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CRESCIMENTO, ÌNDICE DE MASSA CORPORAL E APTIDÃO FÍS ICA RELACIONADA À SAÚDE DE ESTUDANTES NA FAIXA ETÁRIA D E
14 E 15 ANOS DO COLÉGIO ESTADUAL SÃO JOÃO BOSCO DE PATO BRANCO – PARANÁ
Carmen Maria Mosquen1
RESUMO: Este artigo refere-se a um estudo que teve como objetivo avaliar a Aptidão Física Relacionada à Saúde de alunos das 1ª Séries do Ensino Médio do período da manhã, do Colégio Estadual São João Bosco – EFM, de Pato Branco. Foi utilizada uma bateria de testes e de medidas adotadas pelo Projeto Esporte Brasil verificando, portanto, o estado nutricional através do IMC ( peso e altura), bem como o percentil de IMC, os níveis de Flexibilidade (sentar-e-alcançar), Força e Resistência Muscular Localizada (abdominal) e Resistência Cardiorrespiratória (9 minutos). A pesquisa apresenta-se como descritiva, transversal e quantitativa. Quanto aos resultados, pode-se observar através dos dados antropométricos, que a maioria das meninas bem como, dos meninos, de 14 e 15 anos encontram-se dentro dos percentis normais de IMC para a idade, segundo os pontos de corte do NCHS/CDC - National Center for Health Statistics/Centers for Disease Control (Centro Nacional de Estatísticas sobre Saúde/Centros para o Controle e Prevenção de Doenças). Quanto às médias dos resultados obtidos nos testes de flexibilidade força e resistência localizada e resistência geral, tanto masculino quanto feminino, pudemos verificar níveis considerados em sua maioria, de razoáveis a fracos segundo os pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado para AFH (Avaliação da Atividade Física Humana) de baixa exigência. Palavras-Chave: Aptidão física; saúde; qualidade de vida.
ABSTRACT: This article refers to a study that has as objective to evaluate the Physical Fitness Related to Health on students of the first grade, matriculated in the morning period, of the São João Bosco High School – EFM, situated in Pato Branco-PR. It was utilized a sequence of tests and measures that were adopted by the Projeto Esporte Brasil verifying the BMI, the nutritional condition through the BMI (weight and height), flexibility levels (sit-and-reach), strength and localized muscular resistance (abdominal exercises) and cardiorespiratory resistance (9 minutes). This research is presented as descriptive, transversal and quantitative. About the results, we can observe through the anthropometric data, that a large part of the girls and boys, with 14 and 15 years-old, are in agreement with the normal BMI percentile for the age (based in NCHS/CDC cut points). For the average results of the male and female tests of flexibility, strength, localized resistance and general resistance we have verified, in large part, weak to reasonable levels, according to PROESB-BR (a norm used as reference parameter for low requirement HPC - human physical activity) cut points. 1 Professora da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná – PDE/2007.
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1 INTRODUÇÃO
Desde os nossos antepassados, vivemos constantemente preocupados com
o trabalho e com melhores condições de vida no aspecto material. Tal situação vem
acarretando sérias conseqüências no que se refere à qualidade de vida e a saúde.
A evolução tecnológica desencadeou inúmeros problemas de estresse e
sedentarismo. Trabalhamos excessivamente em busca de conforto e melhores
condições financeiras e isso vem causando uma epidemia de estresse e doenças
relacionadas ao trabalho. Já o sedentarismo ocorre pela possibilidade de clicarmos
um botão e resolvermos uma tarefa que nos custaria algum gasto de energia se
fosse realizado de outra forma, além de outras inúmeras facilidades proporcionadas
pela tecnologia.
Acompanhar o cotidiano de adolescentes nas mais variadas situações, exige
de nós, professores de Educação física, conhecimentos cada vez mais
aprofundados no que se refere ao seu crescimento e desenvolvimento.
Os aspectos biológicos, psicológicos, fisiológicos e sociais que envolvem a
adolescência, os tornam vulneráveis e sujeitos às conseqüências dos
comportamentos decorrentes da influência exercida pelo ambiente, pela forma como
vivem e pelos grupos que servem para eles como referência e que podem, portanto,
exercer influência positiva ou negativa.
As Diretrizes Curriculares para o Estado do Paraná propõem que a Educação
Física contemple reflexões sobre as necessidades atuais do ensino e a superação
de uma visão fragmentada de homem.
Questiona-se a forma de trabalhar a disciplina tão somente como treinamento
do corpo, sem nenhuma reflexão sobre o fazer corporal.
A Educação Física deve ser trabalhada articulada com as demais disciplinas
a fim de se entender o corpo em sua complexidade sendo abordada sob os aspectos
biológicos, psicológicos, filosóficos e políticos
Ainda segundo as Diretrizes, é importante que o professor reconheça as
maneiras como o modo de produção capitalista influencia as formas de pensar e agir
sobre o corpo.
Há necessidade de superarmos a visão tecnicista, ainda presente em muitas
de nossas ações e direcioná-la a uma práxis centrada na reflexão, compreensão e
3
superação da realidade, visando melhoria da qualidade de vida, dando ênfase ao
movimento humano.
Partindo dessa realidade, e baseando-se na problematização do Plano de
Trabalho, cuja proposta de intervenção prevê um estudo do nível de composição
corporal e aptidão física relacionada à saúde em estudantes na faixa etária de 14
anos, julgou-se pertinente elaborar uma pesquisa com a finalidade de detectar
possíveis alterações quanto ao crescimento, índice de massa corporal, bem como, o
nível de aptidão física relacionada à saúde, através de testes específicos.
O Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR) contribuiu de forma significativa com
o trabalho, pois se trata de um observatório permanente dos indicadores de
crescimento e desenvolvimento somatomotor e estatuto nutricional de crianças e
jovens brasileiros entre 07 e 17 anos. Este projeto de abrangência nacional utiliza
uma bateria de medidas e testes somatomotores seguindo normas e critérios
nacionais de avaliação. O projeto é decorrente de um conjunto de investigações
científicas realizadas por professores e pesquisadores da Escola de Educação
Física da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Foram realizados
diversos estudos de campo com o objetivo de propor um sistema de medidas, testes
e avaliações que fossem compatíveis com a realidade de nossas escolas e que,
considerasse a diversidade cultural da população brasileira. Gaya e Silva (2007).
A partir dos resultados obtidos, poderemos conscientizá-los quanto à
importância de manter a saúde através hábitos saudáveis de vida, nos aspectos
referentes ao trabalho, alimentação e prática regular de atividades físicas.
Existem períodos críticos para o desenvolvimento de maior acúmulo de
gordura corporal, que oferecem maiores riscos para o aparecimento da obesidade:
gestação, primeiro ano de vida, idade pré-escolar (5 a 7 anos) e adolescência.
Josué; Rocha, (2002).
A obesidade pode ser definida como acúmulo excessivo de gordura corporal
que compromete a saúde e ocorre, principalmente, quando o consumo energético é
superior ao dispêndio de energia. Tem seu início, com, freqüência na infância e a
probabilidade de uma criança obesa desenvolver obesidade na vida adulta é muito
maior que em crianças com gordura corporal normal Mcardle et al (2003).
Relatório publicado em 2004 pela Obesity Task Force-IOTF (Força Tarefa
Internacional Sobre Obesidade) indicou que uma em cada dez crianças no planeta,
(o que corresponde a 155 milhões) é obesa. A ABESO ressalta que nas duas
4
últimas décadas, a obesidade em crianças brasileiras triplicou (15% apresentam
excesso de peso e 5% são obesas. “média de 4% da população brasileira é
desnutrida e esses dados mostram que o país passa por uma transição nutricional
com inversão da prevalência de desnutridos em relação a obesos”, destaca Cristiane
Kochi, Secretária de Endocrinologia Pediátrica da Sociedade de Pediatria de São
Paulo (SPSP) e médica assistente da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. A
especialista informa que o avanço da obesidade infantil tem influência do estilo de
vida e da preocupação de muitos pais que, com medo da violência preferem manter
seus filhos confinados em frente à televisão ou do vídeo Game. “Estudo
Internacional mostrou que, nos Estados Unidos, crianças com média de 5 anos de
idade já passam de 4 a 6 horas diretas na frente da televisão e do vídeo game. A
Academia Americana de Pediatria preconiza ser saudável apenas duas horas”,
acrescenta a médica ao ressaltar que essas atividades normalmente são
acompanhadas de refrigerantes, biscoitos, batatas fritas, produtos calóricos que
favorecem o surgimento da obesidade quando consumida em excesso. Rosendo
(2005).
O estilo de vida das famílias atualmente leva a hábitos alimentares que
influenciam diretamente o estado nutricional dos indivíduos, e levam a desvios
nutricionais Fisberg et al (2000).
Atualmente, as principais refeições são constantemente substituídas por
lanches com alta densidade calórica e reduzido valor nutricional ficando
condicionadas a esses tipos de alimentos.
A obesidade já está associada a alterações metabólicas importantes. A
criança obesa já apresenta maior risco para algumas doenças e os distúrbios
psicossociais, provocados pelo estigma da obesidade são de grande relevância
nesta fase de estruturação da personalidade.
Bouchard (1991) classifica a distribuição de gordura em quatro tipos:
• Tipo 1 - excesso de massa gorda corporal sem nenhuma concentração
particular de gordura;
• Tipo 2 - excesso de gordura subcutânea na região abdominal e do tronco
(andróide)
• Tipo 3 - excesso de gordura víscero abdominal;
• Tipo 4 - excesso de gordura gluteofemoral (ginóide).
5
Cada tipo específico apresenta tendências de caráter genético e depende dos
fatores ambientais para se desenvolver e se acentuar.
Outras formas de classificação são apresentadas por Coutinho (1998):
• Quanto à idade de início (na infância: comportamento alimentar, influência
sociocultural, baixo nível de atividade física, desencadeando aumento excessivo do
número e tamanho dos adipócitos; na idade adulta: ganho de peso devido a
mudanças de comportamento, estilo de vida e envelhecimento);
• Quanto à fisiopatologia (hiperfágica: comer excessivamente; metabólica:
anormalidade hormonal que determina um baixo metabolismo);
• Quanto à etiologia (neuroendócrina: problemas nas glândulas produtoras de
hormônios de origem genética e/ou ambiental; iatrogênica: causada por substâncias
químicas, medicamentos ou lesões hipotalâmicas; desequilíbrios nutricionais: dieta
hiperlipídica; inatividade física: baixo gasto calórico, desfavorecendo o equilíbrio
metabólico energético; obesidades genéticas: doenças genéticas raras com
características disfórmicas).
É indiscutível que o excesso de gordura corporal apresenta relação direta
com uma série de fatores de risco para o aparecimento ou agravamento de
condições desfavoráveis para a saúde. Em todos os artigos levantados, sem
exceção, elevados níveis de gordura corporal avaliados por IMC, espessura de
dobras cutâneas, circunferências corporais ou quaisquer outros métodos preditivos
de sobrepeso e obesidade apresentam elevadas correlações com altos níveis de
pressão arterial, dislipidemias e doenças coronarianas, entre outros problemas,
contribuindo para o aumento da morbidade e mortalidade destas populações.
Para Costa (2001), a composição corporal é a proporção entre os diferentes
componentes corporais e a massa corporal total, sendo normalmente expressa pelas
porcentagens de gordura e de massa magra.
Os valores de tais porcentagens são de grande importância para os
profissionais de educação física visto que as quantidades dos diferentes
componentes corporais, principalmente gordura e massa muscular, apresentam
estreita relação com a aptidão física, relacionada tanto à saúde como ao
desempenho esportivo.
Ainda segundo Costa (2001), pela avaliação da composição corporal,
podemos, além de determinar os componentes do corpo humano de forma
quantitativa, utilizar os dados obtidos para detectar o grau de desenvolvimento e
6
crescimento de crianças e jovens para, a partir dos dados obtidos, prescrever
exercícios.
Quando pensamos em avaliar a composição corporal, estamos interessados
em verificar a condição inicial do indivíduo, com o objetivo de verificar se sua
quantidade e distribuição de gordura corporal podem trazer risco para a saúde.
O ser humano, desde o seu nascimento, até o final de sua vida, passa por
diversas fases.
Para Araújo (1985), essas fases ou degraus galgados pelo homem são um
somatório de três funções básicas inerentes a todo o processo: o crescimento, o
desenvolvimento e a maturação.
Estágios de Crescimento segundo ACSM, 2001:
Períodos Idade relativa
Infância 1 ano - até pré-puberdade
Pré-puberdade Meninos - entre 12 e 16 anos
Meninas - entre 9 e 15 anos
Adolescência Meninos - até 18-22 anos
Meninas - até 15 - 21 anos
Fonte: http://www.cdof.com.br/crianca5.htm
Termos utilizados pelo ACSM:
Crescimento: seria o aumento do corpo em tamanho; subdivide-se em 3
fases:
• Pré-infância: primeiro ano de vida - Infância: Período do final da pré-infância
até o início da adolescência. O final da infância também é chamado de pré-
puberdade
• Adolescência: vai do fim da infância até a fase adulta. O início da
adolescência é chamado de puberdade. Esta fase do crescimento é muito difícil de
ser definida cronologicamente, pois tanto o início como o término é extremamente
variável.
Desenvolvimento: alterações funcionais que ocorrem junto com o
crescimento;
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• Maturação: seria o processo final das alterações funcionais na aquisição da
forma adulta.
O estado de maturidade pode ser definido pela idade cronológica, idade
óssea e ou pela maturação sexual.
É imprescindível que se tenha conhecimento sobre as alterações e
adaptações que o organismo da criança e do adolescente sofre durante o período de
crescimento, bem como, de que maneira estas alterações influenciam na
capacidade física e na resposta ao exercício.
Cabe aos profissionais de educação física a busca de conhecimentos sobre
crescimento, desenvolvimento, maturação, tais conceitos são de essencial
importância para o entendimento do verdadeiro papel da atividade física na vida da
criança.
Segundo Duarte (1993), crescimento refere-se às mudanças no tamanho do
individuo, ou seja, é um aumento da estrutura do corpo decorrente da multiplicação
ou aumento de células.
Desenvolvimento refere-se a alterações nas funções orgânicas de um
individuo ao longo do tempo.
Maturação refere-se a variações na velocidade e no tempo de surgimento de
determinadas características, capacitando o individuo a atingir a maturidade
biológica.
Já para Bernhoeft (2005), diretor médico do CBDA, o crescimento físico e
maturação da criança têm sido estudados há mais de 150 anos.
Crescimento: é o aumento no tamanho do corpo como um todo ou o tamanho
em partes específicas do corpo. As mudanças no tamanho sofrem três principais
processos à nível celular
1. Aumento no número da célula, ou hiperplasia celular.
2. Aumento do tamanho da célula, ou hipertrofia celular.
3. Aumento nas substâncias intercelulares ou crescimento.
Maturação: é mais difícil definir do que crescimento. É descrito como o
processo de maturidade, ou progresso em direção ao estado de maturidade, porém,
variam com os sistemas biológicos:
• A maturidade sexual é a completa capacidade funcional reprodutiva.
• A maturidade óssea é a completa ossificação do osso de adulto.
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A distinção fundamental entre crescimento e maturação é que o crescimento
está focado no tamanho e maturação está focada no progresso ou taxa para se
alcançar o tamanho
O crescimento e maturação são essencialmente processos biológicos,
enquanto que o conceito de desenvolvimento tem um alcance mais amplo e envolve
domínios, principalmente, do comportamento.
Para Anderson et al, (1988), os estirões de crescimento de meninas e
meninos geralmente ocorrem em idades diferentes (11 - 13 ou 14anos para meninas
e 12 - 15 anos para meninos), portanto, suas necessidades nutricionais durante a
adolescência também variam.
A diferença importante entre os sexos consiste no fato de que as meninas
têm taxa de deposição de gordura sempre maior que os meninos e, mesmo
diminuindo o ritmo de acréscimo, continuam sempre ganhando gordura, embora
mais lentamente, enquanto os meninos chegam realmente a perder tecido adiposo.
Isto explica por que os meninos se tornam aparentemente mais magros nesta fase,
e as meninas mais gordinhas (principalmente após passarem pelo PVC, na época
da menarca). Chipkevitch (1995), citado por Ferriani.
A porcentagem da gordura corpórea está em torno de 15%, em ambos os
sexos, aos 9 anos de idade. Na época do PVC ela é de 12% nos meninos
(permanecendo assim por alguns anos), e de 19% nas meninas (subindo para 25%
após a menarca). Assim, ao fim da puberdade, as moças têm o dobro de gordura,
comparadas aos rapazes. Marshal & Anyan, apud Chipkevitch (1995), citado por
Ferriani.
A Organização Mundial da Saúde (1995) sugere o Índice de Massa Corporal
como parâmetro antropométrico de avaliação dos adolescentes, considerando-se o
ponto de corte para sobrepeso e obesidade os valores de IMC igual ou superior a
P85 e P95 respectivamente. Assim, valores do índice de massa corporal iguais ou
superiores ao 85° percentil, porém menores que o 95 ° percentil, deverão ser
considerados de risco para o desenvolvimento do sobrepeso e os valores do índice
de massa corporal iguais ou superiores ao 95° perce ntil merecem intervenções
imediatas. Ferriani.
A exemplo do estirão puberal em estatura, o crescimento e desenvolvimento
do aparelho reprodutor e dos caracteres sexuais secundários é um dos
acontecimentos mais característicos e importantes da puberdade. A realização
9
constante e sucessiva das medidas da estatura e cálculos da velocidade de
crescimento são muito importantes para se caracterizar a fase de crescimento físico
do adolescente, sendo necessário algum método de mensuração do grau de
maturação sexual também para se avaliar a progressão pubertária. Chipkevitch
(1995) citado por Ferriani.
A puberdade termina e com ela o crescimento físico e o amadurecimento
gonadal, em torno dos 18 anos, coincidindo com a soldadura das cartilagens de
conjugação da epífise dos ossos longos, o que determina o fim do crescimento
esquelético Osório (1989).
Durante o pico de velocidade de crescimento, os adolescentes, na maioria
das vezes, precisam ingerir alimentos com freqüência e em grandes quantidades,
porém quando o crescimento é diminuído eles precisam ser mais cuidadosos, pois
os hábitos de alimentação excessiva durante esta fase da vida podem contribuir
para o aparecimento do sobrepeso e obesidade, dentre outras doenças debilitantes.
Mahan & Escot-Stump (1998), citado por Ferriani.
Segundo Saito (2001), na adolescência, as grandes transformações físicas
fazem com que os jovens convivam com rápidas modificações de esquema corporal,
principalmente na fase de aceleração rápida do crescimento. Ainda segundo ela,
este fato freqüentemente acarreta problemas de postura, a não avaliação correta da
própria força.
Para Saito (2001), as expectativas também precisam, por vezes, serem
revistas, pois podem estar baseadas em falsas premissas. Alguns adolescentes se
desenvolvem mais cedo, apresentando-se maiores do que seus pares em
determinadas idades. Costuma-se aventar para esses jovens, altura final elevada, o
que nem sempre ocorrerá, podendo o fato acarretar frustrações mais tarde.
Para Garrett; William (2003) a altura e a massa corporal seguem um padrão
de crescimento de quatro fases: rápido ganho na lactância e no início da infância,
ganho estável na infância intermediária, rápido ganho na adolescência e
crescimento lento ou término de crescimento ao se obter o tamanho ou a maturidade
adulta. A massa corporal normalmente continua seu crescimento na vida adulta,
enquanto o crescimento estatural cessa.
Ainda segundo Garrett; William (2003), diferenças entre os sexos antes do
estirão adolescente são mínimas. Os meninos tendem a ser, em média, ligeiramente
mais altos que as meninas, mas existe uma considerável equiparação. Durante a
10
primeira fase da adolescência, meninas são mais altas e mais pesadas do que
meninos, o que indica um estirão pubertário mais precoce nas meninas, porém, logo
perdem a vantagem no tamanho quando o estirão dos meninos se manifesta.
Rapazes normalmente alcançam e ultrapassam as meninas em termos de altura e
massa.
Segundo Leal; Silva, apud Saito; Silva (2001), nos últimos 100 anos, devido à
melhoria das condições de vida, principalmente da nutrição, tem-se observado um
marcante aumento da altura final e antecipação da puberdade. Este evento,
segundo eles, é facilmente demonstrável quando se comparam os vários dados
sobre a primeira menstruação (menarca): na Europa, em 1840, a idade média da
menarca era 17 anos, na década de 1970 reduzira-se para 13 anos, ou seja, uma
antecipação de 3-4 meses a cada 10 anos. O Brasil apresenta fenômeno
semelhante: em 1930 a idade média da menarca era 13,8 anos e, em 1970, esta
caíra para 12,5 anos.
Segundo Sullivan; Anderson (2004), A avaliação da composição corpórea tem
implicações importantes para a saúde, o condicionamento físico e o desempenho.
Em jovens atletas essa avaliação é um desafio por causa de vários fatores que
afetam as bases conceituais para a estimativa da gordura e do tecido magro sendo
que existem significativas mudanças na relação entre dobras cutâneas e densidade
durante a passagem da pré-puberdade para a puberdade e da puberdade para a
pós-puberdade. Como resultado, a estimativa da gordura corpórea por meio de
dobra cutânea, tamanho do corpo e circunferências pode refletir alterações na
composição dos componentes da massa magra (água, minerais e proteínas) e não
alterações no conteúdo real de gordura.
Ainda Sullivan; Anderson (2004), concluem que, apesar de serem úteis na
avaliação do condicionamento físico e do desempenho, as medidas da composição
corpórea não devem ser usadas para manipular a gordura corpórea do pré-púbere
com vistas à prática de esportes nem para lhe impor estritas recomendações de
perda de peso. Isso pode acarretar efeitos adversos ao crescimento e
desenvolvimento normais.
A declaração dos direitos da criança, proclamada na assembléia das Nações
Unidas em 1959, contempla princípios tais como: “... A criança deve desfrutar
plenamente de jogos e divertimentos, os quais deverão estar orientados para os
objetivos perseguidos pela educação”. Daí a necessidade de a educação física ser
11
parte integrante de todo o progresso educacional desde a pré-escola até o curso
universitário.
Segundo Leite (2000), a sociedade moderna vem modificando bastante o
comportamento das crianças. Estes novos comportamentos variam desde aqueles
que provocam a diminuição da atividade física na criança, por excesso de horas
defronte a televisão, até os que causam exagerada atividade física na criança, os
“mini-campeões”, que são submetidos a treinamento esportivos. Conclui Leite
(2000), que para essas crianças, a escola passa a ser mais uma entre tantas
atividades, mas por outro lado, a criança afetada pela condição de baixa renda não
possui, à sua disposição, opções adequadas para utilização do tempo livre.
Para Leite (2000), o esporte e os exercícios aprendidos nas escolas cumprem
finalidades sociais, democratizantes e de saúde, para tanto, necessitam serem mais
bem investigadas.
Existem inúmeros autores que definem aptidão física associada ao vigor,
prontidão, fadiga, alegria, apreciação, no entanto, segundo Barbanti 1990, isso não é
fácil de ser medido. Para esclarecer o significado de aptidão física é importante
identificar os componentes que podem ser definidos, medidos e desenvolvidos um
separadamente dos outros.
Segundo Barbanti (1990), os componentes mais comuns foram colocados em
dois grupos: um relacionado à saúde e outro, relacionado às habilidades esportivas.
Barbanti (1990) associa aptidão física relacionada às habilidades esportivas a
vários componentes necessários para a prática e o sucesso em vários esportes.
Para Barbanti (1990), um jovem precisará de velocidade, potência muscular e
agilidade para jogar basquetebol, porém esses componentes não são necessários
para a vida adulta, onde a prática de qualquer esporte ou atividade física tem como
objetivo principal a saúde funcional.
Já, aptidão física relacionada à saúde para ele, engloba componentes que
afetam a qualidade de vida.
Leite (2000) subdivide aptidão física em dois grupos de parâmetros ou
habilidades:
Aptidão física relacionada à saúde:
• Flexibilidade
• Força e endurance muscular
• Endurance cardiorrespiratória
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• Composição corporal
Aptidão física motora ou atlética:
• Agilidade
• Potência muscular
• Velocidade
• Equilíbrio e coordenação
Leite (2000), mais recentemente os programas de educação física nas
escolas norte-americanas tem sido direcionados para desenvolver “aptidão física-
saúde” nos escolares. Os programas que desenvolvem predominantemente a
aptidão motora estão sendo desestimulados, pois a tendência é incluí-los, mas
dando ênfase aos aeróbicos, nas aulas de educação física.
Segundo Barbanti (2003), aptidão física é também chamada aptidão motora.
Nos esportes e na educação física tem significado especial. Dependendo da
situação e dos valores (como saúde, rendimento, bem-estar, jovialidade, beleza etc.)
e de vários contextos (ocupação, lazer) diferentes conceitos foram desenvolvidos.
Todos esses conceitos são baseados nos princípios gerais da capacidade de
rendimento físico ou da performance motora, mas eles diferem entre si na ênfase
dos fatores que determinam o rendimento (resistência, força, etc.).
Já performance, em Barbanti (2003), é definida como comportamento
observável e temporário no domínio motor, influenciado por fatores pessoais e
situacionais. É geralmente o resultado das ações, conquistas e finalizações. É a
realização bem sucedida, ou melhor possível, de uma tarefa.
A ACSM constatou que aptidão física para criança e adolescente deve ser
desenvolvida como primeiro objetivo de incentivo à adoção de um estilo de vida
apropriado com prática de exercícios por toda a vida, com intuito de desenvolver e
manter condicionamento físico suficiente para melhoria da capacidade funcional e da
saúde.
Considerando a importância de estudar o IMC e a Aptidão Física Relacionada
à Saúde surge o seguinte problema:
Como se apresenta o Crescimento, o Índice de Massa Corporal e a Aptidão
Física Relacionada à Saúde de estudantes das primeiras séries do Ensino Médio do
Colégio Estadual São João Bosco?
13
Objetivo Geral:
• Investigar o crescimento, o índice de massa corporal e a aptidão física
relacionada à saúde de estudantes das primeiras séries do Ensino Médio de colégio
da Rede Pública de Ensino.
Objetivo Específico:
• Verificar o crescimento
• Verificar o Índice de Massa Corporal
• Verificar a Aptidão Física Relacionada à Saúde
2 METODOLOGIA
2.1 Tipo de Estudo
A pesquisa apresenta-se como descritiva, transversal e quantitativa.
Segundo Vergara (2000), a pesquisa descritiva expõe as características de
determinada população ou fenômeno, estabelece correlações entre variáveis e
define sua natureza. "Não têm o compromisso de explicar os fenômenos que
descreve, embora sirva de base para tal explicação”.
Segundo Pereira (2003) o estudo Transversal representa a forma mais
simples de pesquisa populacional comparada às demais formas de investigação.
Para o autor o estudo transversal fornece um retrato de como as variáveis estão
relacionadas naquele momento definido pelo pesquisador e geralmente refere-se ao
momento da coleta de dados.
Podemos nos remeter às vantagens desse estudo como baixo custo e rapidez
pois os dados podem ser coletados em um curto intervalo de tempo. Além disso,
esse tipo de pesquisa apresenta facilidade para obtenção de amostras significativas
da população além de detectar grupos de risco e casos que mereçam mais atenção
no grupo populacional estudado. Pereira (2003).
É quantitativa pois considera que tudo pode ser quantificável, o que significa
traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Requer
recursos estatísticos.
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2.2 Sujeitos
A pesquisa foi realizada com 32 alunos, sendo 15 do sexo masculino e 17 do
sexo feminino com idade entre 14 e 15 anos, pertencentes às primeiras séries do
Ensino Médio do turno da manhã.
Critérios de exclusão: Foram excluídos os alunos com idades diferentes de 14
e 15 anos, os alunos que não preencheram o questionário PAR-Q, bem como os
alunos que não entregaram a autorização dos pais devidamente assinada.
2.3 Contexto
O Colégio Estadual São João Bosco – EFM localiza-se no Bairro Planalto,
considerado o maior do município de Pato Branco, situado à Rua das Andorinhas
275, na Zona Oeste, distante três quilômetros do centro da cidade, tendo como
acesso principal a Rodovia BR 158.
Trata-se de um bairro residencial popular, na periferia da cidade, constituído
por uma comunidade de classe econômica com baixa renda, com uma pequena
parte da população, atuando ainda na economia informal.
2.4 Instrumentos de medida
Foram baseados em uma bateria de testes de medidas descritas e aplicadas
pelo Projeto Esporte Brasil (2007).
A massa corporal foi mensurada utilizando uma balança com precisão de 500
g. Foi utilizado também um peso padrão previamente conhecido para calibrar a
balança.
A medida da estatura foi obtida utilizando-se o estadiômetro fixado à balança.
Para o teste de flexibilidade foi utilizado um banco de Wells.
O teste de força, (abdominal) foi realizado utilizando Colchonetes de ginástica
e cronômetro.
O teste de resistência geral foi realizado na quadra, com marcação do
perímetro da pista. Foi utilizado também um cronômetro, uma ficha de registro,
15
tabelas com números para fixar às costas dos alunos identificando-os claramente
para que se pudesse efetuar o controle do número de voltas. Trena métrica.
2.5 Procedimentos para coleta dos dados
Inicialmente foi entregue aos alunos um termo de autorização dos pais, no
qual constava detalhadamente os objetivos da pesquisa, bem como, a forma como
se procederiam os testes.
Os alunos envolvidos na pesquisa responderam a um Questionário de
Prontidão para Atividade Física (PAR-Q), desenvolvido pela Secretaria de Saúde da
Província de British Colúmbia, no Canadá, o qual tem sido sugerido como padrão
mínimo de avaliação da prontidão para a atividade física.
As medidas e testes realizados foram efetuados seguindo as orientações
contidas no protocolo do Projeto Esporte Brasil PROESP - BR (GAIA e SILVA,
2007).
Os testes e as medidas foram efetuados durante o mês de junho de 2007,
nas aulas de Educação Física, no período da manhã.
A coleta de dados foi efetuada pela própria pesquisadora previamente
treinada. As medidas de peso e altura foram realizadas no posto de saúde anexo ao
colégio.
Os testes de flexibilidade e força abdominal foram realizados em uma sala de
aulas.
O teste de corrida 9 min foi realizado na quadra externa do colégio.
Medida da massa corporal
Foi utilizada uma balança mecânica com escala de precisão de 500g. O
avaliado foi posicionado em pé, sobre o centro da plataforma, com a massa do corpo
igualmente distribuída entre ambos os pés, postura ereta, com o olhar num ponto
fixo à sua frente.
A medida foi anotada em quilogramas com a utilização de uma casa decimal.
Medida da estatura
O avaliado deveria estar descalço, ou com meias finas. O peso distribuído
entre ambos os pés, calcanhares unidos, braços soltos ao longo do tronco de forma
16
que somente os glúteos os calcanhares e o crânio estivessem em contato com a
parede. Para a leitura da estatura foi utilizado o estadiômetro fixado à balança.
Índice de Massa Corporal IMC
Foi determinado através do cálculo da razão entre a medida de massa
corporal em quilogramas pela estatura em metros elevada ao quadrado.
IMC = Massa (Kg) / estatura (m)².
Teste de Flexibilidade (Sentar-se e alcançar)
Alunos descalços sentados de frente para a base da caixa, com as pernas
estendidas e unidas. Uma das mãos posicionadas sobre a outra e os braços
elevados à vertical. Corpo inclinado para frente deve alcançar com as pontas dos
dedos das mãos tão longe quanto possível sobre a régua graduada, sem flexionar
os joelhos e sem utilizar movimentos de balanço, (insistências) sendo que a cada
aluno oportunizou-se duas tentativas. O avaliador permaneceu ao lado do aluno,
mantendo-lhe os joelhos em extensão. (PROESP, 2007).
Teste de força-resistência (abdominal)
Aluno posicionado em decúbito dorsal com os joelhos flexionados a 90 graus
e com os braços cruzados sobre o tórax. O avaliador fixou os pés do estudante ao
solo. Ao sinal o aluno iniciou os movimentos de flexão do tronco até tocar com os
cotovelos nas coxas, retornando a posição inicial (não sendo necessário tocar com a
cabeça no colchonete a cada execução). O avaliador realizou a contagem em voz
alta. (PROESP, 2007).
Teste de Resistência Geral (9 minutos)
Os alunos foram divididos em grupos de acordo com as dimensões da pista
observando-se a numeração dos alunos na organização dos grupos, facilitando
assim o registro dos anotadores. Os alunos foram Informados quanto à execução
correta do testes dando ênfase ao fato de que deveriam correr o maior tempo
possível, evitando piques de velocidade intercalados por longas caminhadas. Os
alunos também foram orientados a não parar ao longo do trajeto por tratar-se de um
teste de corrida, embora pudessem caminhar eventualmente quando se sentirem
cansados. O avaliador calculou previamente o perímetro da pista e durante o teste
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anotou apenas o número de voltas de cada aluno. Desta forma, após multiplicar o
perímetro da pista pelo número de voltas de cada aluno complementou com a
adição da distância percorrida entre a última volta completada e o ponto de
localização do aluno após a finalização do teste. (PROESP, 2007).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quadro 1 - Valores Antropométricos das 9 alunas do sexo feminino com 14 anos de idade
Estatura Peso IMC Percentil IMC Sujeito 1 158,2 62 24,8 88 Sujeito 2 151,5 75,5 32,9 98 Sujeito 3 152 46 19,9 51 Sujeito 4 158 46 18,4 30 Sujeito 5 161 43,5 16,8 11 Sujeito 6 153 45,5 19,4 41 Sujeito 7 165 75 27,5 94 Sujeito 8 170 69 23,9 84 Sujeito 9 158 45 18 23 MÉDIA 158,5 56,3 22,9 62,1
DESV PADRÃO 6,1 13,8 5,3 33,5
Verifica-se através do quadro 1 que a maioria das meninas de 14 anos encontram-se dentro dos percentis normais de IMC para a idade segundo os pontos de corte do CDC, contudo três delas possuem percentil acima de 85, e foram classificadas, portanto, como sobrepeso.
Quadro 2 - Valores Antropométricos das 8 alunas do sexo feminino com 15 anos de idade
Estatura Peso IMC Percentil IMC Sujeito 1 154 49,5 20,9 68 Sujeito 2 154,5 55 23 85 Sujeito 3 165 59 21,7 68 Sujeito 4 160 47,9 18,7 31 Sujeito 5 161 50,5 19,5 43 Sujeito 6 156,2 44,5 18,2 25 Sujeito 7 156 54,3 22,3 73 Sujeito 8 156 58 23,8 82 MÉDIA 158,1 51,5 20,6 56,1
DESV PADRÃO 3,8 5,0 2,0 23,1
Verifica-se através do quadro 2 que as meninas com 15 anos encontram-se dentro dos percentis normais de IMC para a idade segundo os pontos de corte do CDC, contudo uma possui percentil 85, e foi classificada, portanto, como sobrepeso.
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Quadro 3 - Valores Antropométricos dos 7 alunos do sexo masculino com 14 anos de idade
Estatura Peso IMC Percentil IMC Sujeito 1 164 72,5 27 95 Sujeito 2 175 55,5 18,1 28 Sujeito 3 154 47,8 20,2 61 Sujeito 4 167,5 51,5 14,4 31 Sujeito 5 172 61,5 20,8 59 Sujeito 6 168 61,5 21,8 74 Sujeito 7 169 53,5 18,7 33 MÉDIA 167,0 57,6 20,1 54,4
DESVIO PADRÃO 6,7 8,2 3,8 25,1
Verifica-se por meio do Quadro 3 que a maioria dos meninos encontram-se dentro dos percentis normais de IMC para a idade segundo os pontos de corte do CDC, contudo, o sujeito 1 está no percentil 95, sendo portanto, classificado como sobrepeso.
Verifica-se também que a média do percentil do IMC dos meninos de 14 anos é 54,4, o que segundo os pontos de corte do CDC é classificado como normal.
Quadro 4 - Valores Antropométricos dos 8 alunos do sexo masculino com 15 anos de idade
Estatura Peso IMC Percentil IMC
Sujeito 1 175 72 23,5 83
Sujeito 2 165 50,5 18,5 27
Sujeito 3 158 47 18,8 33
Sujeito 4 182 67,5 20,4 56
Sujeito 5 178 65 20,5 58
Sujeito 6 163 67 25,2 89
Sujeito 8 178,5 53,5 16,8 5
MÉDIA 172,6 61,6 20,6 51,6
DESVIO PADRÃO 9,3 9,7 2,7 28,4
Verifica-se por meio do Quadro 4 que a maioria dos meninos encontram-se dentro dos percentis normais de IMC para a idade segundo os pontos de corte do CDC, contudo osujeito 6 está no percentil 89, classificado, portanto, como risco de sobrepeso.
Verifica-se também no Quadro 4, que a média de percentil do IMC dos meninos de 15 anos é de 51,6, o que segundo os pontos de corte do CDC, é classificado como normal.
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Quadro 5 - Valores dos testes de flexibilidade (sentar-e-alcançar), Força e Resistência
(abdominal) e resistência Geral dos 6 alunos do sexo masculino com 14 anos.
Flexibilidade Classificação
Força/Resist. Classificação
Resist. Geral
Classificação (sentar-e-alcançar) (abdominal) (corr. 9
min.)
Sujeito 1 17 Muito Fraco 28 Muito Fraco 1.720 Bom
Sujeito 2 14 Muito Fraco 39 Bom 2.252 Excelente
Sujeito 3 17,5 Muito Fraco 36 Razoável 1.960 Muito Bom
Sujeito 4 35,5 Muito Bom 32 Fraco 1.720 Bom
Sujeito 5 22 Fraco 13 Muito Fraco 1.560 Razoável
Sujeito 6 38,5 Muito Bom 29 Fraco 1.090 Muito Fraco
Sujeito 7 22,3 Razoável 13 Muito Fraco 1.560 Razoável
MÉDIA 23,8 27,1 1.695
Através do Quadro 5 verifica-se que a média de flexibilidade dos meninos com 14 anos é de 23,8 cm, considerada razoável segundo os pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado para AFH de baixa exigência.
A média de força e resistência abdominal dos meninos com 14 anos é de 27,1,considerada muito fraca segundo os pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado para AFH de baixa exigência.
A média da Resistência Geral Corrida/Caminhada 9 min dos meninos com 14 anos é de 1.695m considerado bom segundo os pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado para AFH de baixa exigência.
Quadro 6 - Valores dos testes de Flexibilidade (sentar-e-alcançar), Força e resistência
(abdominal) e Resistência Geral (corrida 9min) dos 8 alunos do sexo masculino com 15
anos.
Flexibilidade Classificação
Força/Resist Classificação
Resist. Geral Classificação (sentar-e-
alcançar) (abdominal) (corr.9 min.)
Sujeito 1 16,5 Fraco 47 Muito Bom 360 Muito Fraco
Sujeito 2 27 Bom 39 Bom 1.100 Muito Fraco Sujeito 3 17 Fraco 31 Fraco 1.028 Muito Fraco
Sujeito 4 31 Bom 42 Bom 1.992 Muito Bom
Sujeito 5 39 Muito Bom 29 Fraco 1.721 Bom Sujeito 6 24 Razoável 34 Razoável 1.207 Muito Fraco
Sujeito 7 23 Razoável 30 Fraco 1.187 Muito Fraco Sujeito 8 32 Muito Bom 41 Bom 1.572 Razoável Média 26,1 36,6 1.271
Através do quadro 6 verifica-se que a média de flexibilidade dos meninos com 15
anos é de 26,1 cm, considerada razoável segundo os pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado para AFH de baixa exigência.
A média de força e resistência abdominal dos meninos com 15 anos é de 36,6, considerada razoável segundo os pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado para AFH de baixa exigência.
A média da resistência Geral 9min dos meninos com 15 anos é de 1.271m considerado muito fraco segundo os pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado para AFH de baixa exigência.
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Quadro 7 - Valores dos testes de Flexibilidade (sentar-e-alcançar), Força e resistência
(abdominal) e Resistência Geral (corrida 9min) das 9 alunas do sexo feminino com 14
anos.
Flexibilidade Classificação
Força/Resist. Classificação
Resist. Geral
Classificação (sentar-e- alcançar) (abdominal) (corr.9 min.)
Sujeito 1 28 Razoável 26 Razoável 1.093 Muito Fraco
Sujeito 2 6 Muito Fraco 22 Fraco 1.718 Muito Bom
Sujeito 3 21 Fraco 22 Fraco 1.600 Muito Bom
Sujeito 4 28 Razoável 31 Bom 960 Muito Fraco
Sujeito 5 17 Muito Fraco 24 Razoável 988 Muito Fraco
Sujeito 6 16 Muito Fraco 31 Bom 1.465 Muito Bom
Sujeito 7 25,5 Razoável 36 Muito Bom 1.466 Muito Bom
Sujeito 8 16 Muito Fraco 18 Fraco 952 Muito Fraco
Sujeito 9 25,5 Razoável 25 Razoável 950 Muito Fraco
Média 20,3 26,2 1.244
Através do quadro 7 verifica-se que a média de flexibilidade das meninas com 14 anos é de 20,3cm, considerado fraca segundo os pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado para AFH de baixa exigência. A média de força-resistência abdominal das meninas com 14 anos é de 26,2, considerada razoável segundo os pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado para AFH de baixa exigência. A média da Resistência Geral das meninas com 14 anos é de 1.224 m, considerada razoável segundo os pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado para AFH de baixa exigência.
Quadro 8 - Valores dos testes de Flexibilidade (sentar-se e alcançar), Força e resistência
(abdominal) e Resistência Geral (corrida 9min) das 8 alunas do sexo feminino com 15 anos.
Flexibilidade Classificação
Força/Resist Classificação
Resist Geral Classificação (sentar-e-
alcançar) (abdominal) (corr. 9 min.)
Sujeito 1 20,5 Fraco 33 Bom 1.680 Muito Bom
Sujeito 2 19 Fraco 37 Muito Bom 1.680 Muito Bom
Sujeito 3 17 Muito Fraco 19 Muito Fraco 1.375 Bom
Sujeito 4 21 Fraco 24 Fraco 1.453 Muito Bom
Sujeito 5 17 Muito Fraco 30 Bom 1.387 Bom
Sujeito 6 26 Razoável 24 Fraco 1.243 Razoável
Sujeito 7 26 Razoável 24 Fraco 728 Muito Fraco
Sujeito 8 11,5 Muito Fraco 20 Fraco 993 Muito Fraco
Média 19,7 26,3 1.3
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Através do quadro 8 verifica-se que a média de flexibilidade das meninas com 15 anos é de 19,7 cm, considerada fraca segundo os pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado para AFH de baixa exigência.
A média de força-resistência abdominal das meninas com 15 anos é de 26,2, considerada razoável segundo os pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado para AFH de baixa exigência.
A média da Resist. Geral das meninas com 15 anos é de 1.250 m, considerada razoável segundo os pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado para AFH de baixa exigência.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos resultados obtidos através do IMC, observamos que a maioria dos
alunos encontram-se dentro dos percentis normais de IMC para a idade, segundo os
pontos de corte do NCHS/CDC - National Center for Health Statistics/Centers for
Disease Control (Centro Nacional de Estatísticas sobre Saúde/Centros para o
Controle e Prevenção de Doenças), porém o número de sujeitos com percentil igual
ou acima de 85, classificados, portanto, como sobrepeso, é maior entre as meninas.
Quanto às médias dos resultados obtidos nos testes de flexibilidade força e
resistência localizada e resistência geral, tanto masculino quanto feminino, pudemos
verificar níveis considerados em sua maioria, de razoáveis a fracos segundo os
pontos de corte do PROESP-BR, ou seja, norma utilizada como critério referenciado
para AFH (Avaliação da Atividade Física Humana) de baixa exigência.
A investigação da aptidão física com alunos da Rede Pública, observando o
índice de massa corporal, os níveis de resistência cardiorrespiratória, flexibilidade,
força e resistência muscular localizada, permitiu uma avaliação do perfil do
desenvolvimento dos educandos envolvidos, priorizando sua saúde. Através deste
estudo possibilitaremos aos mesmos, conviverem com a realidade do mundo
contemporâneo, evidenciando a importância de desenvolverem hábitos saudáveis
de vida em benefício da saúde.
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