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Universidade Federal do Paraná Setor de Tecnologia Departamento de Engenharia Elétrica REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFPR ELETRÔNICA – ELETROTÉCNICA – TELECOMUNICAÇÕES TURNO DIURNO Responsáveis: - Prof. Horacio TERTULIANO Filho - Ph.D, Prof. Adjunto III – Coordenador do Curso de Engenharia Elétrica. - Prof. Ewaldo Luiz de Matos MEHL - Doutor, Prof. Adjunto I – Chefe do Departamento de Engenharia Elétrica. - Prof. Márlio do COUTO Bonfim - Ph.D, Prof. Adjunto I – Vice- Presidente do Centro de Instrumentação Eletrônica. - Colegiado do Curso de Engenharia Elétrica

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Universidade Federal do Paraná Setor de TecnologiaDepartamento de Engenharia Elétrica

REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE

ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFPR

ELETRÔNICA – ELETROTÉCNICA – TELECOMUNICAÇÕES

TURNO DIURNO

Responsáveis:

- Prof. Horacio TERTULIANO Filho - Ph.D, Prof. Adjunto III – Coordenador do Curso de Engenharia Elétrica.

- Prof. Ewaldo Luiz de Matos MEHL - Doutor, Prof. Adjunto I – Chefe do Departamento de Engenharia Elétrica.

- Prof. Márlio do COUTO Bonfim - Ph.D, Prof. Adjunto I – Vice- Presidente do Centro de Instrumentação Eletrônica.

- Colegiado do Curso de Engenharia Elétrica

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Projeto de Reforma Curricular do Curso de Engenharia Elétrica da UFPR

CURITIBA – PR - 2002

SUMÁRIO

O PROJETO ACELGA.........................................................................................3

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................3

2. AVALIAÇÃO DO CURRÍCULO VIGENTE............................................................5

3. A QUESTÃO DA DENOMINAÇÃO ENGENHARIA ELÉTRICA..........................14

4. O CURRÍCULO ATUAL DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFPR.....................18

5. JUSTIFICATIVA DO CURRÍCULO PROPOSTO................................................21

6. PERFIL DO ALUNO DE ENGENHARIA ELÉTRICA/ORIENTAÇÃO

ACADÊMICA......................................................................................................23

7. PROPOSTA E RELAÇÃO DAS DISCIPLINAS...................................................24

8. QUADRO DE INTEGRALIZAÇÃO CURRÍCULAR E PLANO DE PERIODIZAÇÃO.......26

8.1 PERIODIZAÇÃO........................................................................................27

9. GRADE CURRICULAR RECOMENDADA ................................................29

10.DEFINIÇÃO DOS PRÉ-REQUISITOS...........................................................................29

11. O SÉTIMO E O OITAVO SEMESTRES........................................................................30

12. DISCIPLINAS E EMENTAS DO REGIME SERIADO.....................................................30

13. ATA DOS DEPARTAMENTOS ENVOLVIDOS, CONSELHO

SETORIAL....................................................................................................................37

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REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE

ENGENHARIA ELÉTRICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO PARANÁ

APRESENTAÇÃO:

Este trabalho apresenta o projeto pedagógico do Curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná, a partir da reforma curricular do curso.

Neste projeto, objeto de vários anos de estudo, vários professores e alunos trabalharam estudando diversos programas pedagógicos provenientes de outros cursos de engenharia, discutiram idéias novas, e então, propuseram uma estrutura que constitui este projeto. O presente projeto trata então do perfil do aluno, os desafios de mercado, a redução de carga horária segundo a LDB 9394/96 (diretrizes curriculares), e respeita as resoluções 53/01 do CEPE, e a resolução 48/76 do CFE. Finalmente, este projeto propõem a criação de novas disciplinas através de uma reforma curricular do curso.

1. INTRODUÇÃO:

O presente documento visa a apresentação de uma proposta de implantação de uma reforma curricular do curso de Engenharia Elétrica da UFPR.

Entre 1990 e 1997, a UFPR incorporou no seu quadro de docentes um bom número de novos valores na área de telecomunicações, eletrônica e eletrotécnica todos eles Doutores nestas respectivas áreas. Estes novos docentes, somados aos excelentes profissionais já existentes, definem um novo perfil para o Departamento de Engenharia Elétrica da UFPR. É com base neste perfil, nas exigências de mercado e no atual potencial para desenvolvimento de atividades de docência, pesquisa e extensão que surge a proposta de um novo currículo para o curso.

Para atender às necessidades de uso e do crescimento das atividades relativas à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no Estado do Paraná, a UFPR criou, em 1964, o Curso de Graduação em Engenharia Elétrica, com apoio da Companhia de Eletricidade do Estado do Paraná S.A. – COPEL tendo este, sido reconhecido pelo decreto presidencial no 67.730/70 de 10 de dezembro de 1970.

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Projeto de Reforma Curricular do Curso de Engenharia Elétrica da UFPR

Desde a formação da primeira turma de engenheiros eletricistas em 1968, e considerando-se a necessidade latente de formação de recursos humanos qualificados para participarem da consolidação daquele curso, o Departamento de Eletricidade (antigo nome deste departamento), com o apoio do LAC (Laboratório Central da COPEL), e do PICD/CAPES, vem se consolidando como um centro de excelência na formação e treinamento de mão de obra qualificada, para o atendimento das necessidades que surgem com a criação de pólos industriais nas principais cidades do estado do Paraná.

Desde a consolidação do Curso de Graduação em Engenharia Elétrica, o DEE. vem se caracterizando por um processo contínuo de crescimento do corpo docente. No início contratava-se Professores com a graduação somente. Em seguida, o DEE adotou a política de contratação de profissionais com o título mínimo de Mestre, e hoje faz-se esforço de contratação somente de Doutores.

À partir de uma etapa inicial que se caracterizou pela presença de Professores em tempo parcial de trabalho de vinte horas por semana, o processo de consolidação da Engenharia Elétrica na UFPR evolui para atingir uma presença maciça de Professores com Mestrado e Doutorado, formados em instituições do país e do exterior, com predominância em quase sua totalidade de docentes em regime de trabalho de quarenta horas por semana trabalhando em regime de dedicação exclusiva.

Em 1989 iniciou-se dentro do DELT por iniciativa dos Professores e alunos do Centro Acadêmico, (através da criação do CIEL – Centro de Instrumentação Eletrônica e da Semana da Engenharia), um processo contínuo de convite a Professores Doutores nas diversas áreas de conhecimento da Engenharia Elétrica, para ministrarem cursos extracurriculares de cunho técnico aprofundado aos alunos do curso de graduação e Professores do curso. Estes eventos, e outros de mesmo caráter, tiveram por base o apoio da UFPR e do Programa Especial de Treinamento (PET) da CAPES. Programas de bolsas de iniciação à pesquisa do CNPq e da UFPR, de monitoria da UFPR, entre outros, são uma constante dentro do Curso de Graduação em Engenharia Elétrica.

Também cabe destacar que a Universidade, mantêm convênio com o LACTEC - Laboratório Central de Pesquisa e Desenvolvimento, para o desenvolvimento e industrialização de produtos de engenharia elétrica. Apesar de não existir iteração entre os professores do departamento e o referido centro, o mesmo propicia aos alunos do curso, possibilidade de estágio.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB (Lei n0. 9394, de 24 de dezembro de 1996), nos termos do inciso II do Artigo 53, confere autonomia às Instituições de Ensino Superior para fixar currículos de seus cursos, observadas as diretrizes curriculares pertinentes.

O Ministério da Educação e do Desporto – MEC, através da Secretaria de Educação Superior – SESU, convocou (Edital n0. 4/97 de 10 de dezembro de 1997) as Instituições de Ensino Superior para apresentarem propostas de diretrizes curriculares.

Desde a promulgação deste Edital, que fixou os mínimos de conteúdo e de duração dos cursos de graduação em Engenharia bem como definiu suas áreas de habilitações, incluindo entre elas a Engenharia Elétrica, que a Resolução 48/76-do Conselho Federal de Educação – datada de 27 de abril de 1976, que fixava os conteúdos mínimos bem como a duração dos cursos de graduação em Engenharia Elétrica pôde ser considerada como ultrapassada.

A citada LDB introduz a expressão “Diretrizes Curriculares”, que vem substituir os “Currículos Mínimos” da Resolução 48/76-CFE. Isto posto, a atualização do atual Currículo do Curso de Engenharia Elétrica da UFPR justifica-se não só pelo aspecto técnico, mas é também uma necessidade urgente para atender requisitos legais.

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Projeto de Reforma Curricular do Curso de Engenharia Elétrica da UFPR

No caso específico da Engenharia Elétrica, o MEC nomeou uma comissão formada pelos seguintes professores: Germano Lambert Torres - José Sidnei Colombo Martini - Mário de Sousa Araújo Filho - Renato Carlson - Renato Machado de Brito - Wainer da Silveira e Silva - Yaro Burian Junior. Essa comissão de Especialistas em Ensino de Engenharia, nomeada com o intuito de elaborar tais Diretrizes considera seu trabalho já finalizado, estando disponível o documento final na Internet em http://www.mec.gov.br . No entanto fatores externos à Comissão de Especialistas fazem com que até o momento (janeiro de 2002) a proposta de Diretrizes Curriculares para os Cursos de Engenharia ainda mantém o status de proposta e não foi transformado em lei.

A leitura desse documento deixa claro que os especialistas que o redigiram abandonaram definitivamente o detalhamento que permeava a legislação anterior e optaram por um texto orientador em vez de restritivo. Assim sendo, apesar de carecer ainda da força da lei, o documento elaborado pela comissão de especialistas nomeada pelo MEC traz a liberdade tão ansiada de cada instituição de ensino elaborar currículos diferenciados em função da realidade local, ao mesmo tempo que deixa aberta a possibilidade do surgimento de propostas inovadoras. Deixa-se explícito portanto que eventuais mudanças e adaptações podem se fazer necessárias tão logo tenha-se em mãos a versão final da respectiva “Diretriz Curricular” dos Cursos de Engenharia Elétrica. Porém é extremamente improvável que exista um retrocesso no sentido de uma resolução final restritiva como a existente no passado. Isto posto, a presente proposta baseia-se na proposta de "Diretriz Curricular" para os Cursos de Engenharia, divulgada pelo MEC.

2. AVALIAÇÃO DO CURRÍCULO VIGENTE:

O movimento mais importante no sentido da normalização dos cursos de Engenharia no Brasil ocorreu em 1976, através da publicação da Resolução 48/76 do CFE (Conselho Federal de Educação, cujo texto acha-se na seqüência. Alguns trechos indicados como (. . .) foram omitidos, pois tratam de outras habilitações diferentes da Engenharia Elétrica.

Conforme observa-se no Art. 6o da citada resolução, considera-se seis habilitações da Engenharia, sendo uma delas a de Eletricidade. O título profissional dado aos formados nessa especialidade é o de ENGENHEIRO ELETRICISTA. No entanto, o Art. 7o cita também a possibilidade de ter-se cursos com habilitação específica em ENGENHARIA ELETRÔNICA, ENGENHARIA ELETROTÉCNICA e ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES, fato que como se verá gerou alguma confusão quanto ao título profissional.

RESOLUÇÃO N o 48/76, de 27 de abri l de 1976

Fixa os mínimos de conteúdo e de duração do curso de graduação em Engenharia e def ine suas áreas de habi l i tações.

O Presidente do Conselho Federal de Educação no uso de suas at r ibuições e com observância do que dispõe o ar t . 26 da lei n o 5 .540/86, considerando, ainda as conclusões do Parecer n o 4 .807/75, e seu anexo, homologado pelo exmo. Senhor Minist ro da Educação e Cultura, que a es ta se incorpora ,

RESOLVE:

Art . 1 o – O currículo mínimo do curso de engenharia terá uma parte comum a todas as áreas em que se desdobra, e uma parte divers i f icada, em

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função de cada área de habi l i tação.Parágrafo único- A parte comum do currículo compreenderá matérias de

formação básica e de formação geral . A parte divers i f icada compreenderá matérias de formação geral e de formação profiss ional específ ica.

Art . 2 o – A ordenação das matérias consideradas no art igo primeiro não representa seqüência imposta na est ruturação do curr ículo pleno, o qual poderá admiti r interpenetração de matérias de ambas as partes .

Parágrafo único- Nas inst i tuições unicurr iculares , onde inexis ta primeiro ciclo, o curr ículo pleno poderá comportar , desde o início, es tudos que contr ibuam para desenvolver no aluno a at i tude profiss ional do engenheiro.

Art . 3 o – As matérias de formação básica, comum a todas as áreas , compreenderão os fundamentos cient í f icos e tecnológicos da Engenharia, cobrindo os seguintes campos:

Matemática Fís ica Química Mecânica Processamento de dados DesenhoEletr icidadeResis tência dos MateriaisFenômenos de Transporte

Art . 4 o – As matérias de formação geral conterão assuntos que contr ibuam para complementar a formação básica do engenheiro , capaci tando-o á uti l ização de elementos de natureza sócio econômica no processo de elaboração criat iva.

Parágrafo único – As matérias de formação geral , igualmente comuns a todas as áreas da engenharia cobri rão os seguintes campos: Humanidade e Ciências Sociais , destacando-se Administ ração e Economia e Ciências do Ambiente.

Art . 5 o – As matérias de formação profiss ional geral terão assuntos que possibi l i tem o adequado conhecimento dos fundamentos, materiais s istemas e processos, nas di ferentes áreas de engenharia.

Art . 6 o – Consideram-se, para os efei tos desta Resolução como áreas de habi l i tação da Engenharia as seis seguintes:

Civi l Eletricidade

Mecânica MetalurgiaMinas Química

§1 o – Outras áreas de habi l i tação poderão ser definidas pelo Conselho Federal de Educação, se ass im o exigirem as necessidades do desenvolvimento nacional , ou serem criadas pelas inst i tuições , na forma do que dispõe o ar t . 18 da lei n o 5 .440/68.

§2 o – As matérias de formação profiss ional geral , em cada área de habi l i tação , serão as seguintes:

( . . . )b) Área: Eletr icidade Circui tos elét r icos Elet romagnet ismo Elet rônica

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Materiais Elét r icos Conversão de Energia Controle e Servomecanismos

( . . . )

Art . 7 o – As áreas referidas no art igo 6 o compreenderão as atuais habi l i tações correspondentes: Engenharia Civil , Elétrica , Mecânica, Metalúrgica, Minas e Química.

Parágrafo único- Habi l i tações específ icas do curso de Engenharia, correspondentes a especial ização profiss ionais , tais como as de Engenharia Aeronáut ica , de Al imentos, Eletrônica, Eletrotécnica, de Materiais , Naval , de Produção, de Telecomunicação e outras já exis tentes que venham a ser cr iadas , deverão ter origem em uma ou mais áreas da Engenharia, referidas no art igo 6 o

( * ) .

Art . 8 o – As matérias de formação profiss ional específ ica conterão assuntos que cubram outros aspectos da profissão l igados á habi l i tações específ icas da Engenharia.

§1 o – As matérias de formação profiss ional específ ica resul tarão de aprofundamento ou desdobramento de matérias pert inentes as respect ivas áreas de habi l i tação ou, ainda, de assuntos especí f icos , profiss ionais caracterís t icos de cada habi l i tação.

§2 o – As matérias referidas no art igo serão estabelecidas pelas próprias inst i tuições e submetidas á aprovação do CFE, devendo incluir tópicos relat ivos á segurança na concepção dos projetos de Engenharia, bem como á normal ização.

Art . 9 o – As habi l i tações específ icas do curso de Engenharia, referidas ao parágrafo único do art . 7o, poderão conter matérias de formação profiss ional geral , constantes no curr ículo mínimo de uma ou mais áreas , a cr i tér io do Conselho Federal de Educação , de conformidade com a natureza das respect ivas matérias de formação profiss ional específ ica.

Art . 10 o – A metodologia de ensino das matérias de formação específ ica deverá comportar , obrigatoriamente, além de t rabalhos prát icos , at ividades de planejamento e de projeto .

Art . 11 o – As matérias de formação básica, de formação geral , de formação profiss ional geral e de formação profiss ional especí f ica deverão ser minis t radas at ravés de disciplinas const i tuídas de:

a) Todos os assuntos de uma ou mais matérias ;b) Parte de uma ou mais matérias

§1 o – O programa de cada disciplina decorrente das matérias do curr ículo mínimo deve ser es t ruturado a part i r das ementas apresentadas no anexo 1, as quais devem ser entendidas como descri t ivas dos conteúdos mínimos a abranger não cabendo interpretá- las como programas de disciplina.

§2 o – As discipl inas mencionadas neste ar t igo as inst i tuições de ensino acrescentarão outras , obrigatórias e optat ivas , de modo a compor o curr ículo pleno do curso , visando a atender as pecul iar idades locais e regionais , ou ás caracterís t icas dos seus próprios projetos .

Art . 12 o – As ementas das matérias f ixadas nos ar ts . 3 o , 4 o e 6 o constam no anexo 1, que f ica incorporado a es ta Resolução.

Art . 13 o – Os curr ículos plenos do curso de engenharia serão desenvolvidos no tempo út i l de 3.600 horas de at ividades didát icas , que deverão

*(*) Redação alterada pelo Artigo 3o da Resolução CFE no 9/77.

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ser integral izadas em tempo total variável de 4 a 9 anos let ivos com termo médio de 5 anos.

Parágrafo Único- As matérias do curr ículo pleno poderão ser minis t radas em discipl inas semestrais ou anuais , ou também, em períodos let ivos especiais , de pelo menos, 45 dias , respei tadas as respect ivas cargas horárias totais , previs tas para as mesmas, pelas inst i tuições de ensino.

Art . 14 o – O tempo úti l mínimo de 3.600 horas , exigido para o curr ículo

pleno do curso de Engenharia, será integral izado pela soma das seguintes parcelas:

a) cargas horárias estabelecidas para as matérias de formação básica, de formação geral, de formação profissional geral e de formação profissional específica;

b) cargas horárias correspondentes a outras disciplinas exigidas por legis lação específ ica, inclusive as minis t radas no primeiro ciclo das univers idades , não abrangidas no i tem “a” deste ar t igo;

c) carga horária que permita à inst i tuição complementar o curr ículo com discipl inas que representam extensão ou desdobramento das matérias mencionadas no i tem “a” deste ar t igo, ou com outras discipl inas de caráter profiss ional especí f ico, não englobadas naquelas matérias .

( . . . )

Art . 16 o – As inst i tuições de ensino poderão, uma vez atendidas as exigências do curr ículo mínimo, acrescentar ou desdobrar as matérias , aumentar a duração do curso , além das 3.600 horas , na medida em que os acréscimos sejam necessários á complementação da formação básica ou profiss ional , em cada área , em função das pecul iar idades locais e regionais ou caracterís t icas de seus próprios projetos .

Art . 17 o – Os órgãos colegiados competentes das inst i tuições que minis t ram o curso de Engenharia deverão indicar em termos genéricos ao Conselho Federal de Engenharia, Arqui tetura e Agronomia (CONFEA), em função do curr ículo pleno que for desenvolvido em suas habi l i tações , as caracterís t icas dos engenheiros por elas diplomados.

Art . 18 o – O novo currículo mínimo do curso de Engenharia terá vigência a part i r do ano let ivo de 1977.

§1 o – As insti tuições do curso de Engenharia poderão fazer adaptações curr iculares , a seu cri tér io , mant idas as exigências dos curr ículos mínimos anteriores , para os alunos admit idos á matr ícula inicial antes de 1977.

§2 o – No decorrer do ano de 1976 as inst i tuições de ensino encaminharão á apreciação do CFE os anexos de seus regimentos devidamente adaptados a es ta Resolução.

Art . 19 o – Esta resolução entra em vigor na data de sua publ icação no D.O. , revogadas as disposições em contrário.

A Resolução no 48/76 relacionava, em um Anexo, os assuntos referentes às Matérias Obrigatórias de cada uma das habilitações em Engenharia. Em muitos desses casos é também especificado uma carga horária mínima a ser adotada nas aulas de laboratório.

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ANEXO À RESOLUÇÃO N o 48/76

São as seguintes as ementas das matérias f ixadas no curr ículo mínimo do curso de Engenharia:

MATÉRIAS DE FORMAÇÃO BÁSICA

1 – A matéria Matemática incluirá:Cálculo Vetorial . Cálculo Diferencial e Integral . Geometria Anal í t ica. Álgebra Linear . Cálculo Numérico. Probabi l idade e Estat íst ica.

2 – A matéria Física incluirá:Medidas Fís icas , Fundamentos da Mecânica Clássica. Teoria Cinét ica. Termo Dinâmica. Elet rostát ica e Elet romagnet ismo. Fís ica Ondulatória . Int rodução á Fís ica Atômica e Nuclear . At ividades de laboratório no mínimo de 45 horas .

3 – A matéria Química incluirá:Estrutura e Propriedades Periódicas dos Elementos e Compostos Químicos. Tópicos Básicos da Físico Química. Atividades de laboratório no mínimo de 45 horas .

4 – A matéria Mecânica incluirá:Estática, Cinemát ica e Dinâmica do Ponto e do Corpo Rígido .

5 – A matéria Processamento de Dados incluirá:Concei tos Básicos de Computação. Apl icações Típicas de Computadores Digi tais . Linguagens Básicas e Sis temas Operacionais . Técnicas de Programação. Desenvolvimento de Sistemas de Engenharia, Simulação e Apl icações Técnicas de Otimização.

6 – A matéria Desenho incluirá:Representações de Forma e Dimensão. Convenções e Normal ização. Ut i l ização de Elementos Gráficos na Interpretação e Solução de Problemas.

7 – A matéria Eletricidade incluirá:Circui tos . Medidas Elét r icas e Magnét icas . Componentes e Equipamentos Elét r icos e Elet rônicos . At ividades de Laboratório no mínimo de 30 horas .

8 – A matéria Resistência dos Materiais incluirá:Tensões e Deformações nos Sól idos. Anál ise de Peças Sujei tas a Esforços Simples e Combinados. Energia de Deformação.

9 – A matéria Fenômenos de Transporte compreenderá:Mecânica dos Fluídos. Transferência de Calor e Massa. At ividades de laboratório no mínimo de 15 horas .

MATÉRIAS DE FORMAÇÃO GERAL

10 – A matéria Ciências Humanas incluirá:Assuntos da natureza Humaníst ica, a cr i tér io da insti tuição incluindo-se

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obrigatoriamente os temas sociais e jurídicos necessários á complementação e formação do engenheiro.

11 – A matéria Economia incluirá:Natureza e Método da Economia. Microeconomia. Macroeconomia. Engenharia Econômica.

12 – A matéria Administração incluirá:Adminis t ração e Organização de Empresas . Métodos de Planejamento e Controle. Administ ração Financei ra. Adminis t ração de Pessoal . Administ ração de Suprimento. Contabi l idade e Balanço.

13 – A matéria Ciências do Ambiente incluirá:A Biosfera e seu Equi l íbrio. Efei tos da Tecnologia sobre o Equi l íbrio Tecnológico. Preservação dos Recursos Naturais .

MATÉRIAS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

( . . . )

ÁREA: ELETRICIDADE

24 – A matéria Circuitos Elétricos incluirá:Comportamento Permanente e Transi tório de Circui tos Resist ivos,

Indut ivos e Capaci t ivos. Anál ise de Redes. Acoplamentos Magnét icos . Circui tos Poli fás icos . At ividades de laboratório no mínimo de 30 horas .

25- A matéria Eletromagnetismo incluirá: Campos Elét r icos e Magnét icos Estacionários , Campos Elét r icos e Magnét icos Variáveis no Tempo. Ondas e Linhas. Atividades de laboratório no mínimo de 15 horas .

26- A matéria Eletrônica incluirá:Componentes e Disposi t ivos. Fontes . Amplif icadores . Osci ladores . Moduladores e Demoduladores . Circui tos Digi tais . At ividades de laboratório no mínimo de 30 horas .

27- A matéria Materiais Elétricos incluirá:Elementos de Ciência dos Materiais . Tecnologia dos Materiais Elét r icos e Magnét icos . Atividades de laboratório no mínimo de 15 horas .

28- A matéria Conversão de Energia incluirá:Princípios de Conversão de Energia Conversão Elet romecânica de

Energia. Máquinas e Equipamentos de Conversão. Atividades de laboratório no mínimo de 30 horas .

29- A matéria Controle e Servomecanismos incluirá:Análise e Síntese de Sistemas Contínuos e Discretos. Modelos e Simulação. Realimentação. Estabilidade e Otimização. Atividades de laboratório no mínimo de 30 horas.

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O resultado prático da aplicação da Resolução no 48/76 nos diversos cursos de Engenharia Elétrica existentes no Brasil e que vieram a ser estabelecidos nos anos seguintes foi uma uniformização de conteúdos curriculares. Se por um lado este fato facilitou sobremaneira a atuação dos órgãos de fiscalização profissional do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (sistema CONFEA - CREAs) no tocante à concessão da habilitação profissional, também limitou a possibilidade de currículos diferenciados.

É interessante também observar a preocupação dos legisladores no tocante às atividades de laboratório vinculadas aos currículos de Engenharia Elétrica. Nesse aspecto, o CFE aprovou o parecer No 2.932/75, no qual consta-se com uma série de recomendações quanto ao tema, como segue:

PARECER N o 2 .932/75, aprovado em 3 de julho de 1975

Relator: Heitor Gurgulino de Sousa

Através da indicação que tomou o numero 64, em data de 19 de maio p.p. , o Conselheiro Ruy Carlos de Camargo Vieira encaminhou ao CFE um conjunto de proposições sol ici tando apreciação por parte do Conselho. Em 4 de junho de 1975 a referida indicação foi dis t r ibuída a es te Relator .

Antecedentes O relatório f inal elaborado por professores da Divisão de Engenharia

Elet rônica do ITA, relat ivo ao Contrato FUNTEC 86, celebrado entre o BNDE e o Ministér io da aeronáut ica, teve como objet ivos, entre outros:

a) sugeri r relação de equipamentos necessários ao funcionamento de laboratórios de Engenharia, nas áreas de Elet rotécnica e de Elet rônica, em nível adequado de qual idade, indicando prioridades que deveriam ser atendidas em fase de recursos disponíveis ;

b) sugeri r experiências para cada grupo de equipamentos.

“Tratando-se de documento de grande valor como norma a ser seguida para novas autorizações e reconhecimento de cursos de Engenharia na área Elét r ica, e que poderá contr ibuir para a elevação do nível de ensino nessa área”, o Conselheiro Ruy Carlos de Camargo Vieira passa a formular as seguintes proposições que sol ici ta sejam apreciadas por es te Conselho:

1 – que se es tude a exeqüibi l idade de se passar a exigir , como requis i to necessário à autorização ou ao reconhecimento de cursos de Engenharia (plenos ou de operação) na área Elét r ica, a exis tência dos equipamentos discriminados naquele documento, ou de seus similares;

2 – que, simul taneamente, seja exigida na programação curr icular dos cursos de Engenharia (plenos ou de operação) na área Elét r ica, para a sua autorização ou reconhecimento, a real ização de aulas prát icas que abordem os tópicos cobertos pelas experiências discriminadas naquele documento;

3 – que as exigências dos dois i tens anteriores sejam consideradas da seguinte maneira, tendo em vis ta a class i f icação dos vários tópicos fei ta naquele documento:

Para a área de Elet rotécnica, exis tência de laboratórios de Técnica em Eletrônica Básica de Controle e Servomecanismos, de Elet rotécnica, de Al ta Tensão, de Geração, Transmissão e Dist r ibuição de Energia Elét r ica, de

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Luminotécnica e de Medidas Elét r icas .

Para a área de Elet rônica, exis tência de laboratórios de Técnicas em Eletrônica Básica, de Controle e de Servomecanismos, de Medidas Elét r icas , de Elet rônica Apl icada e de Telecomunicações.

Este relator teve a oportunidade de ver e anal isar o volumoso relatório que tem o t í tulo: “Experiências de Laboratório para Cursos de Engenharia Elét r ica e Elet rônica” compilação real izada para o “Plano de Padronização de Equipamentos de Laboratório dos cursos de Engenharia Elét r ica e Elet rônica”, elaborado sobre o patrocínio do BNDE. Trata- se sem dúvida, de documento que contém val iosos subsídios para es te Conselho e part icularmente para os conselheiros que devem anal isar projetos de organização de cursos de Engenharia nas áreas ass inaladas. Parece, também, ao Relator que o referido t rabalho será mui to út i l como orientação para as ent idades mantenedoras e para as escolas e faculdades de Engenharia, tanto para os novos empreendimentos como para reforçar os equipamentos já exis tentes nos cursos que estão em funcionamento e que deles ainda não disponham.

O relatório contém, além da descrição do conjunto de equipamento, uma l is ta de experiência que podem ser real izadas com os mesmos em cada uma das áreas seguintes:

Tópicos envolvidos em cada grupo de experiência:

a) Técnicas em Eletrônica Básica 1. Fundamentos de ci rcui tos passivos I2. Fundamentos de ci rcui tos passivos II3. Linhas de t ransmissão 4. Circui tos de microondas

b) Telecomunicações 5. Princípios de comunicações6. Televisão7. Antenas8. Propagação

c) Eletrônica Aplicada 9. Elet rônica básica 10. Amplif icadores e fontes 11. Medidas elét r icas 12. Elet rônica industr ial 13. Sônica 14. Técnica de pulsos 15. Circui tos e s is temas lógicos 16. Processamento de dados

d) Controle e Servomecanismos17. Int rodução a sis temas l ineares18. Controles l ineares 19. Controles amostrados e não l ineares

e) Eletrotécnica 20.Transformadores 21. Máquinas CC22. Máquinas s íncronas23. Máquinas ass íncronas

No final de cada capí tulo de experiências há a bibl iografia

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correspondente, bem como o material necessário para sua real ização.

Este relator é de opinião que o relatório deveria ser publ icado e amplamente dist r ibuído entre as escolas de Engenharia do País e seja usado como referência pela Assessoria Técnica deste Conselho.

Anal isando, agora, as sugestões e proposições concretas fei tas pelo conselheiro Vieira, Coordenador da Comissão de Especial is tas de Engenharia que assessora ao DAU e a es te conselho, é o relator de parecer que merecem pleno acolhimento. Em part icular es te conselho, ao anal isar os projetos de cr iação de novos cursos de Engenharia (plenos ou de operação) na área Elét r ica, veri f ica se eles contêm os elementos indispensáveis para sua aprovação, e entre eles devem constar os laboratórios de: Área de Eletrotécnica

Técnicas em Eletrônica BásicaControle e ServomecanismosEletrotécnicaAlta TensãoGeração , Transmissão e Dist r ibuição de Energia

Elét r ica LuminotécnicaMedidas Elét r icas

Área de Eletrônica Técnicas em Eletrônica Básica Controle e ServomecanismosMedidas Elét r icas Elet rônica Apl icadaTelecomunicações

O relator é de opinião de que deve haver sempre plena l iberdade para que as escolas equipem seus laboratórios com o t ipo de material mais adequado ao desenvolvimento dos cursos e de qualquer procedência. O indispensável , como bem acentua, também a indicação do Cons. Ruy Vieira, é que os alunos desse curso real izem as aulas prát icas di retamente, part icipando da execução dos t rabalhos, seja individualmente ou em equipes pequenas, para que aprovei tem realmente desse aprendizado prát ico.

Em outras palavras não se t rata de, apenas mostrar aos alunos os equipamentos, com o professor e algum auxi l iar real izando a experiência em frente a uma classe, embora, em alguns casos, dada a natureza da experiência e certas pecul iar idades do equipamento, tal t ipo de aula deve, também, ser uti l izado. Trata- se porém, de real izar o próprio aluno (ou grupos de alunos) a experiência, cortejando os resul tados da prát ica com os previs tos na teoria .

Em conclusão, o relator expressa seu desejo de que a comissão de Especial is ta de Engenharia cont inue a sua tarefa, es tendendo a sua atenção aos laboratórios de outras áreas de Engenharia, fornecendo os subsídios que serão úteis não só a es te Conselho como às univers idades e escolas de Engenharia de todo o País .

Voto do RelatorO relator é de parecer que seja acolhida a Indicação n o 64, com as

observações fei tas .

3. A QUESTÃO DA DENOMINAÇÃO ENGENHARIA ELÉTRICA:

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Conforme visto, a Resolução no 48/76 previa a existência de cursos de Engenharia Elétrica com habilitação específica em ENGENHARIA ELETRÔNICA, ENGENHARIA ELETROTÉCNICA e ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES. Sob o ponto de vista da atuação profissional, o assunto é tratado na Resolução do CONFEA de no 218, de 29 de junho de 1973, através dos Art. 8o e 9o da seguinte forma:

• Aos Engenheiros Eletricistas egressos de cursos com habilitação em ENGENHARIA ELETROTÉCNICA, os CREAs atribuíam as prerrogativas profissionais constantes do Art. 8o da Resolução CONFEA de no 218/73.

• Aos Engenheiros Eletricistas egressos de cursos com habilitação em ENGENHARIA ELETRÔNICA ou ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES, os CREAs atribuíam as prerrogativas profissionais constantes do Art. 9o da Resolução CONFEA de no 218/73.

No entanto, tão logo foi publicada a Resolução CFE no 48/76, foram levantadas objeções quanto a essa diferenciação, pois tal implicava na prática na existência de dois profissionais diferentes, o ENGENHEIRO ELETROTÉCNICO e o ENGENHEIRO ELETRÔNICO/DE TELECOMUNICAÇÕES. Em alguns casos era inclusive difícil, frente ao currículo adotado, caracterizar se os egressos de um determinado curso teriam as habilitações do Art. 8o ou do Art. 9o (ou ambas) da Resolução no 218 do CONFEA. Sobre este aspecto, encontra-se a seguir o Parecer emitido em março de 1977 e submetido ao CFE (alguns trechos foram negritados para destaque):

PARECER N o 859/77, aprovado em 1 o de março de 1977

Relator: Jucundino da Silva Furtado

O Excelent íss imo senhor Minis t ro da Educação e Cultura Ney Braga vem de encaminhar Aviso a es te Conselho, acompanhado de proposta do DAU, referente á habi l i tação Engenharia Elét r ica do curso de Engenharia .

( . . . )

Para a caracterização da Habi l i tação Engenharia Elét r ica, em função do disposto na Resolução CFE n o 48/76, o DAU houve por bem proceder es tudos especiais em cuja elaboração part iciparam representantes do Inst i tuto Tecnológico de Aeronáut ica e de Escola Poli técnica da USP, juntamente com a Comissão de Especial is tas de Ensino de Engenharia do DAU. Ressal ta o Sr . Diretor Geral do DAU que o Inst i tuto Tecnológico de Aeronáut ica foi a primeira inst i tuição que implantou no País um curso específ ico de Engenharia Elet rônica, tendo desde então servido de modelo para os demais cursos que foram criados.

( . . . )

Com o surgimento, e também desaparecimento, de certas ênfases em setores especí f icos da Engenharia Elét r ica, as at ividades do Engenhei ro Elet r icista têm sido t radicionalmente dist r ibuídas pela área de Elet rotécnica , da Elet rônica e do Controle. O desenvolvimento cient í f ico, tecnológico e industr ial abriu novas áreas de importância sócio-econômica relat ivamente maior , como as

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relat ivas aos grandes problemas atuais de fontes de energia, de armazenamento de energia elét r ica e de t ransmissão a longa dis tância.

Conclui o grupo de t rabalho que, em qualquer dessas áreas , novas ou associadas ás at ividades t radicionais de geração, t ransmissão, dist r ibuição e uti l ização de energia elét r ica, comuns á Elet rotécnica, ou as at ividades de t ransmissão, recepção e t ratamento de informações , próprias da Elet rônica “os Engenheiros Elet r icis tas desenvolvem as at ividades t ípicas da profissão como, por exemplo, planejamento projeto, construção instalação, produção industr ial , operação, manutenção, vendas, pesquisa, desenvolvimento, ensino etc”. Se, por um lado, no campo das apl icações a evolução tem sido extraordinariamente dinâmica, por outro lado, os fundamentos da Engenharia Elét r ica, já bem consol idados, não apresentam perspect ivas de mudanças signif icat ivas dentro de um futuro previs ível .

( . . . )

Considera a manifestação ser perfei tamente possível formar profiss ionais qual i f icado em diversos setores da área Elét r ica, part indo de um núcleo básico e comum de conhecimento, com o ensino das matérias adequadas, a cr i tér io das inst i tuições , e de acordo com a vocação de cada uma delas . E conclui dizendo que, “isto , porém não s ignif ica di ferenciar esses profiss ionais , por nomes diferentes . São todos Engenheiros Eletricistas ”.

( . . . )

Diz ainda o DAU, em deu estudo, que a comissão de especial is tas do Ensino de Engenharia, considerando a manifestação do Inst i tuto Tecnológico de Aeronáut ica e a posição de outras inst i tuições de ensino de engenharia, com as quais foi debat ido o assunto, resolveu, ”apoiar integralmente a manutenção exclusiva da habi l i tação Engenharia Elétrica , sem necessidade de caracterizar qualquer outra habi l i tação específ ica na área Elét r ica”. Final iza af i rmando que “a exis tência de uma habi l i tação única na área de elet r icidade não só se enquadra perfei tamente no espír i to da Resolução CFE n o 48/76, como também responde ao concei to que, internacionalmente “lhe é apl icado atualmente”.

Este posicionamento não proíbe que as inst i tuições que o desejarem, ao est ruturarem o curr ículo pleno de seus cursos, possam dar ênfase a áreas específ icas , tanto da Elet rotécnica como da Elet rônica , incluindo, por exemplo, pela sua importância conjuntural , Circui tos Digi tais e Engenharia de Computadores , com base nas próprias normas de apl icação e na f lexibi l idade oferecida pelo novo currículo mínimo.

Voto do RelatorNa real idade nada impede que, nos Termos da resolução n o 48/76 e

conforme propõe o Departamento de Assuntos Univers i tár ios do MEC, seja caracterizada uma única habi l i tação na área de Elet r icidade – a de Engenharia Elétrica .

O parecer do Relator é favorável à proposição , acei tando os argumentos expedidos pelos especial is tas . ( . . . ) Dessa forma, opinando favoravelmente à caracterização de uma única habi l i tação na área de Elet r icidade – a de Engenharia Elétrica – conforme propõe o Aviso Minis ter ial n o 42/77, o Relator apresenta o anexo Projeto de Resolução, em que estão consubstanciadas as medidas propostas , inclusive a al teração da Resolução CFE n o 48/76.

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O Parecer, devidamente submetido e aprovado pelo CFE, deu origem a uma modificação na Resolução no 48/76, na forma da Resolução no 9/77:

RESOLUÇÃO N o 9 /77, de 27 de abri l de 1977

Caracteriza a habi l i tação Engenharia Elétrica, do curso de Engenharia.

O Presidente do Conselho Federal de Educação, no uso de suas at r ibuições ( . . . )

RESOLVE:

Art . 1 o – A Engenharia Elét r ica é habi l i tação única, com origem na área Elet r icidade do curso de Engenharia, devendo obedecer os termos da Resolução n o 48, de 27 de abri l de 1976, do Conselho Federal de Educação, que f ixa os mínimos de conteúdo e de duração do curso de Engenharia e define suas áreas e habi l i tações .

Art . 2 o – As discipl inas , at ravés das quais forem minist radas as matérias de formação profiss ional específ ica, poderão atender a cont ingências conjunturais , dando ênfase a setores especí f icos da Engenharia Elét r ica, tais como os de Elet rotécnica; de Elet rônica , e de Telecomunicações.

Art . 3 o – O parágrafo único do art igo 7 o , da resolução no 48/76, passa a ter a seguinte redação:

“Parágrafo único – Habi l i tações específ icas do curso de Engenharia, correspondentes a especi f icações profiss ionais , ta is como a de Engenharia Aeronáut ica , de Al imentos, Naval , de Materiais , Sani tár ia e outras , já exis tentes ou que venham a ser cr iadas , deverão ter origem em uma ou mais área de Engenharia , referidas no art . 6 o .”

Art . 4 o – A habi l i tação Engenharia Elét r ica terá vigência a part i r do ano let ivo de 1978.

§1 o – As insti tuições do ensino de Engenharia , que oferecem a habi l i tação Engenharia Elét r ica, poderão fazer adaptações curr iculares , a seu cri tér io , mant idas as exigências dos curr ículos mínimos anteriores para os alunos admit idos a matr ícula inicial antes de 1978.

§2 o – No decorrer do ano de 1977, as inst i tuições de ensino correspondentes encaminharão à apreciação do CFE os anexos de seus Regimentos, devidamente adaptados a es ta Resolução.

§3 o – As insti tuições de ensino que mantenham, s imul taneamente, as atuais habi l i tações Elet rotécnica e Elet rônica, poderão somar as vagas deferidas a cada uma dessas habi l i tações, f ixando, pelo seu total , o número de vagas da nova habi l i tação Engenharia Elét r ica.

Art . 5 o – A presente resolução entrará em vigor na data de sua publ icação no Diário Oficial da União, f icando revogadas as disposições em contrário.

Como conclusão, a denominação considerada atualmente correta do profissional de Engenharia com habilitação na área de Eletricidade é ENGENHEIRO

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ELETRICISTA. A Eletrônica, a Eletrotécnica e as Telecomunicações são áreas de especialização do curso de graduação em Engenharia Elétrica (assim como outras especializações), mas não alteram o título profissional do formando. Isso posto, o curso de graduação oferecido pela UFPR denomina-se simplesmente CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA, sendo caracterizada, no entanto, a ênfase do elenco de disciplinas nas áreas de ELETROTÉCNICA, ELETRÔNICA e TELECOMUNICAÇÕES. É interessante observar, no entanto, que já em 1977 reconhecia-se a mutabilidade existente na área de Engenharia Elétrica, pois no texto do PARECER No 859/77 verifica-se o trecho "surgimento, e também desaparecimento, de certas ênfases em setores específicos da Engenharia Elétrica". Ou seja, desde aquela época existe o reconhecimento de que a Engenharia Elétrica sofre de uma grande mutabilidade em função da evolução da técnica e da ciência e, dessa forma, não pode estar presa a grilhões imutáveis sob o ponto de vista de currículo universitário. No entanto, conforme se exporá na seqüência, na UFPR o Curso de Engenharia Elétrica ainda tem, no alvorecer de um novo século, um currículo compartimentalizado em três "ênfases" rigidamente separadas.

4. O CURRÍCULO ATUAL DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFPR:

O currículo vigente no Curso de Engenharia Elétrica da UFPR é baseado na Resolução 48/76 do MEC. Uma cuidadosa análise permite ver que a linha mestre do currículo atual é a área de Eletrotécnica, a qual foram adicionas a partir de 1976 disciplinas de Telecomunicações. Em 1981, a reformulação então realizada criou a ênfase em Eletrônica, mas ainda mantendo como base nos anos iniciais as antigas disciplinas de Eletrotécnica. Por outro lado, conforme já citado, a reformulação de 1992 foi de certa forma um simples ajuste de cargas horárias do currículo vigente, com poucas modificações estruturais.

A situação atual permite ver, por detrás do elenco das disciplinas, a influência significativa de uma situação que foi a muito tempo ultrapassada. Na ênfase em Eletrotécnica percebe-se um direcionamento à área de Implantação e Operação de Sistemas de Potência, que pode ser atribuída à atuação profissional dos professores junto a COPEL na época da fundação do curso. Por outro lado, as disciplinas de telecomunicações voltam-se basicamente à telefonia pública, atividade exercida pela TELEPAR. Dessa forma, apenas a ênfase em Eletrônica permitia uma formação mais ampla, já que por ter surgido em tempo posterior não sofreu influência direta de uma determinada empresa. Não se deve, no entanto, considerar o aspecto negativo desse direcionamento à COPEL e a TELEPAR fora do contexto da época em que tal foi realizado, já que na ocasião essas empresas acolhiam a maioria dos egressos do curso. Porém, no cenário atual tal constatação é assustadoramente comprometedora. De fato, a maioria dos estudantes tem optado por seguir a ênfase em Eletrônica, que é considerado um currículo mais atualizado; em 1998, por exemplo, 85% dos formandos haviam optado pela ênfase em Eletrônica. Tal situação vinha ocasionado um número elevado de alunos nas turmas específicas de Eletrônica e poucos (e as vezes nenhum!) alunos em disciplinas de Eletrotécnica e de Telecomunicações. Alem de comprometer o desempenho didático e dificultar o planejamento da carga horária dos docentes, essa concentração de alunos na ênfase em Eletrônica demonstra de forma evidente a falta de atualidade do currículo. Nos últimos anos, como houve uma grande demanda por Engenheiros na área de Telecomunicações, observou-se um certo aumento na opção por essa ênfase. Apesar disso, os próprios professores das disciplinas de Telecomunicações reconhecem a necessidade de urgentes reformulações, tendo em vista os notáveis avanços ocorridos nessa área nos últimos anos.

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Na verdade a discussão quanto às ênfases do Curso de Engenharia Elétrica devem ser feitas frente a realidade atual do setor elétrico. Além de ter ocorrido uma série de mudanças conjunturais no setor, como a recente privatização das empresas de telefonia, o cenário que se apresenta não permite traçar linhas divisórias fixas entre Eletrotécnica, Eletrônica ou Telecomunicações. Conforme se viu, tal discussão já ocorria em 1977 e o próprio CEF emitiu resolução considerando a Engenharia Elétrica como uma área única, frente a impossibilidade prática de se separar a atuação profissional nas áreas de Eletrotécnica, Eletrônica e Telecomunicações. Frente a isso, é anacrônico que o Curso de Engenharia Elétrica da UFPR continue tentando estabelecer muros divisórios rígidos entre as "ênfases", quando o mundo clama por Engenheiros Eletricistas com formação geral. As próprias empresas, ao contratarem seus Engenheiros Eletricistas, muitas vezes não estabelecem essas diferenciações e consideram todos os egressos de cursos na área da Eletricidade de forma semelhante. Também outros cursos de Engenharia Elétrica existentes no Brasil tem eliminado as antigas "ênfases" e implementado currículos únicos. É conveniente manter as disciplinas agrupadas nas áreas "clássicas" de Eletrotécnica, Eletrônica e Telecomunicações, mas sem levantar barreiras que impeçam os alunos de obterem formação ampla.

Em conclusão, a presente proposta de Reformulação Curricular estabelece um curso onde as antigas ênfases somente dividem as disciplinas profissionalizantes em grandes grupos, mas não determinam aos alunos a obrigatoriedade de seguirem rigidamente uma série de disciplinas compartimentalizadas. Naturalmente as disciplinas continuarão, por suas características, sendo agrupadas nas áreas clássicas e outras que venham a surgir, porém o currículo proposto permitirá aos estudantes adquirirem conhecimentos de todas as áreas sem os compartimentos estanques atualmente existentes.

As principais características do currículo atual, que mereceram atenção para a elaboração da presente proposta, são as seguintes:

• A carga horária total é superior a 4900 horas em média, resultando em cargas semanais de aulas da ordem de 35 horas. Com isso, os alunos simplesmente não tem tempo para estudar e freqüentemente são levados a faltar uma aula para estudar para outra disciplina.

• O encadeamento de disciplinas por meio de pré-requisitos é extremamente rígido. A conseqüência, em caso de reprovação de certas disciplinas, é a extensão do curso além dos 5 anos de duração prevista.

• A divisão do curso em três "ênfases" estanques é incompatível com as exigências do mercado de trabalho, que demandam profissionais com formação ampla e geral, que possam facilmente adaptar-se a evolução técnica do setor. Alguns alunos tentam superar essa deficiência através da formação em duas ênfases simultaneamente, mas tal atitude demandará um número ainda maior de horas-aula, dificilmente compatíveis em horários.

• A ênfase em Eletrotécnica tem atualmente um número reduzidíssimo de alunos. Os alunos justificam seu pouco interesse nessa ênfase em função da estagnação por que passa o setor de geração de energia elétrica no Brasil, em face de futura privatização das atuais concessionárias de energia elétrica. A ênfase em Telecomunicações chegou a enfrentar igual problema, há alguns anos, recuperando-se em parte devido às ofertas de emprego crescentes na área. Tais fatos mostram que a estrutura em ênfases rígidas é de difícil administração, ocorrendo flutuações na procura pelos alunos em função de fatores de mercado.

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• Não há disciplinas optativas. Todas as disciplinas de cada ênfase são obrigatórias. Na prática permite-se aos alunos de uma ênfase cursarem as disciplinas das outras ênfases a título de "optativas", mas não há como considerar os créditos obtidos dessa forma na integralização curricular. Com isso, existe de fato um desestímulo a que o aluno diversifique sua formação. Também, pela falta de disciplinas optativas, a evolução rápida da Engenharia Elétrica é dificilmente absorvida pelo currículo atual, que é fixo e imutável.

• A periodização anual das disciplinas é considerada inconveniente, tanto sob o ponto de vista administrativo como sob o aspecto didático. Decorrem daí também problemas de incompatibilidade com alunos participantes do programa Bolsa-Sanduíche de Graduação da CAPES-MEC e do convênio UFPR-INSA (França), que pressupõe currículos semestrais.

• Apesar da exigência de Estágio Profissional, tal atividade deve ser realizada ao mesmo tempo que o aluno está tendo uma carga horária elevada de aulas. O resultado é o prejuízo ao estágio ou às aulas, pois é muito difícil conciliar a carga de trabalho com a das aulas. Não se pode, no currículo atual, realizar estágios fora da região metropolitana de Curitiba, pois o aluno deverá comparecer diariamente também às aulas na UFPR.

• A carga horária elevada foi adotada como resposta as exigências da Resolução 48/76 e não por razões didáticas. De modo geral o conteúdo programático das disciplinas pode ser ministrado em tempo consideravelmente menor do que está previsto no currículo. Comprova-se essa afirmação simplesmente observando que a maior parte dos docentes costuma encerrar as aulas antes do horário previsto. Outros adotam procedimentos didáticos lentos, como o hábito de transcrever suas notas de aula no quadro-negro, estendendo a duração das aulas. Isto posto, de modo geral a maioria das disciplinas pode ter sua carga horária de aulas reduzida significativamente e mantendo-se a mesma ementa. Ao contrário do que seria de se imaginar, tal redução não comprometerá o conteúdo a ser ministrado, bastando o docente adotar técnicas mais modernas de ensino e cumprir integralmente o horário previsto para as aulas.

• O currículo atual é permeado por uma relação professor-aluno tradicional e antiquada. O sistema de pré-requisitos leva o aluno a ver as disciplinas como barreiras a serem transpostas para que chegue ao momento ansiado da colação de grau e não como oportunidades de aprendizado. A respeito desse tema, é oportuno citar alguns trechos do livro "Ciência, Tecnologia e Sociedade e o Contexto da Educação Tecnológica", do Professor Walter Antonio Bazzo, no qual ele critica violentamente tanto os professores como os alunos de Engenharia. O Professor Bazzo é professor do curso de Eng. Mecânica da UFSC em Florianópolis e é autor de vários livros sobre Ensino de Engenharia:

"( . . . ) t radicionalmente considera-se o aluno como um recipiente vazio de conhecimentos técnicos e cient í f icos . ( . . . ) Nesse modelo, o professor, detentor do conhecimento, é o centro de onde i rradiam todas as ações em sala de aula. ( . . . ) Dele se espera uma reprodução l impa e precisa das formulações canônicas , ou seja, daquelas soluções cláss icas , sendo assim supostamente precisas . O professor espera que o aluno assuma uma at i tude atenta e bem comportada, que faça as perguntas certas nas horas certas . Nesse

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modelo de ensino o não-entendimento pode ser encarado como fal ta de atenção por parte do aluno ou como uma deficiência da lógica da t ransmissão do conhecimento. ( . . . ) Se o aluno não 'entende ' , repete-se o t recho não assimilado. Outras vezes muda-se a forma de repet i r , na esperança de que, desta fei ta , a nova forma de abordagem seja auto-expl icat iva ( . . . ) O aluno normalmente desis te de perguntar de novo, ante a carga de compromissos comportamentais que o sis tema impõe e ele próprio rat i f ica. ( . . . ) Por seu lado, os alunos também trazem para dentro do ambiente escolar toda uma carga cul tural . Esperam, por exemplo, que o professor seja o mais objet ivo possível na apresentação do conteúdo disciplinar e que mostre total famil iar idade com o assunto que t ransmite. Isso, segundo seu entendimento, demonstra conhecimento e t ransmite- lhe confiança. Esta caracterís t ica, al iás , faz parte das expectat ivas dos alunos a respei to do que seria um bom professor , que agir ia então com precisão técnica. Al iando isso à sua visão das relações professor-aluno, os próprios docentes passam a rat i f icar essa missão de representar o professor-engenheiro. Nesses casos eles agem tratando todo o sis tema ensino-aprendizagem da mesma forma como as regras não-escri tas da profissão de Engenheiro."

5. JUSTIFICATIVA DO CURRÍCULO PROPOSTO:

O principal aspecto da justificativa da presente proposta é que o Currículo atual do Curso de Engenharia Elétrica da UFPR tomou como base a RESOLUÇÃO 48/76, do Conselho Federal de Educação, de 27 de abril de 1976, que fixou os mínimos de conteúdo e de duração dos cursos de graduação em Engenharia e definiu suas áreas de habilitações, incluindo entre elas a Engenharia Elétrica. No entanto desde a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (Lei 9.394/96) em 24 de dezembro de 1996 a Resolução 48/76-CFE pode ser considerada como ultrapassada. A citada LDB introduz a expressão “Diretrizes Curriculares”, que vem substituir os “Currículos Mínimos” da Resolução 48/76-CFE. Isto posto, a atualização do atual Currículo do Curso de Engenharia Elétrica da UFPR justifica-se não só pelo aspecto técnico, mas é também uma necessidade urgente para atender requisitos legais.

No caso de Engenharia Elétrica, o MEC nomeou uma comissão formada pelos seguintes professores: Germano Lambert Torres - José Sidnei Colombo Martini - Mário de Sousa Araújo Filho - Renato Carlson - Renato Machado de Brito - Wainer da Silveira e Silva - Yaro Burian Junior. Essa comissão de Especialistas em Ensino de Engenharia, nomeada com o intuito de elaborar tais Diretrizes considera seu trabalho já finalizado, estando disponível o documento final na Internet em http://www.mec.gov.br . No entanto fatores externos à Comissão de Especialistas fazem com que até o momento (fevereiro de 2002) a proposta de Diretrizes Curriculares para os Cursos de Engenharia ainda mantém o status de proposta e não foi transformado em lei.

A leitura desse documento deixa claro que os especialistas que o redigiram abandonaram definitivamente o detalhamento que permeava a legislação anterior e optaram por um texto orientador em vez de restritivo. Assim sendo, apesar de carecer ainda da força da lei, o documento elaborado pela comissão de especialistas nomeada pelo MEC traz a liberdade tão ansiada de cada instituição de ensino elaborar currículos diferenciados em função da realidade local, ao mesmo tempo que deixa aberta a possibilidade do surgimento de propostas inovadoras. Deixa-se explícito portanto que eventuais mudanças e adaptações podem ser fazer necessárias tão logo tenha-se em mãos a versão final da respectiva “Diretriz

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Curricular” dos Cursos de Engenharia Elétrica. Porém é extremamente improvável que exista um retrocesso no sentido de uma resolução final restritiva como a existente no passado. Isto posto, a presente proposta baseia-se na proposta de "Diretriz Curricular" para os Cursos de Engenharia, divulgada pelo MEC.

O Currículo ora proposto terá as seguintes características básicas:

• Redução da carga horária total do Curso.

• Modificação profunda na relação professor-aluno, através da inclusão de mecanismos que visam transformar o aluno-passivo em aluno-ativo, ao mesmo tempo que o professor passa a ser visto como orientador do estudo e não como detentor de uma verdade a ser exposta no quadro-negro.

• Oferecimento de disciplinas unicamente em regime semestral, em oposição ao Currículo atual no qual verifica-se tanto disciplinas anuais como semestrais. A partir dessa modificação, a admissão de novos alunos se fará em duas etapas, sendo que metade das vagas atuais serão oferecidas para ingresso no primeiro semestre do ano e metade no segundo semestre. Como conseqüência haverá também doravante duas colações de grau a cada ano. A justificativa da implantação do regime de matrícula semestral está relacionada à proposta de implantação de regime seriado nas seis primeiras séries.

• Inclusão de uma grande quantidade de Disciplinas Optativas, a serem escolhidas livremente pelos alunos dentre um conjunto de disciplinas aprovado periodicamente pela Coordenação do Curso, permitindo uma formação diferenciada. Ao mesmo tempo, a adoção dessa sistemática possibilitará que o Currículo seja constantemente adaptado à evolução técnica da Engenharia Elétrica, sem a necessidade de freqüentes ajustes no caso da adoção de um rol de disciplinas fixo.

• Utilização de um mecanismo misto de matrícula, adotando-se para os primeiros seis semestres o regime seriado e para os últimos o regime de créditos, simplificando os procedimentos administrativos de controle acadêmico.

• Inclusão de mecanismos destinados a evitar a evasão precoce, principalmente observada nos primeiros anos do atual currículo.

• A implantação do novo currículum, dar-se-á de forma gradativa à partir do primeiro ano. No entanto a Coordenação de Curso, compromete-se a realizar após a implantação do novo curriculum, uma análise de possibilidades para que os alunos do curriculum antigo, possam, na medida do possível, optarem pelo novo curriculum, desde que esta solicitação de mudança, seja analisada e aprovada pelo colegiado de curso.

• Inclusão de disciplinas e seminários voltados aos aspectos comportamentais que tem sido considerados como necessários para os Engenheiros do próximo milênio, incluindo:

→ Capacidade de Comunicação Oral e Escrita;→ Capacidade de Trabalho em Equipe;→ Relações Interpessoais;→ Capacidade de Decisão;→ Capacidade Crítica;→ Responsabilidade Social

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→ Responsabilidade quanto ao Meio Ambiente;→ Responsabilidade quanto à Segurança no Trabalho;→ Empreendedorismo;→ Ética.

• Obrigatoriedade de realização de um Estágio Supervisionado, necessário para a prática profissional, com a possibilidade do aluno dedicar-se em um semestre letivo integralmente a essa atividade.

• Obrigatoriedade de desenvolvimento de uma Monografia de Fim de Curso, com caráter integrador dos conhecimentos adquiridos nas diversas disciplinas do curso.

• Fim da compartimentalização das atuais ênfases, permitindo que o aluno opte por um conjunto de disciplinas além daquelas características de uma área específica.

6 PERFIL DO ALUNO DE ENGENHARIA ELÉTRICA/ORIENTAÇÃO ACADÊMICA:

A globalização que nos dias atuais faz parte do dia-a-dia de todas as áreas do conhecimento humano, impõem um novo perfil profissional, ao qual os agentes formadores em eduacação deverão cedo ou tarde adaptar-se.

No caso específico da Engenharia Elétrica, pela própria localização privilegiada do estado, grandes empresas multinacionais em áreas afins do conhecimento específico do curso, vem gradualmente instalando-se no estado e exigindo da formação do Engenheiro Eletricista adequação em seu perfil. O aluno do curso, que deve entre outras qualidades ter grande afinidade com a matemática, física e informática; desde o início de seus estudos universitários, é chamado a estagiar e passa a ter contato com a realidade empresarial, diferente da realidade acadêmica. Esta iteração com a empresa, faz com que o aluno já à partir de seu segundo ano letivo, exija de seu curso, um aporte técnico normalmente visto do meio para o final de sua formação. A demanda suscitada pelas empresas, e que deve ser cumprida pela Universidade, faz com que alunos muitas vezes imaturos, devido a sua própria idade, assumam desafios e compromissos que muitas vezes, não são compatíveis com a sua própria realidade acadêmica. Neste aspecto então, consideramos como fundamental a ORIENTAÇÃO ACADÊMICA, que como proposta deste novo currículum, será de fundamental importância para acompanhamento das atividades dos alunos egressos do curso em atividades empresariais. Este contato do professor orientador com a empresa, possibilitará o intercâmbio de idéias e possíveis comprometimentos do mesmo com projetos empresariais. Ressalta-se ainda, que a orientação acadêmica, não se limitará apenas ao acompanhamento do aluno junto à empresa. Esta orientação servirá também para que o aluno seja acompanhado dentro da universidade, para que sejam detectadas reprovações sucessivas do aluno, má adaptação do aluno com a comunidade, má escolha de curso, re-orientação profissional.

A nova proposta prevê que para que o aluno seja matriculado no semestre, o mesmo traga no ato da matrícula, a autorização (assinatura) do seu professor orientador na ficha de inscrição. Este procedimento, possui a vantagem do orientador saber do desenvolvimento de seu orientado no curso, bem como detectar possíveis problemas com o aluno que deverá então ser encaminhado para a

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coordenação para que medidas cabíveis sejam tomadas. Todos os casos omissos deverão serem resolvidos pelo colegiado do curso.

7 PROPOSTA E RELAÇÃO DAS DISCIPLINAS:

O Currículo proposto para o Curso de Engenharia Elétrica estabelece um total de 10 (dez) semestres letivos, distribuídos da seguinte forma:

Semestres Características1o, 2o, 3o, 4o, 5o, 6o Os seis primeiros semestres do Curso reunirão as disciplinas de formação

geral, todas obrigatórias, constituindo-se no conjunto de fundamentos matemáticos e físicos da Engenharia Elétrica. Nesses semestres adotar-se-á o regime de matrícula seriada, ou seja, o aluno é matriculado em um conjunto de disciplinas, chamadas de 1a Série a 6a Série. Caso o aluno seja reprovado, tem-se as seguintes situações:• Reprovado em um máximo de duas disciplinas de uma série: o aluno

poderá se matricular em todas as disciplinas da série seguinte e obrigatoriamente na(s) disciplina(s) em que reprovou. Ou seja, o aluno nesse caso passará para a série seguinte e fará apenas as disciplinas em que reprovou na série anterior, em regime de dependência. É vetada a dependência avançada, ou seja, em caso de nova reprovação o aluno será obrigado a interromper seu curso e será matriculado no semestre seguinte somente naquela(s) disciplina(s) em que reprovou. Em outras palavras, a dependência refere-se somente às disciplinas da série imediatamente anterior àquela na qual se encontra o aluno.

• Reprovação em três ou mais disciplinas: o aluno somente poderá se matricular naquelas disciplinas em que reprovou. Em outras palavras, nesse caso o aluno não passará para a série seguinte e cursará novamente as disciplinas nas quais reprovou.

A carga horária de cada uma dessas séries variará entre 21 a 26 horas semanais, integralizando 2470 horas ao final dos seis semestres letivos. Na 1a e 2a Série sugere-se também ao aluno cursar as disciplinas de Inglês Instrumental I e Inglês Instrumental II, idioma essencial para a Engenharia Elétrica, o que poderia aumentar então a carga horária em 120 horas.

7o e 8o Os alunos deverão na 7a e 8a séries integralizar um total de 720 horas-aula de disciplinas profissionalizantes optativas, escolhidas de um elenco de disciplinas disponibilizadas pela Coordenação do Curso. As disciplinas a serem oferecidas na 7a e 8a séries não são fixas, podendo ocorrer a adição de novas disciplinas e o cancelamento de disciplinas antigas sempre que o Colegiado do Curso de Engenharia Elétrica julgar conveniente. Ao oferecer a disciplina o Colegiado do Curso divulgará sua classificação como:

• Disciplina profissionalizante da Área de Eletrotécnica;• Disciplina profissionalizante da Área de Eletrônica;• Disciplina profissionalizante da Área de Telecomunicações;• Disciplina profissionalizante de caráter genérico.

Das 750 horas-aula, o aluno deverá completar obrigatoriamente um mínimo de 400 horas em disciplinas de uma das áreas citadas anteriormente (eletrônica, eletrotécnica ou telecomunicações). O controle destas horas dentro da ênfase, será realizado pelo orientador acadêmico, supervisionado pela coordenação do curso. As restantes 350 horas poderão, à escolha do aluno, serem completadas com disciplinas da mesma

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área ou de áreas diferentes, podendo também completar a carga horária com as disciplinas profissionalizante de caráter genérico.Como o conjunto de disciplinas ofertadas em cada semestre não é fixo, permite-se adaptação à evolução tecnológica da Engenharia Elétrica, bem como possibilita-se que uma determinada disciplina seja simplesmente cancelada por motivo de ausência de um determinado docente, bem como a criação de novas disciplinas quando da entrada de um novo membro no quadro de docentes. Evoluções técnicas ou mudanças tecnológicas também poderão ser contempladas com a criação de novas disciplinas, possibilitando constante atualização curricular. As disciplinas poderão ter carga horária de 2 ou de 4 horas semanais, podendo ser desenvolvidas ao longo de um único semestre ou serem divididas em dois semestres consecutivos, sendo o módulo do primeiro semestre pré-requisito do módulo do segundo semestre. Como a carga horária total mínima obrigatória das disciplinas optativas da 7a e 8a Séries do curso é de 720 horas, permite-se portanto sua integralização através de uma carga horária semanal de 24 horas.

9o Este semestre é dedicado à atividade de Estágio Profissional Supervisionado, podendo ser adotada, à escolha do aluno, uma das seguintes alternativas:• Estágio em Tempo Integral: Nesse caso o aluno não se matriculará em

nenhuma disciplina, ficando liberado para realizar um estágio com carga horária total mínima de 585 horas o que equivale a uma carga horária de 39 horas semanais com 13 créditos, em regime de tempo integral. Serão adotados mecanismos para acompanhamento dessa atividade por parte do Professor Supervisor.

• Estágio em Tempo Parcial: Este estágio tem carga horária total mínima de 405 hora o que equivale a 27 horas semanais e 9 créditos, em regime de dedicação parcial. Também haverá supervisão dessa atividade por parte de um Professor Supervisor. Optando por essa modalidade de Estágio, o aluno deverá complementar sua carga de disciplinas optativas com um adicional de 180 horas, equivalente a uma carga horária semanal de 12 horas em disciplinas optativas.

10o No último semestre do curso os alunos deverão desenvolver um Projeto de Graduação, sob supervisão de um professor, em atendimento a uma proposta com características a serem definidas. Para efeito de controle acadêmico, o Projeto será considerado uma disciplina com carga horária de 20 horas semanais, porém não haverá avaliação por nota numérica, sendo adotado um sistema de conceitos, sendo necessária a obtenção do conceito “Satisfatório” mínimo. Além do Projeto de Graduação, a 10a

Série contém também duas disciplinas obrigatórias de caráter econômico-financeiro, denominadas Economia para Engenharia Elétrica e Administração de Empresas de Engenharia e a disciplina, também obrigatória de Engenharia de Segurança.

Seminários Temáticos

Durante o curso de Engenharia Elétrica, é ainda obrigatório ao aluno participar de, no mínimo, dois Seminários Temáticos. Cada seminário constará de um conjunto de palestras, totalizando 10 horas de atividades em cada seminário, organizados pela Coordenação de Curso. Sugere-se que sejam convidados especialistas para ministrarem palestras sobre os seguintes temas, entre outros de interesse:

→ Responsabilidade social da Engenharia;→ Responsabilidade do Engenheiro quanto à preservação e

recuperação ambiental;→ Responsabilidade do Engenheiro quanto à Segurança no

Trabalho;→ Entrepreneurship (espírito empreendedor) em Engenharia;→ Ética e Direito em Engenharia.

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8. QUADRO DE INTEGRALIZAÇÃO CURRICULAR E PLANO DE PERIODIZAÇÃO:Com a estrutura proposta, o Curso de Engenharia Elétrica ficará com um

total de 4165 horas de atividades, sendo 2505 horas-aula de formação profissional geral, 750 horas aula de formação profissional específica, 585 horas de Estágio (caso o aluno opte pelo Estágio em Tempo Integral), 300 horas de projeto de graduação e 10 horas de atividades complementares. Caso o aluno opte pelo estágio reduzido de 405 horas, o mesmo deverá fazer uma complementação com mais 180 horas de disciplinas optativas. O controle do estágio parcial, ficará sob a responsabilidade da Coordenação do curso, dete modo apenas um código será atribuído a esta disciplina.

Apresenta-se no quadro à seguir um resumo da proposta, com relação à Carga Horária:

Série Tipo de Disciplina Caráter CHS CHT CHE CHP1a Formação Geral Obrigatórias 26 4302a Formação Geral Obrigatórias 21 4053a Formação Geral Obrigatórias 24 4354a Formação Geral Obrigatórias 23 4055a Formação Geral Obrigatórias 22 3606a Formação Geral Obrigatórias 25 4057a Formação Técnica Específica +

Formação Técnica GeralOptativas 24 360

8a Formação Técnica Específica + Formação Técnica Geral

Optativas 20 300

9a Estágio SupervisionadoModalidade INTEGRAL:

Obrigatório600

Estágio SupervisionadoModalidade TEMPO PARCIAL

Complementação Técnica Geral

Obrigatório

Optativas 12 180

420

10a Projeto de Graduação Obrigatório 20 300Disciplinas de caráter ético-humanista, ministradas na forma de Seminários Temáticos.Tópicos de Ecologia e Engenharia de Segurança no Trabalho

Obrigatório 285

TOTAISC/ Estágio em TEMPO INTEGRAL

3565 600 300

C/ Estágio em TEMPO PARCIAL

3745 420 300

CHS = Carga Horária SemanalCHT = Carga Horária Semestral (= CHS x 15)CHE = Carga Horária de EstágioCHP = Carga Horária de Projeto de Graduação

8.1. PERIODIZAÇÃO:

Na periodização tem-se os seguintes códigos de disciplinas:

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Máscara do código Departamento Setor

CM____ Matemática Ciências Exatas

CF____ Física Ciências Exatas

CI____ Informática Ciências Exatas

CD____ Desenho Ciências Exatas

CE____ Estatística Ciências Exatas

TE____ Engenharia Elétrica Tecnologia

TH____ Hidráulica e Saneamento Tecnologia

TQ____ Engenharia Química Tecnologia

TT____ Transportes Tecnologia

HS____ Sociologia Ciências Humanas

AT: Carga Horária Semanal de Aulas TeóricasAP: Carga Horária Semanal de Aulas de LaboratórioCHT: Carga Horária Semestral (15 semanas de aulas)

Primeiro PeríodoCódigo Disciplina AT AP CHT

CM041 Cálculo I 06 00 90CM045 Geometria Analítica I 04 00 60CF059 Física I 04 00 60TQ 072 Ciência e Engenharia dos Materiais 04 00 60CI208 Programação de Computadores 02 02 60CD029 Desenho Técnico A 04 00 60TE040 Introdução à Engenharia Elétrica 02 00 30TOTAIS 26 02 420

Segundo PeríodoCódigo Disciplina AT AP CHT

CM042 Cálculo II 06 00 90CM005 Álgebra Linear 04 00 60CF060 Física II 04 00 60CF063 Física Experimental I 00 02 30CE003 Estatística II 04 00 60TE041 Circuitos Elétricos I 03 00 45TE042 Laboratório de Engenharia Elétrica I 00 02 30TOTAIS 21 4 375

Terceiro PeríodoCódigo Disciplina AT AP CHT

CM043 Cálculo III 04 00 60TE043 Técnicas Analíticas para Engenharia Elétrica 04 00 60

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TE044 Eletricidade e Magnetismo 04 00 60TE045 Circuitos Elétricos II 04 00 60CF064 Física Experimental II 00 02 30CF062 Física IV 04 00 60TE046 Dispositivos Eletrônicos 04 00 60TE047 Laboratório de Engenharia Elétrica II 00 02 30TOTAIS 24 4 420

Quarto PeríodoCódigo Disciplina AT AP CHT

CI202 Métodos Numéricos 02 02 60TE048 Modelagem de Sistemas Elétricos 04 00 60TE049 Conversão de Energia 03 02 75TH014 Fenômenos de Transporte na Engenharia Elétrica 04 00 60TE050 Eletrônica Digital I 04 00 60TE051 Circuitos Não Lineares 04 00 60TE052 Laboratório de Engenharia Elétrica III 00 02 30TOTAIS 23 4 405

Quinto PeríodoCódigo Disciplina AT AP CHT

TE053 Ondas Eletromagnéticas 04 00 60TE054 Circuitos Eletrônicos Lineares 04 00 60TE055 Teoria de Sistemas Lineares de Controle 04 00 60TE056 Instalações Elétricas 04 00 60TE057 Eletrônica Digital II 04 00 60TE058 Elaboração de Relatórios Técnicos 02 00 30TE059 Laboratório de Engenharia Elétrica IV 00 02 30TOTAIS 22 2 360

Sexto PeríodoCódigo Disciplina AT AP CHT

TE060 Princípios de Comunicação 04 00 60TE061 Introdução aos Sistemas de Energia Elétrica 04 00 60TE062 Eletrônica de Potência 04 00 60TE063 Instrumentação e Controle de Processos 04 00 60TE064 Gerência de Projetos 04 00 60TE065 Ecologia, Ambiente e a Engenharia Elétrica 02 00 30TE066 Materiais Elétricos 03 00 45TE067 Laboratório de Engenharia Elétrica V 00 02 30TOTAIS 25 2 405

Sétimo Período

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OPTATIVAS DA ÊNFASE

Oitavo PeríodoOPTATIVAS DA ÊNFASE

Nono PeríodoCódigo Disciplina AT EST CHT

TE104 Estágio Supervisionado 00 39 585TOTAIS 00 39 585

Décimo PeríodoCódigo Disciplina AT AP CHT

TT 008 Administração e Organização de Empresas de Engenharia I

04 00 60

TE105 Projeto de Graduação 10 10 300TE106 Engenharia de Segurança do Trabalho 04 00 60TOTAIS 18 10 420

9. DEFINIÇÃO DOS PRÉ REQUISITOS :

Como citado no ítem 6, o curso de Engenharia Elétrica será seriado. Nesses semestres com regime de matrícula seriada, o aluno é matriculado em um conjunto de disciplinas, chamadas de 1a Série a 6a Série. Caso o aluno seja reprovado, tem-se as seguintes situações:• Reprovado em um máximo de duas disciplinas de uma série: o aluno

poderá se matricular em todas as disciplinas da série seguinte e obrigatoriamente na(s) disciplina(s) em que reprovou. Ou seja, o aluno nesse caso passará para a série seguinte e fará apenas as disciplinas em que reprovou na série anterior, em regime de dependência. É vetada a dependência avançada, ou seja, em caso de nova reprovação o aluno será obrigado a interromper seu curso e será matriculado no semestre seguinte somente naquela(s) disciplina(s) em que reprovou. Em outras palavras, a dependência refere-se somente às disciplinas da série imediatamente anterior àquela na qual se encontra o aluno.

• Reprovação em três ou mais disciplinas: o aluno somente poderá se matricular naquelas disciplinas em que reprovou. Em outras palavras, nesse caso o aluno não passará para a série seguinte e cursará novamente as disciplinas nas quais reprovou.

As disciplinas ministradas por outros Departamentos estipularão os pré-requisitos necessários. Cabe a Coordenação do Curso de Engenharia Elétrica negociar o menor número possível de pré-requisitos para essas disciplinas.

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10. O SÉTIMO E O OITAVO SEMESTRES:O sétimo e o oitavo semestres, corresponderão aquele semestre de

escolha de ênfase; ou seja, no sétimo semestre o aluno fará opção entre a ênfase de ELETRÔNICA, ELETROTÉCNICA OU TELECOMUNICAÇÕES. Ele possuirá no momento da escolha , todo o embasamento propiciado pelo regime seriado, e estará em condições de realizar tal escolha. Destaca-se no entanto que o número de horas obrigatórias de estudo em cada ênfase, será de apenas 350 horas sendo que o mesmo será obrigado a cursar 370 horas em disciplinas de qualquer uma das áreas, integralizando no total 720 horas aula. O anexo dois desta proposta, apresenta um rol de exemplos de disciplinas que certamente não corresponderão, em sua maioria, à realidade do curso quando da sua implementação – em 2005. No momento em que estas disciplinas forem ofertadas, um ajuste se fará então necessário.

11. DISCIPLINAS E EMENTAS DO REGIME SERIADO:

Afim de facilitar a análise do novo currículo, as disciplinas que compõem o regime seriado, forão agrupadas por período.

PRIMEIRO PERÍODO:

As disciplinas que compõem o primeiro período são:

CM041: CÁLCULO I:Função real de uma variável real. Derivadas. Integrais. Introdução às

equações diferenciais. Tópicos de Cálculo.

CM045: GEOMETRIA ANALÍTICA I:Vetores no plano e no espaço. Retas e planos no espaço com coordenadas

cartesianas. Translação e rotação de eixos. Curvas no plano. Superfícies. Outros sistemas de coordenadas.

CF059: FÍSICA I:Vetores. Movimento em uma dimensão. Movimento em um plano. Dinâmica da

partícula. Trabalho e energia. Conservação da energia. Sistemas de partículas. Colisões. Cinemática da rotação. Dinâmica da rotação.

TQ072: CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS:Estrutura eletrônica dos átomos. Propriedades periódicas dos elementos.

Ligação química. Íons e moléculas. Polímeros. Propriedades gerais dos materiais como conseqüência de sua estrutura cristalina e tipo de ligação química. Noções de Eletroquímica. Potencial de eletrodo. Pilhas eletroquímicas. Eletrodeposição de metais. Noções sobre Corrosão de materiais metálicos. Passividade dos metais. Proteção contra corrosão; tintas e noções de proteção catódica. Princípios da estrutura e defeitos cristalinos aplicados a materiais metálicos. Curvas de tensões e deformações dos materiais. Estrutura interna dos materiais: sistemas cristalinos e não cristalinos. Defeitos e imperfeições. Discordâncias e grãos cristalinos.

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Transformações nos materiais sólidos. Deformações nos materiais monofásicos e polifásicos. Propriedades mecânicas dos materiais através de ensaios de tração/compressão, flexão, dureza, impacto e fadiga. Comportamento mecânico dos materiais em altas temperaturas. Comportamentos elástico e plástico. Transformações de fases nos materiais: tratamento térmico e mudanças nas propriedades mecânicas dos materiais. Nomenclatura dos materiais. Mecânica da fratura. Noções de Metalografia. Noções de Análise química. Ensaios não-destrutivos.

CI208: PROGRAMAÇÃO DE COMPUTADORES:Histórico da Computação. Elementos de Linguagem de Programação. Tipos

de Dados. Estrutura do Programa. Comandos. Subprogramas. Tipo Vetor. Tipo Registro.

CD029: DESENHO TÉCNICO AInstrumentos de desenho. Construções geométricas fundamentais. Normas

Técnicas da ABNT. Vistas ortográficas principais e auxiliares. Vistas seccionais. Cotagem e escalas. Representação de sólidos em perspectiva axométrica.Croquis. Noções básicas de CAD.

TE040: INTRODUÇÃO À ENGENHARIA ELÉTRICA:Conceito de Engenharia. História da Engenharia. Regulamentação

profissional. Atribuições do Engenheiro. Áreas de atuação do Engenheiro. Evolução da Engenharia. O Engenheiro e a sociedade. Características da Engenharia Elétrica. O processo de formação do Engenheiro Eletricista. Modelo e simulação. Otimização. Metodologia do projeto; formulação, análise, alternativas. A fabricação do produto e a garantia de qualidade. O computador na Engenharia. CAD/CAM na Engenharia. A Engenharia e o desenvolvimento industrial. História da Engenharia Elétrica. A Eletrônica e a Sociedade. Visitas Técnicas a indústrias e empresas do ramo eletro-eletrônico.

SEGUNDO PERÍODO:

As disciplinas que compõem o segundo período são:

CM042: CÁLCULO II:Funções vetoriais de uma variável real. Cálculo diferencial de funções de mais

de uma variável. Integração múltipla. Cálculo vetorial. Teoremas de Green, Gauss e Stokes. Tópicos de Cálculo.

CM005: ÁGEBRA LINEAR:Matrizes e equações lineares. Espaços vetoriais. Transformações lineares.

Operadores e matrizes diagonalizáveis. Espaços com produto interno. Operadores sobre espaços com produto interno. Cônicas. Quádricas.

CF060 : FÍSICA II :Oscilações. Gravitação. Estática dos fluidos. Dinâmica dos fluidos. Ondas em

meios elásticos. Ondas sonoras. Temperatura. Calor e a Primeira Lei da Termodinâmica. Teoria cinética dos gases. Entropia e a Segunda Lei da Termodinâmica.

CF063 : FÍSICA EXPERIMENTAL I :

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Medidas físicas e erros experimentais. Experiências de Mecânica Clássica, Termodinâmica e Ondas Mecânicas.

CE003 : ESTATÍSTICA II :Estatística. Representação Tabular e Gráfica. Distribuições de Freqüências.

Elementos de Probabilidade. Distribuições Discretas de Probabilidades. Distribuições Contínuas de Probabilidades. Noções de Amostragem. Estimativa de Parâmetros. Teoria das Pequenas Amostras. Testes de Hipóteses. Análise de Variância. Ajustamento de Curvas. Regressão e Correlação. Séries Temporais. Controle Estatístico de Qualidade.

TE041 : CIRCUITOS ELÉTRICOS I :Conceitos Preliminares. Circuitos Resistivos. Fontes dependentes ou

controladas. Métodos de Análise. Teoremas de rede. Elementos armazenadores de energia. Circuitos simplificados RC e RL. Circuitos de Segunda ordem.

TE042 : LABORATÓRIO DE ENGENHARIA ELÉTRICA I :Atividades de laboratório relacionadas ao conhecimento de Engenharia

Elétrica adquiridos pelo aluno nas disciplinas de Circuitos Elétricos I e noções gerais sobre componentes eletrônicos, medidas elétricas e instrumentos de medida.

TERCEIRO PERÍODO:

As disciplinas que compõem o terceiro período são:

CM043: CÁLCULO III:Séries numéricas e de potências. Equações diferenciais ordinárias.

Transformada de Laplace. Tópicos de Cálculo.

TE043: TÉCNICAS ANALÍTICAS PARA A ENGENHARIA ELÉTRICA:

Integral: linha, superfície, volume. Séries de potências. Séries de Fourier. Transformada de Laplace. Transformada de Fourier. Transformada Z.

TE044: ELETRICIDADE E MAGNETISMO:Carga eletrostática. Campo eletrostático. Potencial e energia eletrostáticos.

Materiais dielétricos e capacitância. Corrente eletrostática. Materiais condutores e resistência. Campo magnetostático. Potencial e energia magnetostáticos. Materiais magnéticos e indutância.

TE045: CIRCUITOS ELÉTRICOS II:Excitação senoidal e fasores. Análise em regime permanente C.A, potência em

regime permanente C.A . Circuitos trifásicos. Freqüência complexa e funções de rede. Resposta em freqüência. Transformadores.

CF064: FÍSICA EXPERIMENTAL II:Instrumentos de medidas elétricas. Experiências de Eletrostática,

Eletromagnetismo, Ótica, Mecânica Quântica e Relativística.

CF062: FÍSICA IV:

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Ótica Geométrica. Ótica Física. Teoria da Relatividade. Mecânica Quântica. Condutividade em sólidos. Física Nuclear.

TE046: DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS:Amplificadores operacionais. Diodos semicondutores. Aplicações de diodos.

Transistor bipolar de junção. Transistores de efeito de campo – JFET – MOSFET. Dispositivos especiais.

TE047 : LABORATÓRIO DE ENGENHARIA ELÉTRICA II :

Atividades de laboratório relacionadas ao conhecimento de Engenharia Elétrica adquiridos pelo aluno nas disciplinas : Circuitos Elétricos II, Eletricidade e Magnetismo, Dispositivos Eletrônicos.

QUARTO PERÍODO:

As disciplinas que compõem o quarto período são:

CI202: MÉTODOS NUMÉRICOS:Representação de Números Reais e Erros. Zero de Equações Polinomiais e

Transcendentes. Sistemas de Equações Lineares e Algébrica. Interpolação. Integração Numérica. Revisão da Disciplina.

TE048: MODELAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS:Modelagem de sistemas por equações diferenciais ; Equações diferenciais básicas em circuitos elétricos ; Sistemas de equações diferenciais em circuitos elétricos ; Equações diferenciais especiais em eletromagnetismo ; Equações diferenciais parciais em eletromagnetismo.

TE049: CONVERSÃO DE ENERGIA:

Máquinas de Corrente Contínua. Transformadores Monofásicos.

TH014: FENÔMENOS DE TRANSPORTE NA ENGENHARIA ELÉTRICA:Introdução aos Fenômenos de Transporte. Condução de Calor em Regime

Estacionário e Transiente. Troca de Calor por Convecção. Troca de Calor por Radiação. Trocadores de Calor. Aplicações em Eletrônica (Dissipadores); Introdução ao Escoamento de Fluidos. Introdução à Medição de Propriedades Físicas dos Fluidos. Escoamento ao Redor de Corpos Imersos. Covecção Natural e Forçada. Introdução à Transferência de Massa. Lei de Fick. Difusão em Sólidos, Líquidos e Gases.

TE050: ELETRÔNICA DIGITAL I:Sistemas de numeração. Álgebra Booleana, portas lógicas. Circuitos lógicos

combinacionais. Circuitos de memória (Flip-flops). Circuitos seqüenciais. Aritmética binária. Simulação lógica.

TE051: CIRCUITOS NÃO LINEARES:

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Circuitos não lineares com diodo; Circuitos não lineares com transistor; Circuitos não lineares com amplificador operacional; Osciladores não-senoidais.

TE052 : LABORATÓRIO DE ENGENHARIA ELÉTRICA III :

Atividades de laboratório relacionadas ao conhecimento de Engenharia Elétrica adquiridos pelo aluno nas disciplinas : Circuitos Elétricos III e Eletrônica Digital I.

QUINTO PERÍODO:

As disciplinas que compõem o quinto período são:

TE053: ONDAS ELETROMAGNÉTICAS:Campo eletromagnético. Equações de Maxwell. Onda plana uniforme.

Guias de onda. Dipolo eletromagnético. Potenciais eletromagnéticos Antenas.

TE054: CIRCUITOS ELETRÔNICOS LINEARES:Amplificadores com múltiplos estágios. Amplificadores realimentados.

Amplificadores de potência. Filtros. Osciladores senoidais.

TE055: TEORIA DE SISTEMAS LINEARES DE CONTROLE:Realimentação. Análise de sistemas de controle contínuos e discretos em regime

permanente. Estabilidade: Critérios de Routh-Hurwitz, Nyquist e Bode. Projeto de controladores contínuos e discretos.

TE056: INSTALAÇÕES ELÉTRICAS:Materiais e Dispositivos utilizados em Instalações Elétricas residenciais e

comerciais. Funções, aplicação, dimensionamento e especificações. Princípios básicos de instalações elétricas em baixa tensão. Projeto de instalações elétricas prediais. Projeto de instalações comerciais de grande porte.

TE057: ELETRÔNICA DIGITAL II:Unidade Central de Processamento: ULA e registradores. Barramentos

interno e externo. Memórias: tipos, leitura e escrita, conceitos de Pilha e Fila, interfaces. Dispositivos de Entrada e de Saída: interfaces e E/S mapeado em memória. Programação de baixo nível: tipos de dados, modos de endereçamento e conjuntos de instruções. Análise e Síntese de Sistemas Digitais: hardware e software, circuitos e programas.

TE058: ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS TÉCNICOS:Elaboração de Relatórios Técnicos, Pareceres Técnicos, Perícia Técnica,

Estudo de Normas Técnicas da ABNT.

TE059 : LABORATÓRIO DE ENGENHARIA ELÉTRICA IV :

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Atividades de laboratório relacionadas ao conhecimento de Engenharia Elétrica adquiridos pelo aluno nas disciplinas : Eletrônica Digital II, Amplificadores e Filtros Eletrônicos.

SEXTO PERÍODO:

As disciplinas que compõem o sexto período são:

TE060: PRINCÍPIOS DE COMUNICAÇÃO:

Representação de sinais e sistemas no domínio do tempo. Representação de sinais e sistemas no domínio da frequência. Modulação em amplitude. Modulação em frequência. Modulação por pulsos.

TE061: INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE ENERGIA ELÉTRICA:

Geração de Energia (Fontes Convencionais e Alternativas). Transmissão de Energia. Distribuição de Energia. Comercialização de Energia. Utilização de Energia.

TE062: ELETRÔNICA DE POTÊNCIA:

Análise de dispositivos eletrônicos sob regime de chaveamento. Indutores e Transformadores de Pulsos. Princípios de funcionamento dos conversores estáticos (retificadores, fontes chaveadas e inversores). Métodos de comando de interruptores de potência. Regulação de Tensão. Inversores. Princípios gerais de variadores de velocidade e de posição: estruturas, modelos, comportamento estático e dinâmico, desempenho.

TE063: IINSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS:Noções gerais de processos industriais e instrumentação. Transdutores.

Condicionamento de sinais para sistemas digitais. Sistemas de aquisição de dados baseados em microcomputadores. Microcontroladores, microprocessadores e microcomputadores no controle de processos industriais. Interfaces padrão em instrumentação e controle. Interfaceamento entre sensores e microomputador. Controladores Lógicos Programáveis (CLPs). Sistemas de controle distribuído. Outros sistemas programáveis. Estudos de casos de monitoramento de processos industriais e aquisição de dados usando microcomputadores.

TE064: GERÊNCIA DE PROJETOS:Importância da gerência de projetos. Aspectos multidisciplinares de

projetos. Ética, relações interpessoais e confidencialidade de dados e informações. Formação de custos de produtos e serviços. Métodos de avaliações técnicas de alternativas. Métodos de avaliação econômicas de alternativas. Estudo de casos de necessidades de clientes corporativos. Desenvolvimento de soluções. Criação, acompanhamento e execução de cronogramas. Tarifação horária. Estudo de legislações técnicas.

TE065: ECOLOGIA, AMBIENTE E A ENGENHARIA ELÉTRICA:

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Biosfera e seu equilíbrio. Efeitos da tecnologia sobre o equilíbrio ecológico. Preservação de recursos naturais. Riscos ambientais. Princípios de segurança em projetos e construções de obras elétricas. Estatísticas e custos de acidentes.

TE066: MATERIAIS ELÉTRICOS:A importância dos Materiais para a Engenharia Elétrica. Materiais

Condutores: Princípios físicos, técnicas de fabricação e uso em Engenharia Elétrica. Materiais Dielétricos: Princípios físicos, técnicas de fabricação e uso em Engenharia Elétrica. Materiais Semicondutores: Princípios físicos, técnicas de fabricação e uso em Engenharia Elétrica. Materiais Magnéticos: Princípios físicos, técnicas de fabricação e uso em Engenharia Elétrica

TE067 : LABORATÓRIO DE ENGENHARIA ELÉTRICA V :

Atividades de laboratório relacionadas ao conhecimento de Engenharia Elétrica adquiridos pelo aluno nas disciplinas : Eletrônica de Potência, Informática Industrial, Princípios de Comunicação.

12. DISCIPLINAS E EMENTAS DO REGIME OPTATIVO :

SÉTIMO PERÍODO:

As disciplinas que compõem o regime optativo, a partir do SÉTIMO PERÍODO, encontram-se no anexo 2, pois as mesmas são mostradas aqui apenas a título indicativo, pois o sétimo período só será ofertado em 2006. Como a tecnologia em Engenharia Elétrica sofre constantes mudanças; haja visto o celular, o pager, a internet, o ATM, GSM,..., certamente que no ano de oferta destas disciplinas muitas não terão mais sentido e outras deverão serem criadas em seu lugar.

OITAVO PERÍODO:

As disciplinas que compõem o OITAVO PERÍODO, encontram-se no anexo 2, pois as mesmas são mostradas aqui apenas a título indicativo, pois o oitavo período só será ofertado em 2006. Como a tecnologia em Engenharia Elétrica sofre constantes mudanças; haja visto as redes HFC, rádio digital, televisão digital, novos tipos de satélites de comunicação,..., certamente que no ano de oferta destas disciplinas muitas não terão mais sentido e outras deverão serem criadas em seu lugar.

13. DISCIPLINAS DE FINALIZAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA:

NONO PERÍODO:

O nono período é composto por apenas uma disciplina:

TE104: ESTÁGIO SUPERVISIONADO:

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O Estágio Supervisionado de caráter obrigatório poderá ser realizado em qualquer lugar do Brasil, ou mesmo no exterior, pois o aluno terá a liberdade de escolha do lugar em que ele realizará seu estágio. Esta disciplina possuirá uma carga horária total de 585 horas e deverá possuir acompanhamento do professor orientador. Em caso do aluno decidir efetua-lo em outra cidade ou país, o professor orientador, deverá iterar-se dos detalhes concernentes ao estágio e a liberação do aluno só será aceita com uma declaração por escrito do professor responsável por ele na instituição de ensino.

DÉCIMO PERÍODO:

As disciplinas que compõem o décimo período são:

TT008: ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE EMPRESAS DE ENGENHARIA I:

O que é Administração. Importância para a carreira do Engenheiro. Desenvolvimento das teorias da Administração. Funções administrativas clássicas: planejamento, organização, direção e controle. Características pessoais do(a) administrador(a). Suprimentos. Contabilidade. Comportamento Organizacional. A empresa e seu ambiente. Funções empresariais clássicas: marketing, produção, finanças e recursos humanos. O processo de criação e administração de uma empresa. Legislação Profissional – estruturas do capital das empresas.

TE105: PROJETO DE GRADUAÇÃO:Projeto que deverá ser elaborado no último semestre do curso, sob a

supervisão de um professor orientador de qualquer uma das ênfases do curso: eletrônica, eletrotécnica ou telecomunicações.

TE106: ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO:Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho - evolução.

Conceito de segurança do trabalho e demais conceitos fundamentais. Riscos ambientais de acidentes de trabalho – mapa de risco. Causas e conseqüências dos acidentes de trabalho. Normas regulamentadoras da CLT relativas à segurança e medicina do trabalho. Medidas de proteção coletiva – proteção de máquina – risco de choque elétrico. Medidas de proteção coletiva – proteção de máquina – risco de choque elétrico. Equipamentos de proteção individual e coletivo – EPI e EPC. Proteção e combate a incêndios. Atividades insalubres e perigosas. Responsabilidade civil e criminal dos acidentes do trabalho. Noções de primeiros socorros em acidentes do trabalho.

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