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Regulação para Entidades sem fins lucrativos: Uma proposta de metodologia 5 a 9 de maio de 2014 Samuel Barbi, Raphael Brandão, Vitor Lopes e Bruno Carrara XVIII Exposição de Experiências Municipais – Trabalhos Técnicos 44ª Assembleia Nacional da ASSEMAE

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Regulação para Entidades sem fins lucrativos:

Uma proposta de metodologia

5 a 9 de maio de 2014

Samuel Barbi, Raphael Brandão, Vitor Lopes e Bruno Carrara

XVIII Exposição de Experiências Municipais – Trabalhos Técnicos

44ª Assembleia Nacional da ASSEMAE

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IntroduçãoApresentação de modalidades de regulação adaptadas para entidades sem fins lucrativos do setor de saneamento.

Abrange incentivos aos investimentos prudentes, à eficiência nos custos operacionais, a modicidade tarifária, além de garantia ao equilíbrio econômico financeiro das prestadoras.

Mescla aspectos da regulação pelo custo do serviço e da regulação por preço-teto.

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Introdução• Características do Setor de Saneamento:

Necessidade de altos investimentos (intensivo em capital);

Capital específico e custos afundados (sunk costs);

Economias de escala (estrutura de rede);

Inexistência de Produtos Substitutos;

Elevado custo fixo;

Atuação de apenas uma empresa atende aos critérios de eficiência produtiva.

Características típicas do Monopólio Natural.

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Introdução• Necessidade de Regulação:

Simulação da competição em setores não concorrenciais;

Controle do poder de mercado;

Estímulo a eficiência operacional.

Metodologias atendem a lógica do mercado privado (com finalidade lucrativa), contudo, a prestação dos serviços de saneamento na forma de autarquias sem fins lucrativos também deve ser regulada, sendo necessário um tratamento regulatório diferenciado.

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Introdução• Regulação das Entidades sem fins lucrativos:

A Lei Federal nº 11.445 (2007) - Lei Nacional do Saneamento (LNS):

Exige que a regulação dos serviços seja efetuada por agências dotadas de independência decisória, autonomia administrativa, orçamentária e financeira, - estabelece normas para a adequada prestação dos serviços e reprime o abuso do poder econômico dos prestadores. A regulação é essencial para prestadores sem fins lucrativos, pela tecnicidade e independência decisória.

Justifica-se como forma de estimular a eficiência operacional, a prudência dos investimentos e a não intervenção política na definição de tarifas.

A regulação é um dos instrumentos da política de saneamento que visa à maximização do bem-estar social em um ambiente de monopólio natural (“falha de mercado”).

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Metodologia• Regulação pelo Custo de Serviço:

Define as tarifas com base nos custos incorridos pelo prestador;

Garante a recuperação de custos via remuneração sobre os investimentos

(prestadores privados), ou, recursos necessários para investimentos

(prestadores públicos);

Riscos de operação são minimizados;

Ausência de incentivos para a eficiência operacional pode gerar elevação

dos custos da prestadora;

Incentivos para realização de investimentos desnecessários (“Banhar a

ouro”) (Efeito Averch-Johnson);

Modelo é interessante pelo objetivo da universalização e ampliação da

qualidade do serviço.

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Metodologia• Regulação por Incentivos – Limites de Preço

(Price Cap)

Desvincula as tarifas dos custos do prestador;

Através de mecanismos de incentivos, permite apropriação pelo

prestador do excedente de receita, estimulando a eficiência

operacional;

Atribui maior risco operacional ao prestador;

São determinados ciclos de revisões tarifárias periódicos (3 a 6 anos)

em que as tarifas são alteradas somente devido a efeitos inflacionários

(reajustes).

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Metodologia• Regulação por Incentivos: Revisão x Reajuste

 O Fator X distribui os ganhos de produtividade estimados para o período entre revisões.

Para acumular maiores lucros, o prestador se vê obrigado a ganhar mais produtividade do que o previsto pelo ente regulador.

Revisão Reajuste

Estabelece o equilíbrio econômico financeiro;

Define padrões de eficiência e incentivos de desempenho;

Determina critérios de compartilhamento de ganhos de produtividade;

Mantém o poder de compra das prestadoras nos períodos entre revisões;

Atualiza as tarifas com base em índices de inflação, descontado o fator de compartilhamento de produtividade (Fator X).

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• Regulação por Incentivos: Exemplificação do Fator X

Metodologia

Fator Qualidade aplicado na Revisão de Passos, em 2011(incentivo à melhoria da qualidade)

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Metodologia• Regulação por Incentivos: Definição de Tarifas

Alternativas de para avaliação dos custos operacionais, técnicas de

benchmarking:

o Comparação entre resultados de desempenho em relação aos seus

pares ou a uma empresa de referência virtual;

Os resultados do benchmarking são aplicados em dois momentos:

Determinação da Receita de Equilíbrio e do Fator X;  

O ganho de margem (excedente) via incentivos à eficiência operacional

e redução dos custos pode impactar negativamente na qualidade dos

serviços, ou em baixos investimentos em expansão, elementos que

devem ser acompanhados pelo regulador.

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Metodologia• A construção de uma metodologia híbrida:

Mescla diferentes métodos de regulação: tentativa de

maximizar potencialidades e minimizar problemas.

Regulação por custo de serviço Regulação por preço teto

Universalização dos serviços;

Equilíbrio Econômico Financeiro;

Garantia de recursos para investimentos.

Eficiência Operacional;

Inovações;

Redução dos custos.

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Regulação Híbrida: Metodologia proposta

• Na Revisão Tarifária é estabelecido o nível de custos eficiente que garanta a sustentabilidade na prestação dos serviços, através do Reposicionamento Tarifário (RT):

RR: Receita Requerida / RV: Receita Verificada

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Regulação Híbrida: Metodologia proposta A Receita Requerida é a necessária e reconhecida pelo regulador para

prestação do serviço, a partir de análises dos custos eficientes.

CO: Custos Operacionais;CC: Custo de Capital;MAN: Despesas com Manutenção de Ativos.

Valoração do Custo de Capital pela consideração de um plano de

investimentos ao invés da remuneração sobre os investimentos;

Custos Operacionais são avaliados por técnicas de benchmarking e são

incorporados mecanismos de melhoria de desempenho a serem

aplicados durante os reajustes (Fator X).

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Regulação Híbrida: Metodologia proposta

Mescla características dos modelos de regulação de Custos de Serviços e Price Cap

Regulação por Custo de Serviço Regulação por Preço Teto

• Custos dos prestadores regulados são analisados para o estabelecimento da Receita Requerida;

• Consideração da necessidade de investimentos a serem realizados pelos prestadores;

• Custos operacionais eficientes e do Fator X

• Benchmarking: Busca pela desvinculação das tarifas em relação aos custos incorridos;

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Regulação Híbrida: Metodologia proposta• Resultados

Esta metodologia foi aplicada nas Revisões Tarifárias do Saae de

Passos, em 2011, e do Saae de Itabira, em 2012;

Na avaliação dos custos de pessoal e serviços de terceiros do Saae de

Itabira, foram identificados gastos acima da média de um grupo de

prestadores semelhantes ao Saae, sendo estimado uma redução de

20% (aprox.) ao longo do 1º Ciclo de Revisão;

As revisões em ambos os Saae’s estipularam redutores de perdas, que

possuem relação com os custos de energia elétrica e material de

tratamento;

Mecanismos de incentivos >> Melhoria nos serviços

>> Maiores recursos para o prestador em caso de cumprimento de metas;

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Regulação Híbrida: Metodologia proposta

• Resultados

Incentivo a investimentos em expansão (universalização do serviço) e

melhoria no serviço de tratamento de esgoto por mecanismos de

incentivos sobre o desempenho dos Saae’s;

Para as duas revisões tarifárias, a necessidade de investimentos foi

considerada nas tarifas após a análise pela entidade reguladora sobre

sua pertinência e utilidade para os municípios;

Em suma: A realização das revisões tarifárias considerou um modelo

de regulação híbrido, que considera elementos da regulação por limite

de preços e regulação por custo de serviço.

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Conclusão Os procedimentos de Regulação visam ao bem estar da sociedade,

beneficiam usuários - aplicação de preços justos e melhor qualidade

dos serviços - e garantem o equilíbrio econômico dos prestadores.

É possível elaborar modalidades de Regulação adaptadas para atender

às necessidades e características das entidades sem fins lucrativos.

Cada modelo possui vantagens e limitações. Buscar os benefícios de

cada um dos métodos parece uma opção acertada para a regulação de

entidades sem fins lucrativos.

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Vitor Lopes Analista de Fiscalização – Arsae-MG

[email protected]: (31) 3915-8068

5 a 9 de maio de 2014

Samuel Costa, Raphael Brandão e Bruno Carrara

XVIII Exposição de Experiências Municipais – Trabalhos Técnicos

44ª Assembleia Nacional da ASSEMAE