25
04/09/2015 1 1º Seminário – Projeto de estruturas pré-fabricadas – Parte 1 Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto Angelo Rubens Migliore Junior [email protected] www.migliorepastore.com.br Rio do Sul SC, 02 de setembro de 2015 Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto Mini Currículo 2 Engenheiro Civil (Unifeb, 1980), mestre em Engenharia de Estruturas (EESC-USP, 1987) e doutor em Ciência e Engenharia de Materiais (UFSCar, 1992). Atualmente é sócio-proprietário da empresa Migliore & Pastore Engenharia Ltda. e professor de cursos de pós- graduação em Engenharia de Estruturas pela UniLins, Sociesc, Ycon, Unidavi, Incursos e Metrocamp. Diretor Regional da ABECE S.J. Rio Preto. Atua profissionalmente com projeto de estruturas de concreto armado, protendido e pré-moldado, tendo realizado mais de 1.700 serviços desde 1981 nas áreas de edifícios residenciais, comerciais e industriais; pontes, viadutos e passarelas; fundações de bases e equipamentos; recuperação e reforço estrutural de obras de concreto.

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04/09/2015

1

1º Seminário – Projeto de estruturas

pré-fabricadas – Parte 1

Reflexões sobre o projeto estrutural

de pré-fabricados de concreto

Angelo Rubens Migliore Junior

[email protected]

www.migliorepastore.com.br

Rio do Sul – SC, 02 de setembro de 2015

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

Mini Currículo

2

• Engenheiro Civil (Unifeb, 1980), mestre em Engenharia de

Estruturas (EESC-USP, 1987) e doutor em Ciência e

Engenharia de Materiais (UFSCar, 1992).

• Atualmente é sócio-proprietário da empresa Migliore &

Pastore Engenharia Ltda. e professor de cursos de pós-

graduação em Engenharia de Estruturas pela UniLins,

Sociesc, Ycon, Unidavi, Incursos e Metrocamp.

• Diretor Regional da ABECE S.J. Rio Preto.

• Atua profissionalmente com projeto de estruturas de

concreto armado, protendido e pré-moldado, tendo realizado

mais de 1.700 serviços desde 1981 nas áreas de edifícios

residenciais, comerciais e industriais; pontes, viadutos e

passarelas; fundações de bases e equipamentos;

recuperação e reforço estrutural de obras de concreto.

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04/09/2015

2

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

Construção civil no Brasil

Setor considerado atrasado, se comparado a outros ramos

industriais

Baixa produtividade;

Desperdício de materiais;

Morosidade;

Baixo controle de qualidade no projeto e na produção.

Síndrome dos 3 D

Dirty Sujo

Difficult Difícil

Dangerous Perigoso

Cheap Barato

Estrutura ~20 a 30%

do custo da obra 3

Preço relativo no Brasil

Smartphone

R$ 2.700,00 / un

150 gf / un

R$ 18.000,00 /kgf

Concreto armado

R$ 3.000,00 / m3

2.500 kgf/ m3

R$ 1,20 /kgf

Valores aproximados em agosto/15

Ouro no atacado: R$ 130.000,00 /kgf

relação 15.000 : 1

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

4

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04/09/2015

3

Interrelações para edifícios

Estrutura de

concreto

convencional

Estrutura de

concreto pré-

fabricado

Estrutura

metálica

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

5

Porcentagem de cimento destinado a pré-moldados

Delft Precast Concrete Institute - Holanda

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

6

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04/09/2015

4

Produtividade – PIB/trabalhador no Brasil

valores deflacionados na Construção Civil

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

7

Relação material x mão de obra no Brasil

1 1 1

0,5

1

1,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

1970 1990 2010

Mão de obra

Material

valores médios aproximados ao longo de décadas recentes

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

8

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04/09/2015

5

Fases de projeto de pré-moldados

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

9

Estudo preliminar

Proposta da tipologia arquitetônica

Definição de produto

Desenvolvimento de produto

Integração de sub-sistemas

Ante-projeto

Viabilidade econômica

Dimensionamento

Detalhamento de projeto executivo

Plano de moldagem

Plano de movimentação de elementos

Plano de montagem

Ênfase de

estruturas

convencionais

Dificuldades usuais com o contratante final

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

10

Prazo exíguo para estudos de otimização;

Ausência de informação de projetos

complementares;

Ausência de coordenação modular;

Menosprezo pela padronização de elementos;

Pouca vivência de comportamento estrutural;

Desconhecimento de processo construtivo;

Adaptação de projeto estrutural convencional.

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04/09/2015

6

Desconsideração

de interferências na

implantação da

obra

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

11

Precária

compatibilização de

projetos

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

12

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04/09/2015

7

Dificuldades usuais com o projeto estrutural

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

13

Baixa integração entre padrões digitais de

projeto de arquitetura x estrutura;

Baixa integração entre modelos numéricos

de projeto;

Muita limitação para simulação de ligações;

Restrições para uso de contraventamento;

Ausência de integração entre estrutura x

fundações com contenções.

Sub avaliação de efeito de vento

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

14

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04/09/2015

8

Falta de integração entre sistemas

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

15

Dificuldades usuais com o fabricante

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

16

Divergência entre volumes orçados x projetados;

Divergência de prazos entre projeto x obra;

Pouca informação de padrões de elementos;

Ausência de detalhes padronizados;

Ausência de padrões digitais de comunicação;

Ausência de parâmetros atualizados de custos

de produção;

Baixo uso de acessórios padronizados.

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04/09/2015

9

Desabamento durante etapa de montagem

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

17

Ausência de escoramento provisório

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

18

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04/09/2015

10

Bicheira na concretagem posterior de consolo

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

19

Falha de concretagem de consolo

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

20

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04/09/2015

11

Falta de ancoragem de consolo

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

21

Perspectivas para o futuro

Reflexões sobre o projeto estrutural de pré-fabricados de concreto

22

Maior rigor nas definições iniciais;

Maior integração entre sub-sistemas;

Respeito aos limites tecnológicos dos materiais;

Maior uso de protensão;

Maior capacitação técnica de atores envolvidos

no processo decisório;

Utilização de software avançado no detalhamento

de obras e elementos.

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04/09/2015

1

Angelo Rubens Migliore Junior

1º Seminário – Projeto de estruturas

pré-fabricadas – Parte 2

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 2

1. Vigas usuais de edifícios de CPM

Para reduzir custos, procura-se:

Minimizar o número de ligações de extremidade;

Minimizar o número de restrições nas ligações.

→ Em geral, vigas bi-articuladas com maiores vãos.

Ex.: 2 vigas com mesma seção, mesma vinculação e

mesmo carregamento onde L2 = 2×L1 resulta:

M2 = 4×M1 e flecha a2 = 16×a1

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04/09/2015

2

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 3

Seções típicas de vigas de edifícios

Escolha da seção depende de condições estéticas,

de disponibilidade de formas e de experiência

anterior sendo regida por tentativa e erro, em geral.

a) Seção retangular

sem solidarização

b) Seção T para

apoio de laje

c) Seção duplo T

d) Seção T invertido

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 4

2. Concreto armado x protendido

Concreto armado fissura e sofre fluência → promove

aumento significativo de flecha;

Protensão pode minimizar ou eliminar fissuras.

Pré-tração com cabos retos e nús simplifica a produção

→ usual em pré-fabricados de concreto;

Pós-tração com cabos curvos é mais eficiente →

acompanha o andamento de solicitação de

flexão; bainha protege melhor contra a corrosão.

Protensão

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04/09/2015

3

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 5

Equilíbrio interno da seção protendida

Cabo de protensão Seção de concreto

• Variando M ou P ao longo do tempo ou do vão,

varia o centro de pressão ya, mas sempre C = P.

• Aumentando a altura da seção, a excentricidade eP

varia, mas a coordenada yP é mantida constante.

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 6

3. Tensões elásticas no concreto

Para uma determinada etapa construtiva, para uma

determinada força de protensão e com o sistema de

coordenadas utilizado, pode-se obter para a seção

meio do vão (onde s > 0 indica tração):

0

0

1

1 1

0

2

2 2

1

1

C

P

C

P

C

P

A

y y MP

A W W

y y MP

A W W

s

s

s

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04/09/2015

4

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 7

a) Ato de protensão

0

00

0

pi

a P

pi

P P

My y

P

000

0 010 0 min,

1 1

0 020 0 max,

2 2

1

1

pi

CS

S P

pi j

CS S S

S P

pi j

CS S S

P

A

y y MP

A W W

y y MP

A W W

s

s s

s s

pi representa a perda imediata da

força inicial P0;

→ usual: 5% a 10 % (0,95 a 0,90)

M0 → ação g0

S → seção

inicial

i,j → fibra, etapa

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 8

Tensões limites admissíveis

Tensões algébricas para uma determinada idade e

uma determinada combinação de carregamento

(Protensão Completa ou Limitada):

max,

min,

1,2 0,7 0,84 (ELS-F)

0,7 (ELS-CE)

j ctj ctj

j cj

f f

f

s

s

Resistências do concreto jovem na idade j em valor

absoluto (em geral, 60% do valor aos 28 dias).

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04/09/2015

5

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 9

b) Montagem da estrutura

Seção simples com

acréscimo da ação g1

→ M1 altera o centro

de pressão ya

0 11

0

a P

pi

M My y

P

0

0 01

0 0 111 11 0

1 1 1

0 0 112 21 0

1 2 2

0

 1

 1

pi

CS

S P

pi

S CS S S

S P

pi

S CS S S

P

A

y y M MMP

W A W W

y y M MMP

W A W W

s s

s s

s s

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 10

Consideração de perdas progressivas

Após endurecimento do concreto, há nova alteração do centro de pressão. Instante crítico tempo

infinito com redução da protensão pelas perdas

progressivas.

0 0(1 ) ; (1 )i pi p pp piP P P P

pp representa a perda progressiva a partir da

etapa anterior;

→ usual: 10% a 20 % (0,90 a 0,80)

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04/09/2015

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Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

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c) Solidarização de mesa adicional

0 00 00 02 01 11

0 0

0 21 0

1 1

0 212 11 0 max

1 1

0 22 0

2

1 1 1

11

1 1

11

pi piF Fpp pp

CF S S CF

F P

pp pi

CF F F

F P

pp pi

CF F F

F P

pp pi

CF F

P Py y

A y y A

y y MP

A W W

y y MP

A W W

y y MP

A W W

s s s s

s

s s s

s

2

0 222 21 0 min

2 2

1 1

F

F P

pp pi

CF F F

y y MP

A W Ws s s

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 12

Relações geométricas

0 1 21 2

0 1 2

; ; ; F CF F Fy A W W

S CS S S

y A W Wk k k k

y A W W

0 1 0 2 0 4S FI y W h y W h y W

S → seção inicial (simples)

F → seção final (simples ou composta)

k → varia entre 1,2 e 3,0 para peças

compostas usuais de edifícios

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7

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

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Tensões limites finais

Para o caso de CAA-III:

max

min

0 para CFQ

0,84 para CR

0,7 para CR

ctk

ck

f

f

s

s

max 1,2 para CRctkfs

Devido à corrosão, para CAA-I é prudente:

Prot. Completa

Prot. Limitada

Prot. Limitada

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

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Tensões na mesa adicional

0 232 0 max

2 2

0 242 0 min

4 4

11 0,84

11 0,7

F P

pp pi M ctk M

CF F F

F P

pp pi M ck M

CF F F

y y MP f

A W W

y y MP f

A W W

s s

s s

Tensões

parciais

Tensões

finais

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Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

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4. Módulo resistente mínimo

0 0

1 1 1

20 1 min, max

1 1

1 1 1 11 1 1

1 + 1

y

pi pp S P

CS A S W W

pp pp j

S W

kP y y

A k W k k

MM M

W k

s s

20 1

11

0

min, max

1

11

pp

WS

pi

pp j

CS A

MM M

kW

P

A k

s s

a) Borda inferior da pré-viga (entre etapas 0 e 2)

Ordenando e simplificando:

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 16

4. Módulo resistente mínimo a) Borda inferior da pré-viga

adotando:

* 1

1

1

1

* 1

1

1

11

0,6

11

0,6 0,84

CFQ

W

W pp cj

S

CR

W

W pp cj ctk

M Mk

k fW

M Mk

k f f

0 11 0,1 1,5pi cj ctj A

CS A

Pf f para k

A k

MC* → momentos

para determinada

combinação sem

a parcela M0

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Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 17

4. Módulo resistente mínimo b) Borda superior da pré-viga

* 1

2

2

2

11

1,84 0,7

CR

W

S

W pp ctj ck

M Mk

Wk f f

Impondo kW, fica determinado WF a partir de WS:

1 1 1

2 2 2

F W S

F W S

W k W

W k W

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

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5. Exemplos de aplicação

Viga pré-fabricada típica de edifício comercial com vão teórico

de 7 m, CAA III, ações linearizadas de laje alveolar com vão

de 10 m de cada lado da peça (g0 desconhecido):

Condições adicionais impostas:

g1 = 50 kN/m; g2 = 15 kN/m; q = 30 kN/m

40,0 ; 3,5

24,0 ; 2,5

0,95; 0,85

ck ctk

cj ctj

pi pp

f MPa f MPa

f MPa f MPa

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04/09/2015

10

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 19

5.1. Exemplo 1 – Retangular sem mesa

Seção retangular 40x80cm2:

3

1

3

50.80035.574

0,7 0,85 2,4

58.20033.798

0,7 0,85 2,4 0,84 0,35

S

cm

W

cm

3

2

58.20022.999

0,84 0,85 0,25 0,7 4SW cm

2 3 3

CS 1S 2SA = 3.200 cm ;             W = 42.667 cm ;          W = 42.667 cm

Em geral, W1 > W2 →

T invertido é melhor !

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 20

5.1. Exemplo 1 – Retangular sem mesa

Protensão superior: 4 cordoalhas CP-190 RB f 9.5mm

Protensão inferior: 17 cordoalhas CP-190 RB f 9.5mm

Perda imediata: pi = 0,945

Perda progressiva: pp = 0,860

Borda Ato de

protensão 0

CFQ

1

CR

2

2 +1,0 -10,9 -12,5

1 -10,6 +2,3 +4,0

Tabela 1 – Tensões elásticas (MPa) para cada situação de projeto

Tensões calculadas no Estádio I com a seção homogeneizada

considerando apenas armadura ativa.

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11

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 21

5.2. Exemplo 2 – Duplo T sem mesa

Alma de 15x90cm2 e mesas com largura de 38cm:

Viga otimizada sem acréscimo de mesa superior adicional:

apesar de maior altura, menor volume (e, portanto,

menor peso); menor consumo de protensão em razão da maior altura

útil e da maior compressão no Centro Geométrico,

devido à menor área bruta de concreto.

2 3 3

CS 1S 2SA = 1.969 cm ;             W = 41.056 cm ;          W = 39.825 cm

Estratégias para definição da seção resist. de vigas pré-fabricadas de edifícios com pré-tração

A. Rubens Migliore Jr. – [email protected] 22

5.2. Exemplo 2 – Duplo T sem mesa

Protensão superior: 4 fios CP-150 RN f 6.0mm

Protensão inferior: 13 cordoalhas CP-190 RB f 9.5mm

Perda imediata: pi = 0,935

Perda progressiva: pp = 0,850

Tabela 2 – Tensões elásticas (MPa) para cada situação de projeto

Borda Ato de

protensão 0

CFQ

1

CR

2

2 +1,2 -11,5 -13,3

1 -13,3 +1,9 +3,6

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5.3. Exemplo 3 – Retangular com mesa

Seção 40x80cm2 ; mesa (C30) h=20 e b=90 cm:

3

1

3

150.800 1 30.625

2,027.007

0,6 2,0 0,85 2,4

158.200 1 30.625

2,024.214

2,0 0,6 0,85 2,4 0,84 0,35

S

cm

W

cm

3

2

158.200 1 30.625

2,011.519

2,0 1,84 0,85 0,25 0,7 4,0SW cm

2 3 3

CS 1S 2SA = 2.800 cm ;             W = 32.667 cm ;          W = 32.667 cm

Com kW = 2,0:

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5.3. Exemplo 3 – Retangular com mesa

Protensão superior: 4 fios CP-150 RN f 6.0mm

Protensão inferior: 14 cordoalhas CP-190 RB f 9.5mm

Perda imediata: pi = 0,940

Perda progressiva: pp = 0,870

Tabela 3 – Tensões elásticas (MPa) para cada situação de projeto

Borda Ato de

protensão 0

CFQ

1

CR

2

4 - - - -2,7 -3,6

3 - - - -1,2 -1,6

2 +2,0 -8,1 -8,5

1 -10,3 +2,0 +4,1

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5.4. Exemplo 4 – Duplo T com mesa

Alma de 12x80cm2 e mesas com largura de 38cm:

Viga otimizada com acréscimo de mesa superior adicional:

apesar de maior altura, menor volume (e, portanto,

menor peso); menor consumo de protensão em razão da maior altura

útil e da maior compressão no Centro Geométrico,

devido à menor área bruta de concreto.

2 3 3

CS 1S 2SA = 1.534 cm ;             W = 25.380 cm ;          W = 28.898 cm

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5.4. Exemplo 4 – Duplo T com mesa

Protensão superior: 4 fios CP-150 RN f 6.0mm

Protensão inferior: 12 cordoalhas CP-190 RB f 9.5mm

Perda imediata: pi = 0,910

Perda progressiva: pp = 0,840

Tabela 4 – Tensões elásticas (MPa) para cada situação de projeto

Borda Ato de

protensão 0

CFQ

1

CR

2

4 - - - -2,7 -3,6

3 - - - -0,8 -1,2

2 +2,1 -9,1 -9,4

1 -15,5 +2,5 +4,2

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6. Conclusões

a) Definir fc e fct nas idades j e 28 dias;

b) Definir Classe de Agressividade Ambiental (maior

exigência para o ELS-F quanto maior agressividade);

c) Definir combinações Quase Permanente e Rara, mesmo

sem conhecer a ação de peso próprio g0 da peça;

d) Adotar perdas e relações entre as propriedades

geométricas da seção inicial e final da viga;

e) Determinar Wmin segundo as inequações apresentadas;

f) Escolher forma e geometria da seção da viga, lembrando

que a protensão deverá ser tanto maior quanto os

módulos resistentes adotados estiverem mais próximos

dos valores mínimos determinados;

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6. Conclusões

g) Calcular o momento fletor de peso próprio M0;

h) Adotar armadura de protensão inferior e, eventualmente,

superior para compensar a pouca liberdade na posição

vertical dos cabos de protensão;

i) Estimar perdas de protensão inicial e progressiva;

j) Calcular as propriedades geométricas da seção

transversal homogeneizada no Estádio I simples e

composta, incluindo a armadura ativa e, eventualmente,

passiva;

k) Verificar tensões nas bordas extremas da peça para

cada etapa construtiva e para cada combinação de

carregamento.