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LUÍS OTÁVIO CABOCLO
Unidade de Pesquisa e Tratamento das Epilepsias
Hospital São Paulo – UNIFESP
Departamento de Neurofisiologia Clínica
Hospital Israelita Albert Einstein
RELATANDO O LAUDO
DO EEG
RELATANDO O LAUDO DO EEG LUÍS OTÁVIO CABOCLO SBNC 2013
RELATANDO O LAUDO DO EEG
Baseado no Guidelines for Wri.ng EEG Reports da American Clinical Neurophysiology
Society. Journal of Clinical Neurophysiology 2006; 23: 118-‐121.
1. Essas sugestões se aplicam aos relatório de exames de roFna. Exames mais
especializados, como os de registros neonatais e de silêncio elétrico cerebral, devem
merecer relatórios específicos;
2. A idenFficação do paciente com nome, sexo, idade e data de nascimento bem como
a data de realização do exame devem estar presentes no cabeçalho do relatório;
3. O relatório deve ser consFtuído por três partes: 1. Introdução; 2. Descrição do exame; e 3. Interpretação (conclusão).
LUÍS OTÁVIO CABOCLO SBNC 2013
1. Introdução:
A sentença inicial deve conter a preparação à qual o paciente foi submeFdo para a
sessão de registro, como privação de sono, uso de medicamentos e ainda as condições
em que o exame foi realizado, a duração do registro e a descrição do estado de
consciência. A Introdução deverá ainda conter informações específicas caso o número
de eletrodos uFlizados não tenha sido o de 21 eletrodos padronizados no Sistema
10-‐20, ou que outros parâmetros fisiológicos tenham sido aferidos.
RELATANDO O LAUDO DO EEG
LUÍS OTÁVIO CABOCLO SBNC 2013
2. Descrição:
A descrição deve incluir todas as caracterísFcas do registro, apresentadas de forma
objeFva, evitando julgamento sobre sua significância. A finalidade da mesma é produzir
um texto capaz de permiFr a outro eletroencefalografista as mesmas conclusões do
referido relatório. Deverá ser realizada na seguinte ordem:
2.1. Descreva a aPvidade de base*, iniciando com a descrição da aFvidade dominante,
sua frequência, quanFdade (persistente, intermitente), localização, amplitude, simetria ou
assimetria, se é rítmica ou irregular. A frequência deve ser descrita em Hertz ou ciclos por
segundo e a amplitude em microvolts, mensurada em eletrodos do escalpo adjacentes do
sistema 10-‐20.
(*) Qualquer aFvidade eletroencefalográfica representaFva do contexto no qual um
padrão normal ou anormal se desenvolve e do qual este padrão é disFnguido.
Comentário: não é sinônimo de qualquer ritmo individual tal como ritmo alfa.
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2. Descrição:
2.2. Descreva em seguida as aFvidades não dominantes e sua frequência, quanFdade,
amplitude, localização, simetria ou assimetria, ritmicidade ou não, empregando as
mesmas unidades uFlizadas na descrição da frequência dominante;
2.3. Descreva a resposta à abertura e fechamento ocular e suas caracterísFcas: simétrica
ou assimétrica; completa ou incompleta; manFda ou não;
2.4. Em registros em sono descreva as diferentes aFvidades, sua amplitude e frequência,
bem como os grafoelementos fisiológicos e sua simetria ou assimetria.
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2. Descrição:
2.5. Na presença de assimetria inter-‐hemisférica descreva separadamente as caracterísFcas
de cada hemisfério;
2.6. Descreva em seguida as anormalidades não relacionadas à aFvidade de base. Deverão
ser descritos: Fpo (espículas, ondas agudas, ondas lentas); distribuição (difusa ou focal);
topografia ou localização; simetria; sincronia (intra-‐ e inter-‐hemisférica); amplitude; padrão
temporal (condnuo, intermitente, episódico, periódico ou não, ou paroxísFco) e
quanFdade dos padrões anormais;
2.7. Finalmente, descreva os procedimentos de aFvação, enfaFzando sua qualidade, como
a colaboração durante a hipervenFlação, a duração e os estágios de sono registrados, bem
como o Fpo e as frequências uFlizadas na esFmulação fóFca. Caso estes procedimentos
não tenham sido realizados, especificar os moFvos para sua não realização.
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3. Interpretação:
Deve ser tão sucinta quanto possível, pois muitos clínicos se limitarão à leitura da mesma.
Deve ser iniciada pela afirmação se o registro é normal ou anormal. Enquanto o primeiro
não requer explicações ulteriores, o segundo exige o alistamento de dois ou três achados
principais que permiFram tal conclusão.
Correlação clínica: Enquanto alguns advogam o término do relatório com a correlação
clínica, enfaFzando que a mesma deve ser realizada com a máxima cautela, outros
desaconselham este procedimento, pois muitos achados eletroencefalográficos podem
ocorrer em múlFplas condições e em apenas raros casos o EEG pode ser considerado
“diagnósFco”.
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Selecionando as amostras
O número de amostras é variável e as mesmas devem ser representaFvas do exame. Para
exames normais, amostras em vigília no programa bipolar longitudinal dupla banana
devem inaugurar o exame, pois permitem a apreciação da aFvidade de base. Da mesma
forma deve-‐se incluir amostras de sonolência, sono leve, hiperpnéia e fotoesFmulação
intermitente. As anormalidades devem demonstrar os achados que permiFram a
conclusão do exame, sendo representadas em tantas montagens quanto forem
necessárias para a conclusão com a qual o eletroencefalografista encerrou o seu relatório.
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Exemplo 1
Mulher de 24 anos, com história de cefaleia desde a infância.
Solicitado exame de EEG para invesFgação diagnósFca.
A seguir são apresentadas as amostras selecionadas do exame. Após as amostras, é
apresentado o laudo.
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LUÍS OTÁVIO CABOCLO SBNC 2013
Laudo do exame
EEG realizado com paciente em vigília, sonolência e sono espontâneo, aFvado pelas provas de hipervenFlação e
fotoesFmulação intermitente. Registro com duração de 30 minutos, em condições técnicas saFsfatórias.
AFvidade de base organizada e simétrica. Durante a vigília, observou-‐se ritmo dominante posterior com frequência
de 10 a 11 Hz e amplitude de 20 a 90 μV, com adequada reaFvidade à abertura e ao fechamento ocular. Nas demais
regiões a aFvidade de base foi consFtuída por ondas teta e beta. Na sonolência, observou-‐se alentecimento difuso
do traçado. Durante o sono, a aFvidade de base foi consFtuída por ondas lentas, teta e delta, difusamente,
moduladas por ritmo beta. Os grafoelementos próprios desse estado, como POSTS, ondas agudas do vértex e fusos
de sono, foram registrados em incidência e topografia habituais.
Não foram registradas descargas epilepFformes.
As provas de aFvação pela hipervenFlação e pela fotoesFmulação intermitente com lampejos de 1 a 60 Hz não
evocaram respostas anormais.
Interpretação do exame.
EEG em vigília, sonolência e sono sem anormalidades.
RELATANDO O LAUDO DO EEG
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