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MARCOS - O EVANGELHO DO SERVIÇO | REFLEXÕES BÍBLICAS | 103 ESTUDO 28 INTENSO TRABALHO NUM SÁBADO Leituras diárias Segunda Mc 1.21-28 Terça Mc 1.29-34 Quarta Mc 1.35-39 Quinta Mc 1. 40-45 Sexta Is 35. 3-10 Sábado Is 61. 1-11 Domingo Lc 4. 16-21 Texto básico: Marcos 1.21-34 Texto áureo: Lucas 13.22 Que Jesus veio para servir, julgo estar claro na lição anterior. Ele tomou a “for- ma de servo, tornando-se semelhante aos homens” (Fp 2.7). Fácil se percebe a pre- ocupação de Jesus em aproveitar bem o dia para fazer as obras do Pai. Ele tem uma tarefa a consumar “enquanto é dia”. Diz ele: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). Sua vida na terra não vai ser extensa, mas intensa. Vai durar pouco realizando muito. Oportu- na e necessária lição. Se nos poupamos muito, economizando forças e talentos, perdemos de produzir mais no serviço cristão. Dormindo demais, conversando “fiado”, dando atenção ao que seja inútil, jogamos fora o tempo. Bom é usar bem cada oportunidade (Ef 5.16), e poder can- tar: “No serviço do meu rei eu sou feliz (..)”. Servir. Não apenas cantar. Apreciemos o texto. JESUS, O MESTRE (Mc 1.21,22) Oportunidade bem aproveitada Quantas vezes perdemos ocasião propícia para um testemunho vibrante! Isso pode ocorrer no lar, na escola, no ambiente do trabalho, em momentos de lazer etc. Chegando a Cafarnaum, Jesus entrou logo na sinagoga, onde havia ju- deus reunidos. Era sábado, exatamente o dia em que havia gente para ouvi-lo. Ele não foi à sinagoga para guardar o sábado, mas para pregar. Por que no “dia de finados” muitas igrejas realizam cultos em cemitérios? Não é porque multidões comparecem? E não importa o dia da semana. “Pôs-se a ensinar” — diz o texto. Ensi- nar o quê? Certamente sobre o reino de Deus (Mc 1.14,15). Aquele que convidava pescadores para a incomparável missão de ganhar almas (Mc 1.17) dava o exem- plo. Que temos feito pela promoção des- ta nobre causa? Que estamos ensinando aos que nos cercam? 2. O resultado Valeu o esforço do Mestre? Que infor- ma o verso 22? “E maravilharam-se de sua doutrina (...)”. Houve conversões? Obser- ve-se o seguinte: 1) Não se pode avaliar a pregação em termos apenas evangelísticos. A prega- ção é também ensino, instrução, defesa

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M A R C O S - O E V A N G E L H O D O S E R V I Ç O |

R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S | 103

ESTUDO 28

Intenso trabalho num sábado

Leituras diárias

Segunda Mc 1.21-28Terça Mc 1.29-34Quarta Mc 1.35-39Quinta Mc 1. 40-45Sexta Is 35. 3-10Sábado Is 61. 1-11Domingo Lc 4. 16-21

Texto básico: Marcos 1.21-34Texto áureo: Lucas 13.22

Que Jesus veio para servir, julgo estar claro na lição anterior. Ele tomou a “for-ma de servo, tornando-se semelhante aos homens” (Fp 2.7). Fácil se percebe a pre-ocupação de Jesus em aproveitar bem o dia para fazer as obras do Pai. Ele tem uma tarefa a consumar “enquanto é dia”. Diz ele: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). Sua vida na terra não vai ser extensa, mas intensa. Vai durar pouco realizando muito. Oportu-na e necessária lição. Se nos poupamos muito, economizando forças e talentos, perdemos de produzir mais no serviço cristão. Dormindo demais, conversando “fiado”, dando atenção ao que seja inútil, jogamos fora o tempo. Bom é usar bem cada oportunidade (Ef 5.16), e poder can-tar: “No serviço do meu rei eu sou feliz (..)”. Servir. Não apenas cantar. Apreciemos o texto.

JESUS, O MESTRE (Mc 1.21,22)Oportunidade bem aproveitada Quantas vezes perdemos ocasião

propícia para um testemunho vibrante! Isso pode ocorrer no lar, na escola, no ambiente do trabalho, em momentos de

lazer etc. Chegando a Cafarnaum, Jesus entrou logo na sinagoga, onde havia ju-deus reunidos. Era sábado, exatamente o dia em que havia gente para ouvi-lo. Ele não foi à sinagoga para guardar o sábado, mas para pregar.

Por que no “dia de finados” muitas igrejas realizam cultos em cemitérios? Não é porque multidões comparecem? E não importa o dia da semana.

“Pôs-se a ensinar” — diz o texto. Ensi-nar o quê? Certamente sobre o reino de Deus (Mc 1.14,15). Aquele que convidava pescadores para a incomparável missão de ganhar almas (Mc 1.17) dava o exem-plo. Que temos feito pela promoção des-ta nobre causa? Que estamos ensinando aos que nos cercam?

2. O resultado Valeu o esforço do Mestre? Que infor-

ma o verso 22? “E maravilharam-se de sua doutrina (...)”. Houve conversões? Obser-ve-se o seguinte:

1) Não se pode avaliar a pregação em termos apenas evangelísticos. A prega-ção é também ensino, instrução, defesa

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da fé bíblica num mundo cheio de fal-sos escribas. Tal deve ser a influência dos colégios evangélicos, por exemplo, que precisam oferecer superioridade nos pa-drões morais e espirituais.

2) O ensino das verdades evangéli-cas tem também o propósito de tornar o homem indesculpável diante de Deus. Em Nazaré Jesus foi expulso da sinagoga, mas deixou lá o recado e “seguiu o seu caminho” (Lc 4.16-30). Significativa é sua palavra em Jo 15.22: “Se eu não viera e não lhes falara, não teriam pecado; agora, po-rém, não têm desculpa do seu pecado”.

3) A semeadura se faz, às vezes, a lon-go prazo. O resultado imediato do ensino de Jesus, quando expulso de Nazaré, só aparece nos elogios que recebe (Lc 4.22), mas pode ser que alguns tenham crido posteriormente. Ainda acontece assim na evangelização. Alguém ouve e não se decide. Quando muito, elogia o prega-dor. Mais tarde a sementinha germina e frutifica.

Aplicação a sua vida. Tente alistar al-gumas virtudes do Mestre que você deve e pode vivenciar

JESUS, O MÉDICO (Mc 1.23-28)É bom lembrar que as curas efetuadas

por Jesus tinham um valor tríplice: revelar o sobrenatural, manifestar a compaixão divina e conduzir o homem a alguma ver-dade espiritual e eterna. Bem diferentes de certos movimentos profissionais de curas que surgem hoje.

Há dois casos que vamos apreciar no texto em estudo. Que aprendemos do primeiro?

1. O caráter impuro e perturbador do Diabo.

“Um homem possesso dum espírito imundo, o qual gritou (...)”. Impureza e

desordem são manifestações do mal. Os demônios são moralmente imundos. O homem, imagem e semelhança de um Deus puro, sendo possuído pela imun-dície de Satanás! Mas diz a Bíblia que “o mundo inteiro jaz no Maligno” (1Jo 5.19). E pode perturbar sua presa e transtornar até um ambiente de culto. O homem possesso estava na sinagoga. (Ver Jo 1.6). É aconselhável seguir Tg 4.7: “Resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós”.

2. O conflito de interesses entre Cristo e o Diabo.

“Que temos nós contigo, Jesus nazare-no?” A expressão “Que temos nós conti-go?” é uma herança do Antigo Testamen-to, usada mais no singular, como em Mc 5.7. É o caso de Josafá ao rei dos amonitas (Jz 11.12); de Davi aos filhos de Zeruia (2 Sm 16.10); da viúva de Sarepta a Elias (1 Re 17.18); de Eliseu a Jorão (2 Re 3.13); de Neco a Josias (2 Cr 31.21). Curioso é que Jesus perguntou a sua mãe: “Mulher, que tenho eu contigo?” (Jo 2.4). O sentido é este: Que há de comum entre mim e ti? A afinidade do Messias, ali, era com o Pai, que o enviou, ainda que mantendo as melhores relações com os homens (Mc 3.35). No caso do demônio, a expressão significa severa repreensão e repulsa, in-compatibilidade, enquanto a palavra diri-gida a Maria é suave advertência e instru-ção oportuna. Não continha ofensa nem grosseria a sua mãe. Com o Diabo nada de comunhão (2Co 6.14,15). Aos crentes Pedro adverte contra esse inimigo agres-sor (1 Pe 5.8), e Paulo sugere a armadura de Ef 6.11.

3. A limitação do Diabo pela autori-dade de Cristo.

É o que está nos vs. 24 e 25 do texto em análise. O espírito imundo reconhece o poder de Jesus para destruí-lo. Ainda mais: silencia mediante a ordem superior. Tem permissão apenas para dar um gri-to. Um grito de quem já está subjugado

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e em desespero. E “saiu dele”. O reino do mal não pode firmar-se diante do reino do bem.

Vamos agora ao segundo milagre — a cura da sogra de Pedro (Mc 1.29-34)

Que lições esse milagre transmite? 1. Não basta o serviço no templo. Há os que vão apenas ao templo. Não

fazem uma visitinha. Jesus dá exemplo até como visitador. Deixando a sinagoga, dirigiu-se à casa de Pedro, acompanha-do de Tiago e João. Nos lares o campo de trabalho é enorme. É nos lares que se conhece melhor a realidade da família, inclusive suas carências e sofrimentos. Jesus levou conforto ao lar de Pedro.

2. Um interesse digno de nota. O verso 30 menciona a sogra de Pe-

dro com febre, de cama, e informa que “logo lhe falaram a respeito dela”. Houve quem se interessou em ajudá-la.

Se os que sofrem males físicos preci-sam de quem se preocupe com eles, que dizer das incontáveis vítimas de angús-tias morais e espirituais? E os perdidos? Conduzi-los a Jesus, eis a maior e mais urgente ajuda.

3. A presença restauradora. O verso 31 documenta a reabilitação

da enferma pela presença poderosa e providencial de Jesus.

Quais são os nossos problemas ? Saú-de? Finanças? Dúvidas? Falta de ânimo? Mau gênio? Desarmonia no lar? Desa-justes na igreja? Uma falha nossa pode ser a negligência na oração, ou a oração desordenada. Não buscamos a presença alentadora de Cristo, ou exigimos que ele responda como queremos. Essa presen-ça indispensável nem sempre afasta as provações, mas oferece condições para suportá-las. Isso também é bênção. Deus não afastou o cálice de Cristo, mas ele recebeu forças para sorvê-lo até a última gota. É uma resposta, como a que Paulo teve, no caso do “espinho na carne”: “A minha graça te basta” (2 Co 12.9).

4. Amor com amor se paga. Não é assim o ditado? O verso 31

acrescenta: “E ela os servia”. Uma possí-vel referência à refeição sabática após a reunião na sinagoga. Nem sempre é fácil retribuir atos com atos. Oferecemos, às vezes, simples palavras em lugar de ges-tos de gratidão.

Jesus não esperava o pôr do sol para prestar serviços, mas os judeus legalistas dependiam desse horário estabelecido. Os vv. 32-34 mostram que aguardaram o momento permitido para que outros fos-sem abençoados. Existe o risco de o pôr do sol ser tarde para se fazer o bem.

Aplicação a sua vida. 1) Jesus valori-zou também o corpo. Que ensinos bí-blicos justificam nosso cuidado com esse valor? Como você pratica? 2) Jesus dei-xou exemplo de serviço. De que modo você tem seguido Seu exemplo?

REFLITA UM POUCO MAIS1. A autoridade dos ensinos de Jesus

se aplica aos nossos dias. “Aprendei de mim” é orientação que ele dá (Mt 11.29). Não é mensagem caduca, mas válida uni-versalmente. Sobre ninguém lançou ele sua capa, e não há substituto para ele. Você aceita a autoridade de sua palavra?

2. Jesus luta com o Diabo por cau-sa do homem. Nada vale mais do que o homem. Tão alto é o preço, que só “o precioso sangue” do Cordeiro é capaz de resgatá-lo (1Pe 1.8,19). Se o homem fos-se simplesmente células organizadas, o sacrifício de Cristo seria uma tolice. Você crê assim?

3. As curas de Jesus eram reais no cor-po e no espírito; externa e internamente. Nada de aparências e desilusões. Recorde o profeta reprovando líderes de sua épo-ca: “Também se ocupam em curar superfi-cialmente a ferida de meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz” (Jr 6.14).