RELAÇÃO ENTRE OBSERVADOR E REALIDADE NOS PARADIGMAS POSITIVISTA, INTERPRETATIVISTA E COMPLEXO: E AÍ, JUIZ, FOI OU NÃO FOI PÊNALTI?

Diego Gonzales ChevarriaFernando Cesar Russo Gomes

• POSITIVISMO: o observador é plenamente capaz de compreender arealidade.

• INTERPRETATIVISMO: a concepção da realidade é resultado dos processos de interpretação do observador.

• COMPLEXO: o observador é parte do processo de criação dessa realidade.

ABORDAGEM POSITIVISTA

• Marcou a produção cultural europeia entre os séculos XIX e XX e influenciou fortemente a filosofia, as artes e a literatura.

• Principais idealizadores: John Stuart Mill e Auguste Comte.

• “A solução para as crises sociais e políticas se daria através do conhecimento dos fatos causadores dessas crises” – positivismo lógico.

ABORDAGEM POSITIVISTA

• Defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro.

• Proposições que não possam ser logicamente deduzidas seriam “explicadas” como pressupostos.

• A ideia-chave: Lei dos Três Estados – o 'teológico' ou 'fictício', o 'metafísico' ou 'abstrato' e o estado 'científico' ou 'positivo‘.

Pressupostos Conceituais do Paradigma Positivista

• Ontologia - O indivíduo e a realidade são separados.

• Epistemologia - A realidade objetiva existe além da mente humana.

• Objeto de pesquisa – O objeto de pesquisa tem qualidades inerentes que existem independentemente do investigador.

• Entendimento da realidade - Teoria da correspondência da verdade: mapeamento um a um entre as declarações de pesquisa e realidade.

• Validade - Certeza: dados medem verdadeiramente a realidade.

PositivismoO árbitro consegue sempre capturar a realidade. Aquilo que apita é o que realmente aconteceu. Caiu na área é pênalti!

ABORDAGEM INTERPRETATIVISTA

• Parte do pressuposto de que os métodos adotados nas ciências naturais são inadequados para o estudo do mundo social.

• O processo de pesquisa é sustentado na busca pela compreensão dos diversos pontos de vista dos atores sociais envolvidos, de modo a interpretar essas experiências e entender o mundo destes atores sociais a partir do seu ponto de vista.

• Dois aspectos principais: (a) os princípios que regulariam como os indivíduos tomam consciência de si próprios e do mundo; e (b) como esses princípios reguladores são construídos e se desenvolvem ao longo do tempo.

ABORDAGEM INTERPRETATIVISTA

• Tem como pressuposto a necessidade de compreender o pensamento e os sentimentos das pessoas.

• As interpretações são continuamente produzidas, reproduzidas e/ou modificadas, dado o processo contínuo de aprendizado.

• A proximidade entre pesquisador e objeto é, portanto, uma característica do processo de pesquisa.

Pressupostos Conceituais do Paradigma Construtivista-Interpretativista

• Ontologia - O indivíduo e a realidade são indivisíveis.

• Epistemologia - O entendimento de mundo é intencionalmente construído a partir da experiência de vida do indivíduo.

• Objeto de pesquisa – O objeto de pesquisa é interpretado com base nos entendimentos e experiências anteriores pessoais do pesquisador.

• Entendimento da realidade - A realidade é intencionalmente construída; interpretações do objeto de pesquisa alinham-se com a experiência de vida do objeto

• Validade - Afirmações conceituais e teóricas defensáveis no contexto da realidade observada

InterpretativismoFoi pênalti? Se o juiz vê essa realidade, apita a penalidade máxima para a equipe que cometeu a falta dentro da área. É pênalti!

ABORDAGEM COMPLEXA

• Edgar Morin – a complexidade do eu (auto-afirmação do eu/subjetividade/egocentrismo e o eu comunitário/família/pátria/comunidade)

• Parte do pressuposto de que o observador não apenas interpreta a realidade, como a constrói continuamente, através da sua interação com esta realidade.

• O observador não apenas se apropria da realidade, mas também tem a capacidade de criar a sua própria realidade dependendo da forma como ele a interpreta, e como consequência das suas ações a partir da sua interpretação.

Abordagem complexa

Não há infração antes de o juiz apitar o lance. Ou seja, mesmo que os jogadores, torcida e comentaristas se manifestem, só é pênalti quando o juiz marcar a penalidade.

Há uma diferença necessária entre o mundo e qualquer modelo ou representação interna particular que se faça dele. Os modelos de mundo criados por cada um de nós são diferentes entre si.

Tom Chung