Regra de Santo Agostinho

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    Regra de Santo Agostinho

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    Comunho de bens

    4. E no chameis nada de prprio, mas entre vs tudo seja comum. VossoPrior distribua a cada um alimento e roupa, [4] no de uma maneira igual para

    todos, pois nem todos tendes a mesma sade, mas antes a cada um conforme asua necessidade. assim, de fato, que ledes nos Atos dos Apstolos: Elestinham tudo em comum e cada um recebia conforme a sua necessidade (At4,32.35).

    5. Aqueles que, entrando na Vida religiosa, possuam alguma coisa,queiram de boa vontade colocar seus bens emcomum.

    Os pobres: conservem-se humildes

    6. Por sua parte, aqueles que nada tinham, nobusquem na Vida Religiosa aquilo que nem forapodiam ter. Entretanto, no se lhes negue aquilode que precisam, ainda que a pobreza de antesnem mesmo o necessrio lhes pudesse garantir.Somente no se considerem privilegiados porterem encontrado na Comunidade a comida e aroupa que fora no podiam ter.

    7. Igualmente, no se tornem presunosos pelofato de viverem agora na companhia de pessoasdas quais anteriormente nem ousavam se aproximar. Mas antes elevem para oalto o corao e no busquem as vaidades da terra, [5] para que no aconteaque a Vida Religiosa seja aproveitosa apenas para os ricos e no para os

    pobres, na medida em que a os ricos se humilham enquanto os pobres seexaltam.

    Os ricos: tornem-se humildes

    a) Por sua vez, os que antes gozavam de uma certa posio social [6] nodesprezem os irmos que entraram nesta santa sociedade vindo de uma

    Ningum considerava exclusivamente seu o que possua, mas tudo entre eles eracomum.

    [4] Cf. 1Tm 6,8Se, pois, temos alimento e vesturio, contentemo-nos com isso.[5] Cf. Cl 3,1Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde

    Cristo est sentado direita de Deus. 2Pensai nas coisas do alto, e no nas da terra.[6] Cf. Gl 2,2Subi em virtude de uma revelao e expus-lhes em forma reservada

    aos notveis o evangelho que prego entre os gentios, a fim de no correr, nemter corrido em vo.

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    condio humilde. Pelo contrrio, encontrem motivo de glria, no no statussocial dos parentes ricos, mas na convivncia com os irmos pobres.[7]

    b) Tambm no devem se gabar por

    terem trazido para a Vida comum algo deseus bens. E nem achem maior motivo deorgulho por verem suas riquezas

    partilhadas na Comunidade em vez deserem desfrutadas fora.

    c) Na verdade, qualquer outro vcioatua nas ms aes, levando a pratic-las.A soberba, porm, afeta at mesmo as

    boas aes, a fim de pervert-las.d) E que adianta despojar-se dos bens para d-los aos pobres e fazer-se

    pobre, se a alma, na sua misria, se torna mais orgulhosa em desprez-los doque em possu-los?[8]

    Concluso: unio de todos em Deus

    9. Portanto, viveis todos em unio de alma e de corao[9] e honrai uns aosoutros a Deus,[10] de quem vos tornastes templo.[11]

    [7] Cf. Tg 1,9Glorie-se o irmo de humilde condio na sua exaltao, 10mas o rico nasua humilhao, porque passar como a flor da erva. 11Com efeito, basta que surjao sol com o seu calor e logo seca e a erva e sua flor cai e desaparece a beleza doseu vio! Eis como acabar por perecer o rico no meio dos seus negcios!

    [8] Cf. Sl 112(111),9Ele distribui aos indigentes com largueza; sua justia permanecepara sempre, sua fora se exalta em glria.Lc 18,22Ouvindo, Jesus disse-lhe: Uma coisa ainda te falta. Vende tudo o quetens, distribui aos pobres e ters um tesouro nos cus; depois vem e segue-me.

    1Cor 13,

    3

    Ainda que eu distribusse todos os meus bens aos famintos, ainda queentregasse o meu corpo s chamas,se no tivesse a caridade, isso nada meadiantaria.

    [9] Cf. At 4,32A multido dos que haviam crido era um s corao e uma s alma.Ningum considerava exclusivamente seu o que possua, mas tudo entre eles eracomum.

    [10]Cf. Rm 15,6a fim de que, de um s corao e de uma s voz, glorifiqueis o Deus ePai de nosso Senhor Jesus Cristo.Rm 2,10glria, honra e paz para todo aquele que pratica o bem, para o judeu em

    primeiro lugar e tambm para o grego.[11]Cf. 2Cor 6,16Que h de comum entre o templo de Deus e os dolos? Ora, ns que

    somos o templo do Deus vivo, como disse o prprio Deus: Em meio a eleshabitarei e caminharei, serei o seu Deus, e eles sero o meu povo.

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    Captulo II

    A prtica da orao

    10. Sedes perseverantes na orao,[12]

    segundo as horas e os temposestabelecidos.

    11. O lugar de orao seja usado apenas em funo daquilo para o qual foifeito e do qual tira o nome. Se, portanto, algum, dispondo de tempo, quiserorar tambm fora das horas marcadas, no seja impedido por quem quisessefazer a qualquer outra coisa.

    12. Quando estais orando a Deus com salmos e cnticos, [13] repassai nocorao o que proferis com os lbios.

    13. E cantai apenas o texto destinado ao canto. Aquilo, porm, que no feito para o canto, no se cante.

    Captulo III

    Pobreza: vida sbria

    Frugalidade no comer e no beber

    a) Domai vossa carne[14] com jejuns e abstinncia no comer e beber. Mas

    1Cor 3,16No sabeis que sois um templo de Deus e que o Esprito de Deus habitaem vs? 17Se algum destri o templo de Deus, Deus o destruir. Pois o templo deDeus santo e esse templo sois vs.

    [12]Cf. Cl 4,2Perseverai na orao, vigilantes, com ao de graas.Rm 12,12alegrando-vos na esperana, perseverando na tribulao, assduos naorao.Lc 18,1Contou-lhes ainda uma parbola para mostrar a necessidade de orar

    sempre, sem jamais esmorecer. []

    7

    E Deus no faria justia a seus eleitos queclamam a ele dia e noite, mesmo que os faa esperar?At 1,14Todos estes, unnimes, perseveravam na orao com algumas mulheres,entre as quais Maria, a me de Jesus, e com os irmos dele.

    [13]Cf. Ef 5,19Falai uns aos outros com salmos e hinos e cnticos espirituais, cantandoe louvando ao Senhor em vosso corao, 20sempre e por tudo dando graas a Deus,o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.Cl 3,16A Palavra de Cristo habite em vs ricamente: com toda sabedoria ensinai eadmoestai-vos uns aos outros e, em ao de graas a Deus, entoem vossoscoraes salmos, hinos e cnticos espirituais.

    [14]Cf. 1Cor 9,27Trato duramente o meu corpo e reduzo-o servido, a fim de queno acontea que, tendo proclamado a mensagem aos outros, venha eu mesmo aser reprovado.

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    isso se faa na medida em que a sade o permitir.

    b) possvel que algum no possa jejuar at a tarde. No tome entoalimento algum fora da refeio do meio-dia, exceto se estiver doente.

    15. Do incio ao fim da refeio, escutai, sem barulho e sem protestos, aleitura de costume. Assim, no somente vossa boca se ocupe tomandoalimento, mas tambm os ouvidos, sentindo fome da Palavra de Deus.[15]

    Respeitar a capacidade de cada um

    16. Pode acontecer que os de constituio mais delicada, devido sua vidaprecedente, sejam tratados com alguma considerao na parte da comida. Nesse caso, os outros, mais robustos, devido a um outro hbito, no se

    importem com isso e nem julguem isso uma injustia. Nem tampoucoconsiderem aqueles mais felizes pelo fato de receberem uma comidadiferente, antes se alegrem consigo mesmo por gozarem de uma sade melhor.

    a) Assim, pois, pode-se fazer alguma concessoquanto comida, roupa, cama e cobertas queles que

    provm de um padro de vida mais abastado. Se issoocorrer, os outros, que no recebem o mesmotratamento, por serem mais robustos e por isso mais

    afortunados, levem bem em conta o quanto aquelesdesceram de nvel ao passarem de sua vida de antes Vida Religiosa, muito embora no cheguem ao nvelde sobriedade dos mais fortes.

    b) Nem todo o mundo deve pretender que seconcede somente a alguns, pois se isso acontece no questo de privilgio,mas de tolerncia. Desta maneira, se evita esta perverso detestvel: que naVida Religiosa os ricos se empenham o mais que podem, enquanto os pobres

    se tornam mais exigentes.Comportamento na doena

    a) Quanto aos doentes, sigam uma dieta mais restrita, de tal modo que seuestado no se agrave.

    b) Depois da doena, devem ser tratados de tal modo que se restabeleam

    [15]Cf. Am 8,11Eis que viro dias, orculo do Senhor Iahweh em que enviareifome terra, no fome de po, nem sede de gua, mas de ouvir a palavra deIahweh.Mt 4,4Mas Jesus respondeu: Est escrito: No s de po vive o homem, mas detoda palavra que sai da boca de Deus.

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    o quanto antes. E isso vale tambm para os que provm de uma condioextremamente pobre. como se a enfermidade recente lhes conferisse osmesmos direitos que, aos ricos, seu antigo teor de vida.

    c) Entretanto, quando tiverem recuperado j as foras, voltem logo suavida normal, de resto, sempre prefervel. Pois, para o Servo de Deus, uma vida tanto mais conveniente quanto menos exigente. Nem bom que, uma vezrestabelecidos, o desejo de conforto os mantenha escravizados ao regimeespecial que a prpria doena justificava.

    Antes, considerem-se interiormente tanto mais ricos quanto maisresistentes na austeridade de vida. Na verdade, melhor precisar menos doque possuir mais.[16]

    Captulo IV

    Castidade: a disciplina do olhar

    Discrio no comportamento em geral

    19. Vosso modo de vestir no desperte a ateno. Igualmente, no vospreocupeis em agradar pelo traje, [17] mas sim pela conduta.

    20. Quando sas de casa, andai juntos e juntos ficai quando chegardes aovosso destino.

    21. Andando, ficando parados ou fazendo qualquer gesto, nada haja emvs que possa chocar a vista de algum, mas somente o que convm a vossoestado de consagrados.[18]

    [16]Cf. Sneca, Cartas a Luclio, 2,6.[17]Cf. Eclo 11,4No te envaideas quando te honrarem: pois as obras do Senhor so

    admirveis, mas aos homens elas so ocultas.

    Mt 6,

    25

    Por isso vos digo: no vos preocupeis com a vossa vida quanto ao quehaveis de comer, nem com o vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. [] 28Ecom a roupa, por que andais preocupados? Aprendei dos lrios do campo, comocrescem, e no trabalham e nem fiam. 29E, no entanto, eu vos asseguro que nemSalomo, em toda sua glria, se vestiu como um deles. 30Ora, se Deus veste assima erva do campo, que existe hoje e amanh ser lanada ao forno, no far elemuito mais por vs, homens fracos na f? 31Por isso, no andeis preocupados,dizendo: Que iremos comer? Ou, que iremos beber? Ou, que iremos vestir? 32Defato, so os gentios que esto procura de tudo isso: o vosso Pai celeste sabe quetendes necessidade de todas essas coisas.

    [18]Cf. Ef 5,3Fornicao e qualquer impureza ou avareza nem sequer se nomeiementre vs, como convm a santos. 4Nem ditos indecentes, picantes ou maliciosos,que no convm, mas antes aes de graas.

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    Olhar limpo

    a) Vossos olhares, ao se depararem com alguma mulher, no se fixem nela.Sem dvida, quando sas, no estais proibidos de ver mulheres. Agora, desej-

    las ou querer ser por elas desejado, eis o que reprovvel.[19]b) Efetivamente, no apenas pelo contato ou pela paixo, mas ainda pelo

    olhar, que se desperta a concupiscncia do homem pela mulher e vice-versa.

    c) Nem digais que tendes pensamentos puros se vossos olhares soimpuros. Pois olhar impuro denuncia um corao impuro.

    d) Quando ento dois coraes, mesmo sem palavras, pela simples troca deolhares, revelam um ao outro o desejo impuro e, cedendo ao estmulo da

    carne, se deleitam em seus recprocos ardores, embora os corpos permaneaminviolados, a prpria castidade que desaparece do comportamento.

    Quem v visto

    a) Alm disso, aquele que detm seu olhar numa mulher e se compraz como olhar dela, no se iluda pensando que, enquanto v, no est sendo visto porningum. Est sendo visto, sim, e mesmo por quem nem suspeita.

    b) Mas seja: ainda que este seu comportamento fique escondido e no seja

    notado por ningum, como se haver diante d'Aquele que escruta do alto e aoqual nada pode ficar oculto?[20] Pensar por acaso, que Ele no v,[21] por sertanto mais paciente em ver quanto mais sapiente?[22]

    [19]Cf. Mt 5,28Eu, porm, vos digo: todo aquele que olha para uma mulher comdesejo libidinoso j cometeu adultrio com ela em seu corao.

    [20]Cf. Pr 24,12Pois, se disseres: Eis que nada soubemos, aquele que pesa oscoraes no entender? No saber aquele que te formou? Ele devolver ao

    homem conforme a sua obra.[21]Cf. Sl 93(94),7E pensam: Iahweh nada v, o Deus de Jac nem percebe...8Percebei vs, imbecis consumados, idiotas, quando ireis entender? 9Quem

    plantou o ouvido no ouvir? Quem formou o olho no olhar? 10Quem educa asnaes no punir?Eclo 23,(25)18O homem que peca no seu prprio leito diz em seu corao: Quemme v? (26)As trevas me envolvem, as paredes me escondem, ningum me v, oque temerei? O Altssimo no se lembrar de meus pecados. (27)19O seu temor soos olhos dos homens (28)e no sabe que os olhos do Senhor so infinitamente maisluminosos do que o sol, vem todos os caminhos dos homens e penetram oslugares mais secretos.

    [22]Cf. Rm 2,4Ou desprezas a riqueza da sua bondade, pacincia e longanimidade,desconhecendo que a benignidade de Deus te convida converso?

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    c) a Este que o bom Religioso h de temer desagradar, [23] de modo queno busque agradar erradamente uma mulher. Fique bem ciente de que Ele vtudo, e assim no olhar para uma mulher com maldade. De fato, justamente

    nesse ponto que a Escritura recomenda o temor de Deus quando diz: OSenhor tem em abominao o olhar cobioso (Pr 27,20: LXX).

    Concluso: guardai-vos que Deus vos guardar!

    24. Portanto, quando estais juntos na Igreja e em qualquer outro lugar ondese acham mulheres guardai-vos mutuamente a castidade. Pois Deus, quehabita em vs,[24] vos guardar tambm desta forma: servindo-se de vs.

    A correo fraterna

    Repreende-o entre tu e ele (1 passo)

    25. Caso tiverdes notado em algum de vs essa petulncia no olhar de queacabei de falar, admoestai-o imediatamente, para que o mal, apenas iniciado,no se desenvolva, mas antes seja prontamente corrigido.[25]

    [23]Cf. Pr 24,18para que Iahweh no veja isso, fique descontente, e dele retire a suaira.

    [24]Cf. 2Cor 6,16

    Que h de comum entre o templo de Deus e os dolos? Ora, ns quesomos o templo do Deus vivo, como disse o prprio Deus: Em meio a eleshabitarei e caminharei, serei o seu Deus, e eles sero o meu povo.1Cor 3,16No sabeis que sois um templo de Deus e que o Esprito de Deus habitaem vs? 17Se algum destri o templo de Deus, Deus o destruir. Pois o templo deDeus santo e esse templo sois vs.

    [25]Cf. Mt 18,15Se o teu irmo pecar, vai corrigi-lo a ss. Se ele te ouvir, ganhaste oteu irmo.Lv 19,17No ters no teu corao dio pelo teu irmo. Deves repreender o teu

    compatriota, e assim no ters a culpa do pecado.Ez 3,16Ora, no fim dos sete dias, a palavra de Iahweh foi-me dirigida nestestermos: 17Filho do homem, eu te constitu atalaia para a casa de Israel. Quandoouvires uma palavra da minha boca, adverti-los-s de minha parte. 18Se digo aompio: 'Tu hs de morrer' e tu no o advertires, se no lhe falares a fim de desvi-lo do seu caminho mau, para que viva, ele morrer, mas o seu sangue, requer-lo-ei da tua mo. 19Por outro lado, se tu advertires o mpio, mas ele no se arrependerdo seu caminho mau, morrer na sua iniquidade, mas tu ters salvo a tua vida.20Tambm se o justo se afastar da sua justia, praticando a injustia, e eu puser umtropeo diante dele e ele vier a morrer, porque no o advertiste, morrercertamente em virtude do seu pecado e a justia que praticou antes j no serlembrada, mas o seu sangue eu o requererei da tua mo. 21Por fim, se tu advertisteo justo para que no pecasse e ele no pecou, viver porque deu ouvidos

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    Toma contigo um ou dois a mais (2 passo)

    a) Mas, se depois da correo ou em qualquer outro dia, vs o virdes recairna mesma falta, quem vier a perceb-lo deve dar o sinal, pois se trata de um

    ferido que precisa de tratamento. Inicialmente, porm, faa-o saber a umsegundo ou terceiro, para que, pelo testemunho de dois ou trs, ele possa serconvencido de seu erro e, com a adequada severidade, ser levado a corrigir-se.[26]

    Quando o amor parece maldade...

    b) Nem vos julgueis maus, ao assinalardes um caso assim. Ao contrrio,sem culpa certamente no sereis se, calando, deixais vossos irmos se

    perderem, quando, ao invs, falando, podeis corrigi-los.c) De fato, se um irmo teu tivesse no corpo uma chaga que quisesse

    ocultar por medo do tratamento, no seria teu silncio mostra de crueldade etua fala sinal de misericrdia?

    d) E no muito maior tua obrigao de informar sobre um irmo que estcorrendo um perigo bem maior, que a gangrena do corao?

    Recurso ao Prior (passo intermdio entre o 1 e o 2)

    a) Entretanto, se o culpado, embora advertido privadamente, no semostrar disposto a se emendar, ento ao Prior que se deve avisar, mas issoantes ainda de design-lo a outros, capazes de convenc-lo, se vier a negar. Defato uma repreenso mais secreta da parte do Prior poder talvez evitar que osoutros venham a saber de sua falta.

    advertncia e tu ters salvo a tua Vida. .[26]Cf. Mt 18,16Se no te ouvir, porm, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para

    que toda questo seja decidida pela palavra de duas ou trs testemunhas. 17Casono lhes der ouvido, dize-o Igreja. Se nem mesmo Igreja der ouvido, trata-ocomo o gentio ou o publicano. 18Em verdade vos digo: tudo quanto ligardes naterra ser ligado no cu e tudo quanto desligardes na terra ser desligado no cu.Gl 6,1Irmos, caso algum seja apanhado em falta, vs, os espirituais, corrigi essetal com esprito de mansido, cuidando de ti mesmo, para que tambm tu no sejastentado. 2Carregai o peso uns dos outros e assim cumprireis a Lei de Cristo.

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    Diga-o Comunidade (3 passo)

    b) Agora, se o culpado negar, ento, contra o dissimulador, h de se usar odepoimento de outros. Assim, j agora perante todos, ele ser, no apenas

    arguido por uma testemunha, mas ainda convencido de erro por duas ou trs.[27]

    O amor que castiga

    c) E uma vez reconhecido culpado, tal Religioso dever se submeter penasalutar, determinada a critrio do Prior ou ainda do Sacerdote encarregado daComunidade[28].

    d) Se recusar cumpri-la e assim mesmo no queira ir-se embora por prpria

    iniciativa, seja expulso da vossa Comunidade.[29]

    e) Isso tambm no sinal de crueldade, mas de amor, pois assim se evitaque um contgio pestfero leve muitos outros runa.[30]

    Procedimento de validade geral

    a) E tudo isso que eu disse a respeito da modstia do olhar, deve sercuidadosa e fielmente observado tambm quando se trata de qualquer outrafalta, seja para descobri-la, impedi-la, revel-la, prov-la ou puni-la.

    b) Mas tudo seja sempre feito com amor s pessoas e dio aos vcios.

    [27]Cf. 1Tm 5,20Repreende os que pecam, diante de todos, a fim de que os demaistemam.Mt 18,16Se no te ouvir, porm, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para quetoda questo seja decidida pela palavra de duas ou trs testemunhas. 17Caso nolhes der ouvido, dize-o Igreja. Se nem mesmo Igreja der ouvido, trata-o comoo gentio ou o publicano. 18Em verdade vos digo: tudo quanto ligardes na terra ser

    ligado no cu e tudo quanto desligardes na terra ser desligado no cu.[28]Ap 3,19Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo earrepende-te.Pr 3,12porque Iahweh repreende os que ele ama, como um pai ao filho preferido.1Cor 11,32Mas por seus julgamentos o Senhor nos corrige, para que no sejamoscondenados com o mundo.

    [29]Cf. 1Cor 5,2E vs estais cheios de orgulho! Nem mesmo vos mergulhastes natristeza, a fim de que o autor desse mal fosse eliminado do meio de vs? [] 13Osde fora, Deus julg-los-.Afastai o mau do meio de vs.

    [30]Cf. 1Cor 5,6Nisso tudo, irmos, eu me tomei como exemplo juntamente comApolo por causa de vs, a fim de que aprendais a nosso respeito a mxima: Noir alm do que est escrito e ningum se ensoberbea, tomando o partido de umcontra o outro.

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    Caso de ligao oculta

    a) Quem, por sua vez, estivesse to adiantado no mal a ponto de receber, sescondidas, cartas ou pequenos presentes, de uma mulher, se o culpado o

    reconhecer espontaneamente, seja perdoado e ore-se por ele.b) No caso, porm, em que for descoberto e vier a ser convencido de falta,

    seja punido com severidade, a juzo do Sacerdote ou do Prior.

    Captulo V

    O uso dos bens e o cuidado do corpo

    Roupas em comum, o quanto possvel

    a) A respeito da roupa, tereis tudo em comum, sob os cuidados de um oudois ou quantos bastem para conserv-las, de modo que sejam preservadas datraa. E assim como vos alimentais de uma nica despensa, assim vosvestireis de um s guarda-roupa.

    b) E o quanto for possvel, no dependa de cada um decidir que roupa usarnas diferentes estaes ou se vai receber as mesmas vestes de antes ou as queum outro tenha usado. Basta que no se negue a ningum o que lhe for

    necessrio.

    [31]

    c) Se nessa distribuio surgirem disputas e murmuraes,[32] como quandoalgum se queixa por ter recebido uma roupa mais gasta que a precedente, ou

    julga inconveniente se vestir como um outro irmo se vestia, podeis entoprovar quanto vos faz falta o santo hbito do corao, vs que pelo hbito docorpo fazeis tanta questo.

    d) De todos os modos, se, por tolerncia vossa fraqueza, vos for dado

    [31]Cf. At 4,

    35

    e os depunham aos ps dos apstolos. Distribua-se ento, a cada um,segundo a sua necessidade.[32]Cf. 1Cor 3,3visto que ainda sois carnais. Com efeito, se h entre vs invejas e

    rixas, no sois carnais e no vos comportais de maneira meramente humana?1Cor 1,11Com efeito, meus irmos, pessoas da casa de Clo me informaram queexistem rixas entre vs.Fl 2,1Portanto, pelo conforto que h em Cristo, pela consolao que h no Amor,

    pela comunho no Esprito, por toda ternura e compaixo, 2levai plenitude aminha alegria, pondo-vos acordes no mesmo sentimento, no mesmo amor, numas alma, num s pensamento, 3nada fazendo por competio e vanglria, mas comhumildade, julgando cada um os outros superiores a si mesmo, 4nem cuidandocada um s do que seu, mas tambm do que dos outros. 5Tende em vs omesmo sentimento de Cristo Jesus:

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    usar as mesmas roupas que tnheis deposto, guardai-as, contudo, no mesmolugar e sob a responsabilidade dos mesmos encarregados.

    O bem comum acima do privado

    a) Igualmente, que ningum trabalhe para si prprio, mas cada um de vstrabalhe em favor de todos. E nisso ponha mais aplicao, constncia e zelodo que se trabalhasse em benefcio pessoal.

    b) De fato, a amor, conforme est escrito, no busca seu interesse (1Cor13,5). Isso significa que o bem comum deve se antepor ao bem particular eno o bem particular ao comum.

    c) E, assim, podereis medir vosso crescimento pelo modo com que vos

    preocupais com o interesse comum, colocando-o acima de vosso interesseparticular.

    d) Desta sorte, em todas as coisas que usamos em nossas necessidadespassageiras, h de sobressair a nica que permanece - o amor. [33]

    A comunho de bens sem exceo

    a) Por conseguinte, tambm no caso de uma pessoa trazer, para seus filhosou parentes mais prximos que vivem na Comunidade, algo, como uma roupa

    ou qualquer outra coisa, ainda que tida por necessria, tal objeto no deve serrecebido s escondidas, mas seja antes colocado disposio do Prior, paraque, posto em comum, seja dado a quem precisar.[34]

    b) Por isso, se algum guardar escondido um objeto que lhe foi dado, sejapunido como por furto.

    [33]Cf. 1Cor 12,31Aspirai aos dons mais altos. Alis, passo a indicar-vos um caminhoque ultrapassa a todos.1Cor 13,8A caridade jamais passar. Quanto s profecias, desaparecero. Quantos lnguas, cessaro. Quanto cincia, tambm desaparecer. [] 3Ainda que eudistribusse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo schamas,se no tivesse a caridade, isso nada me adiantaria.Ef 3, 19e conhecer o amor de Cristo que excede a todo conhecimento, para quesejais plenificados com toda a plenitude de Deus

    [34]Cf. At 4, 32A multido dos que haviam crido era um s corao e uma s alma.Ningum considerava exclusivamente seu o que possua, mas tudo entre eles eracomum. [] 35e os depunham aos ps dos apstolos. Distribua-se ento, a cadaum, segundo a sua necessidade.

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    Normas relativas higiene e sade em geral

    33. Vossas roupas sejam lavadas por vs mesmos ou ento por gente deprofisso, a critrio do Prior. Assim se evitar que as almas se manchem

    interiormente pelo desejo exagerado de asseio exterior.a) No que toca ao banho, enquanto se impe por razes de doena, no

    deve ser negado. Mas faa-se isso sem discusses, segundo prescriomdica.

    b) Por isso, se algum reluta, faa, por ordem do Prior, o que deve ser feitoem benefcio da sade.

    c) Ao contrrio, se algum busca os banhos sem que lhe convenham, no

    se satisfaa seu capricho. Pois s vezes se considera proveitoso o que apenasagradvel, embora na verdade seja prejudicial.

    d) Enfim. d-se, sem hesitar, crdito ao servo de Deus quando se queixa dealgum mal numa parte do corpo, mesmo que o mal no resulte evidente.

    e) Mas se no existe certeza de que, para se curar, seja realmente eficaz otratamento que gostaria de fazer, ento consulte-se o mdico.

    f) Aos banhos pblicos e tambm aonde for preciso ir, vo pelo menos doisou trs.

    g) E aquele que tem necessidade de sair, saia com os companheiros que oPrior designar e no com aqueles que ele bem quiser.

    Os servios comunitrios

    37. O cuidado dos doentes, dos convalescentes e dos que sofrem algumaindisposio, mesmo sem febre, seja confiado a uma s pessoa. Esta deveretirar pessoalmente da dispensa o que julgar necessrio em cada caso.

    38. Os que foram indicados como responsveis da dispensa, do guarda-

    roupa e da biblioteca, sirvam, sem murmurar, a seus irmos.39. Quanto aos livros, haja uma hora certa todos os dias em que podem ser

    pedidos. Quem pedir fora de hora, no seja atendido.

    40. Porm, roupas e calados dem-nos, sem tardar, os responsveis aosque, por necessidade, fizerem o pedido.

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    Captulo VI

    O perdo fraterno

    Prevenir as ofensas

    41. Discusses - ou no surgiam entre vs[35] ou se acabem o quanto antes.De outro modo, a ira crescendo se torna dio, [36] transformando o cisco emtrave[37] e tornando a alma homicida. assim que ledes: Quem odeia seuirmo um homicida (1Jo 3,15).

    Dar e receber o perdo

    a) Se algum ofender o outro com insultos, palavras maldosas ouacusaes graves,[38] lembre-se o culpado de dar, o quanto antes, satisfao de

    [35]Cf. 2Tm 2,24Ora, um servo do Senhor no deve brigar; deve ser manso para comtodos, competente no ensino, paciente na tribulao.Eclo 28,10O fogo eleva a chama conforme o combustvel, a discusso aumentaconforme a teimosia; o furor de um homem depende do seu poder, sua iradesenvolve-se conforme sua riqueza.

    [36]Cf. Ef 4,26Irai-vos, mas no pequeis: no se ponha o sol sobre a vossa ira, 27nem

    deis lugar ao diabo.Sl 4, 5Tremei e no pequeis, refleti no vosso leito e ficai em silncio.[37]Cf. Mt 7, 3Por que reparas no cisco que est no olho do teu irmo, quando no

    percebes a trave que est no teu? 4Ou como poders dizer ao teu irmo: Deixa-metirar o cisco do teu olho, quando tu mesmo tens uma trave no teu? 5Hipcrita, tira

    primeiro a trave do teu olho, e ento vers bem para tirar o cisco do olho do teuirmo.

    [38]Cf. Eclo 29,(9) 6dpagar-lhe- com imprecaes e injrias e, em vez de honra, dar-lhe- desprezo.

    Mt 7,

    21

    Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor entrar no Reino dos Cus,mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que est nos cus. 22Muitos mediro naquele dia: Senhor, Senhor, no foi em teu nome que profetizamos e emteu nome que expulsa- mos demnios e em teu nome que fizemos muitosmilagres? 23Ento eu lhes declararei: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim,vs que praticais a iniquidade. 24Assim, todo aquele que ouve essas minhas

    palavras e as por em prtica ser comparado a um homem sensato que construiu asua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos ederam contra aquela casa, mas ela no caiu, porque estava alicerada na rocha.26Por outro lado, todo aquele que ouve essas minhas palavras, mas no as pratica,ser comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia.27Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquelacasa, e ela caiu. E foi grande sua runa!.

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    seu ato.

    b) O ofendido, por sua vez, perdoe sem recriminaes.

    c) Se a ofensa for recproca, o perdo deve ser tambm recproco. E isso de

    acordo com vossas prprias oraes,[39] que repetis to frequentemente e que,por isso mesmo, devem ser tanto mais sinceras.

    Dificuldades em perdoar

    d) Melhor quem, irascvel por temperamento, solcito em pedir desculpas aquem reconhece ter ofendido, do que aquele que,tardo em se irritar, mais dificilmente se dobra ao

    pedido de perdo.e) Quem negar seu perdo ao irmo no

    espere receber os frutos de sua orao.

    f) Mas aquele que nunca quer pedir perdo ouno o faz de corao,[40] sem razo vive naComunidade, ainda quer no chegue a serexpulso dela.

    Concluso: a boca que fere, cure!

    g) Portanto, cuidai-vos das palavras speras,que se porventura vos sarem da boca, no voscuste tirar os remdios da mesma boca que produziu as feridas.

    Caso um formador se exceda...

    a) Entretanto, quando, ao repreender os mais novos, as exigncias da

    [39]Cf. Mt 6,12E perdoa-nos as nossas dvidas como tambm ns perdoamosaos nossos devedores. [] 14Pois, se perdoardes aos homens os seusdelitos, tambm o vosso Pai celeste vos perdoar; 15mas se no perdoardesaos homens, o vosso Pai tambm no perdoar os vossos delitos.Mc 11,25E quando estiverdes orando, se tiverdes alguma coisa contraalgum, perdoai-lhes, para que tambm o vosso Pai que est nos cus vos

    perdoe as vossas ofensas.Lc 11,4perdoa-nos os nossos pecados, pois tambm ns perdoamos aosnossos devedores; e no nos deixes cair em tentao.

    [40]Cf. Mt 18,35Eis como meu Pai celeste agir convosco, se cada um de vs noperdoar, de corao, ao seu irmo.

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    disciplina vos levem a usar palavras duras, no se exige de vs, mesmo com aconscincia de vos terdes excedido, que lhe peais perdo, pois, deste modo,se evita que um gesto de excessiva humildade enfraquea, aos olhos dos que

    devem estar submissos, a autoridade da direo.b) Contudo, pedireis perdo ao Senhor de todos, o qual sabe com quantoafeto amais aqueles que talvez repreendais alm da medida. Pois a amor entrevs no deve ser carnal, mas sim espiritual.

    Captulo VII

    Autoridade e obedincia

    O dever da obedinciaa) Deve-se obedecer ao Prior[41] como a um pai, com o respeito que lhe

    devido, para que, na pessoa dele, no se ofenda a Deus.[42]

    b) E isso vale ainda mais em ralao ao Sacerdote que tem aresponsabilidade de toda a Comunidade.

    Os deveres da autoridade

    a) Compete, em primeiro lugar, ao Priorfazer observar todas essas normas. Nodescuide por negligncia as eventuaisinfraes, mas procure emend-las e corrigi-las.

    b) Refira, contudo, ao Sacerdote, que temmaior autoridade entre vs, tudo o queultrapassar seus meios e suas foras.

    Como exercer a autoridade

    a) Quanto propriamente ao que preside Comunidade, no busque sua satisfao emdominar com poder, mas sim em servir poramor.[43]

    [41]Cf. Hb 13,17Obedecei aos vossos dirigentes, e sede-lhes dceis; porque velampessoalmente sobre as vossas almas, e disso prestaro contas. Assim podero faz-lo com alegria e no gemendo, o que no vos seria vantajoso.

    [42]Cf. Lc 10,16Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariot, que se tornou um traidor.[43]Cf. Lc 22,25Jesus lhes disse: Os reis das naes as dominam, e os que as

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    b) A honra diante de vs o ponha em lugar elevado; o temor diante de Deuso ponha sob vossos ps.[44]

    c) Mostre-se para todos exemplo de boas obras.[45]

    d) Modere os inquietos, console os tmidos, acolha os fracos, seja pacientepara com todos.[46]

    e) Observe de bom grado a disciplina. Faa-a respeitar.

    f) E se bem que uma coisa e outra sejam necessrias, procure antes fazer-seamar do que temer.

    g) Alm disso, tenha sempre presente que dever prestar a Deus contas devs.[47]

    Obedincia misericrdia

    a) Por isso, vs, obedecendo com mais empenho, estareis dando prova demisericrdia no s para convosco, mas tambm para com ele prprio.[48]

    b) Pois, entre vs, quanto mais alta a posio, tanto maior o perigo.

    tiranizam so chamados Benfeitores.26

    Quanto a vs, no dever ser assim; pelocontrrio, o maior dentre vs torne-se como o mais jovem, e o que governa comoaquele que serve.Gl 5,13Vs fostes chamados liberdade, irmos. Entretanto, que a liberdade nosirva de pretexto para a carne, mas, pela caridade, colocai-vos a servio uns dosoutros.Mc 10,44e aquele que quiser ser o primeiro dentre vs, seja o servo de todos. 45Poiso Filho do Homem no veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida emresgate por muitos.

    [44]Cf. Eclo 3,

    17(19)

    Filho, conduze teus negcios com doura e sers amado mais doque um homem generoso. 18(20)Quanto mais fores importante, tanto mais humilha-te para achares graa diante do Senhor; 20(21)pois grande a potncia do Senhor,irias ele glorificado pelos humildes.

    [45]Cf. Tt 2,7S tu mesmo um exemplo de conduta, ntegro e grave na exposio daverdade, 8exprimindo-te numa linguagem digna e irrepreensvel, para que oadversrio, nada tendo que dizer contra ns, fique envergonhado. 9Os servosdevem ser em tudo obedientes aos seus senhores, dando-lhes motivo de alegria;no sendo teimosos, 10 jamais furtando, ao contrrio, dando prova de inteirafidelidade, honrando, assim, em tudo a doutrina de Deus, nosso Salvador.

    [46]Cf. 1Ts 5,14.[47]Cf. Hb 13,17.[48]Cf. Eclo 44,16.

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    Captulo VIII

    A prtica da Regra

    Esprito com que se h de observar a Regra

    48. Conceda-vos o Senhor observar todas essas prescries comdisposies de amor, como enamorados da beleza espiritual [49] e exalando,atravs de vossa boa convivncia, o bom perfume de Cristo,[50] no comoescravos debaixo da lei, mas como pessoas livres, estabelecidas sob a graa.[51]

    Modo concreto de usar a Regra

    a) Este livreto seja para vs como um espelho em que possais vos refletir.E para que no descuideis alguma coisa por esquecimento, [52] seja lido emComunidade uma vez por semana.

    b) E onde reconhecerdes ter sido fiis s suas prescries, dai graas aoSenhor, dispensador de todo o bem.[53]

    c) Onde, ao contrrio, algum se achar em falta, arrependa-se do passado,previna-se para o futuro, rogando a Deus que lhe perdoe a ofensa e no o

    deixe cair na tentao.[54]

    [49]Cf. Eclo 30,

    23

    Tem misericrdia de tua alma para agradar a Deus (Vulgata).[50]Cf. Tg 1,23-25

    Hb 12,5.[51]Cf. Rm 6,14

    1Tm 1,9

    2Cor 3,17.[52]Cf. 2Cor 2,15

    1Pd 2,12

    3,16.[53]Cf. Tg 1,17

    1Cor 4,7

    1Ts 5,18.[54]Cf. Mt 6,12-13.