Upload
elisabete-teixeira
View
3.221
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Escola Secundária de Valongo Ano lectivo 2010/2011
Física e Química A – 11º Ano
Relatório
Título: Osciloscópio
Elisabete Teixeira nº8
11ºCT1
Actividade 2.1 – Problema: Será o osciloscópio uma forma de identificação
alternativa à impressão digital? Como reconhecer uma pessoa pela voz com o auxílio do
osciloscópio?
Introdução TeóricaO som:
O som provém da vibração de corpos, ou seja, não há som se não existir
vibração. Este propaga-se pelo meio através de ondas sonoras. As ondas sonoras são
ondas mecânicas (necessitam de um meio para se propagarem) e longitudinais (o
movimento das partículas dá-se na direcção da propagação da onda.
Estas ondas propagam-se em todas as direcções, existindo uma transferência de
energia de umas moléculas para as outras ao longo da propagação.
Um som tanto pode ser sinusoidal
(Fig.1) como complexo (Fig.1). Um som
sinusoidal, é um som que pode ser descrito por
uma função seno ou co-seno. Estes sons
representam sons puros que têm como
principais características a intensidade (forte
ou fraco – relaciona-se com a amplitude) e a
altura (grave ou agudo – relaciona-se com a frequência).
Fig. 1 Sons complexo seguido de sons puros
15/01/2011 1
Escola Secundária de Valongo Ano lectivo 2010/2011
Física e Química A – 11º Ano
Por outro lado, observa-se que a maior parte dos sons não são sinusoidais, ou
seja, não são puros. No dia-a-dia deparamo-nos com um misto de sons que são
afigurados por sons complexos. Um som complexo é a soma ou sobreposição de sons
puros.
O osciloscópio e o seu funcionamento:
O osciloscópio (Fig.2) é basicamente um dispositivo preciso de visualização
gráfica que mostra os sinais eléctricos variáveis no tempo. No eixo vertical, denominado
Oy, representa-se a tensão e no eixo horizontal, denominado Ox, representa-se o tempo.
Este aparelho pode ser analógico ou digital e possui diversos constituintes, entre
eles, os mais importantes:
Ecrã fluorescente (ou anteparo – onde é possível visualizar e medir
amplitudes, períodos, frequências e desfasamentos com elevado grau de
precisão;
Tubo de raios catódicos (TRC -principal elemento do osciloscópio - onde
ocorrem os fenómenos eléctricos);
Base de tempo;
Amplificador (condiciona adequadamente o sinal de entrada);
O osciloscópio mostra sinais eléctricos num ecrã que possui átomos com
propriedades fluorescentes. Dentro do mesmo, existe um tubo sem ar que contém um
filamento aquecido. Este filamento emite um feixe de electrões que é projectado e choca
com o ecrã fluorescente do osciloscópio a altas velocidades (TRC), excitando os átomos
com propriedades fluorescentes. É, então, produzida uma cintilação representada no
ecrã do aparelho.
Uma grande vantagem do osciloscópio é que permite efectuar medições de
correntes contínuas e, também, de correntes alternadas. Uma outra vantagem, é a
possibilidade de visualização de dois sinais em simultâneo. Isto deve-se à existência de
dois canais de entrada de corrente.
Este tem as mais diversas utilidades, podendo ser utilizado em diagnósticos
médicos, mecânica de automóveis ou prospecção mineral, por exemplo.
15/01/2011 2
Escola Secundária de Valongo Ano lectivo 2010/2011
Física e Química A – 11º Ano
Sofreu, até hoje, os mais diversos melhoramentos e passou a ser utilizado para os
mais diversos fins, acabando também a ser fabricado com diferentes características e
distintos recursos adicionais que permitiram ainda uma maior precisão.
Como utilizar o osciloscópio?
Fig.2 Osciloscópio
digital
Power: Liga e desliga o osciloscópio.
Intensidade: Ajuste de intensidade de brilho.
Focus: Ajuste do foco do feixe electrónico.
Posição: b Posiciona verticalmente o feixe.
Posição: ↔ Posiciona horizontalmente o feixe.
Chave AC/DC/GD: Na posição AC, permite a leitura de sinais alternados, retirando
qualquer componente DC do sinal de entrada. Na posição DC, permite a leitura de sinais
DC e AC com ou sem componente DC e na posição GD a entrada vertical.
Volts/Div.: Atenuador vertical que gradua cada divisão na tela na direcção vertical.
Tempo/Div.: Base de tempo que gradua cada divisão na tela, na direcção horizontal.
Chave INT./EXT./REDE: A posição INT., permite a utilização do sincronismo
interno, na posição EXT. dá acesso à entrada de sincronismo esterno e na posição rede,
sincroniza a varredura com a rede eléctrica.
Chave +/- : Permite seleccionar a polaridade de sincronismo da figura na tela.
Nível Sinc.: Permite o ajuste do nível de sincronismo.
15/01/2011 3
Escola Secundária de Valongo Ano lectivo 2010/2011
Física e Química A – 11º Ano
Cal.: Saída de um sinal interno de frequência e amplitude definidas, utilizado para
referência e calibração.
Ent. Vertical: Conector para ligação de ponta de prova para o acesso ao estágio
vertical.
Ent. Horizontal ou Sinc. Ext. : Conector para ligação de ponta de prova, utilizado para
o acesso ao estágio horizontal, ou de sincronismo, conforme posicionamento dos
controles de varredura (INT.) ou sincronismo (EXT.).
TRIGGER: Mobilização da imagem presente no ecrã.
http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/farias/materiais/Exp_5_Osciloscopio.pdf ; 15/01/2011
Material:
Osciloscópio digital
Microfone (aparelho electrónico que converte ondas sonoras em sinais eléctricos)
Fios de ligação
Altifalantes (aparelho electrónico que converte sinais eléctricos em ondas sonoras)
Diapasão (aparelho metálico que, através da vibração, gera sinais sinusoidais de uma
determinada frequência)
Gerador de sinais (aparelho capaz de gerar ondas sinusoidais, triangulares ou
quadradas)
Segurança:
É de notar que o osciloscópio é uma espécie de voltímetro sofisticado que
trabalha em paralelo e que exige certos cuidados para que não se danifique. Desta
forma, a luminosidade do ecrã deve ser controlada.
Por outro lado, a experiência não possui qualquer risco para a vida humana, não
exigindo, assim, procedimentos de segurança.
Procedimento:
15/01/2011 4
Escola Secundária de Valongo Ano lectivo 2010/2011
Física e Química A – 11º Ano
1. Iniciou-se a experiência com uma breve explicação sobre o funcionamento
do osciloscópio e seus componentes.
2. Ligou-se o osciloscópio e o gerador de sinais em paralelo.
3. Procedeu-se aos ajustes necessários, nomeadamente ao ajuste da frequência
do sinal enviado pelo gerador.
4. Ligaram-se os altifalantes.
5. Estabilizou-se o sinal no ecrã do osciloscópio através do botão TRIGGER.
6. Registaram-se os dados do sinal sinusoidal enviado pelo gerador.
7. Desligou-se o gerador de sinais.
8. Ligou-se o microfone ao segundo canal de entrada e falou-se para o mesmo,
de modo a observar um outro sinal (complexo).
9. Repetiu-se o mesmo processo recorrendo ao uso de um diapasão (som puro).
Registo de dados e observações:
Após os ajustes necessários, procedeu-se ao registo dos dados presentes no
anteparo do osciloscópio. Verificou-se que no eixo vertical, cada divisão correspondia a
50mV (50mV/Div.) e que a amplitude ocupava duas divisões do eixo.
No entanto, foi primeiramente medida a incerteza. Sabendo que a incerteza é
metade da menor divisão da escala, tem-se que:
Incerteza = menor divisão da escala / 2;
IncertezaOy = (50/5) / 2 = 5mV= 0,005V
IncertezaOx = (2/5) / 2 = 0,2 ms = 2x10-4 s
Desta forma, calcula-se a amplitude do sinal:
A = nº de divisões x nº de V
A = 2 x 50 = 100mV = (0,100+/- 0,005V)
15/01/2011 5
Escola Secundária de Valongo Ano lectivo 2010/2011
Física e Química A – 11º Ano
Mediu-se também o período, verificando que segundo o eixo Ox, a partícula
completava um período ao fim de 1,2ms e cada divisão correspondia a 2ms. Assim:
T = 2 x 1,2 = 2,4ms = (2,4x10-3 +/- 2x10-4 s)
Obtendo o período, aplicou-se a fórmula: f = 1/T de modo a calcular a
frequência de emissão do sinal.
f = 1 / 2,4 = 0.417kHz = 417 Hz
Após o cálculo da amplitude, do período e da frequência, é possível escrever
uma expressão que traduza a variação de tensão com o tempo.
U = Asen(2πft) SI, logo,
U = 0,100sen(2π417) SI
U = 0,100sen(834π) SI
Esta expressão caracteriza o sinal sinusoidal observado no anteparo.
É ainda possível calcular a tensão eficaz:
Uef = Umáx / √2 ;
Uef = 0,100 / √2 = 7,1x 101
Análise crítica dos resultados:
Verificou-se que o sinal emitido tinha uma frequência de 370Hz, enquanto que a
frequência calculada toma o valor de 417Hz. Através da comparação destes valores é
possível concluir que existiram erros de medição. Assim, calculou-se o erro:
e = (│Vreal - Vmedido│ / Vreal ) x 100
15/01/2011 6
Escola Secundária de Valongo Ano lectivo 2010/2011
Física e Química A – 11º Ano
e = (│370 - 417│/ 370) x 100
e = 12,7% ≈ 13%
A partir do cálculo do erro, é possível concluir que existiram erros de medição
relevantes. Uma vez que o osciloscópio é um aparelho preciso, conclui-se que os erros
ocorridos se deveram às leituras e arredondamentos efectuados.
Resposta ao problema:
Será o osciloscópio uma forma de identificação alternativa à
impressão digital? Como reconhecer uma pessoa pela voz com o auxílio do
osciloscópio?
Antes de dar resposta às questões, devem-se esclarecer certos conceitos, tais
como: voz, timbre e frequência.
Da mesma forma que todos os sons resultam da vibração dos corpos, a voz
humana resulta da vibração das cordas
vocais (Fig.3). Já o timbre depende
das várias cavidades que vibram em
ressonância com as cordas vocais,
como é o caso das fossas nasais,
cavidades ósseas, garganta, entre
outras. Este permite a distinção entre
dois sons com a mesma intensidade e
frequência mas produzidos por
instrumentos ou pessoas diferentes.
Fig.3 Cordas Vocais em diferentes estágios
15/01/2011 7
Escola Secundária de Valongo Ano lectivo 2010/2011
Física e Química A – 11º Ano
A voz, tal como qualquer outro som, possui uma frequência. É de notar que o
ouvido humano pode captar frequências dos 20Hz aos 20 000Hz mas que nem toda a
gente tem o mesmo limiar de audição.
Uma vez que todos os seres humanos são geneticamente diferentes,
desenvolvem também estruturas corporais diferentes. Em suma, se não existem à face
da Terra dois indivíduos com a mesma impressão digital, também não existem dois
indivíduos com as mesmas características vocais.
Assim, é possível concluir que a resposta à primeira questão é «Sim». O
osciloscópio pode ser reconhecido como uma alternativa à impressão digital. Este facto
deve-se ao timbre, graças ao qual os seres humanos possuem vozes com características
distintas e identificáveis.
O sistema de reconhecimento de voz implica a presença de um osciloscópio, seja
ele analógico ou digital, e de um microfone para onde alguém fala. O som é captado
pelo microfone que através da vibração de uma membrana presente num campo
magnético, converte a informação sonora num sinal eléctrico com a mesma informação.
Essa informação, por sua vez, é transportada para o osciloscópio que, através dos
processos acima descritos, a vai representar.
Após a representação da onda, esta é filtrada de modo a eliminar ruído de fundo
e, mais tarde, comparada com outros registos de voz. Essa comparação pode ser feita
através de uma frase ou até mesmo através de uma única palavra.
Ao contrário do que se pensa, este método de identificação alternativo é bastante
fiável, funcionando mesmo que uma pessoa se encontre rouca ou constipada. Isto deve-
se aos métodos sofisticados de filtração do som.
Deve-se ter em conta que o osciloscópio não é, por si só, suficiente. Este requer
a utilização de softwares adequados ao que se pretende.
Bibliografia: Internet:
1. http://www.youblisher.com/p/12612-2-1-Osciloscopio/ ; 06/01/11
2. http://www.if.ufrj.br/teaching/oscilo/intro.html ; 07/01/11
15/01/2011 8
Escola Secundária de Valongo Ano lectivo 2010/2011
Física e Química A – 11º Ano
3. http://www.del.ufms.br/tutoriais/oscilosc/oscilosc.htm ; 07/01/11
4. http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/farias/materiais/
Exp_5_Osciloscopio.pdf ; 15/01/11
5. http://www.deetc.isel.ipl.pt/electronica/leic/fae/aparelhos/
osciloscopio_avert2.htm ; 15/01/11
6. http://www.cefetsp.br/edu/apuzzo/osc/osc_1.htm ; 15/01/11
7. http://pt.wikipedia.org/wiki/Voz_humana ; 15/01/2011
8. http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/fisica/11osciloscopio.htm ; 16/01/11
9. http://pt.wikipedia.org/wiki/Oscilosc%C3%B3pio ; 18/01/11
Manuais:
1. “11 F” – Manual | Física e Química 11º/12º ano; VENTURA, Graça; FIOLHAIS,
Manuel e Carlos; PAIVAS, João; FERREIRA, António José. Texto Editores
2009.
2. “11 F” – Caderno de exercícios e problemas | Física e Química 11º/12º ano;
VENTURA, Graça; FIOLHAIS, Manuel e Carlos; PAIVAS, João; FERREIRA,
António José. Texto Editores 2009.
A.L 2.1 (11/01/2011)
15/01/2011 9
Escola Secundária de Valongo Ano lectivo 2010/2011
Física e Química A – 11º Ano
15/01/2011 10