórias do teatro nacional. Foi no drama «Pedro», de Mendes Leal, que ele se estreou no Teatro D. Maria II, onde lhe coube o papel de «Manuel Maria». Pouco depois transitava para o Teatro da Rua dos Condes, contratado por Fran- cisco Palha, e depois para o «Trindade», onde entrou em várias operetas. Neste género distinguiu-se logo. principalmente no papel de «Óscar», do «Barba Azul», demonstrando assim as suas qualidades genéricas, — o que foi uma das facetas mais interessantes do seu feitio histriónico. Em 1876 foi com Brasão até o Brasil. Ambos contratados pela actriz brasileira Isménia dos Santos, realizaram em Per- nambuco vários espectá- culos, e daí seguiram para o Rio de Janeiro, desta vez contratados pelo actor Vale. Os jornais dessa época assinalaram o triunfo que essas viagens trouxeram aos artistas portuguesas e à arte de Talma. Voltando a Portugal, come- çou a sua Vida deambulatória. O seu feitio irrequieto, iras- cível, tornava-o indesejável nos teatros da capital. Era duma independência feroz, não admitindo que o diminuíssem em qualquer hipótese. Bem pode dizer se que pisou todos os palcos de Lisboa, hoje no drama, ama- nhã na alta comédia, no outro na opereta, no outro na revista, no outro na comédia ligeira, — em todos os géne- ros manifestando .o seu talento exuberante! O que ele não queria, era transigir com a hipocrisia, com a mentira, com as intri- gas de bastidores, com as acções que procurassem amesquinhá-lo de qualquer maneira. Costumava, então, dizer; «Olhem que eu sou do Ribatejo, onde as mulhe- res pegam os toiros de cara, nas ruas». Por vezes, teve que agir violentamente. Nos Recreios Whittoyne, por exemplo, teve que chi- cotear uns espectadores dum camarote que troçavam do seu trabalho, até os correr para fora do teatro. Depois da sua intervenção, o espec- táculo continuou sem mais interrupções, e Joaquim de Almeida foi muito cumpri- mentado pela sua atitude. A esta faceta do seu génio se refere Esculápio (Eduardo Fernandes) nas suas - Memó - rias», a folhas 124 : — «Este artista tinha, como se sabe, um génio irascível. Fiz-lhe umas coplas para ele cantar na sua entrada em cena (Revista «Tim-Tim»), mas ignorando que ele tinha pouca Voz e se recusava sempre a cantar. Em vez de mo ter declarado terminan- temente, fez-me fazer coplas quatro vezes e só então se abriu comigo, o que deter- minou uma questão que tive- mos e depois da qual nunca mais nos falámos. Joaquim f* O R ? Á L V A R O V A L E N T E 1 - _______ 11 de Almeida fartou-se depois de entrar em peças minhas; mas, se tinha alguma obser- vação a fazer, fazia-a sempre por intermédio de interposta pessQa, sem embargo de que toda a vida me fez justiça. Era ainda mais admirador do meu trabalho do que o Augusto (Augusto César de Almeida) do «Trindade».» Também ele, Esculápio, lhe fez sempre justiça. A páginas 260 do mesmo livro de «Memórias», referin- do-se à zarzuela «Marcha de Cádiz», que se represen- tou no teatro da Trindade, diz o jornalista e homem de letras: — «... especialmente Joa- quim de Almeida, que era uma maravilha no homem do clarinete, fazendo-o melhor do que todos os artistas espanhóis que tinham Vindo a Lisboa!» Eram assim os homens daqueles tempos. Cheios de personalidade, mas fazendo sempre justiça a quem a merecia. E quando no seu livro teve que se referir a Joaquim de Almeida, acentuava o valor do nosso conterrâneo: — A páginas 121: Ná peça «O Sarilho», representada em estreia no Teatro Condes em 29 de Janeiro de 1895, entrava Joaquim de Almeida que fazia primorosamente um pescador algarvio, «O tio Manuel de Olhão», com a Palmira. — A páginas 157 : Nesta mesma peça fez depois o papel de «Calino pai», num novo quadro, sobressaindo muito. E a propósito das suas interpretações, disse na «Vanguarda»: «.. .sendo por parte de Joaquim de Almeida digno do seu grande e bri- lhante talento ». Para se avaliar desse talento enciclopédico, citare- mos algumas das peças que interpretou e que bem provam as modalidades teatrais que abordou: — Os Piratas, A Ventoinha, O Comendador, Morgadinha de Valflor, A Bola de Sabão, Miguel Strogoff (.em que se deu o caso do chicote), O Marido, Mademoiselle Nitou- che, A Varina, Papá Lebon* nard, Senhora Ministra, Nini- che, Barba Azul, O Olho Vivo, Campinos, O Lenço Branco, Torre de Babel, O Sarilho, El Rei Danado, Solar dos Barrigas, Alegrias do Lar, Camões e Jau (com António Pedro), Filha da Noite, Na Esquadra, Os Dois Nénés, O Desaparecido, Santo António, A’ Procura do Badalo, Pedro, Ave do Paraíso, Pérola, Fidalguinho, Glórias do Trabalho, Anjo da Meia Noite, Viagem à Suiça, etc. etc.. Ainda para se avaliar da adaptação de suais qualida- des geniais, conta-se que um grande actor italiano, ao Vê-lo %desempenhar, com intervalo de duas noites, «O Saltim- banco» e «A Bola de Sabão», não queria acreditar que era o mesmo artista. Quando se convenceu da verdade, foi ao palco, pediu para lhe ser apresentado e conservou-se de pé e de chapéu na mão enquanto o cumprimentava. Joaquim de Almeida, verda- deiramente confundido, pediu ao actor Teimo (que fora o apresentante) para dizer ao actor italiano que se sentasse e p u s e s s e o chapéu na cabeça. O italiano, então, retor- quiu : — Perante um artista deste Valor só se deve falar de pé e descoberto! Como se vê, todos os por- tugueses devem sentir orgu- lho com o que fica descrito, e mais ainda os seus conter- râneos. E eu, que não sou seu Preço 1$00 Quinla faira, 17 da Maio de 195Ó Proprietário, Administrador e fditor V . S. M O T T A P I N T O REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ÁLVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026467 ------ ------------ I----------------------------------- M O N T I J O ------------------------------------ -------------------- COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO — TIPOGRAFIA «GRAFEX» — TELEF. 02G 236 — MONTIJO Ano II N.°- 63 ÍNFORMACA íxmo. onr

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - mun-montijo.pt fileJoaquim Augusto de Oliveira ' .....?! A ES I i J RECORDANDO Joaquim de Almeida Joaquim de Almeida (conhecido pelo «OliVeirinha das

  • Upload
    dinhtu

  • View
    244

  • Download
    2

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - mun-montijo.pt fileJoaquim Augusto de Oliveira ' .....?! A ES I i J RECORDANDO Joaquim de Almeida Joaquim de Almeida (conhecido pelo «OliVeirinha das

conterrâneo, sinto esse crgu- lho, — o orgulho de viver na sua terra, como filho adop­tivo, há mais de cinquenta anos, sabendo que aqui nas­ceu o glorioso artista. E nunca esqueci os momentos de contacto fugidio que tive com ele quando, na época dos meus devaneios teatrais, o ouvia recitar, como nin­guém, o v e l h o monólogo «Rataplan».

Que s a u d a d e s . . . e que tristeza!

** *

Honrarias, p o u c a s , ou quase ne nhuma s :

Por decreto de José Lu­ciano de Castro foi nomeado societário de L“ classe do Teatro D. Maria Ii, mas não chegou a tomar posse; mais tarde, o Presidente da Repú­blica, Dr. António José de Almeida, agraciou-o com o oficialato da Ordem de San­tiago.

Aqui, em Montilo, deram o seu nome à rua onde nasceu e ao Cinerna que desapare­ceu, e está resolvido que o Cinema a inaugurar tenha também o mesmo nome do desaparecido.

Falta cumprir, pelo menos, o sagrado dever de afixar uma lápide comemorativa na casa onde nasceu, para que os vindouros saibam onde Veio à luz do dia esse que foi um dos MAIORES do nosso t ea t r o . . . e da nossa terra. Acreditamos que, pelo menos, essa Justiça lhe será feita, em homenagem à sua memória, — como já nos pro­meteu o Ex.mo Presidente do Município.

O final de sua Vida foi trágico. Em 20 de Dezembro de 1917, Joaquim de Almeida foi acometido duma conges­tão cerebral e ficou, dias depois, quase cego! E assim viveu mais três anos e meio na escuridão do seu viver, até que faleceu em 22 de Julho de 1921.

Que e s t a insignificante homenagem de «A Província» sirva de incentivo ao acto de justiça a praticar, para honra de todos nós!

BBBflHBHBSSGSBSSBIBHnflHHMflHHMMMBHMBi

Emcontinuação:

0 General de Brigada

o i lh in ô çâ fh e tt&

(J.ttttiial l ! ___________________________________

J O A Q U I M de Almeida, — um dos m a i o r e s actores portugueses—,

nasceu em Aldeia Galega dç Ribatejo a 5 de Outubro de 1858.

Era filho de João Mota de Almeida, natural de Santa­rém, funcionário de Finanças dali transferido para esta vila.

Pouco tempo depois do nascimento do filho Joaquim, foi novamente transferido, desta Vez para o Barreiro.

Joaquim de Almeida pas­sou nessa Vila grande parte da infância; mas nasceu em Aldeia Galega, na antiga rua da Graça.

A sua estreia como actor efectuou-se no Teatro das Variedades de Lisboa, em 1 de Fevereiro de 1852, se­gundo uns, ou em 2 de Feve­reiro de 1857, segundo outros.

Foi na mágica «A lotaria do Diabo», — três actos e desanove quadros, — arranjo de Francisco Palha e de Joaquim Augusto de Oliveira

' ........? !

A

JES I iRECORDANDO

Joaquim de Almeida

Joaquim de Alm eida

(conhecido pelo «OliVeirinha das mágicas»), que de se m ­penhou o papel de «segundo efémero» como estreia, f igu­rando na distribuição com N. N..

Quando faleceu o actor Marcelino, do Teatro D. Ma­ria II, foram buscar o nosso conterrâneo para o substi­tuir.

A sua estreia fora retum­bante, e logo se previra que Viria a ser uma das futuras glórias do teatro nacional.

Foi no drama «Pedro», de Mendes Leal, que ele se estreou no Teatro D. Maria II, onde lhe coube o papel de «Manuel Maria».

Pouco depois transitava para o Teatro da Rua dos Condes, contratado por Fran­cisco Palha, e depois para o «Trindade», onde entrou em várias operetas.

Neste género distinguiu-se logo. principalmente no papel de «Óscar», do «Barba Azul», demonstrando assim as suas

qualidades g e n é r i c a s , — o que foi uma das facetas mais interessantes do seu feitio histriónico.

Em 1876 foi com Brasão até o Brasil.

Ambos contratados pela actriz brasileira Isménia dos Santos, realizaram em Per­nambuco v á r i o s espectá­culos, e daí seguiram para o Rio de Janeiro, desta vez contratados pelo actor Vale.

Os jornais dessa época assinalaram o triunfo que essas viagens trouxeram aos artistas portuguesas e à arte de Talma.

Voltando a Portugal, come­çou a sua Vida deambulatória. O seu feitio irrequieto, iras­cível, tornava-o indesejável nos teatros da capital.

Era duma independência feroz, não admitindo que o diminuíssem e m qualquer hipótese.

Bem pode dizer se que pisou todos os palcos de Lisboa, hoje no drama, am a­nhã na alta comédia, no outro na opereta, no outro na revista, no outro na comédia ligeira, — em todos os géne­ros m a n i f e s t a n d o .o seu talento exuberante!

O que ele não queria, era transigir com a hipocrisia, com a mentira, com as intri­gas de bastidores, com as a c ç õ e s que procurassem amesquinhá-lo de qualquer maneira. Costumava, então, dizer; «Olhem que eu sou do Ribatejo, onde as mulhe­res pegam os toiros de cara, nas ruas».

Por vezes, teve que agir violentamente.

Nos Recreios Whittoyne, por exemplo, teve que chi­cotear uns espectadores dum camarote que troçavam do seu trabalho, até os correr para fora do teatro. Depois da sua intervenção, o espec­táculo continuou sem mais interrupções, e Joaquim de Almeida foi muito cumpri­mentado pela sua atitude.

A esta faceta do seu génio se refere Esculápio (Eduardo Fernandes) nas suas - Memó­rias», a folhas 124:

— «Este artista tinha, como se sabe, um génio irascível. Fiz-lhe umas coplas para ele

cantar na sua entrada em cena (Revista «Tim-Tim»), mas ignorando que ele tinha pouca Voz e se recusava sempre a cantar. Em vez de mo ter declarado terminan­temente, fez-me fazer coplas quatro vezes e só então se abriu comigo, o que deter­minou uma questão que tive­mos e depois da qual nunca mais nos falámos. Joaquim

f* O R

? Á L V A R O V A L E N T E

1 - _______ 1 1

de Almeida fartou-se depois de entrar em peças minhas; mas, se tinha alguma obser­vação a fazer, fazia-a sempre por intermédio de interposta pessQa, sem embargo de que toda a vida me fez justiça. Era ainda mais admirador do meu t r a b a l h o do que o Augusto (Augusto César de Almeida) do «Trindade».»

Também ele, Esculápio, lhe fez sempre justiça.

A páginas 260 do mesmo livro de «Memórias», referin­do-se à zarzuela «Marcha de Cádiz», que se represen­tou no teatro da Trindade, diz o jornalista e homem de le t r a s :

— « . . . especialmente Joa­quim de Almeida, que era uma maravilha no homem do clarinete, fazendo-o melhor do que todos os artistas espanhóis que tinham Vindo a Lisboa!»

Eram assim os homens daqueles tempos. Cheios de personalidade, mas fazendo sempre justiça a quem a merecia.

E quando no seu livro teve que se referir a Joaquim de Almeida, acentuava o valor do nosso conterrâneo:

— A páginas 121: Ná peça «O Sarilho», representada em estreia no Teatro Condes em 29 de Janeiro de 1895, entrava Joaquim de Almeida que fazia primorosamente um pescador algarvio, «O tio Manuel de Olhão», com a Palmira.

— A páginas 157: Nesta mesma peça fez depois o papel de «Calino pai», num novo quadro, sobressaindo muito.

E a propósito das suas i n t e r p r e t a ç õ e s , disse na «Vanguarda»: « . . .sendo por parte de Joaquim de Almeida digno do seu grande e bri­lhante talento».

Para se a v a l i a r desse talento enciclopédico, citare­mos algumas das peças que interpretou e que bem provam as modalidades teatrais que abo rdou :

— Os Piratas, A Ventoinha, O Comendador, Morgadinha de Valflor, A Bola de Sabão, Miguel Strogoff (.em que se deu o caso do chicote), O Marido, Mademoiselle Nitou- che, A Varina, Papá Lebon* nard, Senhora Ministra, Nini- che, Barba Azul, O Olho Vivo, Campinos, O Lenço Branco, Torre de Babel, O Sarilho, El Rei Danado, Solar dos Barrigas, Alegrias do Lar, Camões e Jau (com António Pedro), F i l h a da Noite, Na Esquadra, Os Dois N é n é s , O Desaparecido, Santo António, A’ Procura do Badalo, Pedro, Ave do Paraíso, Pérola, Fidalguinho, Glórias do Trabalho, Anjo da Meia Noite, Viagem à Suiça, etc. etc..

Ainda para se avaliar da adaptação de suais qualida­des geniais, conta-se que um grande actor italiano, ao Vê-lo

% desempenhar, com intervalo de duas noites, «O Saltim­banco» e «A Bola de Sabão», não queria acreditar que era o mesmo artista. Quando se convenceu da verdade, foi ao palco, pediu para lhe ser apresentado e conservou-se de pé e de chapéu na mão enquanto o cumprimentava. Joaquim de Almeida, verda­deiramente confundido, pediu ao actor Teimo (que fora o apresentante) para dizer ao actor italiano que se sentasse e p u s e s s e o chapéu na cabeça.

O italiano, então, retor­quiu :

— Perante um artista deste Valor só se deve falar de pé e descoberto !

Como se vê, todos os por­tugueses devem sentir orgu­lho com o que fica descrito, e mais ainda os seus conter­râneos.

E eu, que não sou seu

Preço 1$00 Q u in la faira , 17 da Maio de 195Ó

P r o p r i e t á r i o , A d m i n i s t r a d o r e f d i t o r

V . S . M O T T A P I N T O

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ÁLVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026467

------------------ I----------------------------------- M O N T I J O ------------------------------------ --------------------

COMPOSIÇÃO E IM P R E SSÃ O — T IP O G R A F IA «G R A FE X » — T E L E F . 02G 236 — M O N T IJO

Ano II N.°- 63

Í N F O R M A C A

íx

mo

. o

nr

Page 2: REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - mun-montijo.pt fileJoaquim Augusto de Oliveira ' .....?! A ES I i J RECORDANDO Joaquim de Almeida Joaquim de Almeida (conhecido pelo «OliVeirinha das

2 A P R O V IN C IA 17-5-956

• VI DA

PROfISSIOHÀL

Médicos

D r . A v e l i n o R c c h a B a r b o s aDas 15 às 20 h.

R. Almirante Reis, 68, 1.° Telef. 026 245 — MONTIJO

D r . t d u a r d o G o m e sC o n s u lta s to d o s o s d ia à s 17 h o r a s

R . M ach ad o S a n to s , 6 -1 .°Telef. 026038 — MONTIJO

D r . F a u s t o N e i v aLargo da Igreja, 11

Das 10 às 13 e das 15 às 18 h. Telef. 026256 - MONTIJO

D r- 1. 5 o u s a C o r r e i aC L IN IC A . D E N T Á R IA

D e n te s a r t i f i c ia i s e c o n s e r to s C o n s u lta s to d o s o s d ias

d as 11 às 13 e d a s 15 à s 17 h o r a s R u a R u lh ã o P a to , 5 8 — M O N T I J O

D r . M . S a n t o s C r u zIn t e r n o d o s h o s p . c iv is de L is b o a

D e e n ç a s d a b o c a e d e n te s D e n te s a r t i f i c ia i s

C o n s u lta s às 2 . as e 6/ s fe ir a s à s 14 h o r a s .

R . B u lh ã o P a to , 7 — M o n ti jo

D r / I s a b e l G o m e s P i r e sE x - E s t a g iá r ia d o In s t i tu to P o r tu g u ê s d e O n c o lo g ia .

D o e n ç a s d as S e n h o r a s C o n s u lta s à s 3 .BS e 6. as fe ir a s

R . A lm ir a n te R e is , 6 8 - 1 . ° - M o n t i jo T o d o s o s d ia s

R u a M o ra is S o a r e s , 1 1 6 -1 .°

L I S B O A T e le f . 4 Í

P arteiras

f e l i s b e i o V i c t ó r i a P i n aP a r t e ir a - E n fe r m e ir a

P a r t o s , in je c ç õ e s e tr a ta m e n to s R u a S a c a d u ra C a b r a l , n .r 50

M O N T I J O

A u g u s t a ( I l a r q . C h a r n e i r a H l o r e i r aP a r te ir a - E n f e r m e ir a

D ip lo m a d a p ela F a c u ld a d e de M e d ic in a d e C o im b ra

R u a T e n e n t e V a la d im , 2 9 -1 .°

M O N T I J O

AdvogadosD r . f i l b e r t o C a r d o s o d o V a l e

E s c r i t ó r i o : P r a ç a d a R e p ú b lic a , 4

M O N T I J O

D r . R a ú l t l i a s f l d ã oM o n t i jo — T e le f . 0 2 6 252

P r a ç a d o Q u e b e d o , 1 - r/c T e le f . 2 2 4 0 — S e tú b a l

T t a d o V , E x . " q u e e f e c t u a r S e g u r o s em q u a l q u e r r a m o n â o d e i x e d e c o n s u l t a r

Luís Moreira da SilvaR u a A l m i r a n t e R e i s , 2 7

T e l e f o n e 0 2 6 1 1 4M O N T I J O

Telefone 026 597

M O N T J OL E I T E

PA5TEUR

fj)ata h/tai Cfaloqzafiai

Fofo Montijense

É já sobejamente conhe­cido entre nós, o valor ali­mentar do leite.

No nosso país, talvez há uns vinte anos, o consumo de leite nos meios pequenos, especialmente no Sul, era bastante reduzido e apenas o consumiam em dias festi­vos, por doença, ou por re ­ceita médica, e só nos gran­d e s centros populacionais estava mais em uso o seu e m p r e g o na alimentação, principalmente das crianças.

Recordo-me muito bem, quando da minha infância, na minha terra natal não havia sequer uma vaca lei­teira, apenas existiam por lá umas cabritas que basta­vam para satisfazer os gas­tos de determinadas casas. Presentemente, já se vêem por lá algumas vacas turinas, talvez mais de uma dezena.

Isto prova que nos meios pequenos se vai reconhe­cendo que o leite constitui um alimento de primeira or­dem e que substitui em mui­tos casos outros alimentos de menor poder nutritivo e de mais elevado custo.

Estou em crer que o uso do leite, na alimentação do nosso pov^o, t e v e larga influência durante o período da última grande guerra, por escassearem n e s s a altura muitos géneros alimentícios.

Embora se note de ano para ano um aumento gra­dual no consumo de leite, segundo elementos estatís­ticos, estamos longe, mesmo muito longe de atingirmos o consumo de certos países, como por exemplo a Holanda, França, S u i ç a , Alemanha etc., onde se encontra facil­mente e a qualquer hora nos cafés, bares e outros es ta­belecimentos similares, leite em garrafas que o povo consome como cá se bebe o café e o vinho.

O problema da boa quali­dade do leite e sua distribui­ção no nosso país, tem sido assunto de aturados estudos por parte das entidades com­petentes, e na verdade algu­ma coisa se tem feito, espe­cialmente nos laticínios; mas ainda se está longe de atin­gir o ponto desejado.

Por outro lado, algumas câmaras municipais e coope­rativas de produtores de leite, ao abrigo do Decreto n.° 36.973, têm-se abalançado a mandar construir c e n t r a i s pasteurizadoras e , c o m o exemplo, muito recente, cito a de Evora, um belo edi­fício com instalações bem apetrechadas de material mo­derno e já em laboração ex­perimental.

Já que falei em câmaras municipais não quero deixar

de me referir aqui à da sede do meu concelho — M o n tijo .

Dada a sua enorme popu­lação e com tendências para aumentar, em v i r t u d e do grande desenvolvimento in­dustrial e comercial que se vem notando de ano para

Por

Horácio Pereiro Mogro

ano, bem merece um esta­belecimento daquele género, para bem de todos os seus habitantes. Não sei quais as intenções da Dig.ma Edili­dade Camarária a este res­peito, não sei se ê assunto já estudado ; na certeza, po­rém, se se levar a efeito tal empreendimento oferece ao Montijo um melhoramento de grande valor social.

Estive há b e m p o u c o nessa localidade e por espí­rito de observação entrei no posto de verificação do leite q u e a Câmara Municipal montou na Rua José Joaquim Marques, daquela vila.

Confesso que fazia uma ideia bem diferente daquela que tinha àcerca dos traba­lhos de verificação de leite no referido estabelecimento.

Verifiquei que apenas um empregado determinava a densidade do leite — «bicho papão» — , c o l h i a u m a s amostras para análise à gor­dura, segundo me disse o referido empregado, e outro selava as bilhas dos leiteiros e leiteiras, depois de cheias, para evitar adulterações.

Além disto, notei, q u e uma grande parte das bilhas de transporte de leite dos produtores eram de zinco e algumas em péssimas con­dições de limpeza, apresen­tando no seu interior acumu­lação de gorduras atrasadas.

Será possível fornecer leite de confiança naquelas con­dições ?

Não ! Não é possível.É de toda a conveniência

que a Câmara Municipal da­

quela localidade, para bem da saúde do consumidor, mande exercer uma assídua fiscalização junto dos produ­tores durante as ordenhas, p r o í b a terminantemente o uso de bilhas impróprias para o transporte do leite e qne a verificação do mesmo, den­tro do posto, seja mais com pleta, pelo menos proceder às provas de lactofiltração e de álcool e que seja coado por um filtro de algodão, para que o público não ande enganado.

Ainda há bem pouco tempo, Lisboa era das cidades do país que consumia leite em piores condições.

As autoridades competen­tes da Capital, encarando o problema do abastecimento a sério, iniciaram acerca de um ano }i «Campanha do Melhoramento do Leite» por intermédio da Direcção G e­ral dos Serviços Pecuários, de colaboração com a Junta Nacional dos Produtos Pe­cuários, que criou brigadas de instrução as quais estão actuando junto dos estábulos durante as ordenhas e colhem em todas as visitas amostras de leite para serem anali­sadas.

Estou convencido de que Lisboa, nesta altura, já con­some melhor leite e quando a Central Pasteurizadora que a Câmara Municipal tem em construção, estiver em labo­ração e engarrafe o precioso líquido, pasteurizado, o pú­blico consumidor poderá con­tar com um bom produto. Só desta maneira se acabará com as falsificações e como jogo das escondidas entre a fiscalização e os leiteiros, que é sempre um espectáculo desagradável.

Todavia, é preciso não descurar os serviços de ins­trução junto dos estábulos,— eles têm de continuar; se pararem, podemos ter a cer­teza de que o mau leite torna a aparecer com características que levam à sua rejeição antes de ser submetido ao

SANFER, 1L.°*S E D E

L I S B O A , R u a it S. J u l i ã o , 4 1 - 1 . °

AEROM OTOR SA N FER o ciclone - FERRO S para ARCOS, etc.

CIMENTO PO RTLA ND , TR tos para gados

RICINO BELGA para adubo CARRIS, V A G O N E T A S e t<

minho de FerroARM AZÉNS D E 1

A R M A Z É N S

Í I I 0 I 1 I I J 0 , S u a d a S e l e Vist a

moinho que res is tiu ao construções, ARAMES,

ITURAÇA O de a lim en-

de batata, cebola, etc.3do o m aterial para Ca-

^ECO VAGEM

VI DA

M U N I C I P A L

E m s u a ú l t i m a r e u n i ã o , a C â m a r a M u n i c i p a l d e M o n t i jo t o m o u a s s e g u i n t e s d e l i b e r a ­ç õ e s :

— P o r p r o p o s t a d o S r . P r e ­s i d e n t e , a p r o v o u u m v o t o d e s e n t i d o p e s a r p e l o f a l e c i m e n t o d o v e r e a d o r , S r . J o s é A u g u s t o S i m õ e s d a C n n h a , p r e s t a n d o a s s i m h o m e n a g e m à s u a n o ­t á v e l a c ç ã o , n ã o s ó c o m o e d i l p r o b o e a c t i v o , m a s e s p e c i a l ­m e n t e c o m o m e s á r l o d a S a n t a C a s a d a M i s e r i c ó r d i a , o n d e d e i x o u u m a o b r a d e g r a n d e m é r i t o .

— I g u a l m e n t e p o r p r o p o s t a d o S r . P r e s i d e n t e f o i r e s o l v i d o a c t u a l i z a r a t o p o n í m i a d a s e d e e d a s p o v o a ç õ e s d o C o n c e l h o , n o m e a n d o , p a r a e s s e f i m , u m a C o m i s s ã o p r e s i d i d a p e l o S r . V i c e P r e s i d e n t e e c o m p o s t a p e l o S r . v e r e a d o r B r i t o S a n c h o , r e p r e s e n t a n t e s d o s j o r n a i s l o ­c a i s , e C h e f e d a S e c ç ã o T é c n i c a .

— T o m a r c o n h e c i m e n t o d o o r ç a m e n t o p r i m e i r o , s u p l e ­m e n t a r d o o r d i n á r i o .

— A d q u i r i r u m r e l ó g i o p a r a a T o r r e d o M e r c a d o C e n t r a l .

— A b r i r c o n c u r s o p a r a a e x e c u ç ã o d a p r i m e i r a f a s e d a c o n s t r u ç ã o d a e s t r a d a d e C a ­n h a á s F a i a 8.

— D a r t o d o o a p o i o à i n i c i a ­t i v a d a s C a s a s d o R i b a t e j o e d o A l g a r v e , n o s e n t i d o d e s e r a p r e s e n t a d a a o g o v e r n o a p e ­t i ç ã o r e l a t i v a a o e s t a b e l e c i ­m e n t o d a l i g a ç ã o d e M o n t i jo c o m L i s b o a p o r «ferry boats».

tratamento pelo calor e sub­sequente engarrafamento.

Sem entrar em pormenores técnicos de ordem bactereo- lógica p o r q u e , evidente­mente, não sou um técnico da especialidade mas sim, apenas, um feitor agrícola diplomado, com 16 anos de prática de lacticínios, sei que o leite, pasteurizado, é o que oferece ao consumidor melhor garantia de qualidade.

O trabalho da pasteuriza­ção é feito a temperaturas variáveis entre os 60° e 70°, consoante o sistema de pas­teurização adoptado, o qual, como se sabe, não é sufi­ciente para destruir todos os seus microbianos existentes no leite, principalmente os esporulados. A pasteurização não é uma esterilização mas sim um processo de elimi­nação de algumas bactérias do leite, com o fim de pro­longar o período de conser­vação deste.

Para uma quase total des­truição microbiana teríamos de submeter o leite a uma esterilização; mas esta ope­ração não convém porque, devido à alta temperatura a que o leite teria de ser sub­metido, perdia em parte as suas qualidades organoléti- cas e certas substâncias bas­tante úteis ao nosso orga­nismo.

Por conseguinte, é a pas­teurização o tratamento mais indicado para o leite; mas para que tal tratamento re ­sulte em bom beneficio, é preciso que o leite; Venha da origem em boas condições higiénicas e proveniente de animais sadios, caso contrá­rio não pode de maneira alguma oferecer-nos um pro­duto de confiança, oara spr depois Vendido e devidamente selai

Page 3: REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - mun-montijo.pt fileJoaquim Augusto de Oliveira ' .....?! A ES I i J RECORDANDO Joaquim de Almeida Joaquim de Almeida (conhecido pelo «OliVeirinha das

I7-5-956 A P R O V IN C IA 3

AGENDA | ELEGANTE

A n i v e r s á r i o s

— D ia 6, a m e n in a M a r ia I s a b e l C a r lo ta B e a t r iz , g e n t i l f i lh a d o n osso a s s in a n te s e n h o r D o m in g o s B e a tr iz .

— D ia 8, o m e n in o A n tó n io M an uel L o u r e n ç o G o m e s , f i lh in h o do n o sso p re z a d o a s s in a n te , s r . A lfred o R o d r ig u e s G o m e s .

— Dia 9 , a s r .* D . B e a t r iz A u - 0, , - to C r u z e ir o , e sp o s a d o n o sso prezado a s s in a n te s r . M a n u e l Gonçalves C r u z e ir o .

— D ia 10 , a s e n h o r a D . O lív ia G a s ­p ar C a n a s tr e ir o , esp o sa d o n o sso a ss in a n te s e n h o r F r a n e is c o S o a r e s C a n a s tre iro J u n i o r .

— D ia 11 , a m e n in a A n a M a ria C ari» P e ix o to , g e n t i l f i lh in h a da n ossa d e d ica d a a s s in a n te e m C o im ­b ra , D . A n a M a r ia C a r ia P e ix o t o .

— D ia 1 1 , o s r . M a n u e l L u c ia n o da C r u z F e r r a , f i lh o d o n o s s o a ss in a n te , s r . J o s é N a r c is o F e r r a .

— D ia 1 3 , o n o s s o p re z a d o a s s i ­n a n te . « e n h o r O n o fre M a r c e l in o R o d rig u e s .

— D ia 1 4 , a s r . ’ D . O fé lia V a ­len te R a m o s D ia s , e s p o s a d o s r . Jo sé R a m o s D ia s e f i lh a do D ir e c ­tor d e ste jo r n a l , s r . A lv a r o V a ­len te .

— D ia 1 7 , a S r . * B a s a lis a R o d r i ­gu es F u tr e , e s p o s a d o n o s s o a s s i­n ante S r . Jo a q u im R o d r ig u e s C a r ­valho F u tr e , r e s id e n te s n o B r a s i l , e irm ã d o n o s s o a s s in a n te S r . A n ­tó n io J o s é R o d r ig u e s M a u r íc io .

— D ia 1 9 , o m e n in o V ic t o r M a­nuel d os S a n to s B a e ta , f i lh o d o n osso d e d ica d o a s s i n a n t e , S r . E d u ard o d o s S a n to s B a e ta .

— D ia 2 0 , o m e n in o A n tó n io Jo ã o M a n h o so d e S o u s a , f i lh o d o n osso e s t im a d o a s s in a n te s r . A n ­tón io S o u s a F é l i x d a P o n te e d a S r .* D . M a r ia J o s é V a la d o r P o n t e .

Mocidade Portuguesa

As comemorações de «Semana do Ultramar»

M ais u m a v ez a S o c ie d a d e d e G eo g ra fia d e L is b o a to m o u a p a ­tr ió t ic a id e ia d e c o m e m o r a r , d e 14 a 19 d e M a io , a « S e m a n a do U ltr a m a r » , e s te a n o e s p e c ia lm e n te co n sa g ra d a a o e s tu d o d a p r o v ín c ia de C a b o V e r d e .

A d e le g a ç ã o p r o v in c ia l d a M . P . da E s tr e m a d u r a , q u e d e sd e o in í c io tem p re s ta d o a m e lh o r c o la b o r a ç ã o às so le n e s fe s tiv id a d e s , v a i r e a liz a r , em tod os o s c e n tr o s d e fo r m a ç ã o g e ra l, se s s õ e s d e e s tu d o e de d iv u l­g ação da h is tó r ia e d a v id a u l t r a ­m a rin a s , te n d o e m v is ta o n ív e l in te le c tu a l d e c a d a a u d itó r io , p a ra m e lh o r r e n d im e n t o e d u c a t iv o . A s c itad as r e u n iõ e s s e r ã o d ir ig id a s por p ro fe s s o r e s d o s e s t a b e le c i ­m en to s d e e n s in o em q u e s e v ã o e fe c tu a r .

V ai r e o j i x a r - s e • Yl C o n c u r s o

d o T r a b a l h o

L e v a a M o c id a d e P o r tu g u e s a a efeito m a is u m C o n c u r s o d o T r a ­b a lh o , em c o la b o r a ç ã o c o m as p r in c ip a is e m p r e s a s fa b r is d a E s tre m a d u ra . E s te a n o a d o p to u -s e e s tru tu r a d i f e r e n te , p e lo q u e se su p rim iu a fa s e r e g io n a l.

P a ra m a io r in c r e m e n to da i m ­p o rta n te c o m p e tiç ã o , p r e v ê e m -s e p ro v as in t e r n a s o rg a n iz a d a s p e la s e m p resa s , n a s q u a is se p r e te n d e r á aP “ r »r o m e lh o r a p re n d iz o u p r é - -o f ic ia l d e ca d a e s p e c ia l id a d e : m a ­d eira , e le c tr ic id a d e , m e ta l e a r t e s g rá fica s .

A fase p r o v in c ia l , q u e te r á lu g a r e m L is b o a , p o d em c o n c o r r e r to d a s as em p re sa s q u e o d e s e ja r e m , co m um m á x im o d e 2 o p e r á r io s d e ca d a P ro fissão e c la s s e . A s in s c r iç õ e s c ° n t in u a m a b e r ta s n a d e le g a ç ã o P ro v in c ia l, e fe c tu a n d o -s e as p ro v a s n o p ró x im o m ê s , em d ia s a d e s ig ­n a r o p o r tu n a m e n te .

M O N T J O AGENDA UTILITÁRIA

Concurso Hora Feliz

Q u in ta fe ir a p a ssa d a , p e lo m e io d ia , a b r i u - s e n o v a m e n te o r e ló g io la c ra d o e d e p o s ita d o n a n o s s a r e ­d a c ç ã o , e m r e fe r ê n c ia ao c o n c u r s o q u e a O u r iv e s a r ia e R e lo jo a r ia C o n tr a m e s tr e , da P r a ç a 1.® d e M a io , v em r e a liz a n d o co m o m a io r ê x i t o .

O r e ló g io p a ra r a n a s :

3 horas • 14 minutos.C o m o n ã o e s ta v a v e n d id o e s te

c u p ã o , c o u b e o p ré m io ao s r . J o s é d e S o u s a C a s ta n h e ir a , m o ra d o r n a ru a J o s é Jo a q u im M a rq u e s , p o r t a ­d o r d o c u p ã o c o m a h o ra m a is p r ó x im a : 3 h o r a s e 18 .

A O C O N C U R S O H O R A F E L I Z 1

« A p r o v ín c ia » — n .° 6 3 17/5/1956

Anuncio( l . a p u b lic a ç ã o )

F a z - s e p ú b lic o q u e p e lo J u íz o d e D ir e i to d e s ta c o m a r c a d e M o n ­t i jo e 3 .a s e c ç ã o , n o s a u to s d e e x e c u ç ã o s u m á r ia q u e l id o d e S o u s a C a i a d o , s o lte ir o , m a io r , o p e r á r io , d a R u a 2 0 d e A b r i l , 2 5 , 1 .* E s q . n o B a r r e i r o m o v e c o n t r a F r a n c i s c o In á c io , q u e ta m b é m u sa o n o m e d e F r a n c is c o d o s S a n to s S e q u e ir a , c a s a d o , o p e r á r io d a C . U . F . r e s id e n te n a R u a 3 4 , n a B a ix a d a B a n h e ir a , d e sta c o m a r c a , c o r r e m é d ito s d e v in te d ia s a c o n ­ta r d a s e g u n d a e ú lt im a p u b lic a ç ã o d e s te a n ú n c io , c i ta n d o o s c r e d o r e s d e s c o n h e c id o s d o e x e c u ta d o , p a ra n o p ra z o d e d e z d ia s , f in d o o d o s é d ito s , d e d u z ir e m o s se u s d ir e i to s n a m e s m a e x e c u ç ã o .

M o n t i jo , 2 7 d e A b r i l d e 1 9 5 6

O C h e fe d a 3 .* S e c ç ã o ,

A lfredo Augusto M. dos R eisV e r if iq u e i :

O J u i z d e D ir e i to ,

José M aria Pereira de Oliveira

As ligações da Capital

com a nossa margemO a s s u n to c o n t in u a n o p r im e ir o

p la n o . A g o r a n o s d iz o n o s s o c o ­le g a « D is t r i t o d e S e tú b a l» , em seu N . 2 5 9 , q u e a A d m in is tr a ç ã o do P o r to d e L is b o a p e r m it iu , f in a l ­m e n te , q u e se in ic ia s s e m as c a r r e i ­r a s n o s e n tid o C a c i lh a s — C a is do S o d r é , para passageiros, f ic a n d o a e x p lo r a ç ã o a c a rg o d a S o c ie d a d e M a r ít im a d e T r a n s p o r t e s L d a . d e M o n t i jo .

P a r e c e q u e e s sa s c a r r e i r a s só fu n c io n a m d e m a n h ã , d a s 7 ,2 0 às 9 ,3 0 , o q u e se ju l g a in s u f ic ie n te , n ã o o b s ta n te já se c la s s i f ic a r de « im p o r ta n te » a r e fe r id a m e d id a .

D iz -n o s a in d a a m e s m a n o tíc ia q u e v a i s e r p o s ta a fu n c io n a r a a n tig a e s ta c a d a d a A lfâ n d e g a , co m u m p o n tã o p a ra d o is b a r c o s , o n d e se n o ta a fa lta d u m a s a la d e e s p e r a o u d u m r e s g u a r d o p a ra o s p a s s a ­g e ir o s .

A p a r te e s ta s fa lta s , a q u e os p a s s a g e ir o s d e M o n ti jo e s tã o h á m u ito h a b itu a d o s , é c a s o p a r a p e r ­g u n ta r m o s p o r q u e ra z ã o n ã o sã o ta m b é m d e d e fe r ir as c a r r e i r a s X a b r e g a s — E s p ig ã o d e M o n ti jo , c o m « fe r r y -b o a ts » , c o m o h á ta n to te m p o se p ed e ?

C r e m o s q u e b a s ta n te d e s c o n ­g e s t io n a r ia m o m o v im e n to e f a c i ­l i ta r ia m o tr â n s ito m a r ít im o , n ã o só p a r a e s ta m a r g e m , c o m o ta m ­b é m p a ra o A le n te jo e A lg a r v e .

E s p e r a m o s q u e a m e d id a a n u n ­c ia d a s e ja o p r in c íp io d as r e s o lu ­ç õ e s p r e c o n iz a d a s , e n tr e as q u a is e s tã o e s s a s c a r r e ir a s , co m « f e r r y - -b o a t s » , d e X a b r e g a s p a ra o E s ­p ig ã o d e M o n t i jo .

V a m o s a v e r se a m a r g e m inter­dita v a i p e r d e n d o a d e s i g n a ç ã o . . .

S. F. 1.° DezembroN o p r ó x im o d o m in g o 2 0 , r e a l i ­

z a m -s e n o S a lã o d e F e s ta s d e sta c o le c t iv id a d e u m a g r a n d io s a « M a ­tin é e » e u m a « S o ir é e » d a n ç a n te , a b r i lh a n t a d a s p e lo C o n ju n t o M u ­s ic a l « R e is da A le g r ia » .

Outra CarlaR e c e b e m o s a s e g u in te c a r ta , a

q u e g o s to s a m e n te d a m o s p u b l ic i ­d ad e p o r c o r r o b o r a r o q u e te m o s d i t o :

— «H á u m a s se m a n a s a tr á s p u ­b l ic o u e s te jo r n a l n a su a s e c ç ã o « C o is a s q u e a c o n t e c e m .. . m a s n ã o d e v ia m a c o n te c e r » , u m a r t ig o em q u e fo c a v a o d e s e n v o lv im e n to q u e te m tid o n o s ú lt im o s a n o s a v id a d e M o n t i jo , e o fa c to d e , n a p r i n ­c ip a l a r t é r ia d e s ta v i la , e s t a r q u a s e im p r a t ic á v e l a p a ssa g e m s e ja d e q u e m fo r p e lo s p a s s e io s , em v ir tu d e d e ju n t o d o s m e sm o s e x i s t i r q u a s e s e m p r e , p r in c ip a lm e n t e d e p o is d as 17 h o r a s e a o s D o m in g o s , g r a n d e a g lo m e r a ç ã o d e b ic ic le t a s , c u jo s o c u p a n te s s e e n tr e té m c o n v e r s a n d o c o m a m ig o s , im p e d in d o o tr â n s ito p e lo s m e s m o s p a s s e io s , p o n d o e m p e r ig o a v id a , p o r o tr â n s ito d e v e íc u lo s * e r j á b a s ta n te g r a n d e , à q u e le s q u e tê m d e a n d a r p e lo m e io d a r u a p o r n ã o p o d e r e m fa z ê - lo p e lo s p a s s e io s . M as « A P r o ­v ín c ia » fa lo u e n in g u é m s e im p o r­to u .

P r e s e n t e m e n te , h á a n o ta r q u e n ã o só a o s D o m in g o s m a s ta m b é m a o s d ia s d e s e m a n a , é q u a s e im p o s ­s ív e l o a c e s s o em d e te r m in a d o s p o n to s d a r e fe r id a ru a d as p e s so a s q u e d e s e ja m d ir ig i r - s e a su a s c a s a s , a e s ta b e le c im e n to » , a c a s a d e u m a p e s to a a m ig a , e t c . , em v ir tu d e d o ca so q u e a tr á s c i tá m o s , a in d a c o m a a g r a v a n te d e se e n c o n tr a r e m s e n ta d o s p e lo p a sse io a d ia n te in ú ­m e r o s sevhores c o m o se e s t iv e s ­sem s e n ta d o s n o ca m p o s o b r e a r e lv a , o u n a p ra ia .

C o m o s e r á p o s s iv e l a lg u é m t r a n ­s i ta r , e s p e c ia lm e n te s e n h o r a s , p e lo s p a s s e io s d e u m a d as ru a s d e m a io r m o v im e n to , q u e r c o m e r c ia l , q u e r d e t r â n s it o , s e n ã o a d e m a io r em M o n ti jo t* f c r á d e se s u je i t a r a o e d ir u m a in f in id a d e d e v e z es < co m

s u a l ic e n ç a » , q u e m u ita s v e zes n ã o é s a t is f e i ta , e a o u v ir g r a c e jo s , p a la v r a s p o u c o c o r r e c t a s , ou e n tã o s a lta r p o r c im a d a s p e r n a s d o s s e n h o r e s q u e s e e n c o n tr a m s e n ta ­d o s n o c h ã o ! N u m a te r r a c o m o M o n t i jo , q u a s e u m a c id a d e , n ã o é ju s t o q u e is to s u c e d a . J á h á te m p o «A P r o v in c ia » fa lo u n o a s s u n to , p e d in d o a in t e r fe r ê n c ia d e q u e m d e d ir e i to , m a s n ad a .

H á u n s d ia s , p a ssa n d o n a d ita r u a n o te i q u e , q u e r e n d o u m c a sa l, a c o m p a n h a d o d e u m a s v is i ta s , e n ­t r a r p a ra c a s a , t in h a o p a s s e io c o m p le ta m e n te v e d a d o ; d o u tr a v e z , a u m D o m in g o , u m a u to m ó v e l, c u jo s o c u p a n te s n ã o c o n h e c i ( c e r ­ta m e n t e e r a m fo r a s te ir o s ) , v e n d o ta m a n h a a g lo m e r a ç ã o d e p o v o , p a r o u , s im , p a ro u p o rq u e tin h a q u e p a r a r m e sm o p o is p o r m a is q u e to c a s s e n in g u é m se a fa s ta v a . P e r ­g u n ta r a m a a lg u é in s e t in h a h a v id o a lg u m a d e s o r d e m o u d e s a s tr e .

D is s e r a m - lh e q u e n ã o , q u e e ra m e s m o a s s im , e s o r r in d o -s e d is s e ­ra m , « p a r e c e m e n t ir a , i s to » . O r a is to p a ra a n o s s a te r r a , é v e r g o ­n h o s o . S e r á e s te u m c a s o se m s o lu ­ç ã o p o s s ív e l? E ’ n a tu r a l q u e co m u m b o c a d in h o d e b o a v o n ta d e , o a s s u n to s e r e s o lv e s s e . F ic a m o s , p o is , m a is u m a v ez à e s p e r a » . . .

M I S S AA fa m ília d e M a ria J o a q u in a

B r a n c o p a r t ic ip a a to d a s a s p e s ­s o a s a m ig a s e d e su a s re la ç õ e s q u e , n o p r ó x im o d ia 20, p e la s 18 h o r a s , s e r á c e le b r a d a m is s a d o 3 0 .° d ia n a ig r e ja p a r o q u ia l d e M o n ti jo p e lo e t e r n o d e sc a n so d a q u e la su a p a r e n t e , a g r a d e c e n d o a p r e s e n ç a d e to d o s .

PeloNOSSO HOSPITAL

N o d ia 1 0 do c o r r e n t e , fo ra m o p e r a d a s d e a p e n d ic ite n o n o s s o H o s p i t a l :

— M a ria J ú l ia P e r e i r a C r a v e ir o , c a s a d a , d e 21 a n o s d e id a d e , n a tu ­r a l d e M o n ti jo e a q u i r e s id e n t e ; e — M a ria E m íl ia P e r e ir a , d e 34 a n o s . c a s a d a , n a tu r a l d o R io de J a n e i r o e ta m b é m r e s id e n te em M o n t i jo .

F o i o p e r a d o r o s r . d r . E d u a r d o J ú l io M a rq u e s P e rd ig ã o , d ir e c to r c l ín ic o d o H o s p ita l, c o a d ju v a d o p e lo s h a b itu a is a ju d a n te s .

A s o p e r a d a s e n c o n t r a m -s e b e m .

« A P r o v ín c ia » — n .° 6 3 -12/ 5/1956

Anúncio( l . a p u b lic a ç ã o )

F a z - s e p ú b lic o q u e p e lo J u íz o d e D ir e i to d e s ta c o m a r c a d e M o n ­t i jo e 3 .* s e c ç ã o , n o s a u to s d e e x e ­c u ç ã o s u m á r ia q u e M a r ia d o R o s á ­r io , v iú v a , p r o p r ie tá r ia , re s id e n te em P a lh a is e se u s f i lh o s Jo a q u im R o d r ig u e s R a m a lh e te e V a le n tim C a s i m i r o R a m a l h e t e m o v e c o n t r a M a n u e l da C o s ta M u r ilh a s , v iu v o e se u s f i lh o s M a ria d e L o u r ­d e s M u r ilh a s e m a rid o J o s é R a t i ­n h o e A n tó n io d a C o s ta M u r ilh a s , s o l t e ir o , m a io r , d a M o ita e o p r i ­m e ir o d e A lh o s V e d ro s , c o r r e m é d ito s de v in te d ia s a c o n t a r d a s e g u n d a e ú lt im a p u b lic a ç ã o d e ste a n ú n c io , c i ta n d o o s c r é d o r e s d e s ­c o n h e c id o s d o s e x e c u ta d o s , p a ra n o p ra z o d e d ez d ia s , f in d o o d os é d ito s , d e d u z ir e m o s se u s d ir e i to s n a m e s m a e x e c u ç ã o .

M o n t i jo , 2 7 d e A b r il d e 1 9 5 6

O C h e fe da 3 .a S e c ç ã o , A lfredo Augusto M. dos R eis

V e r if iq u e i :

O J u iz d e D ir e i t o ,

José Maria Peteira de Oliveira

M usical Clube Alfredo Keil

N o p r ó x im o d ia 18 d o c o r r e n t e , p e la s 22 h o r a s , r e a liz a -s e n a sed e d a q u e le C lu b e u m S e r ã o C u ltu r a l, in t e g r a d o n a S e m a n a d o U lt r a m a r .

U ia r ã o d a p a la v r a o s s r s . Jo ã o R e ló g io d a S i lv a e R u j ' d e M e n ­d o n ç a , fa z e n d o o p r im e ir o u m a c o n ­fe r ê n c ia s u b o r d in a d a ao te m a « P a ­n o ra m a d a G u in é » , e o s e g u n d o u n s c o m e n tá r io s in t i tu la d o s « S u b ­s íd io s p a ra u m m e lh o r c o n h e c i ­m e n to d o U ltr a m a r P o r tu g u ê s , — S . T o m é e P r ín c ip e , e o * t e r r i t ó r io s d e S . J o ã o B a p t is ta d e A ju d á » .

A u g u r a m o s u m g r a n d e ê x i t o à p a t r ió t ic a e c u l tu r a l in ic ia t iv a , a q u a l m u ito h o n r a o C lu b e r e a l i ­z a d o r .

AgradecimentosE o f r a z i n a d e B a s t o s C a r t a x o

S e u f i lh o J o s é A n tó n io C a r ta x o J ú n i o r , su a n o r a , n e to s e m a is fa ­m íl ia , n a im p o s s ib il id a d e d e o fa ­z e r e m d ir e c ta m e n te a to d a s as p e s s o a i , p o r in s u f ic iê n c ia d e m o ­ra d a s e n o m e s , v ê m p o r e s te m e io r e c o n h e c id a m e n te a g r a d e c e r a t o ­d a s a s p e s so a s q u e se d ig n a r a m a c o m p a n h a r à s u a ú lt im a m o ra d a , a su a q u e r id a - e se m p r e ch o r a d a m ã e , s o g r a , a v ó e p a re n te .

Maria Joaquina BrancoA fa m ília , na im p o s s ib il id a d e de

o fa z e r d ir e c ta m e n te , v e m p o r e s te m e io a g r a d e c e r m u ito r e c o ­n h e c id a m e n te a to d a s as p e sso a s q u e s e d ig n a r a m a c o m p a n h a r à su a ú lt im a m o ra d a , su a c h o r a d a m ã e , a v ó , s o g r a e p a re n te .

farmácias de Serviço

5 . * - f e i r a , 17 — M o n t e p i o6. a - f e i r a , 1 8 — M o d e r n a

S á b a d o , 1 9 — D i o g o

D o m in g o , 2 0 — G i r a l d e s2.* - f e i r a , 21 — M o n t e p i o3 ." - f e i r a , 2 2 — M o d e r n a4 .* - f e i r a , 2 3 — D i o g o

Culto EvangélicoHorário dos serviços re li­

giosos na Igreja Presbiteriana, Rua Santos Oliveira, 4, Montijo.

D o m in g o s — E s c o la D o m in ic a l às 10 h o r a s , c r ia n ç a s , jo v e n s e a d u lto s . C u lto d iv in o às 11 e às 2 1 ,3 0 h o r a s .

Q u a r ta s F e ir a s — C u lto a b r e ­v iad o c o m e n s a io d e h in o s r e l i ­g io s o s às 2 1 ,3 0 h o r a s .

S e x ta s F e ir a s — R e u n iã o d e O r a ­çã o à s 2 1 ,3 0 h o ra s .

N o s e g u n d o D o m in g o d e cad a m ê s c e le b r a ç ã o da C e ia d o S e n h o r , m a is v u lg a r m e n te c o n h e c id a p o r E u c a r is t ia ou S a g r a d a C o m u n h ã o .

EspectáculosC IN E P O P U L A R

5 .* - f e i r a , 1 7 ; u m film e M e tro «A F u g a d o F o r t B r a v o » e a R e ­v is ta P a r a m o u n t.

S á b a d o , 1 9 ; u m film e C o lú m b ia d e c a p a e e sp a d a «O s In im ig o s d o R e i» e o film e p o lic ia l « C a r ta A n ó n im a » .

D o m in g o , 2 0 e 2 . a- f e i r a , 2 1 ; u m a m a r a v ilh a d o W a lt t D is n e y em c in e m a s c ó p io «A D a m a e o V a g a ­b u n d o » .

Atenção — P a r a o e s p e c tá c u lo d e D o m in g o é p e r m it id a a e n tr a d a de c r ia n ç a s co m m a is d e 6 a n o s .

3 . “- f e ir a , 2 2 ; a c é le b r e p ro d u ç ã o e m R e p o s iç ã o « A n n a » .

C IN E M A 1.» D E Z E M B R O

S á b a d o 1 9 ; (p a ra 18 a n o s ) o g r a n d e film e c o m E d ie C o n i t a n - S in e - E l a é d e G r it o s » e o fa m o so d r a m a c o m M a r ia F é l i x e P e d r o A r m e n d a r iz « B e le z a M a ld ita » .

D o m in g o 2 0 e 2 .* - f e ir a 2 1 ; (p a r a 18 a n o s ) o super.film e h is tó r ic o q u e é a c o r o a de g ló r ia do C in e ­m a s c ó p io « H e le n a d e T r o ia » o ú n ic o film eque fo i e s tre a d o s im u l- tâ n e a m e n te e m 15 0 p a ís e s .

4 * - fe ir a 2 3 ; (1 8 a n o s ) R a f f V a l- lo n e e M a r t in C a r o l n o d r a m a m a is v io le n to s o b r e a h ip o c r is ia h u m a n a «A In t r u s a » e l in d o ^ « o m - p le m e n to s e jo r n a l u n iv e r s a l de a c tu a lid a d e s .

Vendem-se— 3 A R M A Z É N S , l ig a d o s , u m

d e le s v a g o e co m a á r e a d e 3 0 0 m l e so tã o , co m f r e n te p a ra 2 ru a s , ju n t o ao n o v o m e rc a d o da v ila de M o n ­t i jo . M o s tr a o s r . Jo a q u im C a r ia , M o n t i jo . T r a t a - s e n a A v e n id a B a r ­b o s a d o B o c a g e n .° 87 r/c — L is b o a - T e le f o n e 7 7 4 3 6 8

— C H A P A p a r a b a r r a c ã o , q u a l­q u e r q u a n tid a d e . N e sta R e d a c ç ã o se in fo r m a .

— P R O P R I E D A D E , s i ta n a R u a Jo a q u im d e A lm e id a (e m f r e n te ao n o v o c in e m a ) .

T r a t a - s e n a A v . do P a r q u e M u ­n ic ip a l — V iv e n d a N a s c im e n to , 1 .° a n d a r .

Precisa-se— B A R B E I R O , ra p a z c o m p r á ­

tic a d e fa z e r b a r b a s . P r a ç a 5 de O u tu b r o — M o n ti jo .

Trespassa-se— D R O G A R IA , s itu a d a em b o m

lo c a l d e sta v i la , p o r m o tiv o d e n ã o se p o d e r e s t a r à te s ta do n e g ó c io .

In f o r m a -s e n e s ta re d a c ç ã o .

Aluga-se— T A B E R N A , p o r o c a s iã o d as

F e s ta s d e S . P e d r o , na A v . D . N u n o A lv a r e s P e r e ir a 5 9 — . I n ­fo r m a a R e d a c ç ã o d e s te jo r n a l .

Page 4: REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - mun-montijo.pt fileJoaquim Augusto de Oliveira ' .....?! A ES I i J RECORDANDO Joaquim de Almeida Joaquim de Almeida (conhecido pelo «OliVeirinha das

4 A P R O V ÍN C IA 17-5-956

M I R A D O U R O

0 D I R E I T O S A G R A D O DE I M P O R T U N A R 0 R I C O

f l SU IN IC ULTURA

HOS t S I A DO S UNI DOS®^Tem sido graças á Zoo-

P a r e c e te r c a u s a d o v iv a s u r p re s a e , ta lv e z , d e m a s ia d o e s c â n d a lo , s o ­b r e tu d o n o s m e io s c a tó l ic o s , a n o t ic ia t r a n s m it id a p e la A g ê n c ia A N I, d e q u e «a I g r e ja e s tá a p r o ­m o v e r em E s p a n h a u m a c a m p a n h a p a ra u m a m e lh o r d is t r ib u iç ã o de r iq u e z a s e n tr e as d iv e r s a s c la s s e s d a so c ie d a d e » .

H á q u e m te n h a v is to n a c a r ta p a s to ra l d o b is p o d e M á la g a , D . A n g e le H e r r e r a , e m q u e o m esm o p ed e a o s r i c o s e a o s p o d e ro so s q u e d ê e m p ro v a s d e m e n o s e g o ís m o e d e m a is c a r id a d e c r i s t ã , u m a o u ­sad a in ic ia t iv a , a q u e n ã o são d e to d o e s t r a n h a s c e r t a s in f lu ê n c ia s c o m u n is ta s , p o r is s o q u e in t e ir a ­m e n te à m a rg e m d o E v a n g e lh o .

T o d a v ia , s e g u n d o u m b e m r e d i­g id o a r t ig o d o jo r n a l « Ju v e n tu d e O p e r á r ia » , o q u e D . A n g e lo H er­r e r a v e m a g o r a p e d ir , é f ie l r e p e ­t iç ã o d o q u e o s P a p a s in s is te n te ­m e n te tê m p re g a d o n o M u n d o , in fe l iz m e n te se m r e s u lta d o s p a l­p á v e is . v

O e s p a n to ca u sa d o p e la a t i lu d e do b is p o d e M á la g a , p e r a n te os p ro b le m a s s o c ia is d o seu te m p o , p a rte e r r a d a m e n te d o fa ls o c o n ­c e ito d e q u e a I g r e ja é a p e n a s u m a s o c ie d a d e d e s tin a d a , e x c lu s i ­v a m e n te , a t r a ta r d a a lm a d os se u s f i lh o s .

J e s u s C r is to , q u a n d o d isse aos A p ó s to lo s : « Id e p o r to d o o M u n d o ; p r e g a i o E v a n g e lh o a to d a a c r ia ­tu r a » , p ô s n a s m ã o s d o s se u s s e r ­v o s o d e v e r d e n ã o fe c h a r e m os o lh o s n e m a b o c a s o b r e as i n ju s ­t iç a s s o c ia is d e q u e fo sse m te s te ­m u n h a s .

É c e r to u m e s c r i t o r fr a n c ê s te r r f ir m a d o q u e m u ito s fu g ia m da I g r e ja p o r n ã o v e re m n ’ E la a v e r ­d a d e ira L u / da C a r id a d e , « n ã o q u e E la a h a ja a p a g a d o — c o m o d ed u z o e s c r i t o r p o r tu g u ê s A lb e r to N eto— m a s p o r q u e o s se u s f i lh o s L h e e s c o n d e r a m o b r i lh o , e n q u a n to se fe c h a r a m s o b r e s i m e s m o s , n u m d e s e jo m e s q u in h o e e g o ís ta de c u l t iv a r e m o s s e u s p ró p r io s j a r ­d in s , se m te n ta r e m s e q u e r r e p a r a r n o s in s e c to s q u e d e v a sta m as s e a r a s a lh e ia s » .

J á P io X I I , p o r é m , n a su a ú lt im a m e n s a g e m d o N a ta l, d e p o is d e te r e n a lte c id o a v e rd a d e c r i s t ã c o m o u m ta le n to q u e D e u s c o n fe r e aos s e u s s e r v id o r e s p a ra , co m o s seu s a c to s , f r u t i f ic a r em o b r a s de s a lv a ­ç ã o c o m u m , a d m o e s ta s e v e ra m e n te o s s a c e r d o te s e le ig o s « q u e te n h a m e n te r r a d o n o p r ó p r io c o r a ç ã o e s te e o u tro s b e n s e s p ir i tu a is , p o r in ­d o lê n c ia ou p o r in s e n s ib i l id a d e p e la s m is é r ia s h u m a n a s » , a c r e s ­c e n ta n d o « q u e s e r ia m r e s p o n s á v e is s a c e rd o te s e le ig o s se o p o v o n ão r e c e b e s s e n e m e x p e r im e n ta s s e a q u e la a ju d a a c t iv a do a m o r c r i s ­tã o , q u e a v o n ta d e d iv in a p re s ­c r e v e » .

C o n c lu i- s e , p o r t a n t o , q u e a I g r e ja te m , n a re a lid a d e , d e v e re s s o c ia is a c u m p r ir , o q u e n ã o q u e r d iz e r , n o e n ta n to , q u e a p a la v r a C a r id a d e te n h a s id o fe ita e x p r e s ­s a m e n te p a ra u so d e s a n to s e d e p a d re s , m a s p a ra to d o s os c r is tã o s , o u m e lh o r , p a ra to d o s os h o m e n s p e r fe ito s e d e b o a v o n ta d e , n a T e r r a .

Im p o r ta , a s s im , q u e a d o u tr in a c a tó l ic a s o b r e a r iq u e z a e se u u so , s e ja ig u a l e ju s t a m e n t e a s s im ila d a p e lo s q u e , n a v id a , g o z a m d e b e n s d e fo r tu n a b a s ta n te s .

N este c a p itu lo , s e g u n d o u m b em d e lib e r a d o p a r e c e r , e x p r e s s o n o jo r n a l «A V o z » , « te m o E s ta d o o d ir e i to d e u s a r m e s m o d e m e io s d e c o a c ç ã o p a ra p ro m o v e r q u e o s u p é r f lu o d e q u e m o p o ssu i s e ja d e s tin a d o a s u p r i r a c a r ê n c ia d a ­q u e le s a q u e m fa lta m o s m e io s d e v iv e r » .

C o m o d iz e r i s to , n ã o se p r e ­te n d e q u e o s r ic o s s e ja m d e s p o ja ­d o s da su a fo r tu n a , e m b e n e f íc io d a q u e le s a q u e m a v id a já m a is s o r r iu . C o m o d iz ia F r e i G i l : « O s b e n s t e r r e n o s n ã o tê m u m a d iv i­são e q u ita t iv a , m a s eu n ã o c e n s u r o o s r i c o s . . . n ad a d is s o . Q u e D eu s lh e s a u m e n te a ia d a m a is a r i q u e ­z a ! O q u e e u lh e s p e ç o é q u e se

le m b r e m d o s q u e n ad a tê m e p o r e le s d is t r ib u a m u m p o u c o c h in h o d a su a fo r tu n a » .

N ão é p r e c is o te r a in f in i t a p ie ­d ad e d e J e s u s — c o m o d iz P r u - d è n c io L e a l , n u m b e lo a r t ig o de a m o r p e lo s n e c e s s ita d o s — , a f i l o ­s o fia de J o b o u a te r n u r a d e S ã o F r a n c is c o , p a ra d a r a q u e m p re c is a e c o n s o la r a q u e m s o fr e .

B a s ta ca d a h o m e m s e n t i r b e m fu n d o d e n tr o d e s i q u e o seu c o n -

--------- Por — -----PINTO DA COSTA

t r ib u to p ara o b e m d o s p o b r e s é tã o in d is p e n s á v e l, tão v e r d a d e ir a ­m e n te n e c e s s á r io , c o m o o d o se u v iz in h o d o la d o , q u a n ta s v e z e s b e m m e n o s d o ta d o c a p a z m e n te p a ra a u x i l ia r o p r ó x im o .

N o e n ta n to , d a r aos p o b r e s n ão é a p e n a s d e ix a r c a ir o d in h e ir o c o m ru íd o s o b r e a b a n d e ja ; n ã o é a p e n a s o a c to de p ô r a c a r te ir a , o s te n s iv a m e n te , à d is p o s iç ã o d os fa m in to s e d o s d e se rd a d o s da s o r te .A c a r id a d e v e r d a d e ir a e x ig e m a is d o q n e is so . P a ra e m p r e g a r a s p a ­la v r a s d e a lg u é m , « e x ig e tu d o , p o r ­q u e e x ig e q u e b r o t e do c o r a ç ã o do h o m e m p o r a m o r e n ã o p o r dó. E x ig e q u e e u , tu , n ó s e e le s n o s c o n v e n ç a m o s de q u e n ão te m o s o d ir e ito d e e s b a n ja r e e s t r a g a r , q u a n d o ta n ta g e n te m o r r e de fr io e fo m e » . E e x ig e a i n d a — a c r e s ­c e n ta m o s n ó s , q u e a c a r id a le n áo se p r a t iq u e a p e n a s em d e te r m in a ­d a s q u a d ra s fe s t iv a s do a n o , p o r ­q u e , in f e l iz m e n te , o s p o b r e s n ão tê m fé r ia s , c o m o d is s e a lg u é m .

« C o n h e ç o d o is in d iv íd u o s — c o n ­ta u m n o tá v e l p e n s a d o r p o r te g u ê s : U m re z a , c o n fe s s a s e , c o m u n g a e d is t r ib u i « c r is t ia n ls s im a m e n t e » o « te n h a p a c iê n c ia » a o s p o b re s q u e d e le se a b e ir a m ; o u t r o . ? te u , sem c r e n ç a s , e n tr o u n a I g r e ja m e n in o , p a ra o b a p tis m o , n u n c a m a is lá v o lto u e d á o q u e te m e o q u e n ão te m p a ra m e lh o r a r a v id a d o seu s e m e lh a n te . M as ta m b é m c o n h e ç o o u tr o s d o i s : O p r im e ir o p r o s tr a - s e n a s p r o c is s õ e s e s e n ta à su a m esa p o b r e s n e c e s s ita d o s e d e s p r o te g i­d o s ; o se g u n d o , a r a u to d a L i b e r ­d ad e e d a c o n c ó r d ia u n iv e r s a l , é in c a p a z d u m g e s to s im b ó lic o d e s o lid a r ie d a d e . « C o n c lu i o n o tá v e l p e n s a d o r : « N o p r im e ir o g r u p o , o p to p e lo a te u , n o s e g u n d o , p r e ­f ir o o c a tó l ic o » .

B e m a n a lisa d a e co m p e q n e n a s v a r ia n te s , é a s s im , r e a lm e n t e , a t r is te so c ie d a d e d o s n o s s o s d ia s , q u a n d o n ã o se a p r o x im a m e sm o m u ita s v e z e s d o e s p ir i tu o s o c h is t e p o s to em r im a p o r u m e s p a n h o l , m a s q u e o s p o r tu g u e s e s tra d u z e m d a s e g u in te m a n e ir a :

E la, piedosa, fundou lloi-pitais p a ra a pobreza, de cujos bens, por tristeza, seu m arido se apossou.E eu juro à fé de quem sou — por ti, ôcèu que nos cobres? — que não se i deacções tão nobres paralelam ente iguais, po is se ela fez hospitais, o m arido— fez os p o b r e s ..._ N ão s e d ig a q u e e x a g e r a m o s

p ro p o s ita d a m e n te . T o d a v ia , é c e r to q u e d e s e ja m o s c h o c a r a o p in iã o g e r a l d o s b e m in s ta la d o s n a v id a , m u ito s d o s q u a is tê m , a l iá s , p e r ­fe ita n o çã o d o s se u s d e v e r e s p a ra | c o m o s p o b r e s — is to , s e ju l g a r ­m o s p e la m a n e ir a c o m o fa la m e tr a ç a m o s s e u s p la n o s d e a c ç ã o . . . q u e r a r a s v e z e s e x e c u ta m .

D a r — a in d a h o je p a ra m u ito s , é u m a e s p é c ie d e « n e g ó c io » ou s im p le s a c to de p u b lic id a d e a o s p ró p r io s « d o te s d e c o r a ç ã o » . N ão fa lta m , in f e l iz m e n t e , o s q u e fazem c a r id a d e a p e n a s c o m o s e n tid o n o p e d a c in h o d e céu q u e p e n sa m v i r ' a u s u fr u ir a lg u m d ia , ta lv e z e s q u e ­c id o s d e q u e s e r á m a is fá c i l a u m c a m e lo e n t r a r p e l o . . . d e u m a a g u lh a .

J á V ic to r H u g o , n a im o r ta l o b i a

«O s m is e r á v e is » e p e la b o c a do s im p á tic o b is p o M y r ie l , d i z i a a c e r c a de ura c a p ita l is ta q u e s u r ­p r e e n d e r a d a n d o u m ú n ic o « so u » ( in d iv is ív e l c o m o o m e io to s tã o ) a q u a tr o o u c in c o p o b re s , p a ra r e ­p a r t ir p o r t o d o s :» —• L á e s tá a q u e le s u je i to a c o m p r a r u m «sou> de P ã ra is o !» E x a c t a m e n t e c o m o a h is ­tó r ia d a q u e le g r a n d e s e n h o r s o ­b r a ç a n d o u m g r o s s o s o b r e tu d o q u e , u m d ia d e m u ito f r io , d eu a u m p o b re e s fa rra p a d o u m b o tã o p a ra a a ji ld a d e u m c a p o t e !

V e r d a d e s e ja , p o r é m , q u e n e m tu d o é « a p a g a d a e v i l t r is te z a » à v o lta . S e é c e r t o q u e o M u n d o d e sd e h á m u ito e s tá n e c e s s ita d o d e u m a o u tr a c a r id a d e q u e n ã o é p r ò p r ia m e n te a q u e la q u e p a ra a í se p re g a e e s p a lh a a o s q u a tr o v e n ­to s ; s e p r o l i fe r a o n ú m e r o d a q u e ­le s q u e só s a b e m d a r à v is ta da m ã o e s q u e r d a , c o n t r a r ia m e n te ao q u ^ r e c o m e n d a a b o a D o u tr in a C r is tã , ta m b é m h á , fe liz m e n te , os q u e d ão p o r h u m a n id a d e e co m os o lh o s p o sto s n o s o fr im e n to a lh e io .

P e n a é q u e os b o n s e x e m p lo s d e c a r id a d e r e a l , d e sp id a d e lu x o e d e v a id a d e s , se n ã o m u lt ip l iq u e m c o m o os p ã es , le v a n d o a e s m o la n ã o só m a te r ia l , m a s e s p ir i tu a l , ao se io da d o r e da p o b r e z a , o n te m , c o m o h o je , o s d o is p io r e s m a le s da so c ie d a d e .

E , p a ra t e r m in a r , n ã o d e v e m o s e s q u e c e r q u e «a fo m e d á ao p o b r e o d ir e ito s a g r a d o d e im p o r tu n a r o r i c o » , e q u e «a fo r tu n a d e s te s , a g ló r ia d o s h e r ó is , a m a je s ta d e d os r e is , tu d o a c a b a r á p o r u m f r io — A q u i Ja z .

Pinto da Cosia

Publicações Recebidas— Recebemos o Relatório

e Contas da Companhia de S e g u r o s «Tranquilidade», com sede no Porto.

Documentado com mapas e Balanços, o r e l a t ó r i o apresenta, na conta de ga­nhos e perdas, o saldo de 10.269.271157, para o ano corrente As nossas felici­tações.

— R e c e b e m o s também dois exemplares da palestra in ti tu lada «A Lavoura, essa arte de em p o b re ce r . . .» . que Eduardo Veiga de Araújo efectuou, em 9 de Fevereiro deste ano, na reunião do Rotary Clube de Vila Franca, de Xira. O au to r m ostra-se abertam ente contra a polí­tica dos preços actuais, que considera ruinosa, e p re ­coniza a jus ta compensação de que a Lavoura Nacional necessita. Por fim, foca tam ­bém o caso do Mouchão da Póvoa para exemplo.

Agradecemos os exempla­res enviados.

José Teodósio da Silva(H e rd e ira )

Fábrica fundada em 1900 (em edi- tício próprio)

Fábrica de Gasosas, Refrigeran­tes, Soda wnter, Licores, Xa­ropes, lunípero, Cremes de todas as qualidades, etc.

Fabricos pelos sistemas mais mo­dernos.

Rua Formosa 8 —Telef. 026204—9 M O N T I i O

tecnia aplicada no campo da produção suína que muito se tem avançado para o aperfeiçoamento e obtenção dum tipo de porco ideal que satisfaça p lenam ente as exi­gências de hoje.

Foi agora tornado público num jornal americano ecreio que em algum as revistas da especialidade, depois de vários anos de experiência, que os criadores do Estado de W ashington, muito têm vindo contribuindo para o aum ento da população duma nova raça de porcos. Esta raça chamada iPalouse», que parece ter grande aceitação entre todos aqueles que se dedicam à su in icu ltura na­quele Estado, é tida como superior, segundo opinam as entidades competentes, sendo talvez mesmo, as suas carcassas C o n s i d e r a d a s como as « :arcassas do fu­turo».

O seu aparecimento teve inicio no D epartam ento de Animal H u s b a n d r y do « W a s h i n g t o n S T A T E COL LEGE» e foi o resultado do cruzamento entre a raça Landrace e a Chester W hite . O primeiro ensaio realizado com este cruzamento, fez-se em 1945 ou seja precisa­mente há onze anos. A té ser oficializado o novo nome da raça, os porcos eram conhe­cidos como os W . S. C. P ro jec tó i. Esta raça criada dentro do «tipo-carne» é mais um a experiência que se realiza com o objectivo de se produzir um porco cuja característica desejada seja a de se produzir mais carne e menos gordura, em consequência da e n o r m e competição das gorduras ve­getais no mercado actual da banha.

O Dr. M. E. Ensminger, chefe do D epartam ento de Anim al H u s b a n d r y do W . S. College, afirmou ter sido aprovada e aceite como nova raça fixa pela Asso­ciação Am ericana de Regis­tos de Gado, es ta magnífica raça,1 que é a Palouse.

O fim que levou à exe­cução deste cruzamento, foi como se disse acima, poder oferecer-se tanto aos produ­tores como aos consumido­res daquele E s t a d o do Noroeste do Pacífico, um porco com as características ideais den trodo «tipo-carne» a fim de que, com aquelas qualidades, as actuais c ir­cunstâncias em relação às gorduras de origem anim al fossem de certo modo reso l­vidas. Houve também nesta experiência a preocupação de se obter um porco cuja pelagem fosse branca, dada a sua tradicional populari­dade entre os criadores do Estado de W ashington.

O Dr. S tew art H. Fowler, professor encarregado das pesquizas no campo da sui* n icu ltu ra na mesma U niver­sidade, falando a propósito da cor da pelagem, disse ser de grande in teresse sobre­tudo se o porco Palouse for usado em cruzam entos com

fins comerciais. Assim no cruzamento com raças de cor, com o carácter dom i­nante que possui (a Pa­louse), o resultado da i . a geração t e r á unicamente produtos de cor branca.

O Dr. Ensm inger e o Dr. Fowler, são ambos de opinião de que a raça Pa­louse não é evidentem ente a m elhor entre as outras do «tipo-carne», mas contudo, podem estes anim ais consi­derar-se dentro dos me­lhores, sobretudo no que os liga à classificação de ca r­cassas.

O porco «tipo-carne», pode ser definido pela sua alta percentagem em fibra m us­cular nos quatro principais cortes : perna, pá* lombo e entremeada.

A a ltu ra do toucinho, que é bastante lim itada, pode varia r entre 1,3 a 1,6 uches ou seja entre 3,25 e. 4 cen tí­metros respectivamén.e. A carcassa deve medir entre30 a 311/2 uches no seu comprimento — (75 a 77,5 centímetros). O Porco «tipo- -carne» é mais comprido e delgado na sua conformação em relação ao porco «tipo- -gordura».-

A média do pèso óptimo da raça Palouse para o abate é 210 libras aproxim ada­mente, ou sejam 95 ÍCg..

Os . p o r c o s deste tipo podem ser produzidos a part ir de qua lquer raça, cujas carac terís ticasíenha m sido estudadas e reconheci­das como óptimas, para o fim em vista.

Aléin da a lta qualidade em carne req uerida por parte dos progenitores há a consi­derar a sua precocidade a fim de que os anim ais a tin ­jam rápidamente e o mais economicamente possível o volume de carne desejado num relativo curto espaço de tempo. — A s s i m é 0 PORCO «TIPO-CA RN E», O PORCO A C TU A L DOS E. U. A..

A. Montano

Este número de «A Pro­víncia» foi visado pâla

C E N S U R A

Organizações EE = Progresso

a g e n c i a p u b l i c i t á r i a

A p r e s e n ta s e m a n a lm e n te , no C lu b e R a d io fó n ic o d e P o r tu ­g a l , to d a s as 3 .as fe ir a s e s á b a ­d o s , r e s p e c t iv a m e n te às 13 e à s 2 2 e 15 h o r a s o p ro g ra m a

ra d io fó n ic o

REVISTA DESPORTIVA1 5 m in u to s e m q u e fa la do d e s p o r to e a fa v o r d o d e s p o r to . P r o d u ç ã o a s s o c ia d a d e : F e r ­n a n d o d e S o u s a . F e r n a n d o d e L a c e r d a e V e r ís s im o A lv e s . B r e v e m e n te n o v o s p ro g ra ­m a s e n o v a s r u b r ic a s . P a r a

a su a p u b lic id a d e c o n s u lte

Organizações ProgressoA v . d e R o m a , 2 0 7 , 3 . ° - K sq .°

L I S B Ó A

Page 5: REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - mun-montijo.pt fileJoaquim Augusto de Oliveira ' .....?! A ES I i J RECORDANDO Joaquim de Almeida Joaquim de Almeida (conhecido pelo «OliVeirinha das

I7-5-956 A P R O V IN C IA 5

Sol da Vida /

11Pelo Dr. Cruz Mal pi que

Santo Agostinho, ura dos mais célebres teólogos de todos os tempos, asseverava q u e o lar sem filhos era inundo sem sol.

Este conceito, dum rea­lismo sempre actual e escal­dante, sintetiza uma ver­dade insofismável.

Com eteito, a alma h u ­mana, mensageira da cen­telha divina, tende fatal­mente a propagar-se. A essência criadora, que nos pulula nas artérias, é alfo- bre bendito que estiola e morre ingloriamente senão for transplantado para a vida plena de continuidade da nossa própria vida. É fcgo sagrado nimiamente intenso para ser abarcado pelas comportas exíguas do nosso limitado «eu». Tende, em consequência, a propa­lar-se até ao infinito numa perene transm utação do e s ­pírito através da carne.

Confinar a vida é, pois, matar o eflúvio anímico. Os partidários deste axioma, salvo a rara excepção dos predestinados, c a n a l i z a m aquela bendita flama para egoismos estéreis e desbra­gados que, na maioria dos casos, descambam em sacrí­legas aberrações.

Razão tinha Fialho de Almeida p a r a proclamar que «a m ulher é o vaso gestatório da vida, o divino mistério d a continuidade pelo homem, incessante­mente renovado no seu ventre, como a primavera renova as flores do campo e os frutos do arvoredo».

É, consequentemente, des­ta maravilhosa concom itân­cia que ressalta a obra sem­pre jovem e e ternam ente bela do C r iad o r— o filho.

P e r n i t a s em aranhadas nas fraldas, meneando os bracitos, um filhinho cabe todo na concha dos nossos braços. Ele é o nosso mundo— mundo incom parável de valia infinita.

Não há ven tu ra humana que supere a consolação inefável de apertar ciosa­mente, amorosamente, de encontro á arca do peito, aquele corpo pequenino que é o sangue do nosso sangue, o osso do nosso osso, a alma da nossa alma.

Como é divinamente en- ternecedor expiar-lhe a res­piração angélica, sen tir o a r f a r daquele minúsculo peito, ver desabrochar su ces- sivamente a inteligência em botão, derram ar-lhe na alma tenra a sementeira de afec­tos que, mais tarde ou mais cedo, hão-de florescer e frutificar, escutar-lhe os Primeiros segredos do co­ração !

Haverá, porventura, delí­cia comparável à de recli­nar c sopro divino da nossa Própria vida no regaço, cobrindo o nosso pequenino «eu» de beijos e caricias, afagando-o com o bafn Vo! lutíneo do nosso mais puro e acrisolado a m ?

Aquele liric iuiacu. ado, duma alvura c-: neve vai

crescendo à sombra do nosso coração e do nosso afecto. Ilumina o lar com as estre las cintilantes dos seus olhos puríssimos. Enche-o de alegria com o arrebol dos seus primeiros balbú- cios, com a a lvorada dos seus novéis e incertos pas­sos.

O im ortal Camilo, ex ta­siado, confessa com os olhos toldados, cegos de lágri­mas, que «um filho é uma estre la que nos alinda o

-------- Por -------João Pereira Bastos

céu da terra em que vive­mos. O amor do filho é o mais duradoiro e in te rm i­n á v e l— am or s a n t o q u e verte linimentos nas dores mais cancerosas do cora­ção».

Na nossa paternal ansie­dade, desejaríamos que os filhos fossem sempre peque­ninos. Seriam mais nossos, indefenidamente n o s s o s . Os seus beijitos imaculados são volatas de sonho, qui­m eras adormecidas que, de mansinho, lazam doer, pal­p ita r docemente a alma.

É encantador, é adorável sentir em volta do pescoço o inefável jugo dos seus braços, sen tir junto dos ca­belos que embranquecem o suave perlume da sua fronte angélica.

O botão de rosa da sua boca pequenina, que se e r ­gue para nós, de lábios e n ­treabertos, numa carícia d i­vina, como o cálix puríssimo dum a açucena, é o milagre eterno e sempre renovado do Criador, dando à cria­tu ra genetriz novas forças para o trabalho, para a luta heróica de todos os dias.

Amanhã jovem, continua sendo a razão única da nossa existência. Por ele arrostam os os maiores peri­gos e sofremos os mais amargos reveses.

Cresce, revigora, atinge a p lenitude da vida. Vence, e a sua vitória é a nossa própria vitória. Sofre, e o seu sofrimento é o nosso próprio sofrimento.

Não obstante, seria uma blasfémia, uma profanação, um crime am arfanhar o fruto bendito do nosso amor no amplexo asfixiante do egoismo, roubar o sol da vida à maior glória daquela Pátria eterna e bem amada que nos acalentou com o seu sol incomparável, que nos alimentou com o seu trigo, que nos protegeu com a som bra das suas árvores nos dias de calor intenso, que nos alegrou com o arom a capitoso do seu v i­nho, que nos ministrou a água cristalina do nosso baptismo, o óleo santo do crisma, o pão ázimo da nossa comunhão, que nos abre os seus braços, no ocaso da vida, e nos aperta dè encontro ao peito na escuridão da campa, cobrin­

do-nos m aternalm ente com o manto negro da sua gleba.

Parafraseando Victor H u ­go, dir-se-ia que o filho pertence, em primeiro lugar, ao pai que o gera, depois à mãe que o cria, depois ao m estre que o educa, depois à cidade, vila ou aldeia que o viriliza, depois á Pátria que é mãe suprem a e, final­mente, à H um anidade que é a grande avó. Cada um destes degraus, pai, mãe, mestre, cidade, v i l a ou aldeia, Fátria , H um anidade pertencem a uma escada que ascende a Deus.

Ditosos os pais que, de­pois duma vida estuante de agruras e canseiras, a tra ­vés de longa e escabrosa caminhada, ao atingirem o ácume da montanha, podem reclinar piedosamente a ca­beça nos um brais da e te r­nidade, com a consciência tranqu ila de que legaram aos filhos a maior riqueza e a melhor herança: — o gládio do dever e a túnica da honra.

A febre do lucro, lícito ou ilícito, isso tanto faz, atacou um a grande parte dos indivíduos.

A origem disto está no facto de cada indivíduo pen­sar que nasceu apenas para ser feliz, para ser dono mesmo do m undo e dos ou­tros indivíduos.

Mas quando verifica, a certa a l tu ra da vida, que está errado, quando enfim se desilude da ilusão da fe­licidade, revolta-se, recri­mina tudo e todos da in jus­tiça de que é vítima, pede a plenos pulmões que lhe acudam e lhe dêm tonela ­das de felicidade para go­zar sozinho, claro está.

Não procura modificar sua razão de ser, não tem a mais pequena sombra de tolerância, não d e s c u l p a erros. A ponta os dós outros, que castigainexorávelm ente com ares de super-homem destinado a modificar o mundo, mas esquece-se dos seus, julga-se impecável, não olha p^ra si, para a sua po­bre carcassa, tão disforme como a de qualquer outro pobre diabo.

H á certam ente quem aiir- me os melhores propósitos de isenção, há sem dúvida quem proclame aos quatro ventos as mais solenes pro­messas de so lida riedade ; mas no fundo lá está o ho­mem com todo o seu cor­tejo de egoísinos e anseios inatos de se sobrepor aos direitos que os indivíduos têm aos prazeres da vida, à regular distribuição dos go­zos, que não são de ninguém e pertencem a toda a gente.

Estou convencido de que na coordenação de todos os esforços individuais, de que na a r te de compreender di-

Narcisismos da vidaCerta beldade de Milão

ordenou, em testamento, que o seu esqueleto fosse ex­posto na Biblioteca Ambro- siana, como remédio para curar os amores.

Não há como ver a ima­gem da morte para atirarmos às ortigas certos narcisismos da vida.

O duelo do ferro e da prafaFerro e prata discutiam

animadamente os seus valo­res. O ferro promovia a sua utilidade a centro do mundo, afirmando que, sem ele, não seria possível construir o comboio, o navio, o automó­vel, a ponte pênsil, a charrua, a enxada, o machado, a bi­gorna, a faca, o garfo, a ferradura, a roda do carro . . . A prata retorquia que, se não tinha essa utilidade tão pa­tente, era, no entanto, mais leve, de sonoridade mais agradável, com ela se faziam moedas e jóias do mais fino quilate e gosto. E, como se

reitos e deveres, é que r e ­side a disciplina das socie­dades, é que está o verda­deiro equilíbrio social.

Não existe no mundo ver­dadeira felicidade, é certo, porque o homem, desde que nasce a té que morre, não passa de uma leve pena ao sabor de todos os maus ventos.

Deve contudo o indivíduo, pela educação da sua in te ­ligência, pelo aperfeiçoa­mento moral do seu espírito, reduzir a m ínim as propor­ções o sofrimento humano.

Basta para isso que, fa­zendo uso da vontade pró­pria que possui ou deve possuir, domine os seus maus impulsos e saiba do­m inar tam bém os que lhe venham do ex 'erior.

Sabe-se que a perda do Paraíso, — que nunca será reconquistado, se deve ao erro da nossa mãe comum : mas tam bém se pode saber, querendo, que tanto nas grandes como nas pequenas coisas, a H um anidade po­deria v iver mais feliz na terra, que é de todos, se os indivíduos deixassem de ser tão egoistas, tão orgulhosos é, consequentem ente, tão absorventes.

Amaral Frazão

CANETASVendem-se na

R E P A Laos melhores preços.

G ra tu ita m e nte le r á g r a v a d o o stu n s n e ic a d q u irir a m * caneta • •

R E P A LPraça í o n e s Fre ire d t tU d ra d e , 22

MO N T I J O

tivera questão pessoal com o ferro, acusava este de ser espada que fere, faca que estripa, escopeta que assas­sina, punhal que perfura, ca­nhão que escaqueira.

Digamos nós, intervindo no duelo. Nem só ferro, nem só prata. Nem só frutos, nem só flores. Nem só bife sangue, nem só chocolate lírico. Mas tudo ao mesmo tempo, e muito bem doseado. A vida não se pode voltsr só para o ferro, nem só para a prata. Há-de ser uma con­ciliação do útil e do belo, do fruto e da flor, dos metais úteis e dos metais nobres, dos interesses do corpo e dos interesses do espírito.

Hábito-segunda naturezaO hábito cria uma segunda

n a t u r e z a — e dificilmente desamarramos dele. Em mui­tos casos, aposentar alguém, da sua profissão, é passar- -Ihe pelo menos dois terços da certidão de óbito. E tal é o caso daquele homem que, aposentado c o m quarenta anos de ininterrupto serviço, foi contemplado com magní­fico relógio de ouro. Sem mais nada que fazer, olhava as horas no mostrador do seu rico relógio. Mas não as olhou por muito tempo. Seis meses passados — me­ses vazios como < casca de ovo que foi estrelado — era conduzido para o cemitério. Faltava-lhe a amarra da se ­gunda natureza.

Napoleão e a alimária que o carregouRepugna-nos imaginar Na­

poleão noutro transporte que não seja o cavalo. (E, cá para nós, pintamos de branco a alimária que o carregava). Mal toleramos o petit ca- poral, de berlinda. De au­tomóvel, não o poderíamos aceitar. Nem tampouco de avião. Napoleão, sem ca­valo, ficaria um sujeito abur­guesado, sem romantismo, capaz de nos provocar náu­seas.

PelaIMPRENSA

— O «Jornal de Santo Tirso», de que é Director Délio Santarém, completou o seu 74 .° ano de existência, no dia 4 do corrente.

— O jornal «Terra Minhota», de que é Director e proprie­tário João Henrique Alves, completou, com o seu N.° 149 (2/ série), sete anos de vida.

— O « Jornal da Madeira»,que se publica no Funchal e é dirigido pelo professor José Rafael Basto Machado, entrou no dia 1 do corrente no ‘25.° ano da sua publicação.

— «A Província», ainda na infância, saúda afectuosa­mente os seus três colegas pelos respectivos aniversá­rios e entrega-lhes ardentes votos de longa existência e de infinitas prosperidades.

Da F e l i c i d a d e

Page 6: REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - mun-montijo.pt fileJoaquim Augusto de Oliveira ' .....?! A ES I i J RECORDANDO Joaquim de Almeida Joaquim de Almeida (conhecido pelo «OliVeirinha das

6 A P R O V ÍN C IA 17-5.956

DESPORTOSEsclarecendo...

OLii%elia JUazjqutLfala-nos da Concentração de Coimbra

N u n c a p u se m o s n a id e ia p e r d e r te m p o c o m e s te e s ta fa d o a ss u n to do jo g o M o n t i jo - B e le n e n s e s , p o is a c o s tu m a d o s fo m o s a n ã o l ig a r im p o r tâ n c ia a im p r o p é r io s e in c o r ­r e c ç õ e s , p a r ta m d o n d e p a r t ir e m .

N o e n ta n to , a q u i e s ta m o s f o r ç a ­d o s p o r u m s o m a tó r io d e c i r c u n s ­tâ n c ia s , d e n tro d as q u a is d e s ta c a - m o s a s r e s p o n s a b ilid a d e s q u e c r iá m o s ao a c e i ta r c o la b o r a r n e s te jo r n a l , p o r e n te n d e r m o s q u e a s s im p r e s tá v a m o s u m b o m s e r v iç o aoC . D . M o n ti jo .

D e s d e o r e fe r id o e n c o n t r o co m a c a te g o r iz a d a tu rm a l is b o e ta , q u e te m o s s id o a lv o d e á s p e ra s c e n s u r a s p o r n ã o r e b a te r m o s o a c o n t e s t a r ­m o s a c a m p a n h a d e se n v o lv id a p e lo s j o r n a i s d a e s p e c ia lid a d e , m o r m e n te o « R e c o r d » , o «M u n d o D e s p o r t iv o » e p o r ú lt im o , co m um a in s o lê n c ia q u e n a d a o d ig n if ic a , o im p o r ta n t e jo r n a l « N o r te D e s p o r ­tiv o » ta m b é m v e io à l iç a , d an d o g u a r id a â u m a c a r ta q u e a n te v e m o s s u s p e ita e n a q u a l se fazem r e c r i ­m in a ç õ e s q u e o fe n d e m e m u ito d e ix a m a d e s e ja r , q u a n to a c o r r e c ­çã o e b o a s n o r m a s de c iv is m o . Is to p o r e s ta rm o s c e r t o s d e q u e o ig n o ­ra d o a u t o r d e tão in c o r r e c ta e p ís ­to la n ã o c o n h e c e M o n t i jo , n em as su a s g e n t e s , ju lg a n d o , ta lv e z , q u e a n o s s a te r r a f ic a n o c e n tr o da b a r b a r ia , q u a n d o , n a v e rd a d e , e s tá a u m a h o ra d e L is b o a , c a p ita l do Im p é r io P o r tu g u ê s .

C o m o a c im a d iz e m o s , t ín h a m o s f ir m e s id e ia s d e n ã o n o s r e fe r ir m o s a e s te s fa c to s , p o is , a fa z ê - lo , te r ia s id o im e d ia ta m e n te a p ó s o e n c o n ­tr o e p a r iH e c e r lo u v o r e s ao s b r i o ­so s fu te b o l is ta s m o n t i je n s e s q u e se im p u s e r a m a o s a d v e r s á r io s d e m a n e ir a s u p e r io r , c o m m a is v o n ­ta d e e n u n c a se in t im id a n d o , n u m jo g o e s p e c t a c u la r e p ró p r io de c a m p e o n a to , s u b j u g a n d o u m a d v e r s á r io , se m d ú v id a d e m a io r v a lo r , m a s sem g a r r a , n e m p e r s o ­n a lid a d e s u f ic ie n te p a r a se im p o r .

P o u c o s e sp e ra v a m o q u e se v e r i ­f ic o u n a q u e le s 90 m in u to s d e fu te ­b o l a r r a z a n te .

P o r is s o m u ito s , to d o s os da fa c ç ã o c o n tr á r ia ao M o n ti jo , p a ra d e s lu s t r a r o a s c e n d e n te q u e t ín h a ­m o s c o n s e g u id o m a r c a r , s e r v ir a m - -s e d e a rm a s m e n o s le a is e te ce ra m u m a te ià de in t r ig a s e m e n tir a s a tr a v é s d e c e r t o s ó r g ã o s d a im ­p r e n s a q u e , p o u c o e s c r u p u lo s o s e v is a n d o a p e n a s o f im c o m e r c ia l , n ã o c u r a r a m s a b e r o n d e r e s id ia a v e rd a d e .

P r o v à v e lm e n te , p a ssa d o s d ia s , v ir a m n o lo g r o em q u e c a ír a m . D iz e m o s is to p o r q u e , p ro p a la d o q u e fo i t e r s id o a e q u ip a b e le n e n s e d iz im a d a p e lo s « s e lv a g e n s » m o n t i­je n s e s n a r e fr e g a q u e te v e lu g a r em M o n ti jo , s itu a d o a lg u re s n a P a ta g ó n ia , A tla s ou A m a z o n a s (? ) v e r i f i c o u - s e a l in h a r 4 d ia s d e p o is , c o m to d o s os se u s t i t u la r e s , sa lv o o g u a r d iã o J o s é P e r e i r * q u e , n a v e rd a d e fo i in f e l iz n a jo r n a d a , p o is n u m la n c e fo r tu i t o e p r ó p r io do v i r i l jo g o d e fu te b o l , sa iu fo r te ­m e n te c o n tu n d id o co m fr a c tu r a .

P o r é m , o c o r r e c t o jo g a d o r a z u l, s e q u i s e r s e r s in c e r o e n o r te a d o p e la s b o a s n o r m a s da ed u c a çã o d e s p o r t iv a , p o d e rá a f ir m a r -n o s a v e rd a d e , e s c la r e c e n d o q u e o a c i ­d e n te s o fr id o n ã o fo i r e s u lta n te do c h o q u e q u e te v e c o m J o s é P a u lo , m o t iv o q u e os d e t r a c t o r e s p r o ­c u r a m e x p lo r a r .

P o d e r ía m o s a q u i a r g u m e n ta r m il ra z õ e s e n e ssa a l tu r a v ir ía m o s a c a i r n o s is te m a q u e c e n s u r a m o s , o u s e ja e n u m e r a r os in c id e n te s p ro v .o ca d o s p e lo s a z ú is , a m a re lo s .

Nacional Futebol ClubeE n c o n t r a - s e d e lu to e s te s im p á ­

t ic o C lu b e p o p u la r p e lo f a le c i ­m e n to d e F r a n c is c o M a n u e l C a la d o F r a s q u i lh o , f i lh o d e B r a z M a n u e l R o s a F r a s q u i lh o , s ó c io fu n d a d o r d e s ta c o le c t iv id a d e , e de M aria M a n u e la C a lad o F r a s q u i lh o .

A o « N a c io n a l» e à fa m ília e n lu ­ta d a a p r e s e n ta « A P r o v ín c ia » s e n ­tid a s c o n d o lê n c ia s .

c a s ta n h o s , b r a n c o s , e t c . , e t c . . P r e ­fe r im o s fa z e r s e n t i r q u e o q u e se p a s s o u n o M o n ti jo , n a ta r d e de q u a r ta - f e ir a , d ia 2 d e M aio , n a d a m a is fo i do q u e u m a a r d e n te j o r ­n a d a f u te b o l ís t ic a , o n d e m ilh a r e s d e p e s so a s v ib r a r a m in te n s a m e n te , f ic a n d o a m a r c a r o p r in c ip a l a c o n ­te c im e n to d e s p o r t iv o da é p o c a em M o n ti jo .

O q u e se v e r if ic o u a q u i v e r i f i ­c a - s e to d o s o s d o m in g o s , q u a n d o u m a e q u ip a m a is f r a c a 3e c o n v e n c e d e q u e p o d e e q u e r v e n c e r o u tra c o n s id e r a d a m a is fo r te .

A d e n tro d o r e c tâ n g u lo , jo g o v i r i l , e n tu s ia s ta , d e n e r v o s , q u e ­r e r , e n e r g ia . E m r e d o r d o te r r e ir o d a lu ta , a n im a ç ã o , d e s p iq u e , a p la u ­s o s , s o fr im e n to , to d a a g a m a de s e n s a ç õ e s e m q u e as lá g r im a s do p r a z e r s e m is tu r a m co ra as da a m a r g u r a , n u m a m á lg a m a d e l i ­c io s o e q u e só p o d e s e r c o m p r e e n ­d id o p o r a q u e le s q u e v iv e m o D e s ­p o r t o .

I n f e l iz m e n te , em to d as a s a c t i ­v id a d e s h á o s c a r a c te r e s m a l fo r ­m a d o s e , p o r e s s e s , o s m o n t i je n s e s tão d e s g o s to s o s tê m a n d a d o co m o q u e tê m lid o e o u v id o .

N ão fa ç a m o s c a s o !P a r a « p a la v r a s lo u c a s o r e lh a s

m o u c a s » . C o n tin u e m o s a m a r c a r a n o s s a p o s iç ã o c o m o a té a q u i . E x ­te r io r iz e m o s o n o sso b a ir r is m o

Montijo, 33E n c o n t r o re a liz a d o n o M o n t i jo ,

n o p a ssa d o d o m in g o , d ia 13 , a c o n t a r p a ra o C a m p e o n a to N a c io ­n a l da 2.8 d iv is ã o .

S o b a a r b i t r a g e m d o s s r s . J o a ­q u im T a le t e e J ú l io T a v a r e s , as . e q u ip a s a l in h a r a m :

M O N T I J O : — (1 l a n c e l iv r e tr a n s fo rm a d o e m 6 te n ta d o s e lt> c e s ta s ) , T o m á s (1 8 ) , B a r r e ia s (8), A d e lin o (2 ) , A d r ia n o , L o p e s (2 ) , R o s a e P in to (3 ) .

T É C N I C O : — (3 3 c e s ta s e 2 la n ­c e s l iv r e s tr a n s fo r m a d o s em 10 te n ta d o s ) , T e o t ó n io L im a , A b r e u R o c h a (2 ) , D u a r te P im e n te l (2 4 ) , C a rd o so (2 2 ) B a t is ta (6) e S i lv a R o c h a (3 ).

Ao in t e r v a lo 2 4 -9 a fa v o r do T é c n ic o .

C o n fo r m e e s ta v a n as n o s s a s p r e ­v isõ e s e s te e n c o n t r o fo i ta lv e z o q u e m e lh o r B a s q u e te b o l d e m o n s ­tr o u a té h o je n o M o n t i jo .

A c a te g o r ia d o a d v e rs á r io n ã o sã o e s t r a n h a s e s ta s a f ir m a ç õ e s , p o iso T é c n ic o (C a m p e ã o d a l . a d iv is ã o d e L is b o a ) a lé m d e s e r u m a e q u ip a q u e p r im a p e la h o m o g e n e id a d e d os se u s c o m p o n e n t e s , c o n té m e n tr e e s te s , e le m e n to s c o m o T e o tó n io L i m a , S e le c c io n a d o r N a c io n a l , A b r e u R o c h a , t r e in a d o r d o B e n ­f ic a , D u a r te P im e n te l , in t e r n a c io ­n a l l i s b o e ta , e o u tr o s jo g a d o r e s d e e lev a d a c a p a c id a d e té c n ic a . É c o n ­s id e ra d a m e s m o a m e lh o r e q u ip a p o r tu g u e s a em c o n h e c im e n to s de B a s q u e te e v e m lo g o a s e g u ir ao S p o r t in g (a p e s a r d e n ã o p e r te n c e r à m e s m a d iv is ã o ) n a c a te g o r ia d e v a lo r p r á t ic o .

P o r a q u i se p o d e o b s e r v a r q u e as p o s s ib i l id a d e s d e M o n ti jo fo ra m d im in u íd a s , s e n ã o n e n h u m a s .

T u d o d o m e lh o r n o s o fe r e c e u a b e la e q u ip a d o T é c n ic o (e e s ta m o s p le n a m e n te c o n v e n c id o s d e q u e n ã o fo r ç a r a m o jo g o ) , d e sd e os m e lh o ­re s s is te m a s d e fe n s iv o s e a t a c a n ­te s , a té à té c n ic a d e p a s s a g e n s e la n ç a m e n to s . N e s t e p o r m e n o r D u a r te P im e n te l e s te v e s im p le s ­m e n te m a g n íf ic o , p a ssa n d o p e la s rá p id a s s o lu ç õ e s p a ra a im ó v e l «z o n a » m o n t i je n s e e p e lo ta r d io e d e s o rg a n iz a d o « h o m e m a h o ­m e m » .

F e r iu - n o s a a te n ç ã o n o s « fu tu r o s e n g e n h e ir o s » , a s a c tu a ç õ e s d e B a p ­tis ta , e x c e le n t e m a n o b r a d o r , d e

d u m a m a n e ir a m a is ú t i l , c r ia n d o u m b a lu a r t e fo r te d as n o s s a s a s p i­r a ç õ e s , a u x il ia n d o p a ra o e n g r a n ­d e c e r — o C lu b e D e s p o r t iv o d e M o n t i jo .

A in d a a p ro p ó s ito da fa lta de c iv is m o de q u e fo m o s a p o n ta d o s , d ir ig im o - n o s a b e r ta m e n te a to d o s a q u e le s q u e se s e n t i r a m o fe n d id o s , c o n v id a n d o -o s a v is i t a r e m M o n ­t i jo q u a n d o d a s im p o r ta n te s fe s ta s d e S . P e d r o , em f in s d e J u n h o , p a ra a s s im p o d e re m b e m a q u ila ­ta r d a n o s s a h o s p ita lid a d e e q u a n to m a is n ã o s e ja p a r a m e lh o r c o n h e ­c e r e m a t e r r a q u e lh e s s e r v e d e P á t r ia . S im , p o r q u e M o n ti jo é P o r tu g a l 1

* * *

Aproveitam os p a r a agradecer todas as provas de sim patia e con ­fiança que nos têm sido dirigidas desde que tomámos este lugar no principal orgão da im prensa m on­tijense.

N o e n ta n to , c o m o p r e s e n te ­m e n te , p o r m o tiv o s d e o rd e m p a r ­t ic u la r , t e m o 1! d if ic u ld a d e cm m a n te r u m a c o la b o r a ç ã o e f ic ie n te e ú t i l , p ú b l ic a m e n te n o s c o n f e s s a ­m o s g r a to s p e la s a te n ç õ e s r e c e ­b id a s e p a r t ic ip a m o s q u e s u s p e n ­d e m o s a n o s s a c o la b o r a ç ã o a té n o v a o p o r tu n id a d e .

- Técnico, ©8D u a rte P im e n te l , e x ím io f in ta d o r e g r a n d e m e ia d is tâ n c ia d e C a r ­d o so q u e m o s tr o u c o m o se d e v e jo g a r d e b a ix o d as ta b e la s , e m q u e te v e s u p r e m a c ia a b s o lu ta .

C o n fo rm e j á d is s e m o s , ao M o n ­t i jo e s c a s s e o u - lh e p o s s ib i l id a d e s , a ss im c o m o , e o m a is im p o r ta n te , fa c u ld a d e s e r e c u r s o s té c n ic o s p a ra se o p o r c o m ê x i t o a o a d v e r s á r io .

U m a p la u so p o i» p a ra a m a n e ira b r io s a e c o r r e c t a c o m o a e q u ip a se p o rto u e d e s e jo s d e q u e a l iç ã o q u e lh e fo i m in is t r a d a , ta m b é m p a ra n ó s e p a ra to d o s q u e a s is t i - ra m , lh e te n h a s e r v id o d e p r o v e i to .

A a r b i t a g e m . . . é m e lh o r f i c a r ­m o s n o a b s t r a c t o p o is q u e o S r . T a le te j á te m id ad e p a ra n ã o o u ­v ir c e r ta s e d e ce rm in a d a s c o is a s .

Luciano Mocho

P e l a p r i m e i r a v e z n e s t a c a m p a n h a , F r a n c i s c o J e s u s d a S i l v a v e n c e u u m a t i r a d a . C o m o v e l h o a m i g o e p o r d e v e r t i n h a i n t e r e s s e e m e s c u t á - l o p a r a « A P r o v í n c i a » .

C o m o n ã o e s t a v a e m c a s a o F r a n c i s c o , f o i o i r m â o A b í l i o , a a l m a d e s t a c o l ó n i a e s ó c i o d a m e s m a , q u e n o s r e c e b e u , e n o s d i z :

— D e s t a v e z n â o f o i n e n h u m a a v e S t a s s a r t q u e v e n c e u , c o n ­t r a o c o s t u m e . N ã o t e m o s tld Q t e m p o p a r a c u i d a r a s é r i o d a c o l ó n i a , m a s a i n d a e s t a é p o c a d a r e m o s u m j e i t l n h o .

— C o n t i n u a s a d a r s ó m i l h o ã c o l ó n i a ?

— S i m , s ó m i l l i o .— C o m o c o n c o r r e s ?— A o n a t u r a l .— N ã o p e n s a s n a v i u v e z ?— N ã o , n e m p e n s a r n i s s o .

N ã o v ê e m o V i c t o r V i e g a s ?

F in a lm e n t e , q u is e m o s o u v ir O l i ­v e ir a M a rq u e s , a g r a n d e a lm a do V e sp a C lu b e d e P o r tu g a l e p r e s i ­d e n te d o V e sp a C lu b e d e L is b o a .

— S a b e m o s q u e fo i d e m u ito t r a ­b a lh o a o rg a n iz a ç ã o e a r e a liz a ç ã o da C o n c e n tr a ç ã o d e C o im b r a e d oI C r it é r io d e R e g u la r id a d e . T e m a lg u m a s d if ic u ld a d e s a a p o n ta r ?

Do nosso enviado espe­cial

J o s é d o s S a n t o s M a r q u e s

— A m a io r d if ic u ld a d e , e n o fu n d o a ú n ic a , fo i a tr e m e n d a s i ­tu a ç ã o de in c e r te z a e d e s o r ie n ta ç ã o c a u sa d a p e la c h u v a .

N ão faz id é ia d o q u e é te r p r e ­p a ra d o u m p r o g r a m a c o m b a s ta n te c u id a d o , te r g a r a n t id o a lo ja m e n to s p a ra m a is d e tr e z e n to s v e s p is ta s , te r u m a o r g a n iz a ç ã o c o m p le ta ­m e n te m o n ta d a s o b r e d e te r m i­n a d a s b a s e s e s e r fo r ç a d o a a l te r a r tu d o à ú lt im a h o r a , se m c a lm a e se m te m p o .

P a s s e i u m d ia in t e i r o à e s p e ra d e v e s p is ta s q u e d e v ia m c h e g a r a C o im b r a e n o f im d e sse d ia , q u a n d o to d o s j á d e v ia m e s t a r c o n v e n ie n ­te m e n te a lo ja d o s n o s s e u s h o té is , a in d a n ão se s a b ia ao c e r t o q u a n to s m a is h a v ia p a ra c h e g a r . F o i u m a p o u ca s o r te in c o n tr o lá v e l e q u e p r e ju d ic o u tu d o .

H o u x e a in d a o u tr a s d if ic u ld a d e s em q u e n ã o v a le a p e n a fa la r . D e s s a s , as p e s s o a s h ã o -d e i r te n d o a p o u co e p o u c o u m a c o n s c iê n c ia d e s a p a ix o n a d a e p o d e rã o p e r c e b e r q u a is fo ra m as r a z õ e s d e a lg u m a s a t itu d e s q u e tiv e ra m d e se to m a r , u m a s v e z e s co m m e n o s a c e r t o , o u ­tr a s c o m m a n o s v a n ta g e n s .

P o sso d iz e r - lh e q u e é m u ito d i­f í c i l s e r o b r ig a d o a to m a r s o b r e s i r e s p o n s a b ilid a d e s q u e n ã o se p o d e m r e p a r t ir c o m n in g u é m e d e c id ir q u a s e d i t a to r ia lm e n te , s e ja o q u e fô r , s e ja c o m o fô r , m a s in d o p a ra a f r e n te .

— C o m o v iv e u as h o r a s d e a n ­g ú s t ia e in c e r te z a p e n s a n d o q u e o m a u te m p o p o d e r ia p r e ju d ic a r o b o m ê x i t o da C o n c e n t r a ç ã o e do R a l i ?

Seguros de VidaS e p e n sa em fa z e r u m S e g u r o

d e V id a n ã o a d ie a su a r e a liz a ç ã o . A sa ú d e a l te r a -s e f à c i lm e n t e e de u m m o m e n to p a ra o o u tr o p o d e f i c a r im p o s s ib il i ta d o d e le v a r a e fe ito e s s e a c to d e p r e v id ê n c ia .

P e ç a g r á t i s e se m c o m p r o m is s o o fo lh e to e x p lic a t iv o , ao A g e n te d a C .a d e S e g u r o s Im p é r io - F er­nando A. C. Pedroso - T e le fo n e 0 2 4 0 5 9 — Alhos Vedros.

« S ó e n v ia m o s p a ra o s c o n c e lh o s l im ítr o fe s » .

C o n c o r r e a o n a t u r a l , e t e m u m a c o l ó n i a , q u e m e t e i n v e j a a o s m e l h o r e s p o m b a i s p o r t u g u e ­s e s . O ê x i t o n ã o é d o m é t o d o m a s s i m d a c a t e g o r i a d a s a v e s .

C o n c o r d a m o s c o m a s s u a s p a l a v r a s e p e r g u n t a m o s : — Q u e n o s d i z e s d e n ã o i r m o s a M a d r i d ?

— F a l t a d e i n t e r e s s e d o s d i r i ­g e n t e s . A l g u n s s e m a v e s e s t ã o a j u l g a r q u e e s t ã o - n o s f a z e n d o a l g u m f a v o r . N ã o p o d e r e m o s c o n t i n u a r a s s i m . S e n ó s n o s s a c r i f i c a m o s u m a n o a s u s t e n ­t a r a s a v e s , n ã o é p a r a f i c a r e m n o s p o m b a i s q u a n d o s e r e a l i ­z a m a s s o l t a s i n t e r n a c i o n a i s . S e n ã o e n v i a r m o s a v e s a B u r ­g o s f i c a r e i m a i s a b o r r e c i d o d o q u e d e M a d r id , p o r q u e n a q u e l a p r o v a s e d i s p u t a o c a m p e o ­n a t o d e f u n d o e e u s o u d o s m a i s f o r t e 8 c a n d i d a t o s a o t í t u l o .

— N ão é p o s s ív e l d e s c r e v e r a n ­g ú s t ia s . E p o r is s o n ã o é p o s s ív e l d e s c r e v e r - lh e o q u e fo i a ta r d e de sá b a d o , p a ssa d a n a C o m is s ã o de T u r is m o em C o im b r a , s e m p r e a o lh a r p a ra o c é u e p a ra a e s tra d a à e s p e ra de q u e v ie s s e m a is u m v e s p is ta e d e q u e a c a b a s s e a c h u v a . O s q u e a l i p a ssa ra m as p r im e ir a s h o r a s da m a n h ã e se m a n t iv e r a m a té d e p o is d a m e ia n o ite , g a r a n t o - - Ih e q u e , à su a m a n e ir a , s o fr e r a m c o m o p o u co s o u tr o s te r ia m s o fr id o .

— Q u a l fo i o m o m e n to d e m a io r a le g r ia e e n tu s ia s m o q u e s e n t iu d u r a n te a C o n c e n tr a ç ã o ?

— S e m d ú v id a a q u e le e m q u e vi v e s p is ta s d e to d o s o s p o n to s do P a ís r e u n id o s p a ra o a lm o ç o ! P e la p r im e ir a vez os v i a to d o s r e u n i­d o s e f iq u e i s a t is fe ito d u m a m a ­n e ir a m u ito e s p e c ia l c o m a su a p r e s e n ç a em tã o g r a n d e n ú m e ro . F o r a m e x t r a o r d in á r io s to d o s !

— Q u a is a s su a s im p r e s s õ e s s o ­b r e a C o n c e n tr a ç ã o q u e é , sem d ú v id a , u m a o b ra s u a ?

— N ão se p o d e d iz e r q u e a C o n ­c e n tr a ç ã o s e ja u m a o b r a m in h a . D e i- lh e m u ito e s fo r ç o , é v e rd a d e , c h a m e i s o b r e m im a m a io r p a r te d o s t r a b a lh o s d e p re p a ra ç ã o , m as n ã o fu i o ú n ic o a d a r u m tr a b a lh o d e in t e r e s s e . O liv e ir a G u im a r ã e s , J o s é C a rd o so e N u n e s d e C a s tro , d o V e sp a C lu b e d e L is b o a , e C a r lo s M a n c e lo s , do V esp a C lu b e d e C o im ­b r a , fo ra m c o la b o r a d o r e s in c a n s á ­v e is . P a r a C a r lo s M a n c e lo s a c h o q u e se d e v em v ir a r as a te n ç õ e s d a s p e s so a s q u e m a is in te r e s s a d a s e s tã o n o p r o b le m a d o s V e sp a s C lu b e s n a c io n a is . É m u ito in t e l i ­g e n t e , v iv o , m u ito c u id a d o s o e d u m a r e s is tê n c ia p a sm o sa . C r e io q u e d u r a n te o s d o is d ia s da C o n ­c e n tr a ç ã o n ã o d e v e te r d o rm id o u m m in u to s e q u e r . E n o f im e s ta v a c o m a m e s m a c a r a b e m d ip o s ta , p e n ­sa n d o a in d a r e s o lv e r p e q u e n o s p r o b le m a s de m o m e n to e r e s o l ­v e n d o -o s c o m u m a c e r to ra r o . T e n h o a c e r te z a d e q u e C a r lo s M a n ­c e lo s h á -d e v ir a s e r u m e le m e n to d e s ta c a d o d o V e s p a C lu b e d e P o r ­tu g a l.

M as, e n f im , q u a n to à C o n c e n t r a ­ç ã o , d ig o - lh e q u e fo i u m a ó p t im a e x p e r iê n c ia p a ra fu tu r a s r e a liz a ­ç õ e s d o C lu b e .

A p r e n d i m u ita c o is a ! A p r e n d i, p o r e x e m p lo , q u e a c h u v a n ã o é ó b ic e p a ra v e s p is ta s . A p r e n d i q u e o s a c r i f í c io e o c a n s a ç o n ã o c h e ­g a m p a ra n o s d e s a n im a r . E a p re n d i, s o b r e tu d o , q u e a fo r ç a d o n o s s o C lu b e é j á m u ito m a io r d o q u e a q u ilo q u e e u p ró p r io s u p u n h a .

— Q u a is o s p r ó x im o s e m p r e e n d i­m e n to s d e v u lto q u e V e sp a C lu b e d e P o r tu g a l to r n a r á e m re a lid a d e ?

— A c h o m e lh o r n a d a lh e d iz e r s o b r e e s s e a s s u n to . N ão m e im ­p o rto n o e n ta n to d e le v a n ta r p o r in t e r m é d io d e « A P r o v ín c ia » d o is b o a to s : V a i a d ia r -s e a C o n c e n ­tr a ç ã o d e J u n h o . V a i h a v e r c o n ­v ite s p a r a a C o n c e n tr a ç ã o d e M u n iq u e .

C o n s id e r a n d o q u e o n o s s o P a ís é m o tiv o d e a p re ç o p a ra o s e s t r a n ­g e ir o s , q u is e m o s s a b e r se o V esp a C lu b e d e P o r tu g a l te r ia p e n sa d o j á em m a n t e r u m « D e p a r ta m e n to d e T u r is m o » e m a c tiv id a d e p e r m a ­n e n te , jq u e p u d e sse o r ie n ta r , e a té d e s ig n a r , a lg u é m p a ra a c o m p a ­n h a r n a s su a s v is ita s os v e s p is ta s e s t r a n g e ir o s q u e se d e s lo c a m ao n o s s o p a ís . S o b r e o a s s u n to d iz -n o s O l iv e ir a M a r q u e s :

— C o n fe ss o q u e n ã o t iv e te m p o p a ra p e n s a r n is s o ta l c o m o d e v ia . Há c e r c a d e u m a n o e la b o r e i o q u e s e r ia o r e g u la m e n to d e u m a secção de recepção a vespistas estran­geiros. M as d e p o is , t r a b a lh o s m ais u r g e n te s fo r a m - m e d e s v ia n d o a a te n ç ã o e a in d a n ad a e s tá fe ito . A su a p e r g u n ta le v a n to u -m e n o v a ­m e n te o p ro b le m a e v o u p r o c u r a r d a r - lh e u m a s o lu ç ã o c o n v e n ie n te .

ClassificaçãoF r a n c i s c o J e s u s d a S i l v a , 1 .° ,

2 .° e 1 2 .» ; C u s t ó d i o J . P e r e i r a ,3 .° V i c t o r M . M . V i e g a s , 4 .° , 5 .° , 6. ° , 7 .° , 1 1 .’ 1 5 .° e 18 .“ ; J o S o T e o d o r o d a S i l v a , 8 .° e 9 . ° ; J o s é M . B a r r o s , 1 0 . ° ; E d u a r d o S a n ­t o s B a e t a , 1 2 .° e 1 3 .° ; J o s é C o r ­r e i a L e i t e , 1 4 .” ; A l d e m i r o E . B o r g e s , 1 6 . ° ; J o r g e S o t a n o L o p e s , 1 9 .* c 2 0 .° .

Eduardo Baeta

Manuei Lino

QZaityuetebfrl

flô t (tml)tíifiLiaFrancisco Jesus da Silva

Venceu Régua - Montijo 3 0 0 K.os - Taça Jaim e Sennfel!

Page 7: REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - mun-montijo.pt fileJoaquim Augusto de Oliveira ' .....?! A ES I i J RECORDANDO Joaquim de Almeida Joaquim de Almeida (conhecido pelo «OliVeirinha das

I7-5-956 A P R O V IN C IA 7

À Rádio e as Colónias PenaisHá muitos anos que nos

Estados Unidos da A m é­rica do Norte se t ran sm i­tem programas especiais de rádio para. os presid iá­rios. O sistema penal e u ro ­peu, fundado sobre bases diferentes, não permitiu até agora tal inovação, excepção feita à Suiça, que alguns anos a esta parte vem re a ­lizando ensaios nesse sen ­tido,— ensaios que foram iniciados na Colónia Penal de Lenzburgo, depois, na penal de Basileia, e iinal-

Vendas a pronto e com pagamentos suaves

UMACAN ETAPARAESCREVERM E L H O R

Vende-se em M o n tijo na REPAL, l .DA

Prnço Gomei freire de Andrade, 22T e le fo n a 0 2 6 3 7 8

mente, já em 1944, na coló­nia de Liestal.

A adaptação do sistema americano ao sistema penal da Suiça fez-se com os me­lhores resultados, não es­quecendo que a realização não é dada como definitiva mas apenas como simples ensaio. Dessas emissões se tem retirado, s is tem atica­mente, qualquer sentido r e ­creativo, limitandc-as a um carácter próprio para forta­lecer a disciplina e a e du ­cação dos presidiários. A Direcção G eral da Rádio Suiça p u b l i c o u sobre 0 assunto um vasto e curioso relatório, documento de ine­gável in teresse geral, fanto pelos seus fins hum anitários como pela sua força social.

A penal de Lenzburgo, como todos os outros e s ta ­belecimentos similares, está dotada de uma organização in terna mui to severa. C o n ­tudo, entr» os benefícios gozados pelos detidos, com bom comportamento, figura a concessão d e poderem ouvir as emissões radiofó nicas — o que lhes é proi­bido, pelo menos, durante os três primeiros meses da reclusão. E a experiência de muitos anos tem demons­trado q ue a concessão exerce uma influência benéfica na disciplina in d iv id u a l :— é curioso no tar que, segundo afirmam os relatórios da pe ­nal de Lenzburgo, os deti­dos consideram a proibição de escu tar as emissões ra ­diofónicas como «uma pena muito severa».

Das reacções provocadas pelos programas de rádio evidencia-se nos presidiá­rios uma melhor e maior disposição para 0 trabalho. É tão grande a influência da distracção facultada que quase todos os presos a

tomam como assunto p rin­c i p a l na correspondência que enviam às suas famílias, participando-lhes, num en- susiasmo q u a s e infantil, tudo o que mais lhes ag ra­dou nesses b r e v e s m a s reconfortantes m o m e n t o s para o espírito — os únicos naquele am biente pesado u triste .

Não existem para 0 efeito emissoras especiais. Por um entendim ento entre a Direc­ção das Colónias Penais e as emissoras procura-se que os programas próprios para aquelas audições sejam dis­postos, em dias e horas, com perfeita distribuição.

Curioso, sem dúvida, a no­ta r as suas preferências : — a parte dos programas que obtém o interesse geral dos presos é a dos noticiários acerca do que se passa no mundo, e o que menõs ap re­ciam são os concertos s in ­fónicos.

Uma modalidade forçada- mente retirada dessas audi­ções foram as Variedades, que talvez pela sua exte­riorização demasiado popu­lar e jocosa, os excitava ao ponto de quebrarem a ind is­pensável disciplina. Sobre tais preferências e reacções que se pronunciem os c ien­tis tas e os psicólogos.

Resta-nos acrescentar que gostaríamos de ver a expe­riência nas colónias penais de Portugal —- este País que tão bem sabe a liar às suas obras hum anitárias o nobre sentimento da Caridade!

J. Ribeiro Anlunes

CamiõesO s s e g u r o s a u m e n t a r a m d e

10 a 1 0 0 S e t e m d i f i c u l d a d e e m p a g a r a a n u i d a d e , p o d e p a g a r e m 12 p r e s t a ç õ e s m e n ­s a i s .

A g e n t e e m M o n t i jo , F r a n c i s c o J o s é d a S i l v a - T e l e f . 0 2 6 1 5 0 .

Câmara Municipal de MontijoE D I TÁ L

Reparações de prédiosJosè da S ilva Leite, P re ­

sidente da Câmara M unicipal de M ontijo :

Faz público que a Câmara Municipal desté Concelho, em sua reunião de 24 de A bril corrente, deliberou, ao abrigo do art 0 9.° do Regu­lamento Geral de Edifica­ções Urbanas, que duran te os meses de Maio e Junho próximos, s e j a m dev ida­mente reparados com obras de pequenos rebocos, caia- ções e pinturas, os prédios desta vila que de tal neces­sitem.

Estas ohras são isentas de licença.

Findo aquele prazo e não feitas as obras, os respecti-

Preço doSulfato de cobre

Sendo Montijo o centro duma região agrícola, de certo modo importante, n a ­tu ra l será que com unique­mos a todos os Srs. lav ra­dores e vinhateiros que o sulfato de cobre não baixou de preço, — como se a n u n ­ciou nalguns jornais —, e também não subiu.

O preço do sulfato de cobre mantém-se como es­tava, isto é, a i0$50 0 quilo,— segundo comunicação da Comissão reguladora dos P rodu tos Químicos e Far­macêuticos aos Grémio da Lavoura.

Aqui fica o aviso, para evitar confusões e mal e n ­tendidos.

vos proprietários incorrem na penalidade legal aplicá­vel.

Para constar se passou o presente e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do cos­tume.Montijo, 26 de Abril de 1956

O Presidente da Câmara

José da S ilva Leite

A P r o v ín c ia » — N .° 6 3 - 12/5/1956

Anúncio( 2.a p u b lic a ç ã o )

P e lo Ju iz o d e D ir e i to d a c o m a r c a de M o n t i jo e 1.* S e c ç ã o , s e faz s a b e r q u e se a c h a d e s ig n a d o o d ia 2 5 d e M aio , p ró x im o , p e la s 10 h o r a s , p a ra a a r r e m a ta ç ã o , e m 1 .® p ra ç a e em h a s t a p ú b lic a , d o s b e n s a d ia n te in d ica d o s , p e n h o ra d o s n o s a u to s d e E x e c u ç ã o S u m á r ia q u e M a ria d o R o s á r io & F i lh o s , de P a lh a is , m o v e m c/ o e x e c u ta d o A N T O N IO D A C O S T A M U R I­L H A S , s o l te ir o , m a io r , p r o p r ie tá ­r io , r e s id e n te na V ila d a M o ita , d e sta c o m a r c a .

Bens a ArrematarO D ir e ito e a c ç ã o à q u a r ta p a rte

da h e r a n ç a in d iv is a , d e ix a d a p o r S e b a s t ia n a da C r u z , r e s id e n te q u e fo i n a V ila d a M o ita , d e s ta c o m a r c a , q u e v a i à p r a ç a p e lo v a lo r d e m il e s c u d o s , a liá s d e d o ze m il e q u i ­n h e n to s e s c u d o s .

U m a p a r e lh o de te le fo n ia m a rc a « P h il ip s » , em b o m e sta d o de c o n ­s e r v a ç ã o , q u e v a i à p ra ç a p e lo v a lo r d e m il e s c u d o s .

M O N T IJO , 3 0 d e A b r i l d e 19 5 6

O C h e fe da 1.* S e c ç ã o ,

a) António Paracana

V e r if iq u e i a E x a c t id ã o ,

O J u iz de D ir e ito ,

a) José Aiaria P. de O liveira

N.° 8 Folhetim de «A Província» 17-5-956

ffíldeia do ffívessoc%c cAtvarc alente

E se a maldade queria aventurar-se, surgindo por instintos divergentes, a reprovação comum tornava-a improfícua.

Havia ralhos de senhoras vizinhas, seu mexerico sem importância, sua ■ntriguita de pequeno p ovoado ; mas nada afectava a paz modelar que a tradição ali fincara desde tempos imemoriais.

* * *

Certo dia, p o r é m. . . no tal d i a . . .• • • aparecerem no vale do poente uns homens com as tais bandeirolas e estacas, — chega para a esquerda, mais ainda, agora aí! — e de fita métrico em longas rectas, mediram, tornaram a medir, e marcaram.

Um deles, com a planta na mão, ordenava.O perímetro era enorme. A superfície, muitos hectares.Medições e mais medições.— O que será, o que não será? —A aldeia espreitava e andava inquieta.As suposições choviam, os boatas corriam de manhã à noite.Na «Vinagreira» :— Aquilo, por mais que me digam, é pocilga pra milhentos r e c o s . . .

Qtzia um.— Cal estoira! Aquilo é mas é um grande almazèm pra ensacar adu-

0s, — aventava outro.~~ Nem uma coisa nem o i t r a . . . O Manel da Justa, que traz lá um primo

a meter estacas, disse-me que se tratava duma fábrica como não há em 0rtugal.. esclareceu um terceiro.

— Mas, uma fábrica de q uê ?— Isso agora é que ele não sabe dizer.— Antes assim que nanj a . . . Venham por bem, e o mais deixa.E os comentários fervilhavam nos outros centros «culturais», com o

mesmo tom, e a aldeia continuava ao farisco do caso.Havia como que o pressentimento de que alguma coisa de mau se

aproximava. — cataclismo ou forte perturbação da paz habitual.Medições e mais m ed ições . . .O homem da planta, de taqueómetro montado em tripé, apontava, cor­

rigia, dava ordens em altos b e rro s :— Torce um pouco à direita.— Alto! Marca aí mesmo.— Passa agora à esquerda.— M ais . . - ma i s . . . Alto! Crava!Depois, desapareceram.E, durante semanas, silêncio.A aldeia desceu ao vale e observou.Estacas de madeira aqui, além, mais a l é m. . .— O qúe se rá? O que não será?— Pra ser a tal fábrica . . é de «arregalar o olho», c ’os d ianhos!E a novidade passou, quase esqueceu.O Manel da Justa nunca mais viu o primo e nada mais se soube.Outro dia, por ém. . .. . . manhã cedo, ainda o sol estremunhado esfregava os olhos, apare­

ceram no vale brigadas de trabalhadores com pás, enxadas e piraretas. Começaram os cavoucos, linhas traçadas, corta e cava.E pela tarde, fiadas de camionetas descanegaram no local pedra, cha­

pas de zinco e madeiras.A aldeia espreitou novamente e foi-se ch eg an d o .. .Primeiro, à frente, os rapazelhos e «catraios»; mais adiante o mulherio;

por fim, os velhos sem trabalho e os calaceiros.Palavra puxa palavra, conversa pra cá e pra lá, e dentro em pouco in­

timidade feita,

( C O N T I N U A )

Page 8: REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - mun-montijo.pt fileJoaquim Augusto de Oliveira ' .....?! A ES I i J RECORDANDO Joaquim de Almeida Joaquim de Almeida (conhecido pelo «OliVeirinha das

A P R O V IN C IA 17-5-956

A C T U A L I D A D E S

00H M U N D O H

Á r l e s - G r a s s e P a r i s - S è v r e s

P A G I N A

D ELUÍ S B O N I F Á C I O

l f m M i t s

Da Origem e Declínio dosT A P f T f S F R 1 N C C S . E S

A o f ig e m d os ta p e te s fr a n c e s e s é b a s ta n te o b s c u r a , m as c h e g a -s e , g e r a lm e n te , a a c o rd o p ara lh e d e s ­c o b r i r u m a p r o v e n iê n c ia o r ie n ta l q u e , em F r a n ç a , r e m o n ta r ia à é p o c a d a s C ru z a d a s . A ssim se e x ­p lic a r ia , ig u a lm e n te , 0 te rm o « T a ­p e te s S a r r a c e n o s » p o r q u e era m d e s ig n a d a s as p r im e ir a s p e ça s te ­c id a s em F r a n ç a . H e n r iq u e IV , — o p r im e ir o a n a c io n a liz a r esta in ­d ú s tr ia em lf>0(>, in d ic o u P ie r r e D u p o n t p a ra fu n d a r a « M a n u fa c ­tu ra l íe a l d o s T a p ete s do L o u v r e » . P a ra e s s e fefeito, f o i - lh e c o n c e d id a u m a e n o r m e o f ic in a n o s b a ix o s da g r a n d e g a le r ia do P a lá c io . A lg u n s a n o s m a is t t r d e , S im o n L o u rd e t —

tip lic a v a as su a s e n c o m e n d a s p ara g u a r n e c e r os m ó v e is , ca sa s e p a ­lá c io s .

A c r e s c e n t e m -s e a is to o s n u m e ­ro so s p r e s e n te s o fe r e c id o s a o s im ­p e r a d o re s , a o s e m is s á r io s , aos m i­n is tr o s , e t c . , c o n s t i tu in d o p e ça s q u e se c o n ta m e n tr e a s o b r a s - p r i - m a s d as M a n u fa c tu ra s d o s G o b e - i in s , d e B e a u v a is e de A u b u s s o n .

N o c o m e ç o do s é c . X V I I I e s ta s o f ic in a s t r a b a lh a v a m em p le n o r e n d im e n t o ; só as e n c o m e n d a s de V e r s a il le s b a s ta v a m p a ra e n c h e r d e t r a b a lh o o s te c e lõ e s . O ta p e te q u e fo i e x e c u ta d o p a ra a C a p e la d e V e r s a il le s n ã o le v o u m e n o s de 1 0 a n o s a fa z e r !

O MUSEU DE ARLES

f r a n c o s . . . o u m e l h o r : 1 .200$00 em m o ed a p o r tu g u e s a .

A p e r fu m a r ia d e G r a s s e é a m a is c a r a , e p o r c o n s e g u in te , é u m a in d ú s tr ia b a s ta n te im p o r ta n t e d o s A lp e s M a r ítim o s d a F r a n ç a .

A c u ltu r a d e f lo r e s s u s te n ta n ú - m e ro sa s fá b r ic a s d e e s s ê n c ia s de p e r fu m a r ia s e d e / s a b õ e s f in o s q u e e x is te m n a c id a d e e n o s a r r e d o r e s . A p e r fu m a r ia d e G r a s s e re m o n ta ao s e c . X V I e é a tr ib u íd a a C a ta ­r in a d e M é d ic is , fu n d a d o ia d e u m a d as m a is a n tig a s fá b r ic a s d o g é ­n e r o . M ais ta rd e v á r io s c o m e r ­c ia n te s c o m e ç a r a m a e n tu s ia s ­m a r -s e p ela r e n d o s a in d ú s tr ia , n ão ta rd a n d o q u e se f iz e ss e a c u ltu r a d o s c r a v o s , ja s m im , ro s a s , m u r ta s , a n g é l ic a s , m im o s a s e o u tra s f lo r e s . E c la r o q u e o fa b r ic o e r a e n tã o m u ito r u d im e n t a r ; m a s d a v a r e s u l­ta d o , p o is o p e r fu m e e ra a d m ir á ­v e l, p r in c ip a lm e n te a q u e le q u e e ra e x t r a íd o d o j a s m i m — g é n e r o de p la n ta da fa m ília d a s ja s m in á c e a s , q u e d á a r b u s to s r a m o s o s , co m f lo r e s g r a n d e s , b r a n c a s , a m a r e la s e v e r m e lh a s , to d a s o d o r ífe r a s , s o ­l i tá r ia s ou a g r u p a d a s . C o m o r o la r d os a n o s , e ss a s fá b r ic a s fo ram se n d o a p e r fe iç o a d a s , a lé q u e n o s e c . X I X a t in g ir a m o m á x im o de a p e r fe iç o a m e n to .

A p ó s a p r im e ir a G ia n d e G u e r r a ó s g r a n d e s c o s tu r e i r o s p a r is ie n s e s r e s o lv e r a m v e n d e r , ta m b é m , n o s se u s e s t a b e le c im e n t o s , p e r fu m e s d a s m e lh o r e s e s p é c ie s .

Trabalhando cm Tapetes de « Beauvais» oa «G obelins»

F o i o m u se u d e A r ta te n o p r i ­m e iro d e a r te e tr a d iç õ e s p o p u la ­r e s da F r a n ç a e c o n t in u a a s e r u m d o s m a is im p o r ta n te s n o g é n e r o . O cu p a o e s p lê n d id o p a lá c io d e L a v a l-C a s te l la n e , c u ja p a r te m a is a n tig a d ata do s e c . X I V . M is tra l a p a ix o n a d a m e n te l ig a d o à su a r e ­g iã o e a tu d o q u e lh e e r a p e c u lia r , p r e s s e n tiu o e n s in a m e n to q u e se p o d e ria o b te r d a r iq u e z a d as t r a ­d iç õ e s e da A rte da P r o v e n ç a , e s ­c o lh e n d o A r ie s — a g r a n d e c id a d e ro m a n a da F r a n ç a — p a ra a sed e do r e fe r id o m u se u . A a tr ib u iç ã o d o P r é m io N o b e l em 1 9 0 4 p e r m i­t iu - lh e r e u n ir fu n d o s n a c e s s á r io s p a ra a a q u is iç ã o d e sse v a s to e d i­f íc io .

N a s ‘ |paredes"'da e sc a d a , q u e dá a c e s s o ao p r im e ir o a n d a r , v ê e m -s e p e n d u ra d o s e s ta n d a r te s r e lig io s o s e d e c o r p o r a ç õ e s , ta is c o m o o de S . P e d r o , a d v o g a d o d o s p e s ca d o ­r e s . A s t r ê s p r im e ir a s sa la s sã o c o n s a g ra d a s à h is tó r ia e e v o lu ç ã o do tr a jo da A r le s ia n a , d e sd e o s e c . X V I I a té às v e s te s a c tu a is . A g a le ­r ia do m o b il iá r io e s tá lo g o a s e g u ir e n e la se e n c o n tr a m o s g u a r d a - - lo iç a s c o m p r a te le ir a s , a p a ra d o ­r e s , a m a s s a d e ir a s , a r m á r io s p e n ­d e n te s p ara p ã o , c o n s o lo , c a ix a s p a ra o sa l e fa r in h a , ju n t o das q u a is se e n c o n t r a m , a g r u p a d o s , os u t e n s íl io s de c o z in h a e u m a e x c e - le n te c o le c ç ã o d e o b je c t o s d e v id ro e e s ta n h o . S e g u e - s e a g a le r ia d os r ito s , c o s tu m e s e le n d a s p r e e n c h i ­d as co m im a g e n s d e fe s ta s r e l i g io ­sas lo c a is , ta is c o m o a p e r e g r in a ­çã o d o s c ig a n o s a S a in t e s M a rie s de la M er e a fe s ta d a T a r a s c a em T a r a s c o n , s a n t in h o s e p r e s é p io s , c u ja n o m e a d a se e s te n d e a té m u ito lo n g e : d o c u m e n to s d e jo g o s e d a n ç a s e , f in a lm e n te , u m a c o m p le ta c o le c ­ç ã o d e o b je c t o s d e s u p e r s t iç ã o : e n tr e e le s o c o la r d e 13 n ó s c o n tr a a d if te r ia . O u tro e n c a n to p o ssu i o M u se u d e A r i e s : u m a s é r ie de f ig u ra s em ta m a n h o n o r m a l q u e r e p r e s e n ta m c e r t o s m o m e n to s da v id a da g e n te do c a m p o , n o s la re s e n a s te r r a s . N u m d e s s e s q u a d r o s v ê -s e a p a r tu r ie n te la d e a d a de v i -

A Colecção do Museu de Cerâmica de Sèvres

um d o s s e u s a p re n d iz e s — d e sp e - d iu -s e e fo i fu n d a r u m a in a n u fa c - d u ra r iv a l, e s p e ra n d o q u e u m d ia a p e r fe ita q u a lid a d e d os seu s ta ­p e te s lh e v a le r ia u m a c o n s a g ra ç ã o o f ic ia l.

A s o f ic in a s de L o u r d e t es ta v a m s itu a d a s no C a is d c C h a illo t , n o m e sm o lo c a l o n d e h o je se e n c o n t r a o M u se u d a s A r te s iM odernas, o n d e p r im it iv a m e n te e x is t iu u m a fá ­b r ic a d e s a b ã o , a té q u e u m d ia fo i c o n c e d id a a L o u r d e t q u e a li fu n d o u as m a n u fa c tu r a s . V em d aí, de r e s to , a o r ig e m da p a la v r a « s a v o n n e r ie » ( s a b o a r ia ) co m q u e c o n t in u a m a s e r d e s ig n a d a s as p e ça s te c id a s so b a d ir e c ç ã o de L o u r d e t . D u p o n m o rre u e m 16 4 0 e a d ir e c ç ã o d as o f ic in a s d o L o u v r e fo i c o n fia d a a seu f i lh o L u ís .

U m d o s p r im e ir o s ta p e te s e x e ­c u ta d o s p o r D u p o n é u m a d as m a is b e la s p e ça s d o s é c . X V I q u e r e p r e ­s e n ta L u ís X I I I e A n a de Á u s­tr ia c o m se u s f i lh o s , n u m e n c a n ­ta d o r g r u p o fa m il ia r , c o m p o sto p or S im o n V e n e t , um d os m e s tre s de p in tu r a do se u te m p o .

S im o n L o u r d e t , r iv a l d e D u p o n t, m o r r e u 21 a n o s m a is la r d e , e seu f i lh o F i l ip e c o n t in u o u á su a o b ra , m as in t e r e s s o u - s e m a is p a r t ic u la r ­m e n te p e la m a n u fa c tu ra d o s G o - b e l in s , a ss im c o m o p e la s o f ic in a s B e a u v a is c A u b u s s o n p a ra as q u a is , de r e s to , o b te v e o a u x í l io f in a n c e ir o d e L u ís X I V . A su a c a r ­r e ir a fo i, p o r é m , in c o n te s ta v e l ­m e n te c o ro a d a d e ê x i t o p e la e x e ­c u ç ã o de 9 3 ta p e te s d e s tin a d o s à g r a n d e G a le r ia d o L o u v r e , ta r e fa em q u e to m a r a m p a rte , d u ra n te v in te a n o s , a lg u m a s c e n te n a s d e te c e lõ e s . O 1 5 .° d e sta s é r ie , é um su m p tu o s o ta p e te de « s a v o n n e r ie » , c o m as. tr a d ic io n a is d e c o r a ç õ e s de fo lh a s e <le in s t r u m e n t o s m u s ic a is e o s e m b le m a s d e L u ís X I V . A v o g a d o s ta p e te s in t e n s i f ic o u -s e r á p id a m e n te e a fa m íl ia re a l m u l-

z in h o s q u e tra z e m ao r e c é m - n a s - c id o o s p r e s e n te s tr a d ic io n a is e s im b ó l i c o s : p ão , o v o s , sa l , fó s fo ­r o s , e tc . . A o la d o o q u a r to da c r ia n ç a e, p o r f im , a sa la C a le n - d a le q u e r e p r e s e n ta a r e fe iç ã o do N a ta l.*

E m lo c a is b e m v ís iv e is v ê e m -s e

fá b r ic a s de M o u s t ie r s e de M ar» s e lh a d o s e c . X V I I I .

P o r ú lt im o , as s a la s re s e rv á d a s a C ea u e á C a m a r g a . U m e n c a n t o ! C a b a n a s de g u a r d a s , d e te lh a d o a rr e d o n d a d o , c o b e r ta s d e c a n a s de p a ú l, d o c u m e n to s e o b je c t o s r e la ­tiv o s aos c a v a lo s e to u ro s d á C a -

A lo iç a d e S è v r e s c o n t in u a a te r o m e sm o p r e s t íg io , o s m e sm o s c o le c io n a d o r e s , a m e sm a v e n d a e o se u m u se u , m e sm o à s p o r ta s de P a r is . O v e lh o m u se u e s tá in s ta ­la d o ju n t o da c é le b r e m a n u fa c tu r a n a c io n a l e é d ig n o de u m a v is ita , u m p o u co d e m o ra d a , p a ra a ss im se a c o m p a n h a r a e v o lu ç ã o da c e ­r â m ic a a tr a v é s d o s te m p o s e de to d a s as e s c o la s .

A s s a la s fo ra m a r r a n ja d a s p e r ­m itin d o d e s c o b r ir « o e s s e n c ia l da h is tó r ia da c e r â m ic a e u r o p e ia e. m u ito e s p e c ia lm e n te , d a c e r â m ic a fr a n c e s a » .

A F r a n ç a to m o u , e v id e n te m e n te , um lu g a r d e d e s ta q u e e n e n h u m m u se u p o d e o fe r e c e r u m a v isã o de c o n ju n to tã o c o m p le ta da p r o ­d u çã o d e c e r â m ic a f r a n c e s a , o r ig i ­n a lm e n te in f lu e n c ia d a p e lo s a r t i s ­tas ita l ia n o s .

Uma curiosa cena do Museu de Arlaten, onde figura o trajo regional e a confecção do m esm o

as d iv e rs a s fe r r a m e n ta s u sa d a s na r e g iã o P r o v e n ç a ! e , m u ito e s p e ­c ia lm e n te , em A r ie s . A c h a r r u a , a e n x a d a , a n c in h o s , fo ic e , g a d a n h a , g ra d e , e tc . fazem p a r te d o s m e s ­te re s da r e g iã o b e m c o m o os p ro ­d u to s d as c o r p o r a ç õ e s lo c a is , e n tr e as q u a is c i to o s tr a b a lh o s d e v im e c o m o d o s m a is in t e r e s s a n te s . A in d ú s tr ia d e o la r ia , tão im p o r ta n te em to d o o su l da F r a n ç a , e s tá r e ­se rv a d a u m a sa la in t e i r a , o n d e n ão fa lta m o s b a r r o s r ú s t ic o s e s ­p a n to so s p ela v a r ie d a d e d as fo r ­m as e p ela v iv a c id a d e d o s c o lo r i ­d o s, e t a m b é m a lg u n s b e l o s e s p é c im e s de fa ia n ç a lu x u o s a d as

m a r g a , às c o r r id a s e to u ra d a s e a o s r e b a n h o s n ó m a d a s da G r a n . A e s te re s p e ito pod e a s s in a la r -s e u m a n o ta b il ís « im a c o le c ç ã o d e o b je c t o s de m a d e ira e d e c h i f r e , e s c u lp id o s e g r a v a d o s p e lo s p a s to r e s .

A r ie s , já m u n d ia lm e n te c é le b r e p e lo seu te a tro a n t ig o , p e la s su a s . a re n a s , os se u s a ly s c a m p s e a su a c a te d r a l de S a in t - T r o p h im e , g a n h o u 11111 n o v o t í tu lo co m o seu m u se u d e A r ta te n , c r ia d o p a ra os t u r is ta s n a c io n a is e e s t r a n g e ir o s ; p a ra os e s tu d io s o s e , m a is a in d a , p a ra o s p ró p rio s c a m p o n e s e s q u e v iv e m 110 c ír c u lo d e A r ie s e em to d a a P r o v e n ç a .

N ele v i a m e ló d ic a e v o lu ç ã o d as o f ic in a s fr a n c e s a s d e s d e o fim da id ad e m é d ia a té ao s e c . X I X , e n ­c o n tr a n d o , n o d e c u r s o d e s ta f a s c i ­n a n te v is i t a , as b e la s e r a r a s p e ça s p r im it iv a s , c o m o tr a v e s s a s e b o iõ e s de fa r m á c ia , de L y o n e d e M o n tp e l- l i e r : a s p e ça s de o r n a m e n ta ç ã o p o lic r n m a d e N e v e rs , a s tr a v e s s a s d e c o r a d a s d e s a n e fa s d e c a ç a de M a r s e lh a ; da N id e r v il le r e de A p re y ; as fá b r ic a s d e « fo g o le n to » , de M a r s e lh a e o s b r i lh a n t e s fu n d o s a m a re lo s .

Cerâm ica de Sèvres: Vaso de barro cozido, m odelado por

B ernard P alissy

D iz e m o s e n te n d id o s — ■ e eu e s to u d e a c o r d o — q u e o p e r fu m e faz p a r te d o e n c a n to da m u lh e r — c o n fo r m e 0 a f ir m e i e m a r t ig o p u ­b lic a d o 110 e x t in t o « N o t íc ia s A g r i­c o la » e m a is ta r d e t r a n s c r i t o n as « S e le c ç õ e s A g r íc o la s » d o B r a s i l . E d iz ia e u a in d a m a is : m ilh a r e s de f r a n c o s c u s ta u m f r a s q u i n h o . . . T a l c o m o o « V o e u d e N o e l» de 160 g r a m a s , q u e im p o r ta em 1 6 m il

Colheita de Jasm im para es­sência, em Grasse