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Relatório
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FACULDADE SOCIAL DA BAHIA
PSICOLOGIA
Adenilde Maynart
Ana Gabriela Marinho
Lívia Marinho
Katiene Suzart
RELATÓRIO
Salvador - BA
2012
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Adenilde Maynart
Ana Gabriela Marinho
Lívia Marinho
Katiene Suzart
RELATÓRIO
Relatório apresentado para a disciplina
Saúde Mental II do curso de Psicologia da
Faculdade Social da Bahia – 6° Semestre.
Docente: Patrícia Fsha
Salvador - BA
2012
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A disciplina Saúde Mental I possuiu variados objetivos, um deles foi a
construção de um projeto de intervenção, o qual seria posto em prática no semestre
seguinte com a disciplina Saúde Mental II.
O nosso projeto foi carinhosamente intitulado de Poesia do Olhar. Tendo em
vista que um dos motivos pelos quais a reforma psiquiátrica se faz necessária está
no fato dele resgatar através dos serviços substitutivos, a singularidade,
individualidade, identidade, dignidade e humanidade das pessoas acometidas de
transtornos mentais. E é nesse cenário que novas práticas se fazem necessárias
para reafirmar e contribuir com a construção e o desenvolvimento de novos valores
sociais e formas menos restritas e excludentes de tratamento, promovendo a
socialização e inclusão. Foram essas ideias que serviram de base para criação do
projeto, o qual possui uma natureza artístico-cultural, focado nas áreas de fotografia
e poesia, constituindo um fator impulsionador para a construção da identidade,
humanidade e subjetividade de pessoas que, por algum motivo, precisam desse
fortalecimento. A poesia e a fotografia estimulam o lirismo entre aqueles que
socialmente são vistos como desprovidos de tal capacidade.
As fotografias tiradas durante eventos em que os usuários estariam
presentes, expostas e organizadas pelos próprios usuários podem despertar o
interesse e a criatividade. As oficinas de poesia realizadas no dia da exposição das
fotos dão vazão às questões existenciais e à imaginação dos usuários.
Esse foi o projeto criado por nós e que tínhamos como meta no presente
semestre colocar em prática. No entanto, mediante o posicionamento dos CAPS’s
quanto a abertura de suas portas para os estudantes, ou seja, o fato dos CAPS’s
não permitirem a intervenção em seu espaço inviabilizou o nosso projeto. Esse fato
nos deixou bastante desanimados. Porém, nos fez pensar sobre o papel de uma
instituição como essa, a qual burocratiza ações que tendem a melhoria, ações que
buscam a interação dos usuários com outras pessoas. O questionamento, dessa
forma, é ampliado e, assim, nos perguntarmos a real função desse novo serviço de
atenção aos usuários em saúde mental, o qual estando preso em seu modo
institucional e burocrático de ser, não permite a participação de estudantes que
estão em plena formação, e que o contato com os novos serviços substitutivos é
fundamental. O intercorrido, dessa maneira, embora tenha inviabilizado a nossa
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ação nos fez pensar em nosso papel enquanto futuros profissionais, no sentido de
tornar os serviços substitutivos em saúde mental, efetivamente, serviços que
proporcionem a comunicação entre os seus usuários e a comunidade como um todo.
Como a não realização do projeto inicial, nos foi proporcionada a cobertura
do evento que antecede o dia do orgulho louco, organizado pela Faculdade Social
da Bahia. Evento que ocorreu no dia 11 de maio deste ano.
Durante a cobertura, realizamos entrevistas com estudantes, organizadores
e o coordenador do curso. O intuito é saber e reconhecer motivos e intenções para
promoção da proposta da reforma psiquiátrica. A idéia original seria deixar um
legado de informações para os alunos da FSBA e futuros militantes para a saúde
mental.
Entrevistando alunos da faculdade percebemos notoriedade no tema,
colhendo frutos das plantações:
“A importância da luta antimanicomial é que a gente possa assumir uma posição crítica perante aqueles que nós nos propomos a ajudar em sua recuperação, em seu tratamento, em sua assistência. É fundamental pra a gente estudante assumir uma atitude crítica indo a favor da luta antimanicomial sim, e do fortalecimento das instituições que estão entrando como substitutas.” Vandilson Soares, estudante do 10 º Semestre.
O engajamento, por fim, de estudantes e profissionais da área psi em
movimentos da luta antimanicomial é de fundamentam importância para a
construção de uma sociedade mais humana e menos segregada, onde a loucura
possa, mais uma vez, fazer parte desse espaço social que lhe foi negado com o
classicismo e início dos hospitais gerais. Uma nova forma de tratamento faz-se
necessária, tornou-se inconcebível a realização de práticas milenares cristalizadas
na área da saúde mental. Da força dos estudantes e profissionais em psicologia
depende o sucesso dessa causa.
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