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REPÚBLICA DE ANGOLA RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO DO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO PARA O ANO DE 2013 LUANDA, AOS 14 DE FEVEREIRO DE 2013

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REPÚBLICA DE ANGOLA

RELATÓRIO DE

FUNDAMENTAÇÃO DO

ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO

PARA O ANO DE 2013

LUANDA, AOS 14 DE FEVEREIRO DE 2013

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ÍNDICE DO RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO

I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................................... 3

II. CONTEXTO ECONÓMICO MUNDIAL - EVOLUÇÃO RECENTE, SITUAÇÃO ACTUAL E

PERSPECTIVAS ................................................................................................................................................................................. 4

2.1 Produto e Inflação Mundial .......................................................................................................................................... 4

2.1.1. Produto ......................................................................................................................................................................... 4

2.1.2. Inflação ......................................................................................................................................................................... 6

2.2 Comércio Mundial ................................................................................................................................................................. 6

2.3 Taxas de Juro .......................................................................................................................................................................... 7

III. DESEMPENHO RECENTE E SITUAÇÃO ACTUAL DA ECONOMIA E FINANÇAS

NACIONAIS ........................................................................................................................................................................................ 8

3.1 Sector Real ......................................................................................................................................................................... 8

3.2 Sector Monetário ................................................................................................................................................................... 9

3.2.1 Sector Externo .................................................................................................................................................................... 9

3.3 Finanças Públicas ................................................................................................................................................................. 10

3.3.1 Dívida Pública ................................................................................................................................................................... 12

IV. OBJECTIVOS NACIONAIS .......................................................................................................................................... 13

V. OPÇÕES ESTRATÉGICAS E POLÍTICAS DE ESTADO ..................................................................................... 13

5.1 Política Macroeconómica (Estabilidade, Crescimento, Emprego) .............................................................................. 13

5.2 Política para o Sector Real da Economia (Diversificação da economia nacional, Promoção do

empreendedorismo e desenvolvimento do sector privado nacional, Substituição das importações e promoção das

exportações) ......................................................................................................................................................................................... 14

5.3 Políticas de Desenvolvimento Humano (Redução da pobreza e das desigualdades sociais, Capacitação e

valorização dos recursos humanos nacionais, Educação, Saúde, Integração e protecção social, Igualdade do género,

Ambiente, Cultura, desporto e recreação) ...................................................................................................................................... 16

5.4 Política de Desenvolvimento Equilibrado do Território Nacional ............................................................................. 17

5.5 Política de Defesa e Segurança Nacional ........................................................................................................................ 17

VI. PROPOSTA DO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO ..................................................................................... 18

6.1 Enquadramento Institucional ............................................................................................................................................ 18

6.2 Enquadramento Macroeconómico ................................................................................................................................... 19

6.3 Política e Medidas de Política Orçamental ................................................................................................................ 20

6.3 Fluxos Globais do Orçamento Geral Do Estado 2013 ................................................................................................ 20

6.3.1 Quadro Macro Fiscal ................................................................................................................................................ 20

6.3.2 Despesas Funcionais ........................................................................................................................................................ 23

6.3.3 Fluxos de Origens e Aplicações de Recursos ....................................................................................................... 25

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I. INTRODUÇÃO

01. O artigo 18.º da Lei n.º 15/10, de 14 de Julho – Lei do OGE, dispõe que a Proposta

Orçamental compreende o Relatório de Fundamentação, que constitui a introdução ao projecto

de lei orçamental e contém:

a) A exposição circunstanciada sobre a situação económico-financeira do país;

b) A evolução das receitas e despesas orçamentais realizadas nos dois últimos exercícios

financeiros;

c) A reestimação da receita prevista e execução provável da despesa fixada para o exercício

em que a proposta é apresentada;

d) A previsão da receita e despesa fixada para o exercício a que se refere a proposta; e

e) A avaliação do financiamento do défice orçamental, caso exista, no exercício a que se

refere a proposta.

02. De modo a atender esse requisito legal, o presente Relatório de Fundamentação da proposta

orçamental para o ano fiscal de 2013, inclui, para além deste Capítulo de Introdução, os

seguintes:

O Capítulo II. Contexto Económico Mundial - Evolução Recente, Situação Actual e

Perspectivas, no qual se apresenta como evoluiu a economia mundial nos últimos anos, a

sua situação actual e as perspectivas, com destaque para o Produto e Inflação, o Comércio

Mundial e Termos de Troca, os Preços do Comércio Internacional e as Taxas de Juro.

A ideia básica é apresentar-se o contexto mundial em que se deu o desempenho da economia

nacional e a perspectiva futura.

O Capítulo III. Desempenho Recente e Situação Actual da Economia e Finanças

Nacionais, onde se apresenta o desempenho da economia e finanças nacionais nos anos de

2010, 2011 e a situação prospectiva de 2012, destacando-se o sector real da economia, o

comportamento da inflação, o desempenho monetário, as finanças públicas e o sector

externo.

O Capítulo IV. Objectivos Nacionais, que releva os objectivos nacionais conforme

definidos no Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017 e que determinaram a

afectação dos recursos às diversas acções, como contido na proposta orçamental.

O Capítulo V. Opções Estratégicas e Políticas de Estado, onde se identificam as opções

estratégicas feitas e as políticas a implementar em 2013 nos domínios macroeconómico, do

sector real da economia, do desenvolvimento humano, do desenvolvimento do território, da

defesa e segurança nacional, das relações exteriores, e da reforma do Estado, justiça,

modernização administrativa e capacitação institucional.

O Capítulo VI. Proposta do Orçamento Geral do Estado – que é o último do relatório –

onde se apresenta a quantificação do OGE, com a apresentação do Quadro Macroeconómico

subjacente à proposta orçamental e a identificação dos riscos associados às premissas e

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hipóteses assumidas, a descrição da política orçamental a adoptar em 2013 e as

correspondentes medidas, os valores consolidados da receita fiscal prevista, da despesa

fixada, do saldo orçamental apurado e das operações de financiamento previstas; estão

também evidenciados nesse capítulo os fluxos de origens e aplicações de recursos, bem

como as dotações de verbas aos órgãos do Estado, na óptica funcional.

03. Em obediência ao Artigo 104.º da Constituição da República de Angola, a proposta

orçamental que aqui se introduz tem subjacente o Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-

2017, assim como contém a estimativa de todas as receitas a arrecadar pelo Estado e fixa o limite

de despesas autorizadas para todos os serviços, institutos públicos, fundos autónomos e

segurança social e órgãos locais, em respeito pelos princípios da unidade e da universalidade do

OGE.

04. De igual modo, e em observância do princípio do equilíbrio orçamental estabelecido no

artigo 7.º da Lei do OGE, a proposta do OGE 2013 prevê os recursos necessários para cobrir

todas as despesas, nos quais se incluem os recursos do endividamento público – cujo limite

líquido está nele fixado –, mas excluindo qualquer recurso à criação monetária não permitido por

lei.

II. CONTEXTO ECONÓMICO MUNDIAL - EVOLUÇÃO RECENTE,

SITUAÇÃO ACTUAL E PERSPECTIVAS

2.1 Produto e Inflação Mundial

2.1.1. Produto

05. No seu relatório sobre as Perspectivas da Economia Mundial de Outubro de 2012, o Fundo

Monetário Internacional (FMI) avalia que a economia mundial, tal como medido pelo Produto

Interno Bruto, registou uma taxa de crescimento real anual de 5,1% em 2010, uma desaceleração

para 3,8% em 2011 e projecta que em 2012 se desacelere para 3,3%; para 2013 a projecção é de

uma ligeira aceleração para 3,6%. O desempenho indicado para 2012 e 2013 representa uma

revisão em baixa das projecções de, respectivamente, 0,2 e 0,3 pontos percentuais em relação às

projecções de Julho de 2012.

06. A revisão das projecções em baixa resulta do incremento no nível de risco de deterioração

da situação económica, bem como da assumpção de que a economia mundial enfrenta uma nova

vaga de turbulência, da qual se espera uma recuperação lenta e acidentada. Também se entende

que as autoridades europeias e americanas actuarão de maneira proactiva sobre os desafios

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5

económicos de curto prazo, afastando-se assim a ideia de que a presente desaceleração tenha

uma componente de longo prazo.

07. Entretanto, o FMI releva que, para o médio prazo, se colocam questões de como a economia

global vai operar num mundo de dívida soberana elevada e se as economias dos mercados

emergentes poderão manter a sua forte expansão, alargando mais a sua fonte de crescimento por

via da procura interna (versus procura externa). O facto é que os indicadores recentes de

actividade económica e de emprego mostram uma crescente e alargada lentidão do crescimento

económico. As repercussões da situação nas economias avançadas – que contribuíram para a

redução do preço dos produtos de base, que pesou sobre a actividade de muitos exportadores

desses produtos – e dificuldades internas constrangeram a actividade económica dos mercados

emergentes e economias em desenvolvimento. Entre os problemas identificados destacam-se

constrangimentos relacionados com a sustentabilidade do crescimento acelerado e a constituição

de desequilíbrios financeiros nas economias de mercados emergentes e em desenvolvimento.

08. Deste modo, o relatório do FMI tem como factores que influenciam negativamente o

crescimento económico mundial, a saber: (i) a intensificação da crise da Zona Euro; (ii) o

enfraquecimento do produto e emprego nos EUA; e (iii) a continuidade da perda de força da

procura interna em economias de mercados emergentes chave. Destaca assim que a perspectiva

é de crescimento lento e irregular, relevando que: (i) o ajustamento fiscal deverá continuar mas

não em muitas economias dos mercados emergentes; (ii) a política monetária deverá apoiar a

actividade económica, (iii) as condições financeiras manter-se-ão muito frágeis; e (iv) a

actividade económica deverá manter-se tépida em muitas economias.

09. Como factores de risco associados às projecções o FMI destaca, para o curto prazo: (i) o

agravamento da crise da Zona Euro; (ii) o agravamento da dívida dos EUA e do precipício fiscal;

e (iii) um novo aumento dos preços do petróleo bruto. Os riscos a médio prazo são identificados

como sendo: (i) o aumento do balanço dos bancos por uma larga aquisição de activos; (ii) nível

de dívida pública elevada; e (iii) decepcionante nível de produto potencial e o aumento da

aversão ao risco.

10. Face a esses riscos, o relatório considera que as políticas a adoptar deverão perseguir. (i) a

resolução da crise da Zona Euro; (ii) a reconstituição de espaço para manobras de política fiscal;

(iii) o apoio do ajustamento com a provisão de liquidez; (iv) a realização de avanços no

reequilíbrio da procura global; e (v) a melhoria das perspectivas de crescimento com políticas

estruturais.

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Quadro 1: Evolução do Produto Mundial

Fonte: World Economic Outlook, FMI, Outubro de 2012.

11. Como se pode perceber do Quadro 1, no cenário perspectivado, tal como em 2010 e 2011, as

economias dos mercados emergentes e em desenvolvimento deverão ter um melhor desempenho

do que as economias avançadas em 2012 e 2013, embora estas representem apenas 48,9% do

Produto Mundial e integrem 151 economias. Entre as economias avançadas a Zona Euro deverá

mostrar o pior desempenho, enquanto que a África Subsaariana deverá ter um desempenho

ligeiramente superior à média das economias dos mercados emergentes e em desenvolvimento.

2.1.2. Inflação

12. De acordo com as estatísticas reportadas pelo FMI, o nível geral de preços no consumidor

nos países avançados aumentou, em 2010, em 1,5% e em 2011 em 2,7%, projectando-se um

abrandamento em 2012 e 2013 para 1,9% e 1,6%, respectivamente. Nas economias do mercados

emergentes e em desenvolvimento o mesmo indicador aumentou em 2010 6,1%, acelerando para

7,2% em 2011, enquanto que para 2012 e 2013 projecta um arrefecimento para 6,1% e 5,8%,

respectivamente. A África Subsaariana registou níveis mais elevados de inflação em 2010 e

2011, com, respectivamente, 7,5% e 9,7%, projectando-se o mesmo comportamento para 2012,

com 9,1%, e 2013, com 7,1%.

13. De um modo geral, o comportamento da inflação observada e projectada para os diversos

grupos de economias mostra-se consistente com o respectivo comportamento do produto.

2.2 Comércio Mundial

14. Ainda de acordo com o relatório sobre as Perspectivas da Economia Mundial de Outubro de

2012 do FMI, o volume do comércio mundial de bens e serviços registou um crescimento de

12,6% em 2010 e de 5,8% em 2011, prevendo-se que cresça apenas 3,2% e 3,5%,

respectivamente nos anos 2012 e 2013, em linha com o abrandamento do crescimento do produto

mundial. Também em linha com o comportamento do produto mundial dos diversos grupos de

economias, o volume de importações e de exportações de bens e serviços das economias dos

mercados emergentes e em desenvolvimento foi superior ao das economias avançadas em 2010 e

2011 e prevê-se que seja também em 2012 e 2013.

N.º de

Economias

Peso (%)

(2011)2010 2011 2012 2013

Mundo 186 100,0 5,1 3,8 3,3 3,6

Economias Avançadas 35 51,1 3,0 1,6 1,3 1,5

EUA 1 19,1 2,4 1,8 2,2 2,1

Zona Euro 17 14,3 2,0 1,4 -0,4 0,2

Japão 1 5,6 4,5 -0,8 2,2 1,2

Outras 16 12,1 4,5 2,5 1,5 2,5

Economias dos Mercados Emergentes e em Desenvolvimento 151 48,9 7,4 6,2 5,3 5,6

África Subsaariana 54 2,5 5,3 5,1 5,0 5,7

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15. Conforme ilustrado no Quadro 2, nos anos de 2010 e 2011 os preços do petróleo bruto,

assim como dos produtos primários não energéticos, registaram forte crescimento. Os preços

dos produtos manufacturados também registaram crescimento, mas mais moderado. Esse facto,

considerando o maior peso das economias dos mercados emergentes e em desenvolvimento na

exportação de produtos primários e o das economias avançadas na exportação de produtos

manufacturados determinou a melhoria dos Termos de Troca para os primeiros.

Quadro2: Variação Percentual Anual dos

Preços de Bens e dos Termos de Troca

Fonte: World Economic Outlook, FMI, Outubro de 2012.

16. As projecções para 2012 e 2013 apontam para uma queda de preços mais acentuada nos

preços dos produtos primários, como consequência do fraco crescimento das economias

avançadas, do que resultará uma melhoria tendencial dos Termos de Troca a favor dos países

avançados. Nota-se, entretanto, que o petróleo bruto é o único dos produtos para os quais se

projecta um aumento de preço em 2012 (2,1%) e com uma das menores reduções em 2013.

2.3 Taxas de Juro

17. As taxas de Juros continuaram a obedecer a um comportamento redutivo, sendo que nas

economias avançadas encontram-se próximas de zero. Destaca-se o comportamento das taxas de

juros na Zona Euro que variaram de 0,8% em 2010 à 0,6% em 2012, tendo atingido o pico em

2011 de 1,4%, como resultado do significativo ajustamento fiscal realizado, em consequência,

sobretudo, da decisão do BCE de reduzir as taxas de juros devido a crise da dívida soberana nos

países desta Zona. Por motivos similares, as taxas de juros dos EUA em 2012 eram da ordem dos

0,25%, como medida do Federal Reserve, de estimular o crescimento económico. Devido ao

clima macro-fiscal, o prognóstico é que a tendência decrescente permaneça em 2013.

2010 2011 2012 2013

Produtos manufacturados 2,7 6,5 -0,5 -0,3

Petróleo Bruto 27,9 31,6 2,1 -1,0

Produtos primários não energéticos 26,3 17,8 -9,5 -2,9

Alimentos 11,5 19,7 -1,1 -2,0

Bebidas 14,1 16,6 -20,1 -4,4

Produtos primários agrícolas 33,2 22,7 -12,9 -2,1

Metal 48,2 13,5 -16,5 -4,5

Economias avançadas -0,9 -1,6 -0,8 0,1

Economias de mercados emergentes e em desenvolvimento 2,3 3,5 0,5 -0,4

Variação de Preços

Variação dos Termos de Troca

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8

III. DESEMPENHO RECENTE E SITUAÇÃO ACTUAL DA ECONOMIA E

FINANÇAS NACIONAIS

3.1 Sector Real

18. Nos últimos 5 anos, a economia de Angola cresceu a uma taxa média de 9,2% ao ano.

Quando consideramos apenas a economia não-petrolífera, temos que, a taxa média de

crescimento foi de 12,0% neste período, de que resulta que a produção da economia não

petrolífera quase duplicou nos últimos 5 anos. Os últimos exercícios de previsão apontam, para

o ano de 2012, um crescimento igual a 7,4%, resultante da combinação de um crescimento de

9,1% para a economia não-petrolífera e 4,3% para a economia petrolífera.

Gráfico 1. Angola – Taxa de Crescimento do PIB Real e seus Componentes

19. O programa do Governo implementado entre 2009 e 2012 visou aliviar as pressões de

liquidez, restabelecer a confiança do mercado, restaurar a excelente posição macroeconómica

anterior à crise e realizar reformas estruturais importantes, apoiado pelo Fundo Monetário

Internacional com base num acordo Stand-By (através do qual o Governo de Angola beneficiou

de um financiamento do USD 1,4 mil milhões). Este programa também teve uma finalidade

particularmente importante de promover a finalização de importantes investimentos que

caracterizam a estabilização do ritmo de crescimento do sector não-petrolífero.

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9

Quadro 3. Taxas de Crescimento do PIB a Preços Constantes (%)

Fonte: Ministério do Planeamento

3.2 Sector Monetário

20. A política monetária tem sido conduzida tendo como principal objectivo o controlo do nível

geral de preços. Uma gestão cuidada das políticas públicas permitiu alcançar em 2011 a mais

baixa taxa de inflação desde 2002, almejando-se que esta tendência ocorra igualmente em 2012.

Quadro 4. Indicadores do Sector Monetário (taxa de variação, %)

Fonte: Ministério do Planeamento, Banco Nacional de Angola

21. Para uma economia com elevado potencial de crescimento como a angolana são esperadas

taxas de inflação entre os 5-8%. Acredita-se que, acima destes níveis, a inflação induz a um

crescimento menor do que o possível devido a distorções no investimento. Assim, o Executivo

continuará a priorizar a redução da taxa de inflação usando instrumentos de política monetária e

fiscal (com efeitos no curto prazo) e instrumentos de política industrial que induzam uma maior

produtividade dos factores (no longo prazo).

3.2.1 Sector Externo

22. Uma variável sinalizadora do grau de estabilidade e do incentivo à informalidade no

mercado cambial é o diferencial entre a taxa de câmbio no mercado primário e a taxa de câmbio

no mercado informal. Desde o princípio de 2010 o diferencial cambial tem-se mantido estável

(embora a um nível mais elevado), com alguma tendência de redução nos meses mais recentes.

Projecções

2012

Agricultura 29,0 6,0 9,2 13,9

Pescas e derivados -8,7 1,3 17,2 9,7

Diamantes e outros 4,6 -10,3 -0,7 9,0

Petroleo -5,1 -2,9 -5,6 4,3

Indústria transformadora 5,3 10,7 13,0 6,5

Construção 23,8 16,1 12,0 7,5

Energia 21,3 10,9 3,5 23,9

Serviços mercantis -1,5 8,7 9,5 10,0

Outros 5,9 4,7 9,6 4,3

PIB a custos de factores 3,4 3,9 7,4

PIB a preços de mercado 2,4 3,5 3,9 7,4

PIB não Petrolifero 8,3 7,8 9,7 9,1

2009 2010 2011

Períodos IPC M3 M2 Kz/US$

2010 15,31% 7,76% -0,15% -3,60%

2011 11,38% 36,60% 34,75% -2,80%

2012* 10,00% 15,69% 14,93% -3,00%

*Estimativa

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10

Gráfico 2. Interacção entre os Mercados Cambial, Primário e Informal

23. O volume de reservas internacionais líquidas é um dos principais fundamentos da robustez

da estabilidade macroeconómica de Angola. Nos últimos três anos, estas cresceram em cerca de

100%, o que permitiu cobrir mais dois meses e meio de importação, enquanto que os dados da

conta externa evidenciam um recorrente saldo positivo da Balança de Pagamentos (BoP).

Quadro 5. Dados do Sector Externo

Fonte: Ministério do Planeamento, Banco Nacional de Angola

3.3 Finanças Públicas

24. Além de pretender afectar o nível de actividade económica no curto prazo, a política

orçamental de Angola teve em vista a elevação e sustentabilidade da trajectória de crescimento.

Assim, uma atenção especial foi dada à acumulação de capital físico e capital humano.

25. No Domínio das Finanças Públicas, em 2011 a Receita Fiscal Total correspondeu a cerca de

50,4% do Produto Interno Bruto a preços de mercado (PIB) o que equivale a mais 6,9 pontos

percentuais que em 2010. Para 2012, espera-se uma projecção de receitas fiscais de Kz4.775,6

mil milhões, dos quais 80% seriam receita petrolífera. O preço médio esperado do barril do

petróleo bruto é de US$103,8 acima do preço assumido no OGE (US$77/barril). Este factor foi

preponderante, uma vez que, a programação previa quantidades maiores em relação à produção

de petróleo.

26. Quanto à Despesa Fiscal Total, o seu nível correspondeu a cerca de 39,9% do PIB, em 2011,

mais 3,2 pontos percentuais que em 2010. Contribuiu para este acréscimo um incremento

Saldos da Balança de Pagamentos Reservas Internacionais Líquidas

Períodos Global Balança Comercial Balança de Capitais US$ Meses de Importação

2010 6.010,30 33.928,00 986,80 - 17.326,60 6,60

2011 8.598,50 46.859,10 2.582,30 - 26.084,20 7,60

2012* 6.457,30 40.541,50 1.297,90 33.711,10 8,60

*Estimativa

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11

considerável na despesa corrente. Para 2012, estima-se um incremento nominal dos valores da

despesa, embora representando um decréscimo em termos percentuais do PIB.

27. Desse modo, em 2011 o Saldo Global na óptica de compromisso das contas do Estado foi de

um superávit de Kz1.000,9 mil milhões, equivalente a 10,6% do PIB, o que se traduz numa

melhoria, comparativamente a 2010, de aproximadamente 4 pontos percentuais. Considerando a

diminuição de atrasados da ordem dos Kz151,8 mil milhões, equivalentes a 1,6% do PIB, o

Saldo de Caixa foi calculado como um excedente que equivale a 12,2% do PIB e calculado em

cerca de Kz1.152,6 milhões. Para 2012, espera-se que os Indicadores fiscais continuem com bom

nível de desempenho, apontando-se para um saldo global na óptica do caixa de Kz954,8 mil

milhões (8,7% do PIB) e um saldo primário não petrolífero (como percentagem do PIB não

petrolífero) de 38,6%, representando uma melhoria em relação à 2011, onde este indicador

esteve cifrado em 48,2%.

Quadro 6. Indicadores do Sector Fiscal (milhões de Kz)

Fonte: Ministério das Finanças

Mil Milhões de Kwanzas Correntes %PIB

2

0

0

2010

Exec.

2011

Exec.

2012

Est.

2010

Exec.

2011

Exec.

2012

Est.

1 Receitas 3.295,5 4.775,6 5.039,8 43,5 50,4 45,7

1.1 Impostos 3.094,5 4.527,7 4.794,0 40,8 47,8 43,5

1.1.1 Petrolíferos 2.500,4 3.817,1 4.050,2 33,0 40,3 36,8

1.1.2 Não petrolíferos 594,1 710,6 743,8 7,8 7,5 6,8

1.2 Contribuições sociais 75,6 89,8 71,7 1,0 0,9 0,7

1.3 Doações 1,9 1,8 1,3 0,0 0,0 0,0

1.4 Outras receitas 123,5 156,2 172,7 1,6 1,7 1,6

2 Despesa Total 2.779,5 3.774,7 4.078,5 36,7 39,9 37,0

2.1 Despesas correntes 2.046,2 2.928,4 2.842,0 27,0 30,9 25,8

2.1.1 Remuneração dos empregados 713,8 877,3 939,7 9,4 9,3 8,5

2.1.2 Bens e serviços 619,1 1.030,8 1.144,9 8,2 10,9 10,4

2.1.3 Juros 89,5 94,6 107,8 1,2 1,0 1,0

2.1.4 Transferências correntes 623,8 925,7 649,6 8,2 9,8 5,9

2.2. Aquisição de activos não financeiros 733,3 846,3 1.236,5 9,7 8,9 11,2

Saldo corrente sem doações 1.247,4 1.845,3 2.196,4 16,5 19,5 19,9

Saldo corrente 1.249,3 1.847,1 2.197,7 16,5 19,5 19,9

0,0

Saldo global sem doações 514,0 999,0 959,9 6,8 10,6 8,7

Saldo global (compromisso) 516,0 1.000,9 961,2 6,8 10,6 8,7

3 Variação de atrasados -73,4 151,8 -70,7 -1,0 1,6 -0,6

Saldo global (caixa) 442,5 1.152,6 890,5 5,8 12,2 8,1

4 Financiamento líquido -442,5 -1.152,6 -890,5 -5,8 -12,2 -8,1

4.1 Financiamento interno (líquido) -458,5 -1.203,5 -1.064,8 -6,0 -12,7 -9,7

4.1.1 Bancos -323,7 -825,5 -276,5 -4,3 -8,7 -2,5

4.1.2 Outros -134,8 -378,0 -788,3 -1,8 -4,0 -7,2

4.2 Financiamento externo (líquido) 15,9 50,8 172,4 0,2 0,5 1,6

4.2.1 Activos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

4.2.2 Passivos 15,9 50,8 172,4 0,2 0,5 1,6

Saldo Primário Não Petrolífero -1.729,1 -2.475,1 -2.697,6 -22,8 26,1 -24,5

Saldo Não Petrolífero -1.818,6 -2.569,8 -2.805,5 -24,0 27,1 -25,5

Saldo Primário Não Petrolífero (%PIB Não Petrolífero) -41,3 -48,2 -44,1

Memo

Inflação/Inflation (%) 15,31 11,40 9,02

Exportações Petrolíferas (milhões de Barris)/Oil exports (mill ion barrels) 640,60 605,90 657,30

Preço Médio do Petróleo/Average oil export price US$/barrel) 77,89 110,10 103,80

Produto Nominal (Bil iões de KZ)/ Nominal GDP (AOA bill ion) 7.579,54 9.780,10 11.019,10

PIB Não Petrolífero 4.183,64 5.139,40 6.120,90

Taxa de Cresc. Produto Real/Real GDP growth (% chg) 3,50 3,90 7,40

Cód. PF Descrição

Page 12: Rela de fundamentacao_do_oge13

12

3.3.1 Dívida Pública

28. A sustentável e robusta recuperação nos níveis de receita da execução fiscal de 2010 e 2011

criou condições para a conclusão da estratégia de regularização dos atrasos acumulados durante a

crise de 2009 e com recurso a uma menor emissão de dívida nova.

29. A implementação da estratégia definida pelo Executivo no Plano Anual de Endividamento

Público para 2012 permitiu assegurar as necessidades de antecipação de receitas, o

financiamento do Programa de Investimento Público sem o agravamento dos custos inerentes às

operações de crédito, à contratação de empréstimos externos e o resgate antecipado de títulos, se

as condições o justificarem. Por outro lado, o Executivo continuou a introduzir melhorias no

programa de gestão do passivo do Estado, conferindo-lhe uma melhor distribuição dos prazos de

vencimento através do alongamento das maturidades da dívida interna. Importa destacar que

deu-se início a emissão regular de instrumentos de médio prazo (Obrigações do Tesouro)

mediante leilões semanais de títulos de 2, 3, 4 e 5 anos.

30. A nível da gestão da dívida externa, o Executivo continuou a implementar a estratégia de

mobilização de linhas de crédito para assegurar o financiamento do programa de investimentos

públicos, recorrendo primordialmente aos mecanismos de seguro de risco de crédito à exportação

dos diversos parceiros bilaterais. Neste sentido, foram reforçados os acordos de crédito com

parceiros bilaterais e comerciais estratégicos, o que permitiu alargar e diversificar as fontes de

financiamento disponíveis para suportar o programa de investimentos públicos.

31. Por outro lado, continuou-se a criar condições para abordar o mercado de capitais com o

reforço da sedimentação do posicionamento estratégico de Angola nas principais praças

financeiras internacionais. Neste quadrante, o Executivo privilegiou o relacionamento

permanente com o mercado, tendo sido realizada a segunda revisão anual do rating soberano. A

esse respeito, importa destacar que a classificação de risco para Angola foi melhorada para BB-

com perspectiva positiva para as agências Fitch e Moodys, enquanto a Stantard & Poors

reafirmou a nota BB- com perspectiva estável. No mesmo diapasão, a OCDE decidiu em

Outubro melhorar a classificação do risco Angola da categoria 6 para 5, o que evidencia os

ganhos verificados na gestão das contas fiscais e do quadro macroeconómico em geral do país.

32. A nível do stock do endividamento público, incluindo o sector empresarial do Estado, a

dívida pública total, interna e externa, em 2011, cifra-se no valor equivalente a US$31.546

milhões, correspondendo a 30% do PIB projectado para este ano, nível que está em

conformidade com os rácios de sustentabilidade adoptados internacionalmente.

33. Para além disso, a sua sustentabilidade é reforçada pela protecção automática contra riscos

cambiais que decorre do facto de 81% da dívida estar denominada em dólares norte-americanos,

moeda que predomina também nas receitas do OGE, dado que 78% das receitas fiscais do país

correspondem a obrigações fiscais arrecadadas em dólares dos sectores do petróleo e dos

diamantes.

Page 13: Rela de fundamentacao_do_oge13

13

Quadro 7. Dívida Pública (Milhões de USD)

34. A estimativa para o total do stock da dívida pública no final do terceiro trimestre de 2012 é

de US$33.314 milhões, sendo US$13.180 milhões correspondentes a Dívida Interna e

US$20.134 milhões a parte alocada a dívida Externa, perfazendo assim um rácio de 31% (Dívida

Pública/PIB).

IV. OBJECTIVOS NACIONAIS

35. O Orçamento Geral do Estado para 2013 assume os grandes Objectivos Nacionais fixados

no Plano Nacional de Desenvolvimento de Médio Prazo (2013-2017):

a) Preservação da unidade e coesão nacional.

b) Garantia dos pressupostos básicos necessários ao desenvolvimento.

c) Melhoria da qualidade de vida.

d) Inserção da juventude na vida activa.

e) Desenvolvimento do sector privado.

f) Inserção competitiva de Angola no contexto internacional.

V. OPÇÕES ESTRATÉGICAS E POLÍTICAS DE ESTADO

5.1 Política Macroeconómica (Estabilidade, Crescimento, Emprego)

36. O objectivo estratégico da política macroeconómica de Angola passa por criar as condições

de estabilidade, eficácia e eficiência da economia, de forma a garantir a sustentabilidade do

desenvolvimento a longo prazo. A redução da inflação de forma sustentada para níveis de um

dígito, a obtenção de saldos orçamentais correntes positivos e saldos orçamentais globais

(excluindo investimentos públicos de tipo estruturante) em relação ao PIB, próximos do

Indicadores da

Dívida Pública Total Interna Externa

Dívida

Pública/Receitas

(%)

2010 30.363 13.389 16.974 81

2011 31.546 12.233 19.313 62

2012* 33.314 13.180 20.134 48

* Estimativa

Page 14: Rela de fundamentacao_do_oge13

14

equilíbrio, a estabilidade cambial e o esvaziamento da função do mercado paralelo, bem como a

reorganização do sistema financeiro encontram-se entre os seus objectivos específicos.

Programas de Acção Fundamentais. Objectivos e Medidas de Política

37. A implementação destas prioridades far-se-á com base nos seguintes Programas de Acção

Fundamentais, norteados pelos seguintes objectivos:

a. Controlo da Inflação - Assegurar a estabilidade dos preços, de forma a melhorar

o nível de vida da população, propiciar um ambiente favorável a níveis elevados

de actividade económica e, consequentemente, para um aumento do emprego.

b. Sustentabilidade das Contas Públicas - Garantir a capacidade solvente do

Estado e limitar os encargos para as gerações futuras.

c. Estabilidade Cambial - Assegurar a estabilidade da taxa de câmbio, de forma a

fomentar a produção nacional.

d. Regulação do Sector Financeiro - Aumentar o crédito disponível para o

financiamento do desenvolvimento da economia angolana.

38. Os desafios que se colocam à política fiscal angolana são grandes, nomeadamente para fazer

face à reduzida capacidade de arrecadação de receitas e à incapacidade de alargar a base

tributável, também pelo peso significativo que o sector informal tem na economia nacional.

39. O Projecto Executivo para a Reforma Tributária (PERT), criado pelo Decreto

Presidencial nº155/10, de 28 de Julho, já permitiu dar passos significativos no sentido de

ultrapassar os constrangimentos existentes, através da optimização e modernização do sistema,

do aparelho institucional e do quadro legal na área da tributação, para transformar a fiscalidade

num instrumento fundamental e eficaz de desenvolvimento económico-social e de equidade na

redistribuição do rendimento nacional. A implementação destas prioridades far-se-á, em 2013, de

acordo com os seguintes programas de acção fundamentais, norteados pelos objectivos que

abaixo se identificam:

A. Reforma do sistema tributário - Criar um sistema tributário justo, simples,

eficiente e eficaz na arrecadação.

B. Reforma da justiça tributária - Assegurar o cumprimento dos deveres e a

protecção integral efectiva dos direitos dos contribuintes.

C. Reforma da tributação internacional - Reduzir a dupla tributação e a evasão

fiscal.

D. Reforma da parafiscalidade - Simplificar o sistema de taxas e outras receitas

parafiscais, visando desonerar a actividade dos particulares e empresas.

5.2 Política para o Sector Real da Economia (Diversificação da economia nacional,

Promoção do empreendedorismo e desenvolvimento do sector privado nacional,

Substituição das importações e promoção das exportações)

Page 15: Rela de fundamentacao_do_oge13

15

40. As bases para a intensificação do processo de diversificação estrutural da economia foram

lançadas através do forte esforço de investimento público em infraestruturas de apoio ao

desenvolvimento e pela criação de um ambiente macroeconómico favorável ao investimento

privado no sector não petrolífero (graças a uma melhor coordenação entre as políticas fiscal,

monetária e cambial), indutores do investimento privado. Para além da necessidade de dar

continuidade a esse esforço, a efectivação do processo de diversificação resultará, também, da

implementação de uma política de apoio ao desenvolvimento dos vários sectores da economia

nacional, desenvolvimento que terá como consequência a criação de empregos.

41. Os objectivos nacionais da Política Promoção e Diversificação do Desenvolvimento

Económico para 2013-2017 são os seguintes:

a. Promover o crescimento equilibrado dos vários sectores de actividade económica,

centrado no crescimento económico e na expansão das oportunidades de

emprego;

b. Valorizar os recursos naturais, possibilitando o alongamento das cadeias de valor

e a construção de clusters e fileiras com base nos recursos endógenos.

c. Aumentar a auto-suficiência do país, através da gradual substituição

selectiva/competitiva das importações.

Programas de Acção Fundamentais. Objectivos e Medidas de Política

42. A implementação destas prioridades far-se-á com base nos seguintes Programas de Acção

Fundamentais, norteados pelos objectivos que abaixo se identificam:

a. Programa de Diversificação da Produção Nacional - Criação de uma base económica

sólida e diversificada, que permita diminuir a dependência das importações de produtos

de consumo e a elevada dependência das exportações do sector petrolífero.

b. Programa de Criação de Clusters Prioritários - Desenvolver sectores que permitam

criar vantagens comparativas dinâmicas capazes de sustentar o posicionamento de

Angola nos segmentos de cadeias produtivas de maior valor acrescentado.

c. Programa Angola Investe - Criação em Angola de um tecido empresarial nacional

fortalecido, sobretudo ao nível das MPME, que seja gerador de emprego e de riqueza

para os angolanos.

43. Além destes, outros programas incluem: Programa de Promoção do Empreendedorismo;;

Programa de Facilitação do Acesso ao Crédito; Programa de Apoio a Actividades Económicas

Emergentes; Programa de Reconversão da Economia Informal; Programa de Apoio às Grandes

Empresas e Sua Inserção em Clusters Empresariais (PAGEC); Programa de Deslocalização de

Empresas Para Angola; Consolidação do Sistema Nacional de Planeamento e a Modernização do

Sistema Estatístico Nacional.

Page 16: Rela de fundamentacao_do_oge13

16

5.3 Políticas de Desenvolvimento Humano (Redução da pobreza e das

desigualdades sociais, Capacitação e valorização dos recursos humanos nacionais,

Educação, Saúde, Integração e protecção social, Igualdade do género, Ambiente,

Cultura, desporto e recreação)

Programas de Acção Fundamentais. Objectivos e Medidas de Política

44. A implementação das prioridades neste domínio far-se-á, em 2013, de acordo com os

seguintes Programas de Acção norteados pelos Objectivos que abaixo se identificam:

A. Actualização da Política de População - Assegurar que a Política de Habitação

incorpore os resultados do 1º Recenseamento Geral da População e Habitação;

B. Elaboração e Implementação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento de

Recursos Humanos - Elaborar e Implementar a Estratégia Nacional de

Desenvolvimento de Recursos Humanos, abrangendo e integrando todos os níveis

de formação-base e de qualificação, desde a alfabetização, educação e formação

iniciais até à formação avançada, que responda às necessidades de

desenvolvimento do Pais e melhore substancialmente a qualidade da educação-

formação;

C. Valorização da Família e Melhoria das Suas Condições de Vida - Criar as

condições económicas, sociais, culturais e políticas para que a família possa

desempenhar a sua função nuclear na sociedade, com respeito da sua identidade,

unidade, autonomia e valores tradicionais;

D. Promoção da Igualdade de Género - Promover para Homens e Mulheres, iguais

oportunidades, direitos e responsabilidades em todos os domínios da vida

económica, social e política;

E. Valorização e Protecção Social do Idoso - Proteger socialmente o idoso e

valorizar o seu papel económico, social e cultural;

F. Protecção Integral dos Direitos da Criança - Garantir a protecção integral dos

direitos da criança, tendo em vista o desfrute pleno, efectivo e permanente dos

princípios reconhecidos na legislação nacional e nos tratados internacionais de

que o País é signatário, constituindo uma efectiva Agenda para a Defesa dos

Direitos da Criança;

G. Integração dos Movimentos Migratórios na Política Nacional de População -

Integrar os movimentos migratórios internos e externos, na Estratégia Nacional de

Desenvolvimento e na Política Nacional de População;

H. Programa de Melhoria das Condições de Vida dos Ex-Militares e Suas

Famílias – Assegurar a melhoria das condições de vida dos ex-militares e suas

famílias.

45. Outros principais programas incluem: Actuação na Formação e Redistribuição do

Rendimento; implementação, de forma integrada, dos Programas de Rendimento Mínimo e

Page 17: Rela de fundamentacao_do_oge13

17

outras formas de Protecção Social; Programa de Alfabetização; Elaboração e Implementação da

Estratégia Nacional de Formação de Quadros; Apoio à Criação de Emprego Produtivo;

Modernização da Organização do Trabalho; Programa de Reabilitação de Ex-Militares

Portadores de Deficiência; Inserção dos Jovens na Vida Activa e a Melhoria da Qualidade de

Vida da Juventude.

5.4 Política de Desenvolvimento Equilibrado do Território Nacional

Programas de Acção Fundamentais. Objectivos e Medidas de Política

46. A implementação destas prioridades far-se-á, em 2013, de acordo com os seguintes

Programas de Acção Fundamentais, norteados pelos objectivos que abaixo também se

identificam:

A. Estruturação do povoamento e ordenamento do território - Promover o

desenvolvimento harmónico do território, assegurando o respeito pelo meio

ambiente natural, o património histórico e cultural do país e ordenar os impactos

sobre o território nacional das actividades dos agentes públicos e privados.

B. Construção de uma rede integrada de transportes e comunicações - Integrar o

território nacional, favorecendo a circulação das populações e dos bens e serviços

produzidos e valorizando a posição geo-estratégica de Angola.

C. Modernização das Capitais de Província.

47. A estratégia de desenvolvimento do território nacional procura combater os desequilíbrios

territoriais existentes no País, através do desenvolvimento de uma rede de pólos de

desenvolvimento, pólos de equilíbrio, plataformas de internacionalização e eixos de

desenvolvimento, consolidados e potenciais, tendo em consideração os clusters considerados

prioritários (alimentação e agro-indústria, energia e água, habitação e transportes e logística)

5.5 Política de Defesa e Segurança Nacional

Programas de Acção Fundamentais. Objectivos e Medidas de Política

48. A implementação destas prioridades far-se-á com base nos seguintes Programas de Acção

Fundamentais, norteados pelos objectivos que abaixo se identificam:

A. Melhoria da Qualidade e das Capacidades Técnica, Operacional, Logística e

Infraestrutural das Forças Armadas - Melhorar a Eficiência e a Capacidade

Técnica e Operacional das Forças Armadas.

B. Qualificação Técnica e Profissional dos Recursos Humanos das Forças de

Segurança - Elevar a Capacidade Técnica e Profissional dos Efectivos das Forças

Armadas e Melhoria das suas Condições de Vida.

C. Revisão da Legislação Fundamental sobre Defesa Nacional e Forças

Page 18: Rela de fundamentacao_do_oge13

18

Armadas - Actualizar e Modernizar o Enquadramento Legal e Regulamentar da

Defesa Nacional e das Forças Armadas.

D. Revisão da Legislação Fundamental sobre Segurança e Ordem Interna -

Actualizar e Modernizar o Enquadramento Legal e Regulamentar sobre Segurança

e Ordem Interna.

E. Garantia da Segurança Pública e da Integridade e Controlo das Fronteiras

Nacionais e Combate à Criminalidade - Garantir a Segurança e Ordem Interna e

Combater a Criminalidade.

VI. PROPOSTA DO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO

6.1 Enquadramento Institucional

49. A presente proposta para o Orçamento Geral do Estado 2013 foi elaborada mediante a

prévia auscultação dos Departamentos Ministeriais, Governos Provinciais e Órgãos de

Soberania, em obediência ao disposto no artigo 104.º da Constituição da República, no qual se

define que o Orçamento Geral do Estado constitui o plano financeiro anual ou plurianual

consolidado do Estado, devendo ser consentâneo com o planeamento nacional e obedecer ao

princípio da transparência.

50. Para o processo de auscultação, tomou-se em conta que o Orçamento deve ser visto como

instrumento de viabilização das opções de política económica do Executivo, transformando-o em

instrumento efectivo de programação, de modo a possibilitar a implementação e a avaliação dos

programas e acções.

51. Face a essas determinações, e tal como em anos anteriores, foram estabelecidos os limites de

despesa a serem observados pelas Unidades Orçamentais, tomando-se como referência o OGE

2012 e a execução do OGE 2011, tendo sido ajustados durante o processo de elaboração das

Propostas Orçamentais. Aos Órgãos Sectoriais do Sistema Orçamental assegurou-se a

prerrogativa de proporem a distribuição desses limites entre as suas Unidades Orçamentais e

Órgãos Dependentes, quer sejam da administração directa como da indirecta (Institutos Públicos

e Fundos Autónomos), contemplando-os de acordo com as prioridades da política sectorial,

incumbindo-lhes aprovar, em primeira instância, as propostas orçamentais das respectivas

Unidades Orçamentais.

52. Ao Ministério das Finanças incumbiu avaliar e consolidar as Propostas Orçamentais dos

Departamentos Ministeriais e Governos Provinciais, integrando-as, juntamente com a proposta

orçamental dos Órgãos de Soberania, no Projecto do Orçamento Geral do Estado submetido ao

Presidente da República.

Page 19: Rela de fundamentacao_do_oge13

19

6.2 Enquadramento Macroeconómico

53. O enquadramento macroeconómico da Proposta Orçamental orientou-se pelas definições

estratégicas do Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017, relativas aos objectivos para a

variação dos Preços, do Produto Interno Bruto (PIB) e das Reservas Internacionais Líquidas

(RIL), tendo por base os pressupostos assumidos para a produção física e o preço do petróleo

bruto, a taxa de câmbio, a massa monetária (M2) e o investimento directo líquido.

Quadro 8: Pressupostos utilizados na elaboração do OGE

54. O crescimento assumido para o PIB Global em termos reais (7,1% em 2013) mostra-se

superior à taxa prevista pelo FMI para os países da África Subsaariana (5,7%) e para os países

emergentes (5,6%), reflectindo uma perspectiva de crescimento mais acentuado do sector não-

petrolífero (7,3%) comparativamente ao crescimento do sector petrolífero (6,6%), consentânea

com o objectivo do planeamento nacional no sentido de se reduzir gradualmente a dependência

económica do País ao sector petrolífero.

55. Do lado do sector não-petrolífero, o prognóstico de crescimento decorre da perspectiva de

aceleração da actividade económica e do desenvolvimento territorial, induzida pelos

investimentos públicos na infraestrutura económica e social, que têm garantido o relançamento

da agricultura, da indústria e dos serviços, propiciando o aumento do emprego e a crescente

substituição da importação dos bens básicos de consumo da população.

56. Do lado do sector petrolífero, projecta-se um preço médio do barril de petróleo bruto de US$

96,00 em 2013, superior aos US$ 77,00 assumidos na proposta do OGE 2012, mas ainda

conservador em relação aos preços médios reais apurados em 2011 (US$ 110,10) e em 2012, até

Outubro (US$ 103,80). Para além disso, espera-se que a eventual queda dos preços em 2013 não

seja significativa, tendo em conta a gradual recuperação das Economias Avançadas prevista pelo

FMI (1,5% em 2013, contra 1,3% em 2012), conforme demonstrado no Quadro 1 – Evolução do

Produto Mundial, prevendo-se que o preço médio do petróleo bruto das ramas Brent, Dubai e

WTI se situe US$103,10 por barril.

Indicadores Macroeconómicos 2011 2012

Exec. Prog. 2013 2014 2015 2016 2017

Inflação (%) 11,4 10,0 9,0 8,0 7,0 7,0 7,0

Produção Petrofífera Anual 605,9 657,3 673,6 704,0 732,5 760,4 686,0

Média Diária Anual 1,66 1,80 1,84 1,93 2,01 2,08 1,88

Preço Médio de Exportação do petróleo Bruto (US$) 110,1 103,8 96,0 93,4 92,0 89,9 89,4

Produto Interno Bruto

Valor Nominal (Mil Milhões de KZ) 9.780,1 11.019,1 11.951,2 13.220,3 14.997,3 16.808,8 18.513,0

Taxa de Crescimento Real (%) 3,9 7,4 7,1 8,0 8,8 7,5 4,3

Sector Petrolífero 5,6 - 4,3 6,6 4,5 4,0 3,8 9,8 -

Sector Não-Petrolífero 9,7 9,1 7,3 9,7 11,2 9,2 10,4

Saldo primário Não Petrolífero (%do PIB Não petrolífero) 48,2 - 47,4 - 43,8 - 37,6 - 32,6 - 28,2 - 24,1 -

Stock de RIL (Mil Milhões de US$) 26.084,2 32.241,5 40.308,9 45.532,7 47.764,5 50.571,5 53.890,5

Taxa de Câmbio 94,0 96,4 96,3 97,8 99,1 100,1 102,7

Taxa de Crescimento do M2 21,4 33,5 31,5 19,6 18,9 15,6 13,5

Investimento Directo Líquido 4.613,03 - 1.119,78 - 1.652,30 - 1.239,01 - 811,38 - 3.139,18 6.264,02

Premissas, Metas/Objectivos

Page 20: Rela de fundamentacao_do_oge13

20

57. Deste modo, considerando que a produção petrolífera anual deve atingir os 673,6 milhões

de barris de petróleo em 2013, reflecte o crescimento do PIB real do sector petrolífero em 6,6%.

6.3 Política e Medidas de Política Orçamental

58. A Política Orçamental mantém na Proposta do OGE 2013 o compromisso com as melhores

práticas internacionais de governação macroeconómica e gestão das finanças públicas, adaptando

princípios consagrados de Transparência e Responsabilidade Fiscal, consubstanciados na

observância de limites orçamentais estratégicos, para a preservação do equilíbrio fiscal e a

prevenção de potenciais factores capazes de criar riscos ao alcance do resultado fiscal

programado.

59. Nessa linha de orientação, foram respeitados, no que tange à expressão financeira das

rubricas que integram a Proposta do OGE 2013, os seguintes pressupostos:

a. A quantificação financeira das propostas orçamentais preliminares, elaboradas

pelas Unidades Orçamentais e Órgãos Dependentes, foi feita sob a

responsabilidade e supervisão dos respectivos Departamentos do Executivo e

Governos Provinciais;

b. As propostas dos Órgãos de Soberania são discutidas entre o Titular de cada

Órgão e o Poder Executivo; e

c. É vedada a admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, sem o devido

planeamento de efectivos e previsão da respectiva dotação orçamental,

exceptuando-se a reposição decorrente de aposentação ou falecimento de

funcionários públicos.

60. A plena aplicação do estabelecido pela Lei do OGE ao longo do ano fiscal de 2013 será um

dos aspectos nos quais se centrarão a gestão financeira pública.

6.3 Fluxos Globais do Orçamento Geral Do Estado 2013

6.3.1 Quadro Macro Fiscal

61. Os fluxos globais do OGE 2013 são apresentados no Quadro do Balanço Fiscal

Macroeconómico 2011-2013, em valores absolutos e como percentagens do PIB. Nota-se que

OGE 2013 tem Receitas Fiscais (exclui desembolsos de financiamentos e venda de activos)

projectadas em cerca de Kz4.570,4 mil milhões e Despesas Fiscais (exclui amortização da dívida

e constituição de activos) fixadas em Kz5.020,9 mil milhões, do que resulta num déficit fiscal de

Kz450,54 mil milhões (US$4.678 milhões), equivalente a 3,8% do PIB.

Page 21: Rela de fundamentacao_do_oge13

21

Quadro 9:Balanço Fiscal Macroeconómico 2011-2013

Mil Milhões de Kwanzas Correntes %PIB

2011

Exec.

2012

Est.

2013

OGE

2011

Exec.

2012

Est.

2013

Prel.

1 Receitas 4.775,6 5.039,8 4.570,4 50,4 45,7 38,2

1.1 Impostos 4.527,7 4.794,0 4.400,9 47,8 43,5 36,8

1.1.1 Petrolíferos 3.817,1 4.050,2 3.281,8 40,3 36,8 27,5

1.1.1.1 Dos quais: Direitos da concessionária 2.464,9 2.835,7 2.390,8 26,0 25,7 20,0

1.1.2 Não petrolíferos 710,6 743,8 1.119,2 7,5 6,8 9,4

1.2 Contribuições sociais 89,8 71,7 72,4 0,9 0,7 0,6

1.3 Doações 1,8 1,3 0,1 0,0 0,0 0,0

1.4 Outras receitas 156,2 172,7 97,0 1,7 1,6 0,8

2 Despesa Total 3.774,7 4.078,5 5.020,9 39,9 37,0 42,0

2.1 Despesas correntes 2.928,4 2.842,0 3.340,6 30,9 25,8 28,0

2.1.1 Remuneração dos empregados 877,3 939,7 1.296,1 9,3 8,5 10,8

2.1.2 Bens e serviços 1.030,8 1.144,9 1.155,6 10,9 10,4 9,7

2.1.3 Juros 94,6 107,8 64,8 1,0 1,0 0,5

2.1.4 Transferências correntes 925,7 649,6 824,1 9,8 5,9 6,9

2.2. Aquisição de activos não financeiros 846,3 1.236,5 1.680,3 8,9 11,2 14,1

Saldo corrente sem doações 1.845,3 2.196,4 1.229,6 19,5 19,9 10,3

Saldo corrente 1.847,1 2.197,7 1.229,8 19,5 19,9 10,3

0,0

Saldo global sem doações 999,0 959,9 -450,6 10,6 8,7 -3,4

Saldo global (compromisso) 1.000,9 961,2 -450,5 10,6 8,7 -3,4

0,0

3 Variação de atrasados 151,8 -70,7 0,0 1,6 -0,6 0,0

3.1 Internos 151,7 -70,7 0,0 1,6 -0,6 0,0

Activos 119,8 -155,1 0,0 1,3 -1,4 0,0

Passivos 31,9 84,4 0,0 0,3 0,8 0,0

3.2 Externos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Saldo global (caixa) 1.152,6 890,5 -450,5 12,2 8,1 -3,8

4 Financiamento líquido -1.152,6 -890,5 450,5 -12,2 -8,1 3,8

4.1 Financiamento interno (líquido) -1.203,5 -1.064,8 -145,4 -12,7 -9,7 -1,2

4.1.1 Bancos -825,5 -276,5 288,9 -8,7 -2,5 2,4

4.1.2 Outros -378,0 -788,3 -434,3 -4,0 -7,2 -3,6

4.2 Financiamento externo (líquido) 50,8 172,4 595,9 0,5 1,6 5,0

4.2.1 Activos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

4.2.2 Passivos 50,8 172,4 595,9 0,5 1,6 5,0

4.2.2.1 Empréstimos líquidos recebidos 50,8 172,4 595,9 0,5 1,6 5,0

4.2.2.1.1 Desembolsos 186,1 318,6 774,9 2,0 2,9 6,5

4.2.2.1.2 Amortizações -135,3 -146,2 -179,0 -1,4 -1,3 -1,5

4.2.2.2 Outras contas a pagar 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Discrepâncias

Saldo Primário Não Petrolífero -2.475,1 -2.697,6 -3.428,3 26,1 -24,5 -28,7

Saldo Não Petrolífero -2.569,8 -2.805,5 -3.493,2 -27,1 -25,5 -29,2

Saldo Primário Não Petrolífero(% do PIB Não Petrolífero) -48,2 -44,1 -46,7

Memo

Inflação/Inflation (%) 11,40 9,02 9,00

Taxa de Câmbio Média/Average exchange rate (AOA/US $) , 94,00 96,40 96,30

Exportações Petrolíferas (milhões de Barris)/Oil exports (mill ion barrels) 605,90 657,30 673,60

Preço Médio do Petróleo/Average oil export price US$/barrel) 110,10 103,80 96,02

Produto Nominal (Bil iões de KZ)/ Nominal GDP (AOA bill ion) 9.780,10 11.019,10 11.951,20

Taxa de Cresc. Produto Real/Real GDP growth (% chg) 3,90 7,40 7,10

Cód. PF Descrição

Page 22: Rela de fundamentacao_do_oge13

22

62. A distribuição da receita por natureza económica revela que as receitas arrecadadas ao sector

petrolífero continuam predominantes (50%), por efeito da produção crescente e dos preços ainda

favoráveis do petróleo, seguindo-se as receitas do sector não-petrolífero (17%) e dos

financiamentos externos (12%):

Gráfico 3. Angola – Composição da Receita do OGE 2013

63. A composição da despesa por natureza económica reflecte o apoio prioritário à ampliação

das infra-estruturas económicas e sociais necessárias ao aumento da produção, do emprego e do

bem-estar da população, com a predominância dos dispêndios para fins de Investimento (25,3%),

Pessoal (19,53%), Amortização da Dívida (18,24%); e com Aquisição de Bens e Serviços

(17,41); em contraposição às despesas de menor expressão como Outras Despesas (6,09%) e

pagamento de juros (1%):

Gráfico 4. Angola – Composição da Despesa do OGE 2013

3.281,8

1.119,2 441,0

774,9

288,9 729,8

Receitas do OGE 2013 (Mil Milhões de Kwanzas)

Petrolíferas

Não-petrolíferas

Financiamentos internos

Financiamentos externo

Reservas

Outras

64,83 1.210,53

1.296,15

1.155,61

824,06

1.680,26

404,14 0

Despesas do OGE 2013

(Mil Milhões de Kwanzas)

Juros

Amortização da Dívida

Pessoal

Bens e Serviços

Subsídios

Investimentos

Page 23: Rela de fundamentacao_do_oge13

23

6.3.2 Despesas Funcionais

64. A distribuição funcional e programática da despesa prioriza o sector Social que averba

33,6% dos recursos, sendo 8,82% para a Educação, 5,56% para a Saúde, 11,09% para Protecção

Social, 4,70% para a Habitação e 2,1% pra a Proteção Ambiental. Em seguida têm-se a

Administração Pública com 22,9%; ficando os Assuntos Económicos (incluindo Transportes e

Agricultura, entre outros sectores) e a Defesa e Ordem Pública, ambos com aproximadamente

18%.

Gráfico 5. Angola – Composição Funcional da Despesa do OGE 2013

Gráfico 6: Composição da Despesa por Função, 2011-2013

585,72

369,16

736,49

82,08

312,03

140,96

587,87 583,45

1.218,01

2.019,80

-

500,00

1.000,00

1.500,00

2.000,00

2.500,00

Despesa por Função OGE 2013 (Mil Milhões de Kwanzas)

Educação

Saúde

Protecção Social

Recreação, Cultura E Religião

Habitação E Serviços Comunitários

Protecção Ambiental

Defesa

Segurança E Ordem Pública

Assuntos Económicos

Serviços Públicos Gerais

AdministraçãoDefesa, segurança e Ordem

PúblicaSector Social Sector Económico Encargos Financeiros

2011 14,3 15,3 32,9 11,8 25,8

2012 20,5 15,1 33,1 10,0 21,3

2013 22,9 17,7 33,6 18,4 7,5

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

Percen

tag

em

Page 24: Rela de fundamentacao_do_oge13

24

65. Verifica-se a diminuição do peso das despesas com os encargos financeiros e os Sectores

Económicos, a favor da Administração e dos Sectores Sociais, continuando este a beneficiar da

maior afectação dos recursos totais do OGE.

66. O aumento do peso do sector social resulta do crescimento nas despesas de operação e

manutenção das instituições prestadoras de serviços públicos de saúde, de educação e de

assistência social a crianças e idosos. As dotações orçamentais para o sector social, em especial

nos sectores da saúde, educação e ensino superior visam assegurar a implementação do Plano

Nacional de Desenvolvimento 2013-217, destacando-se as seguintes acções:

a. Redução da mortalidade materna, infantil e infanto-juvenil, bem como da morbi-

mortalidade por doenças do quadro nosológico;

b. Consolidação do processo de reforma e o aumento da capacidade de atendimento

ao nível do Município;

c. Operacionalização da atenção secundária e terciária a nível regional e nacional

d. Prevenção e luta contra as grandes endemias;

e. Capacitação dos quadros da saúde, dos indivíduos, das famílias e das

comunidades para a promoção e protecção da saúde;

f. Ampliação das infra-estruturas sanitárias e o reforço da capacidade de

desempenho das mesmas;

g. Melhorar a eficiência e a qualidade da gestão hospitalar;

h. Desenvolver e implementar um sistema de garantia de qualidade de produtos

farmacêuticos;

i. Alargamento do acesso ao ensino através da construção, reabilitação, ampliação e

apetrechamento de instituições escolares;

j. Assegurar a obrigatoriedade e gratuitidade do ensino pré-escolar;

k. Desenvolvimento e estruturação da formação de professores;

l. Intensificação da alfabetização de adultos;

m. Melhoria da gestão escolar;

n. Assegurar o acesso gratuito a livros e material escolar;

o. Reabilitação e dotação de infra-estruturas do ensino superior;

p. Formação dos gestores, do pessoal docente e técnicos no domínio das

aprendizagens e da avaliação das instituições;

q. Aquisição, manutenção e renovação de laboratórios, oficinas e bibliotecas nas

instituições do ensino superior;

r. Incremento de acções que estimulem a investigação científica; e

s. Aumento das bolsas de estudo internas e externas.

67. No domínio da assistência social à criança e ao idoso, visando garantir as refeições diárias,

vestuário e roupas de cama, assegurar a higiene e o saneamento básico das instituições, o

presente orçamento contempla despesas de operação e manutenção de 19 lares de assistência à

pessoa idosa, 160 centros infantis, 320 centros infantis comunitários e 2 centro comunitários,

beneficiando 101.837 utentes.

Page 25: Rela de fundamentacao_do_oge13

25

6.3.3 Fluxos de Origens e Aplicações de Recursos

68. Em termos dos Fluxos de Origem e Aplicação dos Recursos, o OGE 2013 apresenta um

montante total de Kz6.635,5 mil milhões. A proposta orçamental deverá ser financiada em

resultado das seguintes operações financeiras activas brutas:

Desembolsos de financiamentos internos: Kz1.000,3 mil milhões (US$10.387,6 milhões);

Desembolsos de financiamentos externos: Kz774,9 mil milhões (US$8.046,8 milhões);

69. Entretanto, as operações financeiras passivas brutas consideradas são as seguintes:

Amortização da dívida interna: Kz1.031,3 mil milhões (US$10.711,2 milhões);

Amortização da dívida externa: Kz178,9 mil milhões (US$1.858,4 milhões);

Concessão de empréstimos: Kz62,5 mil milhões (US$649,0 milhões); e

Outras aplicações financeiras: Kz386,7 mil milhões (US$4.015,5 milhões).

70. Tendo em conta essas operações, as projecções indicam um incremento do stock da dívida

total do Governo situando-se na ordem dos US$39.178 milhões, equivalente a 32% do PIB.

Page 26: Rela de fundamentacao_do_oge13

26

Quadro 10: Fluxos de Origens e Aplicações dos Recursos

DESIGNAÇÃO 2011 2012 2013

Exec. Previsto OGE

I ORIGENS (1.1+1.2+1.3+1.4+1.5) 5.556.565.967.825,54 5.532.426.124.882,05 6.635.567.190.477,00

1.1 Receitas fiscais 4.775.555.104.532,13 5.039.757.026.393,53 4.570.395.417.762,00

1.1.1 Impostos 4.527.744.949.476,04 4.794.033.650.666,46 4.400.920.700.106,00

1.1.1.1 Petrolíferas 3.817.114.500.047,00 4.050.238.884.100,64 3.281.753.457.002,00

1.1.1.1.1 Dos quais: Receita da concessionária 2.464.867.437.983,96 2.835.690.175.344,87 2.390.839.025.292,00

1.1.1.2 Não petrolíferas 710.630.449.429,03 743.794.766.565,82 1.119.167.243.104,00

1.1.2 Contribuições 89.775.916.946,83 71.729.147.220,00 72.371.135.482,00

1.1.3 Doações 1.822.813.780,48 1.324.792.072,07 124.774.020,00

1.1.4 Outras receitas 156.211.424.328,79 172.669.436.435,00 96.978.808.154,00

0,00 0,00

1.2 Amortização de empréstimos concedidos 0,00 7.600.000,00 7.600.000,00

0,00 0,00

1.3 Venda de activos 464.056.713,00 0,00 1.027.103.646,00

0,00 0,00

1.4 Financiamentos 659.963.323.695,24 647.804.729.447,61 1.775.237.069.069,00

1.4.1 Internos 473.858.286.261,44 329.207.603.640,01 1.000.324.481.524,00

1.4.1.1 Títulos 415.342.880.868,10 329.207.603.640,01 441.000.000.000,00

1.4.1.2 Outros (inclui atrasados) 58.515.405.393,34 0,00 559.324.481.524,00

1.4.2 Desembolsos externos 186.105.037.433,80 318.597.125.807,60 774.912.587.545,00

1.4.2.1 Empréstimos financeiros 0,00 0,00 0,00

1.4.2.2 Linhas de crédito e projectos 186.105.037.433,80 318.597.125.807,60 774.912.587.545,00

1.4.2.3 Outros (inclui perdão e reescalonamento) 0,00 0,00 0,00

0,00 0,00

1.5 Reservas do Tesouro 120.583.482.885,17 -155.143.230.959,09 288.900.000.000,00

0,00 0,00

II APLICAÇÕES (2.1+2.2+2.3+2.4+2.5+2.6+2.7+2.8) 5.556.565.967.825,55 5.532.426.124.882,05 6.635.567.190.477,00

2.1 Remuneração dos empregados 877.329.770.877,61 939.710.370.141,17 1.296.146.003.446,00

2.1.1 Vencimentos 825.818.952.875,48 881.253.386.112,70 1.220.452.112.599,00

2.1.2 Contribuições sociais 51.510.818.002,13 58.456.984.028,47 75.693.890.847,00

2.2 Bens e serviços 1.030.734.470.062,64 1.144.863.275.198,64 1.155.612.121.365,00

2.3 Juros 94.614.329.791,84 107.745.697.079,06 64.825.779.435,00

2.3.1 Externos 38.412.864.671,11 32.680.344.211,77 37.671.219.416,00

2.3.2 Internos 56.201.465.120,73 75.065.352.867,29 27.154.560.019,00

2.4 Transferências 925.653.557.957,55 649.626.337.741,74 824.059.624.429,00

2.4.1 Subsídios 766.337.272.524,47 480.235.824.069,47 577.073.431.659,00

2.4.2 Doações 2.193.716.146,17 3.368.859.610,24 0,00

2.4.3 Prestações sociais 127.024.982.322,82 113.170.635.482,99 180.989.456.842,00

2.4.4 Outras 30.097.586.964,09 52.851.018.579,05 65.996.735.928,00

0,00 0,00

2.5 Aquisição de activos não financeiros (Inclui Investimentos) 845.878.410.525,50 1.236.511.774.306,43 1.680.255.565.766,00

0,00 454.226.337.851,93

2.6 Outras aplicações financeiras 191.555.217.873,88 349.022.078.835,45 404.141.659.633,00

2.6.1 Concessão de empréstimos 46.084.334.284,59 21.622.078.835,45 17.446.616.859,00

2.6.2 Outras aplicações 145.470.883.589,29 327.400.000.000,00 386.695.042.774,00

0,00 0,00

2.7 Amortização da dívida 778.888.053.622,58 830.332.171.214,43 1.210.526.436.403,00

2.7.1 Interna 643.622.070.462,37 684.120.534.677,11 1.031.563.529.843,00

2.7.1.1 Titulada 674.352.956.059,10 768.459.646.383,37 1.031.563.529.843,00

2.7.1.2 Outra -30.730.885.596,73 -84.339.111.706,26 0,00

2.7.2 Externa 135.265.983.160,21 146.211.636.537,32 178.962.906.560,00

0,00 0,00

2.8 Reservas do Tesouro 811.893.582.693,24 276.503.886.766,16

0,00 0,00

III SALDO (I - II) (+: excesso de financiamento; -: gap de financiamento) 0,00 0,00 0,00

Page 27: Rela de fundamentacao_do_oge13

27

71. Os fluxos de origens e aplicações dos recursos conformam-se nos limites fiscais comentados

a seguir e que são pilares da Transparência e Responsabilidade Fiscal face à sua clara

determinação nos artigos adiante citados na Lei n.º 15/10, de 14 de Julho, Lei do OGE:

a. A Despesa Total limita-se ao valor da Receita Total, expressando-se ambas em

Kz 6.635,6 mil milhões, equivalentes a 55,5% do PIB (item 1 do artigo 7.º da Lei-

Quadro);

b. As Despesas Correntes, no valor de Kz 3.340,6 mil milhões, não ultrapassam as

Receitas Correntes, no valor Kz4.570,4 mil milhões (item 2 do mesmo artigo);

c. As Necessidades de Financiamento estão a ser atendidas sem o recurso à emissão

de moeda (item 3 do mesmo artigo);

d. As Receitas abrangem todas as receitas públicas cuja titularidade é o Estado ou a

Autarquia, bem como dos órgãos que deles dependem, inclusive as relativas a

serviços e fundos autónomos, doações e operações de crédito, não se incluindo as

operações de crédito por antecipação de receita, as emissões de papel-moeda e

outras entradas compensatórias no activo ou no passivo financeiro (itens 1, 3 e 4

do artigo 8.º);

e. Deste modo, a dívida pública fundada, interna e externa, de curto, médio e longo

prazos, não deverá ultrapassar, no final de 2013, o stock estimado do

correspondente à 32% do PIB situando-se abaixo, do limite legal de 60% (item 3

do artigo 71.º).

72. Para além desses preceitos legais, estão a ser observados outros limites fiscais implícitos na

estratégia macroeconómica definida para o crescimento sustentável da economia, na forma

seguinte:

a. Os juros da dívida pública ( Kz 64,82 mil milhões) são cobertos folgadamente

pelo superavit primário de receitas correntes (Kz 1.229 mil milhões), evitando que

se possam constituir num factor de indução do défice nominal nas contas

públicas;

b. As despesas com o pessoal (Kz 1.296,1 mil milhões) limitam-se a 28,3% das

receitas correntes (Kz 4.570,4 mil milhões), não comprometendo, portanto, a

capacidade de investimento dos Recursos Ordinários do Tesouro;

c. Não há aumento de despesas com carácter de continuidade desprovido da

cobertura de equivalente aumento de receitas com igual carácter de continuidade,

garantindo-se desta forma a pontualidade dos pagamentos do Tesouro e, portanto,

a observância de um dos pilares fundamentais da responsabilidade fiscal.

Page 28: Rela de fundamentacao_do_oge13

28

73. O detalhe da Proposta do Orçamento Geral do Estado 2013 contêm os seguintes documentos

anexos:

Resumo da Receita Por Natureza Económica

Resumo da Receita Por Fonte de Recurso

Resumo da Despesa Por Natureza Económica

Resumo da Despesa Por Função

Resumo da Despesa Por Local

Resumo da Despesa Por Programa

Distribuição do PIP Pelo Território Nacional

Dotações Orçamentais Por Órgão

Luanda, aos 14 de Fevereiro de 2013.