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O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

INSCRIÇÕES - ENCONTRO DAS BANCÁRIAS ATÉ O DIA 10 DE MAIO

Edição Diária 7204 | Salvador, de 05.05.2017 a 07.05.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

REFORMA TRABALHISTA

Enfim, Caixa regulariza hora extra

Violação dos direitos humanos no Brasil denunciada na ONU

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Ao contrário da Câmara, a pressão da base governista para acelerar a tramitação da reforma trabalhista no Senado não funcionou. A proposta será analisada por três comissões

O jogo ainda pode virarantes ser apreciada em plenário. Mais tempo para os trabalhadores ampliarem a mobilização para derrotar o projeto. O jogo ainda pode virar. Página 3

Nada justifica a reforma trabalhista de Temer. Governo quer atender patronato em detrimento do trabalhador

joão ubaldo

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 05.05.2017 a 07.05.20172 DIREITO DO BANCÁRIO

Instituição financeira está obrigada a pagar 100% sobre hora trabalhada aos sábadosbárbArA AGuiAr imprensa@bancariosbahia.org.br

Adicional de 100% sobre hora extra consta na CCT

joão ubaldo

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Vitória importante sobre a Caixa

informativo do Sindicato dos bancários da bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - imprensa@bancariosbahia.org.brJornalista responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-bA. Chefe de reportagem: rose Lima - reg. MTE 4645 DrT-bA. repórteres: Ana beatriz Leal - reg. MTE 4590 DrT-bA e rafael barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e George Diniz. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

ApóS pressão dos sindicatos, a Caixa vai pagar as horas extras

com adicional de 100% para os convocados a trabalhar aos sá-

bados, por conta da alta deman-da gerada pelos saques do FGTS inativo. A decisão aconteceu em audiência de mediação, na Procuradoria Regional do Tra-balho, 10ª Região, em Brasília, Distrito Federal.

Segundo a CEE/Caixa (Co-

missão dos Empregados da Cai-xa), existiam denúncias de que as horas extras referentes aos sábados estavam sendo pagas com adicional de apenas 50%. Vale lembrar que o adicional de 100% sobre a hora extra é direi-to assegurado na cláusula 9 do acordo aditivo à CCT (Conven-ção Coletiva de Trabalho).

A Caixa também se com-prometeu a conceder o vale-re-feição e apurar se o vale-trans-porte está sendo fornecido aos empregados. O banco ainda afirmou que vai apresentar, com antecedência de cinco dias, a listagem das agências que vão abrir aos sábados juntamente com a relação dos empregados convocados.

bradesco acaba com conta digitalO BRADESCO seguiu a mesma linha do Itaú e encerrou a conta digital gratuita aos clientes. A justificativa é a mesma. Procu-rar outras soluções para atua-ção do banco no mundo digital. A verdade é que nada se com-para ao atendimento persona-lizado nas agências que, com o devido investimento, supre perfeitamente a demanda dos correntistas.

A Digiconta, do Brades-co, se une à iConta, do Itaú, como as tentativas frustradas dos privados no mercado di-gital. Agora, entre os grandes do setor financeiro, só o Ban-co do Brasil se mantém com a Conta Fácil BB.

Itaú corta 1.652 postos de trabalhoO ITAú continua sendo o gran-de vilão dos bancários e clientes. Mesmo com os lucros na casa dos R$ 6,176 bilhões no primei-ro trimestre de 2017, a direção cortou 1.652 postos de trabalho em 12 meses completados em março. Ruim para os funcioná-rios, cada vez mais sobrecarre-gados e tensos pela pressão da possibilidade de ser o próximo da lista de demitidos.

A clientela também sofre. As taxas abusivas que lesam o consumidor já representam R$ 8,602 bilhões de dividendos para a organização financeira. Ou seja, o valor cobriria as des-pesas com o pessoal de R$ 5,281 bilhões em 162,9%, o que prova que o banco pode, ao invés de demitir, contratar e reduzir as tarifas de serviços.

A ganância da empresa, no

entanto, fala mais alto do que o respeito e a valorização de funcionários e correntistas,

justamente aqueles que abas-tecem o exorbitante lucro da empresa. É demais.

Caixa fez cálculos incorretos de horas extras dos bancários que trabalharam aos sábados, por conta do saque do FGTS

Sem bancários, filas são inevitáveis nas agências do itaú. Só dor de cabeça

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, de 05.05.2017 a 07.05.2017 3REFORMA TRABALHISTA

Senado oferece a possibilidade de derrotar o projetorOSE LiMA imprensa@bancariosbahia.org.br

mAnoel porTo

Fôlego para a resistência

O gOVERNO de Michel Temer tentar aprovar as reformas da Previdência e trabalhista o mais rápido possível, mesmo com as manifestações contrárias dos brasileiros. Mas, diferentemen-te da Câmara Federal, no Sena-do não será tão fácil. Bom para o trabalhador.

A intenção do governo era fazer o PLC 38/2017 - da refor-ma trabalhista - tramitar ape-nas nas Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Assun-tos Sociais (CAS). Mas, gra-

ças à pressão dos senadores da oposição, o texto terá de pas-sar também pela Comissão de Constituição e Justiça. Assim, a população ganha tempo para pressionar contra a medida.

A reforma trabalhista impõe perdas irreparáveis aos brasilei-ros. Aumenta a jornada de traba-lho para até 12 horas, reduz o po-der de negociação das categorias, deixando o trabalhador só para negociar com o patrão, fraciona as férias, reduz os salários e acaba com o seguro-desemprego.

Os prejuízos são incalculá-veis. Por isso, a pressão deve aumentar. Uma boa forma é acompanhar de perto o senador que o cidadão votou e cobrar por uma posição que defenda os interesses da sociedade e não do grande capital.

Categoria se prepara para eleição do SindicatoA CONjUNTURA política difícil no país, em que os trabalhadores têm sido atacados duramente, sem descanso, exige uma orga-nização sindical sólida e eficien-te. Enfrentar o projeto neoliberal é um dos desafios da nova dire-toria do Sindicato dos Bancários da Bahia, que será eleita entre os

dias 9 e 11 de maio. O Sindicato carrega o de-

safio de defender os interesses dos cerca de 13.500 bancários da base. Além da mobilização por melhores condições de tra-balho, salários, atenção à saúde e à segurança, a entidade faz o enfrentamento em um plano

maior, ao governo, que tem tra-balhado para retirar os direitos, ampliar o índice de desemprego e sucatear os bancos públicos.

A categoria também é atin-gida. Por isso, os bancários da base do Sindicato têm a res-ponsabilidade de irem às urnas eleger a nova diretoria. A vota-

ção acontece das 9h às 20h, na sede do Sindicato, nas Mercês, e nos locais de trabalho, no ho-rário do expediente. Estão ap-tos a votar os bancários com, no mínimo, três meses de sin-dicalização na data da eleição, que estejam adimplentes com a mensalidade sindical.

brasil em queda livreA CADA nova atitude do Con-gresso Nacional, o coração do trabalhador fica mais apertado e revoltado. Mesmo após uma greve geral com adesão de mais 40 milhões de pessoas, o gover-no Temer continua passando o trator nos direitos da sociedade.

A começar pela própria gre-ve. Uma juíza, frequentadora de atos pró-impeachment, mantém três presos políticos, militantes do MTST (Movimento dos Tra-balhadores Sem Teto).

Dentro do governo, Temer já age descaradamente pela apro-vação das reformas trabalhista e previdenciária. Na quarta-fei-ra, o presidente demitiu todas

as pessoas indicadas pelos que votaram contra a reforma tra-balhista e tenta fazer com que a reforma da Previdência seja vo-tada o mais rápido possível.

Para piorar, os tucanos aca-bam querem a volta da escravi-dão no campo. Um projeto de lei do deputado Nilson Leitão (PSDB-MS) quer que os traba-lhadores rurais se esforcem em jornada de até 12 horas por dia para serem pagos com comida e moradia. Como era no Brasil Senzala. Por falar em zona ru-ral, vale ressaltar o ataque, por jagunços de fazendeiros, a uma aldeia indígena em Gamela, no Maranhão, que feriu 13 índios.

Trabalhadores brasileiros querem a volta da democracia e dos direitos

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 05.05.2017 a 07.05.20174

SAQUE

DIREITOS HUMANOS

Violações pós-golpe serão expostas na Suíça. A situação é alarmanterAFAEL bArrETO imprensa@bancariosbahia.org.br

Denúncias contra Temer na ONU

DESpERTAR A decisão do Tribunal Regio-nal Federal da 4ª Região, em Porto Alegre (RS), de desobrigar Lula de comparecer a Curitiba (PR) a cada depoimento das 87 testemunhas de defesa, é um bom sinal. Mostra que o Judiciário, finalmente, começa a acordar para os abusos de autoridade do juiz Sérgio Moro. Um processo que vem ocorrendo em outros significativos segmentos da sociedade brasileira.

REALIDADE A pesquisa Datafolha divulga-da ontem desmonta a argumentação dos que, por ignorância ou má fé, afirmam que o Bra-sil será outro depois da Lava Jato. Para 51% dos brasileiros, a corrupção não vai diminuir depois de concluída a operação, que já dura mais de 3 anos e, para muita gente no Brasil, foi planeja-da com o objetivo principal de facilitar o golpe, favorecer o projeto neoliberal e tentar destruir politicamente o ex-presidente Lula. O combate à corrupção é apenas uma cortina de fumaça.

CORRUpTO Como se não bastasse a pecha de golpista e traidor, que carregará para o resto da vida e ficará gravada na História do Brasil, o presidente Temer é também considerado cor-rupto por 73% da população brasileira. É o que revela pesquisa Datafolha, divulgada ontem. Mais de 85% dos brasileiros o querem fora da presidência e defendem eleições diretas, ime-diatamente.

IMpORTANTE A confirmação de Renan Calheiros (PMDB-AL) na liderança do partido no Senado é fundamental para a derrubada da reforma trabalhista, já aprovada pela Câmara Federal. O Planalto fez de tudo para tirá-lo do cargo. Não conseguiu. Só fez aumentar a indis-posição do senador com o governo Temer. Ele chegou a pedir aos movimentos sociais, a inten-sificação dos protestos populares.

CRIMINOSO Relator da reforma da Previ-dência, o deputado Arthur Maia (PPS-BA), que participou ativamente das conspirações golpis-tas, chamou de “criminosos” os agentes peni-tenciários que fizeram protestos na Câmara Fe-deral, durante a votação na Comissão Especial, anteontem. Um desrespeito ao livre direito de manifestação. Como se o projeto que ele relata e apoia não fosse, concretamente, um crime con-tra o povo brasileiro. Contra a nação.

DISCRIMINAÇÃO A revolta dos agentes penitenciários, que fizeram protesto na Câmara Federal, reside no fato de o relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PMDB-BA), tê-los excluídos da aposentadoria especial, aos 55 anos, apesar dos altos riscos do exercício profissional, e incluído a Polícia Legislativa, que atua na sombra e água fresca.

FOI contra a vontade de Temer. Mas, o presidente da Comissão de Direitos Hu-

manos e Minorias da Câmara Federal, o deputado federal Paulão (PT-AL) vai de-nunciar no Conselho de Direitos Huma-nos da ONU as violações aos direitos hu-manos promovidas pelo governo federal.

O parlamentar está em Genebra, na Suíça, onde ocorre, até o dia 12, o en-contro de Revisão Periódica Universal da ONU. Na oportunidade, o presidente da CDHM apresentará relatório com 40 das principais violações aos direitos hu-manos ocorrida desde o golpe do impea-chment, em agosto de 2016.

Destaque para os conflitos agrários, os ataques às populações indígenas, as cha-cinas em presídios, a criminalização de lideranças sociais e as propostas que im-põem retrocessos, como as reformas tra-balhista e previdenciária.

A ida do deputado não teve nenhuma colaboração do governo federal, espe-cialmente do Ministério de Relações Ex-teriores. Uma prova de que estão todos mancomunados em manter a agenda ne-oliberal no país.

Mortes no campo se multiplicamOS NEOLIBERAIS entraram no poder para a alegria da bancada ruralista, que viu os agrotóxicos voltarem à tona com toda a força, os investimentos na agricul-tura familiar diminuírem e a repressão aos movimentos sociais como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) se intensificarem.

Os dados mostram que as coisas pio-raram para os trabalhadores rurais. O número de mortes por conflitos no cam-po em 2016 foi o maior dos últimos 13 anos, com 61 óbitos no ano passado. Só na última semana, uma chacina em Col-niza, no Mato Grosso, vitimou mais nove trabalhadores rurais.

Do total de 61 vítimas, 13 eram indí-genas, quatro quilombolas, seis mulheres e 17 jovens de 15 a 29 anos. Massacre do povo brasileiro. Temer fecha os olhos.

Futsal de volta aos sábadosAS pRóxIMAS partidas do Campeonato de Futsal dos Bancários ocorrem sábado, pela manhã. O Ginásio de Esportes, na ladeira dos Aflitos, é o local escolhido para os embates.

A primeira partida é a partir das

9h30 entre Pressão Vip e Elite. Depois, às 10h30, o Dolar enfrenta o Ressaca. É hora de os jogadores colocarem mais uma vez toda habilidade com a bola den-tro de quadra. A energia da torcida faz toda a diferença. Compareça.

Governo Temer sepultou os direitos humanos