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1 Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.b r _______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/PE, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201601474, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC nº 01, de 6 de abril de 2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco – Lanagro/PE. 1. Introdução Os trabalhos de campo foram realizados no período de 5 a 22 de abril 2016, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas. Consistindo, assim, em subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela Unidade ao Tribunal de Contas da União – TCU. Registra-se que os Achados de Auditoria apresentados neste Relatório foram estruturados, preliminarmente, em Programas e Ações Orçamentárias organizados em títulos e subtítulos, respectivamente, segundo os assuntos com os quais se relacionam diretamente. Posteriormente, apresentam-se as informações e as constatações que não estão diretamente relacionadas a Programas/Ações Orçamentários específicos. 2. Resultados dos trabalhos Unidade Auditada: LABORATORIO NACIONAL AGROPECUARIO/PE Exercício: 2015 Município : Recife - PE Relatório nº: 201601474 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Relatorio, Certificado, Parecer Lanagro PE · de fevereiro de 2016, entre Controladoria Regional da União no Estado de Pernambuco – CGU-Regional/PE e a Secretaria de Controle Externo

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_______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/PE, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201601474, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC nº 01, de 6 de abril de 2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco – Lanagro/PE.

1. Introdução Os trabalhos de campo foram realizados no período de 5 a 22 de abril 2016, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal.

Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas. Consistindo, assim, em subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela Unidade ao Tribunal de Contas da União – TCU.

Registra-se que os Achados de Auditoria apresentados neste Relatório foram estruturados, preliminarmente, em Programas e Ações Orçamentárias organizados em títulos e subtítulos, respectivamente, segundo os assuntos com os quais se relacionam diretamente. Posteriormente, apresentam-se as informações e as constatações que não estão diretamente relacionadas a Programas/Ações Orçamentários específicos.

2. Resultados dos trabalhos

Unidade Auditada: LABORATORIO NACIONAL AGROPECUARIO/PE Exercício: 2015 Município : Recife - PE Relatório nº: 201601474 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

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De acordo com o escopo de auditoria firmado, por meio da Ata de Reunião realizada em 12 de fevereiro de 2016, entre Controladoria Regional da União no Estado de Pernambuco – CGU-Regional/PE e a Secretaria de Controle Externo em Pernambuco do Tribunal de Contas da União – Secex/PE, em consonância com a Ata de Reunião realizada em 27 de novembro de 2015, entre a Coordenação-Geral de Auditoria das Áreas de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da CGU/PR e a Secretaria de Controle Externo da Agricultura e do Meio Ambiente – Secex/Ambiental do TCU, em foram efetuadas as seguintes análises:

2.1 Avaliação da Conformidade das Peças

Com objetivo de avaliar a conformidade das peças do processo anual de prestação de contas do Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco (Lanagro/PE), conforme disposto no art. 13 da Instrução Normativa TCU nº 63/2010, foram analisados os arquivos referentes à Unidade disponíveis no sistema e-Contas do Tribunal de Contas da União, constatando-se a elaboração de todas as peças a ela atribuídas pelas normas do TCU para o exercício em pauta. A metodologia da equipe de auditoria consistiu na análise de todos os itens que compõem o Relatório de Gestão e as peças complementares. Ressalta-se que a Unidade Prestadora de Contas – UPC cumpriu o prazo previsto no item 5.1 do Anexo I da Portaria CGU nº 500/2016 para envio, exclusivamente em meio eletrônico, das peças previstas nos incisos I a III do art. 13 da IN/TCU nº 63/2010. No que se refere aos formatos e conteúdos obrigatórios, entretanto, verificou-se que não foram contemplados todos os conteúdos obrigatórios nos termos das Decisões Normativas TCU nº 146/2015 e nº 147/2015, da Portaria TCU nº 321/2015 e nos tópicos de ajuda do Sistema e-Contas, pois a Unidade não apresentou algumas das informações exigidas nos citados normativos, a saber: - Rol de Responsáveis incompleto; - Relatório de Gestão com ausência de informações para itens relacionados às seguintes

Seções: Elementos Pré-Textuais, Planejamento Organizacional e Desempenho Orçamentário e Operacional, Governança, Relacionamento com a Sociedade, Desempenho Financeiro e Informações Contábeis, Áreas Especiais da Gestão e Conformidade da Gestão e Demandas de Órgãos de Controle.

O Lanagro/PE não possui unidade de auditoria interna e, portanto, não apresentou parecer de órgão que deva se pronunciar sobre as contas ou sobre a gestão dos responsáveis da Unidade Prestadora de Contas, nos termos do art. 13, inciso III, da IN TCU nº 63/2010. Em análise ao Rol de Responsáveis, considerando que o referido processo eletrônico já se encontrava sob a tutela do órgão de controle interno (CGU) e considerando as informações e documentos apresentados pela Unidade, foi realizada, pela CGU-Regional/PE, a atualização do referido Rol de Responsáveis no Sistema e-Contas do TCU, sem prejuízo ao andamento dos trabalhos da auditoria.

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2.2 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

Esta análise trata dos resultados quantitativos e qualitativos da gestão, em especial da eficácia e eficiência dos objetivos e metas físicas e financeiras planejados ou pactuados para o exercício. No Relatório de Gestão 2015, a Unidade ressalta que recebe recursos mediante descentralizações de crédito feitas pela Coordenação-Geral de Apoio Laboratorial – CGAL, tendo apenas o papel de gerenciamento do que foi recebido para a sua adequada aplicação. Conforme foi visto no Relatório de Auditoria Anual de Contas da CGU nº 201503724, relativo ao exercício 2014, apesar dessa característica, o Lanagro/PE deve no seu Relatório de Gestão anual informar o resultado das ações em que tenha tido participação direta na execução, demonstrando assim os resultados alcançados pela instituição, inclusive, no que se refere ao alcance das metas físicas e financeiras estipuladas em sua programação anual. Analisando o Relatório de Gestão 2015 percebe-se uma evolução nas informações prestadas pelo gestor quanto às metas físicas e financeiras, bem como em relação ao que foi realizado, em comparação ao Relatório de Gestão 2014. Entretanto, as informações do Relatório de Gestão ainda estão incompletas e apresentam divergências, em diversos aspectos: quadros com informações divergentes quanto à execução física e financeira, metas realizadas com informações divergentes, ausência dos critérios para estabelecimento das metas físicas e falta de justificativas para as demandas represadas, resultado financeiro desatrelado da execução física das ações e ausência de informações sobre os restos a pagar não processados liquidados no exercício, com valores relevantes para a Unidade. A principal Ação de Governo, de onde provém recursos para a Unidade, é a “20ZW – Promoção da Defesa Agropecuária”, representando 96,71% das despesas executadas pela Unidade, cujos resultados foram selecionados para análise. A Ação “20ZW - Promoção da Defesa Agropecuária” tem por finalidade promover: a sanidade na agropecuária, mantendo e ampliando a situação das zonas livres de pragas e doenças; o funcionamento dos Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros); a ampliação e qualificação da oferta de serviços laboratoriais para atendimento da demanda na área da defesa agropecuária; o controle de resíduos e contaminantes em produtos de origem vegetal e animal, de forma a promover a qualidade de alimentos e bebidas; a coordenação do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA); e a estruturação do Centro de Inteligência e Formação em Defesa Agropecuária. Além disso, conforme definição de escopo da auditoria junto ao TCU, com base no § 6º do art. 9º da Decisão Normativa TCU nº 147/2015, verificou-se os resultados da Ação “152L – Reforma, Ampliação e Modernização dos Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros)”, que não teve despesas empenhadas no exercício 2015, mas foi executada via Restos a Pagar Não Processados de exercícios anteriores, representando 26,70% do total de Restos a Pagar Não Processados de exercícios anteriores e liquidados em 2015.

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A Ação “152L - Reforma, Ampliação e Modernização dos Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros)” tem por finalidade promover a “realização de reformas, adequação de instalações, ampliação e modernização dos seis Laboratórios Nacionais Agropecuários localizados em Campinas/SP, Pedro Leopoldo/MG, Goiânia/GO, Recife/PE, Belém/PA e Porto Alegre/RS, além de suas nove unidades avançadas, bem como aquisição e instalação de equipamentos a implantação de métodos com respostas analíticas mais rápidas e em maior volume, com vistas ao incremento das suas atividades, tais como: análises fiscais, periciais, ensaios para diagnóstico de doenças e pragas na produção agropecuária, no controle de produtos de uso veterinário e de agrotóxicos, além de desenvolvimento e validação de métodos de análise laboratorial”. A Unidade não informou metas físicas e financeiras da Ação 152L para os Restos a Pagar Não Processados, inscritos em exercícios anteriores, liquidados no exercício 2015, não sendo possível analisar o desempenho da Unidade na execução desses recursos, sendo oportuno registrar que a Ação possui produto genérico registrado na Lei Orçamentária Anual - LOA: “laboratório ampliado / modernizado”.

A seguir, tem-se um resumo do resultado físico do exercício 2015, para Ação 20ZW:

Tabela 1 – Resultado físico do exercício 2015 da ação 20ZW

Executor Unidade de Medida

Total Programado

(a)

Total Realizado (b)

Percentual de realização

(b)/(a) Rede Lanagro

(Animal e Vegetal) Análises

realizadas 66.132 86.120 130,22%

Laboratórios Credenciados

(Animal e Vegetal)

Análises realizadas 618.993 762.299* 123,15%

Total Análises

realizadas 685.125 848.419 123,83%

Fonte: Planilha Eletrônica “RAM 2015” (Relatório de Atividades Mensais 2015) dos laboratórios credenciados, e Planilha Eletrônica “PO – Realizado LANAGRO-PE 2015” dos laboratórios da Rede Lanagro/PE. *No final da planilha “RAM 2015”, em referência ao mês de dezembro/2015 com “0” análises, consta a seguinte observação: “Os valores relativos ao mês de dezembro 2015 foram somados aos valores de janeiro de 2016”. No Relatório de Gestão 2015, consta que a execução física foi de 56.954 análises realizadas e o percentual de atingimento da meta teria sido de 86%, divergindo dos valores acima apurados pela equipe de auditoria da CGU.

A seguir, tem-se um comparativo entre os resultados físicos dos exercícios 2014 e 2015:

Tabela 2 – Comparativo do resultado físico da ação 20ZW (Exercícios 2014 e 2015)

Executor

Unidade de

Medida

Total Programado (a)

Total Realizado (b)

Percentual de realização

(b)/(a)

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2014 2015 2014 2015 2014 2015

Rede Lanagro (Animal e Vegetal)

Análises realizadas 169.600 66.132 78.410 86.120 46,23% 130,22%

Laboratórios Credenciados

(Animal e Vegetal)

Análises realizadas 756.439 618.993 610.072 762.299 80,65% 123,15%

Total Análises

realizadas 926.039 685.125 688.482 848.419 74,35% 123,83%

Fonte: Relatório de Auditoria Anual de Contas da CGU nº 201503724, Planilha Eletrônica “RAM 2015” (Relatório de Atividades Mensais 2015) dos laboratórios credenciados, e Planilha Eletrônica “PO – Realizado LANAGRO-PE 2015” dos laboratórios da Rede Lanagro/PE. A falta de uma série histórica para apuração dos resultados da Unidade e a falta de informação sobre a forma de estabelecimento das metas físicas de sua principal Ação no Relatório de Gestão 2015 impedem a conclusão sobre a evolução ou não nos resultados da gestão. O que se tem de fato, em relação às metas físicas estabelecidas para o exercício 2015, é que foram menores do que as metas realizadas em 2014, para a Rede Lanagro/PE, conforme consta na tabela anterior. Dessa forma, a meta física pode estar subdimensionada, distorcendo os resultados do órgão no exercício em questão. Sobre o resultado financeiro, tem-se a seguir as informações extraídas do Tesouro Gerencial sobre a execução financeira da Unidade:

Tabela 3 – Resultado financeiro da Unidade no exercício de 2015 (em R$)

Ação Despesas

Liquidadas (a)

Despesas Executadas por

Inscrição em Restos a Pagar

Não-Processados (no exercício 2015)

(b)

Total de Despesas

Executadas no Exercício

(a)+(b)

Representatividade da Ação sobre o

Total Executado

152L - Reforma, ampliação e modernização dos laboratórios nacionais agropecuários (Lanagros)

0,00 0,00 0,00 0,00%

2000 - Administração da unidade

1.463,27 0,00 1.463,27 0,01%

20ZW - Promoção da

9.538.765,98 3.037.457,65 12.576.223,63 96,71%

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defesa agropecuária

20ZX - Fiscalização de atividades agropecuárias

4.971,66 422.000,00 426.971,66 3,28%

Total 9.545.200,91 3.459.457,65 13.004.658,56 100,00% Fonte: Extrações no Tesouro Gerencial entre 30 de março e 1º de abril de 2016. Observe-se que a execução financeira se refere apenas à Rede Lanagro/PE, não incluindo a Rede de Laboratórios Credenciados. A Rede Lanagro/PE corresponde às unidades descentralizadas de laboratórios oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, na região Nordeste. A Rede de Laboratórios Credenciados, públicos e privados, refere-se aos laboratórios autorizados pelo Lanagro/PE a realizar análises e exames de caráter oficial exigidos ao longo do processo de produção das atividades agropecuárias. No âmbito nacional, o conjunto da Rede Lanagro com a Rede de Laboratórios Credenciados constitui a Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA/MAPA). Em face da inexistência de análises horizontais no Relatório de Gestão (série histórica), elaborou-se um comparativo do resultado financeiro da Unidade para os exercícios 2014 e 2015: Tabela 4 – Comparativo do resultado financeiro da Unidade – Exercícios 2014 e 2015 (em

R$)

Ação Despesas Liquidadas

(a)

Despesas Executadas por Inscrição em Restos a Pagar

Não-Processados (no exercício 2015)

(b)

Total de Despesas Executadas no Exercício

(a)+(b)

Representatividade da Ação sobre o Total Executado

(%)

2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015

152L 345.514,62 0,00 976.694,58 0,00 1.322.209,20 0,00 10,07 0,00

2000 10.342,93 1.463,27 1.738,02 0,00 12.080,95 1.463,27 0,09 0,01

20ZW 9.120.601,20 9.538.765,98 1.211.472,63 3.037.457,65 10.332.073,83 12.576.223,63 78,70 96,71

20ZX 685.762,82 4.971,66 775.988,86 422.000,00 1.461.751,68 426.971,66 11,13 3,28

Total 10.162.221,57 9.545.200,91 2.965.894,09 3.459.457,65 13.128.115,66 13.004.658,56 100,00 100,00 Fonte: Relatório de Auditoria Anual de Contas da CGU nº 201503724 e extrações no Tesouro Gerencial entre 30 de março e 1º de abril de 2016.

Para a Ação 20ZW, observa-se um aumento na inscrição de despesas em Restos a Pagar Não Processados, saltando de 11,73% do valor executado em 2014 para 24,15% em 2015, indicando um aumento na dificuldade de executar as despesas empenhadas dentro do exercício.

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Além disso, a representatividade da Ação aumentou de 78,7% para 96,71% do total executado, indicando a concentração da descentralização de recursos pelo MAPA em uma única ação finalística. Fazendo a comparação do resultado financeiro da principal Ação da Unidade (20ZW) com a programação contida no Plano Orçamentário Anual (POA), observa-se a seguinte situação:

Tabela 5 – Execução orçamentária da ação 20ZW

Exercício Total de Despesas

Previstas (SGI/MAPA) (a)

Total de Despesas

Executadas (b)

Percentual de realização (b)/(a)

2014 10.115.000,00 10.332.073,83 102,15%

2015 15.213.040,00 12.576.223,63 82,67%

Fonte: Relatório de Auditoria Anual de Contas da CGU nº 201503724, extrações no Tesouro Gerencial entre 30 de março e 1º de abril de 2016 e Relatório Analítico de Programação 2015 (SGI/MAPA).

O percentual de realização financeira caiu em relação ao que foi inicialmente programado, quando se compara os exercícios de 2014 e 2015. O gestor no Relatório de Gestão apresenta uma análise em função do que foi liberado financeiramente e não em função do que foi inicialmente programado. Segundo sua análise, o percentual empenhado foi de 99,87% em relação ao que financeiramente foi liberado pelo MAPA. Entretanto, mesmo considerando essa análise, não há nenhuma vinculação desse percentual de 99,87% ao atingimento das metas físicas da ação 20ZW. O fato de executar todo o recurso financeiro liberado não implica, necessariamente, em bom desempenho. Sobre a Ação 152L, tem-se, a seguir, o resultado da consulta ao Tesouro Gerencial, com as informações dos Restos a Pagar Não Processados de exercícios anteriores:

Tabela 6 – Restos a Pagar Não Processados de exercícios anteriores

Ação Despesa

Empenhada em 2015

Restos a Pagar Não Processados

- Valor em 1º janeiro de 2015

Restos a Pagar Não Processados

- Valor Liquidado

Restos a Pagar Não Processados - Valor Liquidado

(%)

Restos a Pagar Não Processados

- Valor Cancelado

152L 0,00 976.694,58 633.580,83 26,70% 253.863,75

2000 1.463,27 1.738,02 0,00% 1.738,02

20ZW 12.576.223,63 1.290.781,03 1.010.360,95 42,59% 261.766,97

20ZX 426.971,66 775.988,86 728.586,17 30,71% 47.402,69

Total 13.004.658,56 3.045.202,49 2.372.527,95 100,00% 564.771,43

Fonte: Extrações no Tesouro Gerencial entre 30 de março e 1º de abril de 2016.

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Apesar da liquidação da maior parte dos Restos a Pagar Não Processados de exercícios anteriores, em 2015, observa-se um volume relevante de execução financeira na Unidade via Restos a Pagar Não Processados. Para a Ação 152L, o percentual de liquidação corresponde a 26,70% do total dos Restos a Pagar Não Processados inscritos em exercícios anteriores e liquidados em 2015. Os Restos a Pagar Não Processados liquidados na Ação 152L não foram abordados no Relatório de Gestão. Também não existe pronunciamento sobre o represamento de demandas para essa ação orçamentária. Apesar das observações acima pontuadas, não foram encontrados desvios de finalidade na aplicação dos recursos analisados no escopo da presente auditoria. Por fim, conforme relatado em item específico deste Relatório, devem-se frisar as dificuldades relatadas pela Unidade para implantação de seu planejamento estratégico, ferramenta de fundamental importância para o desenvolvimento da gestão da Unidade e, consequentemente, para melhoria dos serviços prestados à sociedade. /Fato# 2.3 Avaliação dos Indicadores de Gestão da UJ

Quanto aos indicadores de desempenho da Unidade, o enfoque definido foi a análise quanto à utilidade e confiabilidade dos indicadores, nos termos do escopo acordado com o TCU, com base nas informações inseridas no Relatório de Gestão 2015 e nas informações prestadas pela Unidade.

Durante os trabalhos de campo, a Unidade informou que os indicadores de desempenho estão sendo revistos e aprimorados e que não conseguiu ainda avançar neste tema, tanto pela descontinuidade dos processos de gestão estratégica do MAPA, como pela falta de familiaridade das equipes com essa matéria. De fato, as informações apresentadas no Relatório de Gestão 2015 não são suficientes para análises comparativas e gerenciais dos resultados da Unidade. Alguns indicadores relatados no Relatório de Gestão do exercício 2014, aparentemente, foram mantidos no Relatório de Gestão 2015, mas com modificações nos nomes e nas descrições das fórmulas, conforme se observa do quadro comparativo a seguir: Quadro 1 – Indicadores de desempenho informados nos Relatórios de Gestão 2014 e 2015

Indicadores (2014) Fórmula (2014) Indicadores (2015) Fórmula (2015) Percentual de métodos validados com relação aos demandados (PMV)

PMV = (Número de métodos validados/ Número de métodos demandados) * 100

Percentual de ensaios validados (PEV)

PEV= (Número de ensaios validados/ número total de ensaios demandados) * 100

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Percentual de auditorias internas no SGQ do Lanagro-PE dentro do cronograma estabelecido (PARP)

PARP = (Auditorias realizadas / Auditorias programadas) * 100

Percentual de auditorias internas realizadas (PAR)

PAR= (Número de auditorias internas realizadas/ Número de auditorias internas programadas) * 100

Percentual de valores de metas físicas de provas realizadas pelo Lanagro-PE em relação às programadas (PVMRP)

PVMRP = (Número de provas realizadas/ Número de provas programadas) * 100

Percentual de Atendimento a Demanda (PAD)

PAD= (Número de amostras processadas na rede oficial/ Número de amostras recebidas na rede oficial) * 100

Percentual de recursos utilizados relativamente aos recebidos (IUT1)

IUT1 = (Recursos utilizados / Recursos recebidos) * 100

- -

- -

Percentual da Demanda por Recurso Humano (PADRH)

PADRH= (Número de recursos humanos alocados/ Número de recursos humanos demandados) * 100

- - Indicador de Capacitações Solicitadas (IPS)

IPS= Capacitações solicitadas/ Capacitações aprovadas

- - Indicador de Capacitações Deferidas (IPD)

IPD= Capacitações deferidas/ Capacitações aprovadas

- - Percentual de infraestrutura adequada (PIA)

PIA= (Número de projetos realizados/ Número de projetos programados) * 100

Fonte: Relatórios de Gestão 2014 e 2015. Fazendo uma tentativa de comparação entre os dois últimos exercícios, no quadro anterior, percebe-se que a Unidade ainda enfrenta problemas na construção dos indicadores. Observe-se que as mudanças nos nomes e nas fórmulas induzem o leitor a admitir a criação de novas ferramentas de acompanhamento da gestão, apesar de se tratarem, aparentemente, dos mesmos indicadores, com uma releitura de sua métrica, particularmente, em relação aos nomes utilizados. Quanto à utilidade e confiabilidade desses indicadores, as mudanças apresentadas nos instrumentos de apuração de desempenho nos dois últimos exercícios, inclusive, com a introdução de quatro novos indicadores e a exclusão de um (“IUT1”), ainda dificultam o estabelecimento de uma série histórica para análises gerenciais do desempenho da Unidade. Ademais, no caso dos indicadores que tiveram alterações nos nomes e na métrica, de um exercício para o outro, não há certeza sobre a modificação ou não na forma de coleta dos dados, de forma a empregar confiabilidade na análise comparativa de possíveis resultados. Deve-se destacar, ainda, que a mudança nos indicadores, a descontinuidade de outro, ou a inclusão de novos indicadores não ficaram claras nas análises da Unidade, apresentadas no Relatório de Gestão 2015. Em alguns indicadores não foram consignados os índices a serem

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alcançados em 2015 (previsão) e os índices de referência estabelecidos, para que fosse possível analisar a situação da Unidade tanto em função da referência estabelecida na atividade monitorada, como na previsão de desempenho específica para o exercício. Ressalte-se, ainda, que não existe medição quanto às demandas represadas na Unidade. A seguir, tem-se a avaliação dos atributos básicos de cada um dos indicadores analisados:

Quadro 2 – Avaliação dos atributos dos indicadores

Indicador Atributo* Atendimento do indicador ao critério

Percentual de ensaios validados (PEV)

Completude Não

Comparabilidade Sim

Confiabilidade Não

Acessibilidade Sim

Economicidade Não foi possível avaliar

Percentual de Atendimento a Demanda (PAD)

Completude Não

Comparabilidade Sim

Confiabilidade Não

Acessibilidade Sim

Economicidade Não foi possível avaliar

Percentual de auditorias internas realizadas (PAR)

Completude Não

Comparabilidade Sim

Confiabilidade Não

Acessibilidade Sim

Economicidade Não foi possível avaliar

Percentual da Demanda por Recurso Humano (PADRH)

Completude Não

Comparabilidade Sim

Confiabilidade Não

Acessibilidade Não

Economicidade Não foi possível avaliar

Indicador de Capacitações Solicitadas (IPS) Completude Não

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Comparabilidade Sim

Confiabilidade Não

Acessibilidade Não

Economicidade Não foi possível avaliar

Indicador de Capacitações Deferidas (IPD) Completude Não

Comparabilidade Sim

Indicador Atributo* Atendimento do indicador ao critério

Confiabilidade Não

Acessibilidade Não

Economicidade Não foi possível avaliar

Percentual (PIA)

de infraestrutura adequada Completude Não

Comparabilidade Sim

Confiabilidade Não

Acessibilidade Não

Economicidade Não foi possível avaliar /Fato *Legenda: Completude - capacidade de representar, com a maior proximidade possível, a situação que a Unidade pretende medir e de refletir os resultados das intervenções efetuadas na gestão; Comparabilidade - capacidade de proporcionar medição da situação pretendida ao longo do tempo, por intermédio de séries históricas; Confiabilidade - confiabilidade das fontes dos dados utilizados para o cálculo do indicador, avaliando, principalmente, se a metodologia escolhida para a coleta, processamento e divulgação é transparente e reaplicável por outros agentes, internos ou externos à Unidade; Acessibilidade - facilidade de obtenção dos dados, elaboração do indicador e de compreensão dos resultados pelo público em geral; Economicidade - razoabilidade dos custos de obtenção do indicador em relação aos benefícios para a melhoria da gestão da Unidade. Como conclusão, tem-se a permanência dos problemas identificados na Auditoria Anual de Contas do exercício 2014, destacando-se: i) ausência de planos, formalmente concebidos, detalhando as ações a serem realizadas para atingimento das metas a serem previstas; ii) ausência de normatização com orientações necessárias à implementação e ao monitoramento desses indicadores;

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iii) ausência, em alguns casos, de uma sistemática (informatizada ou não) de monitoramento contínuo dos indicadores e suas metas, com a definição das ações corretivas a serem adotadas no caso de desvios nos resultados em relação às metas definidas; iv) ausência de definição de metas, em alguns casos, bem como de uma metodologia para essa atividade; v) dificuldade na caraterização da utilidade do indicador como instrumento para tomada de decisões gerenciais; vi) dificuldade na mensurabilidade dos indicadores, especialmente, no que se refere à ausência de série histórica, à confiabilidade das fontes de dados, à metodologia empregada na coleta desses dados, à capacidade de compreensão do que está sendo medido, à facilidade de obtenção dos dados e à ausência de avaliação da razoabilidade entre os custos de obtenção do indicador e o benefício na melhoria da gestão (avaliação sobre novos indicadores). Contudo, deve-se ressaltar o esforço apresentado pelo gestor no encaminhamento da solução do problema, com adoção de diversas ações, visando sensibilizar o corpo diretivo da Instituição para a importância da ferramenta dos indicadores de desempenho para a tomada de decisões e para a melhoria dos resultados da Unidade. Fica evidente que a Unidade, em princípio, tem consciência da relevância da questão e já apresenta tentativas de implantação de uma gestão estratégica no Lanagro/PE, inclusive, com a melhoria na utilização dos indicadores de desempenho como ferramenta efetiva na tomada de decisões. Deve-se destacar, por fim, quanto à coleta de dados, a notícia trazida pelo gestor sobre a implantação do Sistema de Coleta e Registro de Amostras, Validações e Outros - C.R.A.V.O (ainda em fase de teste), que segundo suas ponderações trará maior confiabilidade aos dados coletados. 2.4 Avaliação da Gestão de Pessoas

A avaliação da gestão de pessoas restringiu-se ao escopo sobre as terceirizações irregulares no exercício 2015, conforme ajuste firmado entre a CGU e o TCU. A realização do concurso público em 2014, além de trazer um reforço à Unidade, também teve o condão de substituir os terceirizados irregulares da UPC. Durante os trabalhos de campo, o gestor confirmou a situação já informada no Relatório de Auditoria Anual de Contas nº 201503724 (exercício 2014), sobre a inexistência de terceirizados irregulares na Unidade. O gestor declarou ainda à CGU que todos os terceirizados irregulares foram dispensados em 2014. Deve-se registrar que essa medida atendeu à determinação do Tribunal de Contas da União (Acórdão TCU nº 2.681/2011-Plenário), em face do Termo de Conciliação Judicial Geral de 5 de novembro de 2007, nos autos da Ação Civil Pública nº 00810-2006-017-10-00-7, da 17ª Vara da Justiça do Trabalho de Brasília/DF.

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Apesar de não ter feito parte do escopo desta auditoria, chama a atenção o Contrato nº 13/2012, decorrente do Pregão Eletrônico nº 49/2011, no qual consta a contratação inicial de 42 colaboradores, dentre os quais dez assistentes administrativos e catorze auxiliares administrativos. Segundo informações prestadas pela Unidade no Relatório de Gestão 2015, todas as funções de assistentes administrativos e auxiliares administrativos foram suprimidas do Contrato a partir de fevereiro/2016. Questionado sob a motivação desse ato, o gestor alegou a necessidade de redução de gastos, não reconhecendo qualquer ilegalidade na contratação. Entretanto, em consulta realizada na internet, foi verificada a existência de procedimento no âmbito do Ministério Público Federal em Pernambuco, provocado por pessoas aprovadas para o cargo de agente administrativo, no último concurso realizado em 2014, no sentido de monitorar as ações da Unidade quanto à nomeação de concursados aprovados, para a consequente substituição dos citados terceirizados. Apesar da informação de supressão das funções de assistente e auxiliar administrativo do citado contrato de apoio administrativo, ainda em vigor na Unidade, foi verificado que, concomitantemente à justificativa oficial de cortes no contrato em face da necessidade de racionalização dos gastos, estava em andamento a licitação para contratação dos citados serviços de assistente de apoio à fiscalização de contratos, com quatro vagas, que teve como vencedora a Empresa Criart Serviços de Terceirização de Mão de Obra Ltda, CNPJ nº 07.783.832/0001-70. Nesse mesmo Pregão, constavam dois itens para contratação de oito profissionais da área de logística (dois analistas e seis auxiliares de logística), que na justificativa do certame não eram conflitantes com as atividades do cargo de agente administrativo. Entretanto, seis meses depois, com o certame ainda em andamento, essas funções foram consideradas conflitantes e acabaram sendo canceladas. Durante os trabalhos de campo, a Unidade informou que reviu seu ato em face do recebimento de demanda judicial perante a Justiça Federal de Pernambuco, promovida por cinco concursados aprovados no último concurso para o cargo de agente administrativo (sendo três deles os mesmos que fizeram a representação perante o MPF/PE, acima citada), questionando justamente as contratações em referência, bem como as funções de assistente e auxiliar administrativos frutos do Pregão Eletrônico nº 49/2011, tendo a Administração entendido “conveniente e oportuno” excluir apenas os itens referentes aos postos de logística. O gestor não reconhece a existência de irregularidade nas novas contratações, mas os problemas ocorridos na execução de alguns contratos, a exemplo do novo contrato para as funções de apoio à fiscalização de contratos, permitiram que a Empresa Criart Serviços de Terceirização de Mão de Obra Ltda. passasse a ser detentora de quatro contratos para prestação de serviços com cessão de mão de obra dentro do Lanagro/PE. O gestor também não informou os desdobramentos das decisões do Ministério Público Federal e da Justiça Federal, em Pernambuco, sobre os temas em questão. Feitas essas ponderações, apesar da equipe de auditoria não ter detectado, em exame perfunctório, a ocorrência de ilegalidade nas contratações acima citadas, até porque algumas são anteriores ao exercício sob exame, não integrando o escopo definido nesta auditoria para área de gestão de pessoas, e, outras, estão sob a análise da Justiça Federal em Pernambuco,

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deve-se novamente registrar os riscos do excesso de contratação de serviços com cessão de mão de obra. Neste particular, deve-se registrar a linha tênue existente entre a legalidade desse tipo de contratação e a substituição indevida de servidores por funcionários terceirizados, tão observada pelos órgãos de controle. Ademais, a existência do cargo de agente administrativo no plano de cargos da instituição, com amplas atividades, inclusive, com a possibilidade de trabalhar na área de gestão de compras, fiscalização de contratos, entre outras atividades, aumenta a importância do controle sobre esse tipo de contratação. Por fim, deve-se consignar que, nos últimos anos, o Lanagro/PE já foi objeto de duas recomendações da CGU sobre o tema, conforme consta da Auditoria Anual de Contas do exercício 2011 (RA nº 201203368), consideradas atendidas no Plano de Providências Permanente (PPP) da Unidade. No entanto, não deve o gestor desconsiderar que os fundamentos dessas recomendações permanecem válidos para pautar a boa e regular gestão da Unidade, particularmente quanto à gestão de pessoas. b.íj f-ázçéêhguõqóxFm 2.5 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ

Com foco na Ação 20ZW – Promoção da Defesa Agropecuária foram analisados, por amostragem não probabilística, processos de aquisição e de bens e serviços instruídos no exercício de 2015 pelo Lanagro/PE. O critério utilizado para selecionar os processos para análise foi a materialidade por modalidade de licitação.

A tabela seguinte mostra que foi analisado 48,52% do volume contratado no exercício de 2015 por meio de licitações:

Tabela 7 – Licitações avaliadas

Descrição Quantidade de processos

Valor contratado (R$)

Processos licitatórios 49 4.124.569,49 Processos avaliados 3 2.001.430,50 Processos em que foi detectada alguma desconformidade 3 2.001.430,50

Fonte: Planilhas de controle de processos de compra apresentadas pela Unidade durante os trabalhos de campo, encaminhadas por meio do Ofício nº 0271/2016-LANAGRO/PE, de 6 de abril de 2016. A seguir, detalham-se, por modalidade de licitação, os recursos contratados no exercício 2015, apontando que o total de recursos analisados corresponde a: 71,20% do valor das dispensas, 33,38% do valor das inexigibilidades e 49,78% do valor dos pregões eletrônicos.

Tabela 8 – Dispensas de licitação avaliadas

Descrição Quantidade de processos

Valor envolvido (R$)

Processos de dispensa 65 584.105,27 Processos avaliados 4 415.861,70

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Processos em que foi detectada alguma desconformidade 4 415.861,70

Fonte: Planilhas de controle de processos de compra apresentadas pela Unidade durante os trabalhos de campo, encaminhadas por meio do Ofício nº 0271/2016-LANAGRO/PE, de 6 de abril de 2016.

Tabela 9 – Inexigibilidade de licitação avaliada

Descrição Quantidade de processos

Valor envolvido (R$)

Processos de inexigibilidade 23 767.674,82 Processos avaliados 1 256.256,40 Processos em que foi detectada alguma desconformidade 1 256.256,40

Fonte: Planilhas de controle de processos de compra apresentadas pela Unidade durante os trabalhos de campo, encaminhadas por meio do Ofício nº 0271/2016-LANAGRO/PE, de 6 de abril de 2016.

Tabela 10 – Pregões eletrônicos avaliados Descrição

Quantidade de

processos Valor envolvido (R$)

Pregões eletrônicos 48 4.020.513,31 Pregões eletrônicos avaliados 3 2.001.430,50 Processos em que foi detectada alguma desconformidade 3 2.001.430,50

Fonte: Planilhas de controle de processos de compra apresentadas pela Unidade durante os trabalhos de campo, encaminhadas por meio do Ofício nº 0271/2016-LANAGRO/PE, de 6 de abril de 2016. Existe uma divergência com os números trazidos no Relatório de Gestão, onde consta, por exemplo, a informação de 53 pregões e 86 processos de dispensa. Entretanto, na presente análise, trabalhou-se com a informação da Unidade sobre o que foi contratado no exercício 2015, conforme planilhas de controle entregues durante os trabalhos de campo. Diante do exposto, foram identificadas impropriedades quanto aos controles internos utilizados nas diversas fases dos processos de compras avaliados. Entretanto, em decorrência da ausência de critérios estatísticos quando da seleção da amostra, o resultado do exame limita-se aos processos examinados. Com relação à utilização de critérios de sustentabilidade ambiental, a Unidade adota o Edital Eficiente instituído pela Advocacia Geral da União. Deve-se lembrar, que, em face da Unidade não ter recebido recursos da Ação 152L - Reforma, Ampliação e Modernização dos Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros), não houve a realização de processos licitatórios ou de contratação direta para a referida Ação no exercício 2015, que foi executada em função da liquidação dos Restos a Pagar Não Processados inscritos em exercícios anteriores. 2.6 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU

O Órgão de Controle Interno optou por incluir a avaliação do cumprimento de Acórdãos pela Unidade, considerando solicitação expressa do TCU à CGU para acompanhar recomendação/determinação efetuada pelo Tribunal à UPC.

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Assim, por meio de pesquisa no sítio eletrônico do TCU (www.tcu.gov.br) e de informações contidas no Relatório de Gestão da Unidade, foi verificado que não foram expedidas, pelo Tribunal de Contas, determinações/recomendações para o Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco – Lanagro/PE, entre 2012 e 2015, para as quais deveria existir o acompanhamento por parte da CGU. 2.7 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

O Órgão de Controle Interno optou por incluir a avaliação do cumprimento de suas recomendações pela Unidade Prestadora de Contas. Desta forma, com base nas informações registradas no Plano de Providências Permanente (PPP) e no Relatório de Gestão 2015, verificou-se que a Unidade encontrava-se com cinco recomendações em monitoramento, pendentes de atendimento, até 31 de dezembro de 2015.

Tabela 11 - Recomendações existentes em 2015

Situação Quantidade

Atendida 1

Monitorando 5

Cancelada 2

Total 8 Fonte: Consulta ao Sistema Monitor em 14/4/2016.

Apesar da pendência de atendimento de cinco recomendações, a manifestação do gestor, na última revisão do PPP (Ofício nº 1026/2015, de 24 de setembro de 2015), demonstra o empenho da Unidade na solução dos problemas apontados pela CGU. Neste particular, ressaltem-se as recomendações sobre a programação física e financeira da Unidade e sobre os seus indicadores de desempenho, registrando-se que a melhoria na programação da Unidade, bem como o estabelecimento de rotinas de efetiva análise dos indicadores para a tomada de decisões e a normatização dos procedimentos de coleta de dados, são ações fundamentais para a melhoria da gestão do Lanagro/PE. 2.8 Avaliação do CGU/PAD

O Órgão de Controle Interno optou por incluir a avaliação da utilização do Sistema de Gestão de Processos Disciplinares – CGU-PAD na Auditoria Anual de Contas/2015. Desta forma, conforme informações contidas no Relatório de Gestão da Unidade e na consulta realizada no CGU-PAD, em 13 de abril de 2016, verificou-se a existência de um único Processo Administrativo Disciplinar (nº 21002.000072/2015-00), referente a acúmulo indevido de cargos. O referido Processo foi anulado em 22 de janeiro de 2016, em face de determinação da Corregedoria do MAPA, haja vista a existência de vício de forma. De acordo com informações prestadas pelo gestor, durante os trabalhos de campo, o Lanagro/PE está esperando resposta ao ofício enviado à Polícia Civil de Pernambuco com

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os dados funcionais da servidora, que supostamente está acumulando indevidamente cargos públicos, para instaurar um novo Processo Administrativo Disciplinar. Ao ser questionado sobre a obediência ao prazo máximo de 30 dias, a contar da ocorrência do fato ou ato de que trata, nos termos da Portaria CGU nº 1.043/2007, para inserção do Processo em questão no sistema CGU-PAD, o gestor se manifestou nos seguintes termos: “O registro no sistema foi feito no dia 09/10/2015, 68 dias depois da instauração da comissão de processo administrativo disciplinar e por tanto com atraso. Por falta de conhecimento do sistema CGU-PAD, pela perda da senha de acesso e por ser este ser (sic) o primeiro processo administrativo disciplinar do LANAGRO, enfrentamos dificuldades técnicas para inserir as informações no sistema.” Assim, observa-se que apesar da não obediência ao prazo, a Unidade registrou o único processo existente no CGU-PAD sem prejuízos ao andamento dos trabalhos, haja vista que o processo foi anulado e um novo será instaurado, a partir das informações que estão sendo colhidas junto a outro órgão público. 2. 9 Ocorrências com dano ou prejuízo Entre as análises realizadas pela equipe, não foi constatada ocorrência de dano ao erário. 3. Conclusão Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável, submetemos o presente Relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a emissão do competente Certificado de Auditoria.

Recife/PE.

Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________ Chefe da Controladoria Regional da União no Estado de Pernambuco

_______________________________________________ Achados da Auditoria - nº 201601474 1 Defesa Agropecuária

1.1 Reforma, Ampliação e Modernização dos Laboratórios Nacionais Agropecuários

(Lanagros)

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1.1.1 ORIGEM DO PROGRAMA/PROJETO

1.1.1.1 INFORMAÇÃO Informação básica das principais Ações de Governo executadas pelo Lanagro/PE no exercício 2015. Fato Trata-se da informação básica da principal Ação executada pelo Lanagro/PE. No levantamento dessas informações foram considerados os critérios de materialidade, relevância e criticidade, além da vinculação finalística à missão da Unidade, com extensão correspondendo a 96,71% do total das despesas executadas pela UPC, conforme discriminado a seguir:

Quadro 3 – Informação básica da principal ação executada pelo Lanagro/PE Programa – Descrição

Ação - Descrição Finalidade

Forma de Implementação

Representa tividade

2028 – Defesa Agropecuária

20ZW – Promoção da Defesa Agropecuária

Promoção da sanidade na agropecuária, com a finalidade de manter e ampliar a situação das zonas livres de pragas e doenças, fortalecendo a prevenção e o controle das mesmas. Funcionamento dos Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros), ampliação e qualificação da oferta de serviços laboratoriais para atendimento da demanda na área da defesa agropecuária. Controle de resíduos e contaminantes em produtos de origem vegetal e animal, de forma a promover a qualidade de alimentos e bebidas. Coordenação do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) e estruturação do Centro de Inteligência e Formação em Defesa Agropecuária.

Direta e descentralizada 96,71%

Fonte: Extrações no Tesouro Gerencial entre 30 de março e 1º de abril de 2016, e no SIOP, em 6 de maio de 2015. /Fato

Observe-se que além da referida Ação, também foi escopo da auditoria a avaliação dos resultados da Ação 152L, conforme definição entre o TCU e a CGU, corroborada na ata de reunião realizada em 12 de fevereiro de 2016, entre a Secex-PE/TCU e a CGU/Regional-PE. Destaque-se que a Ação 152L não teve despesas empenhadas no exercício sob exame, mas conta com Restos a Pagar Não Processados de exercícios anteriores liquidados em 2015.

Quadro 4 – Informação básica da ação 152L

Programa – Descrição

Ação - Descrição Finalidade Forma de

Implementação

Representatividade sobre oTotal de RP Não Processados de

Exercícios Anteriores

Liquidados em 2015

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2028 - Defesa Agropecuária

152L - Reforma, Ampliação e Modernização dos Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros)

Realização de reformas, adequação de instalações, ampliação e modernização dos seis Laboratórios Nacionais Agropecuários localizados em Campinas/SP, Pedro Leopoldo/MG, Goiânia/GO, Recife/PE, Belém/PA e Porto Alegre/RS, além de suas nove unidades avançadas, bem como aquisição e instalação de equipamentos a implantação de métodos com respostas analíticas mais rápidas e em maior volume, com vistas ao incremento das suas atividades, tais como: análises fiscais, periciais, ensaios para diagnóstico de doenças e pragas na produção agropecuária, no controle de produtos de uso veterinário e de agrotóxicos, além de desenvolvimento e validação de métodos de análise laboratorial.

Direta 26,70%

Fonte: Extrações no Tesouro Gerencial entre 30 de março e 1º de abril de 2016, e no SIOP, em 6 de maio de 2015.

/Fato

1.2 Promoção da Defesa Agropecuária

1.2.1 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS

1.2.1.1 INFORMAÇÃO Inconsistências nas informações sobre o resultado da Unidade no Relatório de Gestão 2015. Fato No Relatório de Gestão 2015, a Unidade ressalta que recebe recursos mediante descentralizações de créditos feitas pela Coordenação-Geral de Apoio Laboratorial - CGAL, tendo apenas o papel de gerenciamento do que foi recebido para a sua adequada aplicação. Conforme foi visto no Relatório de Auditoria Anual de Contas da CGU nº 201503724, relativo ao exercício 2014, apesar dessa característica, o Lanagro/PE deve no seu Relatório de Gestão anual informar o resultado das ações em que tenha tido participação direta na execução, demonstrando assim os resultados alcançados pela instituição, inclusive, no que se refere ao alcance das metas físicas e financeiras estipuladas na programação anual. Analisando o Relatório de Gestão 2015 percebe-se evolução nas informações prestadas pelo gestor, quanto às informações das metas físicas e financeira, bem como em relação ao que foi realizado, em comparação ao Relatório de Gestão 2014. Entretanto, as informações ainda estão incompletas e apresentam divergências, em alguns aspectos. Conforme já explicitado neste Relatório, a principal Ação de Governo da Unidade é a 20ZW, que acompanhada da Ação 152L, conforme definição de escopo da auditoria junto ao TCU, serão os focos da presente análise sobre resultados, em que pese existirem também falhas

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nas informações trazidas no Relatório de Gestão para a Ação 20ZX, a exemplo da falta das metas físicas e das metas realizadas. A primeira divergência diz respeito aos quadros apresentados no referido Relatório de Gestão. A Unidade apresentou quadros para o Orçamento Fiscal da Seguridade Social (OFSS), mas também incluiu quadros referentes ao Orçamento de Investimento, do qual ela, como integrante da Administração Direta, não faz parte. Os valores informados nesses quadros para as despesas realizadas são divergentes e, ao leitor, não fica claro de onde foram extraídos os dados e a razão da diferença. A segunda abordagem a ser feita diz respeito à Ação 20ZW, que não teve meta financeira informada (dotações), mas apresentou no Relatório de Gestão as metas físicas previstas e realizadas, a saber:

-Meta prevista: 66.132 análises realizadas.

-Meta realizada: 56.954 análises realizadas. Ao final do quadro relativo à Ação 20ZW, registrou-se, ainda, a seguinte observação: “Considera-se a meta estipulada satisfatória, uma vez que atingiu 86% da meta”. Entretanto, analisando as planilhas de controle das análises realizadas pelos laboratórios da Rede Lanagro, encaminhadas pela Unidade durante os trabalhos de campo da presente auditoria, observou-se que a execução física foi de 86.120 análises realizadas.

A seguir, tem-se um resumo do resultado físico do exercício 2015, para Ação 20ZW:

Tabela 12 – Resultado físico do exercício 2015 da Ação 20ZW

Executor Unidade de Medida

Total Programado

(a)

Total Realizado (b)

Percentual de realização

(b)/(a) Rede Lanagro

(Animal e Vegetal) Análises

realizadas 66.132 86.120 130,22%

Laboratórios Credenciados

(Animal e Vegetal)

Análises realizadas 618.993 762.299* 123,15%

Total Análises

realizadas 685.125 848.419 123,83%

Fonte: Planilha Eletrônica “RAM 2015” (Relatório de Atividades Mensais 2015) dos laboratórios credenciados, e Planilha Eletrônica “PO – Realizado LANAGRO-PE 2015” dos laboratórios da Rede Lanagro/PE. *No final da planilha “RAM 2015”, em referência ao mês de dezembro/2015 com “0” análises, consta a seguinte observação: “Os valores relativos ao mês de dezembro 2015 foram somados aos valores de janeiro de 2016”.

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Deve-se registrar, portanto, que o total de análises realizadas pelos laboratórios credenciados pode ser ainda maior, haja vista a falta da informação para o mês de dezembro/2015 na planilha de dados apresentada pela Unidade. Neste particular, deve-se, por oportuno, registrar a fragilidade dos controles dessas informações por meio de planilhas eletrônicas, afetando a confiabilidade dos dados, haja vista a facilidade de edição. Assim, em virtude do exposto na tabela anterior, observa-se a divergência entre o que a Unidade informou como percentual de atingimento da meta física (86%) e o que foi apurado de fato (130,22%). A terceira observação a ser feita diz respeito, justamente, ao fato de que a Unidade não informou no Relatório de Gestão 2015 como estabeleceu a meta física apresentada na Ação 20ZW, já que houve uma redução na previsão em relação ao exercício 2014, no qual a CGU apurou uma incompatibilidade entre a realização física e financeira dessa ação.

Tabela 13 – Comparativo do resultado físico da Ação 20ZW (Exercícios 2014 e 2015)

Executor

Unidade de

Medida

Total Programado (a)

Total Realizado (b)

Percentual de realização

(b)/(a)

2014 2015 2014 2015 2014 2015

Rede Lanagro (Animal e Vegetal)

Análises realizadas 169.600 66.132 78.410 86.120 46,23% 130,22%

Laboratórios Credenciados

(Animal e Vegetal)

Análises realizadas 756.439 618.993 610.072 762.299 80,65% 123,15%

Total Análises

realizadas 926.039 685.125 688.482 848.419 74,35% 123,83%

Fonte: Relatório de Auditoria Anual de Contas da CGU nº 201503724, Planilha Eletrônica “RAM 2015” (Relatório de Atividades Mensais 2015) dos laboratórios credenciados, e Planilha Eletrônica “PO – Realizado LANAGRO-PE 2015” dos laboratórios da Rede Lanagro/PE.

A falta de uma série histórica para apuração dos resultados da Unidade e a falta de informação sobre a forma de estabelecimento das metas físicas de sua principal Ação no Relatório de Gestão 2015 impedem a conclusão sobre a evolução ou não nos resultados da gestão. O que se tem de fato, em relação às metas físicas estabelecidas para o exercício 2015, é que foram menores do que as metas realizadas em 2014, para a Rede Lanagro/PE, conforme consta na tabela anterior. Dessa forma, a meta física pode estar subdimensionada, distorcendo os resultados do órgão no exercício em questão.

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Neste particular, a Unidade não se pronunciou no Relatório de Gestão 2015 sobre as demandas represadas, tanto nos laboratórios da Rede Lanagro/PE, como nos laboratórios da Rede Credenciada. Essa informação possibilitaria, inclusive, uma melhor avaliação da programação da Unidade para suas metas físicas, haja vista as dificuldades elencadas pelo gestor para o cumprimento de seus objetivos ao longo do exercício. Observe-se que a rede credenciada reduziu sua meta em 2015 em relação à de 2014, tendo atingido 123,15% dessa meta, informação que pode ser ainda maior ao se contabilizar as análises realizadas no mês de dezembro/2015, que não foram incluídas nas planilhas fornecidas pela Unidade, conforme já se explicou anteriormente.

A quarta análise refere-se ao resultado financeiro da Unidade. Foram feitas consultas ao Tesouro Gerencial, para verificação das despesas executadas no exercício 2015, tendo como resultado a seguinte tabela:

Tabela 14 – Resultado financeiro da Unidade no exercício de 2015 (em R$)

Ação Despesas

Liquidadas (a)

Despesas Executadas por

Inscrição em Restos a Pagar

Não-Processados (no exercício 2015)

(b)

Total de Despesas

Executadas no Exercício

(a)+(b)

Representatividade da Ação sobre o Total Executado

152L - Reforma, ampliação e modernização dos laboratórios nacionais agropecuários (Lanagros)

0,00 0,00 0,00 0,00%

2000 - Administração da unidade

1.463,27 0,00 1.463,27 0,01%

20ZW - Promoção da defesa agropecuária

9.538.765,98 3.037.457,65 12.576.223,63 96,71%

20ZX - Fiscalização de atividades agropecuárias

4.971,66 422.000,00 426.971,66 3,28%

Total 9.545.200,91 3.459.457,65 13.004.658,56 100,00% Fonte: Extrações no Tesouro Gerencial entre 30 de março e 1º de abril de 2016.

Observe-se que a execução financeira, refere-se apenas à Rede Lanagro/PE, não incluindo a Rede de Laboratórios Credenciados.

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Em face da inexistência de análises horizontais no Relatório de Gestão (série histórica), elaborou-se um comparativo do resultado financeiro da Unidade para os exercícios 2014 e 2015:

Tabela 15 – Comparativo do resultado financeiro da unidade – Exercícios 2014 e 2015 (em R$)

Ação Despesas Liquidadas

(a)

Despesas Executadas por Inscrição em Restos a Pagar

Não-Processados (no exercício 2015)

(b)

Total de Despesas Executadas no Exercício

(a)+(b)

Representatividade da Ação sobre o Total

Executado (%)

2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015

152L 345.514,62 0,00 976.694,58 0,00 1.322.209,20 0,00 10,07 0,00

2000 10.342,93 1.463,27 1.738,02 0,00 12.080,95 1.463,27 0,09 0,01

20ZW 9.120.601,20 9.538.765,98 1.211.472,63 3.037.457,65 10.332.073,83 12.576.223,63 78,70 96,71

20ZX 685.762,82 4.971,66 775.988,86 422.000,00 1.461.751,68 426.971,66 11,13 3,28

Ação Despesas Liquidadas

(a)

Despesas Executadas por Inscrição em Restos a Pagar

Não-Processados (no exercício 2015)

(b)

Total de Despesas Executadas no Exercício

(a)+(b)

Representatividade da Ação sobre o Total

Executado (%)

2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015

Total 10.162.221,57 9.545.200,91 2.965.894,09 3.459.457,65 13.128.115,66 13.004.658,56 100,00 100,00 Fonte: Relatório de Auditoria Anual de Contas da CGU nº 201503724 e extrações no Tesouro Gerencial entre 30 de março e 1º de abril de 2016.

Para a Ação 20ZW, observa-se um aumento na inscrição de despesas em Restos a Pagar Não Processados, saltando de 11,73% do valor executado em 2014 para 24,15% em 2015, indicando um aumento na dificuldade de executar as despesas empenhadas dentro do exercício. Além disso, a representatividade da Ação aumentou de 78,7% para 96,71% do total executado, indicando a concentração da descentralização de recursos pelo MAPA em uma única ação finalística. Fazendo a comparação do resultado financeiro da principal Ação da Unidade (20ZW) com a programação contida no Plano Orçamentário Anual (POA), observa-se a seguinte situação:

Tabela 16 – Execução orçamentária da Ação 20ZW

Exercício Total de Despesas Previstas (SGI/MAPA)

(a)

Total de Despesas Executadas

(b)

Percentual de realização (b)/(a)

2014 10.115.000,00 10.332.073,83 102,15%

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2015 15.213.040,00 12.576.223,63 82,67%

Fonte: Relatório de Auditoria Anual de Contas da CGU nº 201503724, extrações no Tesouro Gerencial entre 30 de março e 1º de abril de 2016 e Relatório Analítico de Programação 2015 (SGI/MAPA)

O percentual de realização financeira caiu em relação ao que foi inicialmente programado, quando se compara os exercícios de 2014 e 2015. O gestor no Relatório de Gestão apresenta uma análise em função do que foi liberado financeiramente e não em função do que foi inicialmente programado. Segundo sua análise, o percentual empenhado foi de 99,87% em relação ao que financeiramente foi liberado pelo MAPA. Entretanto, mesmo considerando essa análise, não há nenhuma vinculação desse percentual de 99,87% ao atingimento das metas físicas da Ação 20ZW. O fato de executar todo o recurso financeiro liberado não implica, necessariamente, em bom desempenho. Por fim, a quinta análise refere-se à execução de Restos a Pagar Não Processados de exercícios anteriores.

Sobre esses Restos a Pagar, tem-se a seguinte situação:

Tabela 17 – Restos a Pagar Não Processados de exercícios anteriores

Ação Despesa

Empenhada em 2015

Restos a Pagar Não processados

- Valor em 1º janeiro de 2015

Restos a Pagar Não processados

- Valor Liquidado

Restos a Pagar Não processados

- Valor Liquidado (%)

Restos a Pagar Não processados

- Valor Cancelado

152L 0,00 976.694,58 633.580,83 26,70% 253.863,75

2000 1.463,27 1.738,02 0,00% 1.738,02

20ZW 12.576.223,63 1.290.781,03 1.010.360,95 42,59% 261.766,97

20ZX 426.971,66 775.988,86 728.586,17 30,71% 47.402,69

Total 13.004.658,56 3.045.202,49 2.372.527,95 100,00% 564.771,43

Fonte: Extrações no Tesouro Gerencial entre 30 de março e 1º de abril de 2016. Apesar da liquidação da maior parte dos Restos a Pagar Não processados de exercícios anteriores, em 2015, observa-se um volume relevante de execução financeira na Unidade via Restos a Pagar Não Processados. Para a Ação 152L, o percentual de liquidação corresponde a 26,70% do total dos Restos a Pagar Não Processados inscritos em exercícios anteriores e liquidados em 2015. Os Restos a Pagar Não Processados liquidados na Ação 152L não foram abordados no Relatório de Gestão. Também não existe pronunciamento sobre o represamento de demandas para a finalidade dessa ação orçamentária.

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De fato, a referida ação não teve recursos empenhados no exercício 2015, mas foi executada por meio de Restos a Pagar Não Processados, inscritos em exercícios anteriores. Para tais situações, o Tribunal de Contas da União, no tópico ajuda do Sistema e-Contas, para o item referente à execução física e financeira das ações, prevê, justamente, um quadro para as ações não previstas na LOA do exercício, mas executadas via Restos a Pagar. Dessa forma, não constam informações sobre as metas físicas e financeiras da Ação 152L para os Restos a Pagar Não Processados, inscritos em exercícios anteriores, mas que foram liquidados no exercício 2015, não sendo possível analisar o desempenho da Unidade na execução desses recursos, repita-se, oriundos de competências anteriores, sendo oportuno registrar que a Ação possui produto genérico registrado na LOA: “laboratório ampliado/ modernizado”. Por meio do Ofício nº 0290/2016, de 14 de abril 2016, a Unidade apresentou a seguinte manifestação aos questionamentos sobre os conteúdos do Relatório de Gestão 2015:

“Seções/ Itens Port. TCU 321/15 Desempenho orçamentário Análise CGU a) Não explicou por que a unidade não apresentou meta financeira b) O fato de se ter gasto 99,87% do que se recebeu não significa bom desempenho. Faltou

agregar valor a essa informação. [...] Justificativas da Unidade: a) Esta UPC ao seguir orientações do e-contas não viu com clareza a necessidade de apresentação de meta financeira. Nesta oportunidade esclarecemos que a meta financeira desta Unidade são apresentadas no POA – Plano Operativo Anual. Anexo I b) Nesta oportunidade agregamos valor ao índice apresentado: As amostras recebidas foram analisadas no percentual de atendimento a demanda de 98,79%, sendo este o principal produto do laboratório. Para atender esta ação envolve-se custos com reagentes e vidraria, calibração de equipamentos, aquisição de gases especiais, manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos envolvidos, deslocamentos de técnicos para atualizações tecnológica, participação em proficiência que envolve pagamento de fretes e dos serviços aos provedores, aumento do número de técnicas no escopo acreditados na Norma NBR ISO IEC 17025:2005 passando de 04 para16, tratamento e destinação dos resíduos gerados pelas atividades laboratoriais; manutenção de sistema de monitoramento por câmeras de segurança, manutenção da frota de veículos e aporte de combustível, dentre outras despesas necessárias ao funcionamento do laboratório. Houve ainda aquisições de materiais de expediente e de equipamentos. Desta forma, esta UPC viabiliza a emissão de relatórios de ensaio em conformidade e com a garantia da qualidade analítica necessária aos laboratórios de análises oficiais do MAPA. [...] Seções/ Itens Port. TCU 321/15 Execução física e financeira das ações da Lei Orçamentária Anual de responsabilidade da unidade.

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Análise CGU a) Por que, além dos quadros relativos ao OFSS, foram incluídos quadros do Orçamento de

Investimentos? b) Os valores do quadro do OFSS estão divergentes em relação aos valores constantes no

quadro do OI; c) Faltou o quadro da ação 152L executada como restos a pagar de exercícios anteriores; [...] e) Não foi feita a análise crítica entre o resultado da execução financeira em relação ao alcance das metas físicas de cada ação.

Justificativas da Unidade a) Tínhamos dúvidas se cabia a este LANAGRO/PE preencher os quadros da OFSS, e após discussão com outros LANAGROS ficou entendido que deveríamos fazer o seu preenchimento, uma vez que o mesmo fazia parte dos quadros disponibilizados no site do Tesouro Gerencial. Apenas após o questionamento dessa auditoria verificamos que o preenchimento do quadro ‘Ações do Orçamento de investimento’ foi indevido, porque não fazemos parte das ações do orçamento de investimento, já que somos participantes da Administração Pública Direta. b) Os Quadros relativos ao OFSS e Ações do Orçamento de Investimento foram preenchidos de acordo com os valores constantes nas consultas realizadas no Tesouro Gerencial, conforme anexo II, anexo III e Anexo IV. Os valores apresentados no quadro do OFSS conferem com o montante executado no exercício de 2015 por esta Unidade Gestora, a saber, R$ 13.004.658,56 (treze milhões quatro mil seiscentos e cinquenta e oito reais e cinquenta e seis centavos). Explicitamos que, do total empenhado no referido ano, R$ 9.545.200,91 (nove milhões quinhentos e quarenta e cinco mil duzentos reais e noventa e um centavos) foi liquidado, e R$ 3.459.457,65 (três milhões quatrocentos e cinquenta e nove mil quatrocentos e cinquenta e sete reais e sessenta e cinco centavos) foi inscrito em Restos a Pagar Não Processados - RPNP. No entanto, verificamos que houve divergência entre os quadros OFSS e OI. Os valores apresentados no quadro Ações do Orçamento de Investimento totalizou R$ 16.464.116,21(dezesseis milhões quatrocentos e sessenta e quatro mil cento e dezesseis reais e vinte e um centavos), sendo esse total corresponde à soma do recurso empenhado, expresso em R$ 13.004.458,56 (treze milhões quatro mil quatrocentos e cinquenta e oito reais e cinquenta e seis centavos), com o montante inscrito em RPNP, expresso em R$ 3.459.457,65 (três milhões quatrocentos e cinquenta e nove mil quatrocentos e cinquenta e sete reais e sessenta e cinco centavos). Apesar da diferença apresentada, mantivemos o valor obtido em consulta ao Tesouro Gerencial por considerarmos confiável informações obtidas junto a um sistema oficial, mesmo sem entender esse resultado divergente. c) Como já dito no item “a”, tínhamos dúvidas com relação ao preenchimento do referido quadro, se deveríamos ou não preenchê-lo, e, equivocadamente, entendemos que não deveríamos preencher o quadro da Ação 152L. Só após o apontamento da CGU, por meio dessa auditoria, verificamos que a Ação 152L executada como restos a pagar de exercícios anteriores seria demonstrada no Quadro – Ações não Previstas LOA do exercício - Restos a Pagar – OFSS. A partir do entendimento alcançado com a solicitação dessa auditoria

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procedemos ao preenchimento do quadro acima citado, o qual apresentamos em forma digital e impressa. Anexo V. […] e) Com relação a análise crítica temos a informar: as metas físicas referentes a despesas contratuais (funcionamento) como consta na programação do POA foram atingidas plenamente. Os contratos de despesas fixas contemplam também peças e acessórios indispensáveis ao funcionamento. Segue no Anexo VI a lista dos contratos com razão social e objeto. Na área finalística foi atingida uma meta a qual não constava na programação do exercício em análise, no entanto se tratava de programa prioritário para a rede laboratorial denominado LIMS – Laboratory information management system. O mesmo foi viabilizado pela CGAL e o processo deflagrado pelo LANAGRO/RS. As demais metas constantes no POA, informamos que foi possível no exercício o atendimento às análises laboratoriais com o atingimento de 98,79%. Para este fim foi aplicado aproximadamente R$ 2.300.000,00 com aquisições diversas, a exemplo: meios de cultura diversos, material consumível par utilização em bancada, Kits para analise laboratoriais, reagentes diversos e materiais de referência, gases para uso laboratorial e GLP, material de informática e expediente, Equipamentos de Proteção Individual – EPI, insumos para produção de água grau laboratório, dentre outros.

Seções/ Itens Port. TCU 321/15 Fatores intervenientes no desempenho orçamentário

Análise CGU Não foi aberto tópico próprio no relatório, apesar da indicação de conteúdo a declarar no sistema E-contas.

Justificativas da Unidade A despeito de o citado tópico não ter sido aberto pela UPC no RG, as informações relativas a este tema foram citadas ao longo do mesmo. Podemos citar: a carência de pessoal, que impacta diretamente no desempenho orçamentário. Como consequência, houve o recebimento de três restrições contábeis. Outro fator que merece menção é a liberação do maior volume de recursos apenas no final do exercício, tendo, pelo contingenciamento, unicamente despesas fixas liberadas nos quatro primeiros meses do ano. [...] Seções/ Itens Port. TCU 321/15 Desempenho operacional

Análise CGU Esclarecer a seguinte frase: ‘É indispensável citar que os recursos orçamentários não são oriundos da LOA, e sim da SDA, por meio da CGAL. Portanto, as informações solicitadas não dizem respeito a esta UPC.’

Justificativas da Unidade

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A respeito do parágrafo apontado, reconhecemos uma inadequada exposição escrita quando afirmamos erroneamente que os recursos orçamentários do LANAGRO/PE não são oriundos da Lei Orçamentária Anual – LOA. Esclarecemos que a informação pretendida relaciona-se ao fato de que nossos recursos orçamentários, previstos na LOA, destinam-se à Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA, por meio de abertura de limites de movimentação e empenhos. A SDA é a Unidade Gestora Responsável – UGR, desses créditos orçamentários. O LANAGRO/PE é uma Unidade Gestora Executora – UGE, incumbida de aplicar adequadamente o erário orçado a nós disponibilizado. Essa disponibilização para a nossa UGE é realizada pela Coordenação Geral de Apoio Laboratorial – CGAL, que coordena os Laboratórios Nacionais Agropecuários – LANAGROS. A CGAL realiza Programações Orçamentárias no Sistema de Informação Orçamentária – SIOR, para descentralizar os recursos orçamentários para o LANAGRO/PE, de acordo com as solicitações do LANAGRO/PE, devidamente aprovadas.” (Grifos no original) Em seguida, por meio do Ofício nº 0297/2016, de 17 de abril de 2016, a Unidade apresentou manifestação aos questionamentos sobre os seus resultados:

“2.2 – O planejamento das metas físicas dos laboratórios credenciados consta no POA 2015 – Plano Operativo Anual. Para o exercício em questão foram previstas 618.993 análises. O total Realizado foi 762.299 conforme Relatório de Atividades Mensais – RAM (ANEXO ). A meta física do LANAGRO/PE também consta no POA 2015, de modo que foram programas 66.132 análises e foram realizadas 91.230 amostras conforme relatório de analise critica. (ANEXO XII – RAM, relatório de análise crítica e POA 2015). Entretanto, vale ressaltar que não há metas financeiras relacionadas aos laboratórios credenciados, uma vez que a rede credenciada é composta de laboratórios privados ou ligados a governos estaduais. Na ação 152L não houve programação de meta física, devido a não liberação de recurso financeiro para a mesma. Houve apenas recursos inscritos em restos a pagar cujas metas constam no quadro de relatório de obras e serviços do (ANEXO XIII).

2.3 – A meta física da ação 152L represadas dizem respeito as obras da recepção de amostras e auditório, execução do apoio e meio de cultura, laboratório de sementes e climatização das Encefalopatias (ANEXO XIV). Vale salientar que o motivo foi a não liberação de recurso financeiro no exercício para essa ação. Dentro da ação 20ZW há demandas represadas para análises laboratoriais tais como: diagnósticos moleculares de doenças animais como o Mormo e a Peste suína clássica. Apenas após o último concurso foi possível alocar uma equipe mínima para dar inicio a estas atividades, não sendo possível aumentar este escopo com a estrutura existente. A mesma situação ocorre com as análises de resíduos orgânicos. Outras análises demandas são as fisicoquimica em alimentos para animais (ração), não sendo possível iniciar este atendimento em decorrência do espaço físico. Além disto existe a demanda da participação dos FFAs em auditorias externas para controle dos laboratórios credenciados. Tal demanda vem sendo sistematicamente postergada, notadamente por falta de recurso financeiro para deslocamento dos técnicos. O não acompanhamento das atividades dos credenciados, laboratórios privados em sua maioria, que atuam sobre a chancela do MAPA, pode elevar o risco de ocorrência de procedimentos não conformes. Entretanto ressalta-se que o

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controle destas auditorias é realizado pelo órgão central de Brasília. Tais demandas não foram elencadas na programação pelo entendimento de não atendimento a médio prazo.

2.4 – Com relação a ação 152L não recebemos recurso financeiro para a mesma ação no exercício em análise. Na ação 20ZW as metas físicas programas no POA 2015 para a rede LANAGRO e rede credenciada foram atingidas, conforme relatada do item 2.2 (observar ainda ANEXO II). 2.5 – No exercício em análise não houve descentralização de crédito orçamentário na ação 152L. Movimentou-se os valores inscritos em restos a pagar no total de R$ 976.694,58 (anulado R$ 253.863,74 e liquidado R$ 633.580,84. Sendo reinscritos R$ 89.250,00) ANEXO XV. As metas programadas para o exercício de 2015, foram inseridas no POA 2015 – Plano

Operativo Anual, conforme ANEXO XII.

2.6 – Os recursos inscritos em restos a pagar dizem respeito as liberações ocorridas no último trimestre do exercício, e corroborados pelo prazo de entrega dos materiais variar entre 30 dias (produto nacional) e 60 dias (produto importado) dificultando encerrar os trâmites naquele exercício, e por conseguinte resultar em restos a pagar.” (Grifos no original)

E, por fim, complementou a última resposta, por meio do Ofício 0310/2016, de 25 de abril de 2016, nos seguintes termos: “Cumprimentando-o, complementando a solicitação de auditoria nº 201601474_08 – item 2.2, temos a informar: Disponibilizamos pen drive com as planilhas eletrônicas atualizadas em formato excel e PDF, contendo as metas físicas para o exercício de 2015 na ação 20ZW. O planejamento das metas físicas dos laboratórios credenciados consta no POA 2015, para o exercício em questão foram previstas 618.993 análises e realizadas 762.299. Tais informações estão descritas no RAM – Relatório de Atividades Mensais, com a compilação dos quantitativos informados pelos próprios credenciados. Com relação as metas físicas do LANAGRO/PE, a programação está igualmente descrita no POA: 66.132 análises. O total realizado foi de 86.120 análises, como consta na planilha eletrônica de controle interno denominada PO - Realizado LANAGRO-PE 2015 (observamos que a planilha enviada na resposta anterior “relatório de análise crítica pela alta direção” apresenta valores estimados como consta no rodapé da mesma). Com relação ação 152L, como já mencionado, não houve programação de meta física devido a não liberação de recurso financeiro na mesma.” Os esclarecimentos do gestor corroboram os fatos apontados demonstrando reconhecimento de falhas nas informações prestadas e o desconhecimento sobre alguns conteúdos a serem observados durante a confecção do Relatório de Gestão.

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Sobre as divergências nos quadros de execução financeira e orçamentária apresentados, a Unidade reconhece o equívoco de apresentação do quadro referente ao Orçamento de Investimentos, mas justifica os valores em virtude de terem sido fruto de consultas ao Tesouro Gerencial, apesar de também discordarem dos resultados gerados na referida consulta. Sobre a realização das metas físicas da 20ZW observa-se, que o gestor alega que houve o atingimento da meta, mas como visto essa informação diverge do que foi descrito no Relatório de Gestão. Destaque-se, inclusive, a correção da informação sobre a meta física realizada entre as próprias respostas apresentadas pela Unidade durante os trabalhos de campo (de 91.230 passou para 86.120 análises realizadas), conforme se verifica no complemento de resposta apresentado ao final. Sobre o estabelecimento das metas físicas, o gestor informa que elas são estabelecidas no Plano Operativo Anual e a realização está controlada em planilhas eletrônicas cujas informações são enviadas pelos próprios Laboratórios Credenciados e, no caso dos laboratórios da Rede Lanagro/PE, em planilhas eletrônicas da área técnica competente da Unidade. Neste particular, deve-se destacar o reconhecimento do gestor de demandas represadas tanto para a Ação 152L, como para a Ação 20ZW, alegando para a falta de inclusão de tais demandas na programação da Unidade, a falta de recursos financeiros no exercício para o primeiro caso, bem como a falta de perspectiva de atendimento no médio prazo, para a segunda ação. Em relação às metas financeiras e à falta de vinculação com as metas físicas realizadas, o gestor informa como justificativa o percentual apurado no indicador de desempenho contido no Relatório de Gestão, denominado Percentual de Atendimento a Demanda, cujo resultado anual foi de 98,79%. Observe-se que esse percentual também diverge dos outros percentuais de realização de meta física, já comentados neste Relatório. Na verdade, existe neste indicador um conceito de amostra rejeitada, que não é contemplado quando da apuração da meta física da Ação 20ZW, ou pelo menos, não é esclarecido pelo gestor quando apresenta sua apuração, de forma que o total de amostras analisadas é diferente do total de amostras recebidas, sendo certo que o número informado como amostras rejeitadas também não é a diferença entre uma e outra, conforme consta no “Quadro 13 – Percentual de Atendimento a Demanda”, do Relatório de Gestão 2015. Diante disso, apesar do esforço do gestor em demonstrar que os gastos ocorridos no exercício contribuíram para o atingimento da meta física da Ação 20ZW, ainda pairam divergências sobre esses números na apuração de resultados e indicadores de desempenho da Unidade. Por fim, sobre a Ação 152L o gestor confirma a falta das informações sobre os Restos a Pagar Não Processados de exercícios anteriores, bem como informa que não houve programação de meta física para a referida ação no exercício, devido à não liberação de recursos financeiros. Para os restos a pagar liquidados no exercício, o gestor apresentou um anexo com o cronograma do plano de obras e serviços, com um total de 15 itens (obras e serviços de engenharia), que segundo ele funcionaria como a meta física na atual situação.

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Por outro lado, justifica o percentual de inscrições em Restos a Pagar no exercício 2015, em virtude da demora na liberação dos recursos (ocorridas no último trimestre do ano), em conjunto com o prazo de entregas das mercadorias, dificultando o encerramento da execução financeira dentro do exercício. De acordo com a Auditoria Anual de Contas do exercício 2014, realizada pela CGU, por meio do Relatório de Auditoria nº 201503724, sobre essa mesma temática, ficou constatado e recomendado ao gestor da Unidade o seguinte: “Constatação 1.1.5.1.: Incompatibilidade entre a execução física e financeira da Ação 20ZW. Recomendação: Propor procedimentos para a atividade de programação física e financeira à CGAL/SDA/MAPA para o exercício subsequente, de forma a mitigar as discrepâncias identificadas no exercício sob exame.” A citada recomendação está sendo monitorada pelo Plano de Providências Permanente (PPP) da Unidade, ainda não tendo sido atendida. Portanto, no exercício 2015, a análise dos resultados do Lanagro/PE indicam dificuldades semelhantes às verificadas no exercício 2014, que, em princípio, estão sendo percebidas pela Unidade, haja vista a melhoria das informações contidas no Relatório de Gestão 2015. Entretanto, ainda existe a necessidade de criação de procedimentos padronizados para a programação física e financeira do Laboratório, inclusive, com a adoção de ferramentas de informatização, de forma a eliminar o controle de resultados por meio de planilhas eletrônicas, bem como para aumentar a confiabilidade dos dados manejados e, consequentemente, otimizar as informações apresentadas à sociedade por meio do Relatório de Gestão, eliminando com isso as divergências apontadas e deixando clara a forma de programação e medição dos resultados da Instituição. Portanto, diante da existência de recomendação pendente para situação análoga, não se faz necessária a emissão de nova recomendação à Unidade, sendo que a situação identificada deve ser acompanhada pela recomendação em vigor no Plano de Providências Permanente.

/Fato

1.2.1.2 INFORMAÇÃO Dificuldades na implantação do planejamento estratégico da Unidade. Fato Sobre a temática do planejamento estratégico da Unidade, o Relatório de Gestão informa que o Lanagro/PE obedece a um planejamento estratégico definido pela Coordenação-Geral de Apoio Laboratorial – CGAL, da Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.

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Apesar disso, durante os trabalhos de campo foi questionado se a Unidade possuía um planejamento estratégico local.

Em resposta, o gestor apresentou a seguinte manifestação: “2.1 – Temos um Planejamento Estratégico da Rede LANAGRO. Porém, duas questões precisam ser registradas. A primeira diz respeito a falta de continuidade das atividades nesta área. Houve uma videoconferência em dezembro de 2011 buscando nortear os LANAGROs sobre os indicadores, principalmente os relacionados com o PPA 2012-2015 (ANEXOVIII). Porém, a falta de continuidade dessas atividades fizeram com que as diretrizes estabelecidas fossem sendo perdidas ao longo dos anos deste PPA. Os conceitos e ferramentas não foram institucionalizados e não entraram na rotina e no domínio de quem realizava tais processos. Nossa instituição MAPA é um dos ministérios mais antigos. Portanto, tem resquícios de modelos de gestão pública arcaicos o que também vem a dificultar a implantação de um modelo de gestão que contemple o Planejamento Estratégico. Outra questão relevante diz respeito à formação de nossos quadros (engenheiros agrônomos, médicos veterinários, químicos, farmacêuticos e zootecnistas) que não dominam os conceitos e ferramentas da Gestão Estratégica. Esta fragilidade se faz maior em nossa instituição cuja área administrativa teve que ser montada em 2005 (Decreto nº 5.351 de 21/01/2005) sem que existisse quadro próprio e experiência com temas da administração pública. Dentro dos esforços de planejamento, controle dos resultados em julho de 2015 (20 a 23) foi realizada uma reunião com as áreas técnicas objetivando a avaliação do 1º semestre visando estabelecer prioridades para o 2º semestre o que foi feito em reunião em 30 de julho pela alta direção. Nesta reunião também se reviu a questão dos indicadores da área finalística. Outra reunião sobre indicadores foi realizada em 21/09/2016 onde se apontou os indicadores da UGQ e da DLAB. (ANEXO IX memórias de reuniões). Buscando sensibilizar, mobilizar, dar clareza da nova gestão pública e necessidade de adoção de controle dos processos e qualificar melhor nossos custos e apresentar nossos resultados foi realizada uma reunião em 20/10/15 (Memorando Circular n° 1 de 14/10/15- ANEXO X) com todos os responsáveis técnicos. O corpo técnico vem gradativamente compreendendo a importância de adotar procedimento de gestão em sua rotina. No final de 2015, no bojo das discussões sobre o PPA 2016-2019, ocorreu e retomada a Gestão Estratégico do MAPA e, como consequência, da Rede LANAGRO. Houve a contratação de uma consultoria (PUBLIX) para nos apoiar na revisão do nosso Mapa Estratégico e os LANAGROs apontaram seus pontos focais que tiveram a primeira reunião em novembro 2015. Designando formalmente responsáveis para tratar especificamente deste tema. A necessidade patente de fortalecer a gestão da Rede LANAGRO se faz evidente pela renovação da indicação do ponto focal de gestão estratégica, bem como na inclusão no

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organograma dos 6 LANAGROs o Serviço de Suporte à Gestão, consta da minuta de nosso regimento interno. (Apresentações power point, Estratégia da rede – ANEXO XI).” Pela manifestação acima e pelas ações promovidas pelo Lanagro/PE ao longo do exercício 2015, percebe-se que o gestor tem clareza sobre a importância de um planejamento estratégico para a Unidade. Apesar de não existirem, ainda, como consta no presente Relatório em tópicos específicos, procedimentos precisos e institucionalizados de apuração de resultados, bem como indicadores caracterizados pela plena utilização nas tomadas de decisão e pela confiabilidade de seus dados, faz necessário registro da importância de atacar as causas que estão impedindo a finalização desse planejamento estratégico, quais sejam, por exemplo: a falta de capacitações, de continuidade das ações, de sensibilização dos gestores, de priorização desse objetivo, entre outras. Cabe, portanto, ao gestor, no âmbito da oportunidade e conveniência de sua atuação e dentro das limitações orçamentárias existentes na Administração Pública Federal, priorizar o planejamento estratégico da Instituição, de forma a ajudar na melhoria contínua dos serviços prestados pelo Lanagro/PE à sociedade.

/Fato

1.2.2 RESULTADOS DA MISSÃO INSTITUCIONAL

1.2.2.1 INFORMAÇÃO Fragilidade quanto à utilidade e confiabilidade dos indicadores de desempenho da Unidade. Fato Quanto aos indicadores de desempenho da unidade, foram feitas análises a partir das informações contidas no Relatório de Gestão 2015. Em resposta aos questionamentos apresentados sobre os conteúdos do Relatório de Gestão 2015, previstos na Portaria TCU nº 312/2015 em conjunto com os tópicos de ajuda do Sistema e-Contas do TCU, especificamente, sobre os atributos dos indicadores de desempenho “índice de referência”, “índice previsto em 2015” e “periodicidade”, o gestor, por intermédio do Ofício nº 0290/2016 – LANAGRO/PE, de 14 de abril de 2016, assim se pronunciou: “Os índices previstos diziam respeito a toda a rede LANAGRO, e não foi individualizado para esta Unidade. A periodicidade dos indicadores questionados foi anual. É fato que os indicadores referentes ao ciclo PPA 2012-2015 não conseguiram avançar tanto pela descontinuidade dos processos de gestão estratégica pelo MAPA como pela falta de familiaridade das equipes com esses temas. Diante da retomada das atividades de gestão estratégica pela rede Lanagro em setembro de 2015, estes indicadores serão revistos e aprimorados. Padronizando a forma de inserção dos dados para controle. Bem como o entendimento e domínio sobre a utilização e importância dos indicadores na rotina rede laboratorial.”

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A Unidade informou, na manifestação transcrita, que os indicadores em questão estão sendo revistos e aprimorados e que não conseguiu ainda avançar neste tema, tanto pela descontinuidade dos processos de gestão estratégica do MAPA, como pela falta de familiaridade das equipes com essa matéria. De fato, as informações apresentadas no Relatório de Gestão 2015 não são suficientes para análises comparativas e gerenciais dos resultados da Unidade. Alguns indicadores apresentados no Relatório de Gestão do exercício 2014, aparentemente, foram mantidos no Relatório de Gestão 2015, mas com modificações nos nomes e nas descrições das fórmulas, conforme se observa do quadro comparativo a seguir: Quadro 5 – Indicadores de desempenho informados nos Relatórios de Gestão 2014 e 2015

Indicadores (2014) Fórmula (2014) Indicadores (2015) Fórmula (2015) Percentual de métodos validados com relação aos demandados (PMV)

PMV = (Número de métodos validados/ Número de métodos demandados) * 100

Percentual de ensaios validados (PEV)

PEV= (Número de ensaios validados/ número total de ensaios demandados) * 100

Percentual de auditorias internas no SGQ do Lanagro-PE dentro do cronograma estabelecido (PARP)

PARP = (Auditorias realizadas / Auditorias programadas) * 100

Percentual de auditorias internas realizadas (PAR)

PAR= (Número de auditorias internas realizadas/ Número de auditorias internas programadas) * 100

Percentual de valores de metas físicas de provas realizadas pelo Lanagro-PE em relação às programadas (PVMRP)

PVMRP = (Número de provas realizadas/ Número de provas programadas) * 100

Percentual de Atendimento a Demanda (PAD)

PAD= (Número de amostras processadas na rede oficial/ Número de amostras recebidas na rede oficial) * 100

Percentual de recursos utilizados relativamente aos recebidos (IUT1)

IUT1 = (Recursos utilizados / Recursos recebidos) * 100

- -

- -

Percentual da Demanda por Recurso Humano (PADRH)

PADRH= (Número de recursos humanos alocados/ Número de recursos humanos demandados) * 100

- - Indicador de Capacitações Solicitadas (IPS)

IPS= Capacitações solicitadas/ Capacitações aprovadas

- - Indicador de Capacitações Deferidas (IPD)

IPD= Capacitações deferidas/ Capacitações aprovadas

- - Percentual de infraestrutura adequada (PIA)

PIA= (Número de projetos realizados/ Número de projetos programados) * 100

Fonte: Relatórios de Gestão 2014 e 2015. Fazendo uma tentativa de comparação entre os dois últimos exercícios, no quadro anterior, percebe-se que a Unidade ainda enfrenta problemas na construção dos indicadores.

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Observe-se que as mudanças nos nomes e nas fórmulas induzem o leitor a admitir a criação de novas ferramentas de acompanhamento da gestão, apesar de se tratarem, aparentemente, dos mesmos indicadores, com uma releitura de sua métrica, particularmente, em relação aos nomes utilizados. Quanto à utilidade e confiabilidade desses indicadores, as mudanças apresentadas nos instrumentos de apuração de desempenho nos dois últimos exercícios, inclusive, com a introdução de quatro novos indicadores e a exclusão de um (“IUT1”), ainda dificultam o estabelecimento de uma série histórica para análises gerenciais do desempenho da Unidade. Ademais, no caso dos indicadores que tiveram alterações nos nomes e na métrica, de um exercício para o outro, não há certeza sobre a modificação ou não na forma de coleta dos dados, de forma a empregar confiabilidade na análise comparativa de possíveis resultados. Deve-se destacar, ainda, que a mudança nos indicadores, a descontinuidade de outro, ou a inclusão de novos indicadores não ficaram claras nas análises da Unidade, apresentadas no Relatório de Gestão 2015. Em alguns indicadores não foram consignados os índices a serem alcançados em 2015 (previsão) e os índices de referência estabelecidos, para que fosse possível analisar a situação da Unidade tanto em função da referência estabelecida na atividade monitorada, como na previsão de desempenho específica para o exercício. Neste momento, faz-se necessária a análise individualizada do que foi apresentado pelo gestor no Relatório de Gestão 2015, para cada um dos indicadores citados:

a) Percentual de Atendimento a Demanda (PAD) O gestor apresentou para o exercício de 2015 um resultado de 98,79% para o PAD, em comparação com a meta prevista para “toda rede laboratorial do MAPA” de 85%. Inicialmente, deve-se registrar que não ficou claro se essa meta incluiria a Rede Credenciada. Também não consta a informação sobre se o indicador apurado no Relatório de Gestão 2015 estaria considerando também a Rede Credenciada. O gestor informa ainda que esse resultado foi gerado a partir da versão teste de um sistema que foi concluído no final do exercício para acompanhamento dos resultados da Unidade, sem especificar o nome do sistema. A unidade considera satisfatório o resultado, mas não apresenta as metas represadas (que não entraram na programação por falta de capacidade operacional), nem demonstra qualquer série histórica anterior. Por outro lado, a informação sobre as amostras rejeitadas não fica clara ao leitor, ao lado das informações “amostra recebida” e “amostra analisada”, pois, segundo o quadro apresentado, não se trata da diferença algébrica entre essas duas últimas, faltando a explicação sobre o conceito de rejeito de amostras, apesar de constarem informações sobre os principais fatores que geraram rejeições. O gestor informa que tem utilizado o indicador para melhor alocar sua força de trabalho, auxiliando assim, segundo ele, nas decisões gerenciais, bem como informa que a implantação

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do sistema informatizado possibilitará aos responsáveis técnicos de cada laboratório uma única via de inserção de dados, facilitando a mensuração do indicador. Por fim, a Unidade informa que está em fase de implantação o indicador para a área técnica de acompanhamento do prazo de análise por ensaio, previsto para 2016. Apesar da análise positiva do gestor sobre o indicador, percebe-se que a ausência de um parâmetro histórico no Relatório de Gestão dificulta a análise sobre a melhora ou não da Unidade, ou se a meta está ou não corretamente dimensionada, inclusive, em função das demandas que possam estar represadas, para efeito de apuração do resultado da Unidade. b) Percentual de Ensaios Validados (PEV) Sobre este indicador, o gestor limitou-se a informar que a demanda foi de 135 ensaios e a quantidade validada foi de apenas 3, correspondendo a um percentual de 2,2%. Como justificativas para o baixo desempenho, informa a necessidade de treinamento permanente e o fato da CGAL utilizar o quantitativo total dos métodos como denominador no cálculo do percentual, apenas como forma de padronização, haja vista a ausência de formalização do que deveria ser validado no exercício em tela. A falta de metas formalizadas, periodicidade e também a ausência de série histórica impossibilitam a avaliação da situação da Unidade para este indicador. A Unidade também não informa como são coletados os dados para apuração desse indicador.

c) Percentual de Demanda por Recurso Humano (PADRH) A descrição do indicador não deixa claro seu real objetivo. Na verdade, o que se percebe da leitura do Relatório de Gestão é a tentativa de medição da falta de servidores na Unidade e não a quantidade de demanda (atividades) por servidor. A Unidade, baseada em estimativa de lotação ideal e acréscimo de vagas do concurso atualmente em vigor, estabeleceu que possui apenas 37% do total de servidores considerado ideal. Não existem metas para esse indicador, até porque não depende da unidade o seu cumprimento, mas sim da realização de concursos públicos. Também não foram apresentadas séries históricas sobre lotações anteriores para se verificar a evolução de servidores na Unidade e perceber como vem sendo gerida a demanda da Unidade por pessoal, nem foi informada a periodicidade de apuração. Deve-se destacar que não ficou claro como foram feitos os levantamentos dos dados para cálculo do indicador (quantitativo ideal de lotação).

d) Indicador de Capacitações (IPS e IPD) As métricas utilizadas nesses indicadores não são claras (capacitações aprovadas, capacitações solicitadas e capacitações deferidas).

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Pelo que se depreende dos resultados apresentados pelo gestor, a métrica “capacitações aprovadas” refere-se ao que foi disponibilizado no Plano Anual de Educação Continuada do MAPA - PAEC/2015 e não ao que foi aprovado pela Unidade de forma local. Já as “capacitações solicitadas” indicam ser aquelas que o Lanagro/PE solicitou à CGDP e não o que foi solicitado dentro da Unidade pelos servidores. Quanto às “capacitações deferidas”, referem-se ao percentual deferido pela CoordenaçãoGeral de Desenvolvimento de Pessoas - CGDP. O IPS ficou em 46% e o IPD em 0%. Ou seja, dos cursos contidos no PAEC/2015, 46% foram solicitados pela Unidade, mas nenhum foi deferido. Também não constam séries históricas, periodicidade, nem meta para 2015. Apesar disso, na análise apresentada, a Unidade registrou que utilizou o resultado do indicador para contratar consultoria especializada que ministrou 161 treinamentos na área administrativa e técnica da Unidade. e) Percentual de Infraestrutura Adequada (PIA) A explicação sobre esse indicador no Relatório de Gestão também não ficou clara. Trata-se de uma comparação dos projetos de infraestrutura e equipamentos previstos em relação ao que foi realizado. Na apuração, a Unidade apresenta que o resultado é de 50%, em face de ter cumprido um dos dois projetos de engenharia programados (fosso do elevador e construção do almoxarifado e do laboratório de físico-química de alimentos), mas, em seguida, informa que em 2015 foram concluídos os projetos de engenharia programados para 2014. Se foram concluídos mais projetos em 2015, o número de projetos realizados no exercício teria sido maior para efeito de cálculo do indicador, bem como o que foi programado. Também não foram apresentadas série histórica, a periodicidade, nem ficou clara a meta para 2015. Por fim, não ficou evidenciado como o gestor utilizou esse indicador para tomada de decisões gerenciais.

f) Percentual de Auditorias Internas Realizadas (PAR) Segundo o gestor foram programadas 15 auditorias internas em 2015 e foram realizadas 10, atingindo um percentual de 66,66%. Como justificativas para o não atingimento da meta, aponta a falta de especialistas na equipe de auditores, Responsáveis Técnicos (RT) com excesso de atividades rotineiras e 3 cancelamentos devido a não implantação integral dos documentos do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).

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Além disso, o gestor informa que o resultado das auditorias atrelado ao “percentual de conformidades em auditorias internas”, utilizado internamente pela Unidade em face das exigências da norma ISO/IEC 17025:2005, para manutenção do SGQ, permitiu ao gestor dividir a Unidade em 3 grupos: laboratórios com SGQ implantado de forma consistente atuando com aproximadamente 90% de conformidade; laboratórios com SGQ implantado com aproximadamente 80% de conformidade; laboratórios com SGQ incipiente. Informa, ainda que tomou a decisão de trimestralmente reunir a Divisão Técnica (DT), a Unidade de Gestão da Qualidade (UGQ) e a área de suporte à gestão para otimizar o desempenho da Unidade, mas não informou como essas reuniões ajudam na melhoria dos resultados da Unidade. O simples número de auditorias internas realizadas não representa o que de fato se pretende mostrar (melhor desempenho da Unidade). A esse indicador devem ser atreladas informações sobre o que se verificou nas ações de controle (auditorias internas), bem como as medidas corretivas impostas, no caso de verificação de desvios de resultados, visando o atendimento dos objetivos da Instituição. Também não foram localizadas séries históricas no Relatório de Gestão 2015. Diante do exposto, as informações apresentadas pela Unidade para o exercício 2015, no que se refere aos indicadores de desempenho, impõem as seguintes conclusões: i) ausência de planos, formalmente concebidos, detalhando as ações a serem realizadas para atingimento das metas a serem previstas; ii) ausência de normatização com orientações necessárias à implementação e ao monitoramento desses indicadores; iii) ausência, em alguns casos, de uma sistemática (informatizada ou não) de monitoramento contínuo dos indicadores e suas metas, com a definição das ações corretivas a serem adotadas no caso de desvios nos resultados em relação às metas definidas; iv) ausência de definição de metas, em alguns casos, bem como de uma metodologia para essa atividade; v) dificuldade na caraterização da utilidade do indicador como instrumento para tomada de decisões gerenciais; vi) dificuldade na mensurabilidade dos indicadores, especialmente, no que se refere à ausência de série histórica, à confiabilidade das fontes de dados, à metodologia empregada na coleta desses dados, à capacidade de compreensão do que está sendo medido, à facilidade de obtenção dos dados e à ausência de avaliação da razoabilidade entre os custos de obtenção do indicador e o benefício na melhoria da gestão (avaliação sobre novos indicadores). De acordo com a Auditoria Anual de Contas do exercício 2014, realizada pela CGU, por meio do Relatório de Auditoria nº 201503724, ficou constatado e recomendado ao gestor da Unidade o seguinte:

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“Constatação 1.1.6.1.: Fragilidade quanto à utilidade e confiabilidade dos indicadores de desempenho da unidade. Recomendação: Estabelecer, na rotina de atividades do Lanagro/PE, procedimentos que incluam a efetiva análise dos indicadores de desempenho da Unidade para a tomada de decisões gerenciais, com o registro dessas medidas ao longo do exercício. Recomendação: Normatizar o procedimento de coleta de dados para cálculo dos indicadores de desempenho da Unidade, de modo a assegurar a confiabilidade dos resultados apurados.” As citadas recomendações estão sendo monitoradas pelo Plano de Providências Permanente da Unidade (PPP), ainda não tendo sido atendidas. Portanto, no exercício 2015, a análise dos indicadores de desempenho apresentados pelo Lanagro/PE indicam dificuldades semelhantes às verificadas no exercício 2014, que, em princípio, estão sendo percebidas pela Unidade e cujas providências estão, aparentemente, em curso, conforme a resposta do gestor transcrita acima. Por meio do Ofício nº 0305/2016, de 22 de abril de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre os indicadores de desempenho: “Cumprimentando-o, em resposta a solicitação de auditoria em epígrafe temos a informar acerca dos indicadores de desempenho: 1.a) – PAD Não foram consideradas as informações advindas da rede credenciada. Como Rede Oficial entende-se exclusivamente os LANAGROS. O nome do sistema que está em teste é sistema de Coleta e Registro de Amostras, Validações e Outros - C.R.A.V.O. De fato não há série histórica, uma vez que este indicador sofreu modificação com relação a outros exercícios devido ao fato de que a diferença entre o número de amostras programadas (definido ao início de cada exercício em conjunto com os respectivos clientes) e o número de amostras que o LANAGRO efetivamente recebe sofre variações em decorrência de surtos, fraudes em produtos alimentícios, suspeita da entrada no país de uma praga ou enfermidade exótica e etc.

As metas represadas não foram elencadas pelo fato de as demandas terem sido discutidas com os clientes e aprovadas pelos mesmos. Quanto as amostras rejeitadas, realmente este não é o único item que leva a não realização das análises. Existem fatores internos como: contaminação intrínseca de amostras (apenas

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evidenciada na hora da análise), necessidade de repetições de provas para validação do ensaio, dentre outros. A análise positiva do gestor sobre o indicador, diz respeito à análise realizada em praticamente todas as amostras recebidas, acordadas previamente com os clientes. b) – Percentual de Ensaios validados (PEV) A periodicidade é anual, e há, como foi observado, a necessidade de estabelecimento de metas em consonância com o contexto da visão de futuro da rede LANAGRO. c) – Percentual de demanda por recurso humano (PADRH) Trata-se de novo indicador, tendo sido esta sua primeira medição. A definição do número ideal de servidores foi obtida a partir de levantamentos no âmbito da própria UPC. Particularmente quanto a este indicador, seu cálculo foi realizado para atender solicitação da CGAL visando subsidiar pleitos de vagas em próximos concursos. d) – Indicador de capacitações (IPS e IPD) Muito embora os indicadores não estejam construídos de forma mais adequada, é evidente o número elevadíssimos de insucessos nas solicitações de capacitações à CGDP. Para sanar esta lacuna a UPC contratou treinamentos permitindo assim atender parte da necessidade de capacitações no exercício. Dessa forma minimiza-se o risco de defasagem do desenvolvimento do corpo técnico. e) – Percentual de infraestrutura Adequada (PIA) É necessário esclarecer que por projeto realizado, entende-se projetos contratados que tenham sido concluídos. A periodicidade é anual e se trata de sua primeira coleta de dados. Os projetos citados e não incluídos no indicador, não foram programados no exercício de 2015. f) – Percentual de auditorias internas realizadas Este indicador foi criado devido a problemas recorrentes que levavam ao não cumprimento do calendário de auditoria interna. Portanto foi importante para esta UPC se organizar e priorizar a manutenção do seu sistema de Gestão da Qualidade com requisitos da norma NBR ISO IEC 17025:2005. Com o amadurecimento adivindo da manutenção do escopo acreditado bem como a inclusão de novos escopos, pode-se vislumbrar indicadores mais específicos como citado no comentário do auditor. De acordo com as informações finais do auditor temos a informar: O diagnóstico de situação dos esforços em busca da adoção de medidas de controle, mensuração, planejamento e da adoção de indicadores na rotina desta UPC encontram-se

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elencados em levantamento das ações tomadas de abril de 2015 até abril de 2016, para que se possa constatar a evolução do quadro. Como é sabido, a área finalística tem os seus procedimentos escritos diante das exigências da Norma NBR ISO IEC 17025:2005. Portanto, seus processos de gestão estão organizados de forma a viabilizar a adoção do indicador Percentual de Atendimento à Demanda – PAD, que avançou do envio impresso para inserção de dados em planilha formato .xls e, em seguida, para o sistema Coleta e Registro de Amostras, Validações e Outros - C.R.A.V.O., em teste. Na inserção dos dados, há campo para o preenchimento das análises críticas dos Responsáveis Técnicos – RTs, que vêm sendo sensibilizados e mobilizados para atuarem como gestores de fato, dando maior suporte à nossa Divisão Técnica – DLAB, possibilitando maior subsídio para a tomada de decisão. Esta ferramenta também nos ajudará no comprometimento, co-responsabilidade e descentralização necessária para melhor controle, ajustes tempestivos, planejamento e resultados mais efetivos de nossa instituição. Com relação à área meio, existem questões que datam do início desta UPC como UG, e do recente nivelamento entre DLAB e DAD a partir do DECRETO 8.492 de 13/07/2015. Portanto, os avanços ocorreram no mapeamento dos processos e ainda não foram adotados com total domínio na rotina de indicadores.

Conceitos de Planejamento e Gestão e o contexto atual de nossa instituição Os conceitos e ferramentas de Planejamento e Gestão estão em fase de internalização nas atividades do LANAGRO/PE. Isso se deve a diversos fatores, dentre eles: - a cultura organizacional; - a ausência de estrutura, fluxo, experiência e quadro próprio de agentes administrativos (situação que persistiu até 2014); - a formação técnica dos servidores efetivos (Fiscais Federais Agropecuários), que têm pouca familiaridade com temas gerenciais, dentre outros. A priorização e avanços nesta área ocorrem por demandas externas, a exemplo da CGU em demandas para Relatório de Gestão e Auditorias, e CGAL por meio das demandas do POA, indicadores, e pela retomada da gestão estratégica. Ressalta-se que os esforços nesta área são marcados pela descontinuidade, a exemplo da gestão estratégica no âmbito do próprio Ministério da Agricultura. Um exemplo disso é a Comissão de Mapeamento de Processos Administrativos que surgiu da necessidade premente de se estabelecer fluxos, delimitar atribuições, aprimorar e agilizar os procedimentos administrativos. Esta Comissão teve seu embrião gerado em um curso de mapeamento de processos (26 a 28 de maio de 2014), tem definição de seus componentes, mas não alcançou os avanços pretendidos diante da rotina que dificulta dedicar tempo a esta atividade. A Comissão de Mapeamento teve o aporte de uma consultoria (3 períodos: 02 a 06 de março; 23 a 27 de março; e 06 a 10 de abril de 2015). Porém, por tratar-se de um processo ainda embrionário, e devido à alteração dos quadros (ainda insuficientes) e da chegada dos novos servidores administrativos na ocasião ainda por serem capacitados, não tivemos os avanços esperados.

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Diante das interfaces e possibilidades de compatibilização entre a ISO 17025 e a ISO 9001, optou-se por adotar modelos de procedimentos para a área administrativa semelhantes aos já implementados na área técnica. Em 2015, houve dificuldades gerenciais diante da criação do Grupo Técnico de Gestão – GTG, que resultou na retenção e morosidade nas análises de todos os contratos (Portaria nº 77 de 12/03/2015 instituiu o Grupo Técnico de Gestão GTG. Portaria nº 116 10/06/2015 prorrogando o GTG). Houve ainda a auditoria da CGU no 1º semestre (11 a 19 de maio/15) e avaliação in loco do INMETRO no 2º semestre (03 a 06 /11/2015). Diante de nossos quadros reduzidos, demandas extras afetam a capacidade de atendimento às nossas demandas. Diante de demandas legais e de acreditação de escopos ligados à demanda das Olimpíadas, houve atividades extras para nossos dirigentes. E ainda tivemos o treinamento dos servidores recém ingressos na área técnica, somado às atividades de nossa rotina. Todas estas questões precisam ser registradas para que se tenha um retrato das dificuldades e peculiaridades do ano de 2015. Alguns exemplos de reuniões que focaram na Gestão e Planejamento: Avanços no

Mapeamento em 31/03/2015; Reunião de Avaliação do 1º Semestre de 2015 realizada no

período de 20 a 23 de julho; Reunião sobre Planejamento e Indicadores aos RTs em 20/10/2015. A necessidade de fortalecimento da DLAB para abarcarmos demandas gerenciais da área

técnica. Ocorreram tentativas em fortalecer a ação planejadora e coordenadora da área técnica da DLAB e amadurecimento de nosso Sistema de Gestão da Qualidade - SGQ com a elaboração de procedimentos que norteiem e contenham as atividades dos setores administrativos. Da mesma forma, ocorreram esforços para estruturar o SAD (DAD).

Mudança na estrutura do MAPA e repercussões LANAGRO. Destaque para o DECRETO 8.492 de 13/07/2015 que trouxe mudanças na estrutura do MAPA. E para este LANAGRO trouxe uma equiparação de gratificações, responsabilidades e atribuições do DAD com DLAB. Deixou de ser um Serviço de Apoio Administrativo e tornou-se uma Divisão de Apoio Administrativo. Portanto ao assumir o perfil inerente a uma Divisão, a abordagem será de coordenação efetiva das áreas administrativas a ela subordinadas. Esta alteração precisa ser regulamentada com a publicação do regimento interno. Diante da proposta de criação de um novo setor que apoie a gestão na rede laboratorial foi delegada uma função gratificada a uma FFA a partir da Portaria nº 1.994 de 25/11/2015. Esta indicação é a mesma para o ponto focal da Gestão Estratégica. A retomada da gestão estratégica concretizou-se a partir de duas oficinas de trabalho (23 a 27 de novembro e 10

a 11 de dezembro) na qual foram elencados e minutados os projetos prioritários e seus

indicadores.

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A extinção do Ministério da Pesca e a indexação de seus setores e quadros ao MAPA, entre outros fatores, atrasou ainda mais a finalização do Regimento Interno da Rede Lanagro, que ainda encontra-se em discussão. Esforços para aprimorar planejamento, adoção de indicadores, controle e tomada de

decisões Após estas considerações, vamos à retrospectiva, com as evidências que se encontram anexas em ordem cronológica. Trataremos, portanto, das reuniões que abordaram gestão e planejamento, dos esforços para mapeamento da área administrativa e da adoção do indicador PAD na rotina deste LANAGRO, o que será foco de maior atenção diante de ser a que atende mais diretamente à Solicitação de Auditoria nº 201601474/09. Este LANAGRO tem como rotina há mais de 10 anos o encaminhamento dos dados mensais por todas as áreas técnicas até o 5º dia útil do mês subsequente. Aproveitando a rotina já estabelecida e o INDICADOR adotado na videoconferência da CGAL de dezembro de 2011 (PPA 2012-2015), buscou-se em 2015 aprimorar as reuniões com os RTs adotando periodicidades trimestrais e tentando evoluir na abordagem de gestão dos RTs. A estrutura de nossa DLAB é insuficiente para abarcar suas atribuições: com apenas uma FFA, a própria responsável pela Divisão, e mais um colaborador e uma secretária. Somouse a isso a mudança de titularidade no segundo semestre. Diante disso, buscamos o maior envolvimento dos RTs no fortalecimento da DLAB. Foi demandado que eles façam as análises críticas de seus dados e tragam propostas de encaminhamentos subsidiando a tomada de decisões da alta gestão. Os dados que eram encaminhados impressos foram tabulados de forma padronizada para permitir consolidação automática em planilha .xls no contexto da rede interna de computadores deste LANAGRO Foi feita uma padronização e esclarecimentos sobre os dados a serem incluídos pelos respectivos RTs, de forma que a DLAB enxergasse os dados de cada unidade e o valor total deste LANAGRO. Esta foi a versão inicial para a adoção de um sistema, ainda em teste, que se denominou C.R.A.V.O. Trata-se de uma mudança fundamental para o controle de nossos resultados, mas também de uma mudança comportamental grande para nossos RTs, não familiarizados com estes temas, e acreditando estarem sobrecarregados diante de uma função fora da área finalística, tendo dificuldades de abarcar suas funções gerenciais. Soma-se ainda a estas as atribuições inerentes à rotina do Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ para fins de manutenção e expansão de escopos acreditados.

A partir de um processo intenso de sensibilização e mobilização, esta mudança comportamental tem ocorrido e estamos avançando na percepção e adoção de princípios do ciclo PDCA em nossa rotina. Apresentamos anexos documentos que buscaram ilustrar e evidenciar de forma bastante abrangente o que foi exposto no texto acima:

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• Correio eletrônico em 06/03/2015 com tema INDICADORES solicitando e recebendo da CGAL documento ainda em construção sobre Planejamento Estratégico.

• A memória da reunião datada de 22/04/2015 apresenta a avaliação do 1º trimestre das unidades analíticas FIQ/BEV, FIQ/FEC e LASO/PE onde se tratou do atendimento à demanda e das condições (insumos, equipamentos) para atende-la;

• A memória da reunião datada de 02/07/2015 apresenta a avaliação do 2º trimestre das unidades FIC/ALI, MIC/ALI, RES/COR, RES/COI

• Foi realizada reunião de 20 a 23 de julho de 2015 - Avaliação do 1º Semestre de 2015 na qual todas as áreas analíticas fizeram suas apresentações seguindo um roteiro único a fim de padronizar e trazer informações que subsidiassem as tomadas de decisão.

• Reunião “Tempestade de ideias para “arquitetura” do software piloto de coleta de dados para o indicador Percentual de atendimento à Demanda em 27/07/2015.

• Em 31 de julho foi feita uma reunião com a alta direção que teve como base as informações da Avaliação do 1º Semestre e apontou as prioridades para o 2º semestre de 2015

• Em 07/08/2015 foi realizada reunião com todas as unidades analíticas - Avaliação 1º Semestre 2015 e levantamento preliminar das prioridades e encaminhamentos para 2016, onde ocorreu grande avanço no entendimento da necessidade da abordagem gerencial por parte dos RTs. Foi enfatizado que os RTs estão todos envolvidos na rotina e análise, o quadro é insuficiente, há dificuldades para aquisições e falta tempo para análises críticas, reflexões e gerenciamento.

• Em 26/08/2015 Memo solicitando a publicação da Portaria nº 1994 (DOU 25/11/2015) • Correspondências eletrônicas 31/08/2015 RES: SOFTWARE PILOTO INDICADOR

TOMADA DE DECISÃO RES PAUTA AVALIAÇÃO 1 SEMESTRE 2015 – 23 JULHO • Correio eletrônico de 02/09/2015 RES RETOMANDO PLANEJAMENTO,

MAPEAMENTO, PRIORIZACAO • Correio eletrônico de 04/09/2015 MAPEAMENTO X CGU X AGENDA • Memo UGQ nº 102 de 09/09/2015 Procedimentos ADMINISTRATIVOS relativos à

Aquisição de materiais e serviços; • Em 19/10/2015 – reunião avaliação 3º trimestre RES/COR e RES/COI • Correspondências eletrônicas aos RTs em 14, 16 e 21 de outubro reforçando sobre a

importância e a necessidade da utilização dos indicadores em nossa rotina • Correio eletrônico de 20/10/2015 RES 20 out terca 14 hs – PLANEJAMENTO,

AVALIAÇAO, INDICADORES • Correio eletrônico 20/10/2015 RES: PAD/ LASO sobre o estabelecimento da META do

indicador PAD pela unidade analítica LASO. • Em 20/10/2015 Houve uma apresentação aos RTs - Planejamento e Indicadores -

buscando contextualizar a Gestão Pública atual e a importância do planejamento, controle, da utilização dos indicadores. Nesta reunião foi apresentada a primeira versão do software para o indicador de Avaliação Trimestral - Percentual de Atendimento à Demanda – PAD;.

• Memo CPD nº 39 de 11/11/2015 MODELO SIMULAÇÃO SOFTWARE INDICADOR CONCLUIDO

• No período de 23 a 27 de novembro de 2015 ocorreu em Brasília a Oficina 1 - Discussão Estratégica da Rede LANAGRO na qual foram revistos e trabalhos todos os objetivos estratégicos diante de um novo PPA (2016-2019) e a retomada dos esforços do Planejamento Estratégico no MAPA como um todo. A CGAL solicitou que cada LANAGRO indicasse um ponto focal de gestão estratégica e um substituto (MEMO CIRCULAR, e-mails e lista presença;

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• Lista de presença da reunião de 04/12/2015 APRESENTAÇÃO DO SOFTWARE INDICADOR PAD – AV. TRIMESTRAL – VALIDAÇÃO 1ª VERSÃO e e.mail 03/12/2015

• Correio eletrônico de 14/12/2015– PLANILHA INDICADORES • Memo CGAL nº 324 de 15/12/2015 – Atividades de Gestão Estratégica • Em 16 de fevereiro -REUNIÃO COM RTs - Percentual de Atendimento à Demanda - PAD

- 3º e 4º Trimestres e Anual / 2015 - Reflexões e Encaminhamentos para 2016; • Memo CPD nº 03 de 18/01/2016 ADIÇÃO DE FUNCIONALIDADE AO SISTEMA

INDICADOR. • Correspondências eletrônicas aos RTs datadas de 28/01/2016 e 03/02/2015 aos RTs –

reunião RELATÓRIO 2015 – AVALIAR / PLANEJAR • Memória e Lista de presença da reunião do Relatório de análise crítica da alta direção

em 02/02/2016 e 03/02/2016 – exigência da ISO 17025. • Lista de presença da validação do relatório de análise crítica junto aos RTs em 04 e

05/02/2016 - Apresentação do relatório de análise crítica da alta direção aos Rts. • Memorando Circular n º 01 de 19/02/2016 convocando para a Reunião de RTs para

construir processo para Controle/Avaliações dados 2016; Apresentação da Reunião com RTs - Construção de processo para controle e avaliações dos dados em 2016 - 2ª oficina - 02 de março de 2016 e lista de presença;

• Memorando Circular Suporte à Gestão de 10/03/2016 – Retomada das atividades e formalização da Comissão de Mapeamento de Processos.

• Apresentação da consultoria PUBLIX contratada para apoiar as oficinas do Planejamento Estratégico da Rede LANAGRO - apresentação de 07/04/2016 onde foi apresentada a primeira proposta para organizar a primeira Reunião de Avaliação Estratégica - RAE da Rede LANAGRO para qual foram selecionados 7 indicadores para servirem de piloto desse processo.

• Memória da Reunião da alta direção (COORD, DLAB, DAD, UGQ e GESTÃO) em 31/03/16 – PLANEJAMENTO E PRIORIDADES 2016.

• Memória da Reunião de avaliação do 1º trimestre de 2016 em 04/04/2016 dos laboratórios da Unidade II (FIQ/FEC, FIQ/BEV e LASO) com lista de presença e registros no sistema C.R.A.V.O. (indicador PAD e análises críticas) e planilhas para priorização de validações, realização de proficiências e escopos a serem acreditados em 2016.” (Grifos no original)

A manifestação do gestor corrobora os fatos apontados, apresenta causas e acaba por ratificar as conclusões apresentadas pela auditoria sobre as fragilidades apontadas nos indicadores de desempenho da Unidade. Entretanto, deve-se ressaltar o esforço apresentado pelo gestor no encaminhamento da solução do problema, com adoção de diversas ações, visando sensibilizar o corpo diretivo da Instituição para a importância da ferramenta dos indicadores de desempenho para a tomada de decisões e para a melhoria dos resultados da Unidade. Fica evidente que a Unidade, em princípio, tem consciência da relevância da questão e já apresenta tentativas de implantação de uma gestão estratégica no Lanagro/PE, inclusive, com a melhoria na utilização dos indicadores de desempenho, como ferramenta efetiva na tomada de decisões.

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Deve-se destacar, quanto à coleta de dados, a notícia trazida pelo gestor sobre a implantação do sistema C.R.A.V.O (ainda em fase de teste), que segundo suas ponderações trará maior confiabilidade aos dados coletados. Ressalte-se que por ser um laboratório acreditado pelo INMETRO, segundo os requisitos estabelecidos na ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005, a Unidade, diferentemente da área administrativa, já possui o mapeamento dos macroprocessos finalísticos, segundo o manual do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), seguido pelo Lanagro/PE. Essa circunstância impõe a realização de análise crítica anual com o intuito de manutenção do SGQ. Para tanto, a Unidade já realiza pesquisa de satisfação junto a seus clientes (em 2015 foram 313 clientes consultados segundo o Relatório de Gestão), de forma a ter que medir a satisfação de seus usuários em função das atividades desempenhadas pelo Lanagro, a saber:

- Percentual de resultados satisfatórios na pesquisa de satisfação dos clientes: 97,55%;

- Percentual de resultados satisfatórios em ensaios interlaboratoriais: 89,9%;

- Número de ensaios acreditados 2015: 12;

- Percentual de conformidade em cada área/ laboratório em auditorias internas: 86%. Diante do exposto, pode-se afirmar que o Lanagro/PE não tem como sobreviver aos novos desafios do mercado sem as ferramentas de apuração de desempenho da gestão, principalmente, no que se refere aos resultados qualitativos da sua atividade finalística. Apesar da realização de uma pesquisa anual, deve-se ponderar que os indicadores de qualidade devem ser paulatinamente incorporados às rotinas de medição de desempenho da Unidade, no intuito de incrementar os resultados organizacionais e subsidiar a eficiência e a eficácia da tomada de decisão. De acordo com a Auditoria Anual de Contas do exercício 2014, realizada pela CGU, por meio do Relatório de Auditoria nº 201503724, sobre essa mesma temática, ficou constatado e recomendado ao gestor da Unidade o seguinte: “Constatação 1.1.6.1.: Fragilidade quanto à utilidade e confiabilidade dos indicadores de desempenho da unidade. Recomendação: Estabelecer, na rotina de atividades do Lanagro/PE, procedimentos que incluam a efetiva análise dos indicadores de desempenho da Unidade para a tomada de decisões gerenciais, com o registro dessas medidas ao longo do exercício. Recomendação: Normatizar o procedimento de coleta de dados para cálculo dos indicadores de desempenho da Unidade, de modo a assegurar a confiabilidade dos resultados apurados.” As citadas recomendações estão sendo monitoradas pelo Plano de Providências Permanente da Unidade (PPP), ainda não tendo sido atendidas.

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Portanto, no exercício 2015, a análise dos indicadores do Lanagro/PE ainda indica dificuldades semelhantes às verificadas no exercício 2014, que, em princípio, estão sendo percebidas pela Unidade, haja vista as ações já adotadas no intuito de promover a solução desses problemas. Entretanto, diante de tudo que foi exposto, ainda há a necessidade de continuidade das ações para o completo atendimento das recomendações acima citadas. Portanto, diante da existência de recomendações pendentes para situação análoga, não se faz necessária a emissão de novas recomendações à Unidade, sendo que a situação identificada deve ser acompanhada pelas recomendações em vigor no Plano de Providências Permanente.

/Fato

1.2.3 QUANTITATIVO DE PESSOAL

1.2.3.1 INFORMAÇÃO Informação sobre o cumprimento do Termo de Conciliação Judicial Geral de 5 de novembro de 2007. Fato A realização do concurso público em 2014, além de trazer um reforço à Unidade, também teve o condão de substituir os terceirizados irregulares da UPC. Durante os trabalhos de campo, o gestor confirmou a situação informada no Relatório de Auditoria Anual de Contas nº 201503724, referente ao exercício 2014, informando a inexistência de terceirizados na Unidade para o exercício 2015. O gestor declarou ainda à CGU que todos os terceirizados irregulares foram dispensados em 2014. Deve-se registrar que essa medida atendeu à determinação do Tribunal de Contas da União (Acórdão TCU nº 2.681/2011-Plenário), em face do Termo de Conciliação Judicial Geral de 5 de novembro de 2007, nos autos da Ação Civil Pública nº 00810-2006-017-10-00-7, da 17ª Vara da Justiça do Trabalho de Brasília/DF. Observe-se, entretanto, que, no exercício 2015, foram executados vários contratos de terceirização com cessão de mão-de-obra, relativos a exercícios anteriores, bem como foram realizadas novas licitações. Da análise das planilhas de processos licitatórios apresentadas pela Unidade, em cotejo com as informações contidas no Relatório de Gestão 2015, verificou-se a seguinte situação, no que se refere às licitações para contratação de prestação de serviços com cessão de mão de obra, realizadas ou com execução no exercício 2015:

Quadro 6 – Licitações de serviços com cessão de mão de obra

Nº do processo Modalida

de de Licitação

Nome do Fornecedor /Prestador

Número do contrato Valor inicial do

Contrato Objeto do Contrato Análise da Unidade no

Relatório de Gestão 2015

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210002.000006 /2014-41

Pregão Eletrônico LINKCON 08/2014 R$ 770.500,00

Serviço continuado com mão de obra de suporte técnico em TI

"O contrato de suporte técnico na área de Tecnologia da Informação – TI não será mais renovado, conforme orientação da Consultoria Jurídica da União em

Pernambuco – CJU/PE, pois a contratação do serviço deve se readequar aos atuais termos da Instrução Normativa nº 04/2014 – SLTI/MPOG."

21002.000003/ 2015-98

Pregão Eletrônico

GUARDA REAL 07/2015 R$ 302.434,90

Serviços continuados com mão de obra de assistente técnico de apoio à fiscalização de contratos

"O contrato de Assistente Técnico de Apoio à Fiscalização de Contratos está sendo objeto de processo administrativo visando à rescisão unilateral devido a descumprimento de cláusulas por parte da contratada, com a consequente dispensa de licitação para contratação do remanescente de serviço."

CRIART 08/2015 R$ 197.031,24 Serviços continuados com mão de obra de técnico em bioterismo

Não mencionado.

21002.000029/ 2012-93

Pregão Eletrônico INTERFORT 18/2012 R$ 455.467,68

Serviços continuados com mão de obra de vigilância armada

Não mencionado.

Nº do processo Modalida

de de Licitação

Nome do Fornecedor /Prestador

Número do contrato Valor inicial do

Contrato Objeto do Contrato Análise da Unidade no

Relatório de Gestão 2015

21002.000091/ 2014-47

Pregão Eletrônico COMPOR 30/2014 R$ 1.374.800,00

Serviços continuados com mão de obra de manutenção em geral

"O contrato de manutenção do ano de 2014 não possui todas as vagas preenchidas, motivo pelo qual serão suprimidas a partir de reavaliação da devida conveniência e oportunidade."

21002.000082/ 2011-11

Pregão Eletrônico CRIART 13/2012 R$ 1.572.313,08

Serviços continuados com mão de obra de apoio administrativo

"O contrato de apoio administrativo do ano de 2012 foi objeto de supressões referentes a todos os postos de Auxiliar Administrativo e Assistente Administrativo, que não mais existem a partir de fevereiro/2016."

21002.000120/ 2014-71

Pregão Eletrônico ÚNICA 28/2014 R$ 1.249.000,00

Serviços continuados com mão de obra de limpeza e conservação

"O contrato de limpeza do ano de 2014 não foi renovado devido a descumprimento de cláusulas por parte da contratada e existência de novo procedimento licitatório em andamento."

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21002.000156/ 2015-35 Dispensa UNILIMP 40/2015 R$ 390.103,28

Serviços continuados com mão de obra de limpeza e conservação

"O contrato de limpeza do ano de 2014 não foi renovado devido a descumprimento de cláusulas por parte da contratada e existência de novo procedimento licitatório em andamento. Já o contrato de limpeza do ano de 2015 foi encerrado em fevereiro/2016, pois era contrato emergencial devido a não conclusão a tempo da referida licitação em andamento.”

21002.000104/ 2015-69

Pregão Eletrônico CRIART - R$ 1.183.202,68

Serviços continuados de conservação e asseio, nas categorias de servente de limpeza, encarregado e jardineiro, com fornecimento de equipamentos e materiais

"O contrato de limpeza do ano de 2014 não foi renovado devido a descumprimento de cláusulas por parte da contratada e existência de novo procedimento licitatório em andamento."

TOTAL INICIAL DOS CONTRATOS R$ 7.494.852,86 Fonte: Relação de processos licitatórios informada pela Unidade em resposta à SA nº 201601474/02 e Relatório de Gestão 2015.

Observando-se a análise crítica da Unidade no âmbito do Relatório de Gestão 2015, para os Processos nºs 21002.000003/2015-98, 21002.000156/2015-35 e 21002.000104/2015-69, autuados no exercício 2015, foi verificado que no Processo nº 21002.000003/2015-98 (Pregão Eletrônico) e no Processo nº 21002.000156/2015-35 (Dispensa) constam informações de problemas em relação à execução contratual, redundando em rescisões contratuais.

No primeiro caso, a Empresa Criart Serviços de Terceirização de Mão de Obra Ltda., CNPJ nº 07.783.832/0001-70, participante e vencedora de um dos itens do mesmo pregão (função de técnico em bioterismo), foi convidada a assumir o contrato (função de assistente de apoio à fiscalização de contratos), em função da rescisão do contrato com a Empresa Guarda Real Serviços e Conservação EIRELI - ME, CNPJ nº 08.952.743/0001-73.

Já a Dispensa diz respeito à rescisão do contrato anterior de limpeza, em função de problemas com a Empresa Única Serviços Terceirizados Ltda - ME, CNPJ nº 02.758.996/0001-24, enquanto o novo pregão estava sendo finalizado, cuja vencedora também foi a Empresa Criart.

Deve-se registrar, neste particular, que a Empresa Criart passou a ter na Unidade quatro contratos de prestação de serviços com cessão de mão de obra. Em princípio, o quadro acima indica contratações com cessão de mão de obra para atividades não abrangidas pelo plano de cargos do órgão. Apesar de não ter feito parte do escopo desta auditoria, chama a atenção o Contrato nº 13/2012, decorrente do Pregão Eletrônico nº 49/2011, no qual consta a contratação inicial de 42 colaboradores, dentre os quais dez assistentes administrativos e catorze auxiliares administrativos. Segundo, informações prestadas pela Unidade no Relatório de Gestão 2015,

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todas as funções de assistentes administrativos e auxiliares administrativos foram suprimidas do contrato a partir de fevereiro/2016. Questionado sob a motivação desse ato, o gestor alegou a necessidade de redução de gastos, não reconhecendo qualquer ilegalidade na contratação. Entretanto, em consulta realizada na internet em 11 de maio de 2015, foi verificada a existência do Procedimento Preparatório nº 1.26.000.001705/2015-77, do Ministério Público Federal, Procuradoria da República em Pernambuco, iniciado em face de representação formulada por pessoas aprovadas para o cargo de agente administrativo, no último concurso realizado em 2014. O referido procedimento foi objeto da Promoção de Arquivamento nº 544/2015, de 21 de agosto de 2015, cuja proposta final foi o arquivamento do procedimento preparatório iniciado, com a formação de um procedimento administrativo de acompanhamento, vinculado ao 4º Ofício da Tutela Coletiva, nos seguintes termos: “Posto isso, com amparo no art. 9º da Lei n. 7.347/85 e no art. 17, caput, da Resolução n. 87/2006-CSMPF, promovo o arquivamento deste procedimento preparatório, determinando, não obstante: - a formação de procedimento administrativo de acompanhamento, vinculado ao 4º OTC, com cópia digitalizada destes autos e desta decisão, tendo por objeto “acompanhar os atos administrativos destinados à nomeação de concursados do cargo de agente administrativo com a consequente substituição dos postos terceirizados que atuem na área administrativa (assistentes e auxiliares administrativos) no âmbito do Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco – Lanagro/PE”. Prazo de vigência inicial: 1 (um) ano.” Ou seja, apesar do gestor alegar a racionalização do gasto para redução dos postos contratados de assistentes administrativos e auxiliares administrativos, percebe-se, na verdade, que o Ministério Público Federal de Pernambuco passou a monitorar suas ações, em relação à nomeação de concursados aprovados no cargo de agente administrativo, para a consequente substituição dos citados cargos. Não é demais ressaltar a similaridade de atribuições entre as atividades dos assistentes administrativos, dos auxiliares administrativos e do cargo efetivo de agente administrativo. Neste particular, a denominação dos cargos é irrelevante para se aferir se há similaridade nas atividades desempenhadas em cada cargo, devendo o gestor estar atento às implicações legais decorrentes da contratação de mão de obra terceirizada para desempenhar as funções de cargos efetivos do serviço público. Vale ressaltar que, de acordo com o Edital do último concurso realizado em 2014, as atribuições do cargo de agente administrativo são relativas a: arquivo, redação administrativa, rotinas de expedição de correspondência, rotinas administrativas, licitações e contratos, orçamentos e finanças, pagamentos, dentre outros. Já as atribuições de auxiliar e assistente administrativo, descritas no Edital do Pregão Eletrônico n° 49/2011, referem-se à execução de serviços de apoio nas áreas de recursos humanos, administração, finanças e logística.

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Apesar da informação de supressão das funções de assistente e auxiliar administrativo do citado contrato de apoio administrativo, ainda em vigor na Unidade, foi verificado que, concomitantemente à justificativa oficial de cortes no contrato em face da necessidade de racionalização dos gastos, estava em andamento a licitação para contratação dos citados serviços de assistente de apoio à fiscalização de contratos, com quatro vagas, que teve como vencedora a Empresa Criart. Nesse mesmo pregão, constavam dois itens para contratação de oito profissionais da área de logística (dois analistas e seis auxiliares de logística), que na justificativa do certame não eram conflitantes com as atividades do cargo de agente administrativo. Entretanto, seis meses depois, com o certame ainda em andamento, essas funções foram consideradas conflitantes e acabaram sendo canceladas. Durante os trabalhos de campo, a Unidade informou que reviu seu ato em face do recebimento de demanda judicial perante a Justiça Federal de Pernambuco, promovida por cinco concursados aprovados no último concurso para o cargo de agente administrativo (sendo três deles os mesmos que fizeram a representação perante o MPF/PE, acima citada), questionando justamente as contratações em referência, bem como as funções de assistente e auxiliar administrativos frutos do Pregão Eletrônico nº 49/2011, tendo a Administração entendido “conveniente e oportuno” excluir apenas os itens referentes aos postos de logística. O gestor não reconhece a existência de irregularidade nas novas contratações (técnico em bioterismo e assistente de apoio à fiscalização de contratos), mas também não informou os desdobramentos das decisões do Ministério Público Federal e da Justiça Federal, em Pernambuco. Os problemas ocorridos na execução de alguns contratos, a exemplo do novo contrato para as funções de apoio à fiscalização de contratos, permitiram que a Empresa Criart Serviços de Terceirização de Mão de Obra Ltda. passasse a ser detentora de quatro contratos para prestação de serviços com cessão de mão de obra dentro do Lanagro/PE. A preponderância dessa empresa dentro da Unidade deve ser objeto de rigorosa observação por parte do gestor, na medida em que desequilíbrios econômico-financeiros de uma única empresa poderão comprometer todo o funcionamento de uma Instituição. Sobre as medidas adotadas para punição das empresas terceirizadas que descumpriram seus contratos, o gestor apresentou arrazoado indicando a adoção de medidas nos dois contratos com problemas no exercício 2015, bem como as ações para punição das empresas. Além disso, nos autos do processo licitatório referente à contratação de assistentes de apoio à fiscalização de contratos, a Unidade demonstrou ações para assumir os pagamentos diretos dos empregados terceirizados, quando a empresa contratada parou de pagar seus funcionários e, ainda, adotou o sistema de conta vinculada, retendo um percentual das faturas para provisionamento das despesas com 13º salários, férias e rescisões. Tais medidas administrativas, entretanto, não avalizam o mérito dessas contratações, nem a política da Unidade de cobrança do MAPA por novos servidores para a área administrativa, atualmente, com uma parcela importante mantida com funcionários terceirizados. Feitas essas ponderações, apesar da equipe de auditoria não ter detectado, em exame perfunctório, a ocorrência de ilegalidade nas contratações acima citadas, até porque algumas são anteriores ao exercício sob exame, não integrando o escopo definido nesta auditoria para

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área de gestão de pessoas, e, outras, estão sob a análise da Justiça Federal em Pernambuco, deve-se novamente registrar os riscos do excesso de contratação de serviços com cessão de mão de obra. Neste particular, deve-se registrar a linha tênue existente entre a legalidade desse tipo de contratação e a substituição indevida de servidores por funcionários terceirizados, tão observada pelos órgãos de controle. Ademais, a existência do cargo de agente administrativo no plano de cargos da instituição, com amplas atividades, inclusive, com a possibilidade de trabalhar na área de gestão de compras, fiscalização de contratos, entre outras atividades, aumenta a importância do controle sobre esse tipo de contratação. Por fim, deve-se consignar que, nos últimos anos, o Lanagro/PE já foi objeto de recomendações da CGU sobre o tema, conforme consta da Auditoria Anual de Contas do exercício 2011 (RA nº 201203368), a saber: “Constatação 2.1.1.1 Ocupação irregular de cargos públicos por intermédio de terceirização de serviços Recomendação 1: Recomenda-se ao LANAGRO/PE que faça gestões junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA para a realização de concursos públicos que supram a Unidade Jurisdicionada de servidores efetivos necessários ao adequado desempenho de suas funções Recomendação 2: Recomendamos adicionalmente que a Unidade promova a substituição dos empregados terceirizados por servidores de carreira, utilizando, também, estratégias movimentação de outros órgãos públicos ou unidades do próprio MAPA.” Apesar, das duas recomendações acima citadas terem sido consideradas atendidas no Plano de Providências Permanente (PPP) da Unidade, não deve o gestor desconsiderar que os fundamentos das mesmas permanecem válidos para pautar a boa e regular gestão da unidade, particularmente, quanto à gestão de pessoas.

/Fato

1.2.4 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

1.2.4.1 INFORMAÇÃO Avaliação de Controles Internos. Fato O Lanagro/PE informa no seu Relatório de Gestão que tem como um dos seus objetivos estratégicos “aprimorar procedimentos de compras e contratações”. Nesse sentido, vem realizando Mapeamento dos Processos de modo a emitir Instruções de Trabalho correspondentes ao macroprocesso “Compras e Contratações”.

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No geral, as atividades de controle desenvolvidas no exercício 2015 apresentaram resultados razoáveis, visto que as falhas detectadas envolvendo os processos licitatórios avaliados não comprometeram o resultado final da Instituição. Registre-se que todos os processos de compra analisados pela equipe de auditoria foram submetidos à apreciação prévia da assessoria jurídica, exceto o Processo de Dispensa de Licitação nº 21002.000160/2015-01 (aquisição de ar condicionado) e o Processo de Dispensa de Licitação nº 21002.000088/2015-12 (serviços comuns de engenharia), em virtude da Orientação Normativa AGU nº 46/2014. A seguir, apresenta-se relato acerca das questões informadas pela Coordenadora da Unidade no questionário de avaliação de controles internos (QACI), referente ao exercício 2015. As atividades relacionadas a licitações na Unidade são atualmente realizadas por servidores formalmente designados por portarias. Segundo a coordenadora da Unidade, o setor de licitação já dispõe de estrutura material adequada e de agentes administrativos suficientes para realização dos trabalhos sob sua responsabilidade. A Unidade dispõe de controle manual (planilha) de todos os processos licitatórios realizados no exercício, mas esse controle não está atualizado. Os processos de compra são iniciados a partir da formalização oficial da demanda, explicitando a necessidade da contratação. Conforme o caso, são utilizados o Documento Oficial de Demanda (DOD) – documento inicial que solicita o crédito orçamentário para dar andamento aos processos, e as Notas Técnicas – explica o objeto a ser adquirido, além da justificativa sobre a necessidade da contratação. A Unidade informa que já existe uma padronização das especificações mais comuns (a exemplo da contratação dos serviços de limpeza), para efeito de contratação por meio de processo licitatório. Deve-se destacar que a Unidade já vem utilizando os editais eficientes, em modelos padronizados pela AGU, em face de acordo de cooperação firmado com o referido órgão. Entretanto, reconhece que ainda existem fragilidades nesse aspecto que precisam ser aprimoradas. As principais atividades envolvidas na realização de licitações, dispensas e inexigibilidades são elaboradas com os mesmos artefatos necessários para as contratações (estudos técnicos preliminares, plano de trabalho e termo de referência ou projeto básico). Entretanto, ao rever a situação da Unidade, o gestor informou que, de fato, tais atividades, apesar de já terem alguns procedimentos estabelecidos, precisam ser aprimoradas, e que houve um atraso na emissão das instruções de trabalho, dentro do mapeamento do processo de compras em curso na Unidade, em virtude da necessidade de treinamento dos novos agentes administrativos, nomeados no último concurso. Quanto à realização de pesquisa de preços prévia para a realização das licitações, dispensas e inexigibilidades, a Unidade, revendo o assunto em relação ao exercício 2014, verificou a existência de fragilidades que precisam de aprimoramento, situação confirmada em registros próprios deste Relatório de Auditoria.

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Deve-se destacar, entretanto, que a Unidade já possuía uma rotina de utilização de sistemas de busca de preços, a exemplo do SISPP (Sistema de Preços Praticados) e do SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil). A Unidade informa que continua mantendo rotinas adequadas para revisão e aprovação dos seus estudos preliminares, planos de trabalho, termos de referência ou projetos básicos. Entretanto, conforme se verifica ao longo deste Relatório, foram verificadas falhas no planejamento de alguns processos de compras, que precisam ser abordadas no âmbito do mapeamento de processos em andamento no órgão. Em relação à divulgação de seus atos, a Unidade informa que divulga informações sobre os procedimentos licitatórios, inclusive editais e resultados, bem como todos os contratos, em sítio oficial na internet. Entretanto, informa que as ações para atender a Lei de Acesso à informação estão em curso junto à CGAL. Observe-se que essa questão foi abordada quando da análise do conteúdo obrigatório do Relatório de Gestão. O acesso ao sítio oficial do MAPA na internet não retorna as informações principais do Lanagro/PE. Não existem informações em linguagem cidadã, divulgadas em um portal próprio, sobre suas ações, seus indicadores, seus processos, suas contratações, suas metas, seus objetivos, seus parceiros, entre outras, de forma a dar maior transparência à atuação da Unidade, bem como viabilizar o controle social sobre seus gestores. Com relação à prevenção de fraudes e conluios nas licitações, o Lanagro/PE preocupa-se em verificar os preços informados pelos fornecedores, além de exigir a apresentação dos documentos de habilitação e realizar consultas sobre a ocorrência de penalidades em cadastros como CEIS, CNJ e TCU. Entretanto, na análise dos processos selecionados como amostra, foram detectadas falhas no procedimento de análise desses documentos. Em relação aos pagamentos, a Unidade informa que realiza a consulta ao Sicaf antes de cada pagamento, verificando se o fornecedor mantém as condições de habilitação e executa os procedimentos previstos no art. 3º, §4º da IN SLTI nº 4/2013. Registre-se, ainda, que a Unidade não acompanha o tempo médio gasto em cada etapa do processo de compra, nem possui indicadores na área de gestão de licitações. À exceção da insuficiência de agentes administrativos para a realização dos trabalhos no setor de licitação apontada pela Coordenadora da Unidade e da falta de atendimento à Lei de Acesso à Informação, as deficiências constatadas quanto aos controles internos relativos à atividade de licitações não comprometeram o atingimento dos objetivos e metas da Unidade e tendem a ser corrigidas/minimizadas após a conclusão do Mapeamento dos Processos de “Compras e Contratações” que vem sendo realizado pelo Lanagro/PE.

/Fato

1.2.4.2 INFORMAÇÃO Processos de Contratação Direta.

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Fato No exercício de 2015, segundo informações prestadas pela Unidade durante os trabalhos de campo da Auditoria, o Lanagro/PE realizou 88 processos de contratação direta: 23 contratações por inexigibilidade de licitação e 65 contratações por dispensa de licitação. O montante total contratado foi de R$ 1.351.780,09.

Quadro 7 – Valores contratados por inexigibilidade de licitação Processos de Contratação

Direta Quantidade de processos Valor contratado (R$)

Inexigibilidade 23 767.674,82 Fonte: Planilhas de controle de processos de compra apresentadas pela Unidade durante os trabalhos de campo, encaminhadas por meio do Ofício nº 0271/2016-LANAGRO/PE, de 6 de abril de 2016.

Quadro 8 – Valores contratados por dispensa de licitação Processos de Contratação

Direta Quantidade de processos Valor contratado (R$)

Dispensa 65 584.105,27 Fonte: Planilhas de controle de processos de compra apresentadas pela Unidade durante os trabalhos de campo, encaminhadas por meio do Ofício nº 0271/2016-LANAGRO/PE, de 6 de abril de 2016. Deve-se registrar o elevado número de processos para contratação direta. Existe uma divergência com os números trazidos no Relatório de Gestão, onde consta, por exemplo, a informação de 86 processos de dispensa. Entretanto, na presente análise, trabalhou-se com a informação da Unidade sobre o que foi contratado no exercício 2015, conforme planilhas de controle entregues durante os trabalhos de campo. Com foco na Ação 20ZW – Promoção da Defesa Agropecuária, foram analisados, por amostragem não probabilística, os seguintes processos de contratação direta, os quais correspondem a: 33,38% das contratações por inexigibilidade e 71,20% das contratações por dispensa de licitação.

Quadro 9 – Processo de inexigibilidade avaliado

Processo Objeto Valor contratado (R$)

21002.000074/2015-91 Aquisição de Kits de prova de Elisa 3ABC da marca PrioCheck FMDV NS, em proveito do laboratório de Virologia do Lanagro/PE.

256.256,40

Fonte: Planilhas de controle de processos de compra apresentadas pela Unidade durante os trabalhos de campo, encaminhadas por meio do Ofício nº 0271/2016-LANAGRO/PE, de 6 de abril de 2016.

Quadro 10 – Processos de dispensa de licitação avaliados

Processo Objeto Valor contratado (R$)

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21002.000088/2015-12 Serviço comum de engenharia para reforma da RES/COI.

7.305,42

2100.000160/2015-01 Aquisição de ar condicionado split, tipo cassete, capacidade entre 17.000 a 18.000 BTUS.

7.453,00

21002.000162/2015-92 Prestação de serviço para transporte internacional de amostras biológicas com pagamento de despesas (custos de transporte internacional), em proveito do LANAGRO/PE.

11.000,00

21002.000156/2015-35 Contratação da prestação de serviços continuados de limpeza e conservação e contratação de jardineiro com fornecimento de todos os materiais e equipamentos, para atender às necessidades do Lanagro/PE unidade I e II.

390.103,28

Processo Objeto Valor contratado (R$)

Total 415.861,70

Fonte: Planilhas de controle de processos de compra apresentadas pela Unidade durante os trabalhos de campo, encaminhadas por meio do Ofício nº 0271/2016-LANAGRO/PE, de 6 de abril de 2016. Deve-se lembrar, conforme já registrado neste Relatório, que, em face da Unidade não ter recebido recursos da Ação 152L, não houve a realização de processos licitatórios ou de contratação direta para a referida ação no exercício 2015, que foi executada em função da liquidação dos Restos a Pagar Não Processados inscritos em exercícios anteriores. Foram realizados exames no intuito de avaliar a gestão de compras e contratações, especialmente no que diz respeito à regularidade dos processos listados anteriormente, bem como em função dos controles administrativos estabelecidos. As falhas relativas aos processos de contratação em questão estão especificadas em constatações específicas do presente Relatório. /Fato

/Fato

1.2.4.3 INFORMAÇÃO Inconsistências no planejamento dos quantitativos adquiridos de kits de reagentes para continuidade dos estudos de circulação viral de Febre Aftosa. Fato Analisado o Processo de Inexigibilidade nº 21002.000074/2015-91, verificou-se que foram solicitados no Pedido de Compra de Material ou de Execução de Serviço (PCMES) nº 65/2015 a aquisição de 60 kits Elisa 3ABC, sendo o valor total contratado de R$ 256.256,40.

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No Relatório de fls. 11, do Responsável Técnico – Diagnóstico Virológico, datado de 7 de maio de 2015, bem como na justificativa de quantidade na planilha de fl. 6, datada de 25 de junho de 2015, verificou-se que a quantidade adquirida anteriormente (últimos 12 meses) totalizava 150 kits, dos quais 130 haviam sido utilizados e 20 restavam em estoque. Dos 130 kits gastos, o relatório técnico citado informa que 35 haviam sido encaminhados ao Lanagro/PA, a título de empréstimo. Diante desse cenário, foram solicitados 60 kits por intermédio do referido processo de inexigibilidade, para atendimento da demanda do DSA/MAPA, na continuidade dos estudos de circulação viral de Febre Aftosa, iniciados em 2014. Apesar do exposto, não constam dos autos do processo, antes da contratação em tela, informação sobre a devolução dos kits emprestados ao Lanagro/PA, bem como se foi considerado esse quantitativo de 35 kits a serem devolvidos, no momento de dimensionar a nova compra, formalizada pelo processo de inexigibilidade em questão. Por meio do Ofício nº 0304/2016, de 20 de abril de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre o fato apontado: “Apresentamos, para fins de esclarecimentos os memorandos nº 087/2015/DLAB/LANAGROPA datado em 20 de julho de 2015 e nº 073/2015/DLAB/LANAGROPA dato em 31 de agosto de 2015, ambos referem-se a devoluções de kits por parte do LANAGRO/PA, esta devolução está em monitoramento pela DLAB/LANAGRO/PE em conjunto com o laboratório de Virologia. Segue ainda Relatório técnico datado em 20 de abril de 2016, elaborado pelo laboratório que faz uso dos referidos kits, com explanações acerca da utilização dos kits adquiridos na aquisição ora mencionada (ANEXO I).” No Memorando nº 087/2015/DLAB/Lanagro-PA, de 20/7/2015, tem-se a seguinte manifestação: “[...] 2. Na oportunidade, enviamos também 20 (vinte) caixas de kits PRIOCHECK FMDV ELISA KIT, apresentação de 450 testes por kit, a título de devolução dos kits anteriormente encaminhados ao Lanagro-PA por empréstimo. 3. Informamos que encaminharemos futuramente os demais kits pendentes, uma vez que a empresa fornecedora ainda não realizou a entrega da totalidade dos insumos adquiridos, sendo a previsão de envio para final de agosto de 2015.” No Memorando nº 073/2015-Lanagro-PA, de 31/8/2015, tem-se a seguinte manifestação: “[...] Ao tempo em que agradecemos, vimos por meio deste devolver os insumos abaixo discriminados: • 10 kits de Elisa PrioCHEK IMDV (devolução) [...]”

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Por fim, no Relatório Técnico de 20 de abril de 2016, da lavra da Responsável Técnico – Diagnóstico Virológico, a Unidade apresentou a seguinte manifestação: “O LANAGRO/PE foi demandado pelo Departamento de Saúde Animal do MAPA a participar da execução do estudo de circulação viral de Febre Aftosa no estado do Amazonas em 2015 realizando as análises do inquérito sorológico deste estado. Este estudo é parte do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção de Febre Aftosa (PNEFA). As amostras de soro foram coletadas e começaram a ser enviadas ao LANAGRO a partir do mês de junho de 2015. E ainda continuam a ser recebidas, pois o estudo está em andamento e há previsão do envio de mais amostras até a conclusão final que deverá ocorrer no segundo semestre. Até o presente momento foram analisadas 20.692 amostras e utilizados 48 kits nestas análises. Dos 48 kits utilizados, 15 foram da compra do ano de 2014, 30 foram recebidos do LANAGRO/PA em devolução aos kits outrora a eles emprestados pelo LANAGRO/PE e 05 foram dos kits adquiridos em 2015. Dos 60 kits adquiridos em 2015 (Lote 141202L) foram utilizados até o momento 31 kits com as seguintes finalidades: 03 para testes intralaboratoriais e validação do kit, 05 para análise de amostras do Amazonas (lotes 793, 910 e 921), 02 para verificação de desempenho da automação. Além disso, atendendo demanda da Coordenação Geral de Apoio Laboratorial – CGAL foram encaminhados em 06 kits ao LANAGRO/PA e 15 kits ao LANAGRO/RS a título de empréstimo, cuja devolução é acompanhada juntamente com a CGAL. Dessa forma, até a data presente foram gastos 31 kits de ELISA e restam 29 kits em estoque do laboratório, que serão utilizados até o fim do ano com as amostras a serem coletadas para finalização do estudo do estado do Amazonas, além de procedimentos internos tais como: testes intralaboratoriais ensaios de proficiência, cálculo de incerteza de medição e treinamentos, procedimentos internos indispensáveis para garantia da qualidade dos ensaios realizados em 2016.” Os memorandos apresentados com a devolução parcial de 30 kits pelo Lanagro/PA são datados de 20 de julho de 2015 e 31 de agosto de 2015. Portanto, posteriores ao planejamento do processo de inexigibilidade em comento, não tendo sido tais quantitativos considerados no momento de se estabelecer as novas quantidades de kits a serem adquiridas, em 2015. De outro lado, o Relatório Técnico, datado de 20 de abril de 2016, apenas corrobora as inconsistências nos quantitativos previstos no presente processo de inexigibilidade, pois novamente demonstra que o Lanagro/PE voltou a emprestar kits para outras Unidades: 6 para o Lanagro/PA (que ainda estaria devendo 5 do último empréstimo) e 15 para o Lanagro/RS. Ademais, na soma apresentada sobre a utilização de 48 kits nas 20.692 amostras analisadas até o momento, percebe-se que os quantitativos das origens são inconsistentes: 15 da compra de 2014, 30 da devolução do Lanagro/PA e 5 adquiridos em 2015, totalizando 50 kits e não 48, como informado. Em seguida, o Relatório discrimina, especificamente para os quantitativos adquiridos em 2015, a utilização de 31 kits, restando 29 kits para utilização no exercício 2016, além das

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devoluções dos empréstimos realizados, que, segundo a documentação apresentada, totalizam 26 (11 do Lanagro/PA e 15 do Lanagro/RS). Portanto, 55 kits possíveis de serem utilizados em 2016. Diante do exposto, percebe-se que a compra realizada de 60 kits, no valor de R$ 256.256,40, tangenciou o correto planejamento das necessidades da unidade, na medida em que essas inconsistências de quantitativos demonstram com clareza a falta de um planejamento prévio ajustado aos objetivos traçados para o exercício. Observa-se, ainda, certo descompasso entre as linhas de atuação da CGAL e suas Unidades laboratoriais, na medida em que se aumenta a quantidade empréstimos de materiais entre as Unidades de diferentes regiões, indicando que as ações não estão sendo planejadas com a antecedência devida. Deve-se registrar, ainda, que o Lanagro/PE não deve ser utilizado como ponte para aquisição de materiais para outras Unidades. Excepcionalmente, admite-se o remanejamento desses materiais, desde que devidamente justificado. A regra é que cada Unidade, dentro de sua programação orçamentária e financeira, possa executar suas ações, de modo a não sobrecarregar as Unidades de outras regiões, na gestão de suas compras. A utilização de recursos do Lanagro/PE para aquisição de materiais para outras Unidades retira da Instituição a possibilidade de utilização desses recursos em outras áreas finalísticas, que importem o atingimento das metas anuais estabelecidas para a UPC.

/Fato

1.2.4.4 CONSTATAÇÃO Inconsistências nos controles estabelecidos para gestão do Contrato nº 18/2015, no valor de R$ 256.256,40, decorrente do Processo de Inexigibilidade nº 21002.000074/2015-91. Fato Em análise ao Processo de Inexigibilidade nº 21002.000074/2015-91, verificou-se que o Termo de Contrato nº 18/2015 foi assinado em 17 de setembro de 2015 observando-se, de início, a ausência da assinatura das duas testemunhas. A primeira Nota Fiscal de nº 87156 foi emitida em 15 de setembro de 2015, portanto, antes da data de assinatura do referido contrato. Já a Portaria nº 122, de 21 de setembro de 2015, designando o fiscal do contrato, só foi publicada no Boletim de Pessoal nº 27 em 30/9/2015. O pagamento da referida nota fiscal ocorreu em 29 de setembro de 2016, com a emissão da Ordem Bancária nº 2015OB00851, portanto, antes da portaria do fiscal do contrato ter sido publicada.

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Por outro lado, o fiscal, mesmo sem portaria (o documento só foi emitido em 21 de setembro de 2015), atestou o recebimento do material conforme termo de recebimento datado de 18 de setembro de 2015. Importante registrar a rapidez da contratada na entrega da primeira parcela de mercadorias (30 kits Elisa 3 ABC), que foi entregue no dia seguinte à assinatura do contrato, mesmo existindo a previsão no Projeto Básico de entrega em até 60 dias do recebimento da nota de empenho, que foi emitido em 4 de setembro de 2015, não tendo sido localizado nos autos o seu recebimento pela empresa contratada. Ao se questionar o gestor sobre os controles contratuais existentes na Unidade, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201601474/05, de 12 de abril de 2016, no item 19 do Questionário de Avaliação de Controles Internos Licitação (QACI-Licitação), foi informado, mediante o Ofício nº 0295/2016 – LANAGRO/PE, de 15 de abril de 2016, que o Lanagro/PE designa formalmente os agentes que devem atuar na gestão do contrato. Além disso, foi informado no referido questionário, no item 6, que a Unidade está elaborando manual de normas e procedimentos sobre a atividade de gestão de compras. Diante do exposto, em que pese as medidas de controle interno citadas pela Unidade, foram observadas falhas nos controles internos da gestão contratual da Unidade, na medida em que o contrato em tela só foi assinado após a emissão da primeira nota fiscal, a portaria do fiscal do contrato só foi publicada após o primeiro pagamento, o fiscal atuou no recebimento dos produtos sem portaria e o contrato foi assinado sem as testemunhas.

/Fato

Causa A Coordenadora da Unidade não promoveu gestões no sentido de otimizar os controles internos do processo de compras do Lanagro/PE, inclusive, permitindo a entrega de mercadorias sem a designação formal do fiscal do contrato, bem como a antecipação do faturamento dos materiais, mesmo sem a assinatura do contrato respectivo. Em função dos exames realizados, resta caracterizado que as inconsistências encontradas estão no âmbito das responsabilidades previstas no art. 16, incisos I, III, V, VIII, IX e X, do Anexo da Portaria MAPA nº 104/2006 (Regimento Interno), a seguir transcritos:

“Art. 16. Aos Coordenadores dos Laboratórios Nacionais Agropecuários incumbe:

I - planejar e coordenar a execução das atividades dos Laboratórios Nacionais;[...] III - elaborar normas complementares ao desenvolvimento das atividades laboratoriais para as unidades organizacionais hierarquicamente subordinadas; [...] V - emitir parecer técnico conclusivo sobre a celebração de convênio, ajuste, acordo, protocolo ou contrato, que envolvem matérias de competência, consoante normas específicas do órgão setorial; [...] VIII - praticar os atos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial relativos aos créditos orçamentários disponibilizados; IX - autorizar e homologar licitações, bem como ratificar dispensas e inexigibilidades de licitações; e

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X - praticar os demais atos de administração necessários ao cumprimento das competências dos Laboratórios Nacionais Agropecuários, observadas disposições da legislação pertinente. [...]”

us/C

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 0304/2016, de 20 de abril de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre o fato apontado: “A ausência de duas testemunhas ocorreu devido a um lapso pontual que não se constitui como regra nas celebrações contratuais deste órgão. Ademais, não constitui vício insanável capaz de invalidar o negócio jurídico celebrado. Temos a esclarecer que este LANAGRO/PE não teve ingerência na decisão da contratada de emitir uma nota fiscal antes do contrato assinado, haja vista que se entendeu que já existia empenho para a despesa divulgado em sítio eletrônico, ao qual a empresa deve ter tido acesso e conhecimento prévio. Logo, independentemente da comprovação de conhecimento da contratada, via comunicação pelo órgão ausente nos autos, o empenho já estava disponível em meio eletrônico. Ademais, mesmo a nota fiscal tendo sido emitida antes da celebração do instrumento de contrato formal (e aqui estamos desconsiderando o caráter obrigacional da nota de empenho), seu atesto e pagamento somente foi feito após cumpridas as formalidades e entregue o respectivo bem. Quanto à portaria referente ao fiscal do contrato, registre-se que foi publicada em 23/09/2015, e não 30/09/2015, conforme se depreende de informação constante às fls. 116 dos autos. Logo, a liquidação, feita em 24/09/2015, e o pagamento, realizado em 29/09/2015, não ocorreram antes da portaria do fiscal do contrato ter sido publicada, como afirmado. A data constante no Termo de Recebimento às fls. 124 diz respeito à entrega da nota fiscal e do bem no setor Almoxarifado do LANAGRO/PE. Somente após tal recebimento, o fiscal do contrato é convocado para verificar a conformidade do bem com as exigências editalícias e apor o seu atesto no Termo. A data de 18/09/2015, constante na primeira parte do documento, diz respeito ao recebimento no Almoxarifado, e não ao atesto que vem abaixo. Nesse ponto, verificamos a necessidade de alteração do FORM UGQ/PE 4.6.002-A para a inclusão de um campo no formulário onde o fiscal do contrato possa registrar a data efetiva em que está realizando o atesto. In casu, não se pode afirmar que foi no dia 18/09/2015, até porque não havia a devida portaria nesta data. Logo, apesar de não constar no documento, o LANAGRO/PE afirma que o atesto somente foi realizado após a emissão da referida portaria de fiscalização contratual. Quanto à rapidez na entrega, a previsão do prazo no Projeto Básico se baseou na proposta da empresa contrata. Ora, o prazo foi cumprido. A empresa tinha do dia 01 ao dia 60 após a assinatura do contrato para entregar o bem e o fez, cumprindo com a obrigação avençada,

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uma vez que atendeu perfeitamente e com agilidade ao interesse público buscado com a aquisição licitada.”

ExfstcoUm/M

Análise do Controle Interno A argumentação da Unidade não prospera em sua totalidade. Inicialmente, o contrato de fato foi assinado sem as duas testemunhas, evidenciando a falhas no controle para esse item. A Unidade é participante de acordo de cooperação com a AGU e submeteu uma minuta contratual a sua Consultoria Jurídica. Portanto, para a contratação em tela, não há que se falar em obrigatoriedade ou não do contrato. O contrato foi escolhido pela Unidade como o instrumento legal a reger a aquisição em tela e, portanto, a execução contratual só poderia ter sido iniciada a partir de sua assinatura. De toda sorte o gestor alega, que houve, na prática, a agilidade que o interesse público almeja. De fato, o interesse público exige que as contratações sejam céleres e o gasto atenda à sua finalidade, mas isso não implica em inobservância dos prazos ou antecipação de fases, sem o respeito às formalidades ou alternativas legais escolhidas. De outra forma, as aquisições devem ser devidamente planejadas, para que as necessidades de uso dos materiais não obriguem o gestor a adotar ações que não observem os ritos procedimentais da Unidade. Neste particular, fica o registro sobre a necessidade de melhoria dos controles administrativos da gestão de compras da Unidade, cujo macroprocesso encontra-se em fase de mapeamento, segundo informações da própria Unidade. Esse mapeamento e a institucionalização de procedimentos internos para as compras da Unidade impedirão qualquer prática que usurpe o cumprimento de prazos ou acelere imotivadamente ou indevidamente qualquer tipo de contratação, inclusive, com a necessidade de criação de check-lists e manuais, detalhando cada etapa do processo mapeado. Sobre o fiscal do contrato, observa-se que o fato do formulário de recebimento de material não ter um campo próprio para data do atesto, mas apenas campo para a data de recebimento do material, não modifica a data em que a mercadoria chegou à Unidade e não muda a importância do seu acompanhamento pelo fiscal do contrato, tendo em vista o custo unitário elevado de cada kit adquirido, sendo esta a cautela que o interesse público deseja. Sobre a publicação da Portaria nº 122, de 21 de setembro de 2015, observa-se que na fl. 116 existe um carimbo, quase ilegível, com duas datas: data do boletim de pessoal (30 de setembro de 2015) e uma data com a expressão manuscrita “publicado” em 23 de setembro de 2015. Portanto, a data da efetiva publicação interna dessa portaria gera certa confusão, haja vista a falta de clareza, já que a data do boletim é anterior à suposta data da publicação. Mas essas circunstâncias não modificam as falhas de controle apresentadas, já que está confirmado na manifestação do gestor que o material adquirido chegou à Unidade no dia 18 de setembro de 2015 e, nesta data, não existia fiscal para o contrato. O que os atos do processo demonstram, em apertada síntese, é uma velocidade incomum para esse tipo de contratação, inclusive, com nota fiscal emitida antes da assinatura do contrato e com bem entregue no dia seguinte à assinatura do contrato.

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Diante do exposto, em que pese as considerações da Unidade, foram observadas falhas nos controles internos da gestão contratual da Unidade, na medida em que o contrato em tela só foi assinado após a emissão da primeira nota fiscal, a portaria do fiscal do contrato só foi emitida após a chegada da mercadoria à Unidade, portanto, o fiscal não havia sido designado quando a mercadoria chegou no Lanagro/PE, e o contrato foi assinado sem as testemunhas.

CIisa/A

Recomendações: Recomendação 1: Estabelecer cronograma para conclusão do mapeamento do processo de gestão de compras já iniciado na Unidade, com a apresentação, ao final, dos resultados dos trabalhos desenvolvidos, submetendo as propostas de normas internas à CGAL para padronização das diversas atividades existentes, os fluxogramas, os manuais e os check-lists elaborados para cada modalidade de contratação desenvolvida no Lanagro/PE. 1.2.4.5 CONSTATAÇÃO Falhas no planejamento de compras da Unidade, impossibilitando a ampliação da pesquisa de preços. Fato O Processo de Dispensa de Licitação nº 21002.000160/2015-01 refere-se à aquisição de um condicionador de ar split, tipo cassete, inverter, com capacidade entre 17.000 a 18.000 btus, por cotação eletrônica de preços. Foram realizadas pesquisas de preços, com consolidação no quadro comparativo de fl. 25 de três cotações, chegando-se numa média de preços de R$ 7.453,42, muito próximo da alçada permitida por lei para o uso de dispensa nesse tipo de aquisição (R$ 8.000,00). Com base na Orientação Normativa AGU nº 46/2014, o processo não foi remetido à Consultoria Jurídica da unidade. Em seguida, foram acostadas aos autos uma nota de esclarecimento sobre o processo, narrando os fatos ocorridos, e a aprovação da cotação de preços eletrônica pela Ordenadora de Despesa. Nas fls 30 a 32, foram anexadas a operacionalização da cotação eletrônica no Comprasnet, cujo resultado foi o cancelamento pelo fato do lance do primeiro colocado (R$ 0,01) ter sido considerado inexequível, com base no Acórdão TCU nº 1845-23/06-1, itens 9.2.1 e 9.2.2. Todos os atos praticados no processo, desde a autuação até a divulgação do pedido de cotação eletrônica, foram realizados no mesmo dia (3 de dezembro de 2015), tendo sido a cotação realizada no dia seguinte (4 de dezembro de 2015). Uma nova pesquisa de preços foi realizada, acrescentando três cotações à pesquisa anterior (sendo uma repetida com a Empresa A.Dias, pelo sítio de compras na internet, figurando duas cotações para a mesma empresa), chegando-se a um valor médio de R$ 7.848,33.

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Conforme despacho na fl. 39, foi mantido o preço da cotação inicial, para efeito de relançamento da cotação de preços, que foi realizada em 10 de dezembro de 2015. De acordo com o resultado da segunda cotação eletrônica de preços, o primeiro colocado desistiu e o segundo colocado com lance de R$ 8.000,00, após negociação, aceitou fornecer o produto pelo valor de R$ 7.453,00. Ressalte-se que, dentre os documentos de habilitação, não foi localizada a declaração de cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal, a saber: “proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos”. Durante a troca de mensagens eletrônicas com o segundo colocado, percebe-se a urgência com que a Unidade estava conduzindo o procedimento, conforme trecho a seguir transcrito do e-mail de 11 de dezembro de 2015 do setor de compras à empresa vencedora: “Estamos no aguardo urgente da sua proposta, pois hoje é nosso último dia do exercício financeiro para empenho”. O empenho foi emitido em 11 de dezembro de 2015, sem informação no final do processo se o produto foi entregue com a respectiva nota fiscal e se houve a liquidação da despesa e o efetivo pagamento. Por se tratar de um bem comum e considerando a cotação de preços, por prudência, o pregão eletrônico, realizado com mais tempo, ampliaria a concorrência, com a possibilidade de se obter um preço menor. Entretanto, deve-se deixar claro que a opção pela dispensa em questão está enquadrada em permissivo legal. Percebe-se que a compra em tela foi realizada de forma rápida, em poucos dias (da autuação do processo em 3 de dezembro de 2015 até o empenho em 11 de dezembro de 2015 foram 9 dias, sendo 6 úteis por conta do sábado, domingo e feriado municipal), não permitindo, assim, a ampliação da concorrência. Diante do exposto, o procedimento adotado indica falhas na gestão de compras da unidade, particularmente no quesito planejamento das aquisições, que deveria observar prazos mais razoáveis para os processos de contratação direta, de forma a permitir uma ampliação na pesquisa de preços, mesmo no caso de cotações eletrônicas, visando a obtenção de um menor preço balizador da contratação. Ao se questionar o gestor sobre os controles contratuais existentes na Unidade, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201601474/05, de 12 de abril de 2016, nos itens 6 e 7 do Questionário de Avaliação de Controles Internos Licitação (QACI-Licitação), foi informado, mediante o Ofício nº 0295/2016 – LANAGRO/PE, de 15 de abril de 2016, que o Lanagro/PE está elaborando manual de normas e procedimentos sobre a atividade de gestão de compras, bem como que está em curso o mapeamento de processos com o intuito de otimizar essa atividade de pesquisa de preços, que ainda demonstra fragilidades.

/Fato

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Causa A Coordenadora da Unidade não promoveu gestões no sentido de aperfeiçoar os controles internos do processo de compras do Lanagro/PE, inclusive, permitindo a realização de dispensa sem a correta ampliação da pesquisa de preços, que, no caso de um planejamento de compras estruturado, deveria ter sido incluída na compra de material permanente mencionada pela Unidade em sua manifestação, por meio de um pregão eletrônico. Em função dos exames realizados, resta caracterizado que as inconsistências encontradas estão no âmbito das responsabilidades previstas no art. 16, incisos I, III, V, VIII, IX e X, do Anexo da Portaria MAPA nº 104/2006 (Regimento Interno), a seguir transcritos:

“Art. 16. Aos Coordenadores dos Laboratórios Nacionais Agropecuários incumbe:

I - planejar e coordenar a execução das atividades dos Laboratórios Nacionais;[...] III - elaborar normas complementares ao desenvolvimento das atividades laboratoriais para as unidades organizacionais hierarquicamente subordinadas; [...] V - emitir parecer técnico conclusivo sobre a celebração de convênio, ajuste, acordo, protocolo ou contrato, que envolvem matérias de competência, consoante normas específicas do órgão setorial; [...] VIII - praticar os atos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial relativos aos créditos orçamentários disponibilizados; IX - autorizar e homologar licitações, bem como ratificar dispensas e inexigibilidades de licitações; e X - praticar os demais atos de administração necessários ao cumprimento das competências dos Laboratórios Nacionais Agropecuários, observadas disposições da legislação pertinente. [...]”

us/C

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 0306/2016, de 22 de abril de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre o fato apontado: “No Pregão Eletrônico (PE) nº 48/2015 - aquisição de material permanente, homologado em 11/12/2015, não foi incluído este equipamento, tendo sido a necessidade de aquisição do mesmo materializada quando não mais viável a inclusão do mesmo no referido PE, nem tão pouco realização de novo PE. Ressalta-se que o local de instalação deste condicionador de ar Split é utilizado para frequentes reuniões de auditorias, em ambiente segregado / reservado necessário ao andamento de tais atividades. A dispensa de licitação – cotação eletrônica – foi realizada com a necessária agilidade em face do fechamento do exercício que se encontrava próximo. O início da mesma foi viabilizado em decorrência da disponibilização de recursos do PE acima citado.

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Quanto a ausência da declaração de cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal dentre os documentos de habilitação, de fato não houve a juntada da declaração, esta administração entende que a documentação exigida no art. 27 da Lei nº 8.666/93 não compete a contratação de fornecedor por meio de DISPENSA DE LICITAÇÃO, uma vez que a mesma não é modalidade de licitação por ser ela dispensável, ou seja, é um procedimento para realização por meio de compra direta e que a documentação a ser exigida será, obrigatoriamente a regularidade fiscal. Diante do exposto o procedimento será acrescentado ao Manual de Normas e Procedimentos sobre a atividade de gestão de Compras.”

ExfstcoUm/M

Análise do Controle Interno O gestor reconhece a pressa para realização da referida contratação. Informa, ainda, que a contratação não foi incluída num pregão anterior para aquisição de material permanente, fato que ampliaria a concorrência para esse tipo de produto (ar condicionado), fato que confirma as falhas no planejamento das compras da Unidade. Observe-se que os recursos dessa aquisição, na verdade, segundo o gestor, decorreram de recursos destinados ao Pregão Eletrônico nº 48/2015, daí a pressa para não se perder o restante dos recursos disponíveis, realizando-se assim uma dispensa isolada, com prejuízo à ampliação da pesquisa de preços e ao aumento da concorrência. Por fim, o gestor assevera que está em formulação um Manual de Normas e Procedimentos sobre a atividade de gestão de compras.

CIisa/A

Recomendações: Recomendação 1: Elaborar, formalmente, o planejamento anual de compras do Lanagro/PE, contemplando a participação dos Responsáveis Técnicos de cada laboratório da Rede Lanagro/PE quanto ao levantamento formal das necessidades materiais para a execução das atividades ao longo do exercício. 1.2.4.6 CONSTATAÇÃO Não atendimento ao Parecer da Consultoria Jurídica no Estado de Pernambuco. Fato O Processo Dispensa nº 21002.000162/2015-92 foi autuado em 14 de dezembro de 2015, no intuito de contratar serviço para transporte internacional de amostras biológicas, com aprovação pela Ordenadora de Despesa em 15 de dezembro de 2015. Foram acostados documentos acerca das pesquisas sobre serviços de transporte e cotação de preços, chegando-se no quadro demonstrativo de preços, baseado em três pesquisas no portal da transparência, com valores de R$ 4.355,00, R$ 4.951,75 e R$ 6.730,70, todos realizados pela Empresa World Courier, que conforme consta das pesquisas efetivadas seria a única a

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prestar os serviços dentro das necessidades técnicas exigidas pela Unidade, naquele momento. Ressalte-se que, dentre os documentos de habilitação, não foi localizada a declaração de cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal, nem a pesquisa no Sicaf. Essa pesquisa só foi efetivada no momento do pagamento em 1 de janeiro de 2016, estando a regularidade fiscal estadual com validade vencida (desde 9 de janeiro de 2016). Nas fls. 105/107, foi acostada aos autos Nota de Esclarecimento do Setor de Compras, com a caraterização do processo na situação de dispensa emergencial com base no inciso IV, do art. 24, da Lei nº 8.666/93, com a justificativa de escolha do prestador de serviço, bem como da justificativa de preço, não ficando claro como é que se chegou ao valor estimado de R$ 11.000,00. O processo foi encaminhado em 15 de dezembro de 2015 à Consultoria Jurídica no Estado de Pernambuco, com data limite de retorno no mesmo dia, conforme consta do Ofício 1281 – Coordenação – Lanagro/PE, de 15 de dezembro de 2015. A Consultoria Jurídica apresentou o Parecer nº 1365/2015/CJU-PE/CGU/AGU, de 17 de dezembro de 2015, aprovado pelo Despacho nº 3498/2015/CJU-PE/CGU/AGU, da mesma data, consignando ressalvas para o prosseguimento da referida dispensa emergencial, conforme se observa dos trechos a seguir transcritos (fls. 110/114): “8. Os autos sob análise não se encontram suficientemente instruídos com a documentação apta a demonstrar a concreta e efetiva potencialidade de dano, conforme exigido para a incidência do art. 24, IV, da Lei nº 8666/93. 9. Em suas manifestações, o Órgão Consulente defende a situação de emergência com mera alegações de eventuais prejuízos, mas não evidencia concreta e efetivamente a

potencialidade de dano que alegadamente ocorrerá caso a contratação não se efetive, nem, conforme apontado pelo TCU, que tal dano se mostra iminente e especialmente gravoso. 10. O Órgão Consulente fala que propriedades poderão permanecer interditadas indefinidamente, mas não documenta os autos sequer com o quantitativo de propriedades

a espera do diagnóstico, nem muito menos estima os prejuízos efetivamente sofridos em

decorrência da atividade econômica por ela desempenhada e diretamente atingida pela

delonga da análise. 11. Sustenta ainda que poderá ocorrer forte impacto econômico, afetando vários setores da economia, tais como agrícola, financeiro, imobiliário, comércio além de trazer sérios prejuízos ao agronegócio, mas não os quantifica, nem explicita qual a conexão direta entre

a urgência da remessa e a ocorrência dos prejuízos de que receia. 12. Não diz porque aguardo do tempo necessário a um regular procedimento licitatório

inviabilizaria o diagnóstico.

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13. Também defende que a não realização das análises poderá atingir proporções de grande vulto, podendo prejudicar as provas equestres dos jogos olímpicos que se avizinham, pois o mormo é uma doença de notificação obrigatória perante a OIE. 14. Ocorre que o que é relevante na hipótese não é a ausência da análise, mas o porquê

da imprescindibilidade de sua realização em tão pouco tempo. Por qual razão não se é

possível esperar um regular procedimento licitatório, destinado à escolha de empresa prestadoras do serviço de transporte. 15. A instrução processual sugere ser o fator tempo o determinante da emergência, mas os autos não explicam a razão da remessa não poder aguardar um certame, nem muito

menos se as regulamentações da OIE impõem procedimento semelhante, prazo específico,

amostragem determinada, etc. 16. Tais informações são imprescindíveis, mormente quando se constata que o Laboratório de Bacteriologia já previa o término dos antígenos desde 16 de novembro de

2015, pelo menos. 17. Não se sabe desde quando o Órgão Consulente foi cientificado do retardamento na produção de antígenos pelo Laboratório FLI da Alemanha, nem a razão pela qual já não adotou as providências necessárias à realização de um certame regular desde aquela data. 18. Não basta meramente alegar uma possível ocorrência de risco sem esclarecer em

que consiste, qual seu alcance, consequências e prejuízos passíveis de dele advirem. 19. Ante ao exposto, esta CJUPE entende que a documentação atualmente juntada aos autos não é suficiente para demonstrar, concreta e efetivamente a potencialidade do dano, nem indica dados que evidenciem a urgência para se evitar prejuízo irreparável. […] 33. Diante do expendido, a opinião dessa Consultoria Jurídica da União no Estado de Pernambuco é a de que:

33.1. A contratação direta emergencial exige demonstração concreta e efetiva da potencialidade de dano.

33.2. O prejuízo deverá ser irreparável, devendo-se demonstrar também que a contratação é a via adequada para eliminar o risco, restringindo-se ao mínimo necessário para afastar o risco de dano;

33.3. A documentação atualmente juntada aos autos não é suficiente para demonstrar, concreta e efetivamente a potencialidade do dano, nem indica dados que evidenciem a urgência para se evitar prejuízo irreparável, razão pela qual se recomenda ao Órgão Consulente que complemente a instrução com as informações que atendam aos requisitos mencionados, caso pretenda manter o enquadramento na hipótese do art. 24, IV, da Lei nº

8.666/93;

33.4. Os serviços passíveis de contratação são apenas os indispensáveis para evitar o risco de dano irreparável. Caso não o sejam, os quantitativos previstos no

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contrato a ser firmado deverão ser reduzidos apenas aos que atendam a esse requisito.

33.5. Caso exista alguma outra providência apta para garantir a integridade física dos beneficiados com a contratação enquanto se aguarda a finalização de regular processo licitatório, deve o Órgão Consulente adotá-la;

33.6. A discrepância encontrada: R$ 11.000,00, no valor estimado para o contrato que se propõe realizar, e a variação de R$ 6.730,70 a R$ 4.355,00, obtida nas pesquisas reclama esclarecimento complementar sobre as razões da diferença, notadamente se se deve a fatores variáveis como a quantitativo, peso, destino, tempo, exigências, etc, de modo a restar clara a compatibilidade do preço cobrado;

33.7. Deve o Órgão Consulente comunicar a dispensa à autoridade superior no prazo de 3 (três) dias, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição de eficácia do ato, conforme exige o art. 26, parágrafo único, da Lei nº

8.666/93;

33.8. A ausência de minuta de contrato indica a intenção do Órgão Consulente de substituíla por outros instrumentos hábeis, nos termos facultados pelo art. 62 da Lei nº 8.666/93. Caso não o seja, os autos deverão retornar com a minuta para a devida aprovação.

33.9. É dever do Órgão Consulente apurar se a situação emergencial foi gerada por falta de planejamento, desídia ou má gestão, promovendo-se, em caso positivo, a responsabilização do causador; e

33.10. Uma vez cumpridas as exigências do presente parecer, inexistirão óbices jurídicos à efetivação da contratação direta emergencial.” (Grifos no original)

Não constam dos autos a partir do referido parecer qualquer documentação que indique o cumprimento das ressalvas acima citadas. O processo seguiu com a publicação da dispensa no DOU em 18 de dezembro de 2015 e a emissão da nota de empenho estimativo na mesma data, no valor de R$ 11.000,00, com pedido de acréscimo de 25%, em virtude de variação cambial, feito pelo Serviço de Apoio Administrativo também em 18/12/2015. Posteriormente, os saldos dos empenhos foram cancelados e o pagamento dos serviços foi efetivado, no valor de R$ 10.918,13, em 14 de janeiro de 2016. Inclusive, deve-se registrar, apesar da operacionalização da liquidação da despesa no Siafi, que não consta nos autos o atesto da Unidade indicando a plena realização do serviço, na conformidade do que foi contratado.

/Fato

Causa

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A Coordenadora da Unidade, em razão de falhas no planejamento organizacional, inclusive em relação aos órgãos superiores (CGAL), da proximidade do encerramento orçamentário do exercício, bem como em virtude da ausência de normativos regulando os procedimentos internos dos processos de compra, deixou de atender às ressalvas de sua Consultoria Jurídica em dispensa emergencial para contratação de transporte internacional de amostras. Em função dos exames realizados, resta caracterizado que as inconsistências encontradas estão no âmbito das responsabilidades previstas no art. 16, incisos I, III, V, VIII, IX e X, do Anexo da Portaria MAPA nº 104/2006 (Regimento Interno), a seguir transcritos:

“Art. 16. Aos Coordenadores dos Laboratórios Nacionais Agropecuários incumbe:

I - planejar e coordenar a execução das atividades dos Laboratórios Nacionais;[...] III - elaborar normas complementares ao desenvolvimento das atividades laboratoriais para as unidades organizacionais hierarquicamente subordinadas; [...] V - emitir parecer técnico conclusivo sobre a celebração de convênio, ajuste, acordo, protocolo ou contrato, que envolvem matérias de competência, consoante normas específicas do órgão setorial; [...] VIII - praticar os atos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial relativos aos créditos orçamentários disponibilizados; IX - autorizar e homologar licitações, bem como ratificar dispensas e inexigibilidades de licitações; e X - praticar os demais atos de administração necessários ao cumprimento das competências dos Laboratórios Nacionais Agropecuários, observadas disposições da legislação pertinente. [...]”

us/C

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 0306/2016, de 22 de abril de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre o fato apontado: “Este processo retornou da Consultoria Jurídica no dia 17/12/2015, data prévia ao encerramento do exercício no dia 18/12/2015 (portaria nº 572 de 11 de dezembro de 2015) ANEXO I. A UPC não vislumbrava a continuação do mesmo. Entretanto, foi prorrogada a vigência do encerramento do ano para 31/12/2015 (portaria nº 599 de 18 de dezembro) ANEXO II. Diante deste novo quadro, a grande demanda passou a ser atender ao envio das amostras, o que de fato foi levado a cabo, e esta UPC efetivamente culminou por não proceder ao atendimento às solicitações da consultoria jurídica. Quanto a ausência da declaração de cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal dentre os documentos de habilitação, de fato não houve a juntada da mesma. Quanto à pesquisa do SICAF. Era entendimento desta administração que a documentação exigida no art. 27 da Lei nº 8.666/93 não competiria a contratações de fornecedores por meio de DISPENSA DE LICITAÇÃO, uma vez que a mesma não é modalidade de licitação por ser ela dispensável, ou seja, por meio de compra direta. A documentação a ser exigida

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seria, obrigatoriamente, a regularidade fiscal. Documentação esta – certidões de regularidade – foram apresentadas às fls. 92 a 102 do referido processo. Doravante, como oportunidade de melhoria, além da implementação de mecanismos de controle durante os processos para evitar que tais situações se repitam, esta UPC pretende adotar a pesquisa SICAF igualmente em processos de dispensa de licitação. Quanto ao que foi discorrido sobre o momento do pagamento, considera-se que assim como dispõe o Art. 193 da Lei 5.172/1966 (Código Tributário Nacional), a quitação dos tributos deve ser exigida à Fazenda Pública interessada, relativa à atividade em cujo exercício contrata ou concorre. No caso em questão, o serviço prestado pela World Corrier corresponde a transporte internacional de amostras biológicas, o qual é isento de Impostos Federais, segundo IN SRF 480/04 Art. 3º Inciso XIV e também isento de PIS, COFINS e CSLL, segundo IN SRF 475/04 Art. 3º Inciso I. Sendo assim, a regularidade fiscal federal é suficiente para o pagamento, não havendo dispositivo legal que exija desdobramento da regularidade fiscal para os âmbitos estadual e municipal no ato do pagamento em casos como este, em que não há incidência de impostos estaduais e municipais. Quanto à definição do valor estimado: esta UPC realizou consulta a outros dois órgãos oficiais – Instituto Evandro Chagas – Belém/PA, do Ministério da Saúde e Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, que haviam contratado tal serviço à mesma empresa (fls. 75 a 81) para a comprovação da razoabilidade do preço praticado. Entretanto até a conclusão do processo não foi recebida resposta. Foram solicitados ainda, a outras empresas de remessa expressa, orçamentos para tal serviço, como a empresa CSW Express (CNPJ 58.644.329/0001-75), Halley Brasil (CNPJ 02.425.330/0001-54), DreamLog (CNPJ 40.260.895/0001-18), Messenger Express (CNPJ 01.609.050/0001-33), Phoenix Ltda. (CNPJ 68.981.398/0001-21) – fls. 59 a 73. Na sua totalidade, as empresas que responderam declararam (sic) não realizar o serviço de monitoramento da temperatura durante a remessa, conforme descrito na demanda técnica desta UPC. A proposta apresentada pela empresa contratada foi de R$ 9.949,57 (nove mil, novecentos e quarenta e nove reais e cinquenta e sete centavos). Na mesma, o fornecedor informa sobre possível variação do valor, referente a taxas de internalização. A UPC julgou prudente estimar valor a maior para não haver insucesso com relação ao limite para executar o devido pagamento. Com relação à tempestividade da contratação, informamos que o Lanagro-PE não possui autonomia para transferência de amostras sob sua guarda destinadas a análises oficiais. Esta depende de anuência do órgão central – CGAL. O documento que demanda esta ação é datado somente de 02/12/2015 – Mem. nº 312/2015/CGAL/SDA/MAPA, constante às fls. 04 do processo. Os riscos da não realização do serviço demandado no processo em tela estão relacionados à potencialidade do dano caso a contratação não se efetivasse. Desta forma, vale ressaltar que além dos danos da não realização de tais análises à época citados na justificativa técnica constante às fls. 05 do processo, havia ameaças de iminente judicialização de demandas, como pode ser exemplificado por meio de processos administrativos demandados por proprietários como a Agropecuária Maripá, empresa que possui propriedades em unidades diversas da Federação, e de grande participação no agronegócio de

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equideocultura no país. A mesma emitiu o documento constante no processo registrado sob o número 70500.015304/2015-39/SIGED/MAPA – ANEXO III, e pelo Caxangá Golf Clube – processo administrativo número 21036.001512/2015-41 ANEXO IV. Amostras destes proprietários encontravam-se igualmente na remessa em questão. Ao risco de demandas judiciais contra a União, soma-se à gravidade do fato: o não atendimento ao diagnóstico de mormo, zoonose que pode afetar o homem de forma grave, podendo mesmo levar a óbito. O mormo tem ainda sua notificação obrigatória e imediata, segundo as diretrizes da Organização Mundial para a Saúde Animal – OIE. O país poderia ser questionado pela demora do diagnóstico de doença de notificação imediata, que implica em barreiras sanitárias, proibindo a comercialização de equídeos para outros países. Vale ressaltar que o Brasil possui um dos maiores rebanhos de equídeos do mundo. Lembramos ainda que esta UPC não necessitou pagar pelas análises, mas tão somente pela remessa das mesmas. Ainda: em face do aumento da demanda de tal atividade, em breve será viabilizado processo para contratação de serviços de frete internacional para remessas de amostras biológicas com monitoramento de temperatura durante o trânsito. O impacto da situação do mormo no país foi trazido à tona por uma audiência realizada no Senado Federal em fevereiro de 2016, e este laboratório foi convocado para participar da equipe de apoio do MAPA (ANEXO V). O ato de haver remetido as amostras pendentes ao laboratório de referência FLI demonstrou, à época, responsabilidade e comprometimento do Lanagro/PE com a saúde pública do país, minimizando impactos negativos e fazendo frente a interesses econômicos que não podem sobrepujar as ações sanitárias necessárias à manutenção da posição brasileira no cenário internacional do agronegócio.”

ExfstcoUm/M

Análise do Controle Interno O gestor reconhece em sua manifestação que não atendeu ao parecer da AGU. A Consultoria Jurídica, prestada pela AGU, é o órgão jurídico competente para avaliar e dirimir dúvidas jurídicas da UPC em seus processos administrativos de compras. O Parecer nº 1365/2015/CJUPE/CGU/AGU, de 17 de dezembro de 2015 avaliou o processo e enumerou uma série de ressalvas sobre sua instrução e sua fundamentação, que não poderiam ser olvidadas pelo gestor. A alegada urgência apresentada pelo gestor, na verdade, não se comprova, em face da possibilidade de remessa das amostras em prazo anterior, caso as ações entre a CGAL e o Lanagro/PE estivessem ocorrendo de forma articulada e sintonizada. A urgência criada pela própria Administração não pode ser motivo para descumprimento das regras administrativas. As explicações posteriores do gestor não elidem o fato de inobservância das ressalvas da Consultoria Jurídica no momento oportuno.

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Sobre a situação fiscal da empresa, é dever do gestor observar a regularidade fiscal do contratado, sendo o Sicaf um dos instrumentos para tal consulta, não sendo este, entretanto, o objeto desta constatação. Os riscos descritos e a potencialidade dos danos estão dentro da observação já feita sobre a demora do gestor em agir, diante de uma situação que já se conhecia, não cabendo à Administração justificar dispensas emergenciais com a mora criada por sua própria atuação, ou pela atuação desarticulada com seus órgãos superiores. Observe-se que a possibilidade de judicialização citada na manifestação diz respeito a questionamentos feitos por particulares aos exames realizados pelo Lanagro/PE sobre a doença mormo e sobre a confiabilidade desses exames. Consultando os documentos acostados, observa-se que existem requerimentos administrativos e recursos ao MAPA desses particulares, desde os meses de agosto e setembro/2015. Assim, porque só em dezembro/2015 resolveu-se remeter essas amostras para análises em laboratório internacional? Sobre os valores estimados, em face da velocidade da contratação, verifica-se que a formação de preço foi incompleta, inclusive, com estimativa final de R$ 11.000,00, baseada na suposição de futuras taxas. Diante do exposto, observa-se que as questões apresentadas pelo gestor não foram apresentadas no momento oportuno da contratação e, ainda, continuam insubsistentes do ponto de vista de justificar a dispensa emergencial realizada, que deve ser um remédio excepcionalíssimo e deveras justificado, no dia a dia do gestor público.

CIisa/A

Recomendações: Recomendação 1: Implementar instrumento padronizado de registro específico, assinado pelo Coordenador da Unidade, após qualquer consulta encaminhada à Consultoria Jurídica da AGU nos processos de compra da Unidade, informando o cumprimento ou não das recomendações e ressalvas contidas no parecer jurídico apresentado. 1.2.4.7 INFORMAÇÃO Ausência no Projeto Básico da relação dos serviços e dos materiais considerados relevantes, para execução do contrato, em dispensa de licitação. Fato O Processo de Dispensa de Licitação nº 21002.000088/2015-12 refere-se à contratação de empresa para execução de serviço comum de engenharia para adequação de sala instrumental III do RES/COR. A Unidade indicou na planilha orçamentária o código da Tabela Sinapi e em 5 itens informou composição/cotação de preços, estimando a contratação da obra em R$ 7.966,31.

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Foram solicitados orçamentos em nove empresas por e-mail, constando dos autos a resposta de três empresas, sendo que duas apresentaram orçamentos acima dos preços da Tabela SINAPI, nos valores de R$ 14.992,51 e 12.365,59, respectivamente, Empresa GT Engenharia Ltda (Eletroline Serviços Técnicos), CNPJ nº. 01.061.128/0001-28, e Empresa BCN Engenharia, CNPJ nº. 05.455.119/0001-72. Apenas a Empresa Sales e Sales Construções Ltda, CNPJ 20.852.652/0001-61, apresentou proposta dentro do valor orçado pela Unidade, perfazendo um total de R$ 7.305,42. Segundo o relatório sobre o processo da Chefe de Serviço, as duas empresas com preços acima da planilha orçamentária da unidade não modificaram suas propostas após a tentativa de negociação, restando habilitada apenas a Empresa Sales e Sales Construções Ltda., citando, ainda, a Orientação Normativa AGU nº 46/2014, para justificar o não encaminhamento do processo à Consultoria Jurídica da Unidade. Após a análise do Chefe de Serviço de Apoio Administrativo, o processo foi remetido para aprovação da Ordenadora de Despesa da Unidade. O contrato foi assinado em 21 de setembro de 2015, com a assinatura de apenas uma testemunha. Observando-se o Projeto Básico, aprovado para a presente contratação direta, não foi localizada a relação dos serviços e dos materiais considerados relevantes para execução do serviço. Também não foi localizado no referido projeto um modelo no qual constassem campos para preenchimento das marcas e dos modelos dos materiais ofertados pelas empresas proponentes, para fins de auxiliar a fiscalização da execução contratual. Ademais, o longo do processo, não foi evidenciada análise detalhada sobre a documentação de qualificação técnica da empresa, nem a designação de equipe de apoio, para análise do acervo técnico apresentado pela contratada. De acordo com a Auditoria Anual de Contas do exercício 2014, realizada pela CGU, por meio do Relatório de Auditoria nº 201503724, em caso de obras, ficou constatado e recomendado ao gestor da Unidade o seguinte: “Constatação 1.1.2.2.: Inexecução do objeto do Processo Licitatório nº 21002.000101/2014-44, decorrente de falhas no julgamento das propostas. Recomendação: Nos casos de editais relativos a obras e serviços de engenharia, a equipe técnica deverá definir qual a relação dos materiais que considera relevante para execução do serviço, incluindo um modelo no edital onde conste campos para preenchimento das marcas e dos modelos ofertados pelos licitantes para fins de auxiliar a fiscalização da execução contratual.” A citada recomendação está sendo monitorada pelo Plano de Providências Permanente (PPP) da Unidade, ainda não tendo sido atendida.

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Apesar dessa situação, consta no processo de execução contratual, volume anexo ao Processo nº 21002.000088/2015-12, o atesto da realização dos serviços, a partir da aprovação da medição apresentada pela empresa, e o pagamento da Nota Fiscal, em 20 de novembro de 2015. Por meio do Ofício nº 0320/2016, de 28 de abril de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre o fato apontado: “Com referência ao processo de dispensa de licitação para execução de serviço comum de engenharia para adequação de sala instrumental III RESCOR, informamos que de fato houve apenas assinatura de uma testemunha, por um lapso do setor responsável. Com a elaboração e implementação dos procedimentos da área administrativa serão elaborados chek lists para mitigar a ocorrência de tais inobservâncias. Segundo informações do Engenheiro Civil, L. F. A. (nome omitido), responsável pela elaboração do projeto básico, o serviço comum de engenharia contempla itens comuns com possibilidades de substituição por outros de mesmo padrão, por meio de especificações de mercado. Portanto, o entendimento foi não ser imperiosa a inclusão da relação de serviços/materiais considerados relevantes. Com referência à qualificação técnica da empresa, foram apensadas ao processo certidões de acervo técnico e atestados de capacidade técnica nas folhas nº 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96 e 97, respectivamente. Sobre este contexto encaminhamos ANEXO I com parecer do Engenheiro civil do MAPA e Instrução de Trabalho “Aquisição de Serviços e Obras de Engenharia”.” No citado Anexo I, consta o parecer do engenheiro civil da Unidade, nos seguintes termos: “1 – Após o levantamento do custo global para serviços de adequação da Sala Instrumental III do RES-COR, através da planilha orçamentária usando como prioridade a tabela SINAPI como manda a lei, verificou-se que o valor se enquadrava como uma Dispensa de Licitação e as atividades seriam de grande interesse para administração tornando-se de uma reparação imprescindível para que o ambiente atenda as exigências contidas na Nota Técnica (fl. 07) do processo 21002.000088/2015-12 enquadrando as mesmas como “serviço

comum de engenharia”. Consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado. O conceito legal é insuficiente, visto que, a rigor, todos os bens licitados devem ser objetivamente definidos, em descrição sucinta e clara (Lei 8.666/93, art. 40, I). O que caracteriza os bens e serviços comuns é sua padronização, ou

seja, a possibilidade de substituição de uns por outros com o mesmo padrão de qualidade

e eficiência isto afasta desde logo obras de engenharia, bem como todos aqueles que devam ser objeto de licitação nas modalidades melhor técnica ou de técnica e preço. A “Dispensa de Licitação” de acordo com o art. 22º da Lei 8.666/93 não é uma modalidade de licitação tendo este setor de engenharia a preocupação em inspecionar os serviços de maior relevância que foi o de Revestimento e Impermeabilização que originou a necessidade da execução desses serviços de reparação do ambiente mesmo sendo bastante discutido para se optar por uma argamassa polimérica e cerâmica para revestimento das paredes no qual

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foi colocado em questão a qualidade do material, conforme fotografia, e aprovado por todos deste setor de engenharia/LANAGRO-PE antes da aplicação dos mesmos. No processo 210000088/2015-12, nas folhas nº. 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92 e 93 constam certidões de acervo técnico e nas folhas de nº. 94, 95, 96 e 97 constam atestados de capacidade técnica, portanto, mesmo se tratando de uma Dispensa de licitação, com valores aonde as mesma não demonstram interesse em participar do certame, com o tipo de serviço considerado comum, tivemos a preocupação de constatar “in loco” serviços semelhantes que a vencedora do certame já tinha executados em suas atividades no qual aplicou os preços unitários aquém dos cotados na tabela SINAPI e que nas composições que não contam na tabela foram feitos pesquisas de mercado compondo os custos com os insumos existentes na citada tabela, obedecendo a mesma filosofia da confecção, ou seja, aplicando a mediana dos preços unitários. Outrossim, informamos que conforme solicitação de auditoria do exercício 2014, foi inserido a partir de 11/2015 no edital padrão para todas as licitações referente a obras e

Serviços de Engenharia formulário para preenchimento dos concorrentes de marcas e modelos de materiais de maior relevância onde já consta na Instrução de Trabalho (IT

ADM/ENG 4.6.0001-G), deste Lanagro/PE” (Grifos no original). Ao gestor público cabe o dever de cautela e prudência, como decorrência do princípio da legalidade, especialmente, em processos de dispensa de licitação. Dito isso, as dispensas para serviço comum de engenharia de menor valor devem ser cercadas de cuidados, para se evitar inexecução do contrato por deficiência técnica e/ou financeira da contratada. O gestor, com base nas razões trazidas pelo seu corpo técnico, alega que adotou as cautelas de verificação do item de maior relevância, entretanto, tais controles não foram evidenciados nos autos do processo. Conforme visto, de fato existem documentos referentes ao acervo técnico, mas não consta análise nos autos sobre essa documentação, alegando o gestor se tratar de um procedimento de dispensa de licitação, com valor diminuto, sem atrativo para as empresas, tendo informado, ainda, que constatou in loco serviços semelhantes já executados pela empresa, cotados abaixo da tabela SINAPI, apesar da falta de registro dessas diligências nos autos. A Unidade informa a utilização da mediana do SINAPI para o referencial de preços e, ao final, informa que para atendimento da recomendação ainda pendente, referente ao exercício 2014, promoveu, em 18 de março de 2016, a revisão da IT ADM/ENG 4.6.001, emitida em 29 de setembro de 2015, para inclusão do modelo de formulário para preenchimento das marcas e modelos de materiais de maior relevância nos próximos editais.

Portanto, diante dos argumentos técnicos apresentados pela Unidade e da existência de recomendação pendente para situação análoga, não se faz necessária a emissão de nova recomendação à Unidade, sendo que a situação identificada deve ser acompanhada pela recomendação em vigor no Plano de Providências Permanente, inclusive, para se verificar se de fato haverá alteração dos próximos editais de obras e serviços de engenharia, nos

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termos da IT ADM/ENG 4.6.001, particularmente, no que se refere à definição da relação dos materiais que a Unidade considera relevante para execução do serviço, incluindo-se um modelo no projeto básico onde conste campos para preenchimento das marcas e dos modelos ofertados pelos proponentes para fins de auxiliar a fiscalização da execução contratual.

/Fato

1.2.4.8 CONSTATAÇÃO Inconsistências na análise das propostas apresentadas em dispensa emergencial de licitação e falta de análise da capacidade técnica e econômico-financeira da empresa a ser contratada. Fato O Processo de Dispensa de Licitação nº 21002.000156/2015-35 foi autuado em 27 de novembro de 2015, com base no inciso IV, artigo 24, da Lei nº 8.666/93, referente à contratação emergencial de empresa para prestação de serviços continuados de limpeza e conservação e contratação de jardineiro, com fornecimento de materiais e equipamentos. A autorização do processo vem acompanhada do despacho de 27 de novembro de 2015, da fiscal do contrato nº 28/2014, de prestação de serviços continuados de limpeza e conservação, então em vigor, firmado com a Empresa Única Serviços Terceirizados Ltda., em 5 de dezembro de 2014. Segundo a fiscal do contrato, a empresa citada, ao longo de toda a vigência do contrato (exercício de 2015), não atendeu às cláusulas contratuais referentes às obrigações trabalhistas, ao pagamento mensal dos salários dentro do prazo estabelecido, à entrega de material de consumo mensal dentro do prazo, também não substituindo a encarregada e a preposta que pediram desligamento, não atendendo aos questionamentos do Lanagro/PE, entre outras situações. A situação se agravou em outubro/2015, quando a empresa não pagou os salários dos funcionários, o mesmo ocorrendo em novembro/2015, agravado, neste último mês, pelo fato da empresa também não ter entregue os materiais essenciais à realização dos serviços, tendo a Unidade que arcar com a compra emergencial desses produtos para não comprometer a execução dos serviços essenciais de limpeza e conservação. Por fim, a fiscal informa que durante a vigência do contrato a empresa em questão recebeu onze notificações, uma multa e encontrava-se respondendo um processo administrativo para suspensão de licitar e impedimento de contratar com o Lanagro/PE pelo prazo de até dois anos, e que tinha se tornado inviável a renovação do referido contrato. O Pedido de Execução de Serviço n° 137/2015 veio com uma proposta de contratação de quatro meses, baseado na Nota Técnica do Serviço de Apoio Administrativo, datada de 27 de novembro de 2015, que corroborou e detalhou os fatos já narrados pela fiscal do contrato, acrescentando que o pregão eletrônico autuado em 21 de agosto de 2015, cujo edital foi publicado em 19 de outubro de 2015, tendo sido aberto em 29 de outubro de 2015, em virtude da interposição de recursos e desclassificações de licitantes, não teria condições de ser

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finalizado até o prazo limite para emissão de empenho no exercício de 2015, não sendo possível que a nova contratação fosse efetuada em tempo hábil. O projeto básico foi aprovado pela Ordenadora de Despesa da Unidade e, em seguida, foram anexados aos autos a evidência do pregão eletrônico então em curso, a planilha orçamentária da Unidade, as solicitações e negociações de orçamento, os orçamentos de duas empresas e o orçamento e documentação da empresa vencedora, ressaltando-se o Sicaf com regularidade fiscal federal, estadual e municipal com validades vencidas. Sobre o preço estimado pela Administração, deve-se registrar a ausência nos autos do comparativo entre o preço em vigor na contratação motivadora da presente dispensa emergencial, o preço estimado no pregão eletrônico em andamento e o preço estimado nesta dispensa (R$ 96.159,33). No quadro comparativo das três propostas formuladas, tem-se como vencedora a Empresa Unilimp Empreendimentos e Serviços Ltda, CNPJ 10.468.268/0001-06, com o valor mensal de R$ 97.525,82, perfazendo um valor total para quatro meses de R$ 390.103,28, inclusive, maior do que o valor projetado pela Administração, tendo sido o contrato firmado em 7 de dezembro de 2015, sem assinatura das duas testemunhas. Em relação à seleção da proposta mais vantajosa, não foi localizada nos autos a análise detalhada das planilhas de preço ofertadas pelos proponentes. Observe-se que a planilha para contratação de serviços continuados com cessão de mão de obra é complexa, com percentuais, salários baseados em convenção coletiva de trabalho, planilha de encargos sociais e trabalhistas, inclusive, provisionamentos, preços de insumos diversos, entre outros itens, que precisam ser conferidos um a um e exigem, da equipe responsável, uma grande atenção no momento de verificar se as propostas apresentadas cumprem com todos os requisitos legais e com as exigências constantes na planilha orçamentária da Unidade, inclusive, porque qualquer análise sobre alteração do valor contratual é baseada nessa planilha. Observe-se que a cotação de preços para a dispensa emergencial não se resume a obter a proposta de preços, mas também em verificar se ela é válida e pertinente, dentro dos parâmetros legais e administrativos, impostos pela Unidade. A Unidade restringiu-se a analisar o preço final apresentado por cada um dos três proponentes, sem atentar para os itens que compõem as planilhas apresentadas, conforme se verifica do quadro de comparação de preços da fl. 223, inclusive, sem verificar se as empresas apresentaram propostas de acordo com a convenção coletiva da categoria, em particular, com os salários dos profissionais envolvidos na contratação. De outro lado, também não foram localizadas análises sobre a capacidade técnica da empresa contratada, bem como sobre sua situação econômico-financeira. Note-se que tais aspectos deveriam ter sido apreciados com maior atenção pela administração, haja vista o fato motivador da presente dispensa emergencial ser justamente a incapacidade financeira da empresa prestadora de serviços.

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Diante do exposto, não se verificou nos autos registros da análise detalhada das planilhas de preço das propostas apresentadas, no intuito de asseverar sua conformidade e obediência ao projeto básico e aos diversos itens previstos na planilha orçamentária da Unidade, nem também foram localizados registros com análises a respeito da capacidade técnica e econômico-financeira da empresa a ser contratada.

/Fato

Causa A Coordenadora da Unidade não adotou providências para padronizar os procedimentos internos do processo de compras, em especial, quanto às análises das propostas de preços e da documentação de habilitação das empresas. Em função dos exames realizados, resta caracterizado que as inconsistências encontradas estão no âmbito das responsabilidades previstas no art. 16, incisos I, III, V, VIII, IX e X, do Anexo da Portaria MAPA nº 104/2006 (Regimento Interno), a seguir transcritos:

“Art. 16. Aos Coordenadores dos Laboratórios Nacionais Agropecuários incumbe:

I - planejar e coordenar a execução das atividades dos Laboratórios Nacionais;[...] III - elaborar normas complementares ao desenvolvimento das atividades laboratoriais para as unidades organizacionais hierarquicamente subordinadas; [...] V - emitir parecer técnico conclusivo sobre a celebração de convênio, ajuste, acordo, protocolo ou contrato, que envolvem matérias de competência, consoante normas específicas do órgão setorial; [...] VIII - praticar os atos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial relativos aos créditos orçamentários disponibilizados; IX - autorizar e homologar licitações, bem como ratificar dispensas e inexigibilidades de licitações; e X - praticar os demais atos de administração necessários ao cumprimento das competências dos Laboratórios Nacionais Agropecuários, observadas disposições da legislação pertinente. [...]”

us/C

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 0320/2016, de 28 de abril de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre o fato apontado: “A solicitação de auditoria alerta que o Sicaf anexado aos autos encontra-se com a regularidade fiscal federal, estadual e municipal com validades vencidas. Entretanto, foram juntados aos autos os documentos que comprovam a regularidade fiscal federal (fl.197), estadual (fl.208) e municipal (fl.209) da empresa contratada. Da Pesquisa de Preço. A auditoria assevera que “a unidade restringiu-se a analisar o preço final apresentado por cada um dos 3 proponentes, sem atentar para os itens que compõem as planilhas, inclusive

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sem verificar se as empresas apresentaram propostas de acordo com a convenção coletiva da categoria.” Apontou, ainda, que a proposta vencedora é maior que o valor projetado pela administração nas fls. 51/61. Em relação à pesquisa de preço, foi juntada cotação com 3 fornecedores do ramo (fls. 98 a 109; fls. 121 a 132; e fls. 160 a 172). Sobre o tema, o Tribunal de Contas já afirmou que: “a jurisprudência do TCU é no sentido de que antes da fase externa da licitação há que se fazer pesquisa de preço para que se obtenha, no mínimo, três orçamentos de fornecedores

distintos (Acórdão nº 4.013/2008-TCU-Plenário, Acórdão nº 1.547/2007-TCU-Plenário)” Vale ressaltar que, conforme pode ser observado nas fls. 63 a 77, foram solicitados orçamentos a diversas empresas, contudo, diante da brevidade da contratação, apenas 3 fornecedores enviaram resposta. Por seu turno, cumpre esclarecer que este LANAGRO/PE realiza a análise dos itens individuais que compõem a planilha de custos, razão pela qual há a existência da planilha simulada nas fls. 52 a 61. Esta planilha serve como parâmetros para embasar a exequibilidade das propostas solicitadas. Outrossim, se verificarmos detidamente, o ANEXO II-A da proposta da empresa vencedora — planilha responsável pela formação de custos dos gastos com encargos trabalhistas, remuneração, benefícios, etc — apresenta valores maiores que os projetados por esta UPC, sendo 74,16% de encargos sociais e trabalhistas da contratada, contra 73,31% da simulada, bem como valores finais de 3.143,83 e 2.353,34, contra 3.099,78 e 2.290,22. A respeito, trilhamos o caminho do Acórdão TCU nº 963/2004 – Plenário: (...) 52. Inicialmente, cabe esclarecer que alguns dos elementos integrantes da planilha de custos são variáveis, e dependem da característica e estrutura de custos de cada organização. Outros são decorrentes de lei ou acordos coletivos, sendo responsabilidade da licitante informá-los corretamente. Caso a planilha apresentada pelo licitante esteja dissonante do previsto em lei, e ainda assim, for considerada exequível e aceita pela Administração, caberá ao licitante suportar o ônus do seu erro. (...) Voto do Ministro Relator (...) 6. Sobre a desnecessidade de detalhamento dos itens que compõem os encargos sociais e

trabalhistas na planilha de preços utilizada como modelo no edital, penso que a presumida

omissão não traz problemas para o órgão contratante, pois, segundo explicado pela

unidade técnica, o contratado é obrigado a arcar com as consequências das imprecisões

na composição dos seus custos.” Portanto, com base nos valores planejados na simulação e na possibilidade de variabilidade dos preços, entendemos que as provisões contidas nas planilhas de custos foram suficientes para arcar com as despesas da convenção coletiva da categoria, em particular, com os salários e benefícios dos profissionais envolvidos na contratação.

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A propósito, conforme anteriormente mencionado, a utilização da planilha de simulação serviu para embasar a aceitação da proposta e não para servir como preço de referência. Todavia, mesmo com sua inclusão como um dos valores de referência, a proposta aceita ainda estaria na média dos preços obtidos, conforme preconiza o art. 2, §2º da INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 5, DE 27 DE JUNHO DE 2014. Logo, para aceitação da proposta, foi utilizada a metodologia de pesquisa de preço com fornecedores disciplinada pela art. 2, IV da IN 5/2014, bem como foi utilizada a planilha simulada do LANAGRO/PE para análise dos elementos individuais da proposta. Da Capacidade Técnica e econômico-financeira da Contratada Por fim, a solicitação de auditoria apontou a ausência de análise da capacidade técnica e econômico-financeira da contratada, sobretudo pelo fato de que o motivo da dispensa emergencial é a incapacidade financeira da empresa prestadora de serviços. Segundo a Lei nº 8.666, de 21 de julho de 1993: A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a: II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; Para tanto, a contratante forneceu nove atestados de capacidade técnica (fls. 185 a 193). Quanto à capacidade econômico-financeira, a empresa vencedora anexou balanço patrimonial (fls.179 a 182), análise econômico financeira (fls. 183 a 184) e certidão estadual de falência e/ou recuperação judicial (fl. 210), inclusive com notáveis índices de Liquidez Corrente, Liquidez Geral e Solvência Geral de 15,40. Deste modo, diante do claro preenchimento dos requisitos do art. 30 e 31 da lei 8.666, consideramos, SMJ, adequada a habilitação da contratada.” (Grifos no original)

ExfstcoUm/M

Análise do Controle Interno Os argumentos apresentados pela Unidade não prosperam. Para se verificar a exequibilidade e a adequação de uma planilha proponente em relação a uma planilha simulada de preços da Administração precisa ser feita uma análise comparativa, que não foi feita pela Unidade. De outro modo, o presente caso tratava-se de uma dispensa emergencial, gerada por uma empresa que causou diversos problemas à Unidade por inexecução do contrato e falta de capacidade financeira, portanto, por dever de cautela, deveria a Unidade ter aprimorado sua avaliação ao julgar a proposta vencedora. Sobre a jurisprudência do TCU citada, trata-se de situação em que “a planilha apresentada pelo licitante esteja dissonante do previsto em lei, e ainda assim, for considerada exequível e aceita pela Administração”, caso em que “caberá ao licitante suportar o ônus do seu erro”.

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Novamente, repita-se, não foi localizada a análise da Unidade em que se demonstrou serem exequíveis as propostas apresentadas. Em relação à imprecisão dos itens que compõem as planilhas de custo das empresas, a parte destacada na decisão invocada (AC TCU 963/2004-P) não se refere à parte dispositiva do acórdão que, ao final, assim decidiu: “9.2 - determinar à CGLOG/MP que se abstenha de prefixar preços e salários mínimos nos editais de licitação, em face do disposto no inciso X do art. 40 da Lei nº 8.666/93 e para assegurar a competitividade do certame e a contratação da proposta mais vantajosa, sem prejuízo da verificação de sua exequibilidade;” Ou seja, observe-se, mesmo se tratando de uma decisão de quase 12 anos, que o TCU já ratificava sua preocupação com a exequibilidade das propostas, fato que precisa ser analisado com detalhes, ou então, se terá apenas a suposição de que são propostas exequíveis. Sobre essa questão, deve-se registrar a seguinte indagação: gostaria a Unidade de arcar com o ônus de contratar emergencialmente uma empresa que, novamente, também não cumprisse as cláusulas contratuais? Analisar a capacidade técnica e financeira não é simplesmente observar a juntada formal de tais documentos à proposta vencedora. Analisar tais documentos é verificar se de fato a empresa tem acervo técnico-operacional para o que se está contratando, dentro das regras do projeto básico, bem como verificar se os índices financeiros considerados “notáveis” pela Unidade, de fato são “notáveis” e se estão corretos, mediante a verificação da documentação contábil apresentada na proposta. Consignar essas análises ao processo demonstra o dever de zelo do administrador e de sua equipe, e deve ser internalizado na Unidade, de forma que as consequências advindas da contratação não possam ser atribuídas à falta de acuidade no momento de análise documental, anterior à contratação. Diante do exposto, não se verificou nos autos registros da análise detalhada das planilhas de preço das propostas apresentadas, no intuito de asseverar sua conformidade e obediência ao projeto básico e aos diversos itens previstos na planilha orçamentária da Unidade, nem também foram localizados registros com análises a respeito da capacidade técnica e econômico-financeira da empresa contratada.

CIisa/A

Recomendações: Recomendação 1: Estabelecer procedimento interno para análise das propostas de fornecedores, em qualquer modalidade de contratação, bem como da documentação de habilitação, contemplando a obrigatoriedade de registro de parecer detalhado da área técnica responsável, comparando as propostas de preço com o que foi especificado no orçamento base da Unidade, além de detalhada análise sobre a documentação fiscal, jurídica e sobre a capacidade técnica e econômico-financeira da empresa a ser contratada, registrando tais exames nos autos dos processos, de forma a mitigar os riscos de prejuízos ao Erário Público, com contratações inadequadas e ineficientes.

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1.2.5 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO

1.2.5.1 INFORMAÇÃO Processos Licitatórios. Fato No exercício de 2015, segundo informações prestadas pela Unidade durante os trabalhos de campo da Equipe de Auditoria, o Lanagro/PE realizou 49 processos licitatórios: 48 contratações por pregão eletrônico e uma contratação por convite. O montante envolvido contratado no exercício foi de R$ 4.124.569,49.

Tabela 18 – Valores contratados por modalidade licitatória

Modalidade licitatória Quantidade de processos Valor contratado (R$)

Pregão eletrônico 48 4.020.513,31

Convite 1 104.056,18

Total 49 4.124.569,49 Fonte: Planilhas de controle de processos de compra apresentadas pela Unidade durante os trabalhos de campo, encaminhadas por meio do Ofício nº 0271/2016-LANAGRO/PE, de 6 de abril de 2016. Existe uma divergência com os números trazidos no Relatório de Gestão, onde consta, por exemplo, a informação de 53 pregões. Entretanto, na presente análise, trabalhou-se com a informação da Unidade sobre o que foi contratado no exercício 2015, conforme planilhas de controle entregue durante os trabalhos de campo. Com foco na Ação 20ZW – Promoção da Defesa Agropecuária, foram analisados, por amostragem não probabilística, os seguintes processos de aquisição e de bens e serviços, os quais correspondem a 48,52% dos valores contratados nas licitações (49,78% dos pregões contratados).

Quadro 11 – Processos de Pregões Eletrônicos Avaliados

Processo Objeto Valor contratado (R$)

21002.000104/2015-69 Prestação de serviços continuados de conservação e asseio, nas categorias de servente de limpeza, encarregado e jardineiro, com fornecimento de equipamentos e materiais.

1.183.202,68

21002.000121/2015-04 Contratação de empresa para execução de serviço comum de engenharia visando a Reparação nas Instalações das Unidades I e II do Lanagro/PE, compreendendo o fornecimento de todo material, com execução mediante o regime de empreitada por preço unitário, para atender às necessidades do Lanagro/PE.

318.761,68

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21002.000003/2015-98 Contratação da prestação de serviços continuados de apoio auxiliar para o atendimento das necessidades acessórias e instrumentais.

499.466,14

Total 2.001.430,50

Fonte: Planilhas de controle de processos de compra apresentadas pela Unidade durante os trabalhos de campo, encaminhadas por meio do Ofício nº 0271/2016-LANAGRO/PE, de 6 de abril de 2016. Deve-se lembrar, conforme já registrado neste Relatório, que, em face da Unidade não ter recebido recursos da Ação 152L, não houve a realização de processos licitatórios ou de contratação direta para a referida ação no exercício 2015, que foi executada em função da liquidação dos Restos a Pagar Não Processados inscritos em exercícios anteriores. Foram realizados exames no intuito de avaliar a gestão de compras e contratações, especialmente no que diz respeito à regularidade dos processos listados anteriormente, bem como em função dos controles administrativos estabelecidos. Entretanto, em relação aos pregões eletrônicos não foi feita avaliação da regularidade das cláusulas editalícias, tendo em vista que a Unidade utiliza as minutas padronizadas de Editais Eficientes da AGU, restringindo-se as análises às questões dos controles internos das licitações, à motivação dos processos, aos fundamentos para quantidade e especificações do objeto contratado e à finalidade da contratação. As falhas relativas aos processos de contratação em questão estão especificadas em constatações específicas do presente Relatório. /Fato

/Fato

1.2.5.2 INFORMAÇÃO Ausência no Termo de Referência da relação dos serviços e dos materiais, considerados relevantes para execução do contrato. Fato O Processo nº 21002.000121/2015-04 foi autuado em 1º de outubro de 2015, referente à contratação de serviço comum de engenharia com fornecimento de material para reparação nas instalações das unidades I e II do Lanagro/PE. O Termo de Referência foi aprovado pela Ordenadora de Despesas e, em seguida, foram anexados aos autos a planilha orçamentária, o cronograma físico-financeiro, a composição de custos unitários do material e mão-de-obra, a memória de cálculo, as cotações das composições de custos unitários, o BDI e a planilha de encargos sociais. O parecer da Consultoria Jurídica da Unidade opinou pelo seguimento do processo, após o atendimento de suas ressalvas, as quais foram analisadas pelo setor de engenharia, tendo sido acostado aos autos o edital atualizado nº 38/2015.

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A empresa vencedora do certame foi a JLAS Construções Ltda EPP, CNPJ 18.419.340/000117, com Termo de Contrato assinado em 3 de dezembro de 2015. Observando-se o Termo de Referência do certame não foi localizada a relação dos serviços e dos materiais considerados relevantes para execução do serviço. Também não foi localizado no referido projeto um modelo no qual constassem campos para preenchimento das marcas e dos modelos dos materiais ofertados pelas empresas proponentes, para fins de auxiliar a fiscalização da execução contratual. De acordo com a Auditoria Anual de Contas do exercício 2014, realizada pela CGU, por meio do Relatório de Auditoria nº 201503724, em caso de obras, ficou constatado e recomendado ao gestor da Unidade o seguinte: “Constatação 1.1.2.2.: Inexecução do objeto do Processo Licitatório nº 21002.000101/2014-44, decorrente de falhas no julgamento das propostas. Recomendação: Nos casos de editais relativos a obras e serviços de engenharia, a equipe técnica deverá definir qual a relação dos materiais que considera relevante para execução do serviço, incluindo um modelo no edital onde constem campos para preenchimento das marcas e dos modelos ofertados pelos licitantes para fins de auxiliar a fiscalização da execução contratual.” A citada recomendação está sendo monitorada pelo Plano de Providências Permanente (PPP) da Unidade, ainda não tendo sido atendida. Por meio do Ofício nº 0325/2016, de 29 de abril de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre o fato apontado: “Com referência ao processo nº 21002.000121/2015-04 e sobre este questionamento, anexamos os esclarecimentos proferidos pelo Sr. Engenheiro MAPA L. F. A. (nome omitido), por meio dos quais podemos evidenciar o entendimento de que, de acordo com o princípio basilar da administração pública de economicidade, o interesse do erário foi atendido. (ANEXO I)” (Grifos no original). No citado Anexo I, consta o parecer do engenheiro civil da Unidade, nos seguintes termos: “1 – Quanto a ausência no termo de referência da relação dos serviços e dos materiais, considerados relevantes para execução do contrato, o setor de engenharia, atendendo solicitação de auditoria do exercício 2014, inseriu a partir de 11/2015 no edital padrão para todas as licitações referente a obras e Serviços de Engenharia formulário, à ser preenchido pelos concorrentes, referente as marcas e modelos de materiais de maior relevância onde já consta na Instrução de Trabalho (IT ADM/ENG 4.6.0001-G) deste Lanagro/PE, portanto a partir do exercício 2016 os editais de obras e serviços de engenharia acompanham este formulário de marcas e modelos de materiais de maior relevância. Mesmo sem esse formulário é de praxe neste setor de engenharia deste Laboratório solicitar amostras de materiais a serem empregados analisando toda especificação técnica com o objetivo de observar a qualidade dos materiais a serem empregados nos serviços objeto de

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contrato, independentemente da modalidade de licitação e de regime de contratação.” (Grifos no original) A manifestação do gestor confirma o fato apontado. Observe-se que não deve apenas o gestor instituir um formulário para o preenchimento das marcas e modelos dos materiais de maior relevância, mas deve definir nos Termos de Referência e nos Projetos Básicos dos certames de obras e serviços de engenharia quais os materiais e serviços são considerados relevantes, inclusive, para efeito de verificação de capacidade técnica-operacional das empresas. Diante do exposto, considerando a existência de recomendação pendente para situação análoga, não se faz necessária a emissão de nova recomendação à Unidade, sendo que a situação identificada deve ser acompanhada pela recomendação em vigor no Plano de Providências Permanente, inclusive, para se verificar se de fato houve alteração dos próximos editais de obras e serviços de engenharia, nos termos da IT ADM/ENG 4.6.001.

/Fato

1.2.5.3 INFORMAÇÃO Ausência de análise detalhada sobre a documentação de habilitação da empresa vencedora do certame. Fato Analisando os autos do Processo nº 21002.000121/2015-04, não foi evidenciada análise detalhada sobre as condições de habilitação da empresa, existindo apenas a menção de sua realização no relatório final da pregoeira (fl. 374), conforme trecho a seguir transcrito: “1.5 Encerrada a fase de aceitabilidade das propostas, passamos à fase de habilitação, neste momento o pregoeiro e equipe analisam os documentos recebidos e necessários à habilitação. O licitante apresentou as documentações conforme o exigido no Edital e seus anexos.” Neste particular, não foram localizados check-lists, ou despachos, listando quais documentos foram apresentados pela empresa vencedora, em comparação ao que foi exigido no edital, nem análises sobre esses documentos, de forma a se confirmar o cumprimento do que foi exigido no certame e a garantir que a empresa contratada de fato teria condições de executar os serviços licitados. Por meio do Ofício nº 0325/2016, de 29 de abril de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre o fato apontado: “Apesar de não haver registros das ações realizadas neste sentido, é um procedimento habitual na rotina desta instituição a realização tanto da conferência quanto da análise da documentação exigida para a habilitação econômico-jurídica, por parte do pregoeiro e ainda, quando necessário, dos setores envolvidos por especificidade. No processo em tela, estas ações foram realizadas pela pregoeira e pelo setor de engenharia deste Lanagro/PE. Esclarecemos que no processo de mapeamento em curso nesta instituição a Instrução de Trabalho de Pregão Eletrônico (IT) está em fase de finalização e prevê formulário que

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consiste no check list tratado nesta solicitação objetivando evidenciar a conferência e análise que já se realiza.” O gestor confirmou o fato apontado, entretanto, informou que, apesar da falta de registros, realiza de forma habitual análises sobre a documentação apresentada pelos proponentes. Também apresentou a solução em andamento para o fato em questão, já citada neste Relatório.

/Fato

1.2.5.4 CONSTATAÇÃO Falhas na análise das planilhas de BDI e de encargos sociais apresentadas pela empresa contratada. Fato Ainda em relação ao Processo nº 21002.000121/2015-04, referente à contratação de serviço comum de engenharia com fornecimento de material para reparação nas instalações das unidades I e II do Lanagro/PE, foram observadas falhas na análise das planilhas de BDI e de encargos sociais apresentadas pela empresa vencedora do certame. Observando-se o processo, verifica-se que a análise das planilhas orçamentárias da proposta resumiu-se a dois despachos (fls. 283 e 311). Nesses despachos não consta o detalhamento comparativo entre o que foi orçado pela Unidade e o que foi proposto (item a item). O BDI máximo estabelecido no edital pela Unidade foi de 29,07%. Neste particular, sobre a planilha do BDI, apesar da Unidade ter interpelado a empresa sobre sua opção pelo Simples, com a consequente redução da alíquota dos impostos, não houve a análise sobre se o percentual de BDI calculado estaria correto e se a proposta final teria sido ajustada a esse BDI. Comparando o valor final da planilha orçamentária vencedora (fls. 258/282) com BDI de 29,07, com a planilha final corrigida (fls. 405/411), percebe-se que, apesar da alteração do BDI para 29,03% (fls. 287-v e 405), o valor final da proposta não foi alterado, permanecendo em R$ 318.761,68. Outro detalhe é que mesmo com a redução das alíquotas de impostos no BDI de 10,65 para 7,69, em função da empresa ser optante pelo Simples, a mudança no percentual do BDI não foi expressiva, mudou apenas de 29,07% para 29,03%. Deve-se registrar que também houve alterações entre a primeira planilha de encargos sociais (fls. 269/270) e a versão após alterações da empresa (fls. 288/289), não havendo análises posteriores sobre a correção e obediência aos percentuais exigidos no edital. Diante do exposto, verificaram-se falhas na análise das planilhas de BDI e de encargos sociais da proposta vencedora, com possibilidade de impacto no preço final ofertado.

/Fato

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Causa A Coordenadora da Unidade homologou pregão eletrônico de serviços de engenharia, sem observar que não houve análises sobre a correção das planilhas de BDI e de encargos sociais da empresa vencedora. Essa circunstância indica falhas nos controles internos da Unidade, no que se refere às contratações de obras e serviços de engenharia. Em função dos exames realizados, resta caracterizado que as inconsistências encontradas estão no âmbito das responsabilidades previstas no art. 16, incisos I, III, V, VIII, IX e X, do Anexo da Portaria MAPA nº 104/2006 (Regimento Interno), a seguir transcritos:

“Art. 16. Aos Coordenadores dos Laboratórios Nacionais Agropecuários incumbe:

I - planejar e coordenar a execução das atividades dos Laboratórios Nacionais;[...] III - elaborar normas complementares ao desenvolvimento das atividades laboratoriais para as unidades organizacionais hierarquicamente subordinadas; [...] V - emitir parecer técnico conclusivo sobre a celebração de convênio, ajuste, acordo, protocolo ou contrato, que envolvem matérias de competência, consoante normas específicas do órgão setorial; [...] VIII - praticar os atos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial relativos aos créditos orçamentários disponibilizados; IX - autorizar e homologar licitações, bem como ratificar dispensas e inexigibilidades de licitações; e X - praticar os demais atos de administração necessários ao cumprimento das competências dos Laboratórios Nacionais Agropecuários, observadas disposições da legislação pertinente. [...]”

us/C

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 0325/2016, de 29 de abril de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre o fato apontado: “Conforme documento em anexo, elaborado pelo Engenheiro Civil do MAPA, apresentamos esclarecimentos desta UPC sobre este item. (ANEXO I)” (Grifos no original) No citado Anexo I, consta o parecer do engenheiro civil da Unidade, nos seguintes termos: “2 – Quanto as falhas na análise das planilhas de BDI observou-se a falta de detalhamento mais preciso nos itens unitários que compõe cada etapa dos serviços tendo a empresa limitada a nos informar que os custos unitários não poderiam ser inferiores aos indicados em sua proposta através do lance. Tratando-se de pregão eletrônico amparado na lei 10.520 de 17 de julho de 2002 onde o critério de julgamento foi do tipo menor preço global atentamos em observar que a mesma apresentou a proposta mais vantajosa de acordo com os critérios estabelecidos, espelhado na disputa constante na folha nº 366 do processo em questão, propondo-se a executar os serviços com o custo global inferior em 20,42% em relação ao preço global de nossa planilha folha nº 43. A mesma informou que a Bonificação

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e Despesas Indiretas no qual foi considerado foi de 29,03% e todos os encargos sociais estavam embutidos nos custos unitários, onde a partir daí tornou-se apenas informativo já que o custo total não seria alterado, ou seja, a empresa apresentou proposta para execução de todos os serviços com 20,42% a menos de nosso preço global. Foi solicitada a empresa JLAS CONSTRUÇÕES para apresentar a memória de cálculos sobre as variáveis que compõe a Bonificação e Despesas Indiretas com valores que correspondam a um índice total de 29,03% conforme informado.”

ExfstcoUm/M

Análise do Controle Interno Não procedem os argumentos do gestor. O percentual de BDI e de encargos sociais previstos nas respectivas planilhas não são elementos apenas informativos da proposta. É com base nelas, por exemplo, que os aditivos de preços, caso sejam celebrados, devem se nortear, para efeito de alteração das planilhas de preços. Observe-se que o desconto dado para vencer a disputa no pregão deve ser ajustado na proposta final da vencedora, para efeito de cálculo dos custos unitários dos serviços. Assim, o BDI da empresa vencedora, aplicado nos custos unitários dos serviços ajustados, deve espelhar a proposta vencedora do certame. O mesmo se aplica aos encargos sociais da proposta que não tiveram análises detalhadas por parte da Unidade, para verificação dos percentuais utilizados, mesmo já estando embutidos nos preços, visando à obediência das normas trabalhistas e previdenciárias que regem a matéria. A Unidade informou em sua manifestação que solicitou à empresa vencedora a memória de cálculo das variáveis que estão compondo o seu BDI para o índice de 29,03%. Mas não basta apenas isso, deve-se observar o motivo do BDI não ter sofrido maior redução, apesar de se ter sido modificado percentual de tributação de 10,65% para 7,69%. Sobre o tema, consta da Súmula TCU Nº 258:

“As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI integram o orçamento que compõe o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar dos anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante uso da expressão ‘verba’ ou de unidades genéricas”.

Com a edição do Decreto nº 7.983, de 8 de abril de 2013, que estabelece regras e critérios para elaboração do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e executados com recursos dos orçamentos da União, o regramento foi estabelecido nos seguintes termos: “Art. 9º. O preço global de referência será o resultante do custo global de referência acrescido do valor correspondente ao BDI, que deverá evidenciar em sua composição, no mínimo: I - taxa de rateio da administração central;

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II - percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos aqueles de natureza direta e personalística que oneram o contratado; III - taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento; e

IV - taxa de lucro.” Assim, com o detalhamento, pode-se constatar o enquadramento dos valores contratados dentro dos preços de referência, bem como a pertinência dos itens que compõe o BDI. Observe-se, ainda, que a Corte de Contas apresentou entendimento no Acórdão 2.843/2008P, nos seguintes termos: “A negação de um limite para a remuneração das empresas em seus BDIs, obtidos de valores comumente praticados em empreendimentos congêneres, não somente pode propiciar um enriquecimento sem causa do particular, mas violar uma série de princípios primordiais da Administração, mormente a economicidade, eficiência, moralidade e finalidade, além de viciar a avença em seus basilares de boa-fé e função social do contrato.” A ausência de limites para percentuais de BDI pode também resultar em valores excessivos nos aditivos que apresentem itens novos na planilha orçamentária, pois sobre os custos de mercado obtidos seria aplicado percentual de BDI excessivo, acarretando sobrepreço. A verificação da parcela referente a “Impostos” merece especial atenção, pois a indicação de tributos indevidos resulta em constatação de glosa dos valores. Nessa esteira estão os Acórdãos do TCU: 155/06-P, 32/08-P, 1.851/09-P, 1.988/08-P, 2.832/09-P e 3.043/09-P. Diante do exposto, a argumentação da Unidade não conseguiu elidir as falhas de análise identificadas no processo em questão, quantos às planilhas de BDI e de encargos sociais da proposta vencedora do certame.

CIisa/A

Recomendações: Recomendação 1: Analisar as planilhas de BDI e de encargos sociais do Processo Licitatório nº 21002.000121/2015-04, solicitando da empresa contratada a aplicação do correto percentual de BDI, em face de sua opção pelo Simples, sobre os custos unitários ofertados, requerendo a glosa dos valores pagos a maior caso o contrato ainda esteja em vigor, ou promovendo a sua cobrança, caso o contrato tenha se encerrado. Recomendação 2: Estabelecer procedimento interno para editais relativos a obras e serviços de engenharia, contemplando a obrigatoriedade de registro de parecer detalhado sobre as planilhas de BDI e de encargos sociais, registrando tais exames nos autos dos processos, de forma a impedir a aceitação de propostas com BDI e planilhas de encargos sociais com percentuais não admissíveis. 1.2.5.5 CONSTATAÇÃO Falhas na estimativa de preços para contratação de prestação de serviços de limpeza e conservação, com cessão de mão de obra.

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Fato O Processo nº 21002.000104/2015-69 foi autuado em 21 de agosto de 2015, referente à contratação de serviços continuados de limpeza e conservação, com fornecimento de todos os materiais e equipamentos, para atender as necessidades do Lanagro/PE, nas unidades I e II, com cessão de mão de obra, totalizando, inicialmente, 29 serventes, 2 jardineiros e 1 encarregado. A minuta do Termo de Referência foi aprovada pela Ordenadora de Despesas em 14 de setembro de 2015. Em seguida, foram apresentadas solicitações de orçamento por e-mail a várias empresas, tendo sido anexada a planilha de preço da Unidade, as pesquisas de preços realizadas e a convenção coletiva utilizada na formação do preço. As respostas das empresas aos pedidos de orçamentos feitos pela Unidade foram anexadas aos autos, inclusive, com orçamento da empresa Única Serviços Terceirizados Ltda., CNPJ 02.758.996/0001-24, que figurava como contratada da Unidade para esse tipo de serviços, mas com vários problemas de execução, inclusive, tendo, ao final do exercício 2015, a rescisão do contrato confirmada, provocando a contratação por dispensa emergencial de serviços de limpeza (processo nº 21002.000156/2015-35), até a finalização do presente pregão eletrônico. Na fl. 247, foi anexado o Quadro Estimativo de Preços. Sobre o referido Quadro Estimativo de Preços, observou-se que não foram descartados para o cálculo da média de preços, aqueles considerados excessivamente elevados, a exemplo, da cotação com a empresa MEG Serviços, no valor R$ 1.717.053,91, nos termos do art. 2º, § 6º, da Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 5, de 27 de junho de 2014. Tal circunstância influenciou para cima o preço estimado pela Administração, para o presente certame. O parecer da Consultoria Jurídica da Unidade foi juntado aos autos, opinando pelo seguimento do processo, após o atendimento de suas ressalvas, as quais foram analisadas pela Unidade, tendo sido anexado o Edital atualizado nº 31/2015. Em um dos pedidos de esclarecimento sobre o edital, observou-se que a convenção coletiva utilizada para formação de preços da licitação estava errada, pois foi utilizada a convenção que abrangeria os empregados em empresa de limpeza urbana e coleta de resíduos, quando deveria ter sido considerada a convenção referente aos empregados em empresas de asseio e conservação e terceirização de serviços. Tal situação motivou a suspensão do pregão em 16 de outubro de 2015. Na mesma da data da publicação da suspensão da licitação, foi emitido memorando do Serviço de Apoio Administrativo ao Setor de Compras, solicitando as alterações do edital em face dos questionamentos, bem como a redução de um posto de servente, conforme determinação da Coordenadora da Unidade em reunião administrativa (fl. 414), não sendo explicitadas as razões dessa redução nos autos, já que os cálculos de produtividade da Unidade indicavam um resultado de 30,847 h/m2 (fl. 338-v), com arredondamento para maior, conforme a regra constante do item 6.1.4.1 do Termo de Referência.

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Deve-se registrar, neste particular, que os atos administrativos praticados devem ser motivados e devidamente registrados nos autos do processo. Foram feitos complementos de pesquisa de preços de materiais, com a juntada da correta convenção coletiva e de novas planilhas de formação de preços, com novo Quadro Estimativo de Preços. Entretanto, em virtude da redução de 31 para 30 serventes, o valor cotado pelas empresas não seriam mais aqueles utilizados no primeiro Quadro Estimativo de Preços (fl. 247), já que houve uma diminuição de um profissional. As cotações de preços deveriam ter sido atualizadas para a nova realidade. Por outro lado, tendo em vista a mudança do referencial da convenção coletiva, uma nova pesquisa de preços, informando às empresas a correta convenção coletiva, poderia ainda modificar os parâmetros de preços utilizados para conclusão da estimativa de preços da Unidade, no presente certame. O processo seguiu sem novas pesquisas de preços, devendo-se destacar, ainda, que a nova versão do Edital nº 31/2015 e seus anexos foi acostada nas fls. 464/516, entretanto, o valor estimado no Termo de Referência (fl. 476) não corresponde ao que foi atualizado na cláusula 2.2 do Edital (fl. 464-v). Diante do exposto, observam-se falhas na estimativa de preços da licitação, que não foi revista, apesar da existência de cotação com preços excessivamente elevados, diminuição do número de serventes e alteração na convenção coletiva paradigma utilizada anteriormente.

/Fato

Causa A Coordenadora da Unidade não promoveu gestões no sentido de aperfeiçoar os controles internos do processo de compras do Lanagro/PE, permitindo a aprovação de edital e termo de referência para contratação de serviços terceirizados baseados em estimativa de preços inconsistentes. Em função dos exames realizados, resta caracterizado que as inconsistências encontradas estão no âmbito das responsabilidades previstas no art. 16, incisos I, III, V, VIII, IX e X, do Anexo da Portaria MAPA nº 104/2006 (Regimento Interno), a seguir transcritos:

“Art. 16. Aos Coordenadores dos Laboratórios Nacionais Agropecuários incumbe:

I - planejar e coordenar a execução das atividades dos Laboratórios Nacionais;[...] III - elaborar normas complementares ao desenvolvimento das atividades laboratoriais para as unidades organizacionais hierarquicamente subordinadas; [...] V - emitir parecer técnico conclusivo sobre a celebração de convênio, ajuste, acordo, protocolo ou contrato, que envolvem matérias de competência, consoante normas específicas do órgão setorial; [...] VIII - praticar os atos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial relativos aos créditos orçamentários disponibilizados;

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IX - autorizar e homologar licitações, bem como ratificar dispensas e inexigibilidades de licitações; e X - praticar os demais atos de administração necessários ao cumprimento das competências dos Laboratórios Nacionais Agropecuários, observadas disposições da legislação pertinente. [...]”

us/C

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 0326/2016, de 29 de abril de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre o fato apontado: “Quanto a utilização da empresa Única para compor o quadro estimativo de preços, ressalta-se que não foi solicitada proposta a esta empresa, e sim utilizada proposta de processo anterior, somente como referência de preços, em razão de ser possível utilizar contratos firmados anteriormente para compor preços. A empresa Única foi desligada por não estar atendendo, e não por estar proibida de licitar. Na ocasião não encontramos óbice para tal utilização. Doravante, diante do questionamento da presente solicitação de auditoria, esta UPC incluirá em seus procedimentos orientação para evitar tal utilização. Tratando-se da manutenção da proposta da empresa MEG Serviços no quadro estimativo de preços, lembramos que após terem sido contactadas 24 (vinte e quatro) empresas a fim de compor o mesmo, somente três enviaram a planilha solicitada (fls.168 a 245). Mediante a comparação dos valores constantes na planilha de simulação elaborada por esta UPC (valor de R$ 1.211.789,54 - fls. 447 a 462) e na planilha da média de mercado dos valores apresentados pelas empresas tomado como referência no certame (incluindo a simulação - fls. 463 – no valor de R$ 1.255.221,88), foi demonstrando que os valores apresentados eram compatíveis. Esclarecemos ainda que, como se trata de estimativa de valores, a análise das planilhas se ateve ao valor total apresentado, não tendo sido realizada item a item. Quanto à convenção adotada, na fase de elaboração do processo, adotou-se inicialmente a convenção de Categoria dos Empregados de Empresas de Limpeza Urbana e Coleta de Resíduos – nº de registro MTE PE 000151/2015, mas diante de solicitações de esclarecimentos de fornecedores (fls 406), após o lançamento do Edital e antes da abertura do evento denominado pregão, foi visto que a convenção mais apropriada era a da categoria de Empregados em Empresas de Asseio e Conservação e Terceirização de Serviços - nº de registro MTE PE 000096/2015. A distinção entre uma convenção e outra os valores mensais de vale alimentação e refeição são de R$ 400,00 e R$ 132,44 mais cesta básica de R$ 100,00 respectivamente; e a cobertura social, de R$ 25,00 e R$ 34,18 respectivamente. Os demais itens não interferem em custo na planilha. Para se proceder esta alteração, o pregão foi postergado de acordo com os prazos determinados na legislação vigente. Diante da necessidade de redução de gastos demandada pelo Decreto nº 8.544, de 09/10/2015, foi revisto para 2016 o quantitativo de funcionários para 30. Este assunto foi tratado no Memorando 497/2015 à CGAL, da Coordenação Lanagro/PE – item 12 (ANEXO). O cálculo de conversão da área para a produtividade foi estabelecido de acordo com a IN SLTI/MPOG nº 02, de 30/04/2008. Observa-se que nesta ocasião o

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arredondamento foi feito para menor, resultando em 30 funcionários. A planilha supracitada de simulação elaborada por esta UPC (R$ 1.211.789,54 - fls. 447 a 462) já retrata esta modificação na demanda. Consideramos, pelo exposto, que não houve dano ao erário.” (Grifos no original)

ExfstcoUm/M

Análise do Controle Interno As manifestações do gestor não conseguem elidir o fato apontado. Existe uma falha na estimativa de preços do referido pregão, na medida em que ao se revisar o quantitativo de funcionários e a convenção coletiva aplicável, existe um indicativo de redução para as cotações realizadas inicialmente. O fato de se utilizar uma cotação com preço excessivamente acima das demais pesquisas impulsionou o preço paradigma da licitação para cima, não sendo justificativa plausível o fato da Unidade só ter obtido três orçamentos. Assim, observam-se falhas na estimativa de preços da licitação, que não foi revista, apesar da existência de cotação com preços excessivamente elevados, diminuição do número de serventes e alteração na convenção coletiva paradigma utilizada anteriormente. Por fim, a Unidade já informou que está em formulação um Manual de Normas e Procedimentos sobre a atividade de gestão de compras.

CIisa/A

Recomendações: Recomendação 1: Realizar revisão dos procedimentos para estimativa de preços para contratação de serviços com cessão de mão de obra, com o estabelecimento formal de rotinas e etapas a serem cumpridas e registradas no processo, inclusive, utilizando como comparativo de preços contratos similares firmados pela Administração Pública na localidade, de forma a mitigar os riscos de prejuízos ao Erário Público, com contratações antieconômicas e ineficientes. Recomendação 2: Realizar capacitação na área de contratações públicas para os servidores envolvidos com o assunto no Lanagro/PE, com foco na estimativa de preços em contratos de prestação de serviços com cessão de mão de obra. 1.2.5.6 CONSTATAÇÃO Ausência de encaminhamento da licitação à Consultoria Jurídica em face de dúvida relevante sobre a aceitação ou não de proposta de licitante. Fato Após a republicação da nova versão do edital do pregão eletrônico para contratação de serviços de limpeza e conservação da Unidade (Processo nº 21002.000104/2015-69), em 19 de outubro de 2015 (fl. 521), foi aberta a sessão em 29 de outubro de 2015, com ata anexada

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às fls. 658/666, tendo sido, inicialmente, indicada como vencedora a Empresa Virtus Administradora de Serviços Eireli – ME. Observa-se, nesta etapa do processo, a falta de cronologia na juntada dos documentos, dificultando o acompanhamento dos atos praticados, sendo necessário o detalhamento para entendimento da situação. A Unidade decidiu desclassificar a licitante Virtus, após recurso da Empresa Criart Serviços de Terceirização de Mão-de-Obra Ltda. Em seguida, foi anexado o Relatório Final da pregoeira, datado de 20 de novembro de 2015, tendo o processo retornado para fase de aceitação de propostas, a partir do dia 24 de novembro de 2015, conforme aviso no sistema Comprasnet. Em seguida, foram anexados aos autos os questionamentos à CPL, as análises do Serviço de Apoio Administrativo da Unidade a respeito das seguintes propostas apresentadas pelas empresas participantes do certame, bem como as respectivas manifestações das empresas, a saber: - Empresa Confiança Tecnologia e Serviços Ltda (fls. 685/714), com desclassificação

sugerida no Memo nº 52/2015 (fl. 715); - Empresa Perfect Recursos Humanos e Serviços Ltda – 6ª colocada (fls. 718/862). Após recusas das proponentes de melhor classificação, foi habilitada, após as análises acima citadas, a Empresa Prefect Recursos Humanos e Serviços Ltda – ME, CNPJ 13.151.810/0001-90, 6ª colocada, com proposta negociada em R$ 1.180.276,72. Entretanto, a Empresa Criart novamente apresentou intenção de recurso, em 2 de dezembro de 2015. Na fl. 878, foi proferida a decisão acatando as razões recursais e desclassificando a Empresa Perfect Recursos Humanos, com retorno do processo à fase de aceitação das propostas, conforme aviso de 16 de dezembro de 2015. Nas fls. 881/959, são anexadas as documentações, questionamentos e análises do Serviço de Apoio Administrativo da Unidade a respeito da proposta da Empresa Criart (7ª colocada), bem como as justificativas da referida empresa. A Proposta da Empresa Criart foi aceita em 22 de dezembro de 2015, conforme despacho do Chefe de Serviço de Apoio Administrativo. Entretanto, o sistema Comprasnet não aceitou o prosseguimento do feito com a Empresa Criart e registrou situação de desempate, em face das normas em vigor, em favor das microempresas e empresas de pequeno porte, conforme relato a seguir. Nas fls. 961/967, consta a abertura de protocolo junto ao Serpro em face de supostos problemas na operacionalização do Comprasnet, em face do sistema não ter permitido a

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aceitação da proposta então aprovada, retornando à fase de desempate, em virtude da participação de microempresa ou empresa de pequeno porte. Na primeira rodada de desempate, no prazo concedido, nenhuma empresa se manifestou. O sistema encerrou a etapa de desempate, mas não permitiu adjudicar o objeto em favor da Empresa Criart. Como opção no sistema, a pregoeira novamente retornou à fase de desempate. Nesse retorno à etapa de desempate, a Empresa TS Serviços Eireli-ME (Tercelimpe Serviços Ltda., CNPJ nº 10.992.653/0001-58) apresentou nova proposta. Diante dessa situação, na dúvida sobre a possibilidade de se admitir o segundo desempate como válido, a pregoeira realizou consulta genérica à Editora NDJ (Nova Dimensão Jurídica), acostada às fls. 969/970, sem identificação dos partícipes, cuja manifestação inclinou-se pela anulação parcial dos atos a partir da segunda rodada de desempate, com a correção operacional do sistema eletrônico, ou, no caso de impossibilidades operacionais, a anulação total do certame, uma vez que não poderia haver duas oportunidades de desempate, de modo que a Administração não poderia aceitar a nova proposta apresentada por uma microempresa. Não foi justificado porque a Unidade não solicitou parecer da Consultoria Jurídica, já que existiam dúvidas essenciais sobre a aceitação ou não de uma proposta e sobre a continuidade do certame. Ademais, apesar da orientação no sentido de anulação parcial ou anulação total do certame dada pela Editora NDJ, a Unidade prosseguiu com o processo. Passou-se à análise da proposta do 8º colocado, em face do desempate acima explicado e, conforme despacho datado de 8 de janeiro de 2016 da Chefe de Apoio Administrativo, a proposta foi recusada. Na data de 11 de janeiro de 2016, a referida Chefe de Apoio Administrativo aceita e aprova a proposta da Empresa Criart. Após novos recursos, julgados improcedentes, foi apresentado o Relatório final do pregão, datado de 21 de janeiro de 2016, tendo sido o contrato assinado em 1º de março de 2016, no valor total de R$ 1.183.202,68. Observe-se que o processo, a partir da segunda rodada de desempate no sistema Comprasnet seguiu até a assinatura do contrato, já no exercício 2016, sem manifestação da Consultoria Jurídica da Unidade sobre a dúvida levantada. Também não consta dos autos qualquer explicação pela decisão de se considerar a proposta apresentada no segundo desempate, apesar dos questionamentos feitos à Editora NDJ. Observe-se que a Consultoria Jurídica oficial da Unidade é a AGU, por intermédio de seus órgãos competentes, e não editoras da área jurídica. Apesar disso, a manifestação particular apresentada para o caso, em tese, mostrou-se atenta aos ditames legais para a situação encontrada (anulação parcial a partir do segundo desempate se operacionalmente possível, ou anulação total do certame), entretanto, também não houve manifestação nos autos sobre o porquê da não adoção pela Unidade dessa orientação.

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Deve-se registrar, como informação, que não foi identificado nos autos se houve por parte da Unidade, após todas as análises realizadas, a tentativa de negociação com a Empresa Criart, no sentido de obtenção da redução de sua proposta de preços, para fins de contratação final. Diante do exposto, verifica-se a ausência de encaminhamento do processo à Consultoria Jurídica/AGU em face de dúvida relevante sobre a aceitação ou não de proposta de licitante, com possibilidade de anulação parcial ou total do certame.

/Fato

Causa A Coordenadora da Unidade não promoveu gestões no sentido de aperfeiçoar os controles internos do processo de compras do Lanagro/PE, permitindo a solução de dúvidas relevantes que poderiam ter anulado o certame, sem a consulta oficial à AGU. Em função dos exames realizados, resta caracterizado que as inconsistências encontradas estão no âmbito das responsabilidades previstas no art. 16, incisos I, III, V, VIII, IX e X, do Anexo da Portaria MAPA nº 104/2006 (Regimento Interno), a seguir transcritos:

“Art. 16. Aos Coordenadores dos Laboratórios Nacionais Agropecuários incumbe:

I - planejar e coordenar a execução das atividades dos Laboratórios Nacionais;[...] III - elaborar normas complementares ao desenvolvimento das atividades laboratoriais para as unidades organizacionais hierarquicamente subordinadas; [...] V - emitir parecer técnico conclusivo sobre a celebração de convênio, ajuste, acordo, protocolo ou contrato, que envolvem matérias de competência, consoante normas específicas do órgão setorial; [...] VIII - praticar os atos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial relativos aos créditos orçamentários disponibilizados; IX - autorizar e homologar licitações, bem como ratificar dispensas e inexigibilidades de licitações; e X - praticar os demais atos de administração necessários ao cumprimento das competências dos Laboratórios Nacionais Agropecuários, observadas disposições da legislação pertinente. [...]”

us/C

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 0326/2016, de 29 de abril de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre o fato apontado: “Com referência a consulta à NDJ em detrimento a CJU, aquela foi utilizada como ferramenta devido a agilidade necessária durante a realização do certame, porém não foi a única fonte. Foi consultada ainda, via telefone, a pregoeira R. A. S. do SAD/PE/AGU – Superintendência Administrativa em Pernambuco e ainda o ComprasNet através do SERPRO, e ambos entenderam se tratar de um evento normal e se posicionaram por dar seguimento ao certame.

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Neste contexto a pregoeira do LANAGRO/PE dirimiu suas dúvidas e seguiu as orientações da pregoeira do SAD/PE/AGU e do SERPRO, no sentido de que, sendo a repetição de desempate ser (sic) evento normal do ComprasNet, era possível o andamento do certame. Não havendo mais dúvidas a serem esclarecidas, não foi necessário o posterior encaminhamento ao órgão de consulta jurídica.”

ExfstcoUm/M

Análise do Controle Interno O gestor informou que uma vez adotadas as consultas via NDJ e, por telefone, junto à pregoeira da SAD/PE/AGU estariam dirimidas as dúvidas e não precisaria encaminhar o processo à Consultoria Jurídica. Entretanto, o caso em questão envolvia a possibilidade de anulação do certame, sendo uma situação relevante, na qual se fazia necessária a orientação jurídica sobre qual caminho seguir. Deve-se frisar novamente que o órgão oficial de aconselhamento jurídico do gestor é a AGU, cuja forma de consulta não é o telefone, mas sim via encaminhamento do processo para emissão de parecer técnico. Por fim, a Unidade já informou que está em formulação um Manual de Normas e Procedimentos sobre a atividade de gestão de compras.

CIisa/A

Recomendações: Recomendação 1: Estabelecer instrumento padronizado de controle processual para dirimir as dúvidas relevantes sobre os processos de compra, as quais deverão ser reduzidas a termo nos autos dos processos pela equipe responsável, encaminhadas à Coordenadora da Unidade para análise e, sendo o caso, encaminhadas à Consultoria Jurídica para emissão de parecer. 1.2.5.7 CONSTATAÇÃO Falhas no planejamento de pregão eletrônico para contratação de serviços continuados com cessão de mão de obra. Fato O Processo nº 21002.000003/2015-98 foi autuado em 9 de janeiro de 2015, referente à contratação de serviços continuados com mão de obra complementar para atendimento das necessidades acessórias e instrumentais da Unidade (analista de logística, auxiliar de logística, assistente de apoio à fiscalização e técnico em bioterismo). Na fl. 2, foi apresentada Nota Técnica justificando a necessidade de contratação do técnico em bioterismo (criação de cobaias, neste caso, camundongos). Já nas fls. 03 e 04, o Serviço de Apoio Administrativo apresentou Notas Técnicas sobre a necessidade de contratação do pessoal de logística, bem como sobre a necessidade de contratação de pessoal para função de assistente técnico de apoio à fiscalização de contratos.

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Em 9 de janeiro de 2015, foi dada autorização pela Coordenadora da Unidade para instauração do processo licitatório, constando no pedido de execução de serviço 15 postos, sendo 2 analistas de logística, 6 auxiliares de logística, 4 assistentes técnicos de apoio em fiscalização de contratos e 3 na função de técnico em bioterismo. O parecer da Consultoria Jurídica da Unidade opinou pelo seguimento do processo, após o atendimento de suas ressalvas, as quais foram analisadas pela Unidade, tendo sido anexado o Edital atualizado nº 10/2015. Na fl. 576, consta o Memorando 207/2015 – Coordenação, de 15 de junho de 2015, em que foi solicitado ao Serviço de Apoio Administrativo o cancelamento da contratação de profissionais de logística. Na mesma folha, consta despacho da pregoeira, de 16 de junho de 2015, solicitando à Coordenação que evidenciasse a motivação dessa decisão. No verso da folha 576, em 16 de junho de 2015, a Coordenadora da Unidade informou como motivação o seguinte: “Algumas atividades conflitantes com agente público.” Em seguida, foi anexado na fl. 577, o Memorando nº 209/2015 – Coordenação, de 17 de junho de 2015, destinado ao Serviço de Apoio Administrativo, confirmando a motivação acima citada, nos seguintes termos: “Pelo presente informamos que a motivação para o cancelamento do Item 01 referente ao Pregão Eletrônico nº 10/2015 (Logística) reside no fato de que se verificou que algumas atividades descritas no Termo de Referência para os cargos referentes à área de logística coincidem com as de agente público, o que não é permitido por lei.” Apesar dessa motivação, não foram anexados aos autos as evidências sobre as “atividades conflitantes”, qual o cargo que possui essas atribuições e o motivo disso não ter sido analisado na fase de planejamento do certame. Ressalte-se que na fase inicial do certame, em 9 de janeiro de 2015, foram anexadas Notas Técnicas em que se afirmava possível a contratação dessas atividades. Entretanto, seis meses depois, as atividades foram consideradas “conflitantes”, “coincidentes” com atividades desempenhadas por “agente público”, sem maiores detalhamentos nos autos desse entendimento. Observe-se, neste particular, o trecho final da Nota Técnica de fl. 3-v, do Chefe de Serviço de Apoio Administrativo, sobre a contratação dos profissionais de logística, com autorização da Coordenadora da Unidade em 9 de janeiro de 2015 (fl. 5): “Diante de todo o exposto, cremos haver informado o quanto é premente a necessidade de contratação para as funções de Analista e auxiliar de logística para atuar nas atividades que lhes são afins, inerentes à função, desenvolvendo ações que lhes são pertinentes, desafogando pessoal administrativo, responsáveis técnicos, técnicos e auxiliares deste laboratório, que atualmente se envolvem nas atividades anteriormente mencionadas, por falta de pessoal específico, posto que a presente categoria e as atribuições não se encontram

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inserida nos Planos de Cargos do MAPA aderindo-se perfeitamente às disposições contidas no Decreto nº 2.271/1997, podendo, portanto, serem objeto de terceirização.” (Original sem grifos) Considerando esse cancelamento dos itens referentes às funções de logística, sob o argumento de “atividades conflitantes com agente público”, surge o questionamento se as atividades de assistente de apoio à fiscalização de contratos também não estariam inseridas nessa mesma ressalva, já que faz parte do plano de cargos da instituição o cargo de agente administrativo, que, inclusive, é utilizado pela Unidade nas funções de pregoeiro, fiscal de contrato e como equipe de apoio ao pregão. Entretanto, deve-se registrar, por oportuno, que o Lanagro/PE não tem autonomia para realização de concursos públicos, atividade essa dependente dos órgãos superiores. Ademais, também se deve ressaltar a quantidade de contratos sob sua Administração ao longo do exercício, para manter em funcionamento as atividades de seus laboratórios, circunstância que demanda bastante esforço do seu reduzido corpo administrativo efetivo, para realização das atividades de fiscalização. Apesar dessas considerações, deve o administrador estar permanentemente atento a esse tipo de contratação com cessão de mão de obra, haja vista a linha tênue existente, no presente caso, entre a legalidade e a substituição irregular de servidor público por funcionário terceirizado, inclusive, para o caso de se pretender uma futura prorrogação contratual, ao final de 12 meses, sob o argumento indefinido de falta de pessoal. Neste particular, não constam dos autos informações sobre as ações junto às autoridades superiores competentes, no sentido de contratação de pessoal mediante concursos públicos, dentro do juízo de pertinência e oportunidade da Unidade. Por fim, deve-se lembrar que a Unidade, até o presente pregão, funcionava sem a contratação de profissionais terceirizados nas funções de assistente de apoio à fiscalização de contratos. Diante do exposto, é forçoso concluir pela falha no planejamento do presente pregão eletrônico, quanto à inclusão de serviços continuados com cessão de mão de obra, coincidentes com funções já desempenhadas por agentes públicos da Unidade, conforme informação da própria Coordenadora do Lanagro/PE, para o caso das funções de logística, em contestação ao que foi defendido nas notas técnicas que fundamentaram a instauração do presente processo.

/Fato

Causa A Coordenadora da Unidade não promoveu gestões no sentido de aperfeiçoar os controles internos do processo de compras do Lanagro/PE, permitindo a licitação para contratação de serviços terceirizados com funções conflitantes com as atividades de agente administrativo, que só tardiamente foram reconhecidas pela Unidade, em virtude da provocação do Ministério Público Federal em Pernambuco e da Justiça Federal em Pernambuco.

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Em função dos exames realizados, resta caracterizado que as inconsistências encontradas estão no âmbito das responsabilidades previstas no art. 16, incisos I, III, V, VIII, IX e X, do Anexo da Portaria MAPA nº 104/2006 (Regimento Interno), a seguir transcritos:

“Art. 16. Aos Coordenadores dos Laboratórios Nacionais Agropecuários incumbe: I - planejar e coordenar a execução das atividades dos Laboratórios Nacionais;[...] III - elaborar normas complementares ao desenvolvimento das atividades laboratoriais para as unidades organizacionais hierarquicamente subordinadas; [...] V - emitir parecer técnico conclusivo sobre a celebração de convênio, ajuste, acordo, protocolo ou contrato, que envolvem matérias de competência, consoante normas específicas do órgão setorial; [...] VIII - praticar os atos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial relativos aos créditos orçamentários disponibilizados; IX - autorizar e homologar licitações, bem como ratificar dispensas e inexigibilidades de licitações; e X - praticar os demais atos de administração necessários ao cumprimento das competências dos Laboratórios Nacionais Agropecuários, observadas disposições da legislação pertinente. [...]”

us/C

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 0332/2016, de 2 de maio de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre o fato apontado: “Com referência ao processo nº 21002.000003/2015-98 e sobre este questionamento, informamos que esta UPC reviu seu ato diante do recebimento de demanda judicial perante a Justiça Federal de Pernambuco (Processo nº 0803734-51.2015.4.05.8300) – ANEXO I. O documento questionava a realização do Pregão Eletrônico nº 10/2015, objeto do processo citado. Diante da possibilidade de ocorrência de conflitos de conceitos acerca da denominação das funções serem contratadas, achou-se conveniente e oportuno excluir os itens referentes aos postos de logística. Quanto às atividades de assistente técnico de apoio à fiscalização de contratos, a situação acima citada não se aplica, por estarem claramente enquadradas no permissivo legal do art. 67 da Lei nº 8.666/93. Não se confundem com as atividades do cargo de agente administrativo, contratado mediante concurso público, motivo pelo qual a tese não se aplica ao raciocínio hipotético levantado. Eventuais agentes administrativos que venham a ser nomeados irão desempenhar atividades diversas, em outras áreas, as quais não são as ora desempenhadas pelos assistentes técnicos de apoio à fiscalização de contratos. Na ocasião, não julgamos conveniente juntar aos autos as solicitações de contratação de pessoal junto às autoridades superiores competentes, pelos motivos acima expostos. Quanto à UPC funcionar sem a contratação de profissionais terceirizados nas funções de assistente de apoio à fiscalização de contratos: ora, a busca pela melhoria dos serviços prestados e a eficiência em prol do interesse público é objeto precípuo das licitações realizadas. A referida contratação trouxe melhoria no exercício das funções realizadas

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pelos servidores designados para fiscalizar contratos, haja vista que o apoio, como atividade acessória, otimiza as atividades finalísticas realizadas pela equipe técnica desta UPC.”

ExfstcoUm/M

Análise do Controle Interno Os argumentos do gestor não elidem a falha apontada. Primeiro, porque se a Administração estivesse segura do planejamento feito para a contratação em tela, não seria a propositura de um ação judicial que faria esse entendimento mudar. Daí decorrem as falhas no planejamento do certame para contratação de serviços terceirizados com cessão de mão de obra, que devem ser adequadamente estudados e fundamentados, antes de chegarem à fase externa, para que não haja conflito com atividades previstas em cargos oficiais da Unidade. Quando se afirmou que a Unidade anteriormente funcionava sem o assistente de apoio à fiscalização de contratos, a CGU quis demonstrar que antes a Unidade estava exercendo essas atividades com a contratação indevida de assistentes e auxiliares administrativos em um contrato antigo de apoio administrativo. Segundo informações constantes neste Relatório, essas funções foram totalmente suprimidas a partir de fevereiro/2016, surgindo, agora, o assistente de apoio à fiscalização de contratos. Daí decorre a afirmação de que a Unidade operava sem essa função, que era exercida por terceirizados, os quais também tiveram suas atividades questionadas perante a existência do cargo de agente administrativo. Observe-se que ao se questionar a Unidade sobre a supressão dos cargos de auxiliar e assistente administrativo acima citada, o gestor alegou a necessidade de redução de gastos, não reconhecendo qualquer ilegalidade na contratação. Entretanto, apesar dessa justificativa, conforme também consta deste Relatório, sabe-se que o gestor foi motivado também por denúncia realizada junto ao Ministério Público Federal em Pernambuco contra essas contratações, além da ação judicial em trâmite na Justiça Federal de Pernambuco. As falhas no planejamento desse tipo de contratação impactam o já reduzido quadro de pessoal, com o alongamento dos processos licitatórios, haja vista a maior quantidade de itens a serem licitados, sendo, por vezes, cancelados.

otIrisaC/A

Recomendações: Recomendação 1: Realizar estudo prévio às contratações, em caráter excepcional, de serviços com cessão de mão de obra (terceirização de funções), apresentando as fundamentações claras e inequívocas para que esse tipo de contratação possa ser levado adiante, inclusive, se for o caso, anexando os julgados do TCU que confirmam a legalidade da contratação desejada.

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1.2.5.8 INFORMAÇÃO Falhas na análise da documentação de capacidade técnica e financeira de empresa habilitada em pregão eletrônico para contratação de serviços continuados com cessão de mão de obra. Fato Conforme a ata de realização do pregão relativo ao Processo nº 21002.000003/2015-98, com sessão aberta em 3 de junho de 2015, houve o cancelamento dos itens do grupo 1 (analista e auxiliar de logística) e adjudicação do item 3 para Empresa Guarda Real Serviços e Conservação Eireli – ME, CNPJ nº 08.952.743/0001-73, para função de assistente técnico de apoio em fiscalização de contratos, no valor de R$ 302.434,90, e do item 4 para Empresa Criart Serviços de Terceirização de Mão de Obra Ltda., CNPJ nº 07.783.832/0001-70, para função de técnico em bioterismo, no valor de R$ 197.031,24. Na fls. 680/681, foi anexado o Relatório Final da pregoeira, datado de 18 de junho de 2015. Apesar do referido relatório, não foram localizadas nos autos as análises detalhadas a respeito da documentação de capacidade técnica da empresa em relação às funções contratadas. Neste particular, apesar da juntada aos autos de vários documentos da Empresa Guarda Real (fls. 402/575), não foram localizadas comprovações relativas à capacidade técnica da empresa na prestação de serviços na função de assistente técnico de apoio à fiscalização de contratos, com nível superior, ou em função compatível, conforme exigência do item 9.2.4 do edital do certame. Também não foi localizado nos autos registro de análises detalhadas sobre a situação econômico-financeira das empresas vencedoras. Observe-se que a Empresa Guarda Real também figurava no Sicaf (fl. 348) e no Portal da Transparência (fl. 402) como já punida com suspensão de licitar com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais. Mas, apesar dessa informação, não foram realizadas diligências para apurar os motivos que levaram a empresa a receber a referida punição, principalmente, sob o prisma de se investigar possíveis problemas econômico-financeiros na execução do citado contrato, bem como para se certificar sobre a possibilidade de existência de alguma informação incorreta na documentação econômicofinanceira apresentada neste certame. O dever de cautela deve sempre acompanhar o administrador público, ademais na análise dos processos licitatórios. O contrato com a Empresa Guarda Real foi assinado em 10 de agosto de 2015. Já o contrato com a Empresa Criart foi assinado em 1º de setembro de 2015. Com dois meses da assinatura do contrato, a Empresa Guarda Real passou a demonstrar não ter condições de cumprir com o contrato, atrasando o pagamento de salários e benefícios aos funcionários, desatendendo as solicitações da Unidade, solicitando que a Unidade realizasse diretamente o pagamento da folha aos funcionários em virtude de problemas financeiros, e

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o resultado final foi a adoção de medidas para a rescisão contratual, com a convocação da Empresa Criart para substituí-la, em face de também ter participado deste item do pregão e ser a empresa imediatamente seguinte à contratada. Tais procedimentos (rescisão e contratação por dispensa por remanescente de serviço) encontram-se em curso, no exercício 2016, conforme se observa da sequência do processo. Diante do exposto, evidenciam-se falhas na análise da capacidade técnica e financeira da Empresa Guarda Real, redundando numa contração com execução frustrada já no início do contrato. Por meio do Ofício nº 0332/2016, de 2 de maio de 2016, a Unidade apresentou as seguintes manifestações sobre o fato apontado: “Apesar de não haver registros das ações realizadas neste sentido, é um procedimento habitual na rotina desta instituição a realização tanto da conferência quanto da análise da documentação exigida para a verificação da capacidade técnica e da habilitação econômico-jurídica, por parte do pregoeiro e ainda, quando necessário, dos setores envolvidos por especificidade. No processo em tela, estas ações foram realizadas pela pregoeira e pela equipe de apoio administrativo conforme portarias no anexo II. Esclarecemos que no processo de mapeamento em curso nesta instituição a Instrução de Trabalho de Pregão Eletrônico (IT) está em fase de finalização e prevê formulário que consiste no check list tratado nesta solicitação objetivando evidenciar a conferência e análise que já se realiza. Com relação à sanção registrada no SICAF, não foram realizadas diligências por se tratar de penalidade cujo âmbito de aplicação não abrangia a União, mas tão somente o Instuituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais. Tal penalidade não tinha o cunho de desclassificar a licitante.” (Grifos no original) Observou-se nos autos do processo que não constam na documentação apresentada atestados de capacidade técnica compatíveis com o cargo de assistente de apoio à fiscalização de contratos.

Também não constam análises sobre a situação econômico-financeira da empresa. O gestor reconhece que não foram feitos registros nos autos sobre as análises realizadas pela Unidade, nem diligências a respeito da empresa. Por fim, afirma ainda que com a finalização do mapeamento de processos da gestão de compras tais problemas serão minimizados.

/Fato

2 GESTÃO OPERACIONAL

2.1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

2.1.1 SISTEMA DE INFORMAÇÕES OPERACIONAIS

2.1.1.1 INFORMAÇÃO

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Atualização do Rol de Responsáveis. Fato Em análise ao Rol de Responsáveis incluído no processo anual de prestação de contas da Unidade, via Sistema e-Contas do TCU, em confronto com as informações do Relatório de Gestão 2015 e do Regimento Interno da Unidade, verificou-se a ausência dos Chefes Substitutos do Dirigente Máximo da Unidade (Coordenadora – DAS 101.3) e dos ocupantes de cargo de direção no nível de hierarquia imediatamente inferior (Chefes de Divisão, DAS 101.2), nos termos do artigo 10, caput e incisos I e II da IN TCU nº 63/2010 c/c artigo 6º, caput e parágrafo 5º da DN TCU nº 147/2015. Também não constava do referido Rol de Responsáveis, ao lado da Coordenadora (DAS 101.3) e da Chefe da Divisão Técnica (DAS 101.2), o cargo de Chefe da Divisão Administrativa (DAS 101.2), fruto da reformulação administrativa no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, transformando o anterior Serviço de Apoio Administrativo (DAS 101.1) em Divisão Administrativa (DAS 101.2), por intermédio da Portaria MAPA nº 169, de 25 de agosto de 2015, conforme consta do Relatório de Gestão 2015. Observe-se que, apesar das alterações nos cargos, ainda não foram promovidas as devidas alterações regimentais, bem como do organograma da Instituição. Tendo em vista os questionamentos apresentados em campo pela equipe de auditoria da CGU, a Unidade apresentou seus esclarecimentos e um novo Rol de Responsáveis, contemplando as situações acima demonstradas. Considerando que o processo anual de prestação de contas eletrônico já se encontrava sob a tutela do Órgão de Controle Interno (CGU) e considerando as informações e documentos apresentados pela Unidade, foi realizada, pela CGU-Regional/PE, a atualização do referido Rol de Responsáveis no Sistema e-Contas do TCU, sem prejuízo ao andamento dos trabalhos da auditoria.

/Fato

3 CONTROLES DA GESTÃO

3.1 CONTROLES INTERNOS

3.1.1 AUDITORIA DE PROCESSOS DE CONTAS

3.1.1.1 INFORMAÇÃO Ausência de informações no Relatório de Gestão. Fato Nas peças do Processo de Contas do exercício 2015, enviadas por meio do sistema E-contas ao Tribunal de Contas da União, o Laboratório Nacional Agropecuário em Recife (Lanagro/PE) deixou de apresentar no Relatório de Gestão algumas informações, previstas na Portaria TCU nº 321/2015 e nos tópicos de ajuda do Sistema E-Contas.

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Em face disso, foram feitos questionamentos à Unidade, que apresentou os esclarecimentos, a seguir relacionados:

Quadro 12 – Informações não apresentadas no Relatório de Gestão Seções/ Itens

Port. TCU 321/15 Questionamentos CGU Justificativas da unidade

Elementos PréTextuais:

- - -

Lista de siglas abreviações

e Existem siglas ao longo do texto que não constam da Lista, a exemplo das siglas do Organograma.

“As siglas referentes ao organograma foram inseridas na página nº18 abaixo do próprio organograma, objetivando melhor facilitar a leitura dos leitores. Por um lapso a sigla PRT – Procuradoria Regional do Trabalho constante na página 66 deixou de ser incluída na lista de siglas.”

Planejamento Organizacional e

Desempenho Orçamentário Operacional:

e - -

Descrição sintética dos objetivos do exercício

a) Não foram citadas as metas físicas das áreas finalísticas. b) Os objetivos do PPA citados não incluíram o objetivo 0366 que foi citado nos quadros da execução financeira.

“a) A meta física da área finalística, estabelecida para o exercício me análise, foi evidenciada no subitem 3.6 na apresentação e análise de indicador e desempenho. b) O objetivo 0366 foi apresentado nos quadros nº 04 e 05, sua descrição deve constar no item 3.1.1.”

Desempenho orçamentário

a) Não explicou por que a unidade não apresentou meta financeira. b) O fato de se ter gasto 99,87% do que se recebeu não significa bom desempenho. Faltou agregar valor a essa informação. c) Não exemplificou as rubricas com maiores gastos (mão de obra e serviços

“a) Esta UPC ao seguir orientações do e-contas não viu com clareza a necessidade de apresentação de meta financeira. Nesta oportunidade esclarecemos que a meta financeira desta Unidade são apresentadas no POA – Plano Operativo Anual. Anexo I b) Nesta oportunidade agregamos valor ao índice apresentado: As amostras recebidas foram analisadas no percentual de atendimento a demanda de 98,79%, sendo este o principal produto do laboratório. Para atender esta ação envolve-se custos com reagentes e vidraria, calibração de equipamentos, aquisição de gases especiais, manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos envolvidos, deslocamentos de técnicos para

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prestados por terceiros, conforme Anexo III).

atualizações tecnológica, participação em proficiência que envolve pagamento de fretes e dos serviços aos provedores, aumento do número de técnicas no escopo acreditados na Norma NBR ISO IEC 17025:2005 passando de 04 para16, tratamento e destinação dos resíduos gerados pelas atividades laboratoriais; manutenção de sistema de monitoramento por câmeras de segurança, manutenção da frota de veículos e aporte de combustível, dentre outras despesas necessárias ao funcionamento do laboratório. Houve ainda aquisições de materiais de expediente e de equipamentos. Desta forma, esta UPC viabiliza a emissão de relatórios de ensaio em conformidade e com a garantia da qualidade analítica necessária aos laboratórios de análises oficiais do MAPA. c) As rubricas de maiores gastos foram as de contratações tanto continuados (despesas fixas) como pontuais: 39 (prestação de serviços de terceiros) correspondendo a R$ 5.069.237,77 e a 37(mão de obra) correspondendo a R$ 4.586.215,94.” (Grifos no original)

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Execução física e financeira das ações da Lei Orçamentária Anual de responsabilidade da unidade.

a) Por que, além dos quadros relativos ao OFSS, foram incluídos quadros do Orçamento de Investimentos? b) Os valores do quadro do OFSS estão divergentes em relação aos valores constantes no quadro do OI; c) Faltou o quadro da ação 152L executada como restos a pagar de exercícios anteriores; d) A iniciativa 04D4 tem outra descrição no PPA (Fiscalização das Atividades Agropecuárias). e) Não foi feita a análise crítica entre o resultado da execução financeira em relação ao alcance das metas físicas de cada ação.

“a) Tínhamos dúvidas se cabia a este LANAGRO/PE preencher os quadros da OFSS, e após discussão com outros LANAGROS ficou entendido que deveríamos fazer o seu preenchimento, uma vez que o mesmo fazia parte dos quadros disponibilizados no site do Tesouro Gerencial. Apenas após o questionamento dessa auditoria verificamos que o preenchimento do quadro “ Ações do Orçamento de investimento” foi indevido, porque não fazemos parte das ações do orçamento de investimento, já que somos participantes da Administração Pública Direta. b) Os Quadros relativos ao OFSS e Ações do Orçamento de Investimento foram preenchidos de acordo com os valores constantes nas consultas realizadas no Tesouro Gerencial, conforme anexo II , anexo III e Anexo IV. Os valores apresentados no quadro do OFSS conferem com o montante executado no exercício de 2015 por esta Unidade Gestora, a saber, R$ 13.004.658,56 (treze milhões quatro mil seiscentos e cinquenta e oito reais e cinquenta e seis centavos). Explicitamos que, do total empenhado no referido ano, R$ 9.545.200,91 (nove milhões quinhentos e quarenta e cinco mil duzentos reais e noventa e um centavos) foi liquidado, e R$ 3.459.457,65 (três milhões quatrocentos e cinquenta e nove mil quatrocentos e cinquenta e sete reais e sessenta e cinco centavos) foi inscrito em Restos a Pagar Não Processados - RPNP. No entanto, verificamos que houve divergência entre os quadros OFSS e OI. Os valores apresentados no quadro Ações do Orçamento de Investimento totalizou R$ 16.464.116,21(dezesseis milhões quatrocentos e sessenta e quatro mil cento e dezesseis reais e vinte e um centavos), sendo esse total corresponde à soma do recurso empenhado, expresso em R$ 13.004.458,56 (treze milhões quatro mil quatrocentos e cinquenta e oito reais e cinquenta e seis centavos), com o montante inscrito em RPNP, expresso em R$ 3.459.457,65 (três milhões quatrocentos e cinquenta e nove mil quatrocentos e cinquenta e sete reais e sessenta e cinco centavos). Apesar da diferença apresentada, mantivemos o valor obtido em consulta ao Tesouro Gerencial por considerarmos confiável informações obtidas junto a um sistema oficial, mesmo sem entender esse resultado divergente. c) Como já dito no item “a”, tínhamos dúvidas com relação ao preenchimento do referido quadro, se deveríamos ou não preenchêlo, e, equivocadamente, entendemos que não deveríamos preencher o quadro da Ação 152L. Só após o apontamento da CGU, por meio dessa auditoria, verificamos que a Ação 152L executada como restos a pagar de exercícios anteriores seria demonstrada no Quadro – Ações não Previstas LOA do exercício - Restos a Pagar – OFSS. A partir do entendimento alcançado com a solicitação dessa auditoria procedemos ao preenchimento do quadro acima citado, o qual apresentamos em forma digital e impressa. Anexo V. d) No Quadro – Ação/Subtítulos – OFSS, apresentado por ação, realmente consta um equívoco, na descrição da iniciativa correspondente à ação 20ZX. Mantivemos a descrição da iniciativa da ação 20ZW, mas a descrição correta da Iniciativa 04D4 é Fiscalização das Atividades Agropecuárias. e) Com relação a análise crítica temos a informar: as metas físicas referentes a despesas contratuais (funcionamento) como consta na programação do POA foram atingidas plenamente. Os contratos de despesas fixas contemplam também peças e acessórios

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indispensáveis ao funcionamento. Segue no Anexo VI a lista dos contratos com razão social e objeto. Na área finalística foi atingida uma meta a qual não constava na programação do exercício em análise, no entanto se tratava de programa prioritário para a rede laboratorial denominado LIMS – Laboratory information management system. O mesmo foi viabilizado pela CGAL e o processo deflagrado pelo LANAGRO/RS. As demais metas constantes no POA, informamos que foi possível no exercício o atendimento às análises laboratoriais com o atingimento de 98,79%. Para este fim foi aplicado aproximadamente R$ 2.300.000,00 com aquisições diversas, a exemplo: meios de cultura diversos, material consumível par utilização em bancada, Kits para analise laboratoriais, reagentes diversos e materiais de referência, gases para uso laboratorial e GLP, material de informática e expediente, Equipamentos de Proteção Individual – EPI, insumos para produção de água grau laboratório, dentre outros.” (Grifos no original)

Fatores intervenientes no desempenho orçamentário

Não foi aberto tópico próprio no relatório, apesar da indicação de conteúdo a declarar no sistema E-contas.

“A despeito de o citado tópico não ter sido aberto pela UPC no RG, as informações relativas a este tema foram citadas ao longo do mesmo. Podemos citar: a carência de pessoal, que impacta diretamente no desempenho orçamentário. Como consequência, houve o recebimento de três restrições contábeis. Outro fator que merece menção é a liberação do maior volume de recursos apenas no final do exercício, tendo, pelo contingenciamento, unicamente despesas fixas liberadas nos quatro primeiros meses do ano.”

Informações sobre execução da despesa

a) Esclarecer a informação de que foi utilizada a dispensa no lugar do Pregão, em função do prazo: “utilizamos esta modalidade devido ao curto tempo para conclusão dos processos, haja vista que o prazo licitatório de pregão seria maior”; b) Em relação aos computadores (material permanente), esclarecer a análise crítica quando afirma que, apesar de não ter tempo para concluir o processo, empenhou todos os recursos.

“a) A maioria dos recursos foram disponibilizados em novembro, o prazo para análise da CJU é de 15 dias, o lançamento do Pregão leva 8 dias uteis e análise das propostas do Pregão demanda tempo considerável. Diante do prazo final para empenho ser o dia 17 dezembro, outra modalidade inviabilizaria a utilização dos recursos a despeito da existência de inúmeras demandas que aguardavam a liberação dos recursos. b) Diante da postergação do prazo final para empenho de 17 para 24 de dezembro e de 24 para 31 de dezembro, o recurso devolvido pela CGTI em 11 de dezembro, inicialmente destinado para compra de computadores por àquela unidade, foi utilizado parcialmente para aquisição de 03 computadores através da dispensa de licitação nº 75/2015, o saldo foi devolvido conforme notas de crédito nº 2015NC025226 e 2015NC025358.”

Desempenho operacional

Esclarecer a seguinte frase: “É indispensável citar que os recursos orçamentários não são oriundos da LOA, e sim da SDA, por meio da CGAL. Portanto, as informações solicitadas não dizem respeito a esta UPC.”

“A respeito do parágrafo apontado, reconhecemos uma inadequada exposição escrita quando afirmamos erroneamente que os recursos orçamentários do LANAGRO/PE não são oriundos da Lei Orçamentária Anual – LOA. Esclarecemos que a informação pretendida relaciona-se ao fato de que nossos recursos orçamentários, previstos na LOA, destinam-se à Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA, por meio de abertura de limites de movimentação e empenhos. A SDA é a Unidade Gestora Responsável – UGR, desses créditos orçamentários. O LANAGRO/PE é uma Unidade Gestora Executora – UGE, incumbida de aplicar adequadamente o erário orçado a nós disponibilizado. Essa disponibilização para a nossa UGE é realizada pela Coordenação Geral de Apoio Laboratorial – CGAL, que coordena os Laboratórios Nacionais Agropecuários – LANAGROS. A CGAL realiza Programações Orçamentárias no Sistema de Informação Orçamentária – SIOR, para descentralizar os recursos orçamentários para o LANAGRO/PE, de acordo com as solicitações do LANAGRO/PE, devidamente aprovadas.”

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Apresentação de Indicadores

Abordando a questão do conteúdo previsto no tópico ajuda do e-contas sobre os indicadores de desempenho, não foram localizadas os seguintes atributos: a) PAD: o índice de referência; b) PEV: o índice de referência, o índice previsto em 2015 e a periodicidade;

“Os índices previstos diziam respeito a toda a rede LANAGRO, e não foi individualizado para esta Unidade. A periodicidade dos indicadores questionados foi anual. É fato que os indicadores referentes ao ciclo PPA 2012-2015 não conseguiram avançar tanto pela descontinuidade dos processos de gestão estratégica pelo MAPA como pela falta de familiaridade das equipes com esses

temas. Diante da retomada das atividades de gestão estratégica pela rede Lanagro em setembro de 2015, estes indicadores serão revistos e aprimorados. Padronizando a forma de inserção dos dados para controle. Bem como o entendimento e domínio sobre a

Seções/ Itens Port.

TCU 321/15 Questionamentos CGU Justificativas da unidade

c) PADRH: o índice de referência e a periodicidade; d) IPS e IPD: o índice de referência, o índice previsto em 2015 e a periodicidade; e) PIA: o índice de referência, o índice previsto em 2015 e a periodicidade; f) PAR: o índice de referência, o índice previsto em 2015 e a periodicidade.

utilização e importância dos indicadores na rotina rede laboratorial.”

Governança: - -

Atividades de correição e apuração de ilícitos administrativos

a) Não foi localizada informação sobre o cadastramento do processo no CGUPAD, nem quando será instaurado o novo processo, haja vista a anulação do anterior. b) A portaria de designação dos cadastradores no texto do Relatório de Gestão é a de nº 281, de dezembro de 2014. No Anexo V citado, consta a portaria nº 107, de 20/11/2013.

“a) O processo foi cadastrado no CGU-PAD em 09 de Outubro de 2015. Em Janeiro de 2016, foi anulado por desconformidade com o art. 133 §1º, da Lei 8112/1990 e esta informação já consta no sistema CGU-PAD. O LANAGRO-PE está aguardando ofício da polícia civil de Pernambuco com todas as informações que devem constar na portaria de instauração da comissão de processo administrativo disciplinar para não incorrer no mesmo erro do processo anterior. b) A portaria de nº 107 foi uma portaria do LANAGRO/PE para designar os cadastradores no ano de 2013. Em 2014, o MAPA fez uma portaria no boletim Nº 281/2014 com todos os cadastradores no seu âmbito e repetiu as indicações da portaria interna do LANAGRO.”

Gestão de Riscos e controles internos

Neste item de informação, a Unidade reconhece alguns riscos, mas não ficaram claros quais são os sistemas de controle, inclusive, os informatizados, quais são os processos mapeados e controlados, as normas específicas a serem seguidas nas áreas técnicas e administrativas do Lanagro.

“Na área técnica por essa UPC ser acreditada pela ISO 17025, somente trabalha seguindo metodologia nacional e internacionalmente validadas. O controle é realizado pr auditoria interna onde é aberto as RSI – Registros de Situações Indesejáveis com prazos determinados para atendimentos. Como sistema de controle utilizamos o Sistema de Acompanhamento Laboratorial – SAL, pelo qual a área técnica e a UGQ (Unidade de Gestão da qualidade) acionam para sua operacionalização. A área administrativa utiliza o sistema SCVA – Sistema de controle e abastecimento de veiculo o qual viabiliza a quilometragem dos veículos e so gastos de combustível. Tais sistemas estão melhor mencionados no item 7.3.3.”

Relacionamento com a Sociedade: - -

Mecanismos de transparência das informações relevantes sobre a atuação da unidade

Dentro do site do Mapa, o link para o Lanagro/PE está em construção, não constando informações sobre as despesas, contratos, licitações, atuação da Unidade, entre outras.

“As informações que viabilizem atender a lei de acesso à informação para prestar maior transparência à sociedade, esta unidade manteve contato com a rede LANAGRO e inclusive com a CGAL, e verificamos a ausência de tal implantação, oportunamente enviamos memo 449/2016 solicitando a implementação a tal pleito.”

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Desempenho Financeiro e Informações Contábeis:

- -

Demonstrações contábeis exigidas pela Lei 4.320/64 e notas explicativas

Não constam as demonstrações contábeis, nem informação direcionando para o sítio da Unidade na internet. Neste item, foram tratadas as desconformidades contábeis ocorridas no exercício, bem como a declaração do contador.

“As demonstrações contábeis exigidas por essa lei estão no sistema SIAFI onde é possível visualizar os balanços orçamentários, financeiros e patrimonial. Esta UPC, em contato com órgão central em Brasília de contabilidade, obteve a informação de que para a disponibilização das informações se faz necessária consulta ao tesouro da união. Por esse motivo esta UPC não disponibilizou as informações na forma solicitada.”

Áreas Especiais da Gestão: - -

Gestão de pessoas Qual a diferença, no quadro 14 e no texto que lhe segue, entre a vacância e a exoneração? A exoneração é uma forma de vacância, segundo o art. 33 da lei 8.112/90.

“Tratou-se de um uso não técnico do termo “vacância” naquelas que se dão por posse em outro cargo inacumulável. Foi esta a espécie citada no relatório de gestão simplesmente como vacância. Onde se lê: “ vacância” leia-se “posse em outro cargo inacumulável”.”

Seções/ Itens Port. TCU 321/15 Questionamentos CGU Justificativas da unidade

Conformidade Gestão e Deman de Órgãos Controle:

da das de - -

Demonstração da conformidade do cronograma de pagamentos de obrigações com o disposto no art. 5º da Lei 8.666/93

Não foram demonstrados os controles instituídos para garantir o cumprimento do cronograma determinado pelo art. 5º da Lei 8.666/93.

“Esta UPC ao receber uma NF, o setor competente verifica a correição dos dados e realiza a liquidação do valor, assegurando a solicitação dos recursos financeiros à COF para pagamento. O Setor Financeiro ao receber a NF observa a ordem cronológica das datas de exigibilidade da obrigação. No entanto, o controle apresenta fragilidades e necessita de melhor acompanhamento. Para aprimorar, o setor competente já recebeu instruções para evidenciar a observância do prazo previsto no art 5º da Lei nº 8.666/93.”

Fonte: Relatório de Gestão 2015 do Lanagro/PE, extraído do sistema e-contas do Tribunal de Contas da União, em 1º de abril de 2015, e resposta da Unidade à Solicitação de Auditoria nº 201601474/04, de 11/4/2016, por meio do Ofício nº 0290/2016 – Lanagro/PE, de 14/4/2016.

/Fato

3.1.1.2 INFORMAÇÃO Informação sobre o Cumprimento das Recomendações da CGU. Fato Na última revisão do Plano de Providências Permanente (PPP) da Unidade, realizada no exercício de 2015, foram monitoradas seis recomendações. O Lanagro/PE apresentou manifestação, por meio do Ofício nº 1026/2015, de 24 de setembro de 2015, sendo considerada atendida uma recomendação, ficando cinco na situação de monitoramento, conforme Ofício nº 305/2016/CGU-Regional/PE-NAC 2, de 8 de janeiro de 2016.

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Registre-se que, em revisão anterior, ao longo do exercício 2015, já haviam sido canceladas duas recomendações. Durante os trabalhos de campo da presente auditoria, com base nas informações registradas no Plano de Providências Permanente e no Relatório de Gestão 2015, foi feito questionamento à Unidade sobre a existência de alterações na situação da última revisão do PPP, tendo a Unidade se manifestado da seguinte forma: “Confirmamos que até o final do exercício em análise, as justificativas apresentadas pela UPC permaneceram inalteradas. Salientamos que após o encerramento desta auditoria presencial prosseguiremos com a atualização do PPP no prazo estipulado, conforme consta no ofício 305/2016/CGU datado em 08 de janeiro de 2016.” A seguir estão listadas as cinco recomendações em monitoramento pela CGU:

Quadro 13 – Recomendações em monitoramento pela CGU Número do Relatório de

Auditoria

Item do Relatório / Descrição Sumária Recomendação

201503724

1.1.2.2. Inexecução do objeto do Processo Licitatório nº 21002.000101/2014-44, decorrente de falhas no julgamento das propostas.

Nos casos de editais relativos a obras e serviços de engenharia, a equipe técnica deverá definir qual a relação dos materiais que considera relevante para execução do serviço, incluindo um modelo no edital onde constem campos para preenchimento das marcas e dos modelos ofertados pelos licitantes para fins de auxiliar a fiscalização da execução contratual.

Número do Relatório de

Auditoria

Item do Relatório / Descrição Sumária Recomendação

201503724 1.1.5.1. Incompatibilidade entre a execução física e financeira da Ação 20ZW.

Propor procedimentos para a atividade de programação física e financeira à CGAL/SDA/MAPA para o exercício subsequente, de forma a mitigar as discrepâncias identificadas no exercício sob exame.

201503724

1.1.6.1. Fragilidade quanto à utilidade e confiabilidade dos indicadores de desempenho da unidade.

Estabelecer, na rotina de atividades do Lanagro/PE, procedimentos que incluam a efetiva análise dos indicadores de desempenho da Unidade para a tomada de decisões gerenciais, com o registro dessas medidas ao longo do exercício. Normatizar o procedimento de coleta de dados para cálculo dos indicadores de desempenho da Unidade, de modo a assegurar a confiabilidade dos resultados apurados.

201503724

1.1.7.3. Ausência de revisão dos contratos vigentes, bem como dos já encerrados, em face da desoneração da folha de pagamento propiciada pelo art. 7º da Lei nº 12.546/2011.

Se for o caso, promover administrativamente o ressarcimento dos valores pagos a maior em relação aos contratos já encerrados, ou, para os contratos em vigor, realizar o ajuste nas faturas seguintes.

Fonte: Relatório de Acompanhamento de Recomendações do Sistema Monitor emitido em 14/4/2016. Apesar da pendência de atendimento das cinco recomendações citadas, a manifestação do gestor, na última revisão do PPP (Ofício nº 1026/2015, de 24 de setembro de 2015), demonstra o empenho da Unidade na solução dos problemas apontados pela CGU.

/Fato

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Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Certificado: 201601474 Unidade(s) Auditada(s): Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco Ministério Supervisor: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Município (UF): Recife (PE) Exercício: 2015 1. Foram examinados os atos de gestão praticados entre 01 de janeiro e 31 de dezembro de 2015 pelos responsáveis das áreas auditadas, especialmente aqueles listados no artigo 10 da Instrução Normativa TCU nº 63/2010.

2. Os exames foram efetuados por seleção de itens, conforme escopo do trabalho informado no Relatório de Auditoria Anual de Contas, em atendimento à legislação federal aplicável às áreas selecionadas e atividades examinadas, e incluíram os resultados das ações de controle, realizadas ao longo do exercício objeto de exame, sobre a gestão da unidade auditada.

3. Não foram registradas constatações relevantes para as quais, considerando as análises realizadas, tenha sido identificado nexo de causalidade com atos de gestão de agentes do Rol de Responsáveis.

4. Diante do exposto, proponho que o encaminhamento das contas dos integrantes do Rol de Responsáveis seja pela regularidade.

5. Ressalta-se que dentre os responsáveis certificados por Regularidade há agentes cuja gestão não foi analisada por não estar englobada no escopo da auditoria de contas, definido conforme art. 9º, § 6º, da Decisão Normativa TCU nº 147/2015.

Recife (PE), 12 de julho de 2016. O presente certificado encontra-se amparado no relatório de auditoria, e a opção pela certificação foi decidida pelo:

CHEFE DA CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Certificado de Auditoria

Anual de Contas

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Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Parecer: 201601474 Unidade Auditada: Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco Ministério Supervisor: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Município/UF: Recife/PE Exercício: 2015 Autoridade Supervisora: Blairo Borges Maggi

Tendo em vista os aspectos observados na prestação de contas anual do

Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco (LANAGRO/MAPA-PE),

exercício de 2015, expresso a seguinte opinião acerca dos atos de gestão com base

nos principais registros e recomendações formulados pela equipe de auditoria.

Os resultados finalísticos alcançados pelo LANAGRO estão associados

principalmente à Ação de Governo 20ZW - “Promoção da Defesa Agropecuária”, a

qual representa 96,71% das despesas empenhadas pela Unidade em 2015, equivalente

a R$ 12,5 milhões Desse montante, R$ 9,5 milhões foram liquidados (75,84%), R$

8,9 milhões foram pagos (70,9%) e R$ 3 milhões inscritos em Restos a Pagar Não

Processados (24,15%). Em relação à meta física, de acordo com o Relatório de

Gestão, a Unidade atingiu 86% do previsto. No entanto, pelas informações

encaminhadas durante os trabalhos de campo da auditoria, foi apurado que houve a

superação da meta, chegando a 130,22%, percentual que poderia ser considerado

positivo, não fosse a incerteza dos números apresentados, decorrente de fragilidade

constatada nos controles internos relativos a apuração da meta.

Dentre as constatações efetuadas pela equipe de auditoria, destacam-se

falhas referentes ao planejamento de compras e pesquisa de preços, falhas de análise

sobe planilhas apresentadas pela contratada e falhas no planejamento de pregão para

contratação de serviços continuados com cessão de mão de obra. De modo a dirimir

as falhas identificadas, registra-se que a Unidade está elaborando manual de normas

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e procedimentos sobre a atividade de gestão de compras e mapeando os processos de

compras. Quanto à falta de análise de planilhas, informou que solicitou à empresa

vencedora a memória de cálculo das variáveis que estão compondo o BDI, sendo o

LANAGRO alertado pela equipe de auditoria que, também, deve ser observado o

motivo de o BDI não ter sofrido maior redução, apesar de se ter sido modificado o

percentual de tributação. No que se refere à contratação de serviços, informou que,

diante da possibilidade de ocorrência de conflitos de conceitos acerca da

denominação das funções a serem contratadas, excluiu os itens referentes aos postos

de logística. Quanto às atividades de assistente técnico de apoio à fiscalização de

contratos, defende que não se confundem com as atividades do cargo de agente

administrativo, contratado mediante concurso público.

As causas identificadas para as constatações destacadas foram: as

imperfeições dos controles internos do processo de compras (ausência de

padronização, de normativos e procedimentos internos para regular os processos de

contratações e de pesquisa de preço); falta de análise das planilhas de BDI e encargos

sociais; e a inclusão de serviços terceirizados com funções conflitantes com as

atividades de agente administrativo, que só tardiamente foram reconhecidas pela

Unidade. Diante disso, foram expedidas as seguintes recomendações ao LANAGRO:

elaborar planejamento anual de compras contemplando a participação dos

responsáveis técnicos pelo laboratório; analisar as planilhas de BDI e de encargos

sociais, solicitando da contratada a aplicação do correto percentual de BDI, em face

de sua opção pelo Simples, requerendo a glosa dos valores pagos a maior ou

promovendo a sua cobrança, caso o contrato tenha sido encerrado; estabelecer

procedimento interno para análise das propostas de fornecedores, definir

procedimento interno para editais relativos a obras e serviços de engenharia,

contemplando a obrigatoriedade de registro de parecer detalhado sobre as planilhas

de BDI e de encargos sociais. Quanto à contratação de serviços, realizar estudo

prévio, apresentando fundamentações claras quanto aos cargos a serem contratados.

Sobre o Plano de Providências Permanente, de oito recomendações

efetuadas à Unidade, cinco recomendações encontram-se pendentes de atendimento,

sendo monitoradas por este Órgão de Controle Interno, uma recomendação foi

considerada atendida e duas foram canceladas. Apesar das pendências, o gestor

apresentou manifestação demonstrando empenho da Unidade na solução dos

problemas apontados pela CGU.

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Com relação à qualidade e suficiência dos controles internos, tendo em

vista o escopo definido para a auditoria, as fragilidades identificadas se referem,

essencialmente, às áreas de licitações e contratos, as quais originaram as constatações

relatadas pela equipe de auditoria. As falhas foram ocasionadas, de modo geral, pela

ausência de procedimentos internos referente à gestão dos processos de compras e

contratações. Em complemento, cabe registrar a fragilidade verificada nos controles

internos mantidos para verificação da meta física da Ação de Governo 20ZW, o que

provocou divergência na apuração do resultado.

Cabe registrar como ponto positivo que, por ser um laboratório acreditado

pelo INMETRO, segundo os requisitos estabelecidos na ABNT NBR ISO/IEC

17025:2005, a Unidade já possui o mapeamento dos macroprocessos finalísticos

segundo o manual do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), seguido pelo

LANAGRO. No entanto, o mesmo não ocorre na área administrativa.

Assim, em atendimento às determinações contidas no inciso III, art. 9º da

Lei n.º 8.443/92, combinado com o disposto no art. 151 do Decreto n.º 93.872/86 e

inciso VI, art. 13 da IN/TCU/N.º 63/2010 e fundamentado no Relatório de Auditoria,

acolho a conclusão expressa no Certificado de Auditoria. Desse modo, o Ministro de

Estado supervisor deverá ser informado de que as peças sob a responsabilidade da

CGU estão inseridas no Sistema e-Contas do TCU, com vistas à obtenção do

Pronunciamento Ministerial de que trata o art. 52, da Lei n.º 8.443/92, e posterior

remessa ao Tribunal de Contas da União por meio do mesmo sistema.

Brasília/DF, 21 de julho de 2016.

Diretor de Auditoria das Áreas de Produção e Meio Ambiente - Substituto