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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DE SISTEMAS AMBIENTAIS RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA ANÁLISE DOS PARÂMETROS DE COLIFORMES TOTAIS E FECAIS EM AREIA DE PRAIAS URBANAS DE MACEIÓ, ALAGOAS, BRASIL. Maceió - Alagoas 2019

RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

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Page 1: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DE SISTEMAS AMBIENTAIS

RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

ANÁLISE DOS PARÂMETROS DE COLIFORMES TOTAIS E FECAIS EM AREIA DE PRAIAS URBANAS DE MACEIÓ,

ALAGOAS, BRASIL.

Maceió - Alagoas

2019

Page 2: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

REDE DE BIBLIOTECAS CESMAC

SETOR DE TRATAMENTO TÉCNICO

Bibliotecária: Keila Jaciele Vieira dos Santos – CRB/4 – 2252

C288a Carnaúba, Raphael Ferreira

Análise dos parâmetros de coliformes totais e

fecais em areia de prais urbanas de Maceió, Alagoas,

Brasil

/ Raphael Ferreira Carnaúba.-- Maceió , 2019.

47 f. : il.

Dissertação (Mestrado em Análise de Sistemas Ambientais)

- Centro Universitário CESMAC, Maceió, AL, 2019.

Orientador: Velber Nascimento Xavier.

Coorientador: José Vicente Ferreira Neto.

1. Impacto ambiental. 2. Coliformes. 3. Poluição.

I. Xavier, Velber Nascimento. II. Ferreira Neto,

José Vicente. III. Título.

CDU: 502.55(81)

Page 3: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA
Page 4: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DE SISTEMAS AMBIENTAIS

RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

ANÁLISE DOS PARÂMETROS DE COLIFORMES TOTAIS E FECAIS EM AREIA DE PRAIAS URBANAS DE MACEIÓ,

ALAGOAS, BRASIL.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Análise de Sistemas Ambientais do Centro Universitário CESMAC, na modalidade Profissional, como requisito para obtenção do título de Mestre, sob a orientação do Prof. Dr. Velber Nascimento Xavier e coorientação do Prof. Dr. José Vicente Ferreira Neto.

Maceió - Alagoas 2019

Page 5: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DE SISTEMAS AMBIENTAIS

RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

ANÁLISE DOS PARÂMETROS DE COLIFORMES TOTAIS E FECAIS EM AREIA DE PRAIAS URBANAS DE MACEIÓ,

ALAGOAS, BRASIL.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Análise de Sistemas Ambientais do Centro Universitário CESMAC, na modalidade Profissional, como requisito para obtenção do título de Mestre, sob a orientação do Prof. Dr. Velber Nascimento Xavier e coorientação do Prof. Dr. José Vicente Ferreira Neto.

Data da Defesa: 31/05/2019

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________ Professora Dr. Velber Nascimento Xavier

(Orientador)

____________________________________________ Professora Dra. Adriane Borges Cabral

(Examinador)

____________________________________________ Professor Dr. Thiago José Matos Rocha

(Examinador)

____________________________________________ Professora Dra. Joyce Silva Lima

(Examinador Externo)

Page 6: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação, primeiramente, a minha esposa, Renata Kiara

Lins Valença Carnaúba, que me incentivou e foi compreensiva desde o início até

o final de todo o processo de elaboração.

Dedico também aos meus país, Soraya Miranda Ferreira Carnaúba e

Sérgio Moisés Gama Carnaúba, que nunca me privaram o direito ao

conhecimento e sempre me proporcionaram as condições mais favoráveis para

tal.

Dedico também este trabalho a todos os meus colegas de turma que

juntos enfrentamos todas as disciplinas sempre unidos nas dificuldades e nas

vitórias, em especial a Carol, Sandra, Maxwell e Fernandes (Os Dispersos).

Page 7: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha esposa, Renata Kiara Lins Valença Carnaúba, pelo

incentivo.

Agradeço também ao Centro Universitário Cesmac, que promoveu as

condições financeiras necessárias para a realização desse trabalho, através de

bolsa parcial.

Agradeço a meu orientador o Prof. Dr. Velber Nascimento Xavier, por sua

dedicação, cobrança diária e acima de tudo, profissionalismo durante todo o

processo de pesquisa e escrita deste trabalho.

Agradeço ainda, ao meu coorientador o Prof. Dr. José Vicente Ferreira

Neto, que sempre esteve acompanhando de muito perto todo o desenvolvimento

do trabalho, apesar das adversidades da vida e dos compromissos diários com

alunos, família e universidade.

Agradeço a todos os professores que se dedicaram ao máximo para

contribuir com o conhecimento necessário para a formação proposta.

Agradeço aos amigos que conquistei durante o curso, em especial a

Carol, Sandra, Maxwell e Fernandes que juntos compartilhamos trabalhos

realizados durante as disciplinas.

E por fim, agradeço a todos os meus colegas pela convivência sadia e

maravilhosa que compartilhamos durante todo o processo de estudo.

Page 8: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Poluição das praias pelo despejo de esgoto............................... 20

Figura 2 Geolocalização das coletas........................................................ 24

Figura 3 Exemplificação do método de coleta das amostras.................... 25

Page 9: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

LISTA DE TABELAS

Quadro 1 Coordenadas geográficas das praias da orla marítima de Maceió-AL................................................................................

24

Quadro 2 Perfil microbiológico das amostras estudadas......................... 27

Quadro 3 Quadro comparativos entre dados da pesquisa e relatórios do IMA...........................................................................................

31

Page 10: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Número Mais Provável/g de coliformes totais.......................... 29

Gráfico 2 Número Mais Provável/g de coliformes termotolerantes........... 30

Page 11: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

LISTA DE SIGLAS

FIB - Bactérias Indicadoras de Contaminação Fecal.

CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente.

NMP - Número Mais Provável

LST – Lauril Sulfato Triptose

IMA – Instituto de Meio Ambiente

χ2 - Qui-Quadrado

NC – Nível de Confiança

GL – Grau de Liberdade

Page 12: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

RESUMO A poluição costeira é uma problemática dos grandes centros urbanos e inúmeros fatores estão

associados a essa poluição, porém, a falta de esgotamento sanitário e tratamento de águas

residuais são os principais. Assim sendo, este trabalho teve como objetivo identificar os níveis

de coliformes da areia de praias da região Metropolitana de Maceió, Alagoas, Brasil. Os pontos

de coleta foram determinados pelo maior fluxo de pessoas e compreendeu 7 pontos classificados

de P1 a P7, cada amostra de areia foi recolhida pela composição de 10 sub-amostras de 25g

cada, para se obter um volume total de 250g. Dentre os pontos estudados, foi detectada ausência

de coliformes totais e termotolerantes em 24 amostras (57,15%), enquanto foi observada a

presença dos microrganismos estudados em 18 amostras (42,85%) porém, mesmo os resultados

estando abaixo do que foi preconizado pela literatura, o fato da presença de coliformes

termotolerantes em qualquer amostra sugere que houve contato com material fecal, ainda, foi

feito um teste estatístico comparando os resultados da pesquisa. Conclui-se, por meio do estudo

realizado, que à areia de praia pode apresentar características bacteriológicas distintas em razão

do modo de uso e do lançamento de esgoto, bem como por agentes humanos e animais.

PALAVRAS-CHAVE: Impacto Ambiental. Coliformes. Poluição.

Page 13: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

ABSTRACT

Coastal pollution is a problem of large urban centers and numerous factors are associated with

this pollution, however, the lack of sewage and wastewater treatment are the main. Therefore,

this work had as objective to identify the sand coliform levels of beaches in the Maceió

Metropolitan Region, Alagoas, Brazil. The collection points were determined by the largest flow

of people and comprised 7 points classified from P1 to P7, each sand sample was collected by

the composition of 10 sub-samples of 25g each, to obtain a total volume of 250g. Among the

points studied , the absence of total and thermotolerant coliforms was detected in 24 samples

(57.15%), while the presence of the microorganisms studied was observed in 18 samples

(42.85%), although the results were lower than what was recommended in the literature. The

presence of thermotolerant coliforms in any sample suggests that there was contact with fecal

material, in addition, a statistical test was performed comparing the survey results. It can be

concluded from the study that beach sand may present different bacteriological characteristics

due to the way of use and the discharge of sewage, as well as by human and animal agents.

KEYWORDS: Environmental impact. Coliforms. Pollution.

Page 14: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 15

2 OBJETIVOS.................................................................................................... 18

2.1 Geral............................................................................................................. 18

2.2 Específicos................................................................................................... 18

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................... 19

3.1 Poluição de ambientes costeiros no Brasil e no mundo............................... 19

3.2 Doenças cusadas por exposição à areia e água de praias ......................... 20

3.3 Coliformes totais e termotolerantes............................................................... 22

4 MATERIAL E METODO.................................................................................

24

4.1 Local da Coleta............................................................................................ 24

4.2 Coleta das amostras de Solo ....................................................................... 25

4.3 Análise de bactérias do grupo Coliformes ................................................... 26

4.4 Análise estatística ........................................................................................ 26

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 27

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 34

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 35

ANEXOS............................................................................................................. 41

ANEXO 1............................................................................................................ 41

ANEXO 2............................................................................................................ 42

ANEXO 3............................................................................................................ 44

ANEXO 4............................................................................................................ 46

Page 15: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

15

1 INTRODUÇÃO

Esgotos clandestinos, depósitos de lixo a céu aberto e falta de saneamento são

os principais fatores que tornaram as praias da capital alagoana objeto de estudo

deste artigo. Com cerca de 40 km de extensão, o litoral maceioense é um dos mais

belos entre as capitais do Nordeste (CORREIA & SOVIERZOSKI, 2005). Sempre

lembrada como uma das cidades mais bonitas do Brasil, Maceió ainda sofre com a

falta de conservação e o desleixo ambiental generalizado. E é justamente nas praias,

cartão-postal da cidade e área de lazer para a população e turistas, que a situação se

torna preocupante.

É neste contexto que um estudo que monitore a presença de patógenos na

faixa litorânea da cidade de Maceió, é de extrema relevância, pois existem poucos

trabalhos relacionados à temática. Dados do Ministério do Turismo revelam que em

2018, Alagoas recebeu mais de 37 mil visitantes estrangeiros, crescendo 34% em

relação ao ano anterior, e o fluxo de passageiros que passaram pelo Aeroporto

Internacional Zumbi dos Palmares, em Maceió foi de 990.020 apenas no período de

Janeiro a Junho de 2018, evidenciando que o estudo é ainda mais relevante, pois com

o aumento do fluxo de pessoas em Maceió, faz-se necessário um maior

aprofundamento acerca do tema, visto que estamos tratando de uma questão de

saúde pública (MTUR, 2018).

A geografia litorânea é especialmente particular tanto pela presença do mar e

de ecossistemas singulares (estuários, praias, manguezais, restingas, etc.), quanto

pelas atividades econômicas de grande importância (MORAES, 2007). A poluição

costeira é uma problemática dos grandes centros urbanos e inúmeros fatores estão

associados a essa poluição, sendo a falta de esgotamento sanitário e tratamento de

águas residuais os principais (SIVANANDHAM, 2016).

Diversos fatores como fenômenos de maré, presença e localização de esgoto,

sazonalidade, presença de animais e um número cada vez maior de pessoas

frequentando as praias estão promovendo a sobrevivência e dispersão de

microrganismos e patógenos fecais nas zonas costeiras, causando um grande

impacto ambiental (NAGVENKAR e RAMAIAH, 2009).

Nos últimos anos tem havido uma preocupação com a contaminação das areias

das praias, devido ao crescente descarte inadequado de lixo, dejetos de animais

Page 16: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

16

trazidos pelas águas de chuvas, que trazem poluição à areia, e que podem transportar

microrganismos patogênicos, colocando em risco a saúde da população.

Tal preocupação é evidenciada na Resolução CONAMA 274/00, que classifica

as praias para fins de balneabilidade, em que recomenda em seu artigo 8º aos órgãos

ambientais a avaliação das condições microbiológicas e parasitológicas da areia para

futura padronização.

Os elevados níveis de contaminação de praias em centros urbanos, tem como

causa, descargas acidentais ou voluntárias de poluentes no solo, tais como resíduos

industriais e principalmente, esgoto doméstico (FRANCO, 2015). Em praias, rios e

ambientes estuarinos é possível perceber esses despejos que formam as conhecidas

“línguas negras”. Esse termo remete as águas residuais sem tratamento e/ou qualquer

tipo de esgoto que deságue em rios, mares, valas, canais, lagos e lagunas sem

qualquer tipo de tratamento prévio.

Vários estudos apresentam evidências de que bactérias patogênicas

sobrevivem em areias, pois estas recebem poluentes de diferentes fontes. Além disso,

fatores abióticos favoráveis, tais como temperatura, umidade, Ph, matéria orgânica,

entre outros, tornam favoráveis a proliferação destes microrganismos (ABDALLA et

al., 2005; ELMANAMA et al., 2005). A qualidade da água de praias é avaliada pela

presença de bactérias cultiváveis indicadoras de contaminação fecal, ainda, esta

avaliação qualitativa pode ser extendida as areias das praias. As águas podem ser

influenciadas por populações persistentes destas bactérias em areias ou esgotos

locais, além de entradas variadas de origem fecal humana ou animal (HALLIDAY et

al., 2014).

Bioindicadores tem sido utilizados para monitoramento de alterações

ambientais decorrentes da poluição de corpos d’água, sendo adotados comumente

dois níveis de organização biológica – o organismo e a população (ou comunidade),

sendo o primeiro nível utilizado para avaliar os efeitos rápidos de exposição à

contaminação e o segundo, os efeitos decorrentes de tempo mais longo de exposição

(Arias et al., 2007). Nessa via, quanto melhor for conhecida a relação entre o

organismo (ou a população, ou a comunidade) e o ambiente, melhor o bioindicador

será (Wilson, 1994). As “alterações biológicas a nível molecular, celular ou fisiológico”

são especificamente também definidas como biomarcadores (WALKER et al., 1996

apud ALMEIDA, 2003).

Page 17: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

17

A quantificação de indicadores em areias de praias é de grande importância

para avaliar o risco da presença de micro-organismos patogênicos nestes ambientes.

As agências reguladoras encarregadas de monitorar águas recreacionais utilizam

como base bactérias indicadoras de 17aters17ou17e17 fecal (FIB), tais como

Escherichia coli e Enterococos. Um litro de água de esgoto pode conter até 20 bilhões

de bactérias, muitas delas patogênicas, podendo ser ingeridas pelo homem.

A avaliação de variáveis microbiológicas tem sido usada como medida de

proteção à saúde humana em águas consideradas impactadas pela poluição fecal

(JUNG et al., 2014). A presença de patógenos, tanto na areia como na água, consiste

em uma ameaça à saúde dos banhistas, que podem estar sujeitos a doenças como

doenças respiratórias, infecções de pele, otite, entre outras (SALIBA; HELMER, 1990;

PICKERING et al., 2011).

Os coliformes termotolerantes são os microrganismos de primeira escolha para

avaliação da poluição de origem fecal no ambiente, uma vez que são constituídos

predominantemente pela bactéria E. coli, considerada atualmente o indicador mais

adequado (CETESB, 2015).

Assim sendo, pretende-se com esta pesquisa contribuir para que gestores

públicos e órgãos de infraestrutura possam traçar estratégias de planejamento e

gerenciamento das águas residuais que são despejadas na orla de Maceió,

principalmente no que se refere à melhoria e manutenção da qualidade das areias das

praias.

Page 18: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

18

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Identificar os níveis de coliformes da areia de praias da região Metropolitana de

Maceió, Alagoas, Brasil.

2.2 Específicos

- Quantificar os coliformes totais e termotolerantes;

- Analisar as possíveis relações das concentrações dos coliformes nas areias com

a balneabilidade das águas das praias nos períodos das coletas;

- Verificar se essas concentrações estão dentro do limite permitido pela legislação

brasileira.

- Identificar a relação qualitativa entre as análises de água do IMA e as análises de

areia de praias deste estudo, quando estiverem próprias ou impróprias para os

usuários.

Page 19: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

19

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. Poluição de ambientes costeiros no Brasil e no mundo

Vários estudos têm sido desenvolvidos com a finalidade de expor a

necessidade de redução dos impactos na saúde causados por níveis de poluição

próximos aos recomendados pela Resolução nº 03/1990 do Conselho Nacional do

Meio Ambiente. Sendo o Brasil, um país que possui cerca de oito mil quilômetros de

costa e aproximadamente 22% da população brasileira vive em municípios litorâneos

(MORAES, 2007), pode-se afirmar que a questão da poluição na zona costeira é de

extrema relevância.

Em Maceió/AL, durante a última década, tem havido um número significativo

de banhistas que frequentam suas praias, isso é resultado da grande concentração

de habitações (incluindo hotéis e edifícios residenciais) e restaurantes ao longo de

toda a costa.

Os resíduos sólidos produzidos nos centros urbanos são parte da poluição

costeira gerada, representando uma grande complicação ambiental. Resíduos

sólidos são representam todo material desprezado resultante de atividades

humanas em que seu propósito final apresente particularidades, e que são

devolvidas na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou cuja destinação

seja impraticável técnica e/ou economicamente (DOU, 2010). Os resíduos sólidos,

cuja destinação não é adequada são responsáveis por contaminação de substratos

por bactérias, fungos, vírus e parasitas. Consequentemente, no caso do descarte

inadequado nas praias, os indivíduos que fazem contato com a areia infectada

podem contrair doenças intestinais (PINTO, 2011), micoses na pele e nas mucosas

(VIEIRA et al.,2001).

Page 20: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

20

FIGURA 1 – Poluição das praias pelo despejo de esgoto

Fonte: https://noticias.uol.com.br/20ater/2015/06/05/despejo-de-esgoto-polui-praias-em-maceio.htm

Por se tratar de um caso de bem-estar público, a presença de resquícios sólidos

altera o meio e pode alterar também a forma como este é alcançado pelas pessoas.

Segundo Tuan (1980), os seres humanos instituem uma relação de semelhança com

seus espaços e suas posições ambientais.

Há pouco consenso acerca de qual microrganismo utilizar como índice para o

acompanhamento dos perigos a saúde humana relacionados à areia de praias. Esta

falta de senso comum é resultado da falta de estudos envolvendo o monitoramento

deste ambiente. Alguns estudos epidemiológicos partiram do princípio em avaliar os

riscos de doenças associadas ao contato com areia de praia, com estudos que

encaminham a uma ligação entre a qualidade da areia e as consequências a saúde

humana (Bonilla et al., 2007; Stone et al., 2008; Waide et al., 2008; Heany et al., 2009;

Whitman et al., 2009; Heaney et al., 2012).

3.2 Doenças causadas por exposição à areia e água de praias

Com base em estudos epidemiológicos, Alm (2003) e Bonilla (2007)

correlacionam as doenças intestinais com a exposição à água e areia de recreação

ou ambas. Sendo a gastroenterite a mácula mais comum, que, correlacionada à água

poluída por esgotos, ocorre numa grande diversidade de formas e pode apresentar

um ou mais dos seguintes sintomas: enjôo, vômitos, 20aters20o, 20aters20o e febre,

Page 21: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

21

podendo acontecer outras manifestações menos frequentes como infecções dos

olhos, ouvidos, nariz e garganta.

De acordo com a investigação realizada pela Companhia Estadual de

Tecnologia e desinfeção Básico (CETESB) de São Paulo, SP, Brasil, existe robusta

correlação entre o surgimento dos patógenos E. coli e Enterococos associada à

gastroenterite em nadadores; os gêneros Staphylococcus aureus e Pseudomonas

aeruginosa foram também associados como responsáveis por doenças em

banhistas, principalmente os que apresentam baixa imunidade (SATO, 2005).

Contudo, deve-se salientar que o fato de a praia estar imprópria não constitui-

se que todas as pessoas, que se banharem na localidade vão contrair algumas

dessas doenças; isso depende das condições imunológicas de cada um e do tipo

de preleção como, por exemplo, se permaneceu por muito tempo na água, se

mergulhou a cabeça ou se engoliu água. A impropriedade significa que ocorre o

risco de fazer com que reapareça tais doenças.

Em meio aos 59 surtos de doenças ocorridos nos EUA durante 1999 e 2000,

61% são de gastroenterite associados à exposição as águas de recreação (ALM,

2003). Estudo realizado na Espanha em 2001 relaciona, por meio de formulários, a

exposição à areia contaminada com risco à saúde e doenças gastrointestinais, e foi

identificada uma correlação dos sintomas com a exacerbação de coliforme total

(PRIETO, 2001). Segundo Lee et al. (1999), existe, na literatura, inúmeros estudos

epidemiológicos associados à água de praia no Brasil e no exterior do que os

identificados com a associação de patógenos presentes em areia, sobretudo os

que associam doenças intestinais à exposição de água e ou areia de recreação

(BONILLA, 2007).

Os técnicos do Setor de águas Litorâneas da CETESB expuseram, durante o

Seminário sobre balneabilidade em Santos, uma pesquisa que comparou a

ocorrência de doenças gastrointestinais com a balneabilidade das praias e

chegaram à conclusão que existe uma correlação evidente entre doença e exposição

à água de praias contaminadas, como também o maior risco em crianças (CETESB,

2015).

Os EUA, por meio da EPA em 1986, concluíram que, com classes de 200

coliformes termotolerantes por 100 Ml, há o risco de se contrair doenças

gastrintestinais em 15 casos por 1.000 pessoas, que frequentam águas marinhas e

em 6 casos por 1.000 pessoas, que frequentam águas doces. Após apreciação da

Page 22: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

22

água doce em praias da região dos grandes Lagos, nos verões de 2003 e 2005, e

águas salinas na mesma estação, em 2005 e 2007, e análises posteriores em 2009,

os EUA realizaram este estudo com a finalidade de conquistar novos critérios de

qualidade de água recreacional. Por esta razão, os EUA vêm conduzindo a

investigação e avaliação de informações relevantes para oferecer a base científica

para regulação de novos critérios para o controle de qualidade de águas em 2012

(EPA: Washington, DC; 2012).

3.3 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo de bactérias específico como coliformes totais vivem no intestino de

animais mamíferos inclusive o ser humano. As bactérias do grupo coliforme são

consideradas os mais importantes indicadores de contaminação fecal. O grupo

coliforme é constituído por um número de microrganismos que inclui vários gêneros

denominadas, que compõe a família de Enterobactérias. Todas as bactérias

coliformes são gram-negativas, bacilares, não esporuladas e estão associadas com

os dejetos de animais de sangue quente e com o solo (MENEZES; SLVA;

NEUFELD, 2006).

As bactérias coliformes fecais reproduzem-se ativamente a 44,5°C e

conseguem fermentar o açúcar. O uso da bactéria coliforme fecal para indicar

poluição sanitária mostra-se mais vultoso que o uso da bactéria coliforme “total”,

porque os microrganismos considerados fecais estão limitados ao trato intestinal

de animais e de sangue quente. A determinação da concentração dos coliformes

assume relevância como parâmetro indicador da probabilidade da existência de

microrganismos patogênicos, responsáveis pela transmissão de doenças de difusão

hídrica, tais como febres 22aters22, febre 22aters22ou22e, disenteria bacilar e

cólera (TORTORA et al., 2012).

Os coliformes termotolerantes, incluem a categoria E. coli e Klebsiella

(MAIER et al., 2000), é um grupo formado por bacilos gram –negativos, aeróbios

ou anaeróbios facultativos, não formadores de esporos, oxidase - negativos,

preparados para crescer na presença de sais biliares e que contem a enzima β-

galactosidade. Fermentam a lactose com produção de ácido e gás a temperatura

44°- 45°C em 24 horas e, a E. Coli é soberana neste grupo.

A espécie bacteriana E. coli pertencente a família Enterobaceriacea, pode ser

apontada e enumerada rapidamente em placas de isolamento ou em caldo, por

Page 23: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

23

diversas técnicas baseadas em substratos enzimáticos cromogênicos e

fluorogênicos (TORTORA, FUNKE, CASE; 2012).

Essa espécie prospera em meio complexo produzindo indol a partir do

aminoácido triptofano. São abundantes em fezes humanas e de bichos, sendo

somente encontradas em esgotos, efluentes, águas naturais e solos que tenham

recebido amostra fecal recente, CONAMA (2000).

São anaeróbicas facultativas e cumprem inúmeros papéis benéficos ao

organismo, mas essa bactéria é capaz de provocar um pleno espectro de infecção,

mudando de meningite a infecções entéricas e as amostras patogênicas são

determinadas de acordo com seus mecanismos de virulência. (FOCACCIA, 2005;

JAWETZ, 2005; TRABULSI, ALTERTHUM, 2008 TORTORA, FUNKE, CASE, 2012)

A Salmonella sp é um microrganismo gram-negativo que pode ser visto nos

vegetais, água, areia, solo, fezes, entre outros, porém essa bactéria é

confirmadamente patogênica e persiste por período inferior nesses substratos,

sempre que comparada aos componentes dos coliformes totais (GUPTA et al.,

2011).

As bactérias do gênero Salmonella apresentam a forma de reduzidos

bastonetes gram-negativos, que não formam esporos. Esses micro-organismos são

indistinguíveis das E. coli sob o microscópio ou mesmo em ágar nutriente. Doenças

alimentares e de difusão hídrica que têm a Salmonella como seu agente etiológico,

resultam da ingestão de alimentos ou água contendo uma proporção significativa

de determinadas linhagens do gênero (JAY, 2005; Silva et al, 2011).

A P. aeruginosa é uma bactéria ubíqua, que compõe a microbiota humana,

sendo raras as infecções causadas por essa bactéria em pessoas saudáveis. No

entanto, essa bactéria torna-se um agente infeccioso considerável, quando são

consideradas as infecções hospitalares, sobretudo em indivíduos com baixa

resistência ou imunodeprimidos (FOXMAN, 2002; SOUZA et al., 2006). Devido às

mutações e seleções naturais relacionadas ao uso excessivo de antibióticos, algumas

cepas de P. aeruginosa tornaram-se resistentes a estes, convertendo-se em grande

ameaça aos pacientes hospitalizados (SANTOS; XAVIER, 2002; TORTORA et al.,

2012).

Page 24: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

24

4 MATERIAL E MÉTODO

4.1 Local da coleta

A cidade de Maceió ocupa uma área de 509.552 km². Em 2018 sua estimativa

populacional era de 1.012.382 habitantes segundo o IBGE, resultando em uma

densidade demográfica de 1.854,10 hab/Km². As coletas foram realizadas em 7 praias

urbanas na costa de Maceió (Figura 2).

As praias foram escolhidas de acordo com a presença de “línguas negras”,

levando-se em consideração a extensão da orla de Maceió. Os pontos de coleta foram

determinados pelo maior fluxo de pessoas e compreendeu 7 pontos classificados de

P1 a P7, abaixo elencados no Quadro 1.

Figura 2: Geolocalização dos sete pontos de coletas no litoral de Maceió, Alagoas.

Quadro 1 – Coordenadas geográficas das praias da orla marítima de Maceió-AL.

Nº Ponto Praia Latitude Sul Longitude Oeste

1 Jacarecica 9º38’06.4” 35º41’51.4”

2 Cruz das Almas 9º39’31.8” 35º41’52.4”

3 Jatiúca 9º39’50.1” 35º42’15.3”

4 Ponta Verde 9º40’07.0” 35º42’45.5”

5 Pajuçara 9º40’24.7” 35º43’28.1”

6 Jaraguá 9º40’12.0” 35º43’50.6”

7 Sobral 9º40’24.2” 35º45’52.4”

Fonte da pesquisa

Page 25: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

25

4.2 Coleta das amostras de solo

Devido a falta de padronização de parâmetros e índices estabelecidos pelos

órgãos ambientais para o controle microbiológico de areias e de normatizações sobre

a análise dessas areias de praias, no Brasil e principalmente em Alagoas, optou-se

por parâmetros utilizados pela Técnica do Número Mais Provável (NMP), método

empregado pela Associação Americana de Saúde Pública – American Public Health

Association (APHA).

Dentre os estudos realizados sobre este tema, Andraus (2006) 25aters25ou os

aspectos microbiológicos da qualidade de areias das praias de Matinhos, Caiobá e

Guaratuba (PR), utilizando parâmetros microbiológicos estabelecidos nas resoluções

Conama 20/86 (índice máximo para coliformes totais 5000 NMP/100 Ml) e resolução

Conama 274/00 (índices máximos para coliformes termotolerantes 1000 NMP/100 Ml)

para a água, devido à ausência de parâmetros específicos para a areia.

Foram realizadas três coletas em períodos diferentes (Agosto/2018,

Novembro/2018 e Março/2019), por se tratar de períodos em que as precipitações de

marés e condições climáticas eram distintas, pois tratava-se de diferentes estações

do ano (Inverno, Primavera e Verão, respectivamente). As coletas das amostras de

solo seguiram a metodologia desenvolvida por YAMAHARA et al. 2012. Em cada

praia, duas amostras de areia seca e exposta, foram recolhidas a 1 metro acima do

nível de maré alta, estes locais foram selecionados como suscetíveis de contaminação

(locais de grande fluxo de pessoas e/ou próximos a “línguas negras”) e classificados

como coleta A e B, que se distanciavam em até 10 metros um do outro. Cada amostra

de areia foi recolhida pela composição de 10 sub-amostras de 25g cada, para se obter

uma massa total de 250g (Figura 3).

Figura 3: Exemplificação do método de coleta das amostras.

As amostras foram acondicionadas em sacos herméticos com fecho duplo,

armazenadas em uma caixa térmica com gelo, levadas ao laboratório e processadas

dentro de 24 horas após a coleta. Como parâmetros bacteriológicos indicadores de

Page 26: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

26

qualidade das areias, foram escolhidos: Contagem de Coliformes totais e

termotolerantes, usados na classificação da qualidade de águas de balneabilidade,

assumindo a interação entre a água do mar e a areia e a forte associação ao homem

e animais (CONAMA, 2000).

5 Análise do grupo Coliformes

As análises foram feitas no laboratório do Centro Universitário CESMAC, onde

de cada amostra foi retirada 25g em capela de fluxo laminar e adicionados a 225 Ml

de solução de Nacl a 0,85%, obtendo uma diluição inicial de 10-1 e a partir desta, foram

preparadas diluições decimais até 10-3 (CONAMA,2005).

Para a realização da etapa presuntiva foi inoculado 1 Ml de cada diluição em

três tubos de ensaio contendo 9 Ml de Caldo Lauril Sulfato Triptose (LST) com tubo

de Durhan invertido, e em seguida foram incubados em temperatura de 35°±0,5C/24-

48±2h. De cada tubo de LST considerado positivo (turvação do meio de cultura com

produção de gás no interior dos tubos de Durhan), foi realizada a etapa confirmativa

para a presença de coliformes totais e termotolerantes. Foi transferido alíquotas de

LST através de alça de platina estéril para tubos contendo Caldo Verde Brilhante

Lactose Bile 2% (Caldo VB) e Caldo Escherichia coli (Caldo EC), e em seguida,

incubados em estufa 35º±0,5C/48±2h e 45,5±0,2°C/48±2h, respectivamente,

conforme os padrões estabelecidos pela Portaria Nº 518 do Ministério da Saúde

(CONAMA,2005).

Foram considerados positivos aqueles que apresentarem turvação do caldo e

produção de gás dentro do tubo de Durhan, sendo utilizado a tabela de NMP para

expressão final do resultado em NMP/Ml. Esta análise foi desenvolvida de acordo com

a RDC nº 357 de 17 de março 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA,2005).

6 Análise estatística

O teste χ2 (Distribuição Qui-Quadrado) é utilizado para comparar dados

nominais e, portanto, sem distribuição normal. Constitui uma medida da discrepância

entre as frequências observadas e as esperadas (CRUZ, 2013; 2016).

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27

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A cidade de Maceió (AL) apresenta cerca de quatorze praias, das quais, sete

(objetos do estudo) são mais frequentadas por turistas e pela população em geral,

durante o ano todo, sendo algumas, aparentemente, em boas condições e outras nem

tanto, pois apresentam lixo e línguas negras desaguando no mar, como também o

inevitável passeio de animais nestes locais.

Dentre os pontos estudados durante os 3 períodos, foi detectada ausência de

coliformes totais e termotolerantes em 24 amostras (57,15%), enquanto foi observada

a presença dos microrganismos estudados em 18 amostras (42,85%) (Quadro 2).

Ainda que as coletas tenham sido feitas em três datas diferentes, com marés

diferentes (segundo dados do IMA – Instituto de Meio Ambiente de Alagoas) e

situações climáticas diferentes (1º coleta no inverno, 2º coleta na primavera e 3º coleta

verão), todas as amostras estavam segundo parâmetros de referência de Monteiro et

al. (2015) e Lescreck et al. (2016), dentro de padrões aceitáveis para a legislação e

abaixo do encontrado pelos autores.

Quadro 2 – Perfil microbiológico das amostras estudadas

Amostras Coliformes Totais

(NMP/g) Coliformes Termotolerantes

(NMP/g)

1º coleta 2° coleta 3º coleta 1º coleta 2° coleta 3º coleta

P1A <> <> 3 <> <> 3

P1B 3 3 <> 3 3 <>

P2A <> <> <> <> <> <>

P2B <> <> <> <> <> <>

P3A <> <> <> <> <> <>

P3B <> <> <> <> <> <>

P4A <> <> 3 <> <> 3

P4B <> <> <> <> <> <>

P5A 3 3 3 3 3 3

P5B <> <> <> <> <> <>

P6A 11 11 11 15 15 15

P6B 9,4 9,4 9,4 6,2 6,2 6,2

P7A 3,6 3,6 3,6 7,4 7,4 7,4

Page 28: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

28

P7B <> 11 3,6 <> 15 7,4

Fonte da pesquisa

Ao verificar a quantidade de coliformes totais e termotolerantes na areia

coletada nos pontos P2A, P2B, P3A, P3B, P4B e P5B, não foi encontrado um valor

significativo <> NMP/g, ou que está abaixo do limite estabelecido pela legislação.

Nessas praias, a percepção é que o fluxo de animais é reduzido, entretanto existe

uma quantidade significativa de pessoas residindo próximo aos locais, além de muitos

restaurantes que são frequentados quase que diariamente. É correto afirmar que os

frequentadores da praia contribuem diretamente, em alguns casos, de forma

alarmante, na contaminação da areia da praia, quando deixam os resíduos

decorrentes de sua estadia na areia da praia (LOPES, 2017), ou mesmo

portransportar, mesmo que de forma involuntária, fezes de animais. Ainda, dados de

algumas pesquisas demonstram que praias recreacionais têm 50% mais resíduos que

praias isoladas (NASCIMENTO, 2012).

As amostras P5A, P6A, P6B e P7A apresentaram contaminação por ambos os

Coliformes e em todas as coletas, já P7B apresentou contaminação por ambos os

Coliformes, mas apenas na 2º e 3º coletas, P1B apresentou contaminação por ambos

os Coliformes na 1º e 2º coletas, e por sua vez, P1A apresentou contaminação por

ambos os Coliformes apenas na 3º coleta. Foi verificado no ato das coletas no ponto

P7B que havia um fluxo muito intenso de animais e pessoas na praia, fato este que

pode justificar a presença de 15NMP/g de coliformes termotolerantes e 11NPM/g de

coliformes totais. Já nos pontos P1A e P1B, observou-se que havia presença de lixo

próximo aos locais de coleta, o que poderia vir a justificar a presença de coliformes

nas amostras, outra possibilidade para tal variação seria o simples fato de as coletas

terem sido feitas em condições climáticas diferentes.

Em uma pesquisa semelhante realizada nas cidades de Caiobá e

Guaratuba/PR, onde foram avaliados os aspectos microbiológicos na água da praia

de Matinhos, demonstrou-se uma alta taxa de positividade (83,3%) para E. coli em um

dos pontos de amostragem e ausência de contaminação em outros pontos

(ANDRAUS, 2006).

Outra pesquisa desenvolvida no Brasil, mais especificamente na Baixada

Santista, aponta a existência de altas densidades de bactérias de origem fecal

como os Enterococcus sp e E. coli, e de leveduras de origem humana como as

Page 29: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

29

espécies de Candida, nas areias de praias recreacionais (PINTO, OLIVEIRA,

2011).

Na mesma linha, outra pesquisa desenvolvida no litoral Santista conclui que

as concentrações de coliformes fecais e Enterorocos nas amostras de areia

analisadas apresentaram-se, em média, acima dos padrões propostos mundialmente

e nacionalmente (LESCRECK, 2016).

As praias do Sobral (P7), Jaraguá (P6) e Pajuçara (P5) foram pontos de coleta

que em todos os períodos sempre estiveram positivas para esses microrganismos,

indicando exclusiva contaminação fecal (Gráficos 1 e 2). Nos outros pontos de coleta

observou-se ausência de contaminação, isso mostra que são locais com uma

variabilidade maior, que não há constante intervenções de efluentes ou humanas.

Gráfico 1 – Comparação entre as coletas, baseada na metodologia número Mais Provável/g de coliformes totais.

Gráfico 2 – Comparação entre as coletas, baseada na metodologia número Mais Provável/g de coliformes termotolerantes.

0

2

4

6

8

10

12

NMP (1° Coleta) NMP (2º Coleta) NMP (3º Coleta)

Coliformes Totais

P1A P1B P2A P2B P3A P3B P4A P4B P5A P5B P6A P6B P7A P7B

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30

De todas as quarenta e duas amostras, dezoito apresentaram algum tipo de

contaminação por coliformes, número este que preocupa, ainda que os resultados

estejam abaixo do que foi preconizado pela literatura, o fato da presença de coliformes

termotolerantes em qualquer amostra sugere que houve contato com material fecal,

consequentemente havendo a necessidade de um estudo epidemiológico a respeito

da origem desta contaminação ambiental (FRANCO; LANDGRAF, 2008).

A relativa concentração de bactérias indicadoras de contaminação fecal nos

interstícios de areia, levanta a questão de saber se a exposição a areia da praia

representa um perigo para a saúde humana, desenvolvendo doenças. Vários fatores

podem influenciar nos níveis de concentração bacteriana, como o impacto das

populações de aves sobre a qualidade microbiológica das águas balneares

(MURCHAR, 2005). O movimento de pessoas na praia também pode contribuir para

a abundância de bactérias indicadoras e sua distribuição na areia.

Neste estudo foram quantificados os coliformes totais e termotolerantes em três

períodos distintos, bem como foram utilizados os resultados de balneabilidades das

águas das praias, obtidos pelo Instituto de Meio Ambiente de Alagoas nos mesmos

períodos. Em seu relatório periódico, o IMA tem como critério a Resolução do

CONAMA 274/2000, onde as praias são consideradas próprias para banho, quando

em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em uma das cinco semanas

0

2

4

6

8

10

12

14

16

NMP (1° Coleta) NMP (2º Coleta) NMP (3º Coleta)

Coliformes Termotolerantes

P1A P1B P2A P2B P3A P3B P4A P4B P5A P5B P6A P6B P7A P7B

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31

anteriores, colhidas no mesmo local, não exceder o limite de 800 NMP de E. Coli por

100Ml da amostra de água, já as praias são consideradas impróprias, quando não

obdecem ao critério anterior ou quando venha apresentar na última semana um valor

superior a 2.000 NMP de E. Coli por 100Ml. Portanto percebemos, por exemplo, tais

divergências no estudo, quando verificamos que em todas as amostras de areia da

praia de Pajuçara (P5) apontam contaminação para ambos Coliformes, mas em todos

os relatórios de Balneabilidade produzidos pelo IMA (nos 3 períodos de coleta) esta

mesma praia encontra-se própria para banho.

Quadro 3 – Quadro comparativos entre dados da pesquisa e relatórios do IMA

LOCAL

IMA PESQUISA

(07/08/2018) (06/11/2018) (12/03/2019) 1º coleta (Ago/18)

2° coleta (Nov/18)

3º coleta (Mar/19)

Jacarecica PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA

Cruz das Almas

PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA

Jatiúca IMPRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA

Ponta Verde

PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA IMPRÓPRIA

Pajuçara PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA

Jaraguá IMPRÓPRIA PRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA

Sobral PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA

Fonte da pesquisa

Considerando os resultados obtidos pelo IMA como valores a serem esperados

na pesquisa, foram computados os três possíveis resultados comparativos entre as

análises realizadas pelo IMA e as da pesquisa, considerando as coincidências nos

resultados (ambas PRÓPRIA; ambas IMPRÓPRIA; e DIFERENTES) obtidos em todas

as coletas.

Trata-se de um teste de aderência, onde se verifica se os resultados obtidos

pela pesquisa diferem dos obtidos pelo IMA (resultados estes considerados como

ESPERADOS). A Hipótese nula é, portanto: “os resultados obtidos na pesquisa são

iguais àqueles obtidos pelo IMA”.

Page 32: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

32

Obtivemos um χ2 = 127,2157 (p-valor = 2,37 x 10-28 ≈ 0,00 <<<< 0,05). O valor

crítico do teste é 5,9915 (NC = 95% e GL = 2). Assim, rejeita-se a hipótese nula,

concluindo-se que “para os dados disponíveis, os resultados obtidos na Pesquisa

DIFEREM significativamente dos resultados obtidos pelo IMA”.

Para corroborar com o que foi percebido nas praias de Maceió, em um estudo

realizado por Pinto, Pereira e Oliveira (2012), no município de São Vicente, São Paulo,

mostrou que houve diferença entre as densidades de bactérias encontradas na água

e na areia, sendo que altas densidades foram determinadas tanto em areia seca

quanto em areia úmida.

De acordo com os dados de relatórios periódicos (Anexos 1, 2 e 3) emitidos

pelo IMA, não houve concordância entre os resultados dos ensaios de balneabilidade

das praias de Maceió e os dados aqui obtidos. No primeiro relatório encontravam-se

impróprias para banho as praias do Sobral (P7), Jatiúca (P3) e Cruz das almas (P2),

e no mesmo período (1º coleta) observou-se a presença de coliformes nas praias do

Sobral (P7), Jaraguá (P6), Pajuçara (P5) e Jacarecica (P1). No segundo relatório

todas as praiais encontravam-se próprias para banho, enquanto que novamente foi

identificada a presença de coliformes nas praias do Sobral (P7), Jaraguá (P6),

Pajuçara (P5) e Jacarecica (P1). Por fim, no terceiro relatório, mais uma vez as praias

do Sobral (P7) e Jaraguá (P6) são apontadas como impróprias para banho, e na 3º

coleta foi identificada a presença de coliformes nas praias do Sobral (P7), Jaraguá

(P6), Pajuçara (P5), Ponta Verde (P4) e Jacarecica (P1).

Segundo Vieira, 2017, a influência do fluxo e refluxo da maré sobre a areia é a

causa mais provável da contaminação da areia úmida, valores significativos de NMP

em amostras de areia seca, podem estar relacionados a frequente presença de

agentes humanos, influenciando diretamente na quantidade de resíduos jogados na

areia, o que servirá de substrato para as bactérias.

Um dos motivos para esses resultados pode ser devido ao grande fluxo de

animais nas praias, agentes humanos e elevação da maré. Já o número de coletas

por local não deve ter influenciado esses resultados, pois se utilizou amostras de areia

de dois pontos diferentes de cada praia de uma amostra composta (Ex: P1A e P1B)

com quatorze amostras simples por coleta, número esse suficiente para encontrar

coliformes na areia, e é um procedimento utilizado por vários autores. Em trabalho

passado, Vieira et al. (2000) também observaram que areias secas detinham uma

Page 33: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

33

maior contaminação bacteriológica que as úmidas devido a diluição da quantidade de

bactérias pela água.

Portanto, todos os estudos realizados apontam para a necessidade de

monitoramento da qualidade sanitária da areia das praias, no intuito de gerar dados e

subsídios mais robustos, que possam servir de alicerce para futuras padronizações,

com a finalidade de proteger a saúde pública e preservar o meio ambiente.

Page 34: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

34

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se, por meio do estudo realizado, que a areia de praia pode apresentar

características bacteriológicas distintas em razão do modo de uso e do lançamento

de esgoto, bem como por agentes humanos.

É possível sugerir o comprometimento da qualidade sanitária aos banhistas

devido a presença de coliformes fecais na areia de algumas praias objeto desse

estudo, mesmo que a princípio estejam dentro dos padrões estabelecidos

mundialmente e nacionalmente.

Diante da lacuna existente na legislação, é de fundamental importância a

realização de mais estudos que possibilitem o estabelecimento de parâmetros legais.

Uma vez determinada a contaminação microbiológica da areia das praias de Maceió,

existe a necessidade de estudos baseados em evidências epidemiológicas de

exposição e análises de risco microbiológico, a fim de se estabelecer padrões de

qualidade e políticas públicas para monitoramento e controle da qualidade sanitária

da areia das praias do litoral de Alagoas.

Page 35: RAPHAEL FERREIRA CARNAÚBA

35

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ANEXOS

ANEXO 1 – AUTORIZAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DO RELATÓRIOS RESULTADO DE ENSAIOS ANALÍTICOS/BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DE ALAGOAS – REAB.30/2018; REAB.43/2018; REAB.10/2019

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ANEXO 2 – RESULTADO DE ENSAIOS ANALÍTICOS/BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DE ALAGOAS – REAB.30/2018

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ANEXO 3 – RESULTADO DE ENSAIOS ANALÍTICOS/BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DE ALAGOAS – REAB.43/2018

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ANEXO 4 – RESULTADO DE ENSAIOS ANALÍTICOS/BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DE ALAGOAS – REAB.10/2019

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