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Relato de Experiência Educação profissional em Saúde no Brasi I: a proposta das Escolas Técnicas de Saúde do Sistema Único de Saúde Professional education and health in Brazil: the proposal of technical heath schools of Unified Health System Rita Elisabeth da Rocha Sório Gerente Geral do PROFAE -Ministério da Saúde Resumo: Este artigo trata da história dos Centros Formadores de Recursos Humanos para a Saúde ou das Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde (ETSUS), criados e mantidos pela rede pública de saúde na década de 80. Sua concepção foi desenhada a partir do reconhecimento das dificuldades enfrentadas pelos profissionais dos serviços de saúde que, embora atuassem na assistência à população e "sofressem" inúmeros treinamentos para o desempenho de atividades no trabalho, não dispunham de condições materiais para participar de um processo educativo que lhes propiciasse dignidade e identidade profissional, conseqüentemente respeito e valorização. Assim desde seu início, as ETSUS têm como princípio a inclusão social de milhares de trabalhadores da saúde. Hoje, mantendo sua concepção e estrutura direcionadas para organizar e oferecer s~rviços educativos voltados para as necessidades da área de Saúde, essa rede de escolas e: considerada a alternativa para a oferta de educação profissional para o Sistema Unico de Saúde (SUS). Essa é a razão principal para que o Ministério da Saúde (MS), por meio do Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da área de Enfermagem (PROFAE), esteja investindo amplamente na consolidação e expansão de seu modelo. Sua abrangência não delimita espaços; sua metodologia não discrimina pessoas; sua potencial idade supera as barreiras de uma escola tradicional. Assim são as ETSUS. Palavras-chave: Educação Profissional; Escola Técnica do SUS; Inclusão Social. Abstract: This paper is about the history of the Centers for Human Resources Training in Health, or the Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde -ETSUS (Brazilian Unified Health System's Technical Schools), which were established and maintained by the public health network in the 1980's. They were devised based on the recognition of the difficulties faced by health care professionals who -despite providing care to population and "suffering" countless training sessions for performing their work duties -did not have enough material conditions for participating in an educational process that should provide them with dignity and professional identity and, therefore, respect and valuation. Hence, since their very beginning, the ETSUS' maio principIe is the social inclusion for thousands of health workers. Currently, holding its concept and structure addressed to organizing and providing educational services aimed at the Health field needs, that network of schools is considered as the alternative for providing professional education to the Sistema Único de Saúde -SUS (Unified Health System). That is the maio reason why the Ministry of Health, through the Project Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem -PROFAE (Professional Training for the Workers in the Field of Nursing), is largely investing on the consolidation and expansion of its modelo Its scope is not restricted to spaces; its methodology holds no discrimination against people; its potentiality overcomes the barriers of a traditional school. That is how ETSUS are. Key Words: Professional Education, Brazilian Unified Health System's Technical Schools, Social Inclusion. _.

Relato de Experiênciabvsms.saude.gov.br/bvs/is_digital/is_0203/pdfs/IS23(2... · 2014-06-09 · Relato de Experiência Educação profissional em Saúde no Brasi I: a ... do é .e

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Relato de Experiência

Educação profissional em Saúde noBrasi I: a proposta das EscolasTécnicas de Saúde do Sistema

Único de Saúde

Professional education and health inBrazil: the proposal of technical heath

schools of Unified Health SystemRita Elisabeth da Rocha Sório

Gerente Geral do PROFAE -Ministério da Saúde

Resumo: Este artigo trata da história dos Centros Formadores de Recursos Humanospara a Saúde ou das Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde (ETSUS), criados emantidos pela rede pública de saúde na década de 80. Sua concepção foi desenhada apartir do reconhecimento das dificuldades enfrentadas pelos profissionais dos serviçosde saúde que, embora atuassem na assistência à população e "sofressem" inúmerostreinamentos para o desempenho de atividades no trabalho, não dispunham decondições materiais para participar de um processo educativo que lhes propiciassedignidade e identidade profissional, conseqüentemente respeito e valorização. Assimdesde seu início, as ETSUS têm como princípio a inclusão social de milhares detrabalhadores da saúde.

Hoje, mantendo sua concepção e estrutura direcionadas para organizar e oferecers~rviços educativos voltados para as necessidades da área de Saúde, essa rede de escolase: considerada a alternativa para a oferta de educação profissional para o SistemaUnico de Saúde (SUS). Essa é a razão principal para que o Ministério da Saúde (MS),por meio do Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da área de Enfermagem(PROFAE), esteja investindo amplamente na consolidação e expansão de seu modelo.Sua abrangência não delimita espaços; sua metodologia não discrimina pessoas; suapotencial idade supera as barreiras de uma escola tradicional. Assim são as ETSUS.

Palavras-chave: Educação Profissional; Escola Técnica do SUS; Inclusão Social.

Abstract: This paper is about the history of the Centers for Human Resources Trainingin Health, or the Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde -ETSUS (Brazilian UnifiedHealth System's Technical Schools), which were established and maintained by thepublic health network in the 1980's. They were devised based on the recognition ofthe difficulties faced by health care professionals who -despite providing care topopulation and "suffering" countless training sessions for performing their work duties-did not have enough material conditions for participating in an educational processthat should provide them with dignity and professional identity and, therefore, respectand valuation. Hence, since their very beginning, the ETSUS' maio principIe is thesocial inclusion for thousands of health workers.

Currently, holding its concept and structure addressed to organizing and providingeducational services aimed at the Health field needs, that network of schools isconsidered as the alternative for providing professional education to the Sistema Únicode Saúde -SUS (Unified Health System). That is the maio reason why the Ministry ofHealth, through the Project Profissionalização dos Trabalhadores da Área deEnfermagem -PROFAE (Professional Training for the Workers in the Field of Nursing),is largely investing on the consolidation and expansion of its modelo Its scope is notrestricted to spaces; its methodology holds no discrimination against people; itspotentiality overcomes the barriers of a traditional school. That is how ETSUS are.

Key Words: Professional Education, Brazilian Unified Health System's Technical Schools,Social Inclusion.

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Introdução às necessidades de preparação dePensar a questão de recursos pessoal para o setor, na quantidade e

humanos para o setor Saúde impõe, qua!i,dade desejada,s, a falta de umapor um lado, caminhar rumo ao ~olltica e de mecanismos que possibi-preceito constitucional1 que assegura lIta~sem a for~ação em saúde, o perfila saúde como direito do cidadão e social heterogeneo dos trabalhadorespor outro, refletir sobre o princípi~ já, emprega,dos, as qualificações inci-normativo que identifica o setor como pientes feitas por meio de treina-

~ responsável pelo "ordenamento da mentos pontuais realizados emformação de recursos humanos"2. serviço e a dispersão geográfica emEsse ordenamento tem várias dimen- que se encontravam motivaram osões que vão desde a regulação até a desenvolvi~e~to de um projeto socialformação e a gestão do pessoal que com, o ,objetivo de dar identidadeatua na área da Saúde. profIssional aos trabalhadores ex-

A I d 'lh cluídos, de assegurar-Ihes a oportu-o ongo o t~mpo, mi ares de nidade de competição no mercado de

trabalhadores brasileiros não tiveram t b lh d ' ''d -ra a o e e reorganizar os serViços

a~esso a e ucaçao, tanto do ~o~to de para assegurar o acesso da populaçãovista geral quanto do ProfIssional " t A' d l 'd d, , , .a assis encia e qua i a eSem possibilidades de concluir seus .

estudos, ingressaram no mercado de E por que a necessidade de se criartrabalho em saúde como forma de uma escola profissional específicasobrevivência. Dessa forma os para a saúde? A resposta a essa

,trabalhadores que atuaram e vêm questão implica considerar duasatuando no processo produtivo em variáveis: em primeiro lugar, o ensinosaúde, sem formação profissional e técnico na área da Saúde sempre foiqualificação específicas para as visto como a oferta de cursos, sem

funções que exercem, não vislum- especificidades, podendo qualquerbram uma inserção digna nos planos escola oferecê-lo, independente dede cat'-E;os e salários de suas insti- qualquer condição a priori. Emtuições, não alimentam expectativas segundo lugar, o setor Saúde possuide crescimento funcional e muito uma cultura instituída e grandemenos obtêm registro profissional acumulação na área de capacitaçãofornecido pelos órgãos de classe. emergencial, um peso tecnológicoComo resultado disso, esses traba- relevante e principalmente uma forçalhadores têm sido marginalizados e de trabalho expressiva, em 1999tido baixo reconhecimento pro- estimada em 2,5 milhões de pessoas3fissional e social. empregadas em atividades nessa área,

I I ' ,das quais aproximadamente 700 milPara e o a iSSO, a luta pela amplla- - f '" b lh- d .sao pro iSSionaiS que tra a am no

çao o acesso aos serViços públicos de ' I " ' ,,d I " d I ' mve tecmco e auxiliar, no cuidado

sau e, egitima a pe os mOVimentos d ' ,, ., ireto as pessoas.

sociais na de cada de 70, confluiu parao estabelecimento de estratégias no Essas condições justificaram asetor que garantissem extensão da criação de espaços educativos quecobertura com maior qualidade das permitissem sistematizar as expe-ações. No entanto, o diagnóstico sobre riências acumuladas ao longo dosos problemas qualitativos e quan- anos e avançar na conformação detitativos de recursos humanos para alternativas pedagógicas adequadas àsatuar na saúde, já era conhecido e características do setor e às demandasdebatido desde os anos 60. originadas das políticas de saúde.

Ou seja, em última instância, trata-se de um problema antigo cujas 'I -' d " i Constituição Federal, artigo i96,so uçoes ain a se impõem como ' ,desafios nos dias atuais. A exclusão 2 Constituição Federal, artigo 200 e inciso III,do processo educativo, a deficiência 3 Relação Anual de Informações Sociais -RAlS e

das escolas profissionais para atender ~~;;DG(~~~~,EmpregadOSeDeSempregados

Formação -,

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-a matrícula nos 703 cursos de O cotejamento entre a oferta denível técnico corresponde a 82 mil; educação profissional e o quantitativo

..., .de trabalhadores explicitado evi--os pnnClpalS cursos tecnIcos, d . d .~ d d f.f .d . I encla a Imensao o esa 10o erecI os sImu taneamente ou após I d S ' d EI ~ d . éd.co oca o para o setor au e. noa conc usao o enSInO mIO, com

.-. I Ó .campo das respostas engendradas peloorganlzaçao currlcu ar pr prla e E d b . P .

dh ,. 'o of .sta o, so ressaI o roJeto ecarga orana mlnIma nunca In enor F ~ L E I o

2 h ~ d ,. ormaçao em arga sca a, Im-a 1. 00 oras, sao os e tecnIco e I d o d d d~ .1. d f I o p anta o a partIr e mea os os anosauxI lar e en ermagem, pato ogIa 80 E I T ' o dI , .o - d o é .e que tem na sco a eCnIca ec InICa e nutnçao e Iet tlca. S ' d C F dau e ou entro orma or, a

As informações da Pesquisa de alternativa para a resolução doAssistência Médico-Sanitária do problema de baixa qualificação daInstituto Brasileiro de Geografia e força de trabalho empregada nosEstatística (AMS/IBGE), sobre serviços de saúde.Recursos Humanos de 1999, realizado T b ' 'o dd b I .' bl .J.am em e Importante estacarem to os os esta e eclmentos pu 1-

dé d d 90 I d. d d ' d P 'o que, na ca a e , o pape ascos e pnva os e sau e no aIS evI- o,.d o d d d f -' d Escolas TécnIcas de Saude se Inscreveenclam a eman a e ormaçao os At b Ih d d ' d t no cerne de tres grandes processos emra a a ores e sau e para o se or o. .d o I ..curso na socIedade brasIleIra: aE ucaClona, ou seja, um contIngente

f d Ih d E d. d f -o re orma o apare o o sta o aque necessIta e ormaçao técnIca, f d . I f 'b ' o d -o d d re orma e ucaclona e a re ormaaslca e e ucaçao contInua a ten o o 'o b .1 .o f d . d ' d sanItana rasI eIra.em vIsta a o erta e serVIços e sau ede qualidade. A Portaria Ministeriál n° 1.298 de

O d d d AMS/199° t 28 de novembro de 2000, veios a os a 7, em ermos f I .o o - d dd I .d d I orma Izar a constltulçao e uma re ee esco an a e, reve am que: o I d ETSUS O .

naClona e .mOVImento-185.586 trabalhadores possuem nessa direção é fundamental para o

até oi\.o séries do ensino fundamental, avanço dessas instituições, ao mesmoe 333.149 são de nível médio, com tempo em que se relaciona comaté três anos de escolaridade, além do iniciativas anteriores de ampliar aensino fundamental; interlocução interinstitucional, for-

-em termos de habilitações téc- talec~r esses espaç~s e ampliar anicas presentes enquanto áreas pro- capacIdade de normatlva e reguladorafissionais da saúde observa-se as de dessas ETSUS no campo dos Recursosodontologia, enfer~agem, farmácia, Humanos em Saúde. Nesse ponto éhemoterapia, histologia, nutrição e fun~amental resgatar, por exemplo, odietética, patologia clínica, reabilitação, Projeto Escola.

vigilância sanitária e saúde ambiental, Essa discussão, contudo, não podecitologia, equipamentos médico- ser pensada de maneira dissociada aohospitalares e radiologia médica. contexto da Educação Profissional no

A od I ' d Brasil. Assim, é importante consi-.o se consI erar a em essas oo ~ -derar que, aInda na década de 70, o

proflssoes, todas as ocupaçoes S ' d ' Ih dsetor au e a seme ança o quepresentes no setor, representadas por ' o d ' oo , .ocorreu com a In ustrla e outrosagentes comunltanos, agentes de o.

d o ol A . d setores, se VIU obngado a prepararsaneamento e VlgI ancla e ., o ' tecnIcamente seus quadros uma vezzoonoses, parteIras, dentre outras, e ' ~

.que estavam em expansao osconsIderados os trabalhadores de -

, I f d I éd O programas de extensao de coberturanlve un amenta m 10 e um o .-o

..' o e o sIstema educacIonal nao respondIaquantItatIvo que persIste com a o o ..d f o o -" - I ." 10 qualItatIva e quantltatlvamente às

e InlçaO nao se ap Ica , tota Iza~se od d d ' d S 'd709 726 o I neceSSI a es a are a a au e.

.pessoas potencla mentedemandantes de processos de qua- Simultaneamente é oportunolificação profissional, empregadas no recuperar que a origem das Escolassetor Saúde. Técnicas de Saúde remonta à.Formação

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I.,.",",~-- ---c

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implantação de programas sociais de Inicia-se, assim, o PPREPS,

extensão de cobertura por serviços de abrangendo 16 projetos, dos quais 11

saúde recomendados por organismos de treinamento e desenvolvimento de

internacionais e assumidos como recursos humanos, sob a responsa-

Políticas Públicas no Brasil, nos alios bilidade das secretarias estaduais de

70, particularmente, o Programa de saúde (Macedo et alii, 1980). Seu

Interiorização das Ações de Saúde e objetivo era "promover a adequação

Saneamento (PIASS), criado por (quantitativa e qualitativa) de

~ Decreto Presidencial em agosto de formação de pessoal de saúde às1976, inicialmente para a Região necessidades e possibilidades dos

Nordeste do País. (Brasil, 1979). Aqui serviços por intermédio da progressiva

é forçoso rever que são diretrizes integração das atividades de

básicas do Programa: ampla utili- capacitação na realidade do sistema

zação de pessoal auxiliar, recrutado de saúde".

nas p"r~prias comunidades a serem A formulação e operacionalização

beneÍlcladas, a prevenção de doenças do PPREPS o, t . 1, ot od ' o

o , o o Ja razem lmp ICI a a I ela~ransmlssl~el;, 0'0 atendl~ento~ a de introdução de processos educativos

oenças dmals reque~tes e letecçao nos serviços de saúde, compreendidosprecoce os casos mais comp exos, o para ale' do , m e um programa, um

bde~envolvlmento de lações df oe s,au.de de professor, alunos, çarteiras e material

alxo custo e a ta e lcacla, a didático.disseminação de unidades de saúde .

tipo miniposto, integradas ao sistema Os programas de preparação de

de saúde da região e apoiadas por pessoal em larga escala (daí surge o

unidades de maior porte e comple- nome do Projeto conhecido no Brasil

xidade, a integração dos diversos como Larga Escala), concebidos no

organismos públicos, a ampla parti- processo de viabilização doPPREPS,

cipação comunitária e a desativação optaram por alternativas em que os

gradual de unidades itinerantes de treinamentos não constituíam um

saúde (Bra~, 1976). fim em si mesmo, mas pos-

A d o . b ' o 1 d sibilitavam aos participantes,s lretrlzes aSlcas co oca as 'o o

d b o 1 ~ d analisar CrIticamente as propostas

servem e ase para a lmp antaçao e d o d ' d do" os serviços e sau e e eoutros programas, Igualmente Impor- d 1 o

d, esenvo Vlmento e recursostantes para o setor. Nesse contexto, e h f ' o '

d dt O t ' d d b lh umanos ace as reais necessl a es

cons I UI o um grupo e tra a o, -'f o o " ' d d da populaçao a que serViam, a

com pro ISSlonalS orlun os o o ~ 'M o o t ' o d S ' d d Ed - d crlaçao de novas tecnologlas e a

1OlS eno a au e, a ucaçao, a o o ~ d odP od A o S o 1 d O o ~ partlclpaçao os trelnan os na

revI encla ocla e a rgamzaçao ~ oP A o d S ' d E construçao de modelos alternativos

an- merlcana a au e. sses d OA', f " e asslstencla.

orgamsmos lrmaram um acordo com

a finalidade de estudar a questão de Dada a dimensão nacional do

recursos humanos da área da Saúde e Programa, surge a necessidade de

de propor soluções, tendo em vista as organização de um espaço estável

proposições de Políticas Públicas e permanente de validação dos pro-

advindas do II Plano Nacional de cessos de capacitação. Assim

Desenvolvimento -1975-1979. As nascem os Centros Formadores-de

propostas apresentadas por esse grupo Recursos Humanos de nível técnico

deram origem ao Programa de para a saúde, com o objetivo dePreparação Estratégica de Pessoal de profissionalizar todos os trabalha-

Saúde (PPREPS), em 1976 (Mace do dores de nível médio e elementar

et alii, 1980). Desse grupo de trabalho necessários ao processo de trabalho

participava a Enfermeira Izabel dos em saúde. A seguir listamos, por

Santos, como uma das representantes região, o conjunto de instituições

do Ministério da Saúde. formalizadas nesse período.i_i

N° 05 MAIO DE 2002

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Tabela 1

~ r í~ir;íit:!!]~'!:O==~~

Reglio Norde.te

AL Centro Formador em Recursos Humanos para a Saúde "Dr. Waldir Arcoverde"

BA Escola de Formação Técnica em Saúde "Professor Jorge Novis"

CE Escola de Saúde Pública

..PB Centro Formador de Recursos Humanos para a Saúde

PE Escola de Saúde Pública

RN Centro de Formação de Pessoal para os Serviços de Saúde "Dr. Manoel

da Costa Souza"

Região Sude.te

ES Centro de Formação em Saúde Coletiva

MG Centro Formador de Recursos Humanos para a Saúde/Escola de Saúde

Minas Gerais/ Fundação Ezequiel Dias -ESMIG/FUNED

MG Escola de Qualificação Profissional/Fundação Hospitalar de Minas

Gerais -FHEMIG

MG Escola Técnica de Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros -

UNIMONTES

RJ Escola de Formação Técnica em Saúde "Enfermeira Izabel dos Santos"

RJ Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio

SP Centro Formador -CEFOR de Os asco

SP Centro Formador -CEFOR de Araraquara;.J j!

SP Centro Formador -CEFOR de Franco da Rocha; :f

SP Centro Formador -CEFOR de Assis tt, "'i.

SP Centro Formador -CEFOR de Vila Mariana

SP Centro Formador -CEFOR de Pariquera-açu

SP Centro Formador -CEFOR de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde

Reglio Sul

PR Centro Formador de Recursos Humanos para a Saúde "Caetano Munhoz

da Rocha"

SC Escola de Formação em Saúde

SC Escola Técnica de Saúde de Blumenau

Região Centro-Oe.te

GO Centro Formador de Pessoal de Nrvel Médio para a Area da Saúde

MT Escola Técnica de Saúde (hoje transformada em Núcleo de Formação Técnica)

MS Centro Formador de Recursos Humanos para a Saúde

Formação ~.IW.

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No conjunto, essas escolas são de e alta complexidade, tais comoresponsabilidade e vinculadas às se- centros cirúrgicos, serviços decretarias estaduais de saúde dos seus hemodiálise, laboratórios de refe-respectivos Estados. Apenas duas são rência, urgência e emergência, unida-mantidas por secretarias municipais des de neonatologia, dentre outras.de s~~de (CEF,OR da .Secretaria A despeito da capacidade instaladaMunIclpal,.de.Saude de ~ao Paulo e a nas regiões citadas anteriormente,Escola TeAcnl.ca de Saude de B~u- merece destaque a inexistência demenau), tres vInculam-se a fundaçoes Escolas Técnicas de Saúde vin-

\ da.s secretarias de estado (duas de culadas ao SUS, na Região N~rte, o

MI~as ~ um~ de Alagoas), uma perten- que traz enormes prejuízos aoce a UnIversIdade Estadual de Montes .combate de endemias e ao estabele-Claros (UNIMONTES). A Escola Po- cimento de uma rede assistencial delitécnica de Saúde Joaquim Venâncio, qualidade em nívellocorregional.pertence à Fundação Oswaldo Cruz ...(FIOCRUZ), unidade técnico- Para Inverter essa sltu.açao e secientífica do Ministério da Saúde. buscar romper com o cIrculo da

iniqüidade no País, da falta de acessoNa sua história recente, essas aos bens públicos na região, o

escolas, além de oferecer cursos de PROFAE do Ministério da Saúde,educação profissional básica e técnica, estará investindo e apoiando aassessoram órgãos governamentais em implementação de sete escolas naassuntos referentes à área de recursos Região Norte. A criação dessas escolashumanos de nível técnico em saúde, também faz parte do Acordo depesquisam, articulam-se com prefei- Cooperação Técnica estabelecidoturas e secretarias municipais de entre o Ministério da Saúde, por meiosaúde, identificam fontes de recursos do PROFAE e o Ministério dade projetos externos, em muitos casos Educação por meio do Programa departicipando de concorrência pública, Expansão da Educação Profissionaldesenvolvem métodos, técnicas e (PROEP).currículos i&vadores no campo da A . 1 . 1, . d .

..., artlcu açao po Itlca entre os OIS

educaçao profIssIonal em saude. ..,. . b ' l 'd 1 d .'

1mInlstenos, vIa I Iza a pe o Ia ogo

Recentemente, diversas áreas do efetivo entre os dois programas, comsetor Saúde vêm demandando das vistas no plano geral, à sinergia deEscolas do SUS a execução de cursos resultados e, no plano específico àde especialização da formação criação e implementaçãode 11 novastécnica, de modo, a atender setores ETSUS, sendo sete na Região Norte,estratégicos e mais especializados, três no Nordeste, e uma na Regiãorepresentados por serviços de média Sul, assim distribuídas:

Tabela 2

~ !.1'[:!i.iÜ,:~[t:;[;jRegião Norte

AC Escola Técnica de Saúde do AcreAP Escola Técnica de Saúde do AmapáAM Escola Técnica de Saúde do AmazonasPA Escola Técnica de Saúde do ParáAO Escola Técnica de Saúde de AondôniaAA Escola Técnica de Saúde de AoraimaTO Escola Técnica de Saúde do Tocantins

Região Nordeste

MA Escola Técnica de Saúde do MaranhAoPI Escola Técnica de Saúde do PiauíSE Escola Técnica de Saúde de Sergipe

Região Sul

AS Escola Técnica de Saúde do Rio Grande do Sul

.% N° 05 MAIO DE 2002

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o que faz a diferença na ETSUS? pedagógico, os problemas e suasA ETSUS - h .o hipóteses de solução devem ter

s sao oJe o mecamsmo, '0' ,sempre como pano de fundo, asque a saude pOSSUI para responder as " o o I o d ood d d f ~ d d caractenstlcas SOClOCU turalS o meIO

necessl a es e ormaçao os qua ros d I~ em que esse processo se esenvo ve.para o setor, na oferta da educaçao 'r I d f ~ tf o o I ' o , o J.a processo e ormaçaose carac e-pro lSSlona para os mvelS tecmco e o I ~ d ' o

db ' o o o nza pe a concepçao pe agoglca easlco num prImeIro momento o -.o, o ~ lDtegraçao enslDo-servlço, em que a

podendo avançar, postenomente, ate 10d d f A o bl" f d d ~ I , o rea 1 a e se torna a re erencla pro e-a o erta e e ucaçao tecno oglca. o ~ d .

matlzadora e as açoes e ucatlvas con-Em que pese essa concepção de sistentes com a proposta da reforma

escola tenha sido gerada há quase sanitária, no sentido de reorientar eduas décadas, sua pertinência às qualificar a prática profissional.necessidades de preparação de pessoal M o (1992) do

dS ' d o , o oreua, um estu 10SO aspara o setor au e e aos pnnclplos o o o d A o d~ o o o pnnclpalsten enclas opensamentoda educaçao profIssIonal preconl- o I B OI d f d " o

d 'o

d I L o d o , ' B curncu ar no raSl, e en e a 1 ela

za os pe a el e uetnzes e ases o , Ad Ed ~ N o I (LOB) d de se planejarem curnculos que deema ucaçao aCIona e o , o

1996 f d I I b aos estudantes voz atIva e CrItica e queazem e a uma esco a a erta o" , Ihes forneçam o conhecImento e as

moderna e flexlvel, atendendo às h b ' l od d ' oo , a 11 a es necessarlas para a

necessIdades Impostas pelo mundo do b OA' ' do , ,. so reVlvenCla e o crescImento otrabalho, respeItando os pnnclplos de d d E ~, ~ ,. mun o mo erno. ssa concepçao estauma educaçao etlca e competente. ' d à A f 'd d dassocIa a en ase na necessl a e e

A inclusão é o princípio norteador se trabalhar no sentido de levar oque orienta as demais êar.;1cterísticas. aluno a desenvolver força de vontade,O trabalhador empregado, in~epen- disciplina, respeito ao trabalho,dente do seu grau de escolarIdade, constância nos esforços e propósitos.tem acesso imediato, independente de Mas também se pretende formarqualquer seleção. Se ele presta cidadãos críticos autônomos par-servJ\os, há que fazê-Io sem riscos ticipantes, ativos' e possuido:es depara si e para os outros. Isso é o que conhecimentos e habilidades que olhe assegura o ingresso na escola. Para levem a contribuir para a promoçãomantê-Io no processo, as atividades de melhores e mais justas condiçõescurriculares são organizadas de forma de vida para todos" (More ira, 1992integrada, constituindo-se o que se apud Sá, 2000).denomina currículo integrado, E ' ~ I I ETSUS, , , ssa e a razao pe a qua aconsIderando a pratIca real dos ~ , o d ~o o d d ' d d faz a opçao pelo curnculo lDtegra o.SUjeItos a apren lzagem e mo o I -, d d I I o

o .sso nao esta a o. nc USlve poucasque possam refletIr sobre ela,teonzar h o d ' I .

t do o oJe a otam o curncu o lD egra o.e acrescentar conhecImentos slste- ~ f I b do o, b d 'd Nessa concepçao oram e a ora os osmatIzar o que Ja se sa e e mo o que o' f ~ dI ~ gulas curnculares para a ormaçao opossam vo tar aos servIços com uma o o, o o , auxIlIar de enfermagem para atuar napratIca profIssIonal totalmente d b " d SUS (B 0

1 1994), re e aslca o rasl , ,reformulada. Essa e uma de suas f ~ d .10

d, o para a ormaçao o auXl lar ecaractenstlcas. f ! den ermagem para atuar na re el

Currículo integrado é um plano hospitalar do SUS (Brasil, 1994), paraI pedagógico que articula dinami- a formação do técnico em higieneI camente trabalho e ensino, prática e dental para atuar na rede básica do

~ teoria, serviço e comunidade. O SUS (Brasil, 1994), para a formaçãoconhecimento não é estático, acabado, do atendente de consultório dentáriodefinitivo. Sua renovação precisa estar para atuar na rede básica do SUSconstantemente se inserindo na (Brasil, 1998). Foram ainda cons-prática, e vice-versa, num movimento truídos os currículos integrados paradialético, incessante de realimentação a formação do técnico em patologiade idéias pelos fatos e dos fatos pelas clínica e técnico em farmácia, aindaidéias (Kramer, 1989). Nesse plano não publicados.

Formação VV_:

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A elaboração desse material realizado em 1999, pelo MEC/INEP,didático sob a forma de currículos a rede convencional de ensino ofereceintegrados levou em conta a principalmente cursos na área deimportância de estimular a aquisição Enfermagem, patologia clínica ede conhecimentos, habilidades e nutrição e dietética.. A habilitação eatitudes, pois eles são o elemento- a qualificação nas demais áreaschave para o alcance das necessárias à operacionalização docompetências. SUS é ofertada quase que exclusi-

O ' 1 " t d ' vamente na rede das escolas técnicascurrlcu o In egra o e uma, -,"t "t de saude, com exceçao da estetlca que

propos a que permI e: ""fOI recentemente Incorporada ao setor

-efetiva integração entre ensino Saúde.e prática profissional. ,, Estando os trabalhadores dlspersos

-avanço na construção de teorias e distribuídos nos serviços de saúdea partir da anterior; de diferentes complexidades, a

ETSUS possui outra característica-,a "bus~a de soluções e,specíficas básica: a descentralização. Para

e, orI!>Inals para as dIferentes atingir o fim para o qual foi criada,sItuaçoes; buscou-se implantar a escola-função,

-a integração ensino-trabalho- que vai até o aluno, levando a ele acomunidade. e oportunidade educacional, mesmo,

-' que ele resida num município distante-a adapta~ao a cada, real,.da,de da sede da escola. Se toda a execução

local e aos pad~oes culturaIs propr!os curricular é descentralizada, os pro-de uma determInada estrutura socIal. cessos administrativos dos registros

Outra opção pedagógica é o escolares são centralizados na escolacurrículo correlacionado, que tem para assegurar ao serviço de inspeçãocomo características principais a escolar o controle do processoidentificação ~e definição dos pro- burocrático.blemas de realIdade, organizando-se

P 1 dara que a esco a possa atuar eos assuntos em torno de um tema f ' , , .

1 orma descentralIzada nos muOlclpIOS

centra . d d f - dque eman am a ormaçao osA ETSUS que adota o currículo trabalhadores, a ETSUS apresenta

integrado para o ensino profissio- outra característica impar nanalizante também estimula seus educação profissional em saúde:alunos a buscarem a complementação preparar o profissional de nívelda educação geral como parte do superior, dos serviços, para assumirresgate da cidadania, na busca do também a função docente.direito constitucional de escolaridade A ' d I d '

, ., In a vo ta a para garantIr amIOlma de OItO anos para todos os' ,b '1 ' C ' - d qualIdade do processo educatlvo erasI elros. om a Inserçao e " ,

b lh d d ' facIlItar a aprendIzagem, desenvolveu-tra a a ores em to as as areas outra , ,, , , , se nova caractenstlca voltada para ocaractenstlca que se destaca e a oferta ' '.,d d - 1 , f .' I d processo metodológlco, prIVIlegIandoa e ucaçao mu tlpro ISSIona entro ' , A 'd S ' d os conhecImentos, expenenclas e io setor au e. '

expectatIvas do aluno como ponto deO Conselho Nacional de Educação partida do processo ensino-apren-

aprovou habilitações profissionais nas dizagem. A seleção dos conteúdosseguintes subáreas: biodiagnóstico, programáticos deve guardar umaenfermagem, estética, farmácia, relação direta com os problemashemoterapia, nutrição e dietética, vivenciados pelo aluno, sendo aradiologia e diagnóstico por imagem prática em situação real tambémem saúde, reabilitação, saúde bucal, considerada como experiência de Isaúde visual, saúde e segurança no ensino e o ambiente de trabalho comotrabalho e vigilância sanitária. Pelo local preferencial da formaçãoCenso de Educação Profissional profissional. Essa forma metodológica

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de conduzir o currículo dispensa integrados tanto para alunos comoestágios convencionais. A prática para os instrutores e supervisores. Osupervisionada e o estágio são Projeto Escola, financiado pelarealizados durante todo o desen- FIOCRUZ, sob a coordenação davolvimento das atividades cur- Escola Politécnica de Saúde Joaquimriculares, não se limitando ao Venâncio, financiou, 10 escolastradicional estágio supervisionado previamente selecionadas, a estru-oferecido ao final do curso. As tu ração e informatização dos registros

~ a~ividades práticas devem propor- escolares e a capacitação dosCIonar ao estudante freqüentes secretários escolares e gestores dessasoportunidades para: unidades de ensino.

-observar outras pessoas Em 1999, importante decisãodesempenhando determinadas opor- política do Ministério da Saúdetunidades e tarefas a serem executa- reescreveria a história das ETSUS. Odas. No desempenho de tais tarefas o Governo Brasileiro firmou com oinstrutor ou supervisor deve tornar Banco Interamericano de Desen-explícito todo o "processo mental" volvimento o Contrato de Emprés-utilizado para a sua execução; timo n° 1215/0C-BR para o

" " "" desenvolvimento do Projeto de-pratIcar as dIversas habIlIdades P f "" I " -

d T b lh d" " ro ISSIona Izaçao os ra a a oresa serem adquIrIdas e acompanhadas d A' d E f "

" " a rea a n ermagem, cuJocom ImedIato retorno dado pelo b ""'« lh l "d d d" " o JetIvo e me orar a qua I a e o

Instrutor ou supervIsor. d " b 1 "1 haten Imento am u ator Ia e os-

Em ambas as oportunidades as pitalar, principalmente em estabele-atividades devem ser trabalhadas em cimentos que integram ou venhamcontextos em que se desenvolve o integrar o Sistema Único de Saúde,processo de trabalho ou naquele o por intermédio da capacitação dosmais próximo possível da realidade trabalhadores da área da Enfermagemna qual elas se desenvolvem. e do fortalecimento das instânciasO Ministério ~a Saúde e o fortalecimento reguladoras e formadoras de recursosdas ETSUS humanos para o SUS" (Brasil, 2000).

O Ministério da Saúde vem O PROFAE iniciou sua atuação deacompanhando ao longo desses anos fortalecimento e modernização daso desenvolvimento das ETSUS por ETSUS, realizando um diagnósticomeio da atual Coordenação de para verificar a viabilidade técnica,Políticas de Desenvolvimento de política e administrativo-financeiraRecursos Humanos e da Escola daquelas unidades. O resultado dessePolitécnica de Saúde Joaquim Ve- ~iagnóstico trou~e à "luz as"pecto~nâncio/FIOCRUZ, aportando, inclu- Importantes que tem sIdo obJe~o desive, recursos financeiros específicos investimentos no sentido de superarpara o fortalecimento e modernização ou minimizar a situação encontrada.

da rede de escolas do SUS. Na viabilidade técnica o PROFAEO Acordo de Cooperação Técnica tem investido na reconstrução do

Brasil do Programa das Nações Projeto Político Pedagógico dasUnidas para o Desenvolvimento escolas, tendo em vista novos cenários(PNUD), o Projeto BRA/90-032, no campo da saúde e da educaçãoDesenvolvimento Institucional do profissional e a necessidade deMinistério da Saúde -Projeto expansão não só das habilitaçõesNordeste assegurou recursos para a técnicas, mas das qualificaçõesformação de pessoal de nível médio, básicas para além da área dapossibilitando ainda, o financiamento Enfermagem. A coordenação dede estudos e pesquisas, o acom- algumas áreas de fortalecimentopanhamento e assessoria aos projetos técnico foi assumida diretamente peloestaduais, revisão, publicação e PROFAE, com investimentos quedistribuição dos guias curriculares levam à modernização e que

Formação i8"

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conformam e respaldam a construção do PROEP, no Ministério dada identidade das ETSUS. Educação, para articulação entre as

U d I ' b .bl ..agendas complementares dos doisma e as e a I loteca cuJo .. d . d 'fí ., , programas naCIonaIs estlna os a

acervo SICO tera um tratamento Ih . d d ~ f.. I.I b d d I .me orla a e ucaçao pro ISSlona no

especla asea o em meto o ogla P ' I ' d' , ~. f . d d C L .aIS. ruclatlva me lta ate entao, esseln ormatlza a o entro atlno- .

bA . d C . b d I f ~ processo culmIna com o esta e-

merlcano e o arl e e n ormaçao I . d ..~C .A . d S ' d (B . ) eClmento e recursos e prlOrlZaçaoem lenclas a au e lreme ~ . b.l.h d ". I - d ' de açoes que possam pOSSI I ltar o

~ egan o ate a lmp antaçao ad S '

dB . bl. V. I S ' d (BVS) aporte e recursos para o setor au e,I loteca lrtua em au e ., ~

d, ~ ' com vIstas a construçao e novas

com destaque para a area da educaçao I d SUS t d -..esco as o , nos es a os que nao

profIssIonal no setor. d .~d t t d SUSlspoem e es ru uras o

Na área da informação e infor- voltadas para formação profissional dematização, a aquisição de softwares nível técnico em saúde. Com essee equipamentos trará um avanço para Acordo Interministerial, os recursosos processos técnicos, adminis- do Programa de Expansão datrativos e gerenciais e finalmente, a Educação Profissional, além depreparação de quadros técnicos e possibilitar maior oferta da educaçãoadministrativos prevista pela escola profissional em saúde, possibilitarãoem seu Projeto de Investimentos também promover maior qualidade dofinanciado pelo PROFAE, se estende ensino das existentes, por meio doaté a oferta de mestrado profissional financiamento de reformas e equi-para os quadros dirigentes de recursos pamentos pedagógicos para as escolashumanos das secretarias de saúde e pertencentes à Rede de Escolasdas Escolas Técnicas de Saúde. Técnicas do SUS (RET-SUS). Também

N d . b.l.d d I , .já estão assegurados recursos para esteo campo a VIa I I a e po ltlca ~ ., ~

.-' ano para a construçao e aqulslçao deno seu recorte de gestao, vem sendo ~ETSUS' ., equIpamentos para as novas

negocIado, com os dIrIgentes da ,.. ~.d d ~ d d ETSUS do Acre e Amapa, cUJos projetos estaoentl a e mantene ora a , a f d f. I ' ~~ , em ase e ma lzaçao.oferta de cooperaçao técnlco-financeira direta e indireta para a Considerações finaiselaboração de estudos de alternativas A ETSUS t .

d ~ fI ' b . l .~ s possuem po enCla-e gestao e exI I lzaçao. I ' d dt A ' d .' dI a es e compe enClas a qulrl as ao

Na viabilidade administrativo- longo desses anos que fortalecem suafinanceira, cada escola elaborou seu posição de escola profissional aprojeto de investimento no valor de serviço das necessidades de qualidadeR$ 500.000,00 financiados pelo do Sistema Único de Saúde e,PROFAE, buscando fortalecer aqueles portanto, não poderiam deixar de serpontos identificados como frágeis alvo do esforço que vem sidodurante a realização do seu plane- conduzido pelo PROFAE no que sejamento estratégico. O fortalecimento refere à execução de uma políticada ETSUS impõe a composição de integrada de recursos humanos parauma agenda política compartilhada a área de Saúde.entre os gestores estaduais e a ..~

d - d PROFAE A partlClpaçao em processos ecoor enaçao o no .- I ,

dM ., ,.

d S ' d S -~ declsoes que envo vem a area emlsterlO a au e. ao questoes , I ~, ' á d R Recursos Humanos, a mter ocuçaopertInentes a rea e ecursos ' d d d '

dH S ' d b com as secretarIas e esta o a sau e,umanos em au e astante com- b d f...

.' , a usca e manclamento por meIoplexas e Importantes para o sIstema d d -, .. d f .. d I , I de acor os e cooperaçao tecruca, oque preCIsam ser e ml as pe o ruve d t . I d -

" d gran e po enCla e expansao, aestrateglco o setor. . d d d d ' d'

capacI a e e ar respostas lme latasEm 2001, inicia-se um processo de às demandas dos serviços de saúde

negociação entre os gestores do estabeleci das pelas secretariasPROFAE, no Ministério da Saúde, e estaduais de saúde -SES e secretarias

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!municipais de saúde -SMS, a para o SUS. Capacitação Pedagógica/

capacidade de articulação interins- Supervisor -Area da Saúde -s. ed.,titucional, o estabelecimento de reimpressão. Brasília: Ministério daparcerias com as prefeituras e outras Saúde, 1994. 60 p.instituições afins e o reconhecimento M ' , t " d S ' d G '

, , llllS eno a au e. utada qualIdade dos egressos evlden- _c ---:-- 1 P F -d, urrtcu ar ara a ormaçao o

clados em resultados de concursos e A ' I ' d E ~ P R d, UXt tar e n,ermagem ara a e eseleções tornam as ETSUS um tIpO de B " B ' I '

19941 d of o d astca. raSlla, .esco a 1 erenCla a..

S ' Ministério da Saúde.. Guiaorne-se a ISSO no campo ;-- -

, o , ,~ Currtcular para a Formaçao dopedagoglco, a posslbuldade da oferta A "I " d E ~ P R d~ UXt tar e n, ermagem ara a e ede cursos de formaçao e espe- H P" t 1 B ' I ' 1994"

10 ~ , 1 é o d os t a ar. raslla, .cla lzaçao para nlve t cnlco, ecursos de qualificação básica e Ministério da Saúde. Guiatécnica, a assessoria a órgãos Curricular para a Formação docompetentes de recursos humanos na Técnico em Higiene Dental para aárea de educação profissional, a Rede Bdsica. Brasília, 1994..capacidade de planejar os cursos junto Ministério da Saúde..aos serviços de saúde, coordenar e R---~- o-

s-H umanos Para Servi ç os" " ~ I " ecurssuperVISIonar a execuç~o e ava lar as Bdsicos de Saúde. 1. ed., reimpressão.transformações ocorrIdas, a capa- Brasília 1995cidade de oferecer aos municípios os ,.

cursos demandados e o atendimento Ministério da Educação e, --a grande demanda para cursos abertos Desporto. Decreto n° 2..208, de 17 deà comunidade são aspectos relevantes abril de 1997. Regulamenta opara a consolidação do espaço parágrafo 20 do art.. 36 e os arts.. 39 epedagógico de educação profissional 42 da Lei n° 9..394, de 20 deem saúde.. dezembro de 1996.. Que estabelece as

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agosto ~e ~97~. Aprova~o Progra,ma ~~rto. Conselho Nacional dede Intenonzaçao das Açoes de Saude Educação. Resolução CNE n° 02, dee Saneamento no Nordeste e dá outras 26 de junho de 1997c..providências.. Didrio Oficial da '""'União, Brasília, 1976. MInIstérIo da Saude.

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Coordenação Geral de Desen- Nacionais para Educação Profissionalvolvimento de Recursos Humanos de Nível Técnico. Brasília, 1999a.

Formação ri_"

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