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Rede Património Arquitetónico

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O catálogo do património arquitetónico de Ourém reúne um conjunto de monumentos (re)habilitados para a fruição dos Oureenses e dos turistas. As sugestões decorrem de um projeto integrado de estudo, salvaguarda e difusão do património cultural imóvel do concelho. Este processo é coordenado pelo Município de Ourém através do Museu Municipal, em articulação com especialistas e outros parceiros e tem como estratégia descentralizar e consolidar a gestão do panorama patrimonial concelhio, valorizando o território no seu todo. Os locais propostos para visita estão ordenados por conjuntos e outros patrimónios, com propriedade/tutela do município e de outras entidades, com base nos seguintes critérios: classificação patrimonial (monumento nacional, imóvel de interesse público ou imóvel de interesse municipal) ou inventário; acesso público aos bens; e ações de valorização já concretizadas.

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O catálogo do património arquitetónico de Ourém reúne um conjunto de monumentos (re)habilitados para a fruição dos Ou-reenses e dos turistas.As sugestões decorrem de um projeto integrado de estudo, salvaguarda e difusão do património cultural imóvel do concelho. Este processo é coordenado pelo Município de Ourém através do Museu Municipal, em articulação com especialistas e outros parceiros e tem como estratégia descentralizar e consolidar a gestão do panorama patrimonial concelhio, valorizando o terri-tório no seu todo.Os locais propostos para visita estão ordenados por conjuntos e outros patrimónios, com propriedade/tutela do município e de outras entidades, com base nos seguintes critérios: classificação patrimonial (monumento nacional, imóvel de interesse público ou imóvel de interesse municipal) ou inventário; acesso público aos bens; e ações de valorização já concretizadas. Nos últimos anos o município realizou e acompanhou várias intervenções de estudo, recuperação e interpretação no patrimó-nio. São exemplos, a Vila Medieval de Ourém (cripta, pelourinho, galeria municipal, calçadas históricas, edifício norte da cadeia, painéis turísticos), as capelas de Conceição (Olival), São Sebastião (Atouguia), Perucha (Freixianda) e Nossa Senhora do Testinho (Urqueira); a atual Oficina do Património no centro da cidade de Ourém; ou algumas fontes de abastecimento de água distri-buídas pelo concelho. Estas medidas são fundamentais para a criação de um roteiro turístico de qualidade, que impressione os visitantes e dignifique os Oureenses.

Ourém, 27 de setembro de 2013

Conjuntos patrimoniaisVila Medieval de Ourém (Imóvel de Interesse Público)

Santuário de Fátima

Aljustrel e Valinhos

Núcleo Histórico de Ourém

Vila de Olival

Cabeço da Ortiga

Lomba, Ramila, Moitas Gaiola e Vale de Cavalos

Casal Farto

Moinhos de vento da Fazarga

Moinhos de ribeira das Matas

Fontes de Fontaínhas e João Loução

Índice

Outros PatrimóniosPaços do ConcelhoCapela da ConceiçãoCapela de São SebastiãoCapela da PeruchaIgreja Matriz de FátimaIgreja Matriz de SeiçaCapela da MelroeiraIgreja de Vilar dos PrazeresCapela de Nossa Senhora da AjudaCapela de São PauloCapela de Nossa Senhora do TestinhoJazigos da oficina KorrodiAlminhas | Oratórios CruzeirosQuintasArquitetura educativaPatrimónio industrial e agropecuárioArquitetura ligada à água

Conjuntos patrimoniais

A riqueza patrimonial do concelho está espelhada na diversidade temática e arquitetónica dos conjuntos patrimoniais, distribuídos pelo território. Nuns conjuntos sobressaem valores da história e da monumentalidade, noutros a cultura técnica, os patrimónios imateriais que lhes estão associados, ou mesmo o enquadramen-to paisagístico.Estão aqui representados os principais centros de história políti-co-administrativa e religiosa concelhia. São os casos da vila me-dieval de Ourém (marca da ocupação humana desde a pré-his-tória e da génese do Município); do núcleo da antiga Vila Nova de Ourém (expressando o seu fulgor no século XIX); do Santuário de Fátima e de Aljustrel (palcos das aparições de Fátima e ícones da internacionalização de Ourém); e da vila de Olival (símbolo da ascendência político-religiosa do norte do concelho). As expressões da cultura popular, enquanto matriz identitária de Ourém podem ser (re)conhecidas nos núcleos de Casal Farto, Ca-beço da Ortiga, Ramila, Moitas Gaiola e Vale de Cavalos, ou nos moinhos da Fazarga e das Matas e nas fontes de Atouguia.

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -39.403,525 P= -2.878,445

A Vila Medieval de Ourém posiciona-se num morro, a cerca de 2 km da parte nova da cidade de Ourém e, de um modo geral, marca a charneira entre duas paisagens: uma paisagem de calcários e serras a sul, e uma paisagem de arenitos, aluviões e ribeiras a norte. No topo da colina repousa o castelo, dotado de uma posição estratégica de domínio do território envolvente. Este burgo amuralhado, com ocupação humana desde a pré-história, desenvolveu-se sobretudo no período medieval a partir de dois eixos: um eixo militar e um eixo religioso. Após a sua reconquista aos mouros, o primeiro rei de Portugal doou-o à sua filha D. Teresa, que em 1180 lhe atribuiu o primeiro foral e o seu escudo de armas, dando origem ao brasão de Ourém. No decurso da elevação da vila a cabeça de condado, o terceiro conde, D. Nuno Álvares Pereira, e sobretudo o quarto conde D. Afon-so (seu neto e neto do rei D. João I), imprimiu-lhe grande fulgor. Este ilustre do século XV foi responsável pela construção e consoli-dação dos principais monumentos do burgo. Ali instituiu a colegiada e ergueu o paço dos condes de Ourém para instalar a sua residência. Este monumento nacional, composto por uma torre central e dois torreões, espelha a presença, já então, do transnacionalismo em Ourém e a visão vanguardista de D. Afonso, que lhe imprimiu influências da arquitetura norte-africana e italiana. Este 4º conde recuperou o castelo de Ourém, compos-to por três torres, cujo recinto acolhe uma cisterna que conserva água durante o ano inteiro, sobressaindo ainda a torre de D. Mécia,

Vila MedieVal de OuréM | Imóvel de Interesse PúblIconossA senHorA dAs mIserIcórdIAs

onde a rainha terá estado retida. Construiu ainda a fonte gótica, um belo exemplar do gótico em Portugal, na qual as invasões francesas deixaram marcas da sua passagem por Ourém ao decapitarem a cabeça da águia que integra o brasão de armas.No piso térreo da antiga colegiada encontra-se a cripta. Ao centro desta capela em abóbada está o túmulo de D. Afonso, com as suas armas na cabeceira e dois guindastes aos pés. Na estátua jacente sobressai o rosto do conde, considerado um dos mais bem esculpidos em Portugal antes do Renascimento.A Praça do Pelourinho, através do pelourinho, da antiga casa da Câmara e das antigas cadeias de Ourém, nas imediações, evoca o poder político e jurídico-administrativo deste burgo, que já foi sede do concelho. A an-tiga Câmara acolhe a galeria municipal e posto de turismo, ao serviço da difusão das artes e da cultura local. Nas antigas cadeias funciona a Ucharia do Conde, enquanto espaço degustação e venda da gastronomia local, designadamente do vinho medieval de Ourém.A vila medieval é enriquecida pelas ruas com traços medievais, que rasgam o casario branco, pelo comércio tradicional e pelas pessoas que a habitam. Fora de portas, a visita estende-se pelas encostas do morro, descendo a calçada histórica da Carapita, com paragem na fonte dos cavalos, e a calçada da Mulher Morta, que percorre uma bolsa de mata mediterrânica.

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -46.237,391 P= -3.841,727

O Santuário de Fátima, além de espaço cultual, manifesta uma dimensão patrimonial expressa na basílica, na capelinha das apari-ções, num presépio da autoria de José Aurélio, num fragmento do muro de Berlim, ou mesmo no monumento ao Sagrado Coração de Jesus.A basílica de Nossa Senhora de Fátima, com início de construção em 1928, integra um rico acervo (são exemplos a estátua do Ima-culado Coração de Maria, o retábulo do altar-mor revestido a bronze dourado, ou o órgão da basílica). A capelinha das aparições foi o primeiro templo erguido na Cova da Iria, acolhendo, a partir de 1920, a imagem de Nossa Senhora, da autoria do escultor José Ferreira Tadim.

SantuáriO de FátiMa

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -46.191,017 P= -5.385,226

Um recenseamento realizado em 1527 revela que viviam em Aljustrel cerca de 150 pessoas, conferindo-lhe uma posição de refe-rência em Fátima. Esta povoação com arquiteturas vernaculares de pedra é hoje (re)conhecida nacionalmente, após as aparições de 1917, por ali habitarem os três videntes de Fátima.As casas de Francisco e Jacinta e de Lúcia (imóveis de interesse público), o poço dos pastorinhos e a casa-museu de Aljustrel materia-lizam a memória destes pequenos pastores, da vida e da arquitetura tradicional da aldeia, que vigorou durante gerações sucessivas em sintonia com os ritmos agropecuários locais. Mais a norte, nos Valinhos, recomenda-se um percurso pela Loca do Anjo (memorial da aparição do anjo), pelo calvário húngaro e pelas estações da via-sacra, com paragens sinalizadas para meditação e contemplação da mata mediterrânica, que reforça a exten-são do Parque Natural das Serras de Aire Candeeiros à aldeia.Num cabeço ali perto, as ruínas de um moinho de vento, que existia já no século XVIII e ao qual os três pequenos pastores recorriam, revela o papel destas unidades de moagem no abastecimento da população.

aljuStrel e ValinhOSfÁtImA

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -38.109,818 P= -1.188,565

No século XIX o dinamismo deste núcleo situado no centro da cidade de Ourém, com vários eixos irradiados a partir da igreja matriz de Nossa Senhora da Piedade, fundamentou a elevação da então Aldeia da Cruz a Vila Nova de Ourém. Hoje as casas de comércio tradicional (alfaiate, mercearia, loja dos panos, taverna, barbeiro, sapateiro…) coexistem com casas de ha-bitação, algumas brasonadas (quinta do barão de Alvaiázere e casa Tenente Coronel Moreira Lopes) e com antigos edifícios públicos, hoje investidos de funções sociais e culturais. Neste cenário de arquitetura simples de dois pisos, com realce para a cantaria de calcário, são exemplos a antiga casa dos magistra-dos, a atual casa da música e das artes; o antigo hospital de Santo Agostinho, que acolhe uma instituição particular de solidariedade social cumprindo os desígnios deixados pelo seu benemérito, Dr. Agostinho Albano de Almeida; ou a antiga escola primária, atual centro comunitário de voluntariado. Sobressaem ainda dois edifícios centenários, nos quais estão instalados a casa do administra-dor e a oficina do património, núcleos do museu municipal.Estes espaços estendem as suas dinâmicas pelas praças temáticas que os acompanham, nomeadamente a praça Mouzinho Albu-querque, ou “praça concerto”, o largo Dr. Agostinho Albano de Almeida, ou “praça convívio” e o largo Dr. Vitorino de Carvalho, ou “praça museu”. O museu projeta uma dimensão artística materializada pela escultura da autoria de Roberto Chichorro, numa cele-bração do centenário da República em Ourém.

núCleO hiStóriCO de OuréMnossA senHorA dA PIedAde

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -40.364,186 P= 4.982,710

Este conjunto patrimonial aglutina exemplares da arquitectura religiosa, civil, num concílio entre a arquitetura vernacular e a arqui-tetura de influência erudita.A igreja antiga de Nossa Senhora da Purificação (imóvel de interesse público), com estrutura atual data do século XIV, testemunha o final do poder cisterciense e templário da região. No interior destaca-se o revestimento a azulejos seiscentistas, tipo padrão, da capela-mor e o seu retábulo em talha dourada, bem como a imaginária barroca (três esculturas quatrocentistas em pedra), a para-mentaria e as alfaias religiosas. Nas imediações do templo, existe um cruzeiro centenário com peanha decorada.Anualmente, a dois de fevereiro, o adro é palco da festa centenária de Nossa Senhora das Candeias, também conhecida como feira dos pinhões ou do adro, num ritual de agradecimento ao divino pelos frutos da natureza. No casario envolvente sobressai a casa alpendrada de Acácio de Paiva, poeta lírico e humorista da língua portuguesa, dois lagares de azeite com sistemas de moagem artesanal, a fonte municipal, erguida no séc. XIX e outros patrimónios “da água“, que beneficiam desta paisagem ribeirinha.

Vila de OliVal | ZOna eSPeCial de PrOteçãOolIvAl

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -42.331,060 P= -6.848,554

Em Fátima, o Cabeço da Ortiga sintetiza testemunhos materiais e imateriais da cultura popular expressos no património religioso, nas habitações, nas estruturas de abastecimento e no património industrial, mas também na vegetação mediterrânica que o envol-ve. O santuário de Nossa Senhora da Ortiga, aclamado santuário mariano em 1801 através de Bula Papal, é o elemento polarizador do local. No adro, um cruzeiro de pedra calcária lavrada, um coreto, a casa paroquial alpendrada, uma cisterna e um moinho de vento de planta circular rematam este conjunto patrimonial.

CabeçO da OrtigafÁtImA

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -47.193,828 P= -7.992,899

Estas aldeias inscritas a sudeste da Cova da Iria, sucedem-se numa continuidade espacial que assenta sobre o maciço calcário es-tremenho. Esta paisagem serrana marca uma relação simbiótica entre as gentes e o meio ao longo de gerações sucessivas e cuja construção identitária está ancorada ao território e assenta na optimização dos recursos naturais. A marca valorativa destas povoações está expressa na arquitetura vernacular (habitações, eiras, edifícios de apoio, lagares, picotas cisternas e muros de pedra calcária), mas também na paisagem mediterrânica, que se prolonga a partir do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, e na persistência de práticas e discursos sintonizados com a actividade agro-pastoril.

lOMba, raMila, MOitaS gaiOla e Vale de CaValOSfÁtImA

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -42.008,544 P= -10.242,914

Nesta povoação de Fátima são dois os núcleos de interesse: o núcleo da capela do Casal Farto e da “casa com relógio de Sol”, outrora propriedade de António Vitorino Coelho Prazeres, e o núcleo de cisternas.A capela, erguida por volta dos séculos XVII/XVIII, é conotada pela tradição oral à Ordem de Malta. O frontispício em pedra calcária, encimado por duas janelas rasgadas de estilo gótico, confere-lhe uma arquitetura singular no contexto concelhio. A casa setecentis-ta, também com estrutura em alvenaria de pedra e inscrições no frontispício, exibe um relógio de sol ornamentado.Em terreno agrícola a poente, estão quatro cisternas para captação e abastecimento de água para rega e uso doméstico. A implan-tação sobre afloramentos rochosos, a diversidade das tipologias construtivas e a envolvente paisagística valorizam o cenário.

CaSal FartO fÁtImA

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -46.966,477 P= -2.578,278

Num plano alto de Fátima, conhecido como Cabeço da Fazarga e com ampla visão sobre o horizonte, estão alinhados cinco moinhos de vento, com estrutura “fixa”, planta circular e cobertura cónica, quatro dos quais em alvenaria rebocada e caiada e um de madeira. Estas estruturas molinológicas com tipologias construtivas comuns na estremadura, são representativas da importância do cereal na alimentação local e da utilização do vento como força motriz privilegiada.Um dos moinhos, propriedade do município e núcleo do museu municipal, conta o ciclo da moagem do grão numa relação com a comunidade e a paisagem, a partir da história de vida do casal de moleiros Adelina e Adriano.

MOinhOS de VentO da FaZargafÁtImA

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -46.239,076 P= 8.383,637

São sete os moinhos que acompanham a margem ribeirinha na freguesia das Matas e Cercal.Movidos pela força da água, uns por rodízio, outros por azenha, estes equipamentos foram preparados para moer milho, mas tam-bém algum trigo e centeio, três dos quais se encontram em funcionamento. As tipologias arquitetónicas divergem, mas predominam as estruturas retangulares com cobertura de duas águas e paredes de ter-ra (adobo ou taipa), ou com blocos cerâmicos, numa manifestação das técnicas e dos materiais de construção do norte concelhio. Alguns agregam ainda a casa de apoio do moleiro e cortes dos animais. Este conjunto molinológico vale ainda pelo que representa em termos de memória coletiva, na venda da farinha para a comunidade e pelo enquadramento paisagístico.

MOinhOS de ribeira daS MataSmAtAs

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -44.309,182 P= -1.280,531

Em Atouguia, nos lugares de Fontaínhas e João Loução estão implantadas quatro fontes, algumas centenárias, para resposta às ne-cessidades da população numa altura em que não existiam alternativas de abastecimento de água. Estas fontes em alvenaria de pedra, umas com nicho rematado em arco, outras com cornija no frontão, umas munidas apenas de bica, outras complementadas por bebedouro para animais e tanque de lavagem de roupa com pedras batedeiras, apresentam tipo-logias formais e funcionais diversas, que reforçam o seu interesse enquanto peças de um conjunto.

FOnteS de FOntaÍnhaS e jOãO lOuçãOAtoUGUIA

Outros patrimónios

Além dos núcleos agregadores de vários imóveis representativos do património arquitetónico, Ourém apresenta bens individuali-zados, distribuídos de sul a norte, que lhe confere a qualidade de mosaico patrimonial e turístico. Tem uma longa história na esfera da religião, materializada por igrejas, capelas, monumentos funerários, ou mesmo por oratórios e cruzeiros, que expressam a forte dimensão cultual e o envolvi-mento das populações locais nos rituais religiosos à escala do lu-gar ou da paróquia. Estes templos, na sua maioria com enquadra-mento rural, preservam traços arquitetónicos primitivos e uma forte tradição oral, expressa em lendas e noutras manifestações da cultura popular.Por sua vez, a narrativa da economia local deste concelho com um passado muito ligado aos campos está ilustrada nas quintas (ilustrativas do poder fundiário) e no património agro-industrial, sem descurar a história da educação, que pode ser contada atra-vés dos antigos edifícios escolares.

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -38.244,159 P= -1.041,598

O edifício que funcionou como Paços do Concelho até 2009 data do século XIX. É um imóvel imponente, de arquitetura sóbria, com-posta por dois pisos, com destaque para a fachada rematada por uma balaustrada, com um frontão coroado com um campanário. Em 1917, foi ali realizado o interrogatório aos videntes de Fátima pelo administrador do concelho.

PaçOS dO COnCelhOnossA senHorA dA PIedAde

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -36.884,873 P= 3.669,396

Capela de estilo maneirista foi erguida em 1578 com o patrocínio do cardeal D. Henrique. Implantado em meio rural, numa ligação com as ribeiras da envolvente, o templo exibe um alpendre apoiado em colunas, que terá servido de albergue a peregrinos. No interior, a capela-mor com teto em abóbada de caixotão em cantaria, é guarnecida com pin-turas. É completada pela estrutura retabular do altar-mor, pelo revestimento azulejar de belo efeito decorativo e pela decoração pictórica das pilastras do arco triunfal, com as pinturas de Santo Ambrósio e Santo Agostinho, classificadas como Imóvel de Interesse Público.

CaPela da COnCeiçãOolIvAl

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -40.823,508 P= -2.505,457

Capela de estilo maneirista situada em São Sebastião, Atou-guia. Após a sua recuperação no século XVII, foi fortemente atacada pelas invasões francesas. A sua estrutura com aparelho de pedra à vista é uma radio-grafia das intervenções sucessivas a que o edifício foi sujeito ao longo do tempo. No interior, sobressai a capela-mor com a base do altar e a cobertura em abóbada.Numa planície, não longe dali, terão pernoitado as tropas de D. Nuno Álvares Pereira na incursão para batalha de Al-jubarrota.Em 2012 e 2013 esta propriedade do município foi submeti-da a uma primeira etapa de consolidação.

CaPela de SãO SebaStiãOAtoUGUIA

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -29.663,993 P= 10.826,774

Este templo rural do século XVIII está situado em Perucha, Freixianda, na rota dos peregrinos de Fátima. Apresenta na fachada principal um frontão triangular recortado, onde so-bressai uma custódia esculpida na pedra. Estes elementos e os cunhais e a cornija caiados de ocre conferem-lhe uma imagem peculiar no contexto das capelas e igrejas de Ou-rém.Entre 2011 e 2013 teve obras de recuperação e de restauro, que reabilitou o valor patrimonial, altares e a cobertura do altar-mor.

CaPela da PeruChafreIXIAndA

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -44.612,347 P= -5.464,175

A primitiva igreja crê-se edificada no séc. XVI, com a invo-cação de Nossa Senhora dos Prazeres, mas é no século XX que se torna popularizada por serem ali batizados os três videntes de Fátima.O interior é composto por três naves separadas por arcos triunfais em pedra. O altar-mor é abobadado. Integra ainda uma capela batismal na nave do lado do Evangelho e um púlpito em pedra.

igreja MatriZ de FátiMafÁtImA

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -33.769,150 P= 746,918

A sua origem data do século XVI. Esta Igreja foi palco de mui-tas romarias associadas à narrativa da passagem de D. Nuno Álvares Pereira na incursão para a batalha de Aljubarrota. Está ainda associada à lenda do Ninho de Águia. No século XIX acolheu um sino proveniente do Convento de Cristo em Tomar. O interior tem coberturas diferenciadas em abóbada de berço, batistério do lado do Evangelho e retábulos em talha.

igreja MatriZ de SeiçaseIÇA

CaPela da MelrOeiraAtoUGUIA

igreja de Vilar dOS PraZereSnossA senHorA dAs mIserIcórdIAs

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -40.707,553 P= -1.686,365

Esta capela de invocação de Nossa Senhora do Amparo foi erguida em 1627. No interior, sobressai o altar-mor forrado com painel de azulejos representativos com as seguintes cenas bíblicas: desposamento, anunciação do Anjo a Nossa Senhora, nascimento do Menino Jesus e apresentação de Nosso Senhor ao templo.

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -37.506,470 P= -4.101,410

Esta igreja fundada em 1592 foi alvo de sucessivas interven-ções. Destacam-se-lhe três retábulos em talha dourada no altar, que terão sido transferidos do convento de Santo An-tónio dos Capuchos, situado no sopé da vila medieval. No adro, um cruzeiro em mármore, tem os martírios de Cristo esculpidos e a seguinte inscrição na peanha: I.M.N.S. 1894.

CaPela de nOSSa SenhOra da ajudaAlbUrItel

CaPela de SãO PaulOesPIte

Coordenadas (Datum73): M= -33.171,100 P= -2.058,286

Esta pequena ermida de Alburitel data de 1604. É um exem-plar da arquitetura vernacular, onde sobressaem elementos como uma pia de pedra, um confessionário e um púlpito de madeira com base em pedra, a meio da nave.

Coordenadas (Datum73): M= -43.165,515 P= 10.601,847

A construção desta ermida de Espite é atribuída ao séc. XVIII. A fachada principal tem um portal de pedra trabalhada en-cimado por uma cruz latina. No interior, o altar integra um retábulo em calcário trabalhado. Dispõe ainda de um coro alto com balaustrada de madeira assente em duas colunas em pedra.

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -36.578,482 P= 8.955,517

Erguida em 1687 pelo conde de Castelo Melhor e parcial-mente restaurada em 2012, esta capela de Urqueira associa--se à lenda de Nossa Senhora do Testinho. Na frontaria, uma epígrafe conta a sua história.

CaPela de nOSSa SenhOra dO teStinhOUrQUeIrA

Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -37.582,455 P= -883,946

No cemitério municipal (sede do concelho) sugere-se a vi-sita a dois jazigos do século XX concebidos pela oficina do famoso arquiteto Korrodi. Um dos jazigos, propriedade do barão de Alvaiázere, acolheu os restos mortais da Vidente Jacinta até 1935, integrando a rota de visita de memoriais aos videntes das aparições de Fátima.

jaZigOS da OFiCina KOrrOdinOSSA SEnHORA DA pIEDADE

Implantados sobretudo nas encruzilhadas, os cruzeiros sim-bolizam os encontros entre os caminhos terrenos e os cami-nhos espirituais/divinos. Em Ourém contam-se 53 exemplares, com destaque para os cruzeiros de Freixianda, Gondemaria, Regato (Nossa Senho-ra da Piedade), Bairro, Lagoa do Furadouro, Matas e Mulher Morta (Nossa Senhora das Misericórdias).

Muito comuns em Ourém (105 exemplares), as alminhas são representações populares das almas do purgatório que su-plicam rezas e esmolas, sendo comum a presença de velas, lamparinas e flores em sinal de devoção. Implantadas à beira de caminhos, em encruzilhadas e em terrenos particulares, a maioria foi erguida nos séculos XIX e XX, com materiais locais e técnicas artesanais (calcário, sai-bro e cal e caiação em branco).Neste conjunto merecem especial referência as alminhas de Alburitel, de Salgueira de Baixo (Casal dos Bernardos), Espi-te, Vale do Carro (Freixianda), Pinheiro e Ourém (Nossa Se-nhora da Piedade) e Mata do Fárrio (Ribeira do Fárrio).

alMinhaS | OratóriOS CruZeirOS

Ourém é afidalgada por cerca de vinte quintas e solares, constituí-das como unidades de lavoura com extensas propriedades aráveis associadas ao poder económico. A maioria foi erguida nos séculos XVII e XVIII, com ligações a famílias brasonadas, expressas nas ar-mas dispostas nas frontarias.Sugere-se a visita às quintas vocacionadas para o público, funcio-nando como unidades de turismo, de produção biológica e de inter-venções sociais, como são os casos das quintas da Alcaidaria-Mor, Casa Velha (Nossa Senhora da Piedade), São Gens (Nossa Senhora das Misericórdias) Montalto (Olival) e Fárrio (Ribeira do Fárrio).

QuintaS

Neste conjunto inscrevem-se antigas escolas primárias, cuja fun-dação testemunha a implementação de importantes reformas no sistema educativo em Portugal: um ensino primário obrigatório e gratuito e a criação de escolas primárias e técnicas. Outras, conhecidas como “escolas dos centenários”, foram erguidas em meados do século XX”, com linhas arquitectónicas austeras, si-nalizadas com as armas de Portugal, em escudete de pedra. São propostas de visita as escolas primárias de Freixianda, Vilar dos Pra-zeres (Nossa Senhora das Misericórdias) e Atouguia, na sede e em Vale da Perra, tendo esta antiga escola sido convertida na Oficina de artes de Vale da Perra, destinada à formação nas artes e no arte-sanato.

arQuitetura eduCatiVa

Ourém apresenta uma grande diversidade de sistemas e equi-pamentos de tratamento e armazenagem de produtos agrícolas. Estas estruturas tiveram no passado um papel determinante nas economias da população, na maioria composta por trabalhadores agrícolas.No património industrial é grande a representatividade de edifícios de extração, transformação e consumo. São exemplos:- os fornos de cal, numa relação direta com os calcários (em Lagoa do Furadouro - Nossa Senhora das Misericórdias e Giesteira - Fáti-ma); - as industrias cerâmicas, uma relação entre os barreiros e a renta-bilização dos recursos naturais locais (cerâmica Tijomel - Caxarias e chaminé de cerâmica de Pinhel - Atouguia); - e os engenhos de moagem de cereal (moinho da Lagoa do Grou - Freixianda, Casal Ferreiro e núcleo etnográfico dos Moleiros da Ri-beira - Olival, ou Mata - Urqueira).

PatriMóniO induStrial e agrOPeCuáriO

Existe em Ourém um vasto conjunto de meios de captação, arma-zenamento e abastecimento de água no concelho. Às propostas já enunciadas juntam-se outras, especialmente no campo das fontes. São exemplos:A fonte de Pisões (Caxarias); as fontes de mergulho de Gondemaria; as fontes de Alvega e Amoreira - Fátima; a fonte da vila de Freixian-da; a fonte de Seiça; as fontes do Ribeirinho e de Santa Teresa - Nos-sa Senhora da Piedade; as fontes da Charneca, da Mulher Morta e Lagoa do Furadouro - Nossa Senhora das Misericórdias; ou a fonte da Ventilharia - Olival.Propõe-se ainda visita à ponte dos namorados, em Nossa Senhora das Misericórdias (Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -39.387,455 P= -1.557,470) e à ponte de Seiça (Coordenadas (PT-PM06/ETRS89): M= -34.077,545 P= 43,871), atribuída ao período romano ou me-dieval.

arQuitetura ligada à água

Ficha Técnica

Coordenação geralJosé Manuel Alho

Coordenação editorial e TextosAna Saraiva

Produção GráficaAna Oliveira

ImagensMunicípio de Ourém

CartografiaDivisão de Planeamento e Ordenamento do Território | Município de Ourém