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O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país
REUNIÃO COM A SUPERINTENDÊNCIA DO BNB, TERÇA-FEIRA, 16H
Edição Diária 7268 | Salvador, segunda-feira, 07.08.2017 Presidente Augusto Vasconcelos
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Depois de gastar bilhões na compra de votos de deputados para enterrar a denúncia de crime de corrupção passiva,
A cartada final de TemerTemer volta às contas para aprovar a reforma da Previdência e acabar com a aposentadoria de milhões de brasileiros. O presidente
da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mesmo partido do prefeito ACM Neto, já avisou. A aprovação é prioridade. Página 4
Se não reagir, trabalhador brasileiro vai perder mais um importante direito: o de se aposentar. Se depender de Temer, milhões perdem o benefício
o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 07.08.20172 RETROCESSO
O sistema é a saída encontrada pela elite para limitar possível governo LulaROSE [email protected]
Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933
O BANCÁRIO
Parlamentarismo volta à discussão
informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTE 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTE 4590 DRT-BA e Rafael Barreto - Reg. SRTE-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.
TEMAS & DEBATES
Tabelinha jurídico-midiática e o marketing sindical
Rafael Barreto*São inúmeros os casos. Mas vale lembrar
dois. Em março de 2016, quando Lula esta-va prestes a assumir o Ministério da Casa Civil do governo Dilma, a mídia comercial televisionou, de forma sensacionalista, a condução coercitiva, considerada ilegal por especialistas, do ex-presidente para depor à Polícia Federal na Operação Lava Jato.
Fato dois. Um dia depois da reforma tra-balhista ser aprovada pelo Senado, em 11 de julho, saiu a sentença do juiz Sérgio Moro, fartamente divulgada nos meios hegemô-nicos, da condenação, também suspeita, de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.
Os fatos mostram que hoje o que man-da no Brasil a tabelinha jurídico-midiática, que influencia sobremaneira os rumos da nação brasileira. Do outro lado da corda, fi-cam os movimentos sociais, os blogueiros progressistas e a imprensa sindical, a tentar despertar a consciência da opinião pública contra os desmandos do poder Judiciário e da mídia à serviço do poder econômico.
Mas como enfrentar tamanho gigante? Como em uma disputa bélica, seria preci-so usar as mesmas armas. Mas não há di-nheiro suficiente do lado de cá, até porque a máquina do governo virou as costas para a imprensa alternativa.
Então, é chegada a hora de reinventar alternativas:
1. Voltar-se ao discurso do marketing e da propaganda. Mas desistam da ideia de que marketing é apenas fruto do capital. Segundo Kotler (1994), "o verdadeiro ma-rketing não é tanto a arte de vender o que é produzido, mas sim de saber o que produ-zir". E isso passa por pesquisa, análise e por etapas essenciais de planejamento.
2. Utilizar-se do repertório cultural do povo. Segundo Hjarvard (2014), a cultura e a sociedade estão a tal ponto permeadas pela mídia que talvez seja impossível con-cebê-la como algo separado das instituições sociais e culturais. Ou seja, é preciso animar assembleias, redefinir passeatas, repensar formas de mobilização. Hora de convocar a música, o teatro, a poesia e a fotografia.
3. É preciso construir novos porta-vo-zes, preparados para ocupar a mídia e unir os diversos movimentos. Guiar o povo através do coletivo. É preciso encontrar vo-zes como Lula, comunicólogo excepcional de seu tempo.
São estratégias, pontos iniciais, para dis-putar os jogos de poder midiáticos no novo cenário e no novo tempo. O mundo mudou e, para engajar pessoas, será preciso muito mais do que faixas e gritos de ordem.
*Rafael Barreto é jornalistaTexto com, no máximo, 1.900 caracteres
DESqUAlIFICADO no Brasil e no mundo, o governo Temer estuda colocar em prática um golpe final contra os brasileiros com a proposta de implementação de um sistema parlamentarista a partir de 2018. A ideia é articular com os parlamentares para incluir a medida na reforma política.
O anúncio foi feito pelo próprio Temer, um dia depois de liberar bilhões para com-prar votos na Câmara Federal e ter enter-rada a denúncia por corrupção passiva e obstrução da Justiça, mesmo com os ape-
los da sociedade para que o presidente fos-se investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Se sair do papel, o parlamentarismo dará mais poder aos deputados, muitos eleitos com dinheiro fruto de corrupção e que não estão nem aí para a população, como de-monstram a cada projeto aprovado. Tam-bém limitará os poderes do presidente da República, que deixa de governar.
Para as elites ultraconservadoras, é a única solução para barrar Lula em 2018. A cada nova pesquisa, o ex-presidente dispara na liderança. Na última do Vox Populi, di-vulgada na sexta-feira, as intenções de voto em Lula cresceram, chegando a 53%, mes-mo com os ataques da grande mídia e de parte do Judiciário. O levantamento mostra vitória do ex-presidente no 2º turno em to-dos os possíveis cenários.
Mais da metade está endividadaENTRE junho e julho, o número de endivi-dados no Brasil saiu de 56,4% para 57,1%, segundo Pesquisa Nacional de Endivida-mento, divulgada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
A taxa das pessoas que possuem contas em atraso chegou a 24,2%, redução ante o mês de junho (22,4%). O percentual das fa-
mílias que não conseguiram quitar as dívi-das ficou em 9,4%, abaixo do total de junho, entretanto, acima de julho de 2016 (8,7%).
O cartão de crédito, motivo de grande endividamento dos brasileiros, ficou em primeiro lugar com (76,8%), seguido por carnês (15,4%) crédito especial (11%), fi-nanciamento de carro (10%) e de casa (8%), com o tempo médio de atraso de 63,1 dias.
Com a renda encolhida, fica mais difícil para o consumidor pagar as dívidas. A carteira vive vazia
o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 07.08.2017 3RETROCESSO
Sistema financeiro é o único beneficiado pelo governo TemerRAFAEL BARRETO [email protected]
joão ubaldo
Rentismo vence. brasil desanda
É TOTAlMENTE incompre-ensível a política econômica de Michel Temer. São quase 14 milhões de desempregados, produção industrial em queda e consumo em franca decadência. Mas, mesmo assim, o governo continua pagando a conta ao sistema financeiro, ao manter os juros reais de 6% ao ano.
Nem a taxa básica de juros, a Selic, justifica mais juros tão al-tos. O índice hoje está em 9,25% ao ano contra os 14% de outu-bro do ano passado. Queda ain-da tímida para o tamanho da crise brasileira, mas que não corresponde ao pé no freio do
Banco Central com a perma-nência dos juros reais em níveis tão altos aos bancos.
É o rentismo que continua
vencendo no governo Temer. Enquanto isso, os trabalhadores têm direitos extintos, milha-res de pessoas voltam ao Bolsa
Família, empresas públicas são fatiadas e entregues ao grande capital e a desigualdade social aumenta. Muito sofrimento.
Sindicato pressiona para a Caixa respeitar a JustiçaO SINDICATO dos Bancários da Bahia pressiona para que a Cai-xa cumpra a determinação da Justiça e reverta o desconto feito no salário dos empregados que participaram da paralisação do dia 28 de abril. A greve é um direito legítimo. O trabalhador não pode ser punido.
O banco foi notificado sobre a liminar no dia 25 de julho. O documento dá cinco dias para
que a empresa cumpra a senten-ça e devolva o dinheiro. Mas, até agora, passados oito dias do prazo, nada foi devolvido.
Diante do descaso, o Sin-dicato protocolou pedido, na Vara do Trabalho, para que seja cobrada a multa diária de R$ 300,00 por empregado prejudi-cado. Outra ação ainda tramita na Justiça, sobre a greve do dia 30 de junho.
Encontro com a FUNCEF dia 17 de agosto
NO DIA 17 de agosto, às 18h, acontece reunião entre os empregados da Caixa e dire-tores da Funcef. O encontro é no auditório do Sindicato dos Bancários. É fundamental a presença dos participantes.
Os questionamentos à Fundação são muitos. Mas, até agora, poucas respostas são dadas. Este, portanto, é o momento. Na pauta de dis-cussões, a atual situação da Funcef, perspectivas, pres-tação de contas, déficit, con-tribuições extraordinárias. A dívida do contencioso que a Caixa deveria pagar, mas não paga, também será parte das discussões.
O entendimento é de que se o banco quitasse o débito, os participantes não teriam de cobrir o déficit.
Reestruturação ganha mais
força no BNBO PlANO de reestruturação do BNB, divulgado em fevereiro, começa a se intensificar. Se-gundo denúncias, 15 unidades tiveram a nomenclatura das co-missões alteradas. Três são na Bahia: Juazeiro, Feira de Santa-na e Vitória da Conquista.
A maior mudança é do Ge-rente de Suporte de Negócios Pronaf (GSN), que passou para Analista de Negócios. Em Jua-zeiro, dos seis GSN apenas três ficaram e agora são analistas. O número de caixas também caiu.
Em Feira de Santana, a lota-ção de trabalhadores deve redu-zir. Os GSN sairão de três para dois analistas. Segundo o dire-tor da Federação da Bahia e Ser-gipe, Waldenir Brito, existe um temor sobre uma possível redu-ção salarial. O assunto será co-brado em reunião com a Supe-rintendência, amanhã, às 16h.
Temer reduz a quase nada programas como o Minha Casa, Minha Vida, para beneficiar bancos. É a conta do golpe
Caixa tem de devolver desconto da greve de abril. Paralisação é legítima
o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 07.08.20174
SAqUE
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Governistas fazem os cálculos para aprovar a emendaROSE [email protected]
Governo iniciacompra de voto
O qUE está ruim, pode piorar. Pelo menos se depender do pre-sidente da Câmara Federal. Ro-drigo Maia (DEM-RJ), aliado de Temer, quer ampliar as medidas de austeridade e a primeira é a aprovação da reforma da Pre-vidência. Em outras palavras, o fim da aposentadoria.
Em uma espécie de chanta-gem, o parlamentar sugere ain-da a elevação de impostos – caso a proposta não seja aprovada.
Mais do que nunca, é hora de os trabalhadores pressionarem para evitar mais uma perda. A reforma da Previdência aumen-ta a idade mínima para se apo-sentar - 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres) - e o tempo de contribuição para 25 anos. Atu-almente são 15 anos.
Para ter direito ao benefí-cio integral, o brasileiro terá de contribuir por 40 anos, em mé-dia. Os bancários serão atingi-dos. Dos 504 mil funcionários do setor, 391 mil terão a aposen-tadoria comprometida.
Últimas vagas para a Corrida dos BancáriosA INSCRIÇÃO para a 21ª Cor-rida dos Bancários segue a todo
vapor. Mais de 1 mil atletas garantiram participação e o número sobe depressa. Restam apenas 20% das vagas. Quem ainda não se cadastrou deve se apressar. É só acessar o site www.bancariosbahia.org.br e clicar no banner na página su-perior da página.
A inscrição custa R$ 45,00 para bancário sindicalizado e R$ 60,00 para os demais. A pro-va acontece no dia 27 de agosto, a partir das 7h, com largada e chegada no Parque Costa Azul, em Salvador.
São oito quilômetros de per-curso. Uma excelente estrutu-ra está sendo montada para os atletas, com serviço de masso-terapia, atendimento médico e postos de hidratação ao longo da prova. Tem ainda um espaço kids para as crianças. Aos ins-critos será entregue um kit com camisa Running Solutions, vi-seira e mochila.
bilhões devem serliberados pelo fim da aposentadoria
Muitas promoções pelo appO APlICATIVO do Sindica-to dos Bancários da Bahia tem muitas ferramentas. Além de ficar por dentro das principais notícias da categoria e do país,
o internauta pode fazer denún-cias sobre os abusos dos bancos e participar das promoções ofe-recidas pela entidade.
São muitas as oportunida-des. Pelo app, o Sindicato já sor-teou ingressos para peças tea-trais, shows e até um Iphone 6. A nova promoção é de CDs da Banda Toco y Me Voy. São cin-co no total.
Mas, o sorteio é só para quem se inscreve pelo aplicativo. Quem ainda não tem, deve cor-rer para baixar. O sorteio acon-tece na sexta-feira.
Corrida está chegando. Se prepare
Baixe o app e concorra a prêmios
PARlAMENTARISMO Diante da liderança disparada de Lula na corrida presidencial, da falta de provas para inabilitá-lo e na impossibilidade de suspensão das eleições do próximo ano, pelas fortes reações que se seguiriam, inclusive internacionais, as elites voltam a insistir com a proposta de parlamentarismo. Não passa de mais uma fase do golpe. O atual Congresso Nacional é o mais conservador desde a redemocratização do Brasil. E o próximo deve ser igual ou pior. Infelizmente.
GOVERNABIlIDADE Ciente de que será praticamente im-possível aprovar um novo arquivamento, devido aos altos custos econômicos e políticos, o governo se prepara para matar no nas-cedouro a nova denúncia da Procuradoria Geral da República, que acusa Temer de chefe de quadrilha. O plano é não deixá-la chegar na Câmara Federal. A tropa de choque golpista já traba-lha para que o ministro do STF, Edson Fachin, rejeite o pedido da PGR, em nome da “governabilidade”. É brincadeira!
PREOCUPANTE Merece atenção especial a observação feita pelo bispo Dom Luiz Demétrio Valentini, no portal da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Ele diz que o “silên-cio” das ruas não significa que o povo brasileiro esteja concor-dando com toda a lama. Muito pelo contrário. “É um sintoma preocupante de que não temos mais esperanças e sinais concre-tos para recuperar o rumo da caminhada histórica do Brasil”.
CREDIBIlIDADE Se realmente, como promete, vetar o rea-juste salarial de 16,38% reivindicado pelos juízes, sem dúvida a presidenta do STF, ministra Cármen Lúcia, vai ganhar muito prestígio perante a sociedade, tão decepcionada com tantas ban-dalheiras. Ela e o Judiciário, cuja imagem é a pior possível.
CASTIGO Surpreendente e inexplicavelmente, a Caixa sus-pendeu a emissão de folhas de cheque nas máquinas de auto-atendimento. Alega questão de segurança, embora todos os outros bancos continuem expedindo normalmente, sem que se tenha conhecimento de nenhuma tragédia que justifique a deci-são. Agora, os correntistas têm de enfrentar filas de mais de meia hora nas agências para retirar talões. Um absurdo.
joão ubaldo
manoel poRto - aRquivo