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Relato da experiência em ensino de física em uma escola de formação de professor nível médio Kátia Nunes Pinto Colégio Estadual Heitor Lira Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro [email protected] Resumo Desenvolver a atividade de professor ao longo dos últimos anos tem exigido dos profissionais não só conhecimento sistematizado, mas a de mudar o olhar dos estudantes sobre a Física. Afinal, esses estudantes serão futuros professores. Além de estarem construindo sua formação, precisam aprender para ensinar. Para relatar o processo vivido e a grande influência do grupo de pesquisa do Projeto Fundão, na construção da proposta de ensino de física do Colégio Estadual Heitor Lira, é importante conhecer também as mudanças ocorridas nesta escola, ao longo do tempo. Desde 1984, o Projeto Fundão reúne grupos de professores e alunos de Licenciatura da UFRJ, que produzem pesquisas e materiais instrucionais e bibliográficos para orientação de profissionais e estudantes da área. O objetivo é complementar a formação dos alunos e proporcionar o acesso de professores do Estado do Rio de Janeiro a pesquisas em Educação Matemática e 1 capacidade de se adaptar a situações novas, tanto com relação ao social quanto ao cultural e ao financeiro. A transformação pela qual passa a sala de aula é resultado do contexto no qual o aluno está inserido, em uma sociedade em mudanças. Esse relato descreve o caminho ao longo de quase trinta anos, do Ensino de Física em uma Escola de Formação, sempre acreditando nesse aprender contínuo que capacita os homens. Palavras-Chave: Formação de Professor; Ensino de Física; Equilíbrio. Ao se iniciar o trabalho pedagógico em uma escola de formação de professores, por vezes não é possível antever quantas mudanças serão realizadas ao longo do processo. Os estudantes incluídos no presente trabalho não mostravam pré-disposição aos conteúdos de Ensino de Física. Mudar a expectativa destes jovens tem sido um dos grandes desafios enfrentados ao longo da trajetória didática. Lecionar em uma das Escolas de Formação de Professores, o Colégio Estadual Heitor Lira, é a oportunidade perfeita para enfrentar o desafio de Ensino de Ciências”. Na década de 80, foram introduzidos na grade curricular da escola de Formação de Professores, nível médio, conteúdos específicos de Física, desenvolvidos em apenas um dos três anos de duração do curso. Atualmente, o curso abrange quatro anos, com duas aulas semanais de cinqüenta minutos cada. A partir de então, não houve alteração na carga horária. A escola acompanhava o planejamento da formação geral, mas havia incentivos para repensar a prática, o que possibilitou “as mudanças”. Nesse período, participando do Projeto Fundão-Física, em que se desenvolveram várias pesquisas com o objetivo de viabilizar novas propostas para o ensino de Física, surgiu a oportunidade de iniciar o trabalho. Com base em testes e avaliações, foram construídas as propostas, as quais deveriam ser flexíveis o suficiente para acompanhar o Projeto Político-Pedagógico elaborado por cada escola, adequando-se aos projetos e subprojetos que surgissem, em função do movimento social ou do contexto vivido pela escola e pelos alunos. 1

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Relato da experiência em ensino de física em uma escola de formação de professor nível médio Kátia Nunes Pinto Colégio Estadual Heitor Lira Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro [email protected]

Resumo

Desenvolver a atividade de professor ao longo dos últimos anos tem exigido dos profissionais não só conhecimento sistematizado, mas a

de mudar o olhar dos estudantes sobre a Física. Afinal, esses estudantes serão futuros professores. Além de estarem construindo sua formação, precisam aprender para ensinar. Para relatar o processo vivido e a grande influência do grupo de pesquisa do Projeto Fundão, na construção da proposta de ensino de física do Colégio Estadual Heitor Lira, é importante conhecer também as mudanças ocorridas nesta escola, ao longo do tempo.

Desde 1984, o Projeto Fundão reúne grupos de professores e alunos de Licenciatura da UFRJ, que produzem pesquisas e materiais instrucionais e bibliográficos para orientação de profissionais e estudantes da área. O objetivo é complementar a formação dos alunos e proporcionar o acesso de professores do Estado do Rio de Janeiro a pesquisas em Educação Matemática e

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capacidade de se adaptar a situações novas, tanto com relação ao social quanto ao cultural e ao financeiro. A transformação pela qual passa a sala de aula é resultado do contexto no qual o aluno está inserido, em uma sociedade em mudanças. Esse relato descreve o caminho ao longo de quase trinta anos, do Ensino de Física em uma Escola de Formação, sempre acreditando nesse aprender contínuo que capacita os homens.

Palavras-Chave: Formação de Professor; Ensino de Física; Equilíbrio.

Ao se iniciar o trabalho pedagógico em uma escola de formação de professores, por vezes não é possível antever quantas mudanças serão realizadas ao longo do processo. Os estudantes incluídos no presente trabalho não mostravam pré-disposição aos conteúdos de Ensino de Física. Mudar a expectativa destes jovens tem sido um dos grandes desafios enfrentados ao longo da trajetória didática.

Lecionar em uma das Escolas de Formação de Professores, o Colégio Estadual Heitor Lira, é a oportunidade perfeita para enfrentar o desafio

de Ensino de Ciências”. Na década de 80, foram introduzidos na grade curricular da escola de Formação de Professores, nível médio, conteúdos específicos de Física, desenvolvidos em apenas um dos três anos de duração do curso. Atualmente, o curso abrange quatro anos, com duas aulas semanais de cinqüenta minutos cada. A partir de então, não houve alteração na carga horária. A escola acompanhava o planejamento da formação geral, mas havia incentivos para repensar a prática, o que possibilitou “as mudanças”. Nesse período, participando do Projeto Fundão-Física, em que se desenvolveram várias pesquisas com o objetivo de viabilizar novas propostas para o ensino de Física, surgiu a oportunidade de iniciar o trabalho. Com base em testes e avaliações, foram construídas as propostas, as quais deveriam ser flexíveis o suficiente para acompanhar o Projeto Político-Pedagógico elaborado por cada escola, adequando-se aos projetos e subprojetos que surgissem, em função do movimento social ou do contexto vivido pela escola e pelos alunos.

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Em 1993, ainda fazendo parte do grupo de pesquisa do Projeto Fundão, ao apresentar o trabalho sobre a Escola de Formação de Professores na 40ª Assembléia Mundial - International Council; o grupo sugeriu:

Nosso compromisso com o aluno não é torná-lo apto a ser um cientista, nem tão somente despertar o gosto pela ciência e pela busca do novo. Não temos a pretensão de fazer com que nosso aluno saiba sobre tudo, que tudo entenda e saiba regras para mudar a natureza! O nosso propósito é outro: queremos que ele entenda esta sociedade em transformação, sujeita ao desenvolvimento científico e tecnológico criado por esta própria humanidade; mostrar a relação entre ciência, técnica e sociedade, suas mútuas influências. Portanto, o que queremos é que o aluno perceba que a atividade científica é uma atividade humana, e que com conhecimento de seus princípios podemos atuar nesta sociedade de maneira questionadora, crítica, interferindo nela. (VIANNA, PINTO e GONÇALVES, 1993)

A proposta desenvolvida até esse momento foi avaliada através de uma atividade extra-curricular. Os resultados se encontram no artigo “Pode o ensino de Física modificar a concepção de ciência do futuro professor de 1o segmento do 1o grau?” (VIANNA, PINTO e LIMA, 1994).

Em 1999, nova proposta oficial surgiu no âmbito escolar, a formulação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), propondo mudanças quanto à metodologia, que iam ao encontro às expectativas do grupo.

O ensino de Física tem-se realizado freqüentemente mediante a apresentação de conceitos, leis e fórmulas, de forma desarticulada, distanciados do mundo vivido pelos alunos e professores e não só, mas também por isso, vazios de significado... É preciso rediscutir qual Física ensinar para possibilitar uma melhor compreensão do mundo e uma formação para a cidadania mais adequada. (BRASIL, 1999)

Com a implementação da nova Lei de Diretizes e Bases da Educaçâo Nacional (LDB), se intensifica o movimento para o fim da Escola de Formação de Professores a nível médio. Os reflexos são sentidos em

todos os setores da escola. Por sugestão da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEERJ), os conteúdos da primeira série do curso de Formação Geral do Ensino Médio, devem ser gerais e iguais em toda a rede pública, a fim de facilitar as possíveis transferências. O conteúdo é desenvolvido segundo Aguiar et al (2004) que propõem:

A inclusão da Física no currículo do Ensino Médio dá ao estudante uma oportunidade de entender melhor a natureza que o rodeia e o mundo tecnológico em que vive. (AGUIAR et al, 2004)

Aqui surge um impasse, pois, na proposta da Secretaria de Educação RJ para o “Curso Normal”, não se fala em Física, mas sim em Conhecimentos de Ciências.

As sugestões contidas neste documento de reorganização curricular articulam-se no sentido de inserir os conteúdos em temas, de forma a permitir que o futuro professor entenda o ensino e a aprendizagem das Ciências vinculados à solução de problemas do cotidiano. 2

O que sempre nos preocupou é que, ao final dos quatro anos, esse futuro professor hoje estudante, estará lecionando no primeiro segmento do Ensino Fundamental, todos os princípios dos conteúdos apresentados nas três séries de Física do Ensino Médio; porém, sem ter tido oportunidade de conhecer um vasto número de fenômenos físicos de suma importância na sua formação. Chegando ao ano de 2006, lançamos o olhar para a importância do letramento na nossa sala de aula, sem o qual o cidadão passará à margem dessa sociedade tão tecnológica, em que se vive, desconhecendo até o que come. Zimmermann (2006) alerta, dizendo:

Assim, uma pessoa letrada não é somente aquela que é capaz de decodificar a linguagem escrita, mas aquela que efetivamente faz uso desta tecnologia na vida social de uma maneira mais ampla... A questão que se coloca é: podemos considerar iletrada uma pessoa que é capaz de” ler “a conta de luz de sua residência, de

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identificar informações contidas em um rótulo de um produto na prateleira de um supermercado ou de tomar um ônibus?.

Segundo Mortimer (2002):

Desde a década de sessenta, currículos de ensino de ciências com ênfase em CTS – ciência, tecnologia e sociedade – vêm sendo desenvolvidos no mundo inteiro. Tais currículos apresentam como objetivo central preparar os alunos para o exercício da cidadania e caracterizam-se por uma abordagem dos conteúdos no seu contexto social.

Na tentativa de atender a todas essas orientações para a formação do futuro professor, ao longo desses vinte anos testando novas propostas, foi construído o Projeto de Ensino de Física do Heitor Lira. Registre-se que, em um período de mais de 10 anos, a escola contou com apenas um professor de Física, sendo esta falta coberta por um professor de Matemática ou de Ciências Naturais.

Os estudantes são oriundos em oitenta por cento da Rede Municipal do Rio de Janeiro e vinte por cento da Rede Particular. São moradores de Comunidades Carentes da Penha e adjacências. O Colégio Estadual Heitor Lira possui amplo espaço físico e sua infra- estrutura conta com uma sala de Laboratório de Ciências Naturais, Biblioteca, Espaço reservado para Mídias e um Auditório.

O projeto que hoje se desenvolve tem como “espinha dorsal” os sentidos do corpo humano. Apresentamos aqui o conteúdo “Equilíbrio” que vem sendo aplicado durante cinco anos em seis turmas por ano do Colégio Estadual Heitor Lira.

Fazendo uma comparação entre o computador e seus periféricos e o cérebro com seus sentidos, constatamos que os periféricos do homem são seus sentidos. Através do uso e da percepção dos sentidos é que se oportunizam o desenvolvimento dos chamados conteúdos da Física.

Para exemplificar, escolhemos descrever como ocorre o estudo das situações de equilíbrio. O estudante começa observando que, desde o nascimento, o homem é desafiado a se equilibrar. Primeiro o pescoço, a seguir ficar em pé em duas pernas, enfim manter o equilíbrio do corpo ao longo da vida. Questionamos como acontece o seu equilíbrio em fase posterior. Fazendo uso de seu próprio corpo ele experimenta situações de equilíbrio como, por exemplo, levantar de uma cadeira naturalmente, mas sem inclinar o tronco para frente, além de usar as diversas brincadeiras da infância, como caminhar com uma lata em cada pé ou equilibrar a vassoura de ponta cabeça. O próximo desafio foi apontar qual o órgão responsável pelo equilíbrio. Posteriormente, estudou-se o ouvido, em particular o labirinto e as conseqüências dos possíveis problemas causados pelo seu não- funcionamento. Foram observadas as condições físicas do equilíbrio, sua relação com a base de apoio e o que é centro de gravidade. O que aconteceu com a Torre de Pisa? Analisou-se o funcionamento de um fio de prumo, e o comportamento da força-peso no planeta. Vários brinquedos comercializados que utilizam o conceito de equilíbrio foram apresentados e estudados. Propôs-se, então, a construção de brinquedos feitos com material de baixo custo e fácil aquisição, como dinamômetro com mola plástica e com escala criada pelo estudante; a elaboração de figuras de equilíbrio ou modelos por eles criados. Determinaram-se os respectivos centros de gravidade e o que vem a ser equilíbrio: instável, estável e indiferente.

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Acompanhando o projeto interdisciplinar da escola, em 2005, montamos em caixas de sapato cenas do folclore brasileiro em que as estruturas dos personagens se baseavam no brinquedo “João Teimoso”. Em 2006, as cenas do folclore fizeram parte das peças de um móbile em equilíbrio. Essa parceria aconteceu com os professores de Artes, Língua Portuguesa e Sociologia. Outra atividade relacionada ao equilíbrio, realizada em 2006, foi o Projeto “Artes nas Alturas”, realizado pelos alunos do Instituto Nossa Senhora das Dores. O projeto tinha como foco o estudo das pipas.

Falar da força-peso oportuniza o olhar sobre o equilíbrio no planeta

“Terra” do ponto de vista físico, histórico e geográfico. Devido à forma

arredondada do planeta à distribuição da energia solar não ocorre de maneira uniforme, possibilitando a diversidade da fauna e da flora. Cada estudante montou um globo terrestre sobre uma bola de isopor de 15 centímetros de diâmetro, utilizando mapas a eles fornecidos. Debatemos as razões para o uso do atual mapa mundi. Verificamos, em livros, que o mesmo pode ser apresentado com outras referências, e que essa escolha envolve questões econômicas, políticas e sociais. Chegamos ao céu. Onde nos localizamos no espaço? Que referencial utilizamos para fazer nossas observações? Analisando essas questões, o estudante começou a compreender o geocentrismo e o heliocentrismo. É o momento de criar noções de proporção. Para isso

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utilizamos nosso sistema solar, fazendo a analogia com bolinhas de isopor. A seguir situamos as estrelas e comparamos algumas ao nosso sol, em tamanho e distância.

Utilizando o movimento de rotação do modelo, criamos o processo dos dias e noites e, com tiras de barbantes presas ao eixo terrestre, montamos um sistema de fusos horários. Assim, fica mais concreto o que ocorre no chamado “horário de verão”. Comparamos a duração dos dias e noites em pontos opostos dos hemisférios, para perceber que a influência da inclinação do eixo terrestre e da iluminação solar são os responsáveis pela variação da duração dos mesmos, inclusive nos pólos (sol da meia noite).

Mostramos que o movimento de translação do planeta e seu eixo inclinado organizam as estações do ano nos diferentes hemisférios, gerando conseqüências na vida dos seres que o habitam. Vídeo (1)

No mesmo modelo, observando as posições do Sol, da Lua e da Terra reconstruímos as fases da Lua, além de estudar o seu movimento de rotação e translação. Como conseqüência das posições do Sol e da Lua, em relação ao planeta Terra, temos as diferentes marés. Pesquisar jornais e revistas ajudou o aluno na compreensão das informações estudadas que ali se encontram. Ainda estudando o alinhamento do Sol e da Lua, ficou simples construir de forma concreta os eclipses solar e lunar, total ou parcial.

Incluímos no projeto uma visita Vídeo (2) ao Museu de Astronomia, a qual completaria a construção do conhecimento. O grupo poderia observar o que foi apresentado (Figura 3) e ainda elaborar uma proposta para o uso do material que ele próprio tivesse construído. Uma das atividades foi a construção de um “outdoor” informativo sobre os planetas do sistema solar. As questões foram previamente

apresentadas para pequenos grupos que teriam oportunidade de pesquisar na visita ao museu, na Internet e na biblioteca da escola. Tem sido um desafio para o estudante essa montagem, pois o texto é visual. Durante todo o trabalho, houve o cuidado de estarmos sempre apresentando jogos/objetos e brincadeiras que os estudantes do curso de formação de professores pudessem vir a desenvolver com suas crianças, assim como analisar situações da nossa vida diária. O tema equilíbrio é interdisciplinar e pode ser compartilhado com qualquer outro conteúdo, cujo colega professor esteja disposto a desenvolver em parceria com o professor de Física.

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O grau de sistematização e aprofundamento depende da clientela e do objetivo da atividade. A proposta também pode ser desenvolvida em escolas de Formação Geral. Nos últimos dois anos, aceitando o desafio de atuar nas séries iniciais do Ensino Fundamental do colégio de aplicação do Heitor Lira, o “Heitorzinho”, temos adaptado a proposta

Referências bibliográficas BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino médio MEC/SEMTEC, Brasília, 1999 Disponível em:

para o 1º e 2º ciclos. Outro espaço que aproveitamos para aplicar o projeto são as oficinas relacionadas ao tema na Educação Continuada de Professores da Fundação CECIERJ, Projeto Praça da Ciência Itinerante. Para cada momento é fundamental que constantemente os objetivos estejam sendo revistos, já que a clientela é diversificada.

A avaliação do trabalho que com eles desenvolvemos é realizada quando do estágio no Colégio de Aplicação. Observamos o estudante utilizando o material por ele construído ou propondo atividades práticas com os alunos. Estabelecer um relacionamento produtivo entre o estudante e os conteúdos da Física possibilita a parceria na construção do conhecimento com os demais conteúdos da escola. Desfaz-se a impressão de que a disciplina abrange um conteúdo abstrato e inaplicável, para ressaltar que ela faz parte da contextualização da vida dos homens que habitam esse planeta.

Notas

1 - Disponível em : http://www.ufrj.br/detalha_noticia.php?codnoticia=3563, 20/11/2007.

2 - Reorientação Curricular para o Estado do Rio de Janeiro-livro IV- Curso Normal-SEE, RJ, p.67-84, 2004.

http://www.ufrj.br/detalha_noticia.php?codnoticia=3563,20/11/2007 VIANNA, D. M; PINTO, K. N. e GONÇALVES; A. M. – A Física no Ensino de Ciências do 1º Grau-40ª Assembléia Mundial - International Council on Education for Teaching ICET, UFRJ; Rio de Janeiro, Julho, 1993. VIANNA, D. M; PINTO, K. N. e LIMA, S. F. - Pode o ensino de física modificar a concepção de ciência do futuro professor de 1osegmento do 1o grau?, Caderno Catarinense, V.11, n.2, p79-87,1994. AGUIAR, C. E.; GAMA, E.; COSTA, S. M.- Reorientação Curricular para o ensino médio no Estado do Rio de Janeiro – Ciências da Natureza e Matemática – Física para o ensino médio-SEE, RJ, 2004. Reorientação Curricular para o Estado do Rio de Janeiro-livro IV- Curso Normal-SEE, RJ, p.67-84, 2004. ZIMMERMANN, E. e MAMEDE, M. Novas direções para o letramento científico: Pensando o Museu de Ciência e Tecnologia da Universidade de Brasília 9ª Reunião da Red-POP, 2005. SANTOS, W. L. P., MORTIMER, E. F. (2002). (Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem CTS (Ciência-Tecnologia-Sociedade) no contexto da educação brasileira). ENSAIO, v.2, n.2, p.1-23. Sobre a autora Kátia Nunes Pinto é licenciada em Física pela UFRJ, pós-graduada em “Orientação Educacional, uma visão multidisciplinar”, Professora do Ensino Médio das Redes Pública e Particular do Estado do Rio de Janeiro desde 1978. Participa do Projeto “Praça da Ciência Itinerante” (Fundação CECIERJ) na Formação Continuada de Professores.

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Reporting on experiences in physics teaching in a initial primary teacher training centre

Abstract Being a teacher in recent years has required of professionals not only systematic knowledge, but also the ability to adapt to new situations, both in relation to social, cultural and economic aspects. The transformation which the classroom is suffering is the result of a society in constant change. This report describes the way of teaching physics in a teacher training school, over almost thirty years, always believing that only life-long learning can capacitate human beings. Keywords: teacher training centres, physics teaching, equilibrium

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