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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE DIREITO GRADUAÇÃO EM DIREITO Jeferson de Jesus Nicácio RELATÓRIO DE PRÁTICA JURÍDICA TRABALHISTA 1ª AVALIAÇÃO Salvador

Relatório Das Audiências

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Relatório audiências

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE DIREITO

GRADUAO EM DIREITO

Jeferson de Jesus Niccio

RELATRIO DE PRTICA JURDICA TRABALHISTA

1 AVALIAO

Salvador23 de Julho 2014

CAPTULO 1 AUDINCIAS NA JUSTIA DO TRABALHO

1.1 AUDINCIA COM OITIVA DE TESTEMUNHASProcesso: 0010432-34.2013.5.05.0010Reclamante: Joo Lopes AraujoReclamado: Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia Coelba

1.1.1. POSTURA DO MAGISTRADO Feito o prego, aberta audincia de instruo a juza inquiriu a parte reclamante sobre os servios que prestava na empresa, a jornada de trabalho (horrio de descanso, entrada e sada, conforme art. 58 CLT), se assinava algum ponto de freqncia ou passava carto, o pagamento de auxlio transporte.

Em seguida, a juza inquiriu as duas testemunhas arroladas pelo Reclamante, advertindo-as sobre a necessidade de falarem a verdade, sob pena de incorrerem no Crime de falso testemunho e poderem ser presos; adiante, perguntando a ambas se eram parentes, amigos ntimos ou inimigos da Reclamada assim como se possuam interesse na causa (conforme art. 829 CLT). Perguntas aos quais as testemunhas responderam no.

A magistrada, ao cotejar informaes e deduzir que a 2 testemunha da reclamada poderia estar mentindo tentou intimid-la, com uma postura muito incisiva e impaciente. No entanto, a testemunha esclareceu os fatos demonstrando total confiana no que estava falando.

Alm disso, a magistrada demonstrou impacincia tambm quando a advogada da parte reclamante pedia-lhe para fazer perguntas certas perguntas s testemunhas, como se a advogada da parte reclamante pudesse estar induzindo a resposta das testemunhas.

Por fim, deferiu o pedido do advogado da parte reclamada de prazo de dez dias para a juntada aos autos dos controles de freqncia manuais da 2 testemunha e, em seguida, concedeu idntico prazo ao reclamante para se manifestar sobre os documentos porventura anexados pela reclamada. Por fim, encerrou a instruo processual e renovou a proposta de conciliao para outra data.

1.1.2. ATUAO DOS ADVOGADOS

A advogada da Reclamante encaminhou perguntas juza para que esta as fizesse ao preposto e s testemunhas arroladas pelo reclamante, buscando evidenciar que o reclamante fazia as mesmas atividades realizadas pela testemunha que exercia funo superior ( de encarregado), dobrava vrias vezes a jornada de trabalho, no tinha direito a descanso previsto pela CLT, no recebia auxlio transporte.

Por sua vez, o advogado do reclamado formulou perguntas que tentavam desqualificar a narrativa das testemunhas sobre a inexistncia de registro manual de jornada de trabalho. Por fim, diante do arrolamento por parte da reclamada de registro manual (que, a princpio, desmente a tese da 2 testemunha), requereu juntada aos autos dos controles de freqncia manuais da 2 testemunha e que, em seguida o MM. Juzo oficie o Ministrio pblico e a Polcia Federal, para apurao de prtica de crime.

1.1.3. POSTURA DAS PARTES

O autor da demanda respondeu as perguntas realizadas pela magistrada e tentou informar a sua advogada informaes que fossem favorveis tese da exordial, contudo nem sempre conseguindo passar tais informaes com clareza.

O preposto no falou muito, apenas respondeu as poucas perguntas feitas pela magistrada, no geral negando as acusaes.

1.1.4. CONFORMIDADE COM O ORDENAMENTO JURDICO

A colheita testemunhal seguiu o rito previsto na CLT, com a qualificao das partes exigida pelo art. 828 da CLT, a advertncia que dispe o art. 829 da CLT, e foram ouvidas na forma como prescreve o art. 820 da CLT.

Audincia na qual houve acordo entre as partes

Processo: 0000180-72.2014.5.05.0030Reclamante: Naiara de Cerqueira AlvesReclamado: Armazem de Carnes Comercial LTDA - ME1.2.1. POSTURA DO MAGISTRADO Aberta a audincia, o juiz perguntou as partes se havia interesse em fazer uma conciliao ( conforme art. 846 CLT). Em seguida, tomou cincia dos autos de maneira superficial, interrogou o reclamado (que estava sem advogado), pediu esclarecimentos ao advogado da parte reclamante e calculou um valor aproximado do dinheiro devido pelo reclamado reclamante, junto com o advogado da parte reclamante. Chegando a um determinado valor, o props ao reclamado. De modo muito paciente, explicou ao reclamado, que estava sem advogado, as vantagens em fazer um acordo logo de incio, tendo em vista os custos com o seguimento do processo, o provvel aumento do valor resultante de uma sentena. Nesse sentido, insistiu para que as partes chegassem a um acordo e o reclamado pagasse o valor aproximado da quantia estipulada. Feito o acordo depois de muito dilogo e detalhamento do processo de quitao da dvida do reclamado (a multa que teria que pagar caso no honrasse o compromisso em dia, por exemplo), deu por encerrado a audincia.

1.2.2. ATUAO DO ADVOGADO

A audincia foi muito simples quanto atuao do advogado da parte reclamante, que basicamente falou por sua cliente e insistiu para que o reclamado pagasse um valor aproximado quele calculado junto com o magistrado.

O reclamado no apresentou advogado.

1.2.3. POSTURA DAS PARTES

A reclamante praticamente no falou na audincia.

O reclamado apenas ficou um pouco reticente quanto ao valor da quantia que deveria pagar parte reclamada, mas cedeu e resultou comprometendo-se a pagar uma quantia bem aproximada, dividida em valores que poderia pagar.

1.2.4. CONFORMIDADE COM O ORDENAMENTO JURDICO

O acordo em audincia foi realizado conforme a CLT (artigo 846).

Audincia de instruo adiada

Processo: 0000163-36.2014.5.05.0030Reclamante: Luciana de Farias FerreiraReclamado: Promo 7 Recursos e Patrimonio Humano LTDA EPP e outro

1.3.1 POSTURA DO MAGISTRADO Aberta a audincia, o magistrado dispensou o interrogatrio da reclamante e do preposto da 2 reclamada, tendo em vista estar ausente a 1 reclamada, partiu para a oitiva da testemunha arrolada pela reclamante. Realizou tal interrogatrio conforme os artigos 829 da CLT. Ciente dos fatos buscou saber se a parte demandada desejava fazer alguma pergunta. Depois, perguntou reclamada se havia algo a contrapor-se. Diante do fato da demandada no negar os fatos arrolados, no haver mais produo de provas pelas partes, encerrou a instruo. Em seguida, elaborou uma estimativa do valor dos pedidos. Por fim, buscou saber se havia possibilidade de conciliao. Tendo um retorno das partes no sentido positivo, adiou a audincia para a viabilizao do acordo.

1.3.2. ATUAO DOS ADVOGADOS

Os advogados de ambas as partes mostraram-se bastante solcitos. A advogada da demanda no se contraps a nenhum fato alegado, apenas encaminhando o pedido feito pelo Banco Santander para a realizao do acordo. J a advogada da parte reclamante formulou as perguntas para que no sentido de comprovar a tese da exordial, para que o magistrado as fizesse testemunha, evidenciando que substitua um colega de trabalho que inicialmente no deseja fazer o acordo proposto pelo Banco de exclu-lo do processo. O clima geral era bastante amistoso.

3.1.3. POSTURA DAS PARTES

Estava ausente a 1 reclamada e presente o preposto do Banco Santander (2 reclamada). Nada disse o preposto do Banco Santander, j que o seu interrogatrio foi dispensado pelo magistrado. De igual modo, a reclamante permaneceu calada durante toda a audincia.

3.2.4. CONFORMIDADE COM O ORDENAMENTO JURDICO

A audincia de instruo foi realizada de acordo com o exigido pela CLT. O magistrado buscou observar as violaes perpetradas contra os direitos da reclamante (como a brutal jornada de trabalho, em desacordo com o art. 57 da CLT) e imputar uma quantia a ser paga pela reclamada de maneira justa.

2. Audincia no Ministrio Pblico do Trabalho

Mediao n 001044.2014.05.000/0 - 04

Requerente: Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pblica (SINDILIMP BA)Requeridos: Secretaria de Educao do Estado da Bahia (SEC); AML Servios e Empreendimentos LTDA ME

2.1 ATUAO DO PROCURADOR DO TRABALHO

Aberta a audincia, desde o incio a procuradora buscou firmar um acordo entre o sindicato, a SEC e a empresa AML Servios e Empreendimentos LTDA em relao ao pagamento das verbas rescisrias dos empregados e a formalizao da despedida. Buscou informaes sobre os direitos desrespeitados pela reclamada e verificou que o contrato foi realizado por tempo determinado, no havendo direito a pagamento de aviso prvio e 40% do FGTS. No houve resistncia por nenhuma das partes, o que viabilizou um acordo que foi sendo costurado pela procuradora, que passou ento a verificar o valor apropriado para o pagamento das verbas rescisrias junto s partes e ela mesma a redigir os termos do acordo consensuado pelas partes. Fim do acordo, estabeleceu uma data para que o pagamento fosse realizado e encerrou a audincia de mediao de maneira muito tranqila e da forma mais rpida possvel.

2.2 Atuao dos advogados e das partes

Tanto as partes quanto os advogados colaboraram para que o acordo fosse realizado de forma clere e tranqila.

2.3 CONFORMIDADE COM O ORDENAMENTO JURDICO

O acordo realizado na audincia de mediao junto a procuradoria obedeceu aos requisitos da CLT. As verbas rescisrias contadas individualmente de cada empregado sero pagas (conforme art. 477 da CLT), inexistindo direito a pagamento de aviso prvio (conforme LEIN 12.506 e 40% do FGTS (Lei8036/90)