Regras

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IED FDL 2015

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Introduo ao Estudo do Direito II

Introduo ao Estudo do Direito II

C)Critrio dos efeitos

1) Regras preceptivas: contrariamente s regras programticas, as regras preceptivas valem por si. Definem regras ou traam objectivos que so passveis de aplicao imediata e geram uma expectativa fundada nos seus destinatrios relativamente a uma actuao dos poderes pblicos que seja eficaz e consequente no presente.

Exmpl:art.300 cc( inderrogabilidade do regime de prescrio): essa forma de actuao no tem validade.art.875 cc(compra e venda de imveis): se no for celebrada por escritura pblica (imposio de um comando) o contrato no vlido.

As normas preceptivas tm, muitas vezes, comandos permissivos ou comandos proibitivos.

a) Regras proibitivas: impedem ou excluem do campo da licitude uma determinada conduta: no permitem, no aceitam uma determinada actuao.

Exmpl: art.1601 cc( impedimentos do casamento): proibido, a um menor de 16 anos, casar; embora a formulao no tenha a terminologia ( proibido) ao dizer que um impedimento quer dizer que no pode ser celebrado. A proibio resulta da prpria estrutura, soluo da norma.regras penais: art. 131 c. penal Quem matar outra pessoa punido com pena de priso de 8 a 16 anos-a proibio surge sob forma implcita, sob formulao indirecta, uma vez que a conduta se deve considerar proibida porque a sua prtica d lugar aplicao de uma pena.b)Regras permissivas: consentem aos seus destinatrios uma determinada conduta. Muitas vezes, a norma proibitiva, fora desse contexto, acaba por ser permissiva:

Exmpl:art.1601 cc(impedimentos de casamento): pode-se casar se no se verificarem os impedimentos contidos na norma. Saindo da previso da norma encontramos a norma permissivaart.1305(direito de propriedade): a norma diz, claramente, que o proprietrio tem direito de uso, fruio e disposio da coisa.art.1550,n1 cc(servido em benefcio de prdio encravado) :()tm a faculdade de exigir a constituio de servides.

art.1356 cc(contedo -direito de tapagem): permite ao proprietrio o direito de tapagem do seu prdio.

Se, muitas vezes, as normas permissivas esto associadas ao direito potestativo (como o caso do art.1550 cc), h situaes em que se encontram associadas ao direito subjectivo (art.1305 cc).

E)Critrio da disponibilidade

1) Regras imperativas (injuntivas): definem uma consequncia jurdica imperativa, pelo que a sua aplicao no depende da vontade dos destinatrios; no est na disponibilidade das partes alterarem a soluo da norma.

Exmpl: Normas fiscais: os destinatrios no podem escolher qual o imposto que tm de pagar.Normas penais: o destinatrio no pode escolher a pena que quer que lhe seja aplicada.

art.1080cc(imperatividade): tm natureza impeditiva as regras presentes na subseco IV : no esto disponveis para os respectivos destinatrios.Dentro das regras imperativas encontramos dois tipos de regras que tm principal relevo no campo do Direito Internacional Pblico:Regras de ordem pblica: so regras imperativas com especial relevo por serem estruturantes da ordem pblica portuguesa.

Exmpl: Num determinado Estado permitido o casamento com mais que uma pessoa. A bigamia proibida em Portugal. Se um cidado do pas em questo quiser casar, em Portugal, com vrias mulheres no pode: no se lhe aplica, neste caso, o direito do seu pas de origem mas o direito portugus uma vez que se trata de uma questo de ordem pblica.

Normas de aplicao imediata: respeitam aspectos estruturantes da ordem jurdica que no permitem que sejam derrogadas por outro direito.

Exmpl: cdigo dos valores imobilirios.

Quando, em Portugal, se aplica um direito estrangeiro, h determinadas regras que so de aplicao imediata, tm uma imperatividade especial.

2) Regras supletivas (dispositivas): confiam ao destinatrio a deciso sobre a sua aplicao. Os destinatrios podem optar por uma soluo diferente: permitida uma soluo, disposio contrria quela que a norma dita.

Exmpl:art 602 cc(limitao da responsabilidade por conveno das partes): salvo o que est subtrado s partes (matria imperativa) pode-se limitar a responsabilidade do devedor e no responder com a totalidade do patrimnio.

art.582,n1 cc(transmisso de garantias e outros acessrios): Na falta de conveno(deciso)em contrrio, ento aplica-se a soluo x. O legislador permite que haja uma deciso contrria por parte do destinatrio.

art.784 cc(regras supletivas): o texto da norma no contm um carcter supletivo: este encontra-se na epgrafe da norma.Como saber se estamos perante uma regra imperativa ou perante uma regra supletiva?Por vezes, pela prpria natureza, fcil distinguir:

1) Regras penais, fiscaisso imperativas2) Quando est escrito:salvo conveno em contrrioso supletivasSe o legislador nada declarar e, se a natureza no impuser um carcter imperativo, a regra interpretativa diz que, normalmente, se permite a sua derrogao (devido ao principio de liberdade dos sujeitos);no quer dizer que o carcter supletivo seja um critrio interpretativo:

A regra supletiva permite que haja derrogao PRVIA por parte dos destinatrios; CONTUDO, no se tendo verificado a derrogao prvia, a norma aplica-se e imperativa.art.784 cc(regras supletivas): antes de se levantar o problema concreto(imputao) poder ter havido uma deciso dos destinatrios que derrogou a norma supletiva. Mas, se no o fizeram previamente, a regra do art.784 aplica-se de forma imperativa.

O que se permite que, previamente, haja a possibilidade de alterao; no momento da aplicao j no se pode modificar: tem de se aplicar o preceito da norma supletiva.Classificao das regras jurdicas: Prof. Oliveira Ascenso

Regras principais

Regras derivadas

(enquadram-se no critrio estrutural segundo Prof. Martinez)

Regras de conduta:

1) Regras preceptivas

2) Regras proibitivas

3) Regras permissivas

(enquadram-se no critrio dos efeitos segundo Prof.Martinez)

Regras interpretativas

Regras inovadorasRegras autnomas

Regras no autnomas(enquadram-se no critrio de sentido segundo o Prof.Martinez)Regras injuntivas (imperativas); regras de interesse e ordem pblica

Regras dispositivas (regras supletivas):

a) permissivas

b) interpretativas: injuntivas e dispositivas

c) supletivas

(enquadram-se no critrio da disponibilidade segundo o Prof.Martinez)Joana Sofia Andrade NunesPgina 1