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nº 1590 – 23 jan. 2020 Desde 1989 auxiliando na tomada de decisões.
Sumário
Palavra da Casa
Condições Meteorológicas
Grãos
Hortigranjeiros
Olerícolas
Frutícolas
Outras Culturas
Criações
Preços Semanais
Notas Agrícolas
Regionalização da Emater/RS-Ascar
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Emater/RS-Ascar
I43 Informativo Conjuntural / elaboração, Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises. – (jun. 1989) - . – Porto Alegre : Emater/RS-Ascar, 2020. Semanal. 1. Produção vegetal. 2. Produção animal. 3.
Grão. 4. Produto hortigranjeiro. 5. Meteorologia. 6. Extrativismo. 7. Análise de conjuntura. 8. Cotação agropecuária. I. Emater/RS-Ascar. II. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises.
CDU 63(816.5)
© 2020 Emater/RS-Ascar – Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a
fonte.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 2, 23 jan. 2020
Palavra da Casa
Tempo de cores e sabores nas vindimas por todo Estado
Muito além da produção, produtividade e renda gerada pelas videiras em todo o Estado, a
uva e a diversidade de derivados movimentam o Turismo Rural em época de férias de verão no Rio
Grande do Sul.
A colheita da fruta, com todas as suas festividades e possibilidades de experiências, acontece
no período de janeiro a março, sendo que fevereiro é seu ponto alto.
Estamos em plena vindima, que engloba o período entre a colheita da uva e o início da
produção de vinhos. E apesar do registro de perdas de produtividade na cultura devido à estiagem, já
estancadas graças às chuvas da última semana, são inúmeras as opções turísticas para quem quer
fazer uma programação cultural, festiva e logisticamente diferente da tradicional ida à praia nos
meses mais quentes do ano.
As festividades, que tiveram início na segunda quinzena de janeiro, concentram-se na região
da Serra gaúcha, mas também se espalham para o Sul e Norte do Estado, como Camaquã e Erechim.
Na programação dos eventos destacam-se atividades como colheita e pisa das uvas, cursos
de degustação de vinhos e espumantes, visita às vinícolas e aos parreirais, passeios de carretão,
jantares harmonizados com farta gastronomia, festas típicas nas comunidades locais,
comercialização de uvas, vinhos, sucos, geleias, cucas e até mesmo produtos estéticos feitos à base
da fruta. Isso tudo é realizado em vinícolas, restaurantes, hotéis, pousadas e demais
empreendimentos do setor turístico.
As atrações de Bento Gonçalves, por exemplo, valorizam a cultura e a tradição italiana.
Durante esse período, a cidade celebra a colheita da fruta, que dá origem ao principal produto
turístico do município, o vinho.
Já em Erechim nesta sexta-feira (24/01) acontece a abertura oficial da Festa Di Bacco, com
desfile de carros alegóricos e shows. A programação festiva prossegue no sábado (25/01), com
oficinas e apresentações culturais. No domingo (26/01), o 1º Concurso Gastronômico envolverá
agroindústrias familiares, cantinas e panifícios regulamentados e autorizados para a produção e
comercialização de alimentos. O evento termina só no outro final de semana, dia 02 de fevereiro.
Também nesta sexta será realizada a 1ª Mostra de Viticultura de Camaquã, onde o público
visitante poderá conhecer e provar diferentes tipos de uva e ainda levar para casa fruta, sucos,
geleias e cucas. O objetivo é promover a viticultura e mostrar a possibilidade da diversificação da
cultura.
Destaca-se que a Emater/RS-Ascar está diretamente ligada a todas as fases da cadeia
produtiva da cultura, seja na Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) para a produção,
colheita, agroindustrialização, comercialização, geração de renda, sucessão familiar e auxílio da
gestão da propriedade, até mesmo como empreendimento turístico rural.
Vindimas, uma ótima oportunidade para divulgarmos nosso trabalho e a diversidade da
cultura gaúcha e todos seus sabores e saberes. Participe e prestigie nossa cultura!
Geraldo Sandri – presidente da Emater/RS e superintendente geral da Ascar
DESTAQUES
Estado já colheu 22% das lavouras de milho.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 3, 23 jan. 2020
Condições Meteorológicas
CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS OCORRIDAS NA SEMANA DE 16 A 22/01/2020
A última semana apresentou totais elevados de chuva em grande parte do RS. Entre a
quinta (16) e a sexta-feira (17), a propagação de uma frente fria gerou áreas de instabilidade
que provocaram chuva e trovoadas, com altos volumes acumulados em algumas regiões. No
sábado (18), o ingresso de ar seco afastou a nebulosidade e manteve o tempo firme, com
temperaturas amenas em todo Estado. No domingo (19) e segunda-feira (20), o tempo
permaneceu firme, e o ingresso de ar quente favoreceu a elevação das temperaturas, com
valores acima de 33°C em grande parte dos municípios. Na terça (21) e quarta-feira (22),
áreas de instabilidade associadas ao forte calor provocaram pancadas isoladas de chuva,
típicas de verão, na maioria das regiões, com registro de altos volumes em algumas
localidades.
Os totais de precipitação registrados no período amenizaram a condição de estiagem
sobre boa parte do RS, no entanto ainda é necessária a ocorrência de chuvas mais regulares
para reverter a situação. Na última semana, os volumes variaram entre 35 e 60 mm na
maioria das regiões. Na Fronteira Oeste, Missões, na região Central, no Vale do Taquari e no
Planalto, os valores oscilaram entre 65 e 80 mm e superaram 100 mm em alguns municípios.
Os valores de chuva mais expressivos registrados na rede INMET/SEAPDR ocorreram em
Teutônia (80 mm), Santa Rosa (84 mm), Passo Fundo (86 mm), Bagé (97 mm), Caçapava do
Sul (98 mm), Santa Maria (118 mm), Uruguaiana (128 mm) e São Luiz Gonzaga (136 mm).
A temperatura mínima ocorreu em 17/01 em São José dos Ausentes (8,1°C) e a
máxima foi observada em Uruguaiana (36,3°C) em 19/01.
Observação: totais de chuva registrados até as 10 horas do dia 22/01/2020.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 4, 23 jan. 2020
PREVISÃO METEOROLÓGICA PARA A SEMANA DE 23 A 29/01/2020
Nos próximos sete dias novamente poderão ocorrer chuvas expressivas em várias
regiões do RS. Na quinta-feira (23), a nebulosidade vai persistir e ainda ocorrerão pancadas
isoladas de chuva na Metade Norte, com possibilidade de temporais isolados em áreas mais
próximas à Santa Catarina. Na sexta-feira (24), o ingresso de umidade do mar manterá a
condição de chuva fraca entre a Serra de Nordeste e o Litoral Norte, com tempo firme e
temperaturas amenas no restante do Estado. No sábado (25), o tempo seco e com grande
amplitude térmica predominará em todas as regiões; somente no Extremo Sul a passagem
de uma frente fria no Oceano poderá provocar pancadas de chuva no fim do dia e durante a
noite. No domingo (26), o ingresso de ar quente e úmido favorecerá a elevação das
temperaturas, e poderão ocorrer pancadas de chuva de verão em áreas isoladas. Entre a
segunda (27) e a terça-feira (28), a condição não muda, e o forte calor manterá a
possibilidade de chuva de verão, com temperaturas próximas a 35°C na maior parte do
Estado. Na quarta-feira (29), a propagação de uma área de baixa pressão provocará chuva
em todas as regiões, com possibilidade de temporais isolados.
A previsão numérica indica que os totais mais elevados de chuva deverão ficar
concentrados sobre a Metade Sul e no Oeste do Rio Grande do Sul. Os valores deverão
oscilar entre 20 e 35 mm em grande dos municípios e poderão superar 50 mm em alguns
municípios da Campanha. No Alto Vale do Uruguai, na região Central, no Vale do Taquari e
no Vale do Rio Pardo os totais esperados deverão variar entre 10 e 20 mm.
Fonte: Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 5, 23 jan. 2020
Grãos
Para acessar o mapa com a regionalização da Emater/RS-Ascar, clique aqui.
CULTURAS DE VERÃO
Soja
O cultivo da soja no RS alcançou tecnicamente a totalidade da área prevista para a
safra de 5.956.504 hectares. Das lavouras implantadas, 48% se encontram na fase de
desenvolvimento vegetativo, 39% em floração e 13% na fase de enchimento de grãos.
Fases da cultura da soja no Rio Grande do Sul
Soja 2020
Fases
Safra atual Safra anterior Média*
Em 23/01 Em 16/01 Em 23/01 Em 23/01
Plantio 100% 99% 100% 100%
Germinação/Des. vegetativo 48% 56% 32% 36%
Floração 39% 34% 47% 46%
Enchimento de grãos 13% 10% 21% 18%
Maduro e por colher 0% 0% 0% 0%
Colhido 0% 0% 0% 0%
Fonte: Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises.
*Média safras 2015-2019.
Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, a implantação da
cultura está praticamente concluída, que corresponde a 11,8% da área de soja no Estado. O
que falta ser implantado corresponde ao plantio do tarde (safrinha), que irá ocupar áreas de
milho-safra em colheita e de soja com plantios precoces. Os estádios fenológicos da cultura
são os seguintes: 57% em desenvolvimento vegetativo, 36% em florescimento e 7% em
enchimento de grãos. O desenvolvimento das lavouras ainda é satisfatório, mesmo com as
condições de falta de umidade e de altas temperaturas nas últimas duas semanas. As chuvas
ocorridas recuperaram parcialmente as lavouras, apesar de já haver perdas, sobretudo nas
Missões. As temperaturas elevadas no início da semana, associadas à menor quantidade de
água no solo, favoreceram o murchamento da parte aérea das plantas, principalmente nos
plantios em áreas de coxilha, onde a ação do vento é maior. Após a chuva, houve
recuperação da turgidez das plantas e incremento de folhas e ramos em todas as lavouras da
região; os produtores intensificaram as atividades de pulverização de fungicidas preventivos
e inseticidas para controle de tripes e ácaros.
Na regional de Ijuí, 48% das áreas encontram-se na fase de desenvolvimento
vegetativo, 41% em floração e 11% em enchimento de grãos. A cultura evoluiu rapidamente
para o estádio reprodutivo; com o retorno da umidade no solo, houve melhora no
desenvolvimento. Nos plantios com variedades de hábito indeterminado, o retorno das
chuvas influenciou a emissão de folhas novas, de ramos laterais e o aumento da floração. Em
geral, as plantas apresentam tamanho menor que o ideal, com índice foliar abaixo do
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 6, 23 jan. 2020
esperado e potencial produtivo comprometido devido à estiagem. Os índices de redução do
potencial produtivo são diferentes conforme a localização das lavouras na região, o período
de semeadura e o ciclo das cultivares. As lavouras implantadas no final de outubro são as
mais prejudicadas, e no Corede Alto Jacuí é onde se identificam as maiores reduções de
produtividade. Em relação ao estado fitossanitário das plantas, foi constatada a presença das
estruturas reprodutivas de fungo (uredósporos) nas unidades de coleta de esporos da
ferrugem da soja de Ibirubá e Cruz Alta. Os produtores intensificam a aplicação de fungicidas
nas lavouras. Até o momento, há baixa incidência de pragas.
Na de Soledade, as condições do tempo no período encaminham para a finalização
dos plantios; 70% das lavouras se apresentam na fase de desenvolvimento vegetativo, 27%
em florescimento e 3% em enchimento de grãos. Na quarta-feira (15), choveu em toda a
região com volumes que variaram de 20 a 65 milímetros, e a cultura vem recuperando o
crescimento e o desenvolvimento. A maior parte da área cultivada na região foi semeada em
novembro; essas lavouras estão fechando as entrelinhas e iniciando o florescimento. Em
geral, a altura de plantas está abaixo do normal para essa época. Em avaliações realizadas
nas grandes áreas de produção em Pantano Grande, Rio Pardo e Encruzilhada do Sul, notam-
se expressivas áreas com falhas de plantas, decorrentes da semeadura em solo com
umidade insuficiente para viabilizar as etapas de germinação, emergência e
desenvolvimento vegetativo inicial da cultura. No entanto, as plantas que superaram esse
momento crítico têm desenvolvimento normal após as chuvas; isso poderá compensar em
parte as falhas com a emissão potencial de maior número de ramificações. O
monitoramento fitossanitário registrou baixa incidência de pragas, com alguns focos de
ácaros. Já para as doenças, são realizadas aplicações preventivas para a ferrugem asiática,
especialmente após as chuvas ocorridas.
Na de Erechim, as lavouras estão nas fases de desenvolvimento vegetativo, floração e
enchimento de grãos. As chuvas ocorridas na semana regularizaram a disponibilidade hídrica
para a cultura; as lavouras reagiram, apresentando bom aspecto e poucos sintomas de
ataque de insetos ou doenças.
Na de Lajeado, a cultura apresenta-se nas fases de desenvolvimento vegetativo e
inicia o estádio reprodutivo, estimulado pelas chuvas que ocorreram na primeira quinzena
de janeiro. O excesso de precipitações de setembro a outubro não permitiu que alguns
produtores conseguissem implantar milho nas áreas de várzea do rio Taquari, e optaram por
implantar soja. Com a estiagem, a cultura se ressentiu, mas a partir das últimas chuvas,
houve melhora do quadro. A manutenção do regime de chuvas poderá minimizar as perdas
que já são evidentes. Em Colinas, onde foram semeados 3.600 hectares de soja, maior área
de cultivo no Vale do Taquari, as lavouras estão 100% implantadas, e encontram-se na fase
de desenvolvimento vegetativo. As implantadas no período em que houve estiagem
sofreram com a falta de umidade no solo, mas se beneficiaram com o retorno da chuva,
visto que a cultura está na fase inicial de implantação e desenvolvimento vegetativo. Caso
persista a situação, poderá haver agravamento de perdas. Já em Cruzeiro do Sul, segunda
maior área de cultivo com 2.700 hectares semeados, houve uma diminuição de 10% da área
plantada em virtude das condições adversas no momento de plantio (excesso de chuvas em
outubro-novembro), seguidas de estiagem pós-implantação (dezembro-janeiro). As últimas
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 7, 23 jan. 2020
chuvas ocorridas (dias 10 e 15) revigoraram as lavouras e permitiram que alguns produtores
realizassem o plantio da safrinha. Em Vespasiano Corrêa, terceiro maior produtor do Vale do
Taquari, com 2.150 hectares, foi concluída a semeadura na área inicialmente prevista; as
fases atuais da lavoura são as seguintes: 45% em desenvolvimento vegetativo, 40% em
florescimento/formação de vagens e 15% em enchimento de grãos. Evidencia-se redução do
rendimento esperado devido à estiagem.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, 40% das lavouras se
encontram em desenvolvimento vegetativo, 30% em floração, 25% em enchimento de grãos
e 5% já entraram na fase de maturação. As últimas chuvas favoreceram as plantas, que já
apresentam redução no potencial produtivo, principalmente em áreas com dificuldade de
reter a umidade no solo. O retorno da umidade também favoreceu a realização de tratos
culturais pelos produtores.
Na de Passo Fundo, 69% da cultura encontra-se na fase de desenvolvimento
vegetativo, 25% em florescimento e 6% em enchimento de grãos. Os produtores monitoram
pragas e doenças e, nos casos identificados, são realizados tratamentos. Após as chuvas, as
plantas responderam positivamente, retomando o ciclo de desenvolvimento.
Na região de Bagé, em Dom Pedrito, o plantio alternou excesso e falta de umidade
no solo. Os produtores conseguiram plantar 120 mil hectares. A partir de 10 de janeiro, as
precipitações abrangentes e com volumes significativos beneficiaram as lavouras,
principalmente as que se encontram na fase de florescimento (20%). O estado fitossanitário
é bom. Os produtores realizam tratos culturais de controle de invasoras nas lavouras mais
novas e controle de pragas. Em Manoel Viana, as lavouras em florescimento e enchimento
de grãos foram as mais prejudicadas pela falta de chuva e por temperaturas muito altas; em
particular, nas áreas com solos arenosos onde houve inclusive mortalidade de plantas. As
lavouras estão em recuperação após as chuvas. Os produtores realizam a aplicação de
fungicidas e inseticidas. Já em São Borja, deverá haver redução na produtividade nas
cultivares precoces em floração, enquanto que nas tardias, há possibilidades de
recuperação. As precipitações no final de semana foram importantes para a retomada do
desenvolvimento vegetativo da cultura. Os produtores de soja monitoram a incidência de
ácaros e tripes.
Na região de Pelotas, a cultura da soja encontra-se predominantemente na fase de
emergência e desenvolvimento vegetativo (60%); as outras fases são florescimento (30%) e
enchimento de grãos (10%). As chuvas ocorridas com regularidade, embora não sejam
suficientes, têm possibilitado baixo índice de perdas até o momento.
Na regional de Porto Alegre, as últimas chuvas ocorridas em 10, 11 e 15 de janeiro
atenuaram os efeitos da estiagem, e as lavouras dão sinais de recuperação. A umidade
possibilitou que os produtores retomassem os tratamentos fitossanitários. As perdas no
potencial produtivo relacionam-se com o início da implantação, quando a estiagem causou
problemas na germinação, originando lavouras desuniformes, com falhas e baixo estande, o
que permitiu concorrência com plantas daninhas. Na sequência, o plantio foi paralisado em
função da estiagem. Esses fatores foram responsáveis pela diminuição da área de cultivo.
Alguns produtores que estavam com solo preparado para o plantio optaram pelo cultivo de
milho safrinha ou de pastagens.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 8, 23 jan. 2020
Na de Caxias do Sul, a soja é a cultura menos afetada dela deficiência hídrica. As
chuvas periódicas, associadas à redução da temperatura e da alta intensidade da insolação,
têm permitido recuperar as lavouras, principalmente as que estão no estádio de
florescimento e início de enchimento de grãos.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, o plantio está
finalizado, de acordo com o final do período recomendado pelo zoneamento agrícola de
risco climático. As lavouras estão nas seguintes fases: 75% em desenvolvimento vegetativo,
15% em floração e 10% em enchimento de grãos. Foi realizado replantio em muitas lavouras
com problemas de germinação e/ou morte de plântulas. Há áreas com desuniformidade e
baixo estande de plantas, o que acarreta em perdas na produtividade. O déficit hídrico
afetou principalmente as lavouras que se encontravam nas fases de floração e enchimento
de grãos no período da segunda quinzena de novembro e durante dezembro. A magnitude
das perdas no potencial produtivo da cultura dependerá do comportamento do tempo até o
encerramento do ciclo.
Mercado (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar para a soja
comercializada no Estado, a cotação média foi de R$ 78,19/sc., com aumento de 0,24% em
relação à semana anterior.
Nas regiões de Passo Fundo e Santa Maria, a oleaginosa é comercializada a R$ 77,00;
de Erechim, a R$ 80,00; de Santa Rosa, a R$ 74,50; de Caxias do Sul, R$ 79,00. Na região de
Bagé, oscilou entre R$ 71,00 e R$ 80,00. Na de Ijuí, os preços praticados estão entre R$
74,50 e R$ 77,50/sc. O produto disponível em Cruz Alta é comercializado a R$ 85,50. Em
Soledade, os preços variaram entre R$ 77,00 e R$ 80,50; em Porto Alegre, entre R$ 78,00 e
R$ 87,00; na região de Frederico Westphalen, a cotação oscilou entre R$ 77,00 e R$ 78,00; e
na de Pelotas, entre R$ 79,50 e R$ 88,50/sc.
Fonte: Cotações Agropecuárias nº 2111, de 23 de janeiro de 2020. Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de
Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.
Milho
As chuvas ocorridas no período atenuaram parcialmente a situação de déficit hídrico
que a cultura enfrenta no Estado.
As fases da lavoura são as seguintes: 15% em germinação e desenvolvimento
vegetativo, 12% em floração, 25% em enchimento de grãos, 26% maduro e 22% do total já
foram colhidos.
68,00
70,00
72,00
74,00
76,00
78,00
80,00
82,00
84,00
Semanaatual
Semanaanterior
Mêsanterior
Anoanterior
Média geral Média mês
78,19 78,0078,77
73,26
82,2082,66
R$
Soja - preço médio pago ao produtor - R$/saca 60 kg
Observação: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são corrigidos por valor nominal. Ano anterior e Médias (2014-2018) são corrigidos pelo IGP-DI.
0,24
-0,74
6,73
-4,88-5,41
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
Semana anterior Mês anterior Ano anterior Média geral Média mês
Comparativo percentual do preço médio semanal da Soja (R$ 78,19/saca de 60 kg)
%
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 9, 23 jan. 2020
Fases da cultura do milho no Rio Grande do Sul
Milho 2020
Fases
Safra atual Safra anterior Média*
Em 23/01 Em 16/01 Em 23/01 Em 23/01
Plantio 100% 100% 100% 100%
Germinação/Des. vegetativo 15% 20% 15% 20%
Floração 12% 13% 13% 13%
Enchimento de grãos 25% 28% 33% 31%
Maduro e por colher 26% 26% 22% 19%
Colhido 22% 13% 17% 17%
Fonte: Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises.
*Média safras 2015-2019.
Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, que corresponde a 10% da
área cultivada no Estado, a cultura tem evoluindo rapidamente para as fases de maturação e
colheita. Ainda que a umidade no solo tenha retornado, não foi possível a recuperação das
lavouras que já estão em estágio fisiológico avançado de final de ciclo. À medida que a
colheita avança, a produtividade das lavouras tem sido menor, em consequência da falta de
água nos estágios críticos. A produtividade é variável; a região que teve maior perda é a do
Corede Alto Jacuí. Em geral, o produto colhido tem apresentado boa qualidade.
Na de Santa Rosa, da área implantada, 60% está colhida, demais áreas estão
principalmente em fase de maturação. A produtividade teve pequena queda em função da
baixa umidade do solo, que atingiu lavouras em plena floração e formação inicial do grão.
Com a melhora das condições de umidade do solo, foi iniciada a semeadura para o cultivo da
segunda safra (milho safrinha) nas áreas colhidas. As chuvas da semana frearam as
atividades da colheita do produto, e os produtores buscam a retirada do produto da forma
mais célere possível, para liberar as áreas também para a semeadura da soja safrinha. As
unidades das cooperativas e cerealistas mantêm as atividades de limpeza e secagem de
forma permanente, objetivando manter a qualidade do produto para posterior
comercialização. São poucas as comunicações de Proagro até o momento, a maioria delas
como recurso preliminar e de forma pontual. A boa produtividade obtida e os preços com
tendência de elevação devem possibilitar boa rentabilidade da cultura nesta safra.
Na de Frederico Westphalen, com 11,9% da área destinada à cultura no Rio Grande
do Sul, as lavouras com híbridos mais precoces e que foram semeadas até a primeira
quinzena de setembro apresentam bom potencial produtivo, variando entre 130 a 160 sacos
por hectare, potencial 10% abaixo da expectativa inicial. Já as perdas provocadas pela
estiagem são maiores nas lavouras semeadas a partir de meados de setembro. Apesar dessa
situação, o produto colhido tem apresentado boa qualidade de grãos. Os produtores
atingidos pela estiagem continuam solicitando cobertura de Proagro.
Na regional de Caxias do Sul, as chuvas do meio da semana trouxeram mais umidade
e temperaturas menos elevadas, favorecendo a cultura, principalmente as lavouras do tarde.
Nas lavouras do cedo, houve poucas mudanças no aspecto geral e nenhuma alteração no
potencial produtivo, pois a cultura já ultrapassou o estádio fenológico crítico do
florescimento. As lavouras afetadas apresentam-se com porte reduzido, folhas queimadas,
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 10, 23 jan. 2020
pendão preso no cartucho e ausência de formação de espigas ou com espigas diminutas e
sem formação de grãos.
A regional de Soledade representa 9% da área de milho do Estado. Com a melhoria
das condições do tempo e o aumento da umidade do solo, a área de implantação da cultura
chegou a 93% dos 69.396 hectares previstos na intenção de plantio; 36% dos cultivos estão
na fase de germinação/desenvolvimento vegetativo, 5% em floração, 29% em enchimento
de grãos e 30% em maturação. A ocorrência de bom volume de chuvas generalizadas na
região favoreceu a semeadura, germinação e a emergência de lavouras tardias, na maior
parte em áreas de pós-tabaco. O quadro geral da cultura na região é de perdas,
principalmente nas lavouras do cedo. Essas lavouras tinham potencial de rendimento inicial
superior a 150 sacos por hectare, mas em função da estiagem, as produtividades ficarão
aquém. Na região, a metade da área com milho é cultivada em restevas de lavouras de
tabaco. A maior parte dessa área está sendo semeada e já se encontra em início de
desenvolvimento. As consequências da estiagem na produção total de milho serão
relativizadas com a volta da chuva, diminuindo o impacto de perdas. Porém, para que isso se
consolide, é necessário que haja continuidade das chuvas. Mesmo com as precipitações
ocorridas dia 10 em toda a região, a semeadura pouco avançou, pois os produtores foram
cautelosos na semeadura do milho em baixas altitudes em função de as temperaturas
continuarem altas e pelo fato de permanecer baixa a umidade relativa do ar.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, onde há 8,2% da área do Estado
com a cultura, as lavouras estão principalmente em floração e enchimento de grãos,
havendo lavouras em início da fase de maturação. A redução no volume de precipitações
nos meses anteriores associada à má distribuição de chuvas tem repercutido negativamente
na expectativa de rendimento da cultura, tanto para colheita do milho destinado à produção
de grãos quanto nas áreas destinadas à produção de silagem.
Na de Erechim, com 5,7% da área do Estado, o principal estágio é o de enchimento
de grãos; 15% da área já foi colhida, com redução na produtividade. Alguns produtores que
tiveram perdas significativas estão acionando o Proagro.
Na de Bagé, a umidade do solo voltou com a ocorrência das chuvas no período, e as
plantas reagiram ao quadro de déficit hídrico provocado pela estiagem. Os produtores
aproveitaram o momento para realizar os tratos culturais de aplicação de herbicida,
adubação de cobertura e controles fitossanitários. Nos municípios em que a umidade dos
solos foi reestabelecida, o plantio de milho safrinha será realizado até o final do mês.
Na regional de Pelotas, a semeadura da cultura é realizada em um período extenso,
de outubro até janeiro, na maioria dos municípios da região. A partir de dezembro, quando
diminuíram as chuvas, o plantio foi reduzido, e uma parcela ainda será semeada. A região
contabiliza perdas na cultura, considerando as lavouras para grãos e silagem, sem considerar
as perdas pelas áreas plantadas fora do período recomendado. A fase é de desenvolvimento
vegetativo em 50% da área com a cultura, 35% em floração e 15% em granação.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, 10% das lavouras da primeira safra
estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 15% em floração, 55% em enchimento de
grão, 10% em maturação e 10% colhido. Com a volta das chuvas, foi retomado o plantio do
milho da segunda safra, sendo que na maioria dos municípios da região o período
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 11, 23 jan. 2020
recomendado estende-se até 31 de janeiro. As lavouras da primeira safra apresentam
perdas elevadas, chegando em alguns casos à totalidade da produção; essas áreas estão
sendo destinadas à alimentação animal e possivelmente será realizado o replantio. As
perdas na região deverão ser expressivas.
Na de Porto Alegre, as chuvas atenuaram os efeitos da estiagem para o milho que
estava na fase de desenvolvimento vegetativo. Porém, as lavouras em floração e
enchimento de grãos tiveram perdas maiores, e em alguns casos pontuais há perda total. Na
microrregião Centro-Sul, as chuvas das duas últimas semanas animaram os agricultores para
o plantio do milho safrinha (pós-fumo), ocorrendo uma maior procura por sementes junto
ao comércio local. Algumas áreas inicialmente previstas para o plantio destinado a grãos
foram direcionadas à produção de silagem, como forma de diminuir as perdas. As lavouras
com produtividade comprometida estão sendo utilizadas para pastejo animal, para um
melhor aproveitamento e devido à carência de pastagens para os animais.
Mercado (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar, o preço médio
ficou em R$ 40,94/sc., com aumento de 2,35% em relação à semana anterior.
Na regional de Santa Rosa, o preço médio teve aumento, sendo cotado a R$
42,00/sc.; em Frederico Westphalen e Bagé, o cereal ficou cotado a R$ 40,00/sc.; em
Pelotas, ficou em R$ 40,00/sc.; em Ijuí, em R$ 40,55/sc.; em Caxias do Sul, o preço chegou a
R$ 42,00/sc.; em Erechim, a R$ 43,00/sc.; em Santa Maria aumentou para R$ 40,41/sc. e em
Porto Alegre, o preço teve ligeira alta, sendo comercializado ao preço médio de R$ 43,00/sc.
Fonte: Cotações Agropecuárias nº 2111, de 23 de janeiro de 2020. Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de
Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.
Milho silagem
Na região de Erechim, 75% das lavouras de milho destinadas à produção de silagem
foram colhidas e 25% estão em fase de formação de grãos. Há perdas na produtividade das
lavouras e também na qualidade do produto ensilado.
Na de Soledade, as lavouras de milho em fase de formação do grão vêm sendo
ensiladas antecipadamente a fim de aproveitar o volumoso; porém, a qualidade está
comprometida. As semeaduras de milho em áreas de restevas, onde já foram colhidos o
milho para silagem e o tabaco, apresentam falhas na germinação e emergência devido à
baixa umidade do solo que se seguiu após a semeadura. A sequência de chuvas nas duas
31,00
32,00
33,00
34,00
35,00
36,00
37,00
38,00
39,00
40,00
41,00
Semanaatual
Semanaanterior
Mêsanterior
Ano anterior Média geral Média mês
40,94
40,00
37,31
34,85
36,8336,31
R$
Milho - preço médio pago ao produtor - R$/saca 60 kg
Observação: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são corrigidos por valor nominal. Ano anterior e Médias (2014-2018) são corrigidos pelo IGP-DI.
2,35
9,73
17,47
11,1612,75
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Semana anterior Mês anterior Ano anterior Média geral Média mês
%
Comparativo percentual do preço médio semanal do Milho (R$ 40,94/saca de 60 kg)
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 12, 23 jan. 2020
últimas semanas encorajou os agricultores para intensificar a operação de semeadura de
milho nas restevas de milho, fumo e feijão.
Na de Pelotas, em parte das lavouras destinadas à silagem, a semeadura ainda não foi
concluída, em função da falta de umidade nos solos; assim, deverão ser semeadas fora do
período recomendado. Muitas lavouras que seriam destinadas para grãos foram utilizadas
para silagem, que terá qualidade muito baixa devido ao desenvolvimento prejudicado pela
estiagem; além disso, a redução na qualidade da silagem vai interferir negativamente na
produção leiteira e de carne no outono e inverno.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, ocorreram perdas
significativas na produtividade e qualidade do milho para silagem devido à estiagem, com
redução da produção do volumoso.
Arroz
As fases da cultura no Estado são as seguintes: 62% das lavouras em fase de
germinação/desenvolvimento vegetativo, 26% em floração, 11% em enchimento de grãos e
1% em maturação. Em geral, a lavoura mantém bom desenvolvimento.
Fases da cultura do arroz no Rio Grande do Sul
Arroz 2020
Fases
Safra atual Safra anterior Média*
Em 23/01 Em 16/01 Em 23/01 Em 23/01
Plantio 100% 100% 100% 100%
Germinação/Des. vegetativo 62% 71% 43% 57%
Floração 26% 22% 38% 29%
Enchimento de grãos 11% 7% 18% 13%
Maduro e por colher 1% 0% 1% 1%
Colhido 0% 0% 0% 0%
Fonte: Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises.
*Média safras 2015-2019.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, as lavouras encontram-se nas fases de
germinação/desenvolvimento vegetativo, floração e em enchimento de grãos, mantendo
adequado estado de desenvolvimento. Em Uruguaiana, 90% das lavouras encontram-se em
estágio de florescimento. As chuvas ocorridas na semana (50 mm) auxiliaram no manejo da
água nas lavouras e na reposição dos mananciais. Em Quaraí, as lavouras de arroz
apresentam bom estande de plantas, sem incidência de problemas de pragas e doenças. Os
produtores têm realizado ajustes sistemáticos na irrigação, de modo a assegurar água para
todo o ciclo.
Com as condições do tempo favorecendo o bom desenvolvimento da cultura na
regional de Pelotas, 75% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo e 25%
em floração. Os produtores realizam manejo de água e aplicação de adubo nitrogenado.
Na regional de Soledade, 75% das lavouras de arroz estão no estágio de
desenvolvimento vegetativo, 20% em floração e 5% em enchimento de grãos. As lavouras
apresentam bom desenvolvimento e bom estande de plantas. As chuvas ocorridas na
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 13, 23 jan. 2020
semana ainda não são suficientes para repor os volumes dos mananciais. As lavouras mais
adiantadas no ciclo da cultura seguem recebendo tratos culturais. Já nas áreas semeadas
com restrição de umidade do solo, há falhas devido à germinação desuniforme. Em geral, as
lavouras se mantêm com bom estado fitossanitário.
Na de Santa Maria, 85% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo e
15% em floração. As chuvas das últimas semanas amenizaram a preocupação relativa à água
disponível nos mananciais para irrigação, que apresentaram boa recuperação. Os produtores
que contam com reservas de água não sofreram os efeitos da estiagem, prevendo inclusive
superior qualidade de grãos. Já aqueles que tiveram problemas, atrasaram o plantio em
função das chuvas ocorridas na primavera; foi o que ocorreu em Cacequi, onde 30% dos 11
mil hectares do município foram semeados após o período recomendado. Tal medida fará
com que a fase de floração ocorra entre fevereiro e março, quando há menor insolação e
maior risco de temperaturas noturnas baixas, condições que podem vir a comprometer a
produtividade e a qualidade dos grãos a serem colhidos.
Na de Porto Alegre, a área prevista para a safra está implantada. As lavouras estão
nas fases de desenvolvimento vegetativo, floração e em enchimento de grãos. As áreas com
a cultura têm apresentado bom estande de plantas e adequado estado fitossanitário. No
período, a atenção dos produtores é direcionada à doença fúngica brusone. Após as últimas
chuvas, os níveis de água nos mananciais tiveram reposição parcial.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, a cultura está em floração e
enchimento de grãos. As condições de temperatura têm favorecido as fases de
desenvolvimento da cultura. Os produtores de Garruchos e Santo Antônio das Missões
preocupam-se com a recorrência de chuvas de alta intensidade, já que podem diminuir a
polinização das plantas e acarretar perdas.
Mercado (saca de 50 quilos)
No levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar, a cotação no RS
alcançou preço médio de R$ 46,74/sc., aumento de 0,49% em relação à semana anterior. Na
regional de Bagé, o preço tem variado entre R$ 44,00 e R$ 49,00; na de Soledade, entre R$
45,00 e R$ 47,00; e na de Pelotas, entre R$ 46,00 e R$ 52,50. Na região de Santa Rosa, o
preço do produto estabilizou cotado a R$ 47,00. Na região de Porto Alegre, o arroz foi
comercializado entre R$ 45,00 e R$ 53,50; e em Santa Maria, entre R$ 44,50 e R$ 48,00/sc.
Fonte: Cotações Agropecuárias nº 2111, de 23 de janeiro de 2020. Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de
Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
Semanaatual
Semanaanterior
Mêsanterior
Anoanterior
Média geral Média mês
46,74 46,51 45,7441,87
49,4751,65
R$
Arroz - preço médio pago ao produtor - R$/saca 50 kg
Observação: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são corrigidos por valor nominal. Ano anterior e Médias (2014-2018) são corrigidos pelo IGP-DI.
0,492,19
11,63
-5,52
-9,51
-15
-10
-5
0
5
10
15
Semana anterior Mês anterior Ano anterior Média geral Média mês
%
Comparativo percentual do preço médio semanal do Arroz (R$ 46,74/saca de 50 kg)
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 14, 23 jan. 2020
Feijão 1ª safra
Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a cultura está na fase final de colheita, com
produtividade média de 25 sacos por hectare. As últimas lavouras colhidas apresentaram
redução de produtividade, mas ainda boa qualidade dos grãos.
Na de Santa Rosa, 95% da área já está colhida, e a produtividade média é de 1.200
quilos por hectare. Os produtores aguardam até o final de janeiro para o plantio da segunda
safra (safrinha); dessa forma, o ciclo da cultura atingirá as fases de floração e enchimento de
grãos em março, quando a tendência é de temperaturas amenas e de regime regular de
precipitações.
Na região de Frederico Westphalen, 10% das lavouras estão na fase de enchimento
de grãos e 90% já foram colhidas. Os grãos colhidos apresentam boa qualidade. A
produtividade média tem se mantido em 1.800 quilos por hectare.
Na de Pelotas, as lavouras estão nas fases de enchimento de grãos, maturação e
colheita. Atualmente, 60% das áreas já foram colhidas. A cultura foi bastante prejudicada em
dois momentos: o primeiro, na semeadura, quando ocorreu excesso de umidade e baixa
taxa de insolação, acarretando diminuição no desenvolvimento das plantas; o segundo
ocorreu nas fases de floração e enchimento de grãos, com a estiagem.
Na região de Soledade, 5% da cultura de feijão está na fase de floração, 20% em
enchimento de grãos, 10% em maturação e 65% já foi colhida. As chuvas ocorridas nas duas
últimas semanas têm favorecido a recuperação das lavouras, principalmente as implantadas
no tarde. As perdas devidas à estiagem provocaram a queda das flores geradas na primeira
camada, o que diminuiu o potencial produtivo da cultura na safra. Por outro lado, o tempo
seco tem ajudado na diminuição da incidência de pragas e doenças.
Na de Santa Maria, 30% das lavouras estão na fase de maturação e 70% já foram
colhidas. As chuvas das últimas semanas, com bons volumes e de ocorrência mais regular,
amenizaram a situação da estiagem; porém as perdas na cultura já estão consolidadas.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, as lavouras se encontram nas fases
de enchimento de grãos, em maturação e já colhidas. As lavouras de feijão estão com
rendimento dentro da normalidade na microrregião do Litoral. Nos plantios realizados mais
cedo, os efeitos danosos da estiagem e das altas temperaturas foram menores. Na
microrregião Centro-Sul, as perdas deveram-se à estiagem e às altas temperaturas ocorridas
nas fases de floração e enchimento de grãos, afetando drasticamente a produtividade por
terem acarretado queda de vagens e deformidades nos grãos. A produtividade média da
região está em 900 quilos por hectare.
Na de Erechim, 15% das lavouras estão na fase de maturação e 85% já foram
colhidas. A produtividade alcançada é de 1.842 quilos por hectare.
Feijão 2ª safra
Nas de Santa Maria e Ijuí, o plantio do feijão segunda safra iniciou após as chuvas da
semana. A intenção de plantio na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Maria
é de 1.053 hectares e poderá ser alterada em função da falta de precipitações. Já na de Ijuí,
a previsão de plantio é de 3.868 hectares.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 15, 23 jan. 2020
Mercado (saca de 60 quilos)
O preço médio do feijão no Estado foi cotado em R$ 140,63/sc., com aumento de
0,45% em relação à semana anterior, conforme o levantamento semanal de preços da
Emater/RS-Ascar. Na região de Frederico Westphalen, o preço vem se mantendo no
patamar de R$ 120,00; na de Soledade, em R$ 163,33; na de Ijuí, em R$ 133,75; na de
Pelotas, entre R$ 180,00 e R$ 210,00; na de Santa Maria, o valor oscilou entre R$ 130,00 e
R$ 150,00. Na região de Porto Alegre, o preço variou entre R$ 180,00 e R$ 450,00/sc.
Fonte: Cotações Agropecuárias nº 2111, de 23 de janeiro de 2020. Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de
Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.
Hortigranjeiros
Para acessar o mapa com a regionalização da Emater/RS-Ascar, clique aqui.
OLERÍCOLAS
Na regional de Santa Rosa, o retorno da chuva beneficiou as culturas. As espécies
folhosas como alface, rúcula, couve, salsa e cebolinha estão sendo cultivadas em sistemas
protegidos, uma vez que a alta radiação e as temperaturas altas prejudicam a produção de
olerícolas a céu aberto. Assim, se observa uma diminuição dos cultivos nas hortas
domésticas. Segue a colheita de abóboras e morangas, assim como a de tomate, com
demanda maior que a oferta. Comparada aos anos anteriores, a produção de tomate sofreu
redução; há ataque de ácaros.
Na regional de Ijuí, a diminuição da temperatura associada à maior umidade do solo
contribuiu para o melhor desenvolvimento das olerícolas, para a intensificação dos tratos
culturais e para o aumento da semeadura e transplantio das culturas. Produtores ampliam a
utilização de malhas de sombreamento para minimizar os impactos das altas temperaturas e
suprir as necessidades do mercado local. Nos cultivos em estufas, continua alta a incidência
de pragas como ácaros, tripes e mosca-branca, necessitando monitoramento constante e
controle periódico. Batata-doce e mandioca retomaram crescimento, mas ainda apresentam
pouco desenvolvimento de raízes tuberosas. A cultura do tomate apresenta boa
30,00
50,00
70,00
90,00
110,00
130,00
150,00
170,00
190,00
210,00
Semana atual Semanaanterior
Mês anterior Ano anterior Média geral Média mês
140,63 140,00 140,63153,80
202,28 203,15
R$
Feijão - preço médio pago ao produtor - R$/saca 60 kg
Observação: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são corrigidos por valor nominal. Ano anterior e Médias (2014-2018) são corrigidos pelo IGP-DI.
0,45 0,00
-8,56
-30,48 -30,78-35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
Semana anterior Mês anterior Ano anterior Média geral Média mês
%
Comparativo percentual do preço médio semanal do Feijão (R$ 140,63/saca de 60 kg)
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 16, 23 jan. 2020
produtividade, mas aumentou a incidência de doenças. Abóboras, vagens e pepino, com boa
produção e sanidade regular. Os preços na semana que passou foram os seguintes: alface a
R$ 1,80/cab., beterraba a R$ 3,40/kg, brócolis a R$ 3,75/kg, cenoura a R$ 3,50/kg, couve-flor
e pepino a R$ 4,50, mandioca com casca R$ 1,78 e descascada a R$ 4,33/kg, repolho a R$
2,80/kg, rúcula a R$ 2,00/maço e tomate a R$ 4,16/kg.
Na regional de Santa Maria, o retorno das chuvas e as temperaturas mais amenas
dão condições para a normalidade de produção. Porém, ocorreu redução do potencial
produtivo das hortaliças em geral. Os reservatórios de água recuperaram parte de seu
volume, melhorando a situação. O tomate apresentou perda no pegamento e
aproveitamento dos frutos em Santiago. O preço das olerícolas em Santa Maria são os
seguintes: alface de R$ 12,00/dz., rúcula a R$ 2,50/saquinho, brócolis a R$ 3,00/unid.,
repolho a R$ 1,00/unid., tomate a R$ 55,00/cx. de 24 quilos; a caixa de 20 quilos de batata-
doce foi comercializada a R$ 20,00 e a de mandioca a R$ 18,00.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Soledade, o cenário da olericultura
mudou com o retorno de condições normais de chuvas regulares, com boa radiação solar,
ainda que com temperaturas bastante elevadas. Com o retorno das chuvas, iniciou o
processo de recuperação das culturas a campo que não contam com sistemas de irrigação.
Melancia, abóbora, moranga, batata-doce, mandioca e milho verde são os principais
cultivos, a maioria sem irrigação; em muitas lavouras, as perdas são irreversíveis,
principalmente nas de milho verde e melancia. Já as de batata-doce e mandioca plantadas
mais cedo apresentam perdas menores; porém, em decorrência da estiagem, há falhas e
atraso no crescimento e no desenvolvimento em muitas lavouras. Folhosas cultivadas com
sistemas telados de proteção seguem com boa qualidade. Cultivos em estufa de espécies
como tomate, pepino e pimentão encontram dificuldade em função das altas temperaturas
no interior desses ambientes e devido à alta taxa de evapotranspiração, causando
abortamento de flores. Produtores utilizam telados internos na estufa a fim de amenizar os
efeitos do calor; porém, esse manejo deve ser conduzido de forma a não reduzir a radiação
solar, que causa estiolamento. Olericultores voltam a fazer o preparo do solo para plantios.
Na de Porto Alegre, com o retorno das chuvas e das temperaturas mais amenas da
última semana, as plantas apresentaram melhor desenvolvimento e produtos com melhor
qualidade. Os reservatórios de água recuperaram parte do volume com as últimas chuvas,
mas ainda preocupam produtores de olerícolas que manejam a irrigação. No Litoral Norte, o
tomate longa vida está sendo comercializado a preços de R$ 2,00 a R$ 2,50/kg, o pimentão
colorido a R$ 6,00/kg e o verde a R$ 2,50/kg.
Na regional de Bagé, a oferta de olerícolas é baixa e pouco diversificada em razão
das condições climáticas (altas temperatura, insolação e evapotranspiração) que dificultam
muito o manejo. Para amenizar os efeitos de altas radiação solar e temperaturas, foram
intensificados o uso de telas de sombreamento e o de irrigação. Estão em colheita tomate
de estufas, repolho, mandioca, batata-doce e abóbora.
Na regional de Passo Fundo, as atividades hortícolas têm exigido maior atenção
entre os produtores que cultivam sistemas a céu aberto, em virtude das altas temperaturas
e da redução das precipitações. Nos sistemas protegidos, os produtores mantêm o manejo
da água, a fertirrigação e o controle das temperaturas. As atividades hortícolas têm exigido
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 17, 23 jan. 2020
maior atenção de produtores que cultivam a céu aberto. Nos sistemas protegidos, os
produtores mantêm o manejo de água e fertirrigação e o controle das temperaturas.
Preços na feira do produtor de Passo Fundo Produto Unidade Preço (R$)
Aipim pac. 1 kg descascada 4,50
Alface lisa, crespa e americana pé 2,00
Alface produzida estufa pé 2,50
Almeirão pé 2,50
Batata-doce kg 3,00
Beterraba molho 2,50
Brócolis cab. 4,00
Cenoura kg 2,00
Chicória pé 3,00
Couve-flor cab. 4,00
Couve folha molho 2,50
Milho verde pac. 5 espigas 7,00
Moranga Cabotiá kg 2,50
Pepino conserva kg 5,50
Pepino Japonês kg 3,00
Rabanete molho 3,00
Repolho roxo kg 3,00
Repolho verde kg 2,50
Rúcula pé 2,50
Tempero verde molho 2,50
Tomate Gaúcho/paulista kg 4,00 Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritório Regional de Passo Fundo.
Cebola
Na regional de Passo Fundo, o produto colhido é de excelente qualidade. A cotação
em Ibiraiaras permaneceu em R$ 0,60/kg, com pouca comercialização.
Na regional de Pelotas, o clima seco de dezembro e janeiro favoreceu a colheita e a
cura da cultura, resultando em produto com ótima casca e cor, qualidades distintivas para a
comercialização do produto. A colheita foi praticamente concluída, e a comercialização da
cebola está bastante lenta, principalmente pelo preço baixo ofertado ao produtor.
Batata
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, 25% da área
implantada de 10.300 hectares está colhida ou pronta para colheita; o restante da área se
divide em estádio reprodutivo e crescimento vegetativo. Há perdas na produção devido ao
déficit hídrico, ao estresse térmico e à forte insolação, refletindo-se naturalmente no
tamanho das batatas e na desvalorização do produto. Para tubérculos de primeira, sem
lavagem e vendidos na propriedade, o preço médio é de R$ 1,50/kg; os de menor calibre, R$
0,50; em média o valor fica de R$ 1,00 a 1,10/kg.
Na regional de Passo Fundo, segue a colheita, com boa qualidade. O preço
permanece estável a R$ 60,00/sc. de 50 quilos da batata rosa e a R$ 40,00/sc. da branca.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 18, 23 jan. 2020
Alho
Na regional de Passo Fundo, a colheita foi concluída. Em Ibiraiaras, o produto está
sem cotação, sendo comercializado em outros mercados.
Mandioca/aipim
Na regional de Santa Rosa, a área implantada com a cultura é de 7.540 hectares,
destinada principalmente para autoconsumo das famílias e alimentação animal, além da
produção de polvilho e comercialização do produto descascado e embalado por
agroindústrias. A cultura encontra-se em desenvolvimento vegetativo; produtores realizam o
controle de invasoras. Nos municípios de produção comercial, seguem a colheita e a
comercialização da safra 2018-2019, chegando a R$ 22,00/cx. de 25 quilos em Nova
Candelária, devido à escassez do produto. Está previsto nessa semana o início da colheita do
aipim novo, porém sem expectativa de preço.
No Vale do Caí, a cultura sofreu com os efeitos do clima, com retardo no
desenvolvimento. As vendas estão baixas; o preço médio está em R$ 18,00/cx. de 22 quilos.
No Vale do Taquari, as lavouras estão em desenvolvimento vegetativo. A expectativa é de
boa produtividade, estimada em 15 toneladas por hectare. Porém, o excesso de chuvas no
início do desenvolvimento vegetativo causou falhas de plantas em algumas áreas,
principalmente por bacteriose. O desenvolvimento das raízes está atrasado em virtude da
estiagem, mas a cultura resistiu bem ao estresse. A área comercial plantada em Cruzeiro do
Sul diminuiu em relação ao ano anterior, ficando em aproximadamente 320 hectares.
Brássicas
Na regional de Lajeado, no Vale do Caí, estão sendo preparadas as áreas para
implantação de couve-flor, que ocorre a partir de fevereiro. Neste período poucas áreas
encontram-se em fase de produção. O preço médio é de R$ 18,00/dz. no mercado local. A
couve folha é comercializada a R$ 10,00/dz. As áreas destinadas à cultura do brócolis
encontram-se em rotação e preparo para implantação de novos cultivos a partir da segunda
quinzena de fevereiro. Nas áreas em produção, a qualidade ficou comprometida devido ao
sol forte e à falta de água. O brócolis está sendo comercializado em média a R$ 15,00/dz. no
mercado local. O repolho encontra-se em fase de desenvolvimento vegetativo e colheita,
sem maiores problemas fitossanitários, afora a falta de melhor disponibilidade hídrica. O
repolho verde é comercializado ao preço médio de R$ 1,50/unid., e o roxo a R$ 21,00/dz. no
comércio local.
Tomate
Na regional de Lajeado, no Vale do Caí, o tomate-cereja é cultivado em ambiente
protegido praticamente o ano todo. A safra encontra-se em plena fase de produção;
produtores já encomendam as mudas para a próxima safra. Os cultivos estão com boa
sanidade, mas é necessária atenção com a mosca-branca. O quilo do tomate-cereja a granel
está sendo comercializado a valores entre R$ 6,00 e R$ 7,00.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 19, 23 jan. 2020
Pepino
Na regional de Lajeado, no Vale do Caí, a cultura em ambiente protegido está em
plena produção e colheita. Nessa safra, a mosca-branca constitui-se na principal praga da
cultura. A ocorrência de doenças foliares apresenta baixa intensidade, desfavorecida pelo
clima. Em São José do Hortêncio, as áreas de pepino salada cultivadas em campo aberto
foram praticamente dizimadas; as cultivadas em estufa sofreram pouco os efeitos da
estiagem. Em Feliz, há sinalização de aumento no plantio em ambiente protegido, tanto do
pepino conserva quanto do salada. A procura pelo pepino salada está baixa, com preço de
R$ 30,00/cx. de 20 quilos. O preço do pepino indústria fica entre R$ 50,00 e R$ 60,00/cx. de
20 quilos.
Folhosas
Os cultivos de rúcula no Vale do Caí em ambiente protegido ocorrem o ano inteiro.
Como os ciclos de cultivo são sucessivos, a safra encontra-se em distintas fases de produção.
Os preços estão estabilizados entre R$ 0,80 e R$ 1,00/molho. Em São José do Hortêncio, a
cultura da alface apresenta perdas, mínimas se considerarmos que grande parte da área
cultivada conta com irrigação e sombrite. A cotação média da alface aumentou em relação à
do mês anterior; na Ceasa variou de R$ 15,00 a R$ 20,00/dz.
Milho verde
No Vale do Taquari, a qualidade do milho verde está abaixo do normal. Muitos
produtores plantam de forma escalonada, sendo que o plantio do cedo teve produtividade
normal. Já as áreas em desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos estão
muito prejudicadas. Algumas lavouras que estavam em pendoamento na época da estiagem
tiveram perda total. O preço recebido pelos produtores é de R$ 0,20/espiga.
FRUTÍCOLAS
Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, a colheita de uva se
encaminha para o final; houve redução na qualidade das bagas comparativamente às
colhidas no início da safra, em razão do ataque de vespas, abelhas e de outros insetos que
prejudicam a apresentação. Nos próximos dias, produtores iniciarão aplicações de calda
bordalesa para controle das doenças foliares e manutenção das folhas nas parreiras. As
frutas estão muito doces; alguns produtores fazem vinho, suco e geleia. Produtores também
colhem manga, abacaxi, figo e maçã para autoconsumo. Em Porto Vera Cruz, ainda há
propriedades em colheita de laranjas. A de morango em sistema semi-hidropônico está em
fase final. Produtores encomendam mudas importadas para a próxima safra. Os citros
apresentam menor carga de frutos em decorrência da boa produção do ano anterior. Segue
a colheita de melancia, e embora os frutos apresentem boa qualidade, é necessário cobri-los
com jornal ou palha seca para proteger contra o sol. Algumas lavouras comerciais de melão
estão em plena colheita e comercialização.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 20, 23 jan. 2020
Na regional de Ijuí, a comercialização de uva foi intensificada no período. O produto
é de boa qualidade, com elevado grau brix. Há aumento gradual da incidência de podridão
nas bagas, mas sem impacto no resultado da cultura; boa sanidade da parte vegetativa.
Cultura do melão com excelente produtividade e bom escoamento da produção; produtores
satisfeitos com preço de venda. Melancia com colheita atrasada, mas com frutos grandes e
de boa qualidade; sanidade das plantas superior em relação ao ano anterior. Ocorre intensa
comercialização nas vias de deslocamento da região e no comércio local. Cultura do pêssego
em final de colheita. As frutas foram comercializadas com os seguintes preços por quilo:
melancia a R$ 1,33, melão a R$ 2,45, pêssego a R$ 3,75, uva a R$ 4,25, laranja a R$ 1,20 e
bergamota a R$ 1,50/kg.
Na regional de Santa Maria, o crescimento das frutíferas melhorou com a condição
favorável de luz e mais umidade do solo. Em São João do Polêsine, continua a colheita da
uva e do pêssego. Os pomares de caqui estão em fase de crescimento dos frutos, e o figo
encontra-se no estágio de maturação. A cultura da banana apresenta problema na emissão
de cachos em virtude do déficit hídrico do final do ano. A cultura está em fase de raleio nas
touceiras e de adubação. A qualidade do produto está boa, e o preço praticado é de R$ 2,50
a R$ 3,50/kg, com grande procura. Em Agudo, a cultura do morango está em plena
produção, e o preço médio é de R$ 15,00/kg.
Na regional de Bagé, produtores comerciais monitoram os pomares quanto ao
ataque de pragas e à necessidade de tratamentos fitossanitários. Citros, oliveiras e noz pecã
encontram-se em desenvolvimento dos frutos. Segue a colheita de pêssego, figo, melão e
melancia; morango em final de colheita. Iniciou a de uva; plantas com excelente carga e boa
expectativa de produção. Produtores realizam tratamentos fitossanitários para controle de
pragas.
Pêssego
Na regional de Pelotas, foi encerrada a colheita do pêssego destinado à indústria,
restando pequenas áreas cuja produção é destinada ao mercado in natura. A produção foi
bastante prejudicada por falta de insolação, pela alta umidade no período da floração e
ainda pela estiagem ocorrida no final do ciclo, durante a fase de enchimento do fruto. O
preço oferecido pela indústria para a fruta tipo I (calibres maiores que 57 mm) é de R$
1,30/kg e para o tipo II (calibres entre 53 e 57 mm) R$ 1,05/kg. Esses valores estão abaixo da
expectativa dos produtores, que era de R$ 1,60/kg e R$ 1,30/kg, respectivamente.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Soledade, segue a colheita das
variedades intermediárias e semitardias, antecipada pelo déficit hídrico ocorrido na fase
final de formação do fruto; houve redução do tamanho.
Na regional de Erechim, segue a colheita do pêssego, com frutos de boa qualidade,
mas com redução da produtividade devido à redução no tamanho. Os preços ao produtor
seguem entre R$ 3,00 e R$ 4,00/kg.
Na de Passo Fundo, segue a colheita da fruta, comercializada de R$ 3,00 a R$ 5,00/kg
nos mercados locais.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 21, 23 jan. 2020
Uva
Na regional de Caxias do Sul, estão em plena colheita as variedades superprecoces
como Chardonay, Riesling, Pinot Noir, Concord, Isabel precoce e inicia a das variedades de
ciclo precoce, como Niágara e Bordô. A maioria dessas variedades apresenta cacho de
tamanho bem menor que o tradicional, bagas mais finas e cachos ralos. As duas primeiras
características derivam da deficiência hídrica e forte radiação solar, e a última é
consequência do excesso de chuvas e da baixa radiação solar em outubro e novembro,
período do estádio de florescimento. São fatos positivos tanto a excelente sanidade das
bagas quanto o bom grau de açúcar. As chuvas das últimas semanas estancaram o avanço de
murchamento de brotos e bagas, o secamento e a perda de folhas e brotos. As cultivares de
ciclo médio e tardio apresentam maturação forçada e bastante adiantada; mas mesmo com
o retorno das chuvas, não haverá tempo para recuperação do calibre das bagas. Principal
uva de mesa da região, a Niágara rosada vem sendo fortemente ofertada pelos viticultores,
mesmo com baixa qualidade, a fim de reduzir perdas e aliviar as plantas. Tal fato derrubou a
precificação da fruta. Os preços médios na propriedade para as uvas de mesa são os
seguintes: americanas sem proteção a R$ 2,00/kg, Niágara protegida a R$ 5,00 e uvas finas a
R$ 10,00/kg.
Na regional de Erechim, com 560 hectares de plantios comerciais, segue a colheita
com boa qualidade. Os preços pagos para o produtor ficaram estáveis. Na de Passo Fundo, a
variedade Niágara está em colheita. O preço recebido é de R$ 2,00 a R$ 2,50/kg nos
mercados locais.
Na regional de Frederico Westphalen, onde a cultura está implantada em 1.176
hectares, o rendimento está bom, dentro da média da região, entre 12 e 15 toneladas por
hectare, com boa qualidade. A colheita segue em Sarandi e está sendo finalizada em
Planalto, Alpestre e Ametista.
Ameixa
Na regional de Soledade, produtores de Passa Sete estão finalizando a colheita da
ameixa variedade Italiana. Houve redução expressiva da produtividade, em função de fatores
climáticos, como a falta de acúmulo de horas de frio no inverno, o excesso de chuva na
floração e a estiagem no período da formação do fruto. O preço pago ao produtor é de R$
2,80/kg.
Morango
Na região do Vale do Caí, na regional da Emater/RS-Ascar de Lajeado, apesar do
clima fora do padrão para a cultura, com temperaturas médias diárias acima de 28°C, ainda é
muito significativa a produção de morangos em substrato, mesmo com as altas
temperaturas. Há ocorrência de oídio e ácaros. As áreas cultivadas no solo não produzem
mais neste período; produtores se organizam para implantar novas áreas a partir do final de
fevereiro e março. A cumbuca de 250 gramas está sendo comercializada entre R$ 2,50 e R$
3,00. A comercialização é menor neste período em função da entrada de outras frutas da
estação, como uva e melancia. No Vale do Taquari, a produção está encerrada na maior
parte das áreas mais baixas. As unidades de cultivo em ambiente protegido localizadas em
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 22, 23 jan. 2020
áreas onde a altitude é um pouco maior ainda conseguem obter produção significativa; o
preço médio recebido é de R$ 15,00/kg. Produtores praticamente finalizaram a encomenda
de mudas para o próximo ciclo, havendo indicativos de estabilidade nas áreas de plantio.
Na regional de Pelotas, onde são cultivados 50 hectares, segue a colheita do
morango cultivado em canteiros e no solo. Os frutos apresentam tamanho menor devido ao
calor e à radiação solar intensa. A colheita das cultivares de dias curtos foi encerrada.
Produtores intensificam os manejos de limpeza das plantas e iniciam o preparo das áreas
para plantio das mudas para o novo ciclo, que deverá ser implantado com mudas importadas
da Espanha. Em Turuçu, houve redução no tamanho das frutas, mas aumentou o grau de
açúcar; o preço pago ao produtor é de R$ 5,00/kg; na venda direta ao consumidor, R$
8,00/kg.
Melancia
Na regional da Emater/RS-Ascar de Pelotas, a cultura encontra-se com bom
desenvolvimento, e a colheita iniciou na semana anterior. As lavouras de melancia não
sentiram efeitos negativos da estiagem, pois muitos produtores dispõem de recursos para o
molhamento nas lavouras.
Na regional de Porto Alegre, a cultura foi afetada pela estiagem e pelas altas
temperaturas, que reduziram o desenvolvimento das frutas; além disso, o peso ficou abaixo
do normal e há marcas de queimaduras provocadas pelo sol, comprometendo a qualidade e
o valor de mercado. Triunfo, maior produtor da região, foi um dos municípios mais afetados.
A safra da melancia encaminha-se para o final, acelerada pelas condições climáticas adversas
na região. O preço médio recebido pelos produtores é de R$ 0,40/kg a R$ 0,50/kg.
Banana
No Litoral Norte, que integra a regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, segue
a colheita de banana. O preço praticado no mercado local para a Prata de primeira
permaneceu em R$ 40,00/cx. de 20 quilos e em R$ 20,00/cx. para a banana de segunda. Já o
preço da Caturra caiu, ficando em R$ 16,00/cx. de 20 quilos de banana de primeira e em R$
8,00/cx. para banana de segunda qualidade.
Citros
Na regional de Soledade, a cultura encontra-se na fase de formação de frutos; em
geral, pomares seguem com boa sanidade. Tem continuidade o manejo fitossanitário para o
cancro cítrico. Com o retorno de chuvas regulares, vem ocorrendo o distúrbio de excesso de
turgescência nos frutos, ou seja, a rachadura do fruto, ocasionada pelo crescimento superior
da polpa em relação à casca.
Na regional de Caxias do Sul, os pomares apresentam boas condições fitossanitárias
e estão na fase de crescimento inicial de frutas; inicia a prática cultural do raleio de frutas
nas bergamoteiras. Embora se tenha contado com as boas chuvas das últimas semanas e
com a amenização das temperaturas, muitos pomares apresentam queimadura em frutas
mais expostas e amarelecimento, murchamento e queda de folhas nas plantas com maior
carga de frutas. O calibre final dessas frutas pode ter sido afetado pelos efeitos da estiagem.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 23, 23 jan. 2020
Alguns pomares apresentam ataque da larva minadora, exigindo controle em pomares
novos. Com o retorno da umidade do solo, ervas espontâneas crescem aceleradamente,
requerendo controle por meio de roçadas.
COMERCIALIZAÇÃO DE HORTIGRANJEIROS – CEASA/RS
Dos 35 principais produtos analisados semanalmente pela Gerência Técnica da
Ceasa/RS, 15 produtos ficaram estáveis em preços, seis tiveram alta e em 14 ocorreu baixa.
Observamos que são analisados como destaques em alta ou em baixa somente os produtos
que tiveram variação de preços em 25% para cima ou para baixo. Dois produtos destacaram-
se em alta e dois em baixa.
Produtos em alta
Mandioca – de R$ 1,40 para R$ 1,75/kg (+25,00%)
A procura pela mandioca da safra nova já repercute nos preços praticados. Esta
sensível elevação nos preços é de ocorrência tradicional nesta época do ano, visto que a
qualidade superior do produto é reconhecida pelos consumidores e varejistas. Acessaram ao
mercado nesta terça-feira 9.010 quilos, enquanto que o volume médio por dia forte para
janeiro do último triênio foi 18.550 quilos.
Morango – de R$ 8,00 para R$ 10,00/kg (+25,00%)
Principalmente as altas temperaturas ocorridas nas últimas semanas aceleraram a
produção do morango e, em consequência, aumentaram os volumes ofertados,
repercutindo em baixa nos preços praticados. Neste momento, após escoada boa parte
desses volumes, o mercado volta ao equilíbrio da oferta e procura, retornando ao preço
anterior de R$ 10,00/kg. Entraram nesta terça-feira 24.867 quilos de morango, volume
muito próximo da média por dia forte no mês de janeiro do último triênio, que foi 24.700
quilos.
Produtos em baixa
Repolho verde – de R$ 1,50/kg para R$ 1,11/kg (-26,00%)
Como já divulgado recentemente, o excesso de chuvas em novembro e o calor
intenso em dezembro ocasionaram grandes perdas nas lavouras, tanto pelo apodrecimento
das plantas como pela escaldadura e queima das folhas devido ao forte calor e à intensidade
da radiação solar. Com a oferta reduzida, o preço praticado elevou-se, conforme a lei da
oferta e da procura. A sensação de que o preço estava muito acima daquele que era
comumente praticado levou o consumidor a reduzir a procura, forçando para baixo os
preços praticados. Entraram para o abastecimento nesta terça-feira 135.507 quilos de
repolho, volume superior à entrada na terça-feira da semana passada, que foi 107.222
quilos.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 24, 23 jan. 2020
Tomate-caqui longa vida – de R$ 3,06 para R$ 1,50/kg (-50,98%)
Embora as lavouras de tomate também tenham sido afetadas pela falta de chuvas e
pelo calor intenso, até o momento estas condições ainda não foram suficientes para
interferir nos volumes e na qualidade do produto que está sendo colhido. A plena safra
gaúcha que abastece o mercado força os preços para baixo. Nesta terça-feira o preço
praticado para o tomate de boa qualidade foi R$ 1,50/kg, valor inferior à média por dia forte
do triênio 2017-2019, que foi R$ 2,09/kg.
Hortigranjeiros em variação semanal de preço – Ceasa/RS Produtos em alta Unidade 14/01/2020
(R$)
20/01/2020
(R$)
Aumento (%)
Chuchu kg 2,22 2,25 +1,35
Laranja suco kg 1,56 1,66 +6,41
Mandioca (aipim) kg 1,40 1,75 +25,00
Morango kg 8,00 10,00 +25,00
Ovo branco dz. 2,83 3,17 +12,01
Vagem kg 7,00 7,50 +7,14
Produtos em baixa Unidade 14/01/2020
(R$)
20/01/2020
(R$)
Redução
(%)
Alface pé 0,83 0,67 -19,28
Banana Caturra kg 2,00 1,75 -12,50
Banana Prata kg 3,00 2,75 -8,33
Batata-doce kg 1,75 1,50 -14,29
Beterraba kg 1,78 1,75 -1,69
Cebola nacional kg 1,10 1,00 -9,09
Cenoura kg 1,94 1,75 -9,79
Limão Taiti kg 2,22 1,94 -12,61
Maçã Red Delicious kg 5,00 4,72 -5,60
Mamão Formosa kg 3,00 2,50 -16,67
Manga kg 3,06 2,66 -13,07
Milho verde bdj. 2,50 2,00 -20,00
Repolho verde kg 1,50 1,11 -26,00
Tomate-caqui longa vida kg 3,06 1,50 -50,98
Fonte: Centrais de Abastecimento do RS – Ceasa/RS.
Outras Culturas
Erva-mate
Na regional de Erechim, segue a colheita, com produtividade média de 600 arrobas
por hectare. O preço por arroba varia de R$ 8,00 a R$ 15,00; há redução se comparado ao
final do ano passado, quando estava entre R$ 10,00 e R$ 17,00. Em alguns municípios da
região, a cultura é importante opção de diversificação nas propriedades.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 25, 23 jan. 2020
Na regional de Soledade, a estiagem atrasou o crescimento da erva-mate, mas os
ervais iniciaram a recuperação com a volta de chuvas regulares. No entanto, o maior
problema está nos plantios e replantios realizados em função da morte de mudas; em alguns
locais, chegou a mais de 50% delas. O preço pago ao produtor varia de R$ 12,00 a R$
15,00/arroba, não incluso o preço do serviço de colheita do tarefeiro, que fica em torno de
R$ 3,00/arroba.
Na regional de Passo Fundo, a área implantada com a cultura é de 1.110 hectares,
com produção anual de em torno de 11.700 toneladas de folha verde. Os principais
municípios produtores são Nova Alvorada, Machadinho e Capão Bonito do Sul. Agricultores
realizam monitoramento e controle de pragas, manejo da cobertura de solo e adubação. A
colheita ocorre normalmente. No entanto, neste período os ervais estão em brotação,
reduzindo o processo de industrialização, que passará a normalizar a partir de março.
Na produção de mudas, é realizado o monitoramento da formação e maturação dos
frutos para obtenção de sementes, iniciando a coleta das sementes no final do mês. A
produção de mudas está em desenvolvimento em ambiente controlado, para,
posteriormente, ser iniciado o processo de rustificação – adaptação das mudas às oscilações
da radiação solar – em ambiente aberto, para fins de plantio previsto entre final de março e
início de abril. O preço pago ao produtor pela erva-mate entregue na indústria é de R$
13,00/arroba; para a cultivar Cambona 4, é de R$ 15,00/arroba. O preço da muda de erva-
mate é de R$ 1,50/unid.
Criações
Para acessar o mapa com a regionalização da Emater/RS-Ascar, clique aqui.
PASTAGENS
Com a continuidade das chuvas ocorridas na semana, os campos nativos e as
pastagens cultivadas retomaram seu desenvolvimento, propiciando melhores condições de
pastejo para os animais.
As pastagens cultivadas perenes se recuperam e aumentam a produção de massa
verde mais rapidamente do que os pastos nativos.
As áreas destinadas à fenação têm apresentado um bom rendimento.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 26, 23 jan. 2020
BOVINOCULTURA DE CORTE
Na maior parte das regiões do Estado, o gado bovino de corte encontra-se em bom
estado e em boas condições sanitárias.
Os rebanhos que estão em áreas onde houve maior incidência de chuvas retomaram
o ganho de peso mais rapidamente e estão em melhores condições corporais.
Mesmo mantendo uma boa condição nutricional geral, os animais que estavam em
áreas que sofreram mais com a estiagem tiveram uma pequena perda de peso, que está
sendo recuperada.
Em função do período de cobertura que está em andamento, há necessidade de uma
especial atenção para manter ou recuperar o peso ideal das matrizes e reprodutores a fim
de garantir um bom índice de fertilização.
Comercialização
Durante a semana, o preço do boi para abate no RS registrou mais uma queda,
enquanto o da vaca ficou estável. O do boi caiu 0,14%, passando de R$ 6,93 para R$ 6,92/kg
vivo; o da vaca permaneceu em R$ 6,00/kg vivo.
Esses valores ainda mantêm uma considerável diferença em comparação aos preços
registrados há um ano. O preço atual do quilo vivo do boi para abate teve um acréscimo de
27,44% e o da vaca está 30,15% maior que em 24 de janeiro de 2019.
Preços médios das categorias de bovinos de corte em regiões e municípios do RS Categoria
(R$ por kg/cab.)
Região de
Bagé
Região de
Porto Alegre
Região de
Caxias do Sul
Bossoroca
Boi gordo (kg) 7,00 6,23 6,80 6,90
Vaca gorda (kg) 5,80 5,70 6,00 6,15
Vaca de invernar (kg) 5,20 - 5,80 5,50
Vaca solteira (cab.) - 1.525,00 - -
Vaca c/cria ao pé (cab.) - 2.000,00 - 2.900,00
Novilha (cab.| kg) - 1.250,00 5,80 6,50
Terneiro (kg) 7,50 7,40 7,00 6,90
Novilho (kg | cab. | kg) 6,50 1.475,00 6,45 6,40
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritórios Regionais.
Fonte: Cotações Agropecuárias nº 2111, de 23 de janeiro de 2020. Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de
Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
Semana atual Semanaanterior
Mês anterior Ano anterior Média geral Média mês
6,92 6,93 7,10
5,43
6,13 6,39
Boi - preço médio pago ao produtor - R$/kg vivo
Observação: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são corrigidos por valor nominal. Ano anterior e Médias (2014-2018) são corrigidos pelo IGP-DI.
R$
-0,14
-2,54
27,44
12,89
8,29
-5,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
Semana anterior Mês anterior Ano anterior Média geral Média mês
Comparativo percentual do preço médio semanal do Boi (R$ 6,92/kg vivo)
%
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 27, 23 jan. 2020
BOVINOCULTURA DE LEITE
No geral, os rebanhos bovinos de leite do RS apresentam boa condição corporal e
sanitária.
O período prolongado de estiagem ocorrido em dezembro e início de janeiro
provocou uma queda na produção leiteira maior do que a que costuma ocorrer nesses
meses, em comparação com o pico de produção sazonal de outubro e novembro.
Em muitos casos, além da queda do volume, foi observada a diminuição da qualidade
do leite. Com isso, além do aumento do custo de produção resultante da necessidade de
maior suplementação alimentar, o período de estiagem também provocou queda no valor
obtido pelo leite.
Os criadores têm a expectativa de que a retomada do crescimento das pastagens seja
mantida para se obter a recuperação de níveis normais de produção, com menores custos.
Na maior parte das regiões, as áreas de milho destinadas à silagem plantadas mais
cedo sofreram prejuízos irreparáveis, mas aquelas com plantio mais tardio ainda podem
atingir uma boa produção, desde que ocorram chuvas com mais regularidade.
OVINOCULTURA
Os rebanhos ovinos gaúchos mantêm bom escore corporal e boa sanidade.
Continua o período de banhos obrigatórios para controle de piolhos e sarna. Também
estão na pauta do manejo sanitário o controle estratégico de verminoses e o combate às
ectoparasitoses causadas por larvas de moscas.
Em várias propriedades nas diversas regiões, é temporada de encarneiramento até o
final de fevereiro, enquanto em outras o manejo envolve o preparo de ventres e carneiros
para a realização de cobertura em março e abril.
Comercialização
Nesta semana, o preço médio do cordeiro para abate no RS teve mais uma queda,
agora de 0,13%, passando de R$ 7,49 para R$ 7,48/kg vivo. No entanto, esse valor ainda é
10,49% maior que o registrado há um ano.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em São Gabriel, os preços do
quilo dos principais tipos de lã na última semana foram os seguintes: Merina – de R$ 19,00 a
R$ 20,00; Ideal – de R$ 17,00 a R$ 19,00; Corriedale – de R$ 8,50 a R$ 9,50; Romney Marsh –
R$ 4,50; raças de carne – R$ 3,50. Os preços de comercialização de ovinos na região tiveram
as seguintes médias: ovelha de cria – R$ 300,00/cab., ovelha de consumo – R$ 250,00/cab.,
capão – R$ 5,00/kg, cordeiro – R$ 7,50/kg.
Na região de Pelotas, os preços do quilo dos principais tipos de lã foram os seguintes:
Merina – de R$ 14,29 a R$ 23,00; Ideal (Prima A) – de R$ 9,82 a R$ 17,00; Corriedale (Cruzas
1 e 2) – de R$ 3,50 a R$ 9,00. Os preços de comercialização de ovinos foram os seguintes:
ovelha – de R$ 5,30 a R$ 8,00/kg vivo, capão – de R$ 5,50 a R$ 8,00/kg vivo, cordeiro – de R$
7,00 a R$ 8,50/kg vivo.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 28, 23 jan. 2020
APICULTURA
Nas diversas regiões do RS, as condições gerais dos apiários são boas, e os enxames
desenvolvem boa atividade.
A safra de primavera está em andamento, com resultados diferenciados nas regiões.
Os melhores resultados em produtividade do mel vêm ocorrendo nas regiões
administrativas da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, Santa Maria, Frederico Westphalen,
Erechim e Caxias do Sul.
Nas regiões de Bagé, Pelotas e Soledade, o início de safra foi mais dificultoso, e a
produtividade ainda é baixa.
Comercialização
Preços praticados na comercialização do mel Região A granel (R$/kg) Embalado (R$/kg)
Bagé 5,00 20,00
Caxias do Sul 7,00 25,00
Erechim 8,00 20,00
Ijuí - 21,50
Pelotas 4,00 a 15,00 15,00 a 20,00
Porto Alegre - 15,00 a 25,00
Santa Maria 5,00 15,00 a 22,00
Santa Rosa 5,00 a 10,00 15,00 a 18,00
Soledade 6,00 15,00 a 20,00
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritórios Regionais.
PISCICULTURA
No geral, o volume de água dos açudes é satisfatório, mas ocorrem alguns casos de
deficiente oxigenação da água, em consequência das altas temperaturas.
O desenvolvimento dos peixes é bom, e as despescas realizadas têm bons resultados.
Vários açudes ainda estão sendo povoados para a produção de peixes destinados à
comercialização da Semana Santa.
Comercialização
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, o preço do quilo vivo
da Tilápia inteira vendida na propriedade ficou em R$ 5,50 e o do filé de Tilápia vendido
pelas agroindústrias familiares ficou em R$ 25,00/kg.
Na região de Erechim, durante a semana, os preços do quilo vivo de peixe inteiro
criado em cativeiro foram os seguintes: Carpa – de R$ 10,00 a R$ 13,00; Jundiá – R$ 18,00,
Pacu – R$ 15,00; Traíra – R$ 13,00. O filé de Tilápia ficou entre R$ 22,00 e R$ 28,00/kg.
Na de Santa Rosa, os preços do quilo vivo dos peixes vendidos na propriedade foram
os seguintes: Tilápia – de R$ 5,50 a R$ 6,50; Carpa – de R$ 6,00 a R$ 8,00.
Na região de Ijuí, os preços do quilo vivo de peixe na propriedade foram os
seguintes: Carpa – de R$ 10,50 a R$ 13,50; Tilápia – de R$ 5,00 a R$ 5,50. O filé de Tilápia
ficou em R$ 30,00/kg.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 29, 23 jan. 2020
PESCA ARTESANAL
A pesca de Camarão está ocorrendo normalmente e com boa produtividade na Lagoa
do Peixe, que tem parte de seu estuário na região administrativa da Emater/RS-Ascar de
Porto Alegre e parte na de Pelotas.
Em alguns dias da semana, os ventos fortes ocorridos no litoral dificultaram a prática
da pesca artesanal marinha.
Comercialização
O camarão capturado na Lagoa do Peixe está sendo comercializado a R$ 15,00/kg
com casca e entre R$ 45,00 e R$ 60,00/kg descascado.
Na regional de Porto Alegre, as espécies de pescado artesanal marinho mais
capturadas e vendidas foram Papa-terra e Pescada, a preços em torno de R$ 10,00/kg.
A regionalização administrativa da Emater/RS-Ascar se organiza em 12 escritórios
regionais, sendo que cada região contempla áreas geográficas dos Conselhos Regionais de
Desenvolvimento – Coredes, conforme mapa abaixo.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 30, 23 jan. 2020
Preços Semanais
COMPARAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTERIORES
(Cotações Agropecuárias nº 2111, 23 jan. 2020)
Produtos Unidade
Semana
Atual
Semana
Anterior
Mês
Anterior
Ano
Anterior
Médias dos Valores da
Série Histórica –
2014/2018
23/01/2020 16/01/2020 26/12/2019 24/01/2019 GERAL JANEIRO
Arroz 50 kg 46,74 46,51 45,74 41,87 49,47 51,65
Boi kg vivo 6,92 6,93 7,10 5,43 6,13 6,39
Cordeiro kg vivo 7,48 7,49 7,43 6,77 6,91 6,89
Feijão 60 kg 140,63 140,00 140,63 153,80 202,28 203,15
Milho 60 kg 40,94 40,00 37,31 34,85 36,83 36,31
Soja 60 kg 78,19 78,00 78,77 73,26 82,20 82,66
Sorgo 60 kg 30,17 29,37 28,43 28,73 30,28 30,56
Suíno kg vivo 4,05 4,11 3,94 3,30 4,30 4,49
Trigo 60 kg 40,84 40,17 40,17 42,64 41,20 39,15
Vaca kg vivo 6,00 6,00 6,19 4,61 5,38 5,64
20-24/01 13-17/01 23-27/12 21-25/01
Fonte: Emater/RS-Ascar. GPL/NIA. Cotações Agropecuárias nº 2111 (23 jan. 2020).
Notas: 1) Índice de correção: IGP-DI (FGV). 2) Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano
Anterior e Médias dos Valores da Série Histórica são valores corrigidos. Média Geral é a média dos preços mensais do
quinquênio 2014-2018 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da
série histórica 2014-2018.
Notas Agrícolas
Mapa negocia R$ 1,5 bilhão para apoiar contratação do seguro rural em 2021
Orçamento será articulado entre o Mapa e a área econômica com o objetivo de impulsionar
o seguro rural como principal instrumento mitigador de riscos climáticos na agricultura
Desde o dia 2 de janeiro, os produtores podem procurar os corretores, instituições
financeiras, cooperativas e revendas para contratar as apólices de seguro no âmbito do
Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). São 14 companhias seguradoras
credenciadas no programa operando em todas as regiões do país e ofertando seguros rurais
para mais de 60 culturas e atividades. Para 2020, está previsto R$ 1 bilhão para o programa,
maior valor para subvenção desde sua criação.
Com o objetivo de dar continuidade à promoção do seguro rural como principal
instrumento mitigador de riscos climáticos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) irá debater com a área econômica do governo federal a meta de
ampliar o orçamento do programa para R$ 1,5 bilhão no exercício de 2021.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 31, 23 jan. 2020
Regras em 2020
Novas regras de subvenção entram em vigor este ano, o que irá permitir que mais
produtores tenham acesso à subvenção (veja tabela). A estimativa é apoiar a contratação de
aproximadamente 250 mil apólices, possibilitando a cobertura de 18 milhões de hectares e
um valor segurado de R$ 50 bilhões. A projeção considera o comportamento de
contratações em anos anteriores e pode variar dependendo do perfil de contratação de
seguro rural por atividade e tamanho de produtor.
A partir dos ajustes feitos nas regras, a expectativa é que 17% a mais de produtores
sejam contemplados com seguro rural no PSR, quando comparado com a regra anterior.
Para as culturas de frutas, olerícolas, cana-de-açúcar, pecuária, aquícola e florestas, a
subvenção ao prêmio do seguro aumentou de 35% para 40%. Além disso, produtores de
culturas de inverno, como trigo e milho de segunda safra, terão subvenção de 40% no tipo
de cobertura de multirrisco, que antes estava em 35%.
Para grãos de verão, como soja e milho, e para o café, a subvenção pode variar entre
20% e 30%, a depender do tipo de cobertura e de produto contratado. As mudanças
também foram realizadas no limite financeiro anual por beneficiário na modalidade agrícola,
que passou de R$ 72 mil para R$ 48 mil, considerando que um pequeno número de apólices
era beneficiada com os limites maiores e a redistribuição desses valores possibilitará que
mais agricultores tenham acesso à subvenção.
O diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Mapa, Pedro Loyola, ressaltou
que a simplificação nas regras foi aprovada pelo Comitê Gestor Interministerial do Seguro
Rural no ano passado. "Essas mudanças atendem demandas do setor para tornar o seguro
mais acessível”, disse.
Além disso, o Mapa está com projetos para melhorar os produtos e serviços
entregues pelas seguradoras habilitadas. “Estamos criando um monitor do seguro rural em
que as entidades poderão, com auxílio do Mapa, formalizar para o mercado segurador
demandas fundamentadas visando aperfeiçoar ou desenvolver novos produtos de seguro
rural".
Outro objetivo do Mapa é elevar o patamar de qualidade dos serviços entregues
pelas seguradoras aos produtores. “Vamos cobrar melhorias nas coberturas e
produtividades estipuladas, bem como dos serviços dos corretores e de peritos agrícolas.
Esses últimos terão que fazer parte de um cadastro nacional e serão submetidos a cursos de
capacitação e de certificação até 2022. Todas essas ações fazem parte do Programa AGIR –
Agro Gestão Integrada de Riscos no âmbito do projeto de Promoção do Seguro Rural”,
finalizou.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1590, p. 32, 23 jan. 2020
Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) – 2020
Modalidades de Seguro
Grupos de Atividades
Tipo de Cobertura
Tipo de Produto Percentual Subvenção
Limite Anual (R$)
Agrícola
Grãos de Verão e café*
Riscos Nomeados
Custeio/Produtividade 20%
48.000
Multirrisco Custeio/Produtividade 25%
Receita 30%
Grãos de Inverno**
Riscos Nomeados
Custeio/Produtividade 35%
Multirrisco Custeio/Produtividade/Receita 40%
Frutas, Olerícolas e
Cana-de-Açúcar
- - 40%
Florestas Silvicultura (florestas
plantadas)
- - 40%
24.000
Pecuário
Aves, bovino, bubalinos, caprinos, equinos, ovinos e suínos
24.000
Aquícola Carcinicultura, maricultura e piscicultura
24.000
Valor Máximo Subvencionável (CPF/ano) 120.000 Fonte: Resolução nº 68, de 08 de agosto de 2019
*Grãos de Verão: algodão, amendoim, arroz, café, fava, feijão, girassol, milho 1ª safra e soja.
**Grãos de Inverno: aveia, canola, cevada, centeio, milho 2ª safra, sorgo, trigo e triticale.
O que é o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural?
O produtor rural adquire uma apólice de seguro para a lavoura/atividade com o auxílio
financeiro do governo federal. Em caso de quebra da safra por causa de evento climático
adverso (seca ou excesso de chuvas, por exemplo) ou variação de preços, as obrigações
financeiras do produtor serão pagas pela seguradora.
Com esse mecanismo, o produtor consegue taxas de juros mais baixas, já que o risco de ficar
inadimplente cai. O seguro minimiza ainda as chances de um possível socorro financeiro
governamental e renegociação de dívidas após a safra.
Fonte: Mapa (publicado em 20/01/2020).