Regulação de tensão em subestações de distribuição de energia elétrica

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Compara di versas metodologias de controle automático de tensão em subestações de distribuição de energia elétrica, Apresenta um caso real com medições.

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  • Universidade Federal de Itajub Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica

    REGULAO DE TENSO EM SUBESTAES DE DISTRIBUIO DE ENERGIA ELTRICA

    LUIS ANTONIO FELBER

    Itajub, Julho de 2010

  • Universidade Federal de Itajub Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica

    LUIS ANTONIO FELBER

    REGULAO DE TENSO EM SUBESTAES DE DISTRIBUIO DE ENERGIA ELTRICA

    Dissertao submetida ao Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica como parte dos requisitos para obteno do Ttulo de Mestre em Cincias em Engenharia Eltrica.

    rea de concentrao: Sistemas Eltricos de Potncia

    Orientador: Prof. Dr. Hector Arango.

    Julho de 2010 Itajub - MG

  • ii

  • iii

    AGRADECIMENTOS

    Ao Professor Hector Arango, pelo apoio, pacincia, experincia e sabedoria,

    na conduo deste trabalho.

    CAPES e aos amigos e professores do GQEE, por acreditarem e

    apoiarem o meu trabalho.

    Aos demais professores e funcionrios da Unifei, alm dos funcionrios da

    PRPPG pela dedicao e simpatia.

    Meus agradecimentos minha famlia e meus amigos.

    Aos meus amigos da CEMIG pelo grande empenho e dedicao em me

    ajudar de todas as maneiras possveis.

    Um agradecimento especial a minha noiva e futura esposa Swlyne pelo

    apoio, dedicao e pacincia.

  • iv

    RESUMO

    O objetivo deste trabalho de dissertao comparar as diversas

    metodologias de controle automtico de tenso (CAT) em subestaes de

    distribuio de energia eltrica, usadas pela CEMIG e por outras concessionrias de

    distribuio de energia eltrica, atravs do estudo do comportamento da tenso em

    regime permanente e das metodologias de regulao de tenso usadas.

    Esse trabalho foi baseado em um estudo de caso real, onde foram

    implementadas 3 tcnicas de regulao de tenso em uma subestao de

    distribuio de energia eltrica (LDC, tenso constante e reta de carga) e foram

    feitas medies em vrios pontos de uma linha de distribuio pertencente a essa

    subestao.

    Foi feito um estudo comparativo entre as metodologias utilizadas, levando-se

    em considerao as normas vigentes atuais (Mdulo 8 PRODIST), sendo

    avaliadas as vantagens e desvantagens de cada metodologia utilizada.

  • v

    ABSTRACT

    The objective of this dissertation work is to compare the different

    methodologies of automatic voltage control (CAT) in distribution substations of

    electric power, used by CEMIG and other utilities of electric energy distribution, by

    studying the behavior of voltage in steady state and the methodologies used for

    voltage regulation.

    This work was based on a real case study, where three techniques were

    implemented to regulate voltage in a substation of electric energy distribution (LDC,

    constant voltage and load line) and measurements were made at various points of a

    distribution line belonging to this substation.

    A comparative study was done among the methodologies used, taking into

    consideration the actual standards (Module 8 - PRODIST) and evaluated the

    advantages and disadvantages of each methodology.

  • vi

    LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS

    ANEEL Agencia Nacional de Energia Eltrica AVR Automatic Voltage Relay (Rel de Controle Automtico de Tenso) CAT Controle Automtico de Tenso CEMIG Companhia Energtica de Minas Gerais S.A. CEPEL Centro de Pesquisas de Energia Eltrica S.A. DRC Durao Relativa de Transgresso de Tenso Crtica DRP Durao Relativa de Transgresso de Tenso Precria ELEKTRO Elektro - Eletricidade e Servios S.A. ELETROPAULO Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de So Paulo S.A. ESCELSA Esprito Santo Centrais Eltricas S.A. LDC Line Drop Compensation (Compensao de Queda na Linha) LD Linha de Distribuio OLTC On Load Tap Changer (Transformadores Reguladores com Comutao Sob Carga) PRODIST Procedimentos de Distribuio de Energia Eltrica no Sistema Eltrico Nacional QEE Qualidade da Energia Eltrica SAG Afundamento Momentneo de Tenso SD Subestaes de Distribuio SDAT Sistema de Distribuio de Alta Tenso (69 kV at 230 kV) SDBT Sistema de Distribuio de Baixa Tenso (< 1 kV) SDEE Sistema de Distribuio de Energia Eltrica SDMT Sistema de Distribuio de Mdia Tenso (1 kV at < 69 kV) SE Subestao de Energia Eltrica SED Sistema Eltrico de Distribuio TL Tenso de Leitura TR Tenso de Referncia TP Transformador de Potencial TC Transformador de Corrente UTR Unidade Terminal Remota Vref Tenso de Referncia Vmax Tenso de Referncia mais Banda Morta Superior Vmin Tenso de Referncia mais Banda Morta Inferior VTCD Variao de Tenso de Curta Durao

  • vii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1 - Resumos dos distrbios relacionados energia eltrica 13

    Figura 2.2 - Topologia padro de uma rede de distribuio de mdia tenso 19

    Figura 3.1 - Topologia padro de um sistema eltrico da distribuio 27

    Figura 4.1 - Circuito equivalente de uma linha de distribuio (LD) 41

    Figura 4.2 - Circuito simplificado de uma linha de distribuio 42

    Figura 4.3 - Diagrama de um circuito de uma LD 47

    Figura 4.4 - Diagrama de um circuito de uma LD com capacitor C1 47

    Figura 4.5 - Localizao de bancos de capacitores: (a) Localizao fsica, (b) Perfil

    de tenso com carregamento pesado e (c) Perfil de tenso com

    carregamento leve. 48

    Figura 5.1 - Esquemtico do regulador Autoboost configurado como elevador

    de tenso 52

    Figura 5.2 - Esquemtico do regulador Autoboost configurado como abaixador

    de tenso 53

    Figura 5.3 - Esquema simplificado da regulao de tenso 54

    Figura 5.4 - Funcionamento do regulador de tenso como elevador 54

    Figura 5.5 - Funcionamento do regulador de tenso como abaixador 55

    Figura 5.6 - Funcionamento do regulador de tenso com tapes 55

    Figura 5.7 - Funcionamento do regulador de tenso usando reator 55

    Figura 5.8 - Reator com a funo de divisor de tenso 56

    Figura 5.9 - Reator com a funo de no interrupo do circuito 56

    Figura 5.10 - Bobina de equalizao para limitao da corrente circulante 57

    Figura 5.11 - Corrente circulante na bobina de equalizao 57

    Figura 5.12 - Funcionamento do rel regulador de tenso (rel 90) 58

    Figura 5.13 - Esquemtico da Reta de Carga 65

    Figura 5.14 - Diagrama esquemtico do LDC 68

    Figura 5.15 - Diagrama fasorial do LDC 68

    Figura 5.16 - Circuito com carga no final da LD 70

    Figura 5.17 - Resumo das tenses para carga no final da LD 73

    Figura 5.18 - Circuito com cargas uniformemente distribudas na LD 74

  • viii

    Figura 5.19 - Resumo das tenses para cargas uniformemente distribudas

    na LD 77

    Figura 6.1 - Configurao do Trafo T5 da SE Pouso Alegre 1 83

    Figura 6.2 - Esquemtico do alimentador PSAU13F4 83

    Figura 6.3 - Carregamento do alimentador PSAU13F4 85

    Figura 6.4 - Comprimento mximo do PSAU13F4 85

    Figura 6.5 - Comprimento do trecho urbano do PSAU13F4 86

    Figura 6.6 - Comprimento do trecho rural do PSAU13F4 86

    Figura 6.7 - Ajuste LDC para Carga zerada 92

    Figura 6.8 - Ajuste LDC para Carga leve 93

    Figura 6.9 - Ajuste LDC para Carga Mdia 93

    Figura 6.10 - Ajuste LDC para Carga Pesada 94

    Figura 6.11 - Curva de carga do circuito do PSAU13F4 95

    Figura 6.12 - Tenso Cte - 31/03 - 4 Feira - Imax=789A - 18:30 h 98

    Figura 6.13 - Tenso Cte - Tenso x Correntes 44928 31/03 - 4 Feira 99

    Figura 6.14 - Tenso Cte - 04/04 - Domingo - Imax=706A - 18:30 h 99

    Figura 6.15 - Tenso Cte - Tenso x Correntes - 44928 04/04 - Domingo 100

    Figura 6.16 - Reta de Carga - 19/04 - 2 Feira - Imax=823A - 18:30 h 102

    Figura 6.17 - Reta de Carga - Tenso x Correntes - 44928 - 19/04 - 2 Feira 103

    Figura 6.18 - Reta de Carga - 18/04 - Domingo - Imax=672A - 18:30 h 104

    Figura 6.19 - Reta de Carga - Tenso x Correntes - 44928 - 18/04 - Domingo 105

    Figura 6.20 - LDC - 23/04 - 6 Feira - Imax=842A - 18:30 h 107

    Figura 6.21 - LDC - Tenso x Correntes - R47297 - R44928-23/04 - 6 Feira 108

    Figura 6.22 - LDC - 25/04 - Domingo - Imax=741A - 18:20 h 109

    Figura 6.23 - LDC - Tenso x Corrente - R44928 - 25/04 - Domingo 110

  • ix

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1.1 - Pontos de conexo em Tenso Nominal superior a 1 kV e inferior a

    69 kV 04

    Tabela 1.2 - Pontos de conexo em Tenso Nominal igual ou inferior a 1 kV

    (220/127 V) 04

    Tabela 1.3 - Pontos de conexo em Tenso Nominal igual ou inferior a 1 kV

    (380/220 V) 04

    Tabela 5.1 - Resistncias e Reatncias em /km a 25 C 70

    Tabela 6.1 - Ajustes da rel 90 para Reta de Carga 89

    Tabela 6.2 - Ajuste do rel 90 para LDC 95

    Tabela 6.3 - Total de DRPp e DRCp durante as medies 96

    Tabela 6.4 - Nmeros de comutaes do Trafo T5 96

  • x

    SUMRIO

    I - INTRODUO 01 1.1 - RELEVNCIA DO TEMA 01

    1.2 - OBJETIVO 05

    1.3 - ESTRUTURA DA DISSERTAO 06

    II - ANLISE BIBLIOGRFICA 08 2.1 - ASSUNTOS REGULATRIOS 08

    2.2 - ASSUNTOS RELACIONADOS QUALIDADE DA ENERGIA

    ELTRICA 12

    2.3 - ASSUNTOS RELACIONADOS AO PLANEJAMENTO DE UM SISTEMA

    ELTRICO DE DISTRIBUIO. 15

    2.4 - CORREO DO NVEL DE TENSO EM UM SISTEMA ELTRICO DE

    DISTRIBUIO 18

    2.5 - PERDAS EM UM SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUIO 21 2.6 - ASSUNTOS RELACIONADOS REGULAO DE TENSO 22

    III - PLANEJAMENTO DO SISTEMA ELTRICO DA DISTRIBUICO 25 3.1 - INTRODUO 25

    3.2 - CARACTERIZAO DO SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUIO 27

    3.2.1 - Sistema de Distribuio de Alta Tenso (SDAT) 28

    3.2.2 - Sistema de Distribuio de Media Tenso (SDMT) e das Subestaes

    de Distribuio (SD) 28

    3.2.3 - Sistema de Distribuio de Baixa Tenso (SDBT) 28

    3.3 - PLANEJAMENTO DO SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUIO (SED) 29

    3.3.1 - Nveis de Planejamento 29

    3.3.1.1 - Planejamento Estratgico 29

    3.3.1.2 - Planejamento Ttico 29

    3.3.2 - Metas de Qualidade 29

    3.3.2.1 - Qualidade do Produto 30

    3.3.2.2 - Qualidade do Servio 31

  • xi

    3.3.2.2.1 - Indicadores de continuidade 31

    3.3.2.2.2 - Indicadores de Tempo de Atendimento a Ocorrncias

    Emergenciais 32

    3.4 - PREVISO DE DEMANDA (CARGA) 33

    3.5 - ANLISE DO SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUIO EXISTENTE 34

    3.5.1 - Sistema de Distribuio de Alta Tenso (SDAT) 34

    3.5.2 - Sistema de Distribuio de Mdia Tenso (SDMT) e das Subestaes

    de Distribuio (SED) 34

    3.5.3 - Sistema de Distribuio de Baixa Tenso (SDMT) 35

    3.6 - PLANO DE OBRAS 35

    3.6.1 - Estudos do Sistema Eltrico 35

    3.6.2 - Anlise Tcnico-econmica 36

    3.6.2.1 - Anlise Tcnica 37

    3.6.2.2 - Anlise Econmica 37

    3.7 - PERDAS EM UM SISTEMA ELTRICO DA DISTRIBUIO 38

    IV - QUEDA DE TENSO NO SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUIO E MTODOS DE CORREO DE TENSO 40

    4.1 - INTRODUO 40

    4.2 - QUEDA DE TENSO EM UMA LINHA DE DISTRIBUIO 41

    4.3 - CORREO DE TENSO EM UMA LINHA DE DISTRIBUIO 43

    4.3.1 - Aes para Melhorias de Tenso no SDBT 43

    4.3.2 - Aes para Melhorias de Tenso no SDMT 44

    4.4 - CORREO DE TENSO USANDO CAPACITOR SHUNT 46

    4.5 - CORREO DE TENSO USANDO CAPACITOR SRIE 49

    V - REGULAO DE TENSO NAS SUBESTAES DO SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUIO 51

    5.1 - INTRODUO 51

    5.2 - REGULADORES DE TENSO 52

    5.2.1 - Regulador de Tenso Autobooster 52

    5.2.2 - Regulador de Tenso de 32 Degraus 53

    5.2.2.1 - Funcionamento do Regulador de Tenso de 32 Degraus 54

  • xii

    5.3 - REL DE CONTROLE DE TENSO 57

    5.3.1 - Componentes de um Rel de Controle de Tenso 58

    5.3.1.1 - Tenso de Referncia (Vref) 58

    5.3.1.2 - Banda Morta (bandwidth) 59

    5.3.1.3 - Tempo Morto (temporizao) 60

    5.3.1.4 - Compensao de Queda de Linha (LDC) 60

    5.3.1.5 - Bloqueios 61

    5.3.1.6 - Funes Adicionais 61

    5.4 - METODOLOGIAS DE CONTROLE AUTOMTICO DE TENSO 62

    5.4.1 - Grupos de Regulao de Tenso 63

    5.4.1.1 - Regulao Dinmica 63

    5.4.1.2 - Regulao Esttica 63

    5.4.1.3 - Regulao por Faixas 63

    5.4.1.4 - Regulao por sistemas inteligentes 63

    5.4.2 - Tcnicas de Regulao de Tenso 64

    5.4.2.1 - CAT com Tempo Definido 64

    5.4.2.2 - CAT com Reta de Carga 64

    5.4.2.3 - CAT com Tenso Definida 66

    5.4.2.4 - CAT com LDC 66

    5.5 - FUNCIONAMENTO DA COMPENSAO DE QUEDA DE LINHA (LDC) 67

    5.5.1 - LDC para Cargas no Final da Linha 69

    5.5.1.1 - Exemplo de Clculo de LDC para Cargas no Final da Linha 70

    5.5.2 - LDC para Cargas Uniformemente Distribudas 74

    5.5.2.1 - Exemplo de Clculo de LDC para Cargas Uniformemente

    Distribudas 74

    5.5.3 - LDC para Cargas no Uniformemente Distribudas 78

    5.5.3.1 - Alimentador com Derivaes 78

    5.5.3.2 - Z equivalente 79

    5.5.4 - Limites de compensao para a LDC 80

    VI - ESTUDO DE CASO 82 6.1 - INTRODUO 82

    6.2 - CARACTERSTICAS DO CIRCUITO 83

  • xiii

    6.3 - CLCULOS DOS AJUSTES DO REL DE CONTROLE DE TENSO 87

    6.3.1 - 1 Ciclo - Tenso Constante 87

    6.3.2 - 1 Ciclo - Reta de Carga 88

    6.3.3 - 3 Ciclo - LDC 89

    6.4 - ANLISE DOS RESULTADOS 95

    6.4.1 - 1 Ciclo - Tenso Constante 97

    6.4.1.1 - Maior Carga - dia 31/03/2010 - 4 Feira 98

    6.4.1.2 - Menor carga - dia 04/04/2010 - Domingo 99

    6.4.1.3 - Concluses Sobre a Regulao de Tenso Usando Tenso

    Constante 101

    6.4.2 - 2 Ciclo - Reta de Carga 101

    6.4.2.1 - Maior Carga - dia 19/04/2010 - 2 Feira 102

    6.4.2.2 - Menor carga - dia 18/04/2010 - Domingo 104

    6.4.2.3 - Concluses Sobre a Regulao de Tenso Usando Reta de

    Carga 105

    6.4.3 - 3 Ciclo - LDC 106

    6.4.3.1 - Maior Carga - dia 23/04/2010 - 6 Feira 107

    6.4.3.2 - Menor carga dia 25/04/2010 - Domingo 109

    6.4.3.3 - Concluses Sobre a Regulao de Tenso Usando LDC 110

    VII - CONCLUSES E SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS 113 7.1- CONCLUSES 113

    7.2 - SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS 117

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 118

  • Captulo I - Introduo

    1

    CAPTULO I

    INTRODUO

    1.1 - RELEVNCIA DO TEMA

    A melhoria na qualidade de fornecimento de energia eltrica um processo

    que vem se aperfeioando com o transcorrer do tempo, no somente por parte das

    empresas concessionrias de energia, como tambm pelos consumidores.

    A partir da dcada de 70, devido poca do milagre econmico, houve um

    aumento significativo do consumo de energia eltrica, e devido a isso, comeou a se

    ter a preocupao no somente com o fornecimento de energia eltrica, mas

    tambm com a qualidade dessa energia.

    Ento, em 1978 o DNAEE (Departamento Nacional de guas e Energia

    Eltrica) editou portaria de n. 047/78 que regula os nveis de tenso de

    fornecimento (limites das variaes das tenses) de energia eltrica.

    Em 1996, atravs da Lei 9.427 foi criada a Agncia Nacional de Energia

    Eltrica (ANEEL), com o objetivo de regular e fiscalizar a produo, transmisso,

    distribuio e comercializao de energia eltrica. Consolidava-se ento, o sistema

    regulatrio brasileiro para o setor de energia. Assim, no mbito de suas atribuies

    foram elaboradas, aps vrias consultas pblicas, as resolues relativas

    qualidade de energia eltrica, sendo elas relativas a:

    Qualidade do servio (Resoluo ANEEL N 024, de 27 de Janeiro de 2000 e Resoluo ANEEL N 520, de 17 de Setembro de 2002), que

    estabelece as disposies relativas continuidade do fornecimento de

  • Captulo I - Introduo

    2

    energia eltrica, e a durao e frequncia das interrupes a serem

    observadas pelas concessionrias de energia eltrica;

    Qualidade do produto (Resoluo N 505, de 26 de Novembro de 2001), que estabelece as disposies relativas conformidade dos nveis de

    tenso de energia eltrica em regime permanente.

    Em 15 de Dezembro de 2009, essas resolues (Resoluo n 024, de

    27 de Janeiro de 2000, Resoluo n 505, de 26 de Novembro de 2001, e Resoluo

    n 520, de 17 de Setembro de 2002) foram revogadas atravs da Resoluo N 395,

    que criou os Procedimentos de Distribuio de Energia Eltrica no Sistema Eltrico

    Nacional PRODIST, sendo os requisitos de qualidade do produto e do servio

    agrupados no Mdulo 8 Qualidade da Energia Eltrica.

    Nveis de tenso adequados propiciam um desempenho satisfatrio e uma

    vida mais longa aos aparelhos eltricos dos consumidores, sendo um dos pontos

    bsicos da qualidade da energia eltrica fornecida pelas concessionrias de energia

    eltrica.

    Todos os equipamentos eltricos ligados a um sistema de energia eltrica

    so projetados para trabalhar em uma determinada tenso nominal. Seu

    desempenho e vida til sero alterados quanto maior for a diferena entre a tenso

    fornecida pela concessionria e a sua tenso nominal. Logicamente, para a concessionria, quanto maior possvel for a variao de tenso, menores sero os

    gastos para o fornecimento dessa energia. Para os construtores desses

    equipamentos e os consumidores, a situao inversa, pois ser mais barato o

    custo para a fabricao desses equipamentos e consequentemente sero menores

    os custos para os consumidores, quanto menor possvel for variao de tenso.

    Devido s diferentes topologias de redes, (exceto em subestaes que

    possuem carga muito adensada, como por exemplo, em grandes centros urbanos), a

    regulao dessa tenso no feita considerando que as cargas estejam muito

    prximas da subestao, devendo ento ser considerada a queda de tenso entre o

    regulador de tenso e a carga. Como em um sistema de distribuio de energia

    eltrica, normalmente as cargas so distribudas ao longo da rede de distribuio,

    torna-se difcil encontrar o local ideal (doravante chamado de centro de carga), onde

    esta tenso de alimentao seja adequada.

  • Captulo I - Introduo

    3

    A localizao desse centro de carga o grande dificultador do processo de

    regulao, pois a mesma tenso ideal para um consumidor que esteja localizado

    prxima da subestao de distribuio poder ser inadequada para um consumidor

    localizado distante dessa subestao.

    Outro dificultador quando existem redes de distribuio que alimentam

    centros urbanos (bairros, vilarejos, cidades) distantes da subestao, sendo que

    para esse caso, poder ser necessrio a instalao de outros reguladores de tenso

    para esses circuitos especficos, ou a instalao de bancos de capacitores,

    lembrando que a tenso na subestao em questo, normalmente ir alimentar

    vrios circuitos, e a tenso de sada dever atender a todos os circuitos interligados

    a essa subestao.

    Devido a essas dificuldades, a Agncia Nacional de Energia Eltrica -

    ANEEL estabeleceu atravs da Resoluo N 505, e posteriormente pelo Mdulo 8

    (Qualidade da Energia Eltrica) do PRODIST, os limites adequados, precrios e

    crticos para os nveis de tenso em regime permanente, os indicadores individuais e

    coletivos de conformidade de tenso eltrica, os critrios de medio e registro, os

    prazos para regularizao e de compensao ao consumidor, caso os limites de

    tenso observados no se encontrem na faixa de atendimento adequado:

    So estabelecidos os limites adequados, precrios e crticos para os nveis

    de tenso em regime permanente, os indicadores individuais e coletivos de

    conformidade de tenso eltrica, os critrios de medio e registro, os prazos

    para regularizao e de compensao ao consumidor, caso as medies de

    tenso excedam os limites dos indicadores.

    A Tabela 1.1 apresenta os valores limite relativos tenso de fornecimento

    entre 1 kV e 69 kV, onde:

    TL Tenso de Leitura; TR Tenso de Referencia

  • Captulo I - Introduo

    4

    Tabela 1.1 Pontos de conexo em Tenso Nominal superior a 1 kV e inferior a 69 kV.

    Adequada 0,93TRTL 1,05TR

    Precria 0,90TRTL

  • Captulo I - Introduo

    5

    1.2 - OBJETIVO

    O objetivo desse trabalho de dissertao comparar as diversas

    metodologias de controle automtico de tenso (CAT) em subestaes de

    distribuio de energia eltrica, avaliando suas aplicaes, vantagens e

    desvantagens.

    A regulao de tenso feita normalmente atravs de reguladores de

    tenso instalados na subestao de energia eltrica ou ao longo dos alimentadores,

    e o controle de tenso desses reguladores feita atravs dos rels de controle

    automtico de tenso CAT.

    Convm salientar que no sero abordadas diretamente as metodologias

    usadas em reguladores de tenso instalados ao longo de um alimentador (linha de

    distribuio LD). Porm essas mesmas metodologias so usadas, na maioria das

    vezes, nesses reguladores de tenso.

    A metodologia mais usada a de LDC (Line Drop Compensation), que a

    compensao de queda de linha. Nesse caso, a tenso regulada atravs de um

    compensador de queda na linha, que utiliza parmetros de resistncia e reatncia da

    linha. Este um componente que simula a impedncia da linha desde os

    reguladores de tenso, at o ponto onde se deseja que a tenso seja constante

    (doravante denominado centro de carga). O circuito bsico do compensador simula

    as quedas de tenso existentes na linha, fazendo com que o regulador as

    compense.

    Apesar da metodologia de LDC ser a mais usada, existem vrias outras

    metodologias, que tambm so empregadas, devido a dificuldades na configurao

    do LDC, caractersticas da rede, melhorias na regulao, etc..

    As metodologias mais comumente encontradas so:

    a) Regulao dinmica:

    Os valores da tenso de referncia - Vref so variveis, de acordo com

    parmetros da rede (corrente, potncia, fator de potncia, etc), ou seja, no

    existem valores da tenso de referncia - Vref pr-definidos. Nesse caso, a

    tenso na subestao varia para que a tenso no consumidor seja a mais

    estvel possvel.

  • Captulo I - Introduo

    6

    Ex. CAT com reta de carga e com LDC.

    b) Regulao esttica:

    Os valores de Vmax e Vmin no se alteram independentemente da variao

    de outros parmetros (corrente, potncia, faixas de carga, horrios, etc).

    Ex. CAT com Tenso Definida.

    c) Regulao por faixas:

    Os valores de Vmax e Vmin so estticos para cada grupo de ajustes pr-

    definidos por horrios ou por faixas de carga.

    Ex. CAT por tempo definido.

    d) Regulao por sistemas inteligentes:

    Existem atualmente alguns estudos propondo a metodologia de regulao de

    tenso usando sistemas inteligentes, principalmente atravs de lgica

    nebulosa (Fuzzy Set).

    1.3 - ESTRUTURA DA DISSERTAO

    No captulo 1, ser feita uma breve introduo, sobre o processo de

    regulao de tenso no sistema de distribuio de energia eltrica.

    No captulo 2 apresenta-se a anlise bibliogrfica relacionada regulao do

    setor, planejamento e perdas no sistema eltrico de distribuio e metodologias de

    regulao de tenso em subestaes de energia - SE.

    No captulo 3 mostram-se os processos de planejamento do sistema de

    distribuio de energia eltrica, relatando as tcnicas e metodologias utilizadas.

    No captulo 4 so apresentados os processos relativos queda de tenso e

    regulao de tenso atravs da instalao de banco de capacitores no sistema

    eltrico de distribuio de energia eltrica.

    No captulo 5 descrevem-se as metodologias de regulao de tenso mais

    comumente usadas nas subestaes do sistema eltrico de distribuio de energia

    eltrica.

  • Captulo I - Introduo

    7

    No captulo 6 feito um estudo comparativo, com um estudo de caso real,

    utilizando vrias metodologias de regulao de tenso.

    No captulo 7 so feitas as concluses e consideraes finais a respeito

    deste trabalho.

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    8

    CAPTULO II

    ANLISE BIBLIOGRFICA

    2.1 - ASSUNTOS REGULATRIOS

    A partir da dcada de 70, a preocupao bsica de somente ter energia

    eltrica comeou a mudar. Tanto o governo quanto os consumidores comearam a

    se preocupar com os ndices de qualidade no fornecimento de energia eltrica.

    Assim, em abril de 1978, o Departamento Nacional de guas e Energia

    Eltrica (DNAEE) editou a portaria de n. 047/78, que aborda os nveis de tenso de

    fornecimento e os limites das variaes das tenses em geral, regulamentando

    deste modo as condies tcnicas e a qualidade do servio de energia eltrica.

    Em 26 de dezembro de 1996, atravs da Lei 9.427 foi instituda a Agncia

    Nacional de Energia Eltrica ANEEL, que dentre outras tem a finalidade de regular

    e fiscalizar a produo, transmisso, distribuio e comercializao de energia

    eltrica.

    Consolidava-se ento, o sistema regulatrio brasileiro para o setor de energia.

    Assim, no mbito de suas atribuies foram elaboradas, aps vrias consultas

    pblicas, resolues relativas qualidade de energia eltrica, sendo elas relativas

    qualidade do servio e qualidade do produto.

    Em 27 de Janeiro de 2000, foi publicada a Resoluo ANEEL N 024, [01] que

    estabelece as disposies relativas continuidade do fornecimento de energia

    eltrica (qualidade do servio), que diz respeito durao e frequncia de

    interrupes, a serem observadas pelas concessionrias de energia eltrica.

    Em 26 de Novembro de 2001 foi publicada a Resoluo N 505 [02],

    estabelecendo as disposies relativas conformidade dos nveis de tenso de

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    9

    energia eltrica em regime permanente (qualidade do produto), na qual so

    estabelecidos os limites adequados, precrios e crticos para os nveis de tenso em

    regime permanente, os indicadores individuais e coletivos de conformidade de

    tenso eltrica, os critrios de medio e registro, os prazos para regularizao e

    compensao ao consumidor, caso as medies de tenso excedam os limites dos

    indicadores.

    Em 17 de setembro de 2002, foi publicada a Resoluo N 520 [03], que

    estabelece os procedimentos de registro e apurao dos indicadores relativos s

    ocorrncias emergenciais (qualidade do servio).

    Porm, com o processo de busca por meio da ANEEL de melhoria e

    regulamentao dos sistemas de distribuio, no incio de 1999, com a contratao

    do CEPEL, que elaborou a partir do relatrio H do Projeto RESEB, a verso inicial

    do documento, e aps um longo trabalho e inmeras interaes com agentes do

    setor eltrico e a sociedade em geral, em 31/12/2008 entra em vigor a primeira

    verso aprovada dos Procedimentos de Distribuio de Energia Eltrica no Sistema

    Eltrico Nacional - PRODIST, atravs da Resoluo Normativa n 345, de 16 de

    dezembro de 2008 e atravs da Resoluo Normativa N 395 - reviso 1, de 15 de

    Dezembro de 2009 [04].

    Os Procedimentos de Distribuio PRODIST foram implementados a partir

    de 01/01/2010, e so normas que disciplinam o relacionamento entre as

    distribuidoras de energia eltrica e demais agentes (unidades consumidoras e

    centrais geradores) conectados aos sistemas de distribuio, que incluem redes e

    linhas em tenso inferior a 230 kV. Tm o objetivo de estabelecer, com base legal e

    contratual, as responsabilidades de cada agente no que se referem s atividades,

    insumos, produtos e prazos dos processos de operao, planejamento, uso,

    medio e qualidade da energia nos sistemas eltricos das concessionrias de

    servio pblico de distribuio.

    O PRODIST dividido em 8 Mdulos, que inclui: introduo, planejamento da

    expanso, acesso ao sistema de distribuio, procedimentos operativos, sistemas

    de medio, informaes requeridas e obrigaes, clculo de perdas na distribuio

    e qualidade da energia eltrica.

    O Mdulo 2 Planejamento da Expanso do Sistema de Distribuio [05], se

    refere s diretrizes para o planejamento da expanso do sistema de distribuio.

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    10

    O Mdulo 8 - Qualidade da Energia Eltrica [06] aborda os procedimentos

    relativos qualidade da energia eltrica, levando em considerao a qualidade do

    produto e a qualidade do servio.

    Convm salientar que a Resoluo Normativa N 395, diz no seu Art. 24.

    Ficam revogadas a Resoluo Normativa n 024, de 27 de janeiro de 2000, a

    Resoluo n 505, de 26 de novembro de 2001, a Resoluo n 520, de 17 de

    setembro de 2002, e a Resoluo Normativa n 345, de 16 de dezembro de 2008.,

    ou seja, revoga todas as resolues listadas anteriormente e que eram relativas

    qualidade da energia eltrica, porm as incluem quase que totalmente no escopo do

    PRODIST - Mdulo 8, sendo que alm da tenso em regime permanente, tambm

    so includas no escopo as perturbaes na forma de onda, conforme mostrado

    abaixo:

    a) Fator de potncia;

    b) Harmnicos;

    c) Desequilbrio de tenso;

    d) Flutuao de tenso;

    e) Variao de tenso de curta durao;

    f) Variao de freqncia.

    Com relao qualidade do servio, o Mdulo 8 estabelece a metodologia

    para apurao, limites e compensaes (caso houver) dos indicadores de

    continuidade (DEC, FEC, DIC, FIC, DMIC), e tambm do tempo de atendimento s

    ocorrncias emergenciais (TMAE).

    No que diz respeito qualidade do produto, caracteriza os fenmenos,

    parmetros e valores de referncia relativos conformidade de tenso em regime

    permanente e s perturbaes na forma de onda de tenso, estabelecendo

    mecanismos que possibilitem ANEEL fixar padres para os indicadores de

    qualidade da energia eltrica, relativo tenso em regime permanente. Porm,

    ainda no foi definida metodologia de compensao relativa conformidade da

    forma de onda de tenso, exceto aqueles relativos ao fator de potncia, conforme

    Resoluo N 456 de Novembro de 2000 da Aneel [07].

    Os valores relativos regulao de tenso em subestaes, ou seja, tenso

    em regime permanente, so definidos conforme o Mdulo - 8 do PRODIST [06].

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    11

    Os benefcios trazidos pela Resoluo 505 (e posteriormente pelo PRODIST

    Mdulo 8) so citados no trabalho [08], onde citada a evoluo at a

    consolidao desta resoluo dentro do cenrio de regulao da qualidade de

    energia eltrica em regime permanente, em que houve melhora dos nveis de

    fornecimento, bem como tambm influenciou na melhoria da qualidade de vida dos

    usurios e como ponto favorvel, a diminuio da assimetria de informao existente

    entre usurio, concessionria de servio pblico e a agncia reguladora.

    No trabalho [09] citada a melhoria da qualidade dos servios prestados

    pelas concessionrias de energia eltrica no Brasil a partir da implantao das

    reformas do setor eltrico brasileiro, particularmente, com a criao e funcionamento

    da Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL.

    Uma abordagem interessante feita no trabalho [10], onde a qualidade da

    energia eltrica analisada e tratada prioritariamente sob o foco do consumidor, isto

    , considerando as suas reais necessidades tcnicas, os seus direitos e deveres e

    ainda, em estrita consonncia com a verdadeira misso da concessionria e do

    rgo regulador: prestar um servio adequado. Esse trabalho considera a vinculao

    direta da qualidade da energia eltrica conformidade da tenso eltrica

    disponibilizada. No Item 3.7 cita que a resoluo ANEEL n 505/2001 apresentou

    um formidvel elenco de virtudes que devem ser destacadas em relao Portaria

    DNAEE n 47/1978.

    O artigo [11] fala sobre o processo de reestruturao do setor eltrico, como a

    criao da Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL, do Operador Nacional do

    Sistema Eltrico - ONS e sobre a separao do mercado de energia por meio da

    desverticalizao dos segmentos de gerao, transmisso e distribuio, criando

    com isso uma maneira de preservar a qualidade dos servios prestados atravs de

    dispositivos legais que visam garantir a prestao de um servio adequado ao

    consumidor.

    Em [12] fica claro o controle cada vez maior de ndices de qualidade (DEC,

    DIC, FEC e FIC) pelo agente regulador, e prope metodologias para quantificar e

    propor solues de engenharia para melhoria de ndices de qualidade, ainda no

    processo de planejamento.

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    12

    Tambm citado no trabalho [13] a questo da qualidade na prestao dos

    servios e a implantao dos sistemas de gesto da qualidade nas concessionrias

    de energia eltrica.

    Um projeto que tem a preocupao focada no treinamento de prestadores de

    servio citado no trabalho [14], a fim de propiciar ao cliente de energia eltrica um

    atendimento de maneira segura, eficiente e confivel.

    O trabalho [15] Mostra uma metodologia de sistema distribudo para a

    superviso da tenso em redes de distribuio de energia eltrica, onde so feitos

    monitoramentos dos ndices DEC, FEC, DIC, FIC, DMIC, conforme resoluo 24 da

    Aneel [01] e os ndices DRC, DRP, ICC, conforme resoluo 505 da Aneel [02].

    2.2 - ASSUNTOS RELACIONADOS QUALIDADE DA ENERGIA ELTRICA

    O Mdulo 8 - Qualidade da Energia Eltrica [06], alm das perturbaes em

    regime permanente, na qual verifica e prope penalidades de acordo com a no

    conformidade dos nveis de tenso de energia eltrica, tambm caracteriza as

    perturbaes na forma de onda de tenso. Porm, ainda no fixou mecanismos

    concretos que possibilitem ANEEL verificar e controlar indicadores de qualidade da

    energia eltrica com relao forma de onda de tenso, ou seja, em regime

    transitrio, por isso ainda no foi implementada a compensao aos consumidores

    para caso de transgresso dos limites dos indicadores de qualidade.

    Em um sistema eltrico ideal, as condies de operao so:

    a) Tenses e correntes alternadas com formas de onda senoidais puras;

    b) Amplitudes constantes nos valores nominais;

    c) Freqncia da rede constante no valor sncrono;

    d) Tenses trifsicas equilibradas;

    e) Fator de potncia unitrio nas cargas;

    f) Perdas nulas na transmisso.

    Porm, as condies ideais so situaes tericas, pois podem ocorrer vrios

    fenmenos na rede. De acordo com o PRODIST - Mdulo 8, os aspectos

    considerados da qualidade do produto em regime permanente ou transitrio so:

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    13

    a) tenso em regime permanente;

    b) fator de potncia;

    c) harmnicos;

    d) desequilbrio de tenso;

    e) flutuao de tenso (Efeito flicker);

    f) variaes de tenso de curta durao;

    g) variao de frequncia.

    A Figura 2.1 apresenta uma classificao dos vrios tipos de distrbios:

    Fig. 2.1 Resumos dos distrbios relacionados Energia Eltrica.

    As perturbaes na forma de onda de tenso so devido ao uso crescente de

    equipamentos eletro-eletrnicos em consumidores industriais, que contribuem para o

    aumento da produo, porm trazem associados problemas relacionados

    qualidade da energia eltrica, tanto para as empresas distribuidoras de energia

    eltrica, quanto para os prprios consumidores.

    O trabalho [16] mostra a de qualidade da energia eltrica em

    estabelecimentos assistenciais de sade, onde demonstra a sua importncia, pois

    est presentes nos mais diversos ramos de atividades e na maioria das resistncias,

    onde so citados:

    Equipamentos usados atualmente so mais sensveis qualidade da energia eltrica;

    Recorte de tenso (notch)Interferncia eletromagntica

    Distoroharmnica Cintilao ( f licker)

    DISTORES NAFORMA DE ONDA

    FLUTUAONA TENSO

    TIPOSDE

    DISTRBIOS

    Variao na frequncia

    VARIAONA

    FREQNCIA TRANSITRIOSImpulsivos

    Oscilatrios

    VARIAES NATENSO

    DE CURTA DURAO

    SubtensoSobretenso

    Afundamento ( Sag ) Elevao (Swell)

    Interrupo (Outage)

    VARIAES NA TENSO

    DE LONGA DURAO

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    14

    Empresas atualmente so mais sensveis s perdas na produtividade, comparadas com suas margens de lucro;

    A eletricidade hoje vista como um bem coletivo; Ainda no esto definidas claramente as responsabilidades dos agentes do

    setor eltrico brasileiro com relao qualidade da energia eltrica em regime

    transitrio.

    O progressivo interesse pela qualidade da energia eltrica deve-se,

    principalmente, evoluo tecnolgica dos equipamentos eletro-eletrnicos, e hoje

    amplamente utilizados nos diversos segmentos de atividades, seja ele industrial,

    comercial ou residencial.

    Um dos problemas atuais so as VTCDs, ou seja, as variaes de tenso de

    curta durao (afundamento de tenso), que so comumente chamadas de SAGs.

    As SAGs so danosas devido sensibilidade de cargas e processos

    industriais frente a afundamentos de tenso. Em [17] proposta uma metodologia

    de caracterizao da sensibilidade de processos industriais frente aos afundamentos

    de tenso.

    Em [18] proposto um software com o objetivo de estudos de afundamentos

    de tenso, permitindo que, tanto concessionrias quanto consumidores, avaliem o

    impacto dos afundamentos de tenso no sistema eltrico, representando um passo

    importante no estabelecimento de medidas mitigadoras.

    Com o mesmo foco, [19] apresenta um estudo de validao de ferramentas

    de simulao de afundamentos atravs de medies efetuadas em uma

    concessionria de energia eltrica.

    Em [20] tem-se uma viso geral sobre as SAGs, baseada, inicialmente, no

    levantamento das causas, caractersticas e fatores que influenciam a depresso de

    tenso, so apresentadas as curvas de sensibilidade e os impactos dos principais

    equipamentos eletro-eletrnicos que so mais sensveis, e por fim, so

    apresentadas as principais medidas preventivas e corretivas que podem ser

    adotadas tanto pelas concessionrias como pelo do consumidor.

    O artigo [21] faz uma anlise do impacto das SAGs sobre equipamentos

    eletrnicos, inicialmente sobre estatsticas de ocorrncias em termos de freqncia,

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    15

    magnitude e durao. Posteriormente, levantou-se a sensibilidade de vrios

    equipamentos eletrnicos frente a estes distrbios.

    O artigo [22] trata da experincia do Centro de Pesquisa de Energia Eltrica,

    CEPEL, no desenvolvimento de ferramentas computacionais e laboratoriais que

    permitem a anlise e medio de problemas de qualidade da energia eltrica.

    Em [23] analisada a qualidade da energia eltrica em consonncia com a

    segurana industrial, no qual cita que O aumento das exigncias dos consumidores

    tem forado empresrios de diversos setores produtivos a buscarem cada vez mais

    eficincia e eficcia, objetivando principalmente a constante reduo de custos e a

    melhoria da qualidade do produto final. A consequente modernizao de linhas de

    produo industriais, cada vez mais automatizadas e utilizando microprocessadores

    em larga variedade de equipamentos, processos e controles, tem tornado esses

    processos industriais bastante vulnerveis aos problemas de qualidade da energia

    eltrica. Esta tendncia acentuada de crescimento de cargas, baseadas na

    eletrnica de potncia e microcomputadores, com processos e controles operativos

    extremamente sensveis s variaes das caractersticas da energia eletromagntica

    entregue, tem sido causa de muitas das reclamaes por uma melhoria na qualidade

    do fornecimento de energia eltrica pelas concessionrias.

    2.3 - ASSUNTOS RELACIONADOS AO PLANEJAMENTO DE UM SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUIO.

    O PRODIST - Mdulo 8 [6], item 2.5.1 b, cita: os valores nominais devem

    ser fixados em funo dos nveis de planejamento do sistema de distribuio de

    modo que haja compatibilidade com os nveis de projeto dos equipamentos eltricos

    de uso final, ou seja, a qualidade da energia eltrica comea a ser definida no

    planejamento.

    O PRODIST - Mdulo 2 [5] tem entre os seus objetivos, o de estabelecer as

    diretrizes para o planejamento da expanso do sistema de distribuio, pois trata

    dos critrios de tenso para operao normal ou em contingncia, sendo que os

    limites operativos de tenso nos barramentos esto definidos no Mdulo 8

    qualidade da energia eltrica.

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    16

    O PRODIST - Mdulo 2 est diretamente envolvido com o processo de

    regulao de tenso em subestaes, pois esse processo comea no planejamento,

    incluindo a previso de aumento de cargas e necessidade de instalao de

    dispositivos (capacitores, reguladores de tenso, recondutoramento de cabos, etc.),

    na subestao, ou ao longo da linha de distribuio - LD, pois cita no item 2.7.2:

    Quando ocorrer a ultrapassagem dos limites de tenso de atendimento das

    unidades consumidoras, a correo do nvel de tenso dever ser na prpria

    subestao ou nas linhas e redes de distribuio.

    A atividade de planejamento tem o objetivo de adequar o sistema eltrico de

    distribuio - SED s futuras solicitaes do mercado consumidor, garantindo um

    suprimento de energia eltrica com nveis de qualidade compatveis com esse

    mercado, levando em considerao as normas vigentes e adequao dos custos.

    O planejamento de um SED preocupa-se freqentemente com a previso de

    queda de tenso e perdas de potncia ativa que possam vir a ocorrer nessa rede,

    avaliao ano a ano em que uma eventual restrio de tenso possa ocorrer e a

    determinao do custo das perdas, queso alguns dos motivos para que se tenha

    metodologias para realizar a estimativa dessas grandezas durante certo perodo de

    tempo.

    O planejamento eltrico de um SED elaborado de forma que permita

    efetuar anlises e projees das grandezas do sistema, tais como, carregamento,

    nveis de tenso e perdas dos alimentadores e subestaes. O trabalho [24] refere-

    se ao planejamento usado pela CEMIG, com o objetivo de otimizar investimentos e

    atender os nveis de qualidade de acordo com as regras do PRODIST, e elaborou

    uma metodologia que integra algumas microrregies, com o objetivo de racionalizar

    o planejamento, otimizar a topologia e investimentos.

    O artigo [25] foca na importncia do planejamento em uma concessionria

    de energia eltrica, pois uma atividade que antecede a aplicao dos

    investimentos mais significativos. Esses investimentos consistem desde a troca pura

    e simples de um transformador de distribuio, at a construo de usinas,

    passando pela construo de novos alimentadores ou subestaes de distribuio,

    ampliao das capacidades das subestaes existentes, recapacitao de linhas de

    distribuio existentes e/ou construo de linhas novas, assim como medidas de

    menor investimento econmico, tais como a instalao de bancos de capacitores em

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    17

    redes de distribuio e/ou em subestaes de distribuio, instalao de bancos de

    reguladores de tenso, etc.

    No final dos anos 90 grande parte dos mtodos de simulao da expanso,

    baseava-se em uma abordagem esttica, obtendo-se uma soluo para um conjunto

    fixo de dados. Estudos em planejamento dinmico, considerando a evoluo das

    cargas ao longo do tempo e conseqentes alteraes topolgicas nas redes, no

    tinham muito sucesso quando aplicados a redes de tamanho real. Os modelos

    matemticos em que se baseiam estas tcnicas so muito pesados ou ocultam

    determinados aspectos de projeto que os engenheiros de planejamento consideram

    importantes nos sistemas de distribuio.

    O trabalho [26] Cita a necessidade de melhoria atravs de melhores

    mtodos de planejamento, e cita uma tcnica que estava sendo desenvolvida,

    algoritmo-matemtico baseada na evoluo natural dos organismos, conhecida

    como Algoritmos Genticos (AG).

    Em [27] so citadas as tcnicas de redes neurais artificiais na previso de

    consumo de carga eltrica. Em [28] tambm feito um estudo de previso de carga

    de curtssimo prazo via RNA (redes neurais artificiais).

    Em [29] apresentada uma metodologia para soluo do problema de

    expanso de redes de distribuio, usando um modelo de otimizao no linear que

    considera uma funo objetivo que minimiza os custos de expanso e todas as

    restries necessrias para representar realisticamente o sistema. A tcnica de

    soluo proposta para este problema um algoritmo de Busca Tatu (BT).

    A apresentao de uma nova metodologia para o planejamento de redes

    secundrias de um SED, que visa a minimizao dos custos atravs de mtodos

    heursticos de otimizao feita no trabalho [30]

    Em [31] feito o trabalho de proposio automtica de reforo em redes de

    distribuio de energia eltrica utilizando Programao Linear (PL) e Algoritmos

    Genticos (AG).

    O trabalho [32] apresenta os conceitos tericos, modelos matemticos,

    tcnicas de soluo e resultados de pesquisas desenvolvidas envolvendo o

    planejamento de um SED.

    Em [33] proposta uma metodologia de modelagem de carga, para estudo

    de planejamento. Discutem-se os impactos e benefcios de uma correta modelagem

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    18

    de carga para os diversos estudos de uma rede de distribuio, abordando a

    adequada aplicao dos nveis de tenso aos barramentos de mdia tenso e sua

    correlao com a questo da modelagem de carga.

    2.4 - CORREO DO NVEL DE TENSO EM UM SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUIO.

    Os clculos para o comportamento da tenso e das perdas de potncia ativa

    so feitos no processo de planejamento, conforme limites de tenso definidos pelo

    PRODIST - Mdulo 8. Caso ocorra a possibilidade de nveis de tenso em regime

    permanente inadequados, devero ser feitas aes para a correo desses valores.

    O nvel de tenso no consumidor determinado pela tenso na subestao

    e pelas quedas de tenso nas linhas e transformadores, variando com flutuaes

    nos nveis de consumo, com o fator de potncia das cargas e flutuaes na tenso

    nas subestaes.

    As concessionrias de distribuio de energia eltrica enfrentam dificuldades

    para controlar o fator de potncia do sistema de distribuio, manter nveis de

    tenses adequados e patamares aceitveis de perdas ativas do sistema. Para

    mitigar esses problemas utiliza-se a instalao de reguladores de tenso (OLTC) ao

    longo dos alimentadores, ou atravs da racionalizao da potncia reativa do

    sistema, com a instalao de bancos de capacitores (shunt ou srie), sendo a

    deciso de instalao desses equipamentos, definida conforme as caractersticas da

    rede de distribuio.

    A localizao desses equipamentos, reguladores de tenso (RT1), capacitor

    shunt ou derivao (CAP.1) e capacitores srie (CAP.2), em uma rede de

    distribuio de energia eltrica padro, esto mostrados na Figura 2.2:

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    19

    Fig. 2.2 Topologia padro de uma rede de distribuio de mdia tenso.

    A escolha dos melhores locais para instalao de capacitores fixos ou

    chaveados (isto , com possibilidade de fornecer nveis diferentes de energia

    reativa), e suas respectivas capacidades, realizada nos procedimentos de

    planejamento. O maior volume de perdas ocorre nos sistemas de distribuio de

    energia eltrica. Capacitores shunt so largamente utilizados nos alimentadores

    primrios dos sistemas de distribuio para compensar potncia reativa e

    conseqentemente obter melhor perfil de tenso, redues das perdas de potncia e

    energia, e aumento da capacidade da rede de distribuio em atender carga ativa.

    Um estudo sobre a alocao tima dos capacitores Proposto no trabalho

    [34], onde determina as localizaes, os dimensionamentos e o nmero de

    capacitores a serem instalados no sistema de distribuio, tal que, o mximo de

    benefcios seja alcanado, enquanto todas as restries operacionais sejam

    satisfeitas para diferentes nveis de carregamento.

    O trabalho [35] Apresenta a metodologia desenvolvida e empregada no

    planejamento estratgico para priorizao da instalao de bancos de capacitores

    da AES Eletropaulo, utilizando ferramentas computacionais, informaes

    operacionais, medies e gerenciamento de dados de venda de energia,

    convergindo o resultado dos alimentadores priorizados atravs do retorno financeiro

    na forma decrescente, de uma maneira confivel e eficaz.

    Na dissertao [36] busca-se otimizar a alocao de bancos de capacitores

    em redes primria e secundria de energia eltrica, atravs da otimizao da

    alocao dos mesmos nas redes primria e secundria de sistemas de distribuio

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    20

    baseada em algoritmos genticos (AG), juntamente com o mtodo de fluxo de

    potncia da somas das correntes.

    A deciso do local timo de instalao de bancos de capacitores citada no

    trabalho [37], onde diz que essa deciso corresponde a um problema de

    programao matemtica combinatria, e que a determinao da influncia da

    modelagem da carga na soluo do problema, a incluso de objetivos tcnicos

    relacionados ao controle de tenso, custos de operao e de manuteno, e perdas

    de potncia e energia, resultando numa nova formulao multi-critrios com critrios

    conflitantes para o problema, e a viabilidade da aplicao de algoritmos genticos

    como mtodo de soluo dessa nova formulao, justificaram o desenvolvimento

    desta pesquisa.

    O trabalho [38] cita que a aplicao de bancos de capacitores amplamente

    utilizada nos SDMT (Sistema de Distribuio de Mdia Tenso), e que os

    capacitores do SDBT (Sistema de Distribuio de Baixa Tenso) podem

    proporcionar reduo tanto no carregamento dos circuitos de SDBT como nos

    transformadores, maior regulao da tenso, melhoria do fator de potncia, refletida

    nos circuitos de SDMT.

    A aplicao de sistemas de compensao srie amplamente utilizada em

    sistemas de transmisso. Em um SED, na maioria dos casos de regulao de

    tenso, a utilizao de reguladores de tenso ou banco de capacitores shunt

    representam um menor custo em relao aos bancos de capacitores srie. Porm,

    quando se tem linhas longas, onde se pretende o aumento da capacidade de

    transmisso, controle de tenso auto regulado e contnuo, melhoria do fator de

    potncia e diminuio de perdas, a compensao srie passa a ser competitiva.

    A utilizao da filosofia de compensao srie em sistemas de distribuio

    apresentada em [39] e cita que tambm tem apresentado inmeros benefcios,

    sendo que muitos projetos comprovam tcnica e economicamente as vantagens

    sobre o sistema convencional com reguladores de tenso e capacitores shunt. O

    trabalho [40] tambm cita que o capacitor srie sempre se apresentou como uma

    boa soluo para resolver problemas de regulao de tenso na distribuio, para

    os casos de alimentadores longos, principalmente se puder ser implementada uma

    sobre-compensao, pois alm de compensar a indutncia da linha compensa parte

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    21

    dos reativos da carga, reduzindo a corrente que circula na linha, minimizando as

    perdas e ampliando ainda mais a capacidade de correo de tenso do banco.

    2.5 - PERDAS EM UM SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUIO

    Entre os Mdulos do PRODIST existe o Mdulo 7 - Clculo de Perdas na

    Distribuio [41], que tem o objetivo de definir os indicadores de perdas e

    estabelecer as disposies gerais sobre os dados necessrios para o clculo das

    perdas por segmento de distribuio.

    As perdas em um SED podem ser classificadas em:

    a) Perdas Tcnicas:

    Prprias da rede e devido ao transporte e transformao de energia. So

    aquelas intrnsecas ao sistema (efeito joule, efeito corona, correntes de

    Foucault, correntes de fuga, etc.), podendo ocorrer em condutores, circuitos

    magnticos, conectores, dieltricos de capacitores, equipamentos de

    proteo e regulao, dispositivos de medio, etc.

    b) Perdas no-tcnicas:

    Decorrentes de erro e/ou no medio de energia.

    As perdas tcnicas de energia em um SDMT e SDBT so decorrentes das

    resistncias eltricas nas linhas e pela natureza indutiva de algumas cargas e

    reatncias das linhas, parte da energia dissipada devida aos fluxos de potncias

    reativas entre a subestao e os pontos de carga, ou seja, a queda de tenso em

    um SED uma conseqncia direta das perdas tcnicas.

    Capacitores instalados prximos s cargas podem fornecer energia reativa

    local, diminuindo as perdas de energia na rede. O trabalho [42] apresenta inovaes

    conceituais e de implementao, que permitem o resgate da abordagem por

    programao dinmica para a soluo do problema de instalao e

    dimensionamento de capacitores fixos em redes de distribuio, para perfis de

    cargas fixos ou variveis.

    Conforme [43] as perdas em 2001 eram da ordem de 15% da energia

    requerida, equivalentes a 46.904 GWh, sendo 32% deste montante correspondente

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    22

    s perdas no tcnicas, e so feitas consideraes sobre as perdas na distribuio

    de energia eltrica no Brasil, onde comentado que as perdas so inerentes ao

    processo de transmisso e distribuio de energia eltrica, tanto as perdas tcnicas,

    entendidas como tais as decorrentes da interao da corrente eltrica e de seus

    campos eletromagnticos com o meio fsico de transporte de energia, como as

    perdas comerciais, referentes energia entregue, mas no faturada. Comenta

    tambm que as menores taxas de perdas, inferiores a 6%, encontram-se em pases

    desenvolvidos ou nos Tigres Asiticos, como, por exemplo, Finlndia, Alemanha,

    Japo, Blgica, ustria, Frana, Sua, Holanda, Repblica da Coria e Cingapura.

    Existem vrios trabalhos relacionados perdas, sendo referentes melhor

    configurao de uma determinada rede [44], to quando a avaliao econmica de

    transformadores de distribuio com base no carregamento e eficincia energtica

    [45].

    A questo de perdas uma rea muito estudada atualmente, pois tem

    reflexo diretamente na gerao de receita pelas concessionrias. Pode-se dizer que

    a regulao s necessria devido queda de tenso ao longo do SED, ou seja,

    devido s perdas.

    Na referencia [46] apresentada uma metodologia de clculo de perdas em

    sistemas de distribuio, agregando estudo de nveis de tenso eltrica ao processo

    de clculo. Cita tambm que a reduo de perdas de energia uma parte importante

    do problema geral de controle, planejamento e projeto de sistemas de potncia.

    2.6- ASSUNTOS RELACIONADOS REGULAO DE TENSO

    O trabalho [47] cita que o raio de ao, ou o carregamento mximo de um

    alimentador limitado pela queda de tenso ou corrente mxima admissvel, e que

    normalmente o limite de queda de tenso alcanado primeiro, e que processos de

    regulao de tenso podem ser adotados para evitar a restrio de queda de

    tenso. Esse prolongamento da vida til pode ser conseguido atravs da instalao

    de reguladores de tenso e/ou capacitores.

    Em relao aos equipamentos utilizados para correo de tenso em um

    SED, importante destacar que alguns tm capacidade apenas de executar

    correo de tenso, e no regulao de tenso. Esse o caso, por exemplo, dos

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    23

    capacitores, que na maioria das vezes so estticos, ou seja, ficam normalmente

    energizados, independentemente do nvel de controle de tenso desejado para o

    sistema em dado momento, e quando so desenergizados ocasionam uma variao

    brusca na tenso, sendo normalmente necessria a comutao dos reguladores de

    tenso na subestao ou ao longo da rede (quando houver).

    Existem tambm os bancos de capacitores chaveados, que podem ser

    energizados parcialmente, de acordo com a necessidade do sistema para o controle

    de tenso, mas dever ser estabelecida uma filosofia de controle hierrquico,

    considerando as caractersticas da carga de cada subestao de distribuio, dos

    sistemas regionais de subtransmisso e do sistema de transmisso, porm so

    muito mais caros, e normalmente so preteridos em prol dos reguladores de tenso.

    O perfil de tenso no ciclo dirio de carga ou em condies de emergncia

    uma varivel de fundamental importncia para determinar a qualidade de

    atendimento aos clientes. Para esses casos so usados os reguladores de tenso

    ao longo do SDMT, onde normalmente so controlados usando a mesma filosofia de

    regulao de tenso atravs do CAT (controle automtico de tenso), Porm, esses

    reguladores de tenso instalados na rede so fontes de VTCDs.

    Em [48] apresentada uma tecnologia baseada em eletrnica de potncia

    como alternativa aos comutadores eletromecnicos de taps, que so utilizados nos

    reguladores de tenso para SDMT. O estudo realizado mostrou que a operao dos

    reguladores de tenso com comutador eletrnico de taps possibilitou uma reduo

    significativa no tempo de regulao da tenso, o que reflete diretamente em uma

    melhoria na qualidade da energia fornecida principalmente devido capacidade de

    compensao de VTCDs.

    A busca constante da melhoria na qualidade do fornecimento de energia,

    levou a Escelsa a trabalhar fortemente na otimizao e controle de tenso do seu

    sistema eltrico [49].

    O trabalho [50] mostra que em 1988 j se discutia uma metodologia de

    regulagem de tenso diferente do modelo tradicional (LDC). Nesse modelo foi

    proposta uma alternativa, onde a regulao de tenso feita de acordo com a

    variao de corrente e do fator de potncia instantneo do circuito.

    O trabalho [51] descreve uma metodologia onde a regulao de tenso ser

    feita de acordo com a variao da carga. Esta ferramenta chamada de reta de carga

  • Captulo II Anlise Bibliogrfica

    24

    atende exatamente esta necessidade de se variar a tenso de referncia em funo

    da carga. Os efeitos diretos na utilizao desta ferramenta a obteno de uma

    tenso regulada maior em momentos de pico de demanda.

    No trabalho [52] proposta uma metodologia pela Elektro para atender a

    regulao de tenso alternativa tcnica de LDC, que no se mostrou satisfatria

    em algumas situaes de regulao de tenso que fosse capaz de suprir as

    caractersticas de sazonalidade de suas redes de distribuio devido ao perfil dos

    consumidores, por mudanas nas configuraes do sistema eltrico em situaes de

    manobras ou ainda por caracterstica da carga durante um dia tpico onde, durante o

    dia, a carga fortemente industrial em determinadas partes de uma regio eltrica

    (distritos industriais) e, no horrio de ponta, fortemente residencial em outras partes

    da mesma regio eltrica (bairros residenciais). Esse artigo apresenta as

    experincias e os resultados obtidos com a aplicao do novo sistema de regulao

    de tenso, que opera considerando a sazonalidade das cargas.

    Na referncia [53] proposto um sistema que usa inteligncia artificial

    (Lgica Fuzzy), que atua no CAT da subestao, propondo uma forma mais flexvel

    de comutao de taps, nos diferentes regimes de carga (leve, mdia e pesada),

    alm de melhorar o perfil de tenso em carga pesada. Esse trabalho prope

    implementar funes inteligentes para o rel de regulao de tenso, que se

    adaptem s condies de cada subestao.Em [54] tambm proposto um sistema

    inteligente, atravs do uso de Lgica Fuzzy para realizar o controle de tenso em

    reguladores de tenso, tornando os rels de controle de tenso adaptativos.

    Em [55] proposta a otimizao dos ajustes de reguladores de tenso

    aplicados em redes de distribuio com acentuada variao de carga, visando

    atender a legislao e a satisfao dos clientes.

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    25

    CAPTULO III

    PLANEJAMENTO DO SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUICO

    3.1. - INTRODUO O planejamento da expanso do sistema eltrico de distribuio (SED) uma atividade que antecede a aplicao dos investimentos numa empresa de

    distribuio de energia eltrica. Os investimentos consistem desde a troca de um

    transformador de distribuio, passando por novos alimentadores de distribuio,

    novas subestaes de distribuio, ampliao das capacidades das subestaes

    existentes, recapacitao de linhas de distribuio existentes e/ou construo de

    linhas novas, assim como medidas, como instalao de bancos de capacitores em

    redes de distribuio e/ou em subestaes de distribuio, instalao de reguladores

    de tenso ao longo da LD, etc.

    Todas essas aes visam o atendimento ao sempre crescente mercado

    consumidor de energia eltrica. Alm disso, exige-se das empresas um atendimento

    ao mercado com mais qualidade, comprovada pelos indicadores nacionais de

    qualidade definidos pela ANEEL. Acrescente-se a essas obrigaes de carter

    tcnico outra igualmente importante: sobreviver no mercado competitivo e dar lucro

    para os seus acionistas. O PRODIST Mdulo 2 Planejamento da expanso do sistema de distribuio [5] tem entre os seus objetivos, o de estabelecer as diretrizes para o

    planejamento da expanso do sistema de distribuio, pois trata dos critrios de

    tenso para operao normal ou em contingncia, sendo que os limites operativos

    de tenso nos barramentos esto definidos no Mdulo 8 Qualidade da Energia

    Eltrica.

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    26

    O Mdulo 8, item 2.5.1 b, cita: os valores nominais devem ser fixados em funo dos nveis de planejamento do sistema de distribuio de modo que haja

    compatibilidade com os nveis de projeto dos equipamentos eltricos de uso final,

    ou seja, a qualidade da energia eltrica, comea a ser definida no planejamento. O Mdulo 2 est diretamente envolvido com o processo de regulao de tenso em subestaes, pois esse processo comea no planejamento, incluindo a

    previso de aumento de cargas e necessidade de instalao de dispositivos

    (capacitores, reguladores de tenso, recondutoramento de cabos, etc.), na

    subestao, ou ao longo da rede, pois cita no item 2.7.2, Quando ocorrer a

    ultrapassagem dos limites de tenso de atendimento das unidades consumidoras, a

    correo do nvel de tenso dever ser na prpria subestao ou nas linhas e redes

    de distribuio. Conhecer a demanda de energia eltrica previamente faz com que medidas preventivas sejam tomadas, visando garantia da qualidade. O nome dado ao estudo

    do comportamento futuro do consumo de energia previso de carga. O

    planejamento e projeto do sistema de distribuio feito com base numa previso

    de carga de longo e mdio prazo. Se a previso feita de forma muito conservativa,

    a capacidade instalada provavelmente se esgotar em pouco tempo, acarretando

    problemas de continuidade de servio, regulao de tenso e at mesmo de

    racionamento de energia. Por outro lado, uma previso de carga bastante otimista

    pode conduzir instalao de um sistema com capacidade excessiva. O planejamento em SED preocupa-se com a previso da queda de tenso e das perdas de potncia ativa que podem ocorrer nestas redes. A avaliao ano a ano em que uma eventual restrio de tenso possa ocorrer e a determinao do custo das perdas, so alguns dos motivos para que se

    tenha metodologias para realizar a estimativa dessas grandezas durante certo

    perodo de tempo.

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    27

    3.2 - CARACTERIZAO DO SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUIO

    Suprimento

    SED Sistema Eltrico de Distribuio

    SD - Subestao de Distribuio

    SDMT Sistema de Distribuio de Mdia Tenso

    SDBT Sistema de Distribuio de Baixa Tenso.

    Consumidor primrio

    Transformador de Distribuio

    Ramal de Ligao Medidor de Energia

    SDAT Sistema de Distribuio de Alta Tenso

    Fig. 3.1 Topologia padro de um sistema eltrico de distribuio.

    As redes eltricas so usualmente classificadas em trs nveis:

    (SDAT) Sistema de distribuio de alta tenso (69 kV ate 230 kV); (SDMT) Sistema de distribuio de mdia tenso (1kV at < 69 kV); (SDBT) Sistema de distribuio de baixa tenso (< 1 kV).

    A carga caracterizada pelas demandas de potncia ativa e reativa, sendo

    dividida em horrios, normalmente considerada como:

    Carga Leve (00:00 s 8:00 hs); Carga Mdia (08:00 s 18:00 hs e 21:00 s 24:00 hs); Carga Pesada (18:00 as 21:00 hs).

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    28

    3.2.1 - Sistema de Distribuio de Alta Tenso (SDAT)

    Para o SDAT, o objetivo do planejamento definir um plano de obras para o

    horizonte de estudo, visando adequar o sistema existente s melhores condies

    operativas e atender s necessidades do crescimento da gerao e do consumo de

    energia eltrica, fornecendo subsdios para a definio dos pontos de conexo. O

    horizonte de previso de dez anos, com periodicidade anual.

    3.2.2 - Sistema de Distribuio de Mdia Tenso (SDMT) e das Subestaes de Distribuio (SD) O objetivo do planejamento das SD e do SDMT definir a expanso dos alimentadores, a expanso das SD existentes e a localizao das novas, compondo

    um conjunto de obras para atender o incremento de carga, observando os critrios

    tcnicos, econmicos e ambientais. O horizonte dos estudos do SDMT de sete anos e das SD de dez anos, ambos discretizados anualmente. Esses estudos devem ser revisados a cada ano e

    devem incluir uma avaliao crtica entre o planejado e o realizado no ano anterior. As tenses mais usadas so 13.8kV, podendo haver sistemas operando normalmente at 34.5 kV. 3.2.3 - Sistema de Distribuio de Baixa Tenso (SDBT) O objetivo do planejamento do SDBT definir a expanso das redes secundrias do sistema de distribuio, compondo um conjunto de obras para

    atender o incremento da carga, observando os critrios tcnicos, contbeis e

    econmicos. O planejamento do SDBT deve definir um plano de obras para um horizonte de sete anos, visando adequar o sistema existente ao atendimento de novas cargas

    e s melhores condies operativas.

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    29

    3.3 PLANEJAMENTO DO SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUIO (SED) A atividade de planejamento tem o objetivo de adequar, o SED s futuras solicitaes do mercado consumidor, garantindo um suprimento de energia eltrica

    com nveis de qualidade compatveis com esse mercado, levando em considerao

    as normas vigentes e adequao dos custos.

    3.3.1- Nveis de Planejamento Existem 2 nveis de planejamento: estratgico e ttico.

    3.3.1.1 - Planejamento Estratgico o processo de decidir sobre a escolha dos objetivos atuais da distribuio, com uma perspectiva de longo prazo (10 anos), verificando quais investimentos

    sero necessrios para a manuteno dos nveis de qualidade de fornecimento,

    confrontados com o crescimento e a evoluo do SED.

    3.3.1.2 - Planejamento Ttico o processo de escolha dos recursos para se atingir os objetivos propostos. Analisa as condies tcnicas, geogrficas e econmicas do SED com horizonte de

    mdio prazo (at 7 anos), verificando as questes de onde, quando e no que

    investir. Cabe ao planejamento ttico os detalhes da expanso, ampliao e reforos

    no SED, resultando no plano de obras.

    3.3.2- Metas de Qualidade A fixao de metas de qualidade constitui um ponto essencial no processo de planejamento das empresas (concessionrias) de distribuio de energia eltrica. Essas metas fixadas no nvel de planejamento estratgico passam a ser os pontos estabelecidos para a definio dos critrios tticos, ou seja, na localizao e

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    30

    no arranjo do SED, na localizao e escolha de equipamentos de regulao de

    tenso e seccionamento automtico, na configurao da rede de distribuio e infra-

    estrutura de operao e manuteno. importante salientar que as metas de qualidade so fixadas pela Aneel, atravs do PRODIST, para todas as concessionrias de distribuio de energia

    eltrica, onde so levadas em considerao a disponibilidade de recursos

    financeiros, despesas de investimentos e remunerao adequada para esses

    investimentos. A qualidade de fornecimento de energia eltrica definida atravs de duas maneiras: qualidade do produto e qualidade do servio.

    3.3.2.1 - Qualidade do Produto

    Relaciona os indicadores e padres a serem calculados e monitorados para

    a boa qualidade do produto, prevendo punies no caso de violao das faixas

    limites admissveis, sendo:

    a) tenso em regime permanente;

    b) fator de potncia;

    c) harmnicos;

    d) desequilbrio de tenso;

    e) flutuao de tenso (Efeito flicker);

    f) variaes de tenso de curta durao;

    g) variao de frequncia.

    O PRODIST - Mdulo 8, alm das perturbaes em regime permanente na

    qual verifica e prope penalidades de acordo com a no conformidade dos nveis de

    tenso de energia eltrica, tambm caracteriza as perturbaes na forma de onda

    de tenso. Porm, ainda no fixou mecanismos concretos que possibilitem ANEEL

    verificar e controlar indicadores de qualidade em relao forma de onda de tenso,

    ou seja, em regime transitrio, por isso ainda no foi implementada a compensao

    aos consumidores para o caso de transgresso dos limites dos indicadores de

    qualidade.

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    31

    Com relao aos indicadores de tenso em regime permanente, so

    apurados os indicadores individuais: durao relativa da transgresso de tenso

    precria (DRP) e durao relativa da transgresso de tenso crtica (DRC),

    aplicando-se as seguintes equaes, tambm constantes no PRODIST Mdulo 8.

    %nplDRP 1001008

    .= (3.1)

    %npcDRC 1001008

    .= (3.2)

    Onde npl e npc so, respectivamente, os nmeros de leituras nas faixas

    precrias e crticas. Estes indicadores so levantados para cada barra do

    alimentador, onde so estabelecidos intervalos de 10 minutos, o que equivale a

    1008 medies em 1 semana.

    Caso ocorram transgresses dos valores conforme definidos nas Tabelas

    1.1, 1.2 e 1.3, ser calculada uma compensao a quem tiver sido submetido ao

    servio inadequado, conforme regras definidas no PRODIST Mdulo 8.

    3.3.2.2 - Qualidade do Servio

    So verificados os ndices de continuidade para o sistema de distribuio e

    os ndices relacionados ao tempo de atendimento a ocorrncias emergenciais, a

    seguir:

    3.3.2.2.1 - Indicadores de continuidade

    Utiliza uma metodologia de apurao de ndices de continuidade para o

    sistema de distribuio (DEC, FEC, DIC, FIC, DMIC), do tempo de atendimento de

    ocorrncias e do sistema de monitoramento automtico dos indicadores de

    qualidade, sendo:

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    32

    a) DEC (Durao equivalente de interrupo por consumidor):

    Indica o nmero de horas em mdia que um consumidor fica sem energia

    eltrica durante um perodo.

    b) FEC (Freqncia equivalente de interrupo por consumidor):

    Indica quantas vezes houve interrupo.

    c) DIC (Durao de interrupo individual por unidade consumidora):

    Indica quanto tempo um consumidor ficou sem energia eltrica durante um

    perodo considerado.

    d) FIC (Freqncia de interrupo individual por unidade consumidora):

    Indica nmero de vezes que um consumidor ficou sem energia eltrica

    durante um perodo considerado.

    e) DMIC (Durao mxima de interrupo contnua por unidade

    consumidora).

    Indica o tempo mximo de cada interrupo, impedindo que a

    concessionria deixe o consumidor sem energia eltrica durante um

    perodo muito longo.

    3.3.2.2.2 - Indicadores de Tempo de Atendimento a Ocorrncias Emergenciais

    a) TMP (tempo mdio de preparao):

    Tempo mdio de preparao da equipe de atendimento de emergncia,

    expresso em minutos. Esse indicador mede a eficincia dos meios de

    comunicao e dos fluxos de informao dos Centros de Operao.

    b) TMD (tempo mdio de deslocamento):

    Tempo mdio de deslocamento da equipe de atendimento de emergncia,

    expresso em minutos. Esse indicador mede a eficcia do

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    33

    dimensionamento e localizao geogrfica das equipes de manuteno e

    operao.

    c) TME (tempo mdio de execuo):

    Tempo mdio de execuo do servio at seu restabelecimento pela

    equipe de atendimento de emergncia, expresso em minutos. Esse

    indicador mede a eficcia do restabelecimento do sistema de distribuio

    pelas equipes de manuteno e operao.

    d) TMAE (tempo mdio de atendimento a emergncias):

    Tempo mdio de atendimento a ocorrncias emergenciais, representando

    o tempo mdio de mobilizao da equipe de atendimento de emergncia,

    expresso em minutos utilizando a seguinte frmula:

    TMAE = TMP + TMD + TME.

    3.4 - PREVISO DE DEMANDA (CARGA)

    Uma das tarefas bsicas do planejamento a previso de carga, onde so

    consideradas a evoluo histrica das cargas e a previso de crescimento futuro.

    Conhecer a demanda de energia eltrica previamente faz com que medidas

    preventivas sejam tomadas, visando garantia da qualidade. O nome dado ao

    estudo do comportamento futuro do consumo de energia previso de carga. O

    planejamento e projeto do sistema de distribuio so feitos com base numa

    previso de carga a longo e mdio prazo. Se a previso feita de forma muito

    conservativa, a capacidade instalada provavelmente se esgotar em pouco tempo,

    acarretando problemas de continuidade de servio, regulao de tenso e at

    mesmo de racionamento de energia. Por outro lado, uma previso de carga bastante

    otimista pode conduzir a instalao de um sistema com capacidade excessiva.

    As projees de consumo so feitas por classe de consumidores:

    Consumidores residenciais; Consumidores industriais; Consumidores comerciais;

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    34

    Outros (consumidores rurais, iluminao pblica, poderes pblicos, servios pblicos, perdas de energia).

    3.5 - ANLISE DO SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUIO (SED) EXISTENTE Essa etapa do planejamento tem a funo de diagnosticar as condies de operao atuais e as previstas para os prximos anos. Essa anlise baseia-se na verificao atual do carregamento e dos nveis de

    qualidade, e o comportamento do sistema para o atendimento das cargas futuras,

    verificando a necessidade de obras para a expanso do sistema.

    As anlises do SED so feitas separadamente, conforme a seguir:

    3.5.1 - Sistema de Distribuio de Alta Tenso (SDAT)

    Devero ser abordados os seguintes itens:

    Nveis de continuidade; Nveis de tenso; Carregamento; Equipamento de proteo.

    3.5.2 - Sistema de Distribuio de Mdia Tenso (SDMT) e das Subestaes de Distribuio (SED)

    Devero ser abordados os seguintes itens:

    Nveis de continuidade; Nveis de tenso; Perfil de carga e carregamento; Nveis de Curto-Circuito; Seccionamento e Proteo.

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    35

    3.5.3 - Sistema de Distribuio de Baixa Tenso (SDMT)

    Devero ser abordados os seguintes itens:

    Nveis de continuidade; Nveis de tenso; Carregamento.

    3.6 - PLANO DE OBRAS Aps a previso da carga e anlise do SED existente, torna-se necessria a

    definio do plano de obras a curto, mdio e longo prazo, com a funo de corrigir

    as deficincias atuais (caso existam) e de preparar o SED para as obras de

    atendimento carga futura.

    As alternativas devem atender as metas de qualidade de servio e para isso

    so feitas simulaes com relao qualidade de tenso, confiabilidade e

    carregamento para cada ano do horizonte.

    3.6.1 - Estudos do Sistema Eltrico

    Apenas exemplificando, os seguintes pontos devem ser analisados:

    a) Tenso Nominal:

    So verificados os nveis de tenso ao longo do alimentador, e as

    solues necessrias para estarem em conformidade com a legislao

    atual (PRODIST Mdulo 8).

    b) Transformador e circuito secundrio:

    So levados em considerao os tipos de sistemas mais utilizados

    (paralelo, radial, areo, subterrneo, etc).

    c) Distribuio primria:

    So verificados os diversos modelos disponveis: area, area protegida,

    subterrnea, etc. e podendo ser radiais, radiais com recursos interligados

    (interligao com chave NA), etc

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    36

    d) Subestaes:

    Preferencialmente as subestaes devero estar localizadas o mais

    prximo possvel do centro de carga. Devendo ser verificados os seguintes

    itens?

    Planejamento: So verificados vrios fatores, tais como: demanda inicial e projetada,

    disponibilidade de circuitos de alimentao da SD e seus arranjos,

    tenso de distribuio, disponibilidade de terreno, etc.

    Arranjo da Subestao: So verificados os arranjos possveis da SD, tais como: barra simples

    ou dupla, disjuntores de transferncia, transfer-trip, chave de

    aterramento, etc.

    Localizao: So verificadas as conexes com alimentadores e linhas de

    transmisso, distncia do centro de carga, atendimento a emergncias,

    custo do terreno, etc.

    e) Subtransmisso:

    Normalmente so privilegiadas as linhas areas devido ao custo, porm as

    linhas subterrneas so necessrias para as reas densamente

    povoadas. A configurao dos circuitos (radial ou anel) verificada de

    acordo com confiabilidade e custos.

    3.6.2 - Analise Tcnico-econmica As alternativas formuladas devero atender aos requisitos de qualidade de servio. A anlise tcnica visa a verificao das condies desse atendimento. A

    anlise econmica verifica todos os custos e investimentos associados.

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    37

    3.6.2 1 - Analise Tcnica

    Consiste no clculo da queda de tenso, da confiabilidade e carregamento

    dos condutores, atravs da simulao das condies operativas do sistema eltrico

    previsto em cada alternativa:

    a) Tenso:

    Os valores de tenso so definidos conforme as regras da ANEEL

    (PRODIST- Mdulo 8)

    As simulaes so feitas atravs de softwares de fluxo de carga, sendo

    que so fornecidos os seguintes resultados:

    Trechos do alimentador com nvel de tenso fora da faixa; Elevao de tenso e reduo de corrente provocada por instalao de

    banco de capacitores;

    Regulao de tenso devido instalao de reguladores de tenso; Carregamento dos condutores e equipamentos; Fluxo de carga; Correntes de curto circuito.

    b) Continuidade e Qualidade do Servio:

    Os valores de continuidade e os valores da qualidade do servio so

    definidos conforme regras da ANEEL (PRODIST - Mdulo 8).

    c) Carregamento:

    Os clculos de carregamento consistem na relao entre a corrente de

    carga e a corrente mxima admissvel em determinado ponto. Os nveis de

    carregamento so estabelecidos em funo das condies operativas dos

    alimentadores, em condio normal e de emergncia.

    3.6.2.2 - Anlise Econmica

    So feitas avaliaes de anlise econmica, custos de perdas e custos de

    operao e manuteno.

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    38

    a) Determinao do valor do investimento:

    Deve contemplar todos os recursos materiais e humanos necessrios

    execuo do investimento:

    Custo de materiais e equipamentos; Compra e/ou desapropriao de terrenos e aquisio de servides; Mo-de-obra da empresa; Servios contratados; Outras despesas.

    b) Custos de operao e manuteno:

    Devero ser verificados os custos com operao, manuteno, tempo de

    atendimento a ocorrncias de acordo com a importncia do sistema,

    sendo coerente com as regras de qualidade da ANEEL.

    c) Avaliao e custo das perdas:

    As perdas implicam na gerao de energia adicional, sem uma

    contrapartida na remunerao dos custos. So divididas em perdas

    tcnicas e perdas no-tcnicas.

    3.7 - PERDAS EM UM SISTEMA ELTRICO DE DISTRIBUIO

    As perdas no tcnicas no so calculadas diretamente, so calculadas pela

    diferena entre a perda total e a perda tcnica.

    a) Perdas Tcnicas:

    Prprias da rede e devido ao transporte e transformao de energia. So

    aquelas intrnsecas ao sistema (efeito joule, efeito corona, correntes de

    Foucault, correntes de fuga, etc), podendo ocorrer em condutores,

    circuitos magnticos, conectores, dieltricos de capacitores, equipamentos

    de proteo e regulao, dispositivos de medio, etc.

    b) Perdas no-tcnicas:

    Decorrentes de erro e/ou no medio de energia.

  • Captulo III - Planejamento do Sistema Eltrico de Distribuio

    39

    A perda total calculada pela diferena entre a energia requerida pela rede

    e pelo consumo.

    Para a avaliao das perdas tcnicas so considerados os seguintes

    componentes:

    Condutores da rede primria e secundria; Transformadores de distribuio; Ramais de ligaes; Medidores; Outros tipos de perdas tcnicas (efeito corona, fuga em isoladores).

    As perdas tcnicas de energia nas redes primarias de distribuio so

    decorrentes das resistncias eltricas nas linhas. Pela natureza indutiva de algumas

    cargas e reatncias das linhas, parte da energia dissipada devida aos fluxos de

    potncias reativas entre a subestao e os pontos de carga.

  • Captulo IV Queda de Tenso no SED e Mtodos de Correo de Tenso

    40

    CAPTULO IV

    QUEDA DE TENSO NO SISTEMA ELETRICO DE DISTRIBUIO E MTODOS DE CORREO DE TENSO.

    4.1 - INTRODUO

    O Planejamento em um sistema eltrico de distribuio (SED) preocupa-se

    com a previso da queda de tenso e das perdas de potncia ativa que podem

    ocorrer nestas redes. A avaliao ano a ano em que uma eventual restrio de

    tenso possa ocorrer e a determinao do custo das perdas, so alguns dos motivos

    para que se tenha metodologias, para realizar a estimativa dessas grandezas

    durante certo perodo de tempo, sendo que para o sistema de distribuio mdia

    tenso (SDMT) e das subestaes de distribuio (SD), devero ser abordados os

    seguintes itens:

    Nveis de continuidade; Nveis de tenso; Perfil de carga e carregamento; Nveis de Curto-Circuito; Seccionamento e Proteo.

    Na etapa do planejamento de anlise tcnica feito o clculo da queda de

    tenso, da confiabilidade e carregamento dos condutores, atravs da simulao das

    condies operativas do sistema eltrico previsto em cada alternativa, Os valores de

    tenso so definidos conforme as regras do PRODIST - Mdulo 8.

  • Captulo IV Queda de Tenso no SED e Mtodos de Correo de Tenso

    41

    Para a tenso, as simulaes so feitas atravs de softwares de fluxo de

    carga, atravs de vrias metodologias [56] citadas no Captulo II, onde so

    fornecidos os seguintes resultados:

    a) Trechos do alimentador com nvel de tenso fora da faixa;

    b) Elevao de tenso e reduo de corrente provocada por instalao de

    banco de capacitores;

    c) Regulao de tenso devido instalao de reguladores de tenso;

    d) Carregamento dos condutores e equipamentos;

    e) Fluxo de carga;

    f) Correntes de curto circuito.

    Nesse captulo sero verificadas as causas de queda de tenso em um

    sistema eltrico da distribuio, e o uso de capacitores para a correo de tenso.

    4.2 - QUEDA DE TENSO EM UMA LINHA DE DISTRIBUIO

    O nvel de tenso de uma rede de distribuio de energia eltrica

    determinado pela tenso na subestao e pelas quedas de tenso nas linhas e

    transformadores, variando com flutuaes nos nveis de consumo, e por flutuaes

    na tenso nas s