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REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO Marcos Helano Montenegro Superintendente de Resíduos Sólidos IV Seminário Internacional de Engenharia de Saúde Pública Março de 2013 - Belo Horizonte MG

Regulação de serviços públicos de saneamento básico · REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO Marcos Helano Montenegro Superintendente de Resíduos Sólidos

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REGULAÇÃO DE SERVIÇOS

PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO

Marcos Helano Montenegro

Superintendente de Resíduos Sólidos

IV Seminário Internacional de Engenharia de Saúde Pública

Março de 2013 - Belo Horizonte – MG

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Os serviços públicos de água e esgoto, quando

disponibilizados aos usuários por meio de redes,

se caracterizam como monopólios.

Monopólios naturais: os custos de produção são

menores quando um só produtor atende a uma

determinada demanda.

A regulação dos monopólios é necessária para a

proteção dos interesses dos usuários,

principalmente quanto ao controle dos preços e à

qualidade do serviço.

Aspectos conceituais

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Principais objetivos da regulação

a) Proteger os interesses dos usuários quanto às

obrigações (princípios) da prestação do serviço

público;

b) Promover a eficiência e a inovação;

c) Assegurar a estabilidade, a sustentabilidade e a

robustez dos serviços prestados.

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Proteção dos interesses dos usuários

relativos às obrigações do serviço

público

1. Universalidade (acesso de todos os cidadãos aos serviços

na área de jurisdição do prestador)

2. Equidade (tratamento dos usuários em condições de

igualdade)

3. Acessibilidade (preços e tarifas módicos, subsídios)

4. Continuidade (fornecimento permanente com

interrupções mínimas e justificadas, com garantia de

quantidade, pressão e qualidade adequada)

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Proteção dos interesses dos usuários

relativos às obrigações do serviço

público

5. Adaptabilidade (capacidade de progresso em função da

evolução económica, tecnológica e social e das

demandas de usuários especiais)

6. Transparência (publicidade e acesso à informação)

7. Participação (conselhos, audiências, consultas públicas)

8. Resolução de conflitos (mediação, a conciliação e a

arbitragem voluntária).

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Promoção da eficiência e da inovação

1. eficiência produtiva ou económica --> produção ao menor

custo.

2. eficiência técnica de input ou de output --> intensidade dos

desperdícios verificados no processo produtivo

3. eficiência alocativa -->a combinação de inputs (trabalho e

capital) que produz uma determinada quantidade de

outputs ao mínimo custo

4. eficiência de escala --> influência do porte do prestador na

eficiência.

5. eficiência dinâmica --> inovação e mudança da tecnologia

de produção (produtividade)

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Assegurar a estabilidade, a sustenta-

bilidade e a robustez dos (prestadores

de) serviços.

1. auto-financiamento dos serviços: usuários

pagam o custo real do serviço (operacionais

e de capital) observando os princípios do

utilizador/pagador e do poluidor/pagador

2. visão integrada e de longo prazo (plano)

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• A qualidade é multidimensional.

• Não é possível aos usuários a escolha de

outros prestadores

• Comportamento dos prestadores:

a)incentivos de desempenho -> reduzir custos

para aumentar lucros

b)tarifas por taxa de remuneração ->serviço

com uma qualidade muito elevada (com

superdimensionamento dos investimentos)

Regulação da qualidade do serviço

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a) Direta: Índice de qualidade do serviço,

inserido nas equações de regulação por

incentivos de desempenho ou da regulação

por taxa de remuneração, penalizando ou

premiando os prestadores cujo padrão de

qualidade se deteriore (melhore) no tempo.

Em geral, o índice de qualidade pondera

vários indicadores.

Abordagens da Regulação da qualidade

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b) Indireta: penaliza (ou premia) pontual ou

periodicamente os prestadores que

apresentam falhas (ou desempenho de

excelência), em função de padrões mínimos

de qualidade definidos

Contempla multas, indenizações aos

usuários e, no limite, a retomada do serviço.

Abordagens da Regulação da qualidade

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Tendências relevantes

Substituição da competição no mercado pela

competição por comparação (valorização da

“yardstick competition” e do benchmarking)

Aumento da regulação "social", transversal a

toda a economia e a todos os serviços públicos

(ambiente, saúde, condições de trabalho e

concorrência).

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A entidade reguladora deve publicar e divulgar

a informação sobre a qualidade do serviço

prestado.

A pressão dos usuários, dos meios de

comunicação e das outras partes

interessadas pode se constituir em uma via

coercitiva adequada (regulação sunshine).

Abordagens da Regulação da qualidade

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Consiste na medição, comparação e discussão pública

dos resultados do desempenho dos prestadores de

serviço.

A estratégia de publicização faz com que os prestadores

com desempenho medíocre, fiquem "embaraçados" e

procurem corrigir as falhas, com o consequente

aumento progressivo da performance no setor

A regulação “sunshine” pode ser implementada

isoladamente ou complementando outras técnicas.

Regulação sunshine

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A regulação sunshine se apóia na aplicação de

mecanismos de benchmarking por meio de indicadores de

desempenho, e sua eficácia pressupõe:

a) a não publicização do desempenho de apenas um

prestador;

b) os resultados de desempenho apresentados juntos com

valores de referência, e com os fatores de contexto

relevantes;

c) a publicização dos resultados acessível aos usuários;

d) a promoção de discussão pública sobre os resultados

com a presença dos diferentes stakeholders.

Regulação sunshine

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Conveniência da instituição de um organismo a nível

nacional que execute este trabalho.

Dificuldade de obtenção de informações por

desconhecimento dos prestadores.

Receio do comprometimento da imagem do prestador

e das consequências desencadeadas pelo

conhecimento do respectivo desempenho.

Regulação sunshine

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No contexto da regulação dos serviços: “aplicação

de métodos comparativos e quantitativos de

avaliação e medição do desempenho dos

operadores ao longo do tempo, os quais permitem

ao regulador avaliar resultados que apóiam

tomadas de decisão do processo regulatório.

A “International Water Association (IWA)” define

benchmarking como: “uma ferramenta para a

melhoria do desempenho por meio da pesquisa

sistemática e da adoção das melhores práticas”.

Benchmarking

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a) incentivos aos prestadores para serem eficientes e

inovadores, mitigando os seus custos de operação

e as despesas de capital;

b) pressão contínua sobre os prestadores, para

melhorar a qualidade do serviço;

c) recuperação mais "justa" dos custos e dos

investimentos de capital

d) a partilha e a transparência da informação,

minimiza a assimetria de informação entre os

diferentes intervenientes (em particular, entre o

regulador e os prestadores)

Vantagens do Benchmarking

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Benchmarking

Referências para indicadores de desempenho

Diagnósticos do SNIS (Mcidades)

Helena Alegre et al (2006). Performance Indicators for Water Supply Services. Manual of Best Practice. Second Edition. IWA Publishing, London.

Rafaela Matos et al (2006). Performance Indicators for Wastewater Services. Manual of Best Practice. IWA Publishing, London.

Normas ABNT ISO 24500

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São normas técnicas dirigidas aos serviçospúblicos de água e de esgoto:

ISO ABNT 24510:2012 - Diretrizes para aavaliação e a melhoria do serviço prestado aosusuários;

ISO ABNT 24511:2012 - Diretrizes para agestão dos prestadores de serviço de esgoto epara a avaliação dos serviços de esgoto;

ISO ABNT 24512:2012 - Diretrizes para agestão dos prestadores de serviços de águapotável e para a avaliação dos serviços deágua potável.

25/03/2013

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Normas ABNT ISO 24500

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Contexto legal

(lei 11.445/2007)

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O EXERCÍCIO DA TITULARIDADE NA LEI 11.445/2007

Política pública de saneamento básico formulada pelo titular dos serviços:

I - elaborar os planos de saneamento básico;

II - prestar diretamente ou autorizar a delegação dos serviços e definir o ente responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os procedimentos de sua atuação;

III - adotar parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde pública;

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O EXERCÍCIO DA TITULARIDADE NA LEI 11.445/2007

Política pública de saneamento básico formulada pelo titular dos serviços:

IV - fixar os direitos e os deveres dos usuários;

V - estabelecer mecanismos de controle social;

VI - estabelecer sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento;

VII - intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da entidade reguladora,.

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O EXERCÍCIO DA TITULARIDADE NA LEI 11.445/2007

Os titulares dos serviços públicos de saneamento básico poderão delegar a organização, a regulação, a fiscalização e a prestação desses serviços.

A regulação de serviços públicos de saneamento básico poderá ser delegada pelos titulares a qualquer entidade reguladora constituída dentro dos limites do respectivo Estado, explicitando, no ato de delegação da regulação, a forma de atuação e a abrangência das atividades a serem desempenhadas pelas partes envolvidas..

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Gestão

Serviços públicos de saneamento básico

Abastecimento

de água

Esgotamento

sanitário

Manejo de

resíduos sólidos

Manejo das

águas pluviais

Planejamento Indelegável

Regulação e

fiscalização

Direta (órgão regulador próprio) ou delegável à entidade reguladora

constituída no mesmo Estado do titular

Prestação Direta (inclui casos de terceirização pela lei 8.666) ou

delegada (leis 8.987, 11.079, 11.107)

Controle social Exercido por conferências e conselhos

Funções da gestão dos serviços públicos de

saneamento básico na Lei 11.445/2007)

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Princípios do exercício da função de regulação:

I - independência decisória, incluindo autonomia

administrativa, orçamentária e financeira da entidade

reguladora;

II - transparência, tecnicidade, celeridade e

objetividade das decisões.

A regulação na Lei 11.445/2007

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Objetivos da regulação:

I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários;

II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas;

III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência;

IV - definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos como a modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade.

A regulação na Lei 11.445/2007

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A entidade reguladora deve editar normas relativas às dimensões técnica, econômica e social da prestação dos serviços, abrangendo os seguintes aspectos:

I - padrões e indicadores de qualidade da prestação dos serviços;

II - requisitos operacionais e de manutenção dos sistemas;

III - as metas progressivas de expansão e de qualidade dos serviços e os respectivos prazos;

IV - regime, estrutura e níveis tarifários, bem como os procedimentos e prazos de sua fixação, reajuste e revisão;

V - medição, faturamento e cobrança de serviços;

A regulação na Lei 11.445/2007

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A entidade reguladora editará normas...(continuação)

VI - monitoramento dos custos;

VII - avaliação da eficiência e eficácia dos serviços prestados;

VIII - plano de contas e mecanismos de informação, auditoria e certificação;

IX - subsídios tarifários e não tarifários;

X - padrões de atendimento ao público e mecanismos de participação e informação;

XI - medidas de contingências e de emergências, inclusive racionamento.

A regulação na Lei 11.445/2007

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A regulação de serviços públicos de saneamento básico pode ser delegada pelos titulares a qualquer entidade reguladora constituída dentro dos limites do respectivo Estado, explicitando, no ato de delegação da regulação, a forma de atuação e a abrangência das atividades a serem desempenhadas pelas partes envolvidas.

As normas de regulação fixarão prazo para os prestadores de serviços comunicarem aos usuários as providências adotadas em face de queixas ou de reclamações.

As entidades fiscalizadoras devem receber e se manifestar conclusivamente sobre as reclamações que, a juízo do interessado, não tenham sido suficientemente atendidas pelos prestadores dos serviços.

A regulação na Lei 11.445/2007

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Os prestadores devem fornecer à entidade reguladora todos os dados e informações necessários para o desempenho de suas atividades, na forma das normas.

Compreendem-se nas atividades de regulação a interpretação e a fixação de critérios para a fiel execução dos contratos, dos serviços e para a correta administração de subsídios.

A regulação na Lei 11.445/2007

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Deverá ser assegurado publicidade aos relatórios, estudos, decisões e instrumentos equivalentes que se refiram à regulação ou à fiscalização dos serviços, bem como aos direitos e deveres dos usuários e prestadores, a eles podendo ter acesso qualquer do povo.

Excluem-se os documentos considerados sigilosos em razão de interesse público relevante, mediante prévia e motivada decisão.

A publicidade deverá se efetivar, preferencialmente, por meio da internet.

A regulação na Lei 11.445/2007

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É assegurado aos usuários, na forma das normas:

I - amplo acesso a informações sobre os serviços

prestados;

II - prévio conhecimento dos seus direitos e deveres e

das penalidades a que podem estar sujeitos;

III - acesso a manual de prestação do serviço e de

atendimento ao usuário, elaborado pelo prestador e

aprovado pela entidade de regulação;

IV - acesso a relatório periódico sobre a qualidade da

prestação dos serviços.

A regulação na Lei 11.445/2007

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Incumbe à entidade reguladora a verificaçãodo cumprimento dos planos de saneamentopor parte dos prestadores de serviços, naforma das disposições legais, regulamentarese contratuais..

A regulação e o Plano Municipal

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Instrumentos da regulação dos serviços públicos

de saneamento básico

Lei (legislação) do titular – elaboração não

delegável pelo titular

Plano de saneamento básico – elaboração

não delegável pelo titular

Contrato de delegação – não delegável (?)

Normas regulatórias – competência da

entidade reguladora

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Prestadores de serviço

- água,

- esgoto,

- limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos,

- drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

Entidades Reguladoras

- municipais,

- intermunicipais,

- estaduais.

Potenciais conflitos de interesse

Quadro institucional atual

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Levantamento da

ABAR estima que

haja atualmente no

país cerca de 47

Agências

Reguladoras com

competência para

atuar nos serviços de

saneamento básico.

Destas, 23 são

órgãos estaduais,

uma distrital, 20

municipais e 3

consorciadas.

http://www.abar.org.br/biblioteca/publicacoes-abar.html

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1. ADASA – Ag. Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal;

2. AGERGS – Ag. Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio

Grande do Sul;

3. AGESAN – Ag. Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Estado de Santa

Catarina;

4. AGR – Ag. Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos;

5. AMAE – Ag. Municipal de Água e Esgotos de Joinville ( SC);

6. ARCE – Ag. Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará;

7. ARPE – Ag. de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de

Pernambuco;

8. ARSAEG – Ag. Reguladora dos Serviços de Água, Esgotos e Resíduos de

Guaratinguetá (SP);

9. ARSBAN – Ag. Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Município de

Natal (RN);

10.ARSESP – Ag. Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo;

11.ARIS – Ag. Reguladora Intermunicipal de Saneamento (SC);

12.ARSAE – Ag. Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento

Sanitário do Estado de Minas Gerais;

13.ARSI – Ag. Reguladora de Saneamento Básico e Infraestrutura Viária do Espírito

Santo;

14.ATR – Ag. Tocantinense de Regulação, Controle e Fiscalização dos Serviços

Públicos.

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Instrumentos da regulação dos serviços públicos

de saneamento básico

No DF a Lei nº 4.285/2008 que reestruturou a

ADASA estabelece que a regulação dos serviços

de saneamento básico compreende:

• a edição de normas relativas às dimensões

técnica, econômica e social;

• a fiscalização;

• a resolução de conflitos; e

• a aplicação de sanções administrativas aos

prestadores de serviços.

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Resoluções ADASA

Resolução nº. 02/2013 - Homologa o Reajuste Tarifário Anual

de março de 2013.

Resolução nº 003/2012 - Disciplina os procedimentos dos

processos administrativos instaurados pelo prestador de

serviços públicos de água e de esgotamento sanitário que

tenham por objetivo a correção de irregularidades praticadas

por usuários ou a aplicação de sanções a estes.

Resolução nº 015/2011 - Estabelece os procedimentos para a

instalação de hidrômetros individualizados em condomínios

verticais residenciais e de uso misto.

Resolução nº 014/2011 - Estabelece as condições da prestação

e utilização dos serviços públicos de abastecimento de água e

de esgotamento sanitário.

(ver em www.adasa.df.gov.br)

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Regulação de qualidade

Levantamento de

informações – um

exemplo de abordagem

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Comunicação de incidentes

DELIBERAÇÃO ARSESP Nº 052/2009

Estabelece procedimento para

comunicação de incidentes em serviços

de abastecimento de água e

esgotamento sanitário, que deverá ser

adotado pelos prestadores de serviços

regulados pela ARSESP.

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Justificativas

a necessidade de preservação da

segurança, do meio ambiente, e do patrimônio da

delegação e de terceiros,

as atividades de fiscalização compreendem o

conhecimento imediato dos incidentes relacionados

à prestação desses serviços,

o acompanhamento dos incidentes auxilia a

identificação de problemas recorrentes e de

oportunidades para melhoria do arcabouço

regulatório.

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Incidente: qualquer ocorrência não programada,

relacionada a instalações, equipamentos ou serviços

operacionais, decorrente de fato ou de ato intencional ou

acidental que, de maneira isolada ou cumulativa, possa

implicar em:

a) Risco eminente de dano ao meio ambiente, à saúde

humana ou ao patrimônio próprio ou de terceiros;

b) Dano efetivo ao meio ambiente;

c) Prejuízos materiais consumados, tanto ao patrimônio

próprio quanto ao de terceiros;

d) Ocorrência de fatalidades ou ferimentos em pessoal

próprio, prepostos, prestadores de serviços e outras

pessoas; ou

e) Interrupção da prestação dos serviços, sem aviso prévio.

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Entende-se como situação de risco, a

ocorrência de eventos que gerem dano

potencial ao meio ambiente, à saúde humana,

ao patrimônio próprio ou de terceiros, tais

como:

I - Alterações na qualidade da água que

afetem ou possam afetar a saúde humana;

II - Rompimentos de tubulação de grande

porte, ou outras hipóteses classificadas como

situações de risco no plano de emergência da

concessionária.

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O prestador deverá comunicar a ocorrência de

incidente à ARSESP, em até 12 horas da ciência

dos fatos, por meio do Sistema Eletrônico de

Comunicação de Incidentes de Saneamento

(SISCIs) disponibilizado pela agência.

Em caso de impossibilidade de acesso ao SISCIs, a

comunicação poderá, excepcionalmente, ser

encaminhada à agência por e-mail ou fax.

A ausência de comunicação oficial do prestador

poderá implicar em aplicação de sanções ao

prestador, nos termos do Regulamento de sanções

e penalidades.

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Regulação de qualidade

Qualidade da água – uma

abordagem cooperativa

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Contexto

O atendimento de norma de potabilidade é

exigência de qualidade do serviço de

abastecimento de água potável, a ser cumprida

pelos prestadores dos serviços e fiscalizada pelos

órgãos de vigilância da saúde.

A Portaria MS nº 2914/2011 dispõe sobre os

procedimentos de controle e de vigilância da

qualidade da água para consumo humano e seu

padrão de potabilidade.

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Contexto

As atividades de controle competem ao prestador de

serviços, enquanto as de vigilância são de competência

das Secretarias de Saúde locais, que são também

responsáveis por:

inspecionar o controle da qualidade da água produzida

e distribuída e as práticas operacionais adotadas no

abastecimento, notificando seus respectivos

responsáveis para sanar irregularidades;

manter articulação com as entidades de regulação

quando detectadas falhas relativas à qualidade a fim de

que sejam adotadas as providências concernentes a

sua competência.

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Motivação do regulador

O regulador não tem acesso à informação disponibilizada

no SISAGUA, plataforma de âmbito nacional alimentada

pela vigilância local (cadastro de sistemas e soluções

alternativas e resultados das análises efetuadas no

âmbito do programa do controle da qualidade da água).

Para avaliar a sistemática do controle realizado pelo

prestador e os respectivos resultados, o regulador

necessita solicitar que estão disponibilizadas no SISAGUA.

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Cooperação interinstitucional

Acordo objetivando parceria na utilização do

SISAGUA no ano de 2011:

Secretaria de Vigilância em Saúde - Min. da

Saúde;

ADASA;

CAESB, e

Secretaria de Estado de Saúde do DF.

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Resultados

A sistemática possibilitou à ADASA identificar

falhas no cadastramento de sistemas e soluções

alternativas coletivas de abastecimento de água.

Essas falhas geram impactos sobre o plano de

amostragem a ser observado pelo prestador de

serviços, comprovando a necessidade da entidade

reguladora acompanhar a ação de cadastramento.

Constatou-se que 16 SACs de responsabilidade da

CAESB, que atendem 4.881 pessoas, não

recebem nenhum tratamento, contrariando a

Portaria 518/2011.

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Resultados Descumprimento do plano de amostragem por parte

do prestador em alguns SAAs e SACs (descumprimento

do número mínimo de amostras a serem analisadas).

Em alguns períodos, parte dos sistemas apresentaram

valores não conformes ao estabelecido pela Portaria

518/2004.

Foram mapeados os sistemas de maior

vulnerabilidade.

A parceria permitiu a construção de um panorama

sobre qualidade da água distribuída no DF por parte

dos atores cooperantes.

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Resultados Demonstrou-se viável designar diretamente ao

prestador de serviços a tarefa de alimentar oSISAGUA com os resultados de controle daqualidade da água por ele produzidos, reduzindoerros e prazos de registro.

A nova sistemática facilita a atribuição deresponsabilidades pelos dados declarados,possibilitando ao responsável retificar ou justificareventuais erros nos registros efetuados.

O acesso ao SISAGUA pelo regulador reduz assolicitações de informações ao prestador,desburocratizando o processo.

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Resultados

As não-conformidades identificadas pela agência

desencadearam ações de fiscalização, com

objetivo de assegurar a qualidade da água

fornecida.

O conhecimento dos sistemas e soluções mais

vulneráveis permite que a agência reguladora atue

de forma mais eficaz.

Verificou-se a importância para a regulação das

informações produzidas pela vigilância ambiental

especialmente aquelas direcionadas para áreas de

abastecimento mais precário.

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Conclusões

A melhoria de interfaces entre regulação, controle evigilância da qualidade da água, enfatizando acomplementaridade de atuação, permite aumentar asinergia da relação entre os responsáveis,.

O trabalho desenvolvido melhora a qualidade dasinformações disponibilizadas no SISAGUA edesburocratiza o processo de inserção de dados nessesistema.

O acesso ao SISAGUA pelo regulador contribui para amelhoria da atividade regulatória da qualidade da águapara consumo humano, pois permite mapear e intervirem sistemas de abastecimento de maiorvulnerabilidade.

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Obrigado!

Eng. Marcos Helano Fernandes MontenegroSuperintendente de Resíduos Sólidos

Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF

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