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1 MARIA OFELIA FERREIRA SANTOS RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA RIO DE JANEIRO – RJ 2010

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MARIA OFELIA FERREIRA SANTOS

RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

RIO DE JANEIRO – RJ

2010

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MARIA OFELIA FERREIRA SANTOS

RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao curso de Pós-Graduação “LATO SENSU” da Universidade Candido Mendes, como requisito para obtenção de grau em Licenciatura Plena em Administração e Supervisão Escolar, orientado pela Profa. Dayse Serra.

RIO DE JANEIRO – RJ

2010

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MARIA OFELIA FERREIRA SANTOS

RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

Avaliado por:

____________________________

Profa. Dayse Serra(AVM)

Data: 30=04=2010

RIO DE JANEIRO – RJ

2010

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Dedico este trabalho a minha querida Família e a todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para que todos os desafios fossem superados com determinação.

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Agradeço a Deus. O Mestre dos Mestres, pela presença iluminadora nos momentos mais difíceis na minha vida.

Aos meus irmãos e amigos.

À minha amiga (mãe) Maria do Socorro Santana, por ter me proporcionado o estudo acadêmico, para que eu pudesse conquistar esta vitória.

À minha orientadora profa. Dayse Serra.

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Eu sou um intelectual que não

tem medo de ser amoroso, eu

amo as gentes e amo o mundo.

E é porque amo as pessoas e

amo o mundo, que eu brigo para

que a justiça social se implante

antes da caridade.

Paulo Freire

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RESUMO

O presente tema: Relação Família e Escola, tem por finalidade investigar como

o relacionamento da família e da escola pode influenciar no processo de ensino

aprendizagem. Portanto o problema deste estudo busca soluções para conflitos

nas dimensões afetiva e socializadora para que assim a escola em conjunto

com as famílias possa ajudar os alunos a alcançar melhores rendimentos. Ao

refletir sobre a ausência da família na educação formal dos filhos, assim como,

o aperfeiçoamento dos meios em que vive para aproximar filhos e pais da

escola. Ao adotar a pesquisa bibliográfica, foi possível analisar diferentes

reflexões sobre o papel da família e da escola no processo ensino-

aprendizagem. Assim, a pesquisa tem como resultado ratificar a relação

família-escola, que é de extrema importância na construção da identidade e

autonomia do aluno, a partir do momento em que há um acompanhamento

durante o processo educacional, que leva segurança por parte dos filhos que

se sentem duplamente amparados pelos professores e pelos pais. Nesta

pesquisa a proposta mais relevante é de conscientizar a escola do papel que

possui na construção dessa parceria, a intervenção pedagógica a estas

questões, deve ser no sentido de considerar a necessidade da família vivenciar

reflexões que lhes possibilitem a reconstrução da auto-estima, afim de que se

sintam primeiramente compreendidos e não acusados, recepcionados e não

rejeitados, pela instituição escola, além que esta ultima possa fazê-los sentir-se

reconhecidos e fortalecidos enquanto parceiros nesta relação.

PALAVRAS-CHAVES: Família-Escola, participação, presença, aprendizagem

significativa.

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METODOLOGIA

A metodologia pela qual optei trabalhar trata-se de uma Pesquisa Bibliográfica Científica e de Domínio Público, onde me permite obter conhecimento para solução do problema. No primeiro capítulo foi abordado a Família e a Escola; no segundo História da Educação e no terceiro Relações Familiares.

Para este trabalho faz-se necessário estabelecer a delimitação dessa problemática supra - acima citado, através da análise e leitura de alguns autores, como; Kaloustian (2000), Weil (2002), Piaget (1987=2000), Cury (2002), Miguel e Rosiska (2008), Donatelli (2004), López (2002) e Páro (2002). percebe-se o relacionamento da criança e dos jovens com a família e a interação da família com a escola e como esse problema de alguma forma interferem no emocional e em seu rendimento escolar.

A necessidade de pesquisar este tema, a família e a escola, decorrem da ausência da família no processo ensino-aprendizagem dos filhos, e para que a família se aproxime mais da escola.

A partir dessa limitação optei pela pesquisa bibliográfica científica e de domínio publico, com o objetivo de fazer um apanhado sobre o papel da família e da escola no contexto histórico em que estão inseridos, e a participação necessária do acompanhamento da família no desenvolvimento escolar das crianças e dos jovens, para uma aprendizagem significativa.

Para tanto, farei uma análise dos dados encontrados para responder a problemática de estudo para depois sugerir uma ação que contribua para a solução do problema.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I – FAMÍLIA E ESCOLA 13

1.1 – A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO DO APRENDIZADO.

1.2 - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA.

CAPÍTULO II – HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 21

2.1 – A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR.

2.2 – CONTEXTUALIZANDO A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO.

CAPÍTULO III – RELAÇÕES FAMILIARES 30

3.1 – FAMÍLIA E ESCOLA: ESPAÇOS DE DIÁLOGOS.

3.2 – REFLETINDO SOBRE FUNÇÕES FAMILIARES.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 38

BIBLIOGRAFIA 40

REFERËNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

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INTRODUÇÃO

A presente pesquisa tem a finalidade de investigar como a relação família e escola pode interferir no processo de ensino aprendizagem. A educação familiar deve ser priorizada quando pretendemos melhorar o rendimento escolar levando em consideração que se a convivência familiar se dá de forma harmoniosa, caso contrário os mesmos conflitos mal resolvidos em família tendem a afetar a vida escolar das crianças. Assim desencadeou-se um relativismo nas relações humanas, obscurecendo algumas práticas que julgo essenciais entre a família e a escola.

A escola atual é o reflexo das famílias e por si própria não pode avaliar e promover o desenvolvimento do educando, sem buscar uma aproximação e diálogo com as mesmas. Tem-se percebido a inversão na hierarquia das necessidades humanas, o diálogo, a participação cotidiana e exemplos, cedem lugar a ausência no processo escolar, os excessos de liberdade e as indiferenças.

Dessa forma, o trabalho escolar só poderá encontrar um seguimento na vida do aluno quando a família praticar a coerência na educação dos seus filhos. Diante de todos e qualquer desafio educacional, a escola precisa propor novos meios, no entanto, são papéis intransferíveis entre a relação família e escola.

Ao abordar o tema: Relação Família e Escola, tentei compreender os desencontros da educação escolar e da educação familiar, uma vez que a vida acadêmica me possibilita problematizar e buscar respostas para uma vida em sociedade e contextualizar a experiência de educadora, coordenadora e aluna, a atuação profissional poderá ser redefinida, ao fazer uma análise à luz de alguns teóricos.

A pesar das reformas no ensino, existem jovens que entram e saem das escolas sem uma aprendizagem significativa. A escola deve estar preparada para viver essas tensões, e avaliar seus recursos e métodos para garantir a qualidade do ensino.

Ao estudar a relação família e escola, o propósito é que essa parceria se construa através de um planejamento, em que a escola possa criar espaço de reflexão

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e experiência de vida em comunidade, estabelecendo uma aproximação entre as duas instituições.

O objetivo, portanto, está em analisar as implicações da ausência da família no processo ensino-aprendizagem do seu filho, refletindo sobre a importância de uma juventude mais comprometida com a vida cotidiana escolar e viver em sociedade, como também, o aperfeiçoamento dos meios para que a família fique mais próximo da escola.

Cuja pesquisa: “Relação Família e Escola” está dividido em três capítulos. No primeiro a abordagem foi Família e Escola, no segundo História da Educação, e no terceiro Relações Familiares. Essa divisão me possibilitará a observar as responsabilidades e a construção de projetos pessoais, que estará ligada a qualidade de laços familiares e da sintonia integrada com a escola.

A metodologia pela qual optei trabalhar trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que me permite adentrar no pensamento dos teóricos para obter conhecimentos para solucionar o problema.

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FAMÍLIA E ESCOLA

A apresentação do tema Relação Família e Escola, tem como objetivo contribuir no processo ensino-aprendizagem no contexto familiar do aluno pela necessidade de interação entre ambos.

Através desta pesquisa bibliográfica e de domínio publico (internet), me fez observar que vários paradigmas de interpretação e de realidades sociais defendem modelos sistemáticos de integração funcional em que a flexibilidade e mudança são elementos de conflito coexistente.

Neste sentido, a função da escola e da família é de transformação para uma sociedade justa e moderna.

Assim, a pesquisa tem como resultado ratificar a relação família e escola, é de extrema importância na construção da identidade e autonomia do aluno.

A partir do acompanhamento do processo educacional que leva segurança por parte dos filhos que se sentem duplamente amparados pelos professores e pelos pais. Segundo o mestre Piaget, o principal objetivo da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente de repetir o que outras gerações fizeram, homens que sejam criativos, inventivos e descobridores.

Para tanto, a escola como a família, poderão verificar o seu papel e unir os pontos para uma aprendizagem significativa e qualitativa.

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CAPITULO I

FAMILIA E ESCOLA

1.1 – A PARTICIPAÇÃO DA FAMILIA NO DESENVOLVIMENTO DO APRENDIZADO

A família brasileira Nos últimos tempos vem passando por diversas transformações, as quais se relacionam diretamente ao contexto sócio-econômico e político do país que afetam diretamente o desempenho escolar.

Para Kaloustian (2000), a família é a base de tudo na vida de uma criança. É nela que se consolidam as maiores e significativas experiências afetivas fundamentais para o desenvolvimento intelectual da criança. A família desempenha um papel decisivo e único na educação formal e informal, no lar que são assimilados valores éticos, morais, culturais e de tradições da criança.

São poucas as iniciativas que busquem uma colaboração para com as famílias. São poucos os grupos de apoio que oferecem ajuda às famílias que vêm se desestruturando, perdendo valores, exercendo cada vez mais a cultura do individualismo. Hoje as pessoas estão voltadas para si e seus objetivos do que para o bem comum da família. Esta é a crise gerada pela modernidade, a mesma que deveria facilitar a vida das pessoas muitas vezes gera o distanciamento e o descomprometi mento entre elas.

Vivemos a cultura de que devemos “ter” para sermos felizes, cada um busca sua satisfação pessoal, que está muitas vezes ligada mais no “Ter” do que no “Ser”. A modernidade de uma forma indireta vem influenciando negativamente a convivência familiar. Influência esta que se deve muito a chegada da TV, da Internet, ocupando o espaço que antes era destinado as conversas entre familiares, almoços e jantares reunidos.

A mulher não acompanha como antes a educação dos filhos agora passando a ajudar mais nas despesas da casa, dispõe de pouco tempo para se dedicar a eles. O distanciamento causado pelos tempos modernos vem gerando diversos

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conflitos na família e para que possam ser reduzidos esses impactos, as famílias precisam melhor administrar essas mudanças.

Para WEIL (2002), o papel da família é muito importante para uma aprendizagem significativa; “ Depende da educação dada por estes pais”. (p.51).

Segundo WEIL (2002), os pais devem ser democráticos, dar carinho quando necessário e recompensar a criança quando agiu certo é atitude de muitos pais que conseguem, com isso, que os seus filhos cresçam num ambiente feito de compreensão, de calma e de respeito humano.

As relações entre pais e filhos se transmitem de geração em geração, e existem tradições de brutalidades, de autoritarismo, e de superproteção, quando estes se tornam adultos, transmitem para os seus próprios filhos. Onde há brutalidade, incompreensão e hiperautoritarismo, não é possível construir verdadeira democracia, pois tais atitudes se propagam também fora do lar, no trabalho, nos negócios etc.., a liberdade dentro do respeito pelo próximo tem de começar a ser cultivada nas relações entre pais e filhos, isto é, no seio familiar, sem isto, não é possível ter uma verdadeira democracia.

É de grande importância a escola na educação dos nossos filhos, que convém aos pais cercarem de todo carinho não somente a escola, mas as relações entre a família, o diretor e o professor. Quando surgisse um problema que os pais deveriam imediatamente falar com os professores e saber como poderiam colaborar para as coisas melhorarem. Infelizmente, os professores não conseguem fazer contatos com os pais o que lhe torna uma tarefa difícil. Ao contrario de alguns pais, são excessivos, exagerados, aparecem todos os dias na escola para ter noticias dos seus filhos sem que haja necessidade, os professores acabam fugindo desse tipo de pais.

Um dos meios de saber como vão as coisas na escola é por meio do boletim, é um veiculo que permite estabelecer uma relação com os pais. Através dele são informados do andamento e da evolução escolar do seu filho, se o rendimento está normal é porque vai bem se estiverem baixo os pais tem que procurar a escola, a presença dos pais é indispensável para a solução dos problemas.

Nos colégios modernos, procuram resolver os problemas da aproximação da família e da escola, criando clubes de pais e mestres ou pelo menos reuniões periódicas à noite ou aos sábados para que os pais e professores discutem assuntos de educação para instrução dos filhos. Tais iniciativas encontram grandes receptividades por parte dos pais e uma ótima compreensão entre pais e professores.

O professor está lidando com grupos e indivíduos e, por isto mesmo, que as suas atitudes pessoais tem repercussões tanto no ambiente da classe como no

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comportamento de cada aluno, a maioria dos alunos tem tendência inconsciente a imitar os seus educadores, sejam os seus pais ou os seus professores. Só isso já justificaria o cuidado que se deveria tomar na escolha da formação do corpo docente. Deste depende criar um ambiente de confiança, de cordialidade e de compreensão das dificuldades e aprendizagem de cada um.

Para WEIL (2002, p.75)

O autoritarismo do professor, considera todos os alunos como “autômatos”, feitos para registrar sem erros tudo o que ele disser, utiliza os castigos e repreensões em alta dose, procura controlar todos os gestos dos alunos, não tem confiança nos alunos e os considera incapazes de vontade própria.

Dessa forma são as chamadas chantagem afetivas mais freqüentes neste caso, criam sentimentos de revolta, muitos ficam angustiados, os alunos passam a ser agressivos sendo freqüentes os incidentes e brigas, tornando assim um baixo rendimento de desordem e indisciplina.

Sabe-se que educar não é uma tarefa fácil, nas relações humanas entre professor e aluno, são os processos de liderança que dão resultados mais produtivos e colocam o ensino em mais alto padrão, o professor é para orientar os trabalhos de classe, incentivando o aluno a estudar e chegar a uma conclusão por si mesmo. A atenção de quem ensina, deve ser concentrada inteiramente nos alunos, está provado hoje que o verdadeiro educador é o que sabe falar no momento oportuno, para orientar um trabalho em curso ou mesmo para dar uma aula, mas que sabe também calar-se para ouvir o aluno falar ou deixar os alunos debaterem um assunto de interesse coletivo. Os alunos devem trabalhar em equipes, ter o gosto pela pesquisa, respeito pelo próximo.

Diante de tantos “prós e contras” e da complexidade, parece-nos que o caminho mais prudente para os pais é o de colocar os seus filhos diante das suas próprias responsabilidades e de mostrar-lhes por todos os meios ao seu alcance todos os aspectos em jogo, ajudá-los a pensar por si mesmos, a descobrir as alternativas e suas respectivas conseqüências, e consiste na realidade em prepará-los para usar sua liberdade “só educa para liberdade, dando liberdade para aprender a saber usá-la”.

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1.2 – A RELAÇÃO FAMILIA E ESCOLA

Donatelli (2004), nos coloca que, parece ser muito difícil para os pais passarem para os filhos questões morais, maneiras de como se comportarem mediante situações que surgirão no dia a dia, parece haver uma grande resistência em assumir esse papel que para o autor não existe substituto, mesmo que seja avós, tios,membros da mesma família, o que a criança precisa é de atenção, que deve vir dos pais, que estão preocupados em se livrarem de suas responsabilidades.

A certeza de que a escola não é um espaço apropriado para impor valores de caráter moral se, e somente se, ela assumir tal condição. Antes de tudo é a família como criadora, mantedora e gestota dos sujeitos quem tem esse dever e não a escola. (DONATELLI,2004,P.18).

Segundo Donatelli (2004), as famílias estão deixando de contar suas filhos e conseqüentemente não é dividido o que foi vivido. Esses ricos momentos estão sendo trocados por horas que as crianças perdem nos meios de comunicação em massa ou numa cultura de consumo, e dessa forma os filhos não tem formações da história e do legado construído por seus pais.

“ ... a família, como base formadora, responsável pela perseverança de cada um de seus indivíduos, perdeu-se no emaranhado e aparente confuso de novas codificações”. (DONATELLI, 2004,p.102).

Para PIAGET (1987=2000), a criança aprende por adaptação intelectual como “um equilíbrio entre assimilação e acomodação, que equivale a um equilíbrio de interação entre sujeito e objeto”.

Sobre essa perspectiva PIAGET (1987=2000, p. 128), os processos de assimilação e acomodação, são aspectos permanentes do trabalho de inteligência, vale dizer que estão presentes em todos os estágios de desenvolvimento intelectual. A adaptação ao ambiente só ocorre quando os dois processos estão em equilíbrio. A medida que a Inteligência se desenvolve, os processos cognitivos podem envolver maior distância temporal, espacial, maior compreensão da complexidade de causa e efeito.

No entanto, cada situação de aprendizagem envolve assimilação, a criança só pode absorver uma experiência nova mudando-a de modo que se ajuste o seu modelo de mundo. A assimilação pode-se ver que, para uma experiência ter qualquer

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significação para uma criança, isto é, para que a experiência seja compreendida por ela, é preciso que ela seja capaz de ajustar aquela experiência em seu modelo mental.

PIAGET (1987=2000, p.131).

“Se o professor adota uma visão de longo alcance sobre determinada situação de ensino, será importante não só a adaptação imediata, mas também, sua relação com os desenvolvimentos futuros, isso porque cada situação de aprendizagem é a base de futura aprendizagem”.

Neste sentido, o professor é o organizador de situações de aprendizagem nas quais a experiência velha pode ser acomodada com a nova, o objetivo do professor é encorajar a criança a aplicar seu conhecimento a situações até então desconhecidas e nessa medida uma situação de aprendizagem contém alguma coisa desconhecida, nova ou problemática para a criança, que esta sente a necessidade de compreender.

Segundo PIAGET (1987=2000, p.153), o principal objetivo da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente de repetir o que outras gerações fizeram, homens que sejam criativos, inventivos e descobridores. O segundo objetivo da educação é formar mentes que possam ser criticas, possam verificar, e não aceitar tudo quanto lhes é oferecido.

O trabalho de parceria com a família constrói-se com e no coletivo da escola, mediante a articulação das diferentes relações, organizações e parcerias. É um trabalho intencional da coordenação, que precisa ser planejada, discutindo com a equipe docente e não-docente e compartilhada com as famílias, insere no projeto político- pedagógico da escola. Portanto as parcerias nas relações família-escola, quando se pretendem transformadoras da situação vigente, precisam considerar a especificidade e a complexidade dos universos escolar e familiar.

Segundo PARO (2000), podemos falar que, existem problemas como professores mal formados e informados entre outros, a escola tem falhado também “porque não tem dado a devida importância ao que acontece fora e dentro dela, com seus educando”.

O papel da família no desenvolvimento escolar dos alunos onde há um distanciamento entre família e escola, não deveriam ser tão grandes, pois para ele a escola não “assimilou quase nada de todo o progresso da educação e da didática, utilizando métodos de ensino muito próximos e idênticos aos do senso comum predominantes nas relações familiares” (p.16). O próprio autor se refere ao fato de que, a atual escola dos filhos, é bastante parecida com a escola que os pais freqüentaram, e por isso, não deveriam sentir-se tão distanciados do sistema educacional, e também o professor, embora admita a necessidade da participação dos pais na escola, não sabe bem como conduzi-la.

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A relação família e escola, relata um conjunto de pesquisa, cujos resultados, são imprescindíveis aos educadores, na medida que, oferecem aspectos para reflexão e análise sobre o funcionamento do sistema escolar, privilegiando o ponto de vista da sua abordagem intrincada com a família, até então, embutida geralmente na comunidade. Tais pesquisas apresentam alguns pontos comuns; entre eles a “ ausência de uma tradição de estudos sobre as relações que as famílias mantêm com a escolaridade dos filhos” (2000,p.9) e o “...relativo consenso, entre os autores, de que se trata de uma relação complexa e, por vezes, assimétrica, no que diz respeito aos valores e objetivos entre essa mão dupla que se chama instituições...”.

reveladores de uma tendência crescente de conexão entre os territórios: família e escola.(Nogueira,Romanelli e Zago, 2000, p.11).

Portanto, esta pesquisas vêm, oferecer contribuições imprescindíveis para o repensar desta complexa relação, mas elas também reafirmam com dados semelhantes, uma conclusão de senso-comum, colhida dos discursos da grande maioria dos professores, sejam da educação infantil, do ensino fundamental ou ensino médio: o fato da família não ir bem, influencia negativamente o desenvolvimento escolar dos filhos. “Os pais dos alunos com dificuldades de aprendizagens, são exatamente aqueles que não comparecem às reuniões”; “é verdade que as reuniões de pais nem sempre são agradáveis, mas temos que lhes contar a realidade sobre seus filhos”; “como o aluno pode ir bem à escola, se seu pai bebe, se sua mãe o abandonou?; “os professores mandam lições, e pesquisas para casa, e a criança vem dizendo que seu pai ou mãe não teve tempo de ajudá-lo”.

E para os pais, quais seriam os seus pensamentos? Caso as perguntas acima fossem anotadas, fossem a eles dirigidas, como as responderiam? ”,a família demonstra que possui preocupações e desejo de envolver-se com os assuntos escolares; por outro lado, os discursos dos educadores demonstram o interesse na participação dos pais em situações que acontecem fora dos muros da escola, como o auxílio nas tarefas de casa. A gestão escolar, terminem por invadir áreas que segundo eles não lhes pertencem como por exemplo: avaliação dos professores, definição de calendário e currículos escolares, entre outros, os professores acabam ofertando possibilidades de participações restritivas, ou exigem um conhecimento que os pais não possuem, acabando por afastar a família que, nas palavras do autor “...ao recusarem as ofertas participativas que lhe são proporcionadas, arriscam-se a ser etiquetados como pais negligentes, inaptos e irresponsáveis, a quem pode facilmente ser imputada a culpa pelos eventuais insucessos dos seus educando”.(p.97).

Conforme esclarece Paro (2000), quando se analisa o discurso dos professores e dos pais, principalmente naquilo que se refere à continuidade e descontinuidade da educação. O autor afirma que os professores pretendem que a

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família dê continuidade à educação oferecida na escola, que os pais os auxiliem as crianças nos deveres escolares, o que ele denomina como “uma continuidade de mão única”, enquanto os pais, embora cheguem a conceber a escola como “segunda família”, vivenciam “ a timidez diante dos professores, o medo da reprovação dos filhos e a distância que sentem da cultura da escola...”(p.33).

A dificuldade, dessa relação, de uma maneira que proporcione condições de igualdade na relação das duas instituições, isto é, estabelecendo-se uma parceria, onde a participação dos pais seja real, diferente daquela participação, onde enviam uma contribuição mensal, onde colaboram comprando rifas, ou vêm à escola para ouvirem a professora contar das inúmeras dificuldades dos filhos, é um dado presente na maioria das pesquisas: que relatam o paralelismo entre as duas instituições, rompidos por raros e frágeis pontos de intersecções.

As reuniões de pais, são os momentos mais representativos destas intersecções entre família e escola. Alguns autores relatam dos muitos sentimentos que permeiam tal relação, quando escreve a apresentação do livro “Reuniões de Pais”: Sofrimento ou Prazer?”, obra através da qual as autoras apresentam propostas para a elaboração de reuniões que conduzam a um esforço comum e recíproco entre pais e professores, para promover o desenvolvimento intelectual das crianças.

Esta é uma relação permeada pelos mais diversos fatores: o sofrimento dos pais por afastarem seus filhos de si mesmos; os desejos de que a escola lhes ofereça o melhor, em todos os aspectos; a necessidade dos melhores cuidados para com as crianças; os ciúmes que sentem dos pais ao dividirem os filhos com os professores; o medo do fracasso escolar; o pouco interesse pela vida escolar dos filhos; as super exigências dos pais; as atitudes de aceitação ou não dos filhos; as questões de rejeição ou negligência; as dificuldades dos pais; o contexto sócio-econômico-histórico em que se fundamenta a família.

A pesar da enumeração dos aspectos preponderantes na relação família escola, principalmente de ordem afetiva e moral, vê-se que a tarefa de se construir uma parceria entre tais instituições se faz mister, uma vez que a escola não sustenta ou talvez jamais tenha sustentado a posição de substituta da família na função educadora, tão pouco, lhe caberá assumir uma postura de resistência e rivalidade, baseada em uma aproximação unilateral, que venha a submeter a família.

Esta instituição escolar sobre a familiar, naquilo que concerne à formação e ou competência similar é irreal, pois o desenvolvimento do aluno depende entre tantos fatores, mas especialmente da boa solução desses aspectos apontados anteriormente.

“ Quanto à falta de um necessário conhecimento e habilidade dos pais para incentivarem e influenciarem positivamente os filhos a respeito de bons hábitos

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de estudo e valorização do saber, o que se constata é que os professores, por si, não têm a iniciativa de um trabalho a esse respeito junto aos pais e mães. Mesmo aqueles que mais enfaticamente afirmam constatar um maior preparo dos pais para ajudarem seus filhos em casa se mostram omissos no tocante à orientação que eles poderiam oferecer, especialmente nas reuniões de pais, que é quando há um encontro que se poderia considerar propicio para isso”. (Paro,2000,p.65).

A escola também necessita dessa relação de cooperação com a família, pois os professores precisam conhecer as dinâmicas internas e o universo sócio-cultural vivenciados pelos seus alunos, para que possam respeitá-los, compreendê-los e tenham condições de intervirem no providenciar de um desenvolvimento nas expressões de sucesso e não de fracasso diagnosticado. Precisam ainda, dessa relação de parceria para poderem também compartilhar com a família os aspectos de conduta do filho, a importância dos pais e dos professores como construtores de um mundo melhor: aproveitamento escolar, qualidade na realização das tarefas, relacionamento com professores e colegas, atitudes, valores, respeito.

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CAPITULO II

HISTORIA DA EDUCAÇÃO

2.1 – A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR

A educação e a importância dos pais e dos professores como construtores de um mundo melhor. Desejamos apenas ter condições para lapidar a inteligência dos nossos jovens, almejando levá-las a compreender que cada ser humano não é mais um número na multidão, mas um ser insubstituível, um ator único no teatro da existência.

Os professores são os alicerces das profissões e o sustentáculo do que é mais lúcido e inteligente entre nós e a educação dos pais que arduamente dão aos seus filhos, não importa se os pais moram num palácio ou numa favela, e se os professores dão aulas numa escola suntuosa ou pobre, eles são a esperança do mundo melhor.

A sociedade não os valoriza na proporção da sua grandeza, mas com a certeza de que sem os professores a sociedade não tem horizontes.

Para CURY (2002).

A esperança que no século XXI, os jovens fossem empreendedores e amassem a arte de pensar. Mas muitos vivem alienados, não pensam no futuro, não tem garra e projetos de vida, imaginávamos que, pelo fato de aprendermos línguas na escola e vivermos espremidos em elevadores, no local de trabalho e nos clubes, a solidão seria resolvida, mas as pessoas não aprenderam a falar de si mesmas, tem medo de se expor, vivem represadas em seu próprio mundo. (p.12).

Pais e filhos vivem ilhados, raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos, mágoas, alegrias, frustrações, tristezas, na escola a situação é bem pior. Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula, mas são

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estranhos uns para os outros, porque os mesmos se escondem atrás dos livros,das apostilas, dos computadores, mas a culpa não são dos professores e sim do sistema educacional que durante séculos se arrasta.

As crianças, os jovens aprendem a lidar com fatos lógicos, mas não estão preparados para lidar com fracassos e falhas. Aprendem a resolver problemas matemáticos, mas não sabem resolver seus conflitos, a vida é cheia de contradições como questões emocionais que podem ser calculadas e nem tem conta exata. Os jovens não são preparados para as decepções e sim para o sucesso, o sofrimento nos constrói ou nos destrói, devemos usá-los para construir sabedoria, nossa geração está cheia de informações mas não sabem o que fazer com elas. A maioria dos jovens, incluindo universitários acumulam informações, mas poucos constroem idéias brilhantes, os mesmos perderam o prazer de aprender a escola deixou de ser uma aventura agradável, a educação tornou-se seca, fria e sem tempero emocional, “um excelente educador não é um ser humano perfeito, mas alguém que tem serenidade para se esvaziar a sensibilidade para aprender”.

Muitos pais falam coisas maravilhosas para suas crianças, mas tem péssimas reações na frente das mesmas, os pais são intolerantes, agressivos, com o tempo cria-se um abismo emocional entre pais e filhos, construir uma excelente imagem estabelece a riqueza da relação que o pai terá com seus filhos, muitos filhos reconhecem o valor dos seus pais, mas não o suficiente para Admirá-los, respeitá-los, tê-los como mestres da vida.

Cury (2002), Preparem seus filhos para sobreviverem nas águas turbulentas da emoção e desenvolverem capacidade crítica, só assim poderão ou serão livres para escolher e decidir, prepare seu filho para ser e não para ter. Uma das coisas mais importantes na educação é levar um filho a admirar seu educador, um pai pode ser um trabalhador braçal, mas, se encanta seu filho, será grande dentro dele, um pai pode ser um grande empresário, ter milhares de funcionários, mas, se não encantar seu filho, será pequeno em sua alma, seja um mestre da inteligência, ensine-os a pensar. Estimule o seu filho a ter metas, a procurar o sucesso no estudo, no trabalho, nas relações sociais e também não ter medo dos insucessos, não há pódio sem derrotas.

A escola pode ser pensada como o caminho entre a família e a sociedade, tanto a família quanto à sociedade, lançam olhares e exigências à escola. No que se refere à família, se faz necessário dizer que a historiografia brasileira nos leva a concluir que não existe um “ modelo de família” e sim uma infinidade de modelos familiares, com traços em comum, mas também, guardando singularidades. É possível dizer que cada família possui uma identidade própria, trata-se na verdade, como afirmam vários autores, de um agrupamento humano em constante evolução.

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Pais brilhantes estimulam seus filhos a vencer seus temores e a viver com suavidade, estes estão presentes desta maneira, sentimentos pertinentes ao cotidiano de qualquer agrupamento como amor, ódio, ciúme, inveja, entre outros. Em relação às expectativas da família com relação à escola com seus filhos encontram-se várias fantasias familiares como o desejo de que a instituição escolar “eduque” o filho naquilo que a família não se julga capaz.

A sociedade procura ter na escola uma instituição normativa que trate de transmitir a cultura, incluindo além dos conteúdos acadêmicos, os elementos éticos e estruturais. É a partir daí que se constrói o currículo manifesto (escrito em seus estatutos) e o currículo latente (o dia-a-dia). (Outeiral apud Siqueira,2002,p.01).

Embora as diferenças entre a família e a escola, passou-se a buscar mais o apoio desta, entendendo-se a eficácia da ação normalizadora da escola sobre crianças e jovens quando respaldadas pelo conhecimento e aquiescência da família. A respeito disso, à escola, os direitos sobre o conhecimento científico acerca das áreas disciplinares, como também, sobre aqueles que diziam respeito aos processos de aprendizagem das crianças e adolescentes, conhecimentos estes informados pela biologia, psicologia e ciências sociais preservando a escola, desta forma, seu lugar de autoridade no gerenciamento das questões pedagógico-educacionais.

Hoje vivemos um outro tempo bem mais complexo, diverso e inquietante do que há algumas décadas, a escola enfrenta, além do desafio frente ao domínio do conhecimento, em permanente mudança, também o desafio da relação com seus alunos, sejam eles crianças pequenas ou jovens, o mundo pode não apostar em nossos filhos, mas jamais devemos perder a esperança que eles se tornem grandes seres humanos.

A família lado a lado com a escola, permanece sendo um espaço de formação que deve ser pensada para tanto na sua ação formadora, preocupando-se em formar seus educadores para que os mesmos reúnam recursos que os permitam lidar com os conflitos inerentes ao cotidiano escolar. É na escola, que é ensinado às crianças sobre a metodologia que pode tornar mais coesa a ação do conjunto docente, que a escola poderá encontrar saídas legítimas à superação dos problemas morais e éticos.

Donatelli (2004), acrescenta que ter uma boa formação, é ter conhecimentos e informações que os levem a pensar, refletir, articular, argumentar... A escola precisa recuperar seu dever formador para ter a humanidade como o centro de suas preocupações. Se não continuará a questionar a educação.

O que tem acontecido nas escolas de hoje é o de sempre, acredita-se que existe um padrão a ser seguido, um modelo, e a pretensão de levar o sujeito a

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corresponder as perspectivas que foram estabelecidas, dificultando o objetivo maior de tornar o sujeito um ser atuante.

Para o autor, a crise em função da ascensão de um paradigma educacional a diversidade sócio-cultural como elemento central dos conflitos que marcam a escola nos dias de hoje, destas as mais afetadas foram com certeza a família e a escola.

O modelo de família em meados da década de 50 esfacelou-se, dando lugar as novas formas de representação e organização parental com reflexos direto no que concerne as relações entre pais e filhos. O certo é que estamos fazendo parte de uma nova etapa nas relações escolares=família, onde os papeis serão reconstituídos sob novas bases éticas, políticas e culturais.

Ainda hoje existem escolas que trabalham visivelmente no objetivo de reprodução de valores e ideologias dominantes, outras tem uma posição mais crítica, mas todas assumem posições políticas, pois a escolha dos conteúdos a serem ensinados, o estilo e o método deste ensino, suas regras, sua maneira de avaliar, de receber a família.

Fazendo um levantamento da história da participação da família na educação o que foi visto é que os interesses das famílias foram acolhidos mais fortemente na escola brasileira, a partir das décadas de 60/70, através do movimento de Renovação Pedagógica, que abriu uma grande lacuna para a entrada de um olhar mais psicológico no âmbito escolar, dando uma atenção mais ampla com cada criança, suas escolhas e desejos, seu tempo de aprender.

Conforme esclarece Miguel e Rosiska (2008).

O sucesso de estudo deveria ser oferecido a todos para não existirem desigualdades econômica e sociais. Deveriam dar oportunidades de melhorias de vida, melhores empregos e bons salários, não importando diferença de classes, uma escola democrática, aberta, favorecida a todos de forma justa. (p.01).

De acordo com os autores, o fracasso escolar é sempre um dilema na sociedade, não se consegue entender a raiz do problema, que vem se agravando dia após dia em nosso meio. Muitas são as crianças prejudicadas com as reprovações, isso faz com que a criança desista da escola, e os pais fiquem preocupados com o futuro dos seus filhos para que os mesmos recebam um diploma e saiam da escola com uma qualificação para o mercado de trabalho.

A realidade de nossas escolas hoje é outra, existem dimensões entre as classes sociais, onde existe instituições que apenas fornecem diplomas, educando

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apenas uma minoria, excluindo e marginalizando a maioria, principalmente crianças de classe pobre. Embora exista a lei que diz educação é direito e dever de todos, infelizmente não é assim que acontece, as crianças vinda de classe média continuam tendo prioridade nas melhores escolas, onde aumenta ainda mais a desigualdade social, enfim, a sua educação faz parte da escola da vida.

É Interessante observar que para López (2002), a escola e a família são duas instituições educacionais da sociedade atual.

É necessário a união dessas duas instituições para se chegar a um objetivo comum.

A escola é o lugar de socialização, é lá que as crianças convivem em grupos e se desenvolvem.

Ao que se refere à escola, nos cabe compreender porque essa instituição que tem por dever a socialização da criança parece entrar em guerra surda com as famílias no momento de expor as crianças a um plano de regramentos e valores, que, acredita-se sejam a base da vida social desse s novos cidadãos. (DONATELLI, 2004,p.18)..

Donatelli (2004), ressalta que é esperado que os sujeitos sejam capazes de compreender as codificações sob as quais eles vivem e possam responder por elas. O objetivo esperado é que haja um entendimento, uma percepção, para que o sujeito possa identificar com precisão tudo o que acontece a sua volta.

Entretanto, Freire (2000), evidencia que ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo, uma tomada de posição, uma de decisão, por vezes, até uma ruptura com o passado e o presente. Para este renomado pesquisador e educador, as classes dominantes enxergam a educação como imobilizadora e ocultadora de verdades.

A educação é uma forma de se intervir no mundo, dentro desta linha de pensamento de Freire (2000), que fala de educação como intervenção. Ele se refere a mudanças reais na sociedade, no campo da economia, das relações humanas, da propriedade, do direito ao trabalho, a terra, a educação, a saúde, com referência à situação no Brasil e em outros países da América Latina.

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2.2 – CONTEXTUALIZANDO A HISTORIA DA EDUCAÇÃO

Donatelli (2004), conclui que a desarticulação da escola tradicional com a escola nova trouxe mudanças de perfil e de prática desde os anos de 1960, ficando mais liberal e menos disciplinadora, e acreditando que com isso construa e transforme os sujeitos pensantes, participativos e com autonomia.

Antes havia uma tradição não laica de escola, os pais eram presos a valores religiosos, onde padre e freiras tinham a responsabilidade de formarem os filhos dos religiosos, hoje não existe mais a referência da igreja católica, pois a família se comprometeu em assumir o desenvolvimento físico e moral de seus filhos, já que no âmbito público esses valores estão cada vez mais desprezados, mais uma razão para tomar frente, até porque na vida pública esses princípios são negados.

“... A aprendizagem tradicional foi substituída pela escola, uma escola transformadora, instrumento de disciplina severa, protegida pela justiça e pela política. O extraordinário desenvolvimento da escola no século XVII, foi uma conseqüência dessa preocupação nova dos pais coma educação das crianças...” (AIRÈS, 1986,p.277).

Nesta época, as escolas eram rígidas, aplicavam o ensino de maneira tradicional, levando os alunos a fazerem cópias e memorizações, sendo que o aluno recebia uma cobrança cerrada sobre tudo que era despejado sobre ele, o aluno não tinha liberdade de expor suas dúvidas, não lhe era dado a devida oportunidade, de fazer qualquer tipo de comentários e reflexões pessoais, isso só competia aos professores e adultos.

“ Obediência, disciplina e respeito ao que é entendido como poder e autoridade sempre fizeram parte dessa formação pública advinda da escola e, até mesmo da família”. (DONATELLI, 2004,p.115).

As regras eram feitas para serem cumpridas e não questionadas, isso de fato era exercido, podia-se até compreender a contrariedade que a escola colocava diante do aluno, mais daí reagir já é outro passo, que não era permitido.

A escola surgiu diante da necessidade de populações camponesas que iam para as cidades em busca de trabalho nas industrias manufatureiras, que nasciam com a revolução industrial, mas existia uma dificuldade em manusear as máquinas, pois os camponeses eram analfabetos e, não possuíam tal habilidade, aos poucos o trabalho no campo e o artesanato foram perdendo espaço para as máquinas e foi surgindo uma precisão de pessoas qualificadas.

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“ Escolarizar a população acabou se tornando uma necessidade imperiosa no mundo burguês na medida em que também a ciência cumpria o papel de servir para o avanço do capitalismo” (DONATELLI, 2004,p.109).

O Brasil-Colônia, marcado pelo trabalho escravo e pela produção rural para a exportação, identifica-se um modelo de família tradicional extensa e patriarcal, no qual os casamentos baseavam-se em interesses econômicos, que à mulher era destinada a castidade, a fidelidade e a subserviência. Aos filhos, considerados extensão do patrimônio do patriarca. Ao nascer dificilmente experimentavam o sabor do aconchego e da proteção materna, pois eram amamentados e cuidados pelas amas de leite.

Nos últimos vinte anos, várias mudança ocorridas no plano sócio-político-econômico relacionadas ao processo de globalização da economia capitalista Vêm identificando na dinâmica e estrutura familiar e possibilitando mudanças em seu padrão tradicional de organização.

Conforme Pereira(1995), as mais evidentes são:

- Queda da taxa de fecundidade, devido ao acesso aos métodos contraceptivos e de esterilização;

- Tendência de envelhecimento populacional;

- Declínio do número de casamentos e aumento da dissolução dos vínculos matrimoniais constituídos, com crescimento das taxas de pessoas vivendo sozinhas;

- Aumento das taxas de coabitações, o que permite que as crianças recebem outros valores menos tradicionais;

- Aumento do número de famílias chefiadas por uma só pessoa, principalmente por mulheres, que trabalham fora e têm menos tempo para cuidar da casa e dos filhos.

Entretanto, evidenciamos que essas mudanças não devem ser encaradas como tendências negativas ou sintomas de crise, com a aparente desorganização da família é um dos aspectos da reestruturação que ela vem sofrendo. Por outro lado, pode causar problemas, por outro, apresentar soluções.

Com ele, também, os papéis sociais atribuídos diferenciadamente ao homem e à mulher tendem a desaparecer não só no lar, mas também no trabalho, na rua, no lazer e em outras esferas da atividade humana.

Embora, a cada momento histórico corresponda um modelo de família preponderante, ele não é único, ou seja, concomitante aos modelos dominantes de

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cada época, existiam outros com menor expressão social, como é o caso das famílias africanas escravizadas. Além disso, o surgimento desta tendência não impedia imediatamente a outra, prova disto é que neste início de século podemos identificar a presença do homem patriarca, da mulher “ rainha do lar” e da mulher trabalhadora. Assim, não podemos falar de família, mas de famílias, para que possamos tentar contemplar a diversidade de relações que convivem em nossa sociedade. Outro aspecto a ser ressaltado, diz respeito ao significado social da família e qual a sua razão de existência.

Segundo Kaloustian(1988), a família é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, e é em seu espaço que são absorvidos o valor ético e humanitário, em que se aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais.

O dever da família com o processo de escolaridade e a importância da sua presença no contexto escolar é publicamente reconhecido na legislação nacional e nas diretrizes do Ministério da Educação aprovadas no decorrer dos anos 90, tais como:

- Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), nos artigos 4◦ e 5◦;

- Política Nacional de Educação Especial, que adota como umas de suas diretrizes gerais: adotar mecanismos que oportunizem a participação efetiva da família no desenvolvimento global do aluno.

E ainda, conscientizar e comprometer os segmentos sociais, a comunidade escolar, a família e o próprio portador de necessidades especiais, na defesa de seus direitos e deveres. Entre seus objetivos específicos, temos: envolvimento familiar e da comunidade no processo de desenvolvimento da personalidade do educando.

- Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96), artigos 1◦,2◦,6◦ e 12◦;

- Plano Nacional de Educação (aprovado pela Lei n◦10172/2002), que define como uma de suas diretrizes a implantação de conselhos escolares e outras formas de participação da comunidade escolar (composta também pela família) e local na melhoria do funcionamento das instituições de educação e no enriquecimento das oportunidades educativas e dos recursos pedagógicos.

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E não podemos deixar de registrar a recente iniciativa do MEC – Ministério da Educação e Cultura, que instituiu a data de 24 de abril como o Dia Nacional da Família na Escola. Neste, todas as escolas deveriam convidar os familiares dos alunos para participar de suas atividades educativas, pois conforme declaração do Ministro Paulo Renato de Souza: “ Quando os pais se envolvem na educação dos filhos, eles aprendem mais”.

As pesquisas de Donatelli (2004), mostram a importância da mãe no desenvolvimento dos filhos e seu papel determinante na constituição do sujeito adulto, implicando em assumir uma condição de responsabilidade a qual se dava tanta ênfase quanto hoje, até porque nos tempos antigos, no século XVIII, os filhos tinham o dever de realizar todos os desejos e sonhos que os pais não conseguiram. Nesta época os pais colocam os seus filhos em asilos para assegurar uma educação, caso esse método de disciplina fosse aplicado nos tempos de hoje teria grande repercussão.

O autor assegura que os filhos são o centro da vida familiar, que são elas que representam o sentido da união entre homens e mulheres, que este mesmo entro de felicidade e tensões entre pais, estão submetidos aos desejos, expectativas e pretensões paternais, pois antigamente eram pais que decidiam o que eram melhor para a vida de seus filhos, não era dada oportunidades de escolha, por serem crianças e sendo assim, a infância era vista com desdém. Pois no século XIX as ordens ainda eram impostas pelo pai que ditava as regras e fazia com que todos obedecessem, nem a privacidade dos filhos eram respeitadas, eles achavam que tudo que dizia a respeito dos filhos pertenciam a eles e, isso permaneceu durante, nunca sendo contestado sua autoridade de pai. Hoje em dia as crianças são tratadas como sujeitos especiais, respeitando suas particularidades, vontades e desejos, concretizando a transformação.

Assim esclarece (LOPÈZ, 2002,p.26)

... Os pequenos necessitam de contato afetivo cotidiano, precisam ser acariciados, ouvir palavras de carinho, ter certeza que são queridos. A escola nunca poderá propiciar isso em igual medida, porque os profissionais, embora tenham com as crianças todas as atenções exigidas, jamais serão iguais aos pais. Parece-me que esse ponto não precisa de mais comentários.

Os pais devem conciliar o trabalho com o tempo em dedicar aos filhos, que estão ansiosos em contar tudo que acontece no seu dia, pois é fato que, as crianças são filhos e estudantes ao mesmo tempo e, é de uma importância essa atenção dada a eles durante esse período.

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CAPITULO III

RELAÇÕES FAMILIARES

3.1 – FAMILIA E ESCOLA: ESPEÇOS DE DIALOGOS

Segundo WEIL(2002), a necessidade pela qual se chama a família é de denunciar alguns comportamentos ou baixo rendimento do filho. Assim a intenção vem sendo para tratar sobre um problema, e este é de fato um motivo importante, mas não pode ser a causa primeira da chamada à família, primeiramente deve-se buscar a aproximação e o conhecimento para depois partir para a comunicação ou resolução de problemas. A cada encontro deveria ser de parceria da escola e a família através de conversas e reuniões que trouxessem a segurança e a certeza de que ambas querem contribuir com a felicidade do aluno-filho.

Segundo LÓPEZ (2002), afirma que o aluno que apresenta dificuldades nas atividades escolares é visto como distraído, mas na verdade ele tem dificuldades de compreensão por falta de capacidade.

O professor tem o dever de observar os alunos em relação ao interesse pelas atividades escolares. Caso não haja concentração por parte do aluno, o correto é procurar investigar o real motivo do desinteresse, qual a razão que deixa assim e, averiguar quais são as atividades que lhes despertam mais interesse.

Na pesquisa de LÓPEZ (2002), a escola por ser competente com a qualificação de seus profissionais se torna o lugar adequado para identificar alunos que apresentem características específicas, ela tem a obrigação de orientar os familiares da criança a consultar profissionais que sejam especialistas no assunto.

Vale ressaltar que a vida da escola é totalmente dinâmica e que os problemas, portanto, nem sempre esperam o momento oportuno (que seria para conhecer a família) para acontecerem, muitas vezes precisa-se ter a presença da família já para resolvê-los, pois, necessariamente, dependem da autoridade dos pais. Mesmo porque, muitos desses problemas com os alunos estão atrelados a situações trazidas de casa e que só se resolvem com a presença dos responsáveis com mostra WEIL(2002,p.47).

O caminho mais viável para o envolvimento dos pais na realização dos projetos está vinculada à participação e acompanhamento na execução desses mesmos projetos. Fica submetido que os pais são, convocados a assistir à

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concretização do projeto e que suas presenças são necessárias apenas neste momento, “ ... depende do professor ter atitudes que provoquem no aluno desejo de aprender, pois nem todas são boas”. (WEIL,2002,p.73).

“As crianças só aprendem quando tem algum motivo, algum interesse profundo em assimilar novos conhecimentos ou adquirir novos hábitos. Esta motivação tem raízes nos desejos e nas necessidades de cada ser humano...” (WEIL, 2002,p.114).

LÓPEZ (2002), argumenta que com a falta de motivação o aluno acaba sendo qualificado deficiente com a aprendizagem escolar. Quando a situação é inversa, ou seja, quando a criança que eles classificam como a que tem uma percepção maior a esta, não é recebido nenhum tipo de preocupação, afinal, quem se destaca é aquele que apresenta maior dificuldades nas atividades escolares. O ideal seria que valorizassem as crianças que tem maior desempenho em suas atividades, diversificando e tronando atraente a aprendizagem escolar, mas sem desmerecer as crianças com maior capacidade de aprender.

Mas hoje o que importa é o estilo de aprendizagem de cada um. Há alunos que conseguem aprender melhor de diferentes maneiras. Existem crianças que nas primeiras horas do dia não conseguem corresponder as exigências do professor, por não estarem “ acordadas “, mas que ao longo do dia já começam a ficar mais ativas e, é lógico, ficam acordadas até mais tarde. E ao contrário destas, existem aquelas que logo nas primeiras horas já estão em plena atividade, mas ao anoitecer já não são as mesmas.

Para o Autor LÓPEZ(2002), existem muitas outras razões que impedem o aluno de perceber o que acontece em sala de aula, dificultando o aprendizado escolar e geralmente por distração do professor o problema acaba não sendo diagnosticado.

Alunos que apresentam deficiência na audição dificulta a compreensão das mensagens verbais, que é comum nas escolas. São graves as conseqüências sofridas por estes problemas, onde a criança por não ouvir, não consegue prestar atenção e nem perceber com clareza tudo que se passa no âmbito escolar, e com isso a criança acaba se isolando do meio e se fechado no seu próprio mundo impedindo de acompanhar a evolução da turma.

O professor junto com a escola que se observa e consegue ter a percepção imediata do aluno que não ouve com perfeição, evita todo esse transtorno que prejudica o andamento e o progresso nos estudos, se esse problema fosse conduzido de forma correta, que é o tratamento do deficiente auditivo, mudaria toda situação.

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Como se vem percebendo, a vida da criança é completamente afetada, na maioria dos casos, pela falta de acompanhamento dos pais. Sobre isso afirma WEIL (2002,p.47):

“ A criança necessita imperiosamente, de carinho, de proteção de atenção, existem pais que por incrível que pareça se recusam a dar sistematicamente qualquer um desses alimentos psicológicos indispensáveis ao crescimento harmonioso dos filhos”.

Desse modo, a falta de diálogo, a insegurança, dentre outros fatores, prejudicam consideravelmente o desenvolvimento cognitivo da criança. Estes fatores caracterizam-se pelo medo de expor suas idéias em sala de aula, podem estar refletidos pela auto-afirmação e pela prepotência no convívio com os colegas e professores.

A criança necessita crescer cercada de referenciais que lhes passem carinho, atenção e reconhecimento pelas suas atitudes. Isso lhe traz a certeza que é importante para os seus pais, amigos e parentes, assim como, a torna confiante e mais participante na família e na escola.

LÓPEZ (2002), acrescenta que o conflito familiar causa uma preocupação a respeito de como solucionar o problema que contribui para o desinteresse no aprendizado escolar. Isso só afirma que sempre que surge um problema na família, sua percepção afeta uma outra área da criança como a escolar.

Assim, o aluno precisa saber que pode contar com a família para acompanhá-lo, participando da sua vida educacional, pois a escola lhe proporcionará conhecimento e desperta-lo-á para comportamentos sociáveis e afetuosos, porém só a família o torná-lo-á seguro e maduro para fazer os discernimentos necessários para a sua vida. A realidade educacional vem mudando consideravelmente com o passar dos anos, de modo especial no compromisso e responsabilidade do educando com suas atividades escolares e a participação dos pais nesse compromisso fica cada vez mais insignificante. Apesar dos pais delegarem à escola ou a outrem o papel que lhes cabe nem a evolução dos tempos com a cultura da globalização poderá tirar-lhes essa responsabilidade.

Para WEIL(2002,p.103), Eis a razão pela qual o meio ambiente tem muita influência e constitui fator preponderante na aprendizagem. Ao se observar alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem ou de sociabilidade, constata-se que em muitos casos são alunos de pais omissos na sua vida escolar. Faz parte da construção do conhecimento formar no aluno hábitos e responsabilidades com horários de estudo, execução de atividades e revisão para testes. Se a escola não possui respaldo da família fica difícil um resultado positivo e significativo em seu aprendizado.

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Enfim, o “aluno solto” reúne em si as marcas de uma educação desencontrada entre pais e escola. E, portanto, acaba por internalizar alguns sentimentos e conduta adquiridos nessa fase, como: insegurança, temores, subjugação ou ainda auto-afirmação, defesas ofensivas e atitudes extremistas. Em qualquer um dos casos, esses comportamentos constituem-se em uma sinalização dos alunos aos adultos sobre os seus reais problemas.

Vale ressaltar que a escola não tem como funções únicas, desenvolver a inteligência e preparar para uma profissão, isso seria desqualificar quase totalmente o real valor da escola. Portanto, está desinformado e equivocado quem pensa a escola somente como preparação de mestres. Sua função é muito mais abrangente, como afirma LÓPEZ (2002,p.127), “ O que se exclui como objetivos pedagógicos são o “competir por competir”, o procurar vencer a qualquer custo”.

A escola é ciente da amplitude do seu papel que traz algo mais importante que ser o mais preparado, como: fazer o seu alunado mais consciente dos seus direitos e cumpridor dos seus deveres na sociedade, assim como capaz de viver e de interagir com as pessoas respeitando-as e sendo respeitado sem precisar impor-se unicamente pela sua ascensão intelectual.

Segundo DONATELLI (2004), o professor precisa restituir com urgência sua condição fundadora de produtora de conhecimento. Historicamente, a escola tem sido o único especo produtor de conhecimento e por muito tempo esta posição foi pouco constatada. Tal visão tem como conseqüência a crença de que o processo de aprendizagem se faz através da transmissão de conhecimento, do qual a escola e seu representante, o professor, são depositários, sendo, portanto, os únicos autorizados a ensinar. Nessa visão, e escola se preocupa com o conteúdo e a forma do que pretende ensinar, mas não com o contexto no qual ela ensina.Trabalha-se com um modelo abstrato de criança, sem diferença de sexo, cor, classe social, com uma criança descontextualizada, sem carne e sem osso. Na prática escolar isto significa uma escola que só considera válido o que está dentro de suas paredes, desprezando tudo o que as crianças trazem de vivência e aprendizagem no seu meio, considerando aptas que, por estarem mais próximas ao modelo estabelecido, a ele se adaptam sem dificuldades.

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3.2 – REFLETINDO SOBRE FUNÇÕES FAMILIARES

DONATELLI (2004), nos informa que é comum nos dias de hoje os pais procurarem soluções sobre a melhor maneira de educar seus filhos consultando especialistas que dão as ordens e opinam, orientando os pais o melhor modo possível na tarefa de educar, aprimorando os pais numa melhoria na qualidade e formação dos filhos. Embora exista grande participação por parte de informações que cheguem em nossas casas por meio de comunicação de massa.

PARO (2002), em suas recentes pesquisas nos informa que o que dificulta os pais em ajudar seus filhos nas lições de casa é o fato de não saber mesmo. Por falta de oportunidades, por difíceis condições financeiras, e desse modo, terem que trabalhar e não vêem o estudo como prioridade na vida do ser humano e, o tempo é o maior inimigo nesse momento, ele passa, não volta, prejudicando e impedindo a aproximação dos pais com seus filhos.

Conforme o sentido piagentiano, a relação escola-família prevê o respeito mútuo, o que significa tornar paralelos os papéis de pais e professores, para que os pais garantam as possibilidades de exporem suas opiniões, ouvirem os professores sem receio de serem avaliados, criticados, trocarem pontos de vista. Tal parceria implica em colocar-se no lugar do outro, e não apenas enquanto troca de favores, mas “... a cooperação, em seu sentido mais prodigioso: o de supor afetos, permitir as escolhas, os desejos, o desenvolvimento moral como construção dos próprios sujeitos, um trabalho constante com estruturas lógicas e as relações de confiança”.

Segundo o próprio Piaget:

“Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva pois a muita coisa mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, freqüentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades...” (1972/2000, p.50)

Pensar neste tipo de parceria requer então aos professores inicialmente uma

tomada de consciência de que, as reuniões baseadas em temas teóricos e abstratos, reuniões para chamar a atenção dos pais sobre a lista de problemas dos filhos, sobre suas péssimas notas, reuniões muito extensas, sem planejamento adequado, onde só o professor pode falar, não têm proporcionado sequer a abertura para o iniciar de uma proposta de parceria, pois os pais faltam às reuniões, conversam paralelamente, parecem de fato não se interessarem pela vida escolar das crianças. No entanto não basta legitimar a situação com queixas e lamentações. Verdadeiramente, as famílias não se encontram preparadas sequer para enfrentar, quanto mais para solucionar os problemas que os educadores de seus filhos lhes entregam e ou transferem nas

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reuniões de pais, e outros poucos momentos em que se encontram os protagonistas desta relação. A criança por menor que seja, precisa de carinho e de atenção, mas por incrível que pareça, existem pais que encontram tempo para tudo, exceto para manter uma relação de afeto com os seus filhos. É essa relação que faz os filhos crescerem humanizados, tornando-os, com o passar dos anos, pessoas realizadas e felizes.

Sobre isso, WEIL (2002) reflete:

A liberdade dentro do respeito pelo próximo tem de começar a ser cultivada nas relações entre pais e filhos isto é, na própria célula familiar. Sem isto, os alicerces de qualquer nação não oferecem garantia para manutenção daquilo que queremos que seja uma verdadeira democracia (p.52).

Para que a sociedade possa contar com adultos em condições de garantir essa liberdade na sua família, no ambiente de trabalho e na relação com as pessoas, é necessário que, desde criança, eles possam encontrar nos adultos pessoas que os conduzam à aprendizagem educando para o amor, carinho, limites e responsabilidade. Pois, contrário ao que se pensa, tudo isso não acontece como num passe de mágica, faz-se necessária toda uma caminhada de anos. Não adianta falar para uma criança que ela precisa ser educada e responsável, sem que ela tenha pessoas que realizem diariamente essas ações.

E o notório é que, onde existe autoritarismo, brutalidade, irresponsabilidade, incompreensão, não se consegue construir democracia. E isso, prejudica a vida em sociedade, pois a falta de pessoas harmoniosas e conscientes traz graves problemas para a geração atual e para as gerações futuras.

Nessa outra perspectiva, a tendência dos filhos será de copiar para si a atitude dos pais já que junto da firmeza existe a docilidade e não a rigidez. Com essa postura, o filho se sentirá orientado e educado e não amedrontado, sem referencial ou centro das atenções. No último caso, ele poderá até mesmo sentir-se precocemente “dono do próprio nariz” e não reconhecer a autoridade dos professores em sala.

É interessante observar que para LÓPEZ (2002), os filhos conseguem perceber a dificuldades que seus pais sentem em expressar seus conhecimentos em relação a vida cotidiana e até mesmo no ensino escolar, e por esta razão os pais acabam não se sentindo capazes de responder a todo tipo de pergunta, sendo assim, é comum encontrar pais que estejam preocupados em participar das atividades escolares de seus filhos e, baseado nesta preocupação acabam fazendo algum tipo de estudo, até mesmo de nível superior, ou até consultar tudo o que foi aprendido e que hoje não se lembra mais, fazer cursos de inglês, Frances, enfim, é recomendável uma atitude desse nível.

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“... Construir e mostrar uma imagem de escola como um lugar agradável, saudável, alegre, onde as crianças gostam de ir e ficar, e, mais ainda demonstrar que esta é fruto da ação do Estado, é uma operação em curso desde os finais do século XIX, e que tem, no momento estudado, uma grande relevância. Porém, não bastava isso. Era preciso intensificar a educação dos pais. (Faria Filho, 2000,p.48).

WEIL (2002), nos informa que nas escolas modernas existe uma preocupação em fazer com que a família e escola se unam, promovendo encontros e reuniões periódicas. Nesses encontros no qual dá-se o nome de clube de pais e mestres, são debatidos entre pais e professores assuntos de educação e, são oferecidos filmes e palestras orientados melhor forma de criar e instruir os filhos. Tal procedimentos garante a intenção entre a família e a escola, que tem o reconhecimento positivo das crianças.

DONATELLI (2004), argumenta que para trabalhar de modo produtivo no estabelecimento de uma aproximação com a família, os professores devem considerar que a família nuclear típica da cultura burguesa não é, hoje, a única referência existente. Essa aproximação não é simples, mas tem peso importante na evolução do conhecimento, portanto, não pode perder de vista que esse é o conteúdo principal, pois só assim será possível um trabalho que abranja a união da família com a escola, que é a cooperação no processo educacional.

Segundo WEIL (2002), a proposta deve levar em consideração a realidade social e cultural das crianças e os conhecimentos socialmente disponível em relação ao mundo físico e social, é preciso ter clareza que educar é um ato intencional, sendo necessário saber o que se pretende realizar com as crianças, respeitando o ritmo de desenvolvimento de cada um, favorecendo o desenvolvimento global, incentivando e valorizando seu trabalho permitindo que a criança descubra, explore, faça descobertas e aja com liberdade e sendo crítico, estimulando a participação, a cooperação e o respeito mútuo e promovendo um trabalho integrado com as famílias das crianças.

ARIÈS (1986), completa dizendo que durante todo o tempo que a criança permanecesse na escola seria ambientada a uma disciplina cada vez mais rigorosa e efetiva, separando a criança do adulto,e isso acontecia até o término do período escolar.

DONATELLI (2004), acrescenta que quanto a indisciplina, os alunos eram ridicularizados, humilhados em público, no pátio da escola, na presença de todos, isso para a família era motivo de desonra.

O autor nos coloca que vivemos em uma sociedade onde os valores e os princípios se perderam junto com as referências morais em relação as

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responsabilidades sociais que cada um deve ter, foi deixado de lado, no universo escolar.

LÓPEZ (2002), a escola e a família são duas instituições educacionais da sociedade atual. O autor ressalta que é de total responsabilidade dos pais a educação dos filhos, e educar nunca foi uma tarefa fácil, consiste em dizer não em alguns momentos, pois em determinados casos sua falta de atuação causa ausência, a criança fica carente de referência ocasionando conflitos que acabam sendo preenchidos por alguém ou por algo, como a televisão, os amigos e até mesmo na rua.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentro do contexto da pesquisa apresentada, com o intuito norteador para os argumentos e reflexões sobre a cumplicidade necessária entre família e escola, culminam em uma só premissa: ambas querem sujeitos que transcendam a mera intelectualidade e sejam crianças e jovens com sonhos e atitudes. Porém, as formas de manifestar esse desejo são desencontradas e cheias de recalques. Ora a escola sonha com a participação dos pais, ora os pais reclamam por não serem chamados, ora os pais delegam sua função à escola, ora a escola é culpada por não acompanhar seus filhos.

São inúmeros os problemas registrados no dia-a-dia escolar. Esses problemas aparecem sempre motivados por uma infinidade de carências ou excessos na relação com os pais. Diante disso, a sala de aula é o espaço, a “válvula de escape”, aonde vem à tona todas as situações não resolvidas. Por mais competente e perspicaz que o professor e o orientador sejam, em muitos casos, a presença da família é a possibilidade mais segura dos problemas serem encaminhados e posteriormente resolvidos.

É possível compreender, diante da proximidade da família e da escola que, as características e particularidades marcam a trajetória de cada família e conseqüentemente, do educando a quem atendemos. Tais informações são dados preciosos para que possamos avaliar o êxito de nossas ações enquanto educadores, identificar demandas e construir propostas educacionais compatíveis com nossa realidade.

Para alguns autores as convenções comportamentais nem sempre nascem na cultura familiar, muitas são frutos dos modismos advindos da mídia em geral. A natureza desses comportamentos quase sempre traz distorções de caráter e tornam as relações humanas mais artificiais e menos autênticas. Estes defendem também a importância da contextualização do aluno, cuja escola deve ter essa tarefa como prioritária. De fato, o próprio processo de ensino-aprendizagem necessita da diagnose da realidade para que métodos utilizados sejam significativos. Imagina-se a partir daí, o quanto essa contextualização favorecerá os demais desenvolvimentos do aluno.

Já para outros autores, o método mais eficiente para qualquer aprendizado ainda é o exemplo. Essa proposição será atual em qualquer época, pois não existe sinal maior de confiança e adesão do que a vivência daquilo que se ensina. Assim também, se constatou nos resultados da psicanálise e da psicologia social que os filhos refletem na escola, a conduta que têm em família. Sobre isso, percebe-se que o envolvimento da família pode definir o perfil da educação escolar dos filhos.

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Encontrou-se também autores que confirmaram que o cotidiano escolar pode ser alterado com o ingresso do filho na escola. Uma vez que a família se desinstala com a chegada do novo, a escola é uma dessas novidades que interfere nos horários, disponibilidade de tempo e participação dos pais. Dessa forma, conclui-se que as atitudes marcantes na vida do filho e a vivência de comportamento ético são incumbências da família. Assim, é fundamental vê a educação formal como resultado de uma parceria tríplice entre escola, pais e alunos.

Dessa forma, é confirmada a posição da escola como promotora da esperança, geradora de possibilidades e lugar da educação profilática. Faz parte também de sua teoria, a consciência de que é necessário considerar o que aproxima a escola da família e não apenas reforçar o que lhes afasta.

Não obstante, a firmeza dos pais sobre a educação dos filhos deve ser prova concreta do amor para desperta-lhes limites. Esse é o caminho que norteia e cria referências para a vida da criança e do adolescente. Caso contrário, ele poderá sentir-se precocemente senhor das próprias vontades.

É fácil demais cobrar da escola providências e soluções milagrosas como se estas fossem suas tarefas. Na verdade, cabe à escola trabalhar o conhecimento e assistir também ao processo emocional e social do aluno. Porém, ela não pode e não deve assumir para si a educação doméstica.

A análise feita em cada capítulo mostra a relação intrínseca da aprendizagem com o contexto familiar. Cada autor utilizado chamou atenção para os fenômenos da modernidade, como: transição de valores, olhar pragmático sobre o homem, falta de tempo dos pais, dentre outros.

Em última análise, a aprendizagem deveria ser um resultado coeso entre família e escola e não na tentativa de aprender sozinho ou com as lições que a vida, duramente ensina. Para tal, o ambiente familiar é o espaço privilegiado para as interferências formativas marcantes. Assim, ao se trabalhar com o ser humano é necessário enxergá-lo como ser contextualizado e portador de sentimentos que nasceram essencialmente na família.

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BIBLIOGRAFIA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÃFICAS

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PARO, V. H. Qualidade de ensino: A contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2000.

PIAGET, J. Teoria e Prática. Ibrasa. 3ª edição. São Paulo, 1987/ 2000.

KALOUSTIAN, S.M. (org) Família brasileira a base de tudo. Brasília: UNICEF, editora Cortez 2000.

DONATELLI, Dante. Quem me educa: A família e a escola da(in) disciplina. São Paulo: Arx, 2004.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. Rio de Janeiro: Paz e terra 2000.

WEIL, Pierre. A criança o lar e a escola. Petrópolis: Vozes, 2000.

CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes e professores fascinantes. Sextante:Rio de

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CASTRO, Edmilson de. Família e escola: O caos institucional e a crise da

modernidade disponível em: HTTP:WWW.pedagogia.com.br.info9a1.html.acessado

em: 06.04.2010.

MIGUEL. Claudis e Rosiska. A vida na escola e a escola da vida.2008.