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Relatório de auditoria financeira externa
Portimão Urbis SGRU- Sociedade de Gestão e Reabilitação Urbana, E.M, SA
Exercícios de 2009 a junho de 2013
janeiro 2014
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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ÍNDICE
SUMÁRIO 6
INTRODUÇÃO E ÂMBITO 10
1. CONTEXTO ECONÓMICO 11
2. ESTATUTOS E A NOVA LEI DO SETOR EMPRESARIAL LOCAL 12
3. CONTRATAÇÃO 13
3.1 SUPORTES PARA A CONTRATAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS 13
3.2 PROCEDIMENTOS DE CONTRATAÇÃO 15
3.2.1 ESTÁDIO MUNICIPAL DE PORTIMÃO 16
3.2.2 CIDADE DO CINEMA 16
3.3 NORMA INTERNA DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA 18
3.4 PATROCÍNIOS 18
4. IMOBILIZADO 18
4.1 PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO 18
4.2 ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS 19
4.3 ATIVOS INTANGÍVEIS 24
4.4 ATIVOS EM CURSO 24
4.5 IMOBILIZADOS PERMUTADOS POR CRÉDITOS – SASHA SUMMER SESSIONS 25
5. PARTICIPAÇÕES FINANCEIRAS 25
6. RENDIMENTOS E GANHOS GLOBAIS 26
6.1 VENDAS 27
6.2 PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS 27
6.3 OUTROS RENDIMENTOS E GANHOS 33
6.4 JUROS E RENDIMENTOS SIMILARES 35
7. CLIENTES E DEVEDORES DIVERSOS 37
8. BANCOS 38
9. ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS 38
9.1 ACRÉSCIMOS DE GASTOS 38
9.2 ACRÉSCIMOS DE GASTOS E IVA 41
9.3 ACRÉSCIMOS DE RENDIMENTOS 41
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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10. FORNECEDORES E CREDORES DIVERSOS 43
10.1 AUMENTOS/DIMINUIÇÕES DAS CONTAS DE FORNECEDORES 43
10.2 CONFIRMAÇÃO DE SALDOS DE FORNECEDORES 45
11. EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS 46
11.1 EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS, LOCAÇÕES FINANCEIRAS E FACTORING 46
12. ESTADO 52
12.1 REPORTE FISCAL DE PREJUÍZOS DE ANOS ANTERIORES EM IRC 52
12.2 LIMITAÇÃO À DEDUÇÃO FISCAL EM IRC DE GASTOS FINANCEIROS 52
12.3 IVA 53
13. CAPITAIS PRÓPRIOS 53
13.1 VALORES DOS CAPITAIS PRÓPRIOS 53
13.2 AJUSTAMENTOS NA CONTA DE CAPITAL 55
14. FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS 55
14.1 DADOS GLOBAIS 55
14.2 AMOSTRA DE SUBSTANCIAÇÃO 57
14.3 57
15. CONTA 68 OUTROS GASTOS E PERDAS 57
16. CUSTOS FINANCEIROS 58
16.1 CUSTOS GLOBAIS 58
16.2 JUROS DE MORA 59
17. CUSTOS COM O PESSOAL 60
17.1 CADASTRO DE PESSOAL 60
17.2 TESTE AOS ABONOS E DESCONTOS 60
17.3 ESPECIALIZAÇÃO DE GASTO A PAGAR COM FÉRIAS, SUBSÍDIO E ENCARGOS 63
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Balanço ..................................................................................................................... 11
Quadro 2 – Demonstração dos Resultados por Naturezas ......................................................... 12
Quadro 3 – Procedimentos de Contratação ............................................................................... 13
Quadro 4 – Procedimentos a auditar por ano ............................................................................ 14
Quadro 5 – Contratos a Auditar .................................................................................................. 14
Quadro 6 - Propriedades de Investimento .................................................................................. 19
Quadro 7 – Ativos Iniciais ............................................................................................................ 19
Quadro 8 – Ativos Fixos Tangíveis ............................................................................................... 22
Quadro 9 – Fusão 2010 – ATF a Incorporar ................................................................................ 22
Quadro 10 – Ativos Intangíveis ................................................................................................... 24
Quadro 11 – Ativos em Curso ..................................................................................................... 24
Quadro 12 - Participadas ............................................................................................................. 26
Quadro 13 – Rendimentos Globais ............................................................................................. 27
Quadro 14 – Vendas 2010 ........................................................................................................... 27
Quadro 15 – Prestações de Serviços e Contratos Programa....................................................... 28
Quadro 16 – Receitas Próprias .................................................................................................... 28
Quadro 17 – Prestação Serviços Diversos ................................................................................... 29
Quadro 18 – Custos com Frota Azul, 2010_2013 ........................................................................ 29
Quadro 19 – Contratos Programa 2009 ...................................................................................... 31
Quadro 20 – Contratos Programa 2010 ...................................................................................... 31
Quadro 21 – Contratos Programa 2011 ...................................................................................... 31
Quadro 22 – Contratos Programa 2012 ...................................................................................... 32
Quadro 23 – Contratos Programa 2013 ...................................................................................... 32
Quadro 24 – Outros Serviços ...................................................................................................... 32
Quadro 25 – Conta 78 – Outros Rendimentos e Ganhos ............................................................ 33
Quadro 26 – Conta 781 – Rendimentos Suplementares ............................................................. 33
Quadro 27 – Conta 788 – Outros Rendimentos e Ganhos .......................................................... 34
Quadro 28 – Subsídios ao Investimento ..................................................................................... 35
Quadro 29 – Conta 79 – Juros e Rendimentos Similares ............................................................ 35
Quadro 30 – Valores a Receber ................................................................................................... 37
Quadro 31 – Acréscimo de Gastos .............................................................................................. 38
Quadro 32 – Acréscimo de Gastos com Juros ............................................................................. 39
Quadro 33 – Acréscimo Gastos com Rendas .............................................................................. 39
Quadro 34 - Acréscimo Gastos Gerais ......................................................................................... 40
Quadro 35 - Acréscimo de Patrocínios ........................................................................................ 40
Quadro 36 – Acréscimo de Rendimentos, por anos ................................................................... 41
Quadro 37 – Acréscimos de Rendimentos, por conta ................................................................ 42
Quadro 38 – Fornecedores e credores diversos ......................................................................... 43
Quadro 39 – Dívida a terceiros, por entidade ............................................................................. 43
Quadro 40 – Dívida a Terceiros, Patrocínios ............................................................................... 44
Quadro 41 – Dívida a Terceiros, Estádio ..................................................................................... 44
Quadro 42 – Dívida a Terceiros, Outros ...................................................................................... 44
Quadro 43 – Confirmação Credores - 2010 ................................................................................ 45
Quadro 44 – Confirmação Credores - 2011 ................................................................................ 45
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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Quadro 45 – Confirmação Credores - 2012 ................................................................................ 46
Quadro 46 – Empréstimos 2009 ................................................................................................. 46
Quadro 47 – Locações Financeiras 2009 ..................................................................................... 47
Quadro 48 – Empréstimos 2010 ................................................................................................. 47
Quadro 49 – Locações Financeiras 2010 ..................................................................................... 47
Quadro 50 – Empréstimos 2011 - BP .......................................................................................... 48
Quadro 51 – Empréstimos 2011 CGD ......................................................................................... 49
Quadro 52 – Factoring 2011 ........................................................................................................ 49
Quadro 53 – Empréstimos 2012 ................................................................................................. 50
Quadro 54 – Factoring 2012 ........................................................................................................ 50
Quadro 55 – Empréstimos 2013 ................................................................................................. 51
Quadro 56 – Planos Financeiros .................................................................................................. 51
Quadro 57 – capital próprio ........................................................................................................ 54
Quadro 58 – Fornecimentos e Serviços Externos ....................................................................... 55
Quadro 59 – Conta 68 – Outros Gastos e Perdas ........................................................................ 57
Quadro 60 – Custos Financeiros 2009 a 2013 junho, reclassificados ......................................... 58
Quadro 61 – Juros de Mora, Caixa Geral de Depósitos............................................................... 59
Quadro 62 – Juros de Mora, Fornecedores................................................................................. 59
Quadro 63 – Processamento Salários DRH ................................................................................. 61
Quadro 64 - Abonos .................................................................................................................... 61
Quadro 65 – Descontos Social e CGA .......................................................................................... 62
Quadro 66 – Descontos IRS ......................................................................................................... 63
Quadro 67 – Especialização de gasto a pagar com férias, subsídio e encargos. ......................... 63
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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SUMÁRIO
i) Nova lei do setor empresarial local
A partir de 1 de Setembro de 2012, os contratos-programa regulam apoios financeiros
considerados como subsídios à exploração, daí resultando uma alteração muito significativa no
resultado da aplicação do critério da alínea b) do nº. 1 do artigo 62º da Lei 50/12 de 31 de
agosto, pois os subsídios à exploração poderão vir a representar mais de 50% das receitas
totais, a julgar pelos dados anteriores à data da nova lei, pelo que se recomenda a cuidadosa
avaliação da situação futura da empresa à luz do normativo citado.
ii) Norma de contratação
O Conselho de Administração deliberou em 26 de Junho de 2013 sujeitar a concurso público as
aquisições superiores a 4.999€.
iii) Estádio Municipal de Portimão
As obras de requalificação do estádio foram efetuadas pela Portimão Urbis por deliberação
Municipal de 2 de Junho de 2010, contemplada por decisão de Agosto do mesmo ano. O ativo
imobilizado está registado no Município de Portimão. Acresce que, com a alteração estatutária
da Portimão Urbis de Fevereiro de 2013, o Estádio é gerido pelo Município.
Não tendo a Portimão Urbis a propriedade nem a gestão do ativo respeitante às obras que
efetuou por mandato do Município, recomendamos que o ativo fixo seja reclassificado e
debitado o Município pelo seu valor ou outra forma de ressarcir a empresa pelos custos que
suporta com amortizações e juros.
iv) Imobilizados permutados por créditos – Sasha Summer Sessions
Por “contrato de transmissão de dívida e dação em cumprimentos de quotas” e seu
aditamento, outorgados em Março de 2010, a Portimão Urbis recebeu dos promotores do
evento Sasha Summer Sessions um Edifício e outros bens e direitos, incluindo o direito da
realização do evento pela Portimão Urbis em 2010, 2011 e 2012, tudo avaliado em 843 mil €
que corresponde às contas finais dos eventos de 2007, 2008 e 2009 em dívida pelo promotor,
no mesmo valor, dívida que é, assim, compensada.
O assunto é tratado nas atas da Comissão Executiva 27 e 31 de Março e Abril de 2010 e ainda
nas atas do Conselho de Administração nºs. 145 e 146 de Abril e Maio do mesmo ano.
As atas referidas não explicam as razões da opção pela referida troca dos direitos da Portimão
Urbis pelos bens e direitos do contrato, em detrimento da via judicial.
Esta opção teve consequências financeiras significativas, suscitando-se dúvidas quanto à
valorização dos bens e direitos recebidos em troca da dívida.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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Deste modo, e como não existem elementos – desde logo nas atas – que permitam dissipar as
dúvidas existentes, entende-se que recomendar a realização de um inquérito, com vista a
apurar as circunstâncias e as motivações da decisão em apreço.
No seguimento da solução encontrada, a Portimão Urbis realizou os eventos dos anos
seguintes.
v) Cidade do Cinema
No âmbito do Projeto “Cidade do Cinema”, a Portimão Turis e a sua sucessora Portimão Urbis,
firmaram contratos com entidades em 2009, 2010, 2011 e 2012, cujo valor total ascendeu a
1,86 milhões de euros sem IVA e a 2,2 milhões de euros com IVA, sem evidência de suportes
para da realização de parte significativa das atividades contratadas, pois não podemos
confirmar ou infirmar a informação da empresa de que as evidências em falta estão à guarda
da Polícia Judiciária e do Ministério Público.
Recomenda-se a realização de inquérito à execução dos contratos e aos produtos daí
resultantes, inquérito que tem âmbito e objetivos diferentes dos das investigações em curso.
vi) Registo do Pavilhão - Locação
A Norma Contabilística de Relato Financeiro das Locações não foi aplicada, dada a expectativa
de fusão, em 2013, da PU e da Expoarade Estrutura, conforme Anexo às contas de 2012. Tal
operação não se realizou pelo que se aconselha a aplicação da norma das Locações,
acrescendo o valor do Pavilhão ao Imobilizado da Portimão Urbis (ou ao do Município, se for
essa a solução) como contrapartida de uma dívida ao Banco Financiador.
vii) Participadas
As empresas Eventos do Arade e Rio Adentro, não tiveram atividade em 2012 e estão sem
objeto social, a primeira porque o Pavilhão do Arade não tem receitas e a segunda porque o
projeto de requalificação da Zona Ribeirinha não teve seguimento.
Recomendamos, por isso, que se proponha aos restantes acionistas a sua dissolução e
liquidação ou, em alternativa, a alienação da participação da PU, no seguimento da decisão do
C.A. de 28 de fevereiro de 2013.
A Expoarade Estrutura tem participação privada de 51% e paga à CGD os empréstimos para
construção do Pavilhão Arena com a renda que a Portimão Urbis lhe deve pagar. Esta recebe
fundos do Município via contrato-programa Feiras e Exposições, contrato que é anterior à
nova lei do setor empresarial local.
Não tendo sido dado seguimento à decisão do C.A. de 28 de fevereiro de 2013, de aquisição
das participações privadas, recomenda-se, por isso, a reanálise da situação, com eventual
transferência da propriedade do Pavilhão para a Portimão - Urbis ou para o Município, que
acaba por pagar o empréstimo e ainda conforta a CGD pelos pagamentos futuros.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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viii) Juros do Barclays
A operação aritmética de cálculo dos juros do acordo de Reconhecimento e Regularização de
Dívida ao Barclays Bank, cerca de 1 milhão, não foi confirmada por falta de informação da
entidade bancária, informando os serviços que a têm solicitado insistentemente.
ix) IVA
A conta 2721 - Devedores por acréscimos de rendimentos, tem um saldo de 4,7 milhões de
euros com referência a 30 de Junho de 2013. Este saldo foi diminuído para 3,4 milhões de
euros com os movimentos de Outubro e Dezembro de 2013. Sobre estes acréscimos deveria
ter sido liquidado IVA, em valor que estimamos em 1 milhão de euros, pois a conta traduz os
serviços prestados mas não faturados.
Em sentido inverso, na conta de credores por acréscimos de gastos, cerca de 3 milhões não
deduziram IVA, pois os fornecedores não emitiram fatura.
Os dois movimentos não são compensáveis, e a infração da empresa pela não liquidação do
IVA não se confunde com a infração do fornecedor pela não emissão de fatura, com liquidação
do IVA a deduzir pela empresa.
x) Capital
No registo do valor do Ativo Bruto Inicial que teve como contrapartida o Capital Próprio, foram
registados Reservas de Revalorização de 2,6 milhões de euros, contrapartida de Edifícios e
Outras Construções, não obstante a certificação do Revisor Oficial de Contas independente ter
sido feita por um valor de 5,55 milhões de euros, os Ativos foram registados por 8,2 milhões de
euros, com suporte na avaliação final do património transferido pelo Município.
Estimamos em cerca de 900 mil euros o valor a debitar em conta de capital próprio em Junho
de 2013, e crédito em conta de Outros Devedores e Credores, referente ao valor do imposto
que incidirá nos subsídios ao investimento à medida que estes foram transferidos para
rendimentos, no que acompanhamos o Fiscal Único da Portimão Urbis que, no seu relatório do
primeiro semestre de 2013, considera que o” (...) capital próprio deveria ser deduzido, pela
criação de uma conta devedora, de montante correspondente à tributação que incide sobre o
subsídio recebido ajustado pelos períodos já decorridos”. A informação dos serviços é que este
movimento será efetuado ainda nas contas de 2013 em acordo com o Fiscal Único.
Os resultados de 2012, negativos em 1,8 milhões de euros, permanecem nos Capitais Próprios,
na conta de Resultados Transitados embora pagos pelo Município de Portimão em maio de
2013. A contrapartida deste pagamento foi a conta de Reservas.
Esta contabilização, aumentando Reservas pela cobertura de prejuízos e mantendo o
Resultado Líquido negativo de 2012 como componente dos Resultados Transitados, seria
melhorada se o pagamento dos prejuízos fosse lançado diretamente na conta de Resultados
Transitados. Assim sendo, a conta de Reservas de 2013 ficaria com o mesmo valor de 2012, e a
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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conta de Resultados Transitados seria aumentada apenas pela parte do prejuízo não paga pelo
Município de Portimão (15,6 mil euros).
Tratando-se de movimentos entre contas, o valor final dos Capitais Próprios não será alterado,
mas a apresentação é mais consentânea com a substância da operação.
xi) Custos financeiros
Dado o elevado montante dos juros em mora a entidades bancárias e fornecedores,
recomendamos que, sendo disponibilizados fundos financeiros por via do saneamento e do
PAEL do Município, a empresa avalie da possibilidade de negociar moras com os credores, pois
segundo informação recolhida, aqueles instrumentos de reequilíbrio financeiro não libertarão
fundos necessários para todos os compromissos da Portimão Urbis.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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INTRODUÇÃO E ÂMBITO
Este relatório foi solicitado pela Portimão Urbis SGRU – Sociedade de Gestão e Reabilitação
Urbana, E.M, S.A., adiante designada abreviadamente por Portimão Urbis, por procedimento
de contratação Concurso Público N.º 20000490 /SGRU/2013 tendo como objeto “Serviços de
Auditoria Financeira Externa”, no período compreendido entre 2009 e junho de 2013.
Este relatório não é uma Certificação Legal de Contas.
O trabalho de auditoria externa foi efetuado aplicando as normas de auditoria e revisão de
contas da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, nomeadamente as Directrizes de
Revisão/Auditoria 800 - Relatório do Revisor/Auditor sobre Trabalhos com Finalidade Especial
e872 - Entidades Municipais, Intermunicipais e Metropolitanas. Teve ainda em conta os
Estatutos da Portimão Urbis, o Regime Jurídico do Setor Empresarial Local, o Código das
Sociedades Comerciais e o Regime Jurídico da Reabilitação Urbana.
O nosso trabalho incluiu, entre outros aspetos, o seguinte:
� Reuniões com responsáveis da Entidade e leitura das atas respetivas, tendo
solicitado e obtido os esclarecimentos que considerámos necessários.
� Apreciação da adequação e consistência das políticas contabilísticas adotadas pela
Portimão Urbis.
� Verificação da conformidade das demonstrações financeiras patrimoniais com a
legislação aplicável.
� Análise específica das principais contas de Balanço e de Demonstração dos
Resultados registando e analisando as principais variações do período.
Realizámos ainda os testes substantivos seguintes que considerámos adequados em função da
materialidade dos valores envolvidos:
� Análise e teste dos proveitos e custos registados no período, com particular
atenção ao critério de reconhecimento e seu balanceamento, diferimento e
acréscimo.
� Análise e teste das reconciliações bancárias preparadas pela Portimão Urbis, do
mapa de empréstimos e das aquisições em locação financeira.
� Análise e testes aos ativos (correntes e não correntes) e passivos.
� Verificação da situação fiscal e da adequada contabilização dos impostos sobre o
rendimento da Portimão Urbis e sobre rendimentos de trabalho.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
11
1. CONTEXTO ECONÓMICO Quadro 1 – Balanço
Valores em euros
BALANÇO Valores em
euros
RUBRICAS DATAS
30-06-2013 31-12-2012 31-12-2011 31-12-2010 31-12-2009
ATIVO
Ativo não corrente
Ativos fixos tangíveis 23.513.994 24.071.166 25.220.929 23.798.051 11.785.406
Acionistas 9.920.184 9.920.184 10.214.184 10.352.684
Outras contas do ativo não corrente 363.605 380.752 447.463 2.102.456 479.988
33.797.783 34.372.102 35.882.575 36.253.190 12.265.394
Ativo Corrente
Clientes 20.061.039 20.575.004 11.264.171 1.325.634 1.637.356
Outras contais a receber 9.192.036 4.505.436 7.361.811 8.026.272 773.627
Outras contas do ativo corrente 840.718 927.787 472.959 2.378.955 1.193.020
30.093.793 26.008.227 19.098.941 11.730.861 3.604.003
Total do ativo 63.891.576 60.380.329 54.981.516 47.984.051 15.869.397
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital próprio
Capital realizado 9.462.871 9.462.871 9.462.871 9.462.871 8.850.000
Reservas 3.932.876 2.145.668 2.130.708 1.985.039 1.267.034
Resultados transitados 2.127.650 3.930.451 3.795.852 3.000.081 -9.784.836
Resultado líquido do período -2.206.284 -1.802.801 149.559 1.456.696 727.714
Outros elementos do Capital Próprio 4.526.190 4.517.937 4.504.250 4.116.052 2.503.619
Total do capital próprio 17.843.303 18.254.126 20.043.241 20.020.739 3.563.531
Passivo
Passivo não corrente
Financiamentos obtidos 8.752.348 8.752.348 8.752.348 9.095.718 5.000.000
Passivo corrente
Fornecedores 19.216.423 18.042.754 14.219.737 6.075.703 69.463
Outra contas a pagar 8.109.044 5.206.213 3.334.436 3.173.938 1.619.685
Financiamentos obtidos 7.730.593 7.738.984 7.483.222 6.920.414 4.950.000
Estado e outros entes públicos 1.974.163 2.092.724 757.752 179.334 36.971
Outros Passivos Correntes 265.702 293.180 390.782 2.518.205 629.747
37.295.924 33.373.855 26.185.928 18.867.594 7.305.867
Total do passivo 46.048.272 42.126.203 34.938.276 27.963.312 12.305.867
Total do capital próprio e do passivo 63.891.576 60.380.329 54.981.516 47.984.051 15.869.397
O balanço do período mostra a evolução da empresa que passa de um total de Capitais
Próprios de 3,5 milhões de euros em 2009, para 17,8 milhões de euros em junho de 2013. Este
crescimento é resultado de entrada de ativos subsequente à incorporação de três participadas
por fusão realizada em 2010 e pelo elevado crescimento da atividade, com mais
responsabilidades.
As contas a Receber e as contas a Pagar tiveram igualmente um forte crescimento. Os valores
a receber em 2009 somavam 3,2 milhões de euros, montante que sobe para quase 30 milhões
de euros em junho de 2013, sendo 29 milhões de euros de responsabilidade do Município de
Portimão.
Por sua vez as Contas a Pagar e os Financiamentos aumentaram de 12,3 milhões de euros para
46 milhões de euros.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
13
O artigo 62º, nº.1 da nova lei, obriga a deliberação de dissolução das empresas locais, como a
Portimão Urbis, verificando-se as situações aí tipificadas e que se indicam de seguida, para
avaliar da sua relevância para a empresa.
No que se refere à alínea a) do artigo 62º. Nº.1, a Portimão Urbis tem Vendas e Prestação de
Serviços que cobrem mais de 50% dos Gastos Gerais, considerando os contratos-programa nas
Prestações de Serviços e não em Subsídios à Exploração, alteração que resulta da nova lei. Os
Subsídios à Exploração seriam nulos e assim, a alínea b) estaria igualmente ultrapassada (com
os Subsídios à Exploração a representar 0% das Receitas).
Mas esta conclusão tem de ser reavaliada, para verificar o impacto do cumprimento da nova
lei na continuidade da Portimão Urbis.
A partir de 1 de Setembro de 2012, os contratos-programa regulam apoios financeiros
considerados como subsídios à exploração, daí resultando uma alteração muito significativa,
no resultado da aplicação do critério da alínea b) do nº. 1 do artigo 62º da Lei 50/12 de 31 de
agosto, pelo que os subsídios à exploração poderão vir a representar, mais de 50% das receitas
totais, a julgar pelos dados anteriores à data da nova lei, pelo que se recomenda a cuidadosa
avaliação da situação futura da empresa à luz do normativo citado.
No que respeita à alínea c) não se verifica que o Resultado Operacional menos Amortizações
tenha sido negativo em 3 anos. Igualmente a alínea d) não se verifica, pois o Resultado Líquido
só foi negativo em 2012 e, tanto quanto nos é informado, sê-lo-á ainda em 2013.
3. CONTRATAÇÃO
3.1 SUPORTES PARA A CONTRATAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS
A partir do número de contribuinte da Portimão Urbis, o Portal BaseGov devolve as
publicitações de contratos realizadas no período a que se reporta a auditoria:
Quadro 3 – Procedimentos de Contratação
Tipo de Procedimento 2009 2010 2011 2012 2013 Total Geral
Ajuste direto 797.821 5.160.912 2.534.568 479.130 31.512 9.003.943
Concurso público
114.337 41.525 186.060 40.800 382.722
Total Geral 797.821 5.275.249 2.576.093 665.190 72.312 9.386.665
Foram agregadas as aquisições de prestações de serviços por número de contribuinte de
entidade adjudicatária e selecionados os contribuintes com valor de contratos superiores 75
mil euros, obtendo-se uma percentagem de cobertura de 63% correspondendo a 5,8 milhões
de euros do total de 9,3 milhões de euros de contratos publicitados, tendo-se obtido a lista de
entidades abaixo.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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Quadro 4 – Procedimentos a auditar por ano
Audit 2009 2010 2011 2012 2013 Total Geral %
Cobertura
Ver contrato 554.422 3.897.015 1.200.725 243.365
5.895.527 63%
(em branco) 243.399 1.378.235 1.375.368 421.825 72.312 3.491.138
Total Geral 797.821 5.275.249 2.576.093 665.190 72.312 9.386.665
Quadro 5 – Contratos a Auditar
Entidade (s) Adjudicatária (s) Tipo de
Procedimento 2009 2010 2011 2012
Total Geral
José Felisberto Rosado Marques Ajuste direto
82.500
82.500
Catarina Isabel Antunes dos Santos Ajuste direto
174.000
174.000
Bemposta - Investimentos Turísticos do Algarve, S.A. Ajuste direto
748.850
748.850
Manuel Joaquim Pinto, S.A. Ajuste direto
114.494
114.494
Tecnospie, S.A. Ajuste direto
239.685 7.289
246.974
Ródio Portugal - Geotecnia e Engenharia de Fundações, S.A. Ajuste direto
54.872 37.963
92.835
Lei Agência de Documentação, Lda. Ajuste direto
127.000
127.000
Urbanitécnica - Construções e Obras Públicas, Lda. Ajuste direto
178.500 279.927
458.427
EUROEXPANSÃO - Estudos Empresariais, S.A. Ajuste direto
116.000
116.000
Farcimar - Soluções em Prefabricados de Betão, S.A. Ajuste direto
214.324
214.324
Promontório Architecs Associados Lda. Ajuste direto 149.800
149.800
DEM2 - Desenvolvimento e Engenharia de Moldes, Lda. Ajuste direto
161.950
161.950
Diâmetro II - Projectos de Infra-estruturas, Lda. Ajuste direto
99.000
99.000
Audioveloso Produções, Lda. Ajuste direto
23.000 134.000 14.500 171.500
Proficópia - Assistência Técnica Comercial EquipElectrónicosLda. Ajuste direto
60.962 34.080 95.042
Landscape - Construção e Manutenção de Jardins, Lda. Ajuste direto
149.872 160.192
310.064
Augusto Mateus e Associados - Sociedade de Consultores, Lda. Ajuste direto
37.350 38.800
76.150
Sons da Fortuna, Lda. Ajuste direto
130.530 69.050
199.580
Urbigenesis - Planeamento, Ambiente e Comunicação, Lda. Ajuste direto 205.000
205.000
HYFAS - Consulting, Consultoria, Informática e de Gestão Lda. Ajuste direto 199.622
199.622
Universidade do Algarve-ESGHT Ajuste direto
196.200
196.200
Modelstand - Concepção e Montagem de Exposições Lda. Ajuste direto
16.100 58.375
74.475
Idem Concurso público
25.200
76.025 101.225
Luso Events - Produções Multimédia, Lda. Ajuste direto
130.000
130.000
Industrial Laborum Ibérica, S.A. Ajuste direto
98.201
98.201
Boston Media Comunicação e Imagem, S.A. Ajuste direto
141.500
141.500
Ronsegur, Rondas e Segurança Lda. Ajuste direto
20.360 20.360
Idem Concurso público
98.400 98.400
Pontes Baptista & Associados Ajuste direto
96.000
96.000
Eventos do Arade, S.A. Ajuste direto
126.000
126.000
Hugo Raposo Arquitectos, Lda. Ajuste direto
108.910
108.910
Triângulo da Performance, Lda. Ajuste direto
187.457
187.457
PowerNation, Lda. Ajuste direto
192.000
192.000
PRESS HAPPINESS, UNIPESSOAL, LDA Ajuste direto
139.900
139.900
Alglimpa,Lda. Ajuste direto
129.620 12.167
141.787
554.422 3.897.015 1.200.725 243.365 5.895.527
Da análise destes contratos verificamos que existem serviços totalmente concluídos e
faturados que totalizam 4,3 milhões de euros correspondendo a uma percentagem de 72%
face ao total analisado de 5,8 milhões de euros. Dos restantes 1,5 milhões de euros
continuam:
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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• Em execução serviços de 118 mil euros referente a segurança;
• Faturas anuladas cujos serviços já terão sido realizados no montante de 224 mil euros
(detalhe abaixo I);
• Serviços faturados parcialmente no valor de 966 mil euros que não estão concluídos
ou que não foram faturados mas que têm gastos acrescidos (detalhe abaixo II);
• Contratos no montante de 273 mil euros sem qualquer faturação (detalhe abaixo III),
com gasto acrescido de 174 mil euros.
i) Faturas Anuladas
Entidade (s) Adjudicatária (s) Tipo de Procedimento 2010 2011
Hugo Raposo Arquitectos, Lda. Ajuste direto 108.910
EUROEXPANSÃO - Estudos Empresariais, S.A. Ajuste direto
116.000
ii) Contratos parcialmente faturados /executados:
Entidade (s) Adjudicatária (s) Tipo de
Procedimento 2009 2010 Faturado
Gasto acrescido
Observações
José Felisberto Rosado Marques Ajuste direto
82.500 Parcialmente Sim
Triângulo da Performance, Lda. Ajuste direto
187.457 Parcialmente Não
Pontes Baptista & Associados Ajuste direto
96.000 Parcialmente Não Falta executar 64 mil €
Universidade do Algarve-ESGHT Ajuste direto
196.200 Parcialmente Parcialmente Falta executar 100 mil €
HYFAS - Consulting, Consultoria, Informática e de Gestão Lda.
Ajuste direto 199.622
Parcialmente
Contrato rescindido 2011
Urbigenesis - Planeamento, Ambiente e Comunicação, Lda.
Ajuste direto 205.000
Parcialmente Não
iii) Não foram faturados contratos no valor de 273 mil euros, mas com gasto acrescido
de 174 mil euros:
Entidade(s) Adjudicatária(s) Tipo de
Procedimento 2010 2011 Faturado Gasto acrescido
Diâmetro II - Projectos de Infra-estruturas, Lda. Ajuste direto
99.000 Sem faturação Não
Catarina Isabel Antunes dos Santos Ajuste direto 174.000
Sem faturação Sim
3.2 PROCEDIMENTOS DE CONTRATAÇÃO
A Portimão Urbis utiliza os ajustes diretos na maior parte da sua contratação, no que está
coberta pela lei da Contratação Pública.
Os ajustes diretos parecem seguir um padrão: Nos de empreitadas são consultados dois
fornecedores. Os restantes são adjudicados sem consulta a um único fornecedor.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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3.2.1 Estádio Municipal de Portimão
Na requalificação do Estádio Municipal, individualizaram-se três fases:
i) Cobertura da bancada Poente e Camarotes,
ii) Alargamento da zona de segurança do Campo de Jogos,e
iii) Iluminação.
Foram escolhidos procedimentos diferentes para cada uma delas, o que é possível face à Lei,
sendo o somatório das três fases superior a 1 Milhão de euros, barreira que obrigaria a
concurso público, não fora a separação em fases.
3.2.2 Cidade do Cinema
No âmbito do Projeto “Cidade do Cinema”, a Portimão Turis e a sua sucessora Portimão Urbis,
firmaram contratos com entidades em 2009, 2010, 2011 e 2012, cujo valor total ascendeu a
1,86 milhões de euros sem IVA e a 2,2 milhões de euros com IVA.
Debruçamo-nos sobre 10 contratos, com pagamento individual superior a 70 mil euros, cujos
pagamentos totais ascenderam a 1,477 milhões de euros,
Os contratos foram os seguintes:
Com base nestes resumos, foram validados:
1ª Outorgante Inf. N.º Data Fornecedor Valor S/ IVA Valor C/ IVA Faturado Liquidado Objeto resumido Tipo de Procedimento
Portimão Urbis 20000250 16-03-2011Simpliradar
Unipessoal, Lda.65.000,00 79.950,00 79.950,00 74.034,84 Consultoria para o cluster de cinema em Portimão Ajuste direto
Portimão Urbis 20000256 16-03-2011 Lei Agência, Lda. 127.000,00 156.210,00 156.210,00 87.173,50 Consultoria para o cluster de cinema em Portimão Ajuste direto
Portimão Urbis 20000473 04-06-2012Cine Picture Portugal
Studios, S.A.,190.000,00 233.700,00 146.985,00 80.000,00 Implementação de Centro de Empreendedorismo N/ Aplicável
Portimão Urbis 30-06-2010Algarve Film
Comission140.000,00 169.400,00 169.400,00 94.700,00 Promoção internacional do MP no setor do Cinema e Audiovisual Patrocínio
Portimão Urbis 11-05-2010 Identik World 155.000,00 187.550,00 187.550,00 187.550,00 Patrocínio à produção do filme Femina Patrocínio
Portimão Turis 1-LP 07-01-2009Celeuma Multimédia,
Lda.198.000,00 237.600,00 237.600,00 237.600,00 Elaboração de candidatura a fundos comunitários Ajuste direto com convite a 1 entidade
Portimão Turis 1-LE 12-02-2009Simpliradar
Unipessoal, Lda.124.000,00 148.800,00 148.800,00 148.800,00
Assistência técnica à gestão do programa de desenvolvimento do cluster
de cinema de Portimão Ajuste direto com convite a 1 entidade
Portimão Turis 3-LE 18-03-2009 Mr. Do It, Lda. 160.000,00 186.000,00 186.000,00 186.000,00Execução de 3 filmes promocionais e de Apresentação 3D sobre a mesma
temática
Ajuste direto com convite à apresentação de
propostas a 3 entidades – Koto Studios –
Multimédia e Video, Lda., Mr. Do It – Produção e
Logística, Lda. e Vividus – Multimedia e Video,
Lda.
Portimão Turis 10-LE 16-04-2009Algarve Film
Comission120.000,00 144.000,00 144.000,00 144.000,00 Consultoria para a elaboração de um estudo prévio do mercado do cinema Ajuste direto com convite a 1 entidade
Portimão Turis 11-LE 16-04-2009Green Trace
Architecture, Lda.198.000,00 237.600,00 237.600,00 237.600,00 Consultoria e apoio técnico para a definição do estúdio ideal de cinema Ajuste direto com convite a 1 entidade
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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1. Os contratos
Nada a assinalar em relação aos contratos, formalmente corretos.
Para informação, notamos que em 8 das 12 empresas que contrataram serviços e que
receberam 1 Milhão de Euros, temos participação como sócio ou acionista das mesmas 3
pessoas.
2. As contraprestações dos prestadores de serviços
Da documentação que recebemos por parte dos serviços da Portimão Urbis, podemos retirar
as seguintes conclusões:
i) Simpliradar (inf. 20000250 de 74 mil euros recebidos e inf 1-LE de 148,8 mil euros
recebidos) relativos a assistência técnica e consultoria para a criação de cluster de
cinema em Portimão, não foram recebidos relatórios.
ii) Lei Agência (inf. 20000256 de 87,1 mil euros recebidos) relativo a consultoria de
gestão e para planeamento fiscal, foi recebido o trabalho efetuado sobre o
“Enquadramento fiscal do sistema tributário português, aplicado à indústria do
cinema”.
iii) Algarve Film Commission (inf. 10-LE de 144 mil euros) relativo à consultoria para a
elaboração do estudo prévio do mercado do cinema, não recebemos evidências da
existência desse estudo prévio.
iv) Green Trace (inf. 11-LE de 190,08 mil euros) relativos a consultoria e apoios para a
definição do estúdio ideal de cinema, recebemos o “Projeto de Estudo Prévio”
elaborado pela Green Trace.
v) CinePicture Portugal (inf.2000473 de 80 mil euros) relativos à implementação do
Centro de Empreendedorismo, não recebemos relatório relativo à existência desse
Centro de Empreendedorismo.
vi) Algarve Film Commission (s/ inf. que ascendeu a 94,7 mil euros pagos) relativo à
promoção de Portimão no setor do Cinema e Audiovisual, temos na nossa posse uma
“Informação Informal” sobre a execução do contrato de patrocínio à Algarve Film
Commission.
vii) Identik World (s/ informação que ascendeu a 187,55 mil euros pagos) relativos ao
patrocínio à produção do filme Femina para realização parcial em Portimão. Não nos
foi apresentada evidência que o filme tenha sido rodado em Portimão, tendo sido
recolhida informação na impressa da altura que o filme teria sido rodado em Águeda,
Aveiro, Coimbra e Paris.
viii) Celeuma (inf 1-LP cujo pagamento ascendeu a 237,6 mil euros) com o objetivo de
serem elaboradas candidaturas a fundos comunitários. Não nos foi apresentada
evidência que comprove a elaboração deste serviço.
ix) Mr. Do It (ref. 3-LE pela qual foi pago 186 mil euros) com o objetivo de serem
executados 3 filmes. Foi-nos apresentado um dos filmes “Portugal Locations”,
integrado na apresentação da Picture Portugal. Ficaram a faltar os filmes relativos a
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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“Picture Portimão” e o filme relativo à apresentação das novas propostas urbanísticas
de Portimão e a apresentação em 3D.
.
Em sede de contraditório ao projeto deste relatório de auditoria, a empresa informa que os
relatórios referidos como em falta nas alíneas i) e v)), a candidatura da alínea viii) e os filmes
da alínea ix) existem e estão à guarda da Polícia Judiciária e do Ministério Público.
Não temos forma de confirmar ou infirmar estas informações.
Conclui-se deste processo que os custos incorridos pela empresa não resultaram na
constituição do almejado cluster do cinema e que não nos foram evidenciadas as
contrapartidas, nos casos referidos.
Recomenda-se, por isso, ao Conselho de Administração a abertura de inquérito de aos
contratos e aos produtos daí resultantes..
3.3 NORMA INTERNA DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA
Por decisão do Conselho de Administração de 26 de junho de 2013, foi decidido que:
“ (…) no que concerne aos procedimentos aquisitivos de bens e serviços, que excetuando nas
situações expressamente previstas no CCP para a adoção do ajuste direto ou as que resultem
de situações negociais que possibilitem vantagem económica para a empresa, que seja
obrigatório o recurso ao procedimento por concurso público para todos os processos
aquisitivos de bens/serviços superiores a 4.999€ sem IVA”.
3.4 PATROCÍNIOS
Analisados os contratos de patrocínio entre a Portimão Urbis e várias entidades, nada temos a
assinalar.
4. IMOBILIZADO
4.1 PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO
As Propriedades de Investimento referem-se à aquisição ao Município de Portimão, por
escritura de 20 de novembro de 2012, do prédio urbano situado no Largo 1º Maio nºs 9,10,11
e 12, inscrito na Conservatória de Registo Predial de Portimão sob os nºs 8097 e 5939.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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Quadro 6 - Propriedades de Investimento
Propriedades de investimento – Edifícios
Saldo Inicial líquido 0
2012
Aumentos 352.300
Diminuições -1.174
Saldo 351.126
2013 junho
Aumentos 0
Diminuições -3.523
Saldo final líquido 347.603
Sobre o prédio comprado, impende um procedimento cautelar de Arresto, Processo n.º
410/12.OBELLE do Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé (inscrição de 09/07/2012),
situação que as partes aceitam.
Conforme ponto 10.1 do anexo às contas do exercício de 2012 este imóvel será arrendado
após requalificação.
Não foi feita separação do valor do terreno, não estando valorizado na escritura de compra e
venda. Tendo em conta o critério fiscal, a Portimão Urbis poderia ter considerado 25% do valor
que corresponderia a 84 mil euros e consequentemente não registar depreciações
correspondentes.
4.2 ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS
4.2.1 Validação dos saldos iniciais de 2009
Os bens do Ativo Fixo Tangível no início do período a que esta auditoria respeita apresentam
um valor líquido de 12 milhões de euros, com forte preponderância de Terrenos e Recursos
Naturais com 5,4 milhões de euros e 5,3 milhões para Edifícios e Outras Construções.
Tendo em conta este valor inicial, tornou-se necessário compreender e suportar as entradas
dos principais ativos obtendo-se as seguintes transações mais relevantes:
Em 2001 foi constituída a empresa, denominada, Expo Arade – Animação e Gestão do Parque
de Feiras e Exposições de Portimão – EM, com património do Município de Portimão. O valor
da entrada inicial é composto pelas seguintes classes de bens, conforme relatório do Revisor
Oficial de Contas que faz parte integrante da escritura de constituição:
Quadro 7 – Ativos Iniciais
Ativos Valor
Terreno 1.095.930
Edifícios e Outras Construções (parque de feiras) 4.383.721
Equipamento Básico 76.737
Equipamento Administrativo 10.888
Total 5.567.276
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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A contrapartida destes ativos foi a conta de Capital Social, com 5,55 milhões de euros, e o
restante para Reservas Livres.
O valor da entrada dos bens foi alvo de certificação de Revisor Oficial de Contas, nos termos do
artigo 28º do Código das Sociedades Comerciais que regula as entradas em espécie.
No registo do valor do Ativo Bruto Inicial, foram registados ainda Reservas de Revalorização de
2,6 milhões de euros, contrapartida de Edifícios e Outras Construções e outros bens, valor
resultante do apuramento dos valores finais transferidos, conforme esclarecimento do fiscal
único de 2005.
Cedência de direitos de superfície e cessão de Exploração
Foram analisados os seguintes contratos e escrituras:
01-09-2006 Contrato de Cessão de Exploração entre Expo Arade Estrutura SA (Estrutura) e Expo Arade - Animação EM (PU), em que aquela concede a esta a exploração do Portimão Arena, por 25 anos, mediante uma renda que começou por ser de 110 mil euros, mais IVA.
23-03-2007 Por adenda ao Contrato de Cessão de Exploração atrás referido, procede-se à compensação de suprimentos da Portimão Urbis à Expo Arade Estrutura, com rendas a liquidar pela Portimão Urbis.
18-12-2007
Escritura de Constituição de Direito de Superfície entre Portimão Urbis e Expo Arade Estrutura, em que Portimão Urbis cede à Expo Arade Estrutura o direito de Superfície sobre os prédios onde se encontra edificado o Pavilhão Multiusos "Portimão Arena" e sobre o prédio onde estão instalados os futuros edifício administrativo e armazém, por 25 Anos.
18-12-2007
Escritura de Abertura de Crédito com Hipoteca e formalização da titularização do direito de superfície. Participaram nesta escritura a Caixa Geral de Depósitos, a Expo Arade Estrutura e a Portimão Urbis.
1. A Expo Arade Estrutura torna-se titular dos direitos de superfície dos seguintes imóveis:
.- Prédio Urbano - Conservatória de RP = 9482 inscrito na matriz sob o artigo 16688
- Prédio Urbano - Conservatória de RP = 9481 inscrito na matriz sob o artigo 16689
com o objetivo de construção de um pavilhão multiusos, de um edifício de escritório e de um armazém integrados no parque de feiras exposições de Portimão. 2. A Expo Arade Estrutura entregou uma Carta - Conforto à CGD emitida, pelo Município de Portimão. 3. A Expo Arade Estrutura obteve da CGD dois financiamentos de longo prazo, destinados à construção do pavilhão multiusos e dos edifícios e requalificação do Parque de Feiras, até ao montante global de 17,8 milhões de euros, com hipoteca a favor da CGD sobre os direitos de superfície correspondentes dos prédios acima indicados.
4.A Portimão Urbis declara que tudo fará para que o serviço da dívida do empréstimo seja regular e pontualmente cumprido. 5. As rendas serão asseguradas por Contrato-Programa entre Portimão Urbis e o Município de Portimão. Este contrato plurianual encontra-se em vigor até ao ano de 2032.
10-07-2008 2ª Adenda ao Contrato de Cessão de Exploração entre Expo Arade Estrutura e Portimão Urbis, alterando a renda.
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17-05-2010 3ª Adenda ao Contrato de Cessão de Exploração entre Expo Arade Estrutura e Portimão Urbis, alterando a renda mensal que em janeiro de 2010 passa a 88,2 mil euros, mais IVA.
Conclui-se dos contratos que a Expo Arade Estrutura construiu o Pavilhão em terrenos da
Portimão Urbis, cedidos por 25 anos, com empréstimo da CGD, a que tanto o Município de
Portimão como a Portimão Urbis deram cartas de conforto. Por sua vez, a Portimão Urbis paga
renda à Expo Arade Estrutura (que paga ao banco financiador) e tem contrato-programa para
gestão do Parque das Feiras e Exposições, onde este encargo encontra cobertura financeira.
Recomenda-se, por isso, a reanálise da situação, com eventual transferência da propriedade
do Pavilhão para a Portimão - Urbis ou para o Município, que acaba por pagar o empréstimo e
ainda conforta a CGD pelos pagamentos futuros.
No acordo entre acionistas para a parceria público - privada de construção do equipamento, a
compra de participações entre acionistas da Expoarade Estrutura S.A. é feita ao valor
contabilístico, se antes de 2026. A partir desta data os sócios privados têm obrigação de
vender as suas participações à P.U., ao valor nominal mais inflação de cada ano. O valor
contabilístico da participação privada era, em 2012, de cerca de 185 mil euros, enquanto o
valor nominal é de 25,5 mil euros.
Os registos contabilísticos dos ativos estão efetuados da seguinte forma:
• Os terrenos, cujo direito de superfície foi cedido à Expo Arade Estrutura, estão
registados na Portimão Urbis;
• A Expo Arade Estrutura regista as obras de construção das infra-estruturas no
Ativo Fixo Tangível.
• A Expo Arade Estrutura fatura à Portimão Urbis.
• A Portimão Urbis regista o custo com a renda e tem contrato-programa com o
Município de Portimão que suporta os custos não recuperados pelas receitas
do Pavilhão Arena.
Não foi aplicada a Norma Contabilística de Relato Financeiro das Locações, dada a expectativa
de fusão em 2013 da Portimão Urbis e da Expo Arade Estrutura, conforme Anexo às contas de
2012.
Pela informação recolhida, a Portimão Urbis tem vindo a discutir com o Município de Portimão
a melhor solução para este ativo, pois parece razoável considerar que a participada Expo
Arade Estrutura não deverá subsistir por falta de objeto, para além dos recebimentos e
pagamentos referentes ao financiamento da construção do Pavilhão.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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Os erros encontrados no recalculo das amortizações deste exercício de 2009, que implicaram
cerca de 338 mil euros de subavaliação das depreciações acumuladas, foram corrigidos em
2010 com a mudança do sistema contabilístico para o SAP).
O exercício de 2010 foi o mais relevante nesta área pois aumentou o Ativo Bruto em 14,2
milhões de euros dos quais 13,3 milhões de euros se referem à incorporação dos ativos das
empresas Portimão Renovada SRU, Portimão Turis EM e MMP - Mercado Municipal de
Portimão SA, conforme escritura de fusão de 5 de março de 2010.
Os ativos a incorporar estão detalhados no quadro seguinte, com data de referência a 31 de
dezembro de 2009.
O lançamento contabilístico na Portimão Urbis, realizado em 2010, foi feito somando os Ativos
Brutos deduzidos de Depreciações Acumuladas.
Em 2011 as Depreciações do Exercício de 2010 passam a integrar as Depreciações Acumuladas
e, a partir deste ano, coincidem com o módulo da contabilidade do SAP.
O aumento de 2011 na rubrica de Edifícios e Outras Construções de 2,3 milhões de euros
refere-se às obras de requalificação do Estádio Municipal de Portimão que totalizaram 2,2
milhões de euros dos quais 1,5 milhões de euros já estavam registados no Ativo em Curso e
que foram transferidos para Ativo definitivo neste ano.
As obras de requalificação do estádio a cargo da Portimão Urbis foram efetuadas por
deliberação municipal de 2 de Junho de 2010, sendo justificadas pela “subida do Portimonense
à 1ª divisão da Liga Sagres”. Em 28 de julho de 2010 foi celebrado protocolo entre o Município
de Portimão e a Portimão Urbis para a reconstrução do estádio, tendo como limite de custo
global da obra o valor de 1,2 milhões de euros.
O valor deste protocolo foi completado com a deliberação de agosto de 2010, com mais
800mil euros, devido à necessidade de demolição e reconstrução da bancada nascente na
sequência de sinistro. Veio ainda a ser aprovado um segundo complemento de 240 mil euros
para a empreitada da iluminação.
O registo do ativo imobilizado continua na posse do Município de Portimão. Acresce que, com
a alteração estatutária da Portimão Urbis de Fevereiro de 2013, o Estádio é gerido pelo
Município de Portimão.
Não tendo a Portimão Urbis nem a propriedade, que é do Município, nem a gestão do ativo
respeitante às obras que efectuou por mandato do Município, recomendamos que o Ativo Fixo
seja anulado e debitado o Município de Portimão pelo seu valor ou outra solução negociada
que possa ressarcir a empresa dos custos que suporta anualmente por um ativo de que não
retira benefício económico.
Em 2012 e 2013 os aumentos de Ativo Fixo são residuais e as diminuições referem-se
exclusivamente a Depreciações do Exercício e conforme as taxas praticadas.
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4.3 ATIVOS INTANGÍVEIS
Valores movimentados no período coberto pela auditoria:
Quadro 10 – Ativos Intangíveis
Evolução Programas
Computador Propriedade
Industrial
Saldo Inicial líquido 0 0
2010
Aumentos 265.574 104.633
Diminuições -108.164 -28.525
Saldo 157.410 76.108
2011
Aumentos 6.916 0
Diminuições -82.397 -25.238
Saldo 81.929 50.870
2012
Aumentos 719 120
Diminuições -78.819 -25.192
Saldo 3.828 25.798
2013 Junho
Aumentos 0 0
Diminuições -1.073 -12.552
Saldo final líquido 2.756 13.246
O valor mais significativo destas rubricas registado em 2010 refere-se ao licenciamento de
computadores e softwares de gestão (SAP) e ao registo da marca “Sasha Summer Sessions”.
4.4 ATIVOS EM CURSO
Valores movimentados no período coberto pela auditoria:
Quadro 11 – Ativos em Curso
Evolução Propriedades Investimento
Ativos Fixos
Adiantamento
Saldo Inicial líquido 0 0
2010
Aumentos 1.541.415 62.066 300.000
Diminuições
Saldo 1.541.415 62.066 300.000
2011
Aumentos 54.747
Diminuições -1.528.665
Saldo 12.750 116.813 300.000
2012
Aumentos 26.518
Diminuições -300.000
Saldo 12.750 143.331 0
Saldo final líquido 12.750 143.331 0
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Os valores classificados em Ativos em Curso de propriedades de Investimento referem-se
integralmente às obras de requalificação do Estádio Municipal de Portimão, que foram
iniciadas em 2010 e transferidas para imobilizado firme em 2011.
A conta Adiantamentos regista o valor pago em 2012 pela aquisição ao Município de Portimão
do Prédio urbano situado no Largo 1º Maio nºs 9,10,11 e 12, inscrito na Conservatória de
Registo Predial de Portimão sob os nºs 8097 e 5939. Escritura de 20 de novembro de 2012 e o
valor de transação foi de 336,3 mil euros acrescidos de 15,9 mil euros de despesas. O prédio
encontra-se contabilizado em Propriedades de Investimento.
4.5 IMOBILIZADOS PERMUTADOS POR CRÉDITOS – SASHA SUMMER SESSIONS
Por “contrato de transmissão de dívida e dação em cumprimentos de quotas” e seu
aditamento, outorgados em março de 2010, a Portimão Urbis recebeu dos promotores do
evento Sasha Summer Sessions um Edifício e Outros Bens e Direitos, incluindo o direito da
realização do evento pela Portimão Urbis em 2010, 2011 e 2012, tudo avaliado em 843 mil
euros.
Aquele valor corresponde às contas finais dos eventos de 2007, 2008 e 2009 em dívida pelo
promotor, no mesmo valor, sendo, assim, a dívida compensada.
O assunto é tratado nas atas da Comissão Executiva 27 e 31 de março e abril de 2010 e ainda
nas atas do Conselho de Administração nºs 145 e 146 de abril e maio do mesmo ano.
As atas referidas não explicam as razões da opção pela referida troca dos direitos da Portimão
Urbis pelos bens e direitos do contrato, em detrimento da via judicial.
Esta opção teve consequências financeiras significativas, suscitando-se dúvidas quanto à
valorização dos bens e direitos recebidos em troca da dívida, valorização que se limita a
transcrever o valor da contabilidade do devedor para os ativos fixos, a que acresce o valor da
marca no exato montante para perfazer o total da dívida a compensar.
Deste modo, e como não existem elementos – desde logo nas atas – que permitam dissipar as
dúvidas existentes, entende-se que recomendar a realização de um inquérito, com vista a
apurar as circunstâncias e as motivações da decisão em apreço.
No seguimento da solução encontrada, a Portimão Urbis organizou eventos nos anos
seguintes.
5. PARTICIPAÇÕES FINANCEIRAS
As participações da Portimão Urbis são, em Dezembro de 2012, as seguintes:
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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Quadro 12 - Participadas
Empresas Capital Parte de Capital Valor
nominal Capitais Próprios
Equivalência Patrimonial
Expo Arade Estrutura 50.000 49% 24.500 362.807 177.775
Eventos do Arade 650.000 49% 318.500 -122.735 -60.140
Rio Adentro 100.000 49% 49.000 -588.296 -288.265
As participações nas empresas Rio Adentro e Eventos do Arade são registadas por valor nulo.
Ao eliminar os resultados da Expo Arade Estrutura que resultam de operações com a Portimão
Urbis, a participação passa a ser também registada por valor nulo.
As empresas Eventos do Arade e Rio Adentro, não tiveram atividade em 2012 e estão sem
objeto social, a Eventos do Arade porque o Pavilhão do Arade não gera receitas e a Rio
Adentro porque o projeto de requalificação da Zona Ribeirinha não teve seguimento.
Recomendamos, por isso, que se proponha aos restantes acionistas a sua dissolução e
liquidação ou, em alternativa, a alienação da participação da PU, no seguimento da decisão do
C.A. de 28 de fevereiro de 2013.
A Expo Arade Estrutura é uma empresa com mais ramificações: Beneficia do direito de
superfície dos terrenos da Caldeira do Moinho, de propriedade da Portimão Urbis, por 25
anos, onde construiu o pavilhão, com financiamento bancário. Os seus rendimentos resultam
de rendas por parte da Portimão Urbis, e com elas paga os seus custos, nomeadamente custos
financeiros. Para assumir as rendas a Portimão Urbis é apoiada pelo Município de Portimão
com o contrato-programa Parque das Feiras e Exposições.
Em 2012 não tinha Pessoal ao seu serviço.
A empresa não tem objeto Social, pelo que recomendamos a sua liquidação e dissolução ou
fusão, em acordo ou a com os acionistas privados, depois de ponderados todos os aspetos
relevantes, nomeadamente os contratos de financiamento e respetivos compromissos do
Município de Portimão e da Portimão Urbis na construção do Pavilhão (cartas de conforto).
Não foi dado seguimento à decisão do C.A. de 28 de fevereiro de 2013, de aquisição das
participações privadas e fusão com a Portimão Urbis. Recomenda-se, por isso, a reanálise da
situação e tomada de decisão, ponderando também a transferência da propriedade para o
Município, pois é este que acaba por pagar o empréstimo e ainda conforta a CGD pelos
pagamentos futuros.
6. RENDIMENTOS E GANHOS GLOBAIS
No período de auditoria os rendimentos evoluíram como se vê no Quadro a seguir:
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Quadro 13 – Rendimentos Globais
Anos Contas 71 e 72 Contas 78 e 79 TOTAL RENDIMENTOS
2009 5.172.597 711.760 5.884.357
2010 17.535.706 1.011.605 18.547.311
2011 16.713.085 1.847.025 18.560.110
2012 11.637.629 2.572.369 14.209.998
2013-junho 3.197.269 2.303.488 5.500.757
Total período 54.256.286 8.446.247 62.702.533
A irregularidade dos Rendimentos e Ganhos tem a ver com a capacidade de realização da
Portimão Urbis e com a capacidade financeira do Município de Portimão.
No que se refere à rubrica Vendas, só temos registos, com pouco significado, em 2009, e em
2010 (a detalhar mais abaixo). Nos anos seguintes, por alteração dos critérios de
contabilização, os Rendimentos de Vendas são registados em Receitas Próprias.
6.1 VENDAS
As vendas de 2010, no total de 783 mil euros, dizem respeito à Assistência Técnica ao TEMPO,
Teatro Municipal de Portimão, a Vendas de Serviços de Apoio à Operação do Município e a
contratos-programa de Fiscalização de Venda Ambulante e Atividade Publicitária.
Quadro 14 – Vendas 2010
Rubricas Soma de 2010
Apoio à Operação -293.092
CP Fiscalização -16.777
Outros -195
Tempo -473.108
Total Geral -783.172
Foram analisados os documentos de suporte que consubstanciam as operações, sem nada a
assinalar. Foi verificada ainda a liquidação do IVA.
6.2 PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS
Nas Prestações de Serviços, as receitas provenientes dos contratos-programa são as mais
significativas, com 41,5 milhões de euros num total de 62,7milhões de euros, isto é, dois terços
do total.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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Quadro 15 – Prestações de Serviços e Contratos Programa
Anos 721 Receitas
Próprias 722 Contratos
Programa 725 Serviços Secundários
728 Desc. e Abatimentos
2009 1.773.028 3.390.431
1.183
2010 1.486.349 15.073.889 192.277 19
2011 4.635.903 11.998.294 78.858 30
2012 2.888.790 8.686.359 62.480
2013-junho 831.390 2.362.045 3.833 1
Total por naturezas 11.615.460 41.511.018 337.448 1.233
Temos ainda a rubrica das Receitas Próprias com cerca de um quinto do total.
Os Rendimentos Secundários atingiram o seu maior valor em 2010 mas são pouco
significativos, se comparados com as outras rubricas de rendimentos.
6.2.1 Receitas Próprias
As receitas próprias totalizam 11,6 milhões de euros no período da auditoria, discriminadas no
quadro seguinte.
Como a partir de 2010 se começou a usar o SNC, o quadro foi elaborado a partir dos extratos
de contas de 2010 e seguintes, com uma adaptação das classificações às naturezas utilizadas
em 2009. As comparações entre anos devem ser vistas com alguma cautela, portanto.
Foram analisados os documentos de suporte que consubstanciam as operações, sem nada a
assinalar. Verificada ainda a liquidação do IVA
Quadro 16 – Receitas Próprias
Naturezas 2009 2010 2011 2012 2013 Total %
Prestação Serviços Diversos -393.984 -306.491 -2.307.417 -1.432.015 -501.136 -4.941.043 43%
Aluguer de Espaço + Arena -805.605 -687.624 -558.537 -517.354 -284.070 -2.853.190 25%
MP - Prestação Serviços -313.263
-838.260 -480.259 -3.090 -1.634.872 14%
Cont.-Programa - Festival Sardinha
-205.905 -133.757 -88.583
-428.246 4%
Trf. 722 / 721
-6.612 -162.810 -157.802 -33.602 -360.825 3%
Eventos
-833 -332.348
-333.182 3%
Sem descrição
-137.152 -28.199 -163.701 0 -329.052 3%
Cedência de Equipamento -245.568 -125.763 -154.863 -3.779 -5.782 -535.754 5%
Trf. 711 / 721
-86.663 -24.711 -8.399 -119.773 1%
Transf.entre PEP
-7.088 -36.978
-44.065 0%
Prestação Serviços Partilhados
-60 -12.751 -58 -3.472 -16.341 0%
Venda artigos
-6.355
-106 -367 -6.827 0%
Outras Comissões -844 -4.709 -19 -70 -40 -5.681 0%
Trf. 7812 / 721
-3.182
-3.182 0%
Prestação Serviços - apoio técnico -13.764 -100
-13.864 0%
Retificações
0 119 1.364 8.952 10.435 0%
Total Geral -1.773.028 -1.481.604 -4.622.592 -2.907.232 -831.005 -11.615.461 100%
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Mais de 80% do total das Receitas Próprias são explicados pelas quatro primeiras rubricas, a
saber:
1. A Prestação de Serviços Diversos corresponde a 43% das Receitas Próprias.
• A Frota Azul tem quase de 3/4do total, provenientes dos Avisos de Lançamento relativos
aos bilhetes de transporte cobrados pela Frota Azul por conta da Portimão Urbis,
conforme lista daquela.
Quadro 17 – Prestação Serviços Diversos
Descrição Proveito 2010 2011 2012 2013 Total Geral %
Frota Azul -191.228 -1.381.933 -1.304.291 -476.674 -3.354.127 74%
Assinatura Estudante/Idoso
-661.719
-661.719 15%
Artistas + Produção
-153.890
-153.890 3%
Receitas Blu -84.297 -40.905 -673
-125.876 3%
ATP 2012 - Acréscimos rendimentos
-55.518
-55.518 1%
Publicidade Exterior - Acréscimos rendimentos
-31.860
-31.860 1%
Receita Arena
-17.126 -7.141 -1.395 -25.664 1%
Outras Prestações Serviços Diversos -30.965 -51.842 -32.529 -23.065 -138.402 3%
Prestação Serviços Diversos Total -306.491 -2.307.417 -1.432.014 -501.136 -4.547.059 100%
A cobrança de bilhetes na Frota Azul, por conta da Portimão Urbis, é a receita mais significativa
nos Diversos, a comparar com os custos da Portimão Urbis com os Serviços de Transporte
subcontratados à Frota Azul, que atingiram 14 milhões de euros no mesmo período.
Quadro 18 – Custos com Frota Azul, 2010_2013
Anos Valores
2010 894.920
2011 5.526.721
2012 6.065.914
2013junho 1.793.882
Total 14.281.437
O serviço é pago pelo Município de Portimão, através de contrato-programa.
Os custos foram substancialmente reduzidos com a alteração do contrato com efeitos a 15 de
março de 2013, de 477 mil euros para 150 mil euros mensais, acompanhada de redução nos
serviços de transporte prestado.
A Administração espera poder cobrir cerca de 50% dos custos com as receitas de bilhetes, após
a alteração do contrato de serviços de transporte.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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• Seguem-se os Proveitos das Assinaturas de Estudantes e Idosos, como contrapartida
paga pelo Município de Portimão pelos descontos concedidos, ou seja, 600 mil euros
em 2011.
• Os serviços prestados diretamente ao Município.
• A verba de Artistas e Produção refere-se a espetáculo realizado a 2 de março de 2011.
2. A rubrica de Aluguer de Espaços, que totaliza 2,8 milhões de euros inclui o aluguer de
escritórios para as participadas e o Pavilhão Arena
3. A Prestação de Serviços diretamente ao Município é de 1,6 milhões de euros e respeita ao
TEMPO, à Quinta Pedagógica, à Casa T. Gomes e outros.
6.2.2 Contratos-Programa
Como se referiu, os contratos-programa são a maior fonte de rendimentos. São negociados e
outorgados com o Município de Portimão, conforme a previsão da lei do setor empresarial
local – Lei 53-F/2006 até 31-08-2012 e Lei 50/12 a partir de 1-9-2012.
São também a maior fonte de custos: de facto, os contratos-programa são executados pelos
meios próprios da empresa e por subcontratação.
Os suportes para os movimentos são os próprios contratos-programa que são objeto ou de
faturação ou de Acréscimo de Rendimentos. Neste caso, o ativo da empresa é registado na
conta de Devedores por Acréscimos de Rendimentos, conta 2721, onde cerca de 4,7 milhões
de euros respeitam a serviços prestados ao Município que, por não terem sido faturados, não
liquidaram IVA. Parte deste valor foi resolvido no segundo semestre de 2013, diminuindo para
3,4 milhões de euros, referentes a 2012 e 1º semestre de 2013. Ver mais à frente no parágrafo
12.3.2, a questão do IVA.
Os contratos programa dividem-se em contratos plurianuais e anuais.
Os contratos plurianuais são:
• Parque de Feiras e Exposições, desde 2006,
• Mercado Municipais, desde 2011, sendo uma parte para recuperação do investimento
e outra parte para a exploração, e
• Transportes Urbanos, desde 2010.
Os contratos anuais têm objeto variável.
Por anos, os contratos-programa que deram origem a rendimentos, faturados ou acrescidos,
são os seguintes:
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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Quadro 19 – Contratos Programa 2009
Texto adaptado Total
Gestão Urbana -1.992.402
Contrato-Programa Plurianual -1.299.591
Atividade Publicitária PTM -98.437
2009 Total -3.390.430
Quadro 20 – Contratos Programa 2010
Texto adaptado Total
Apoio Desenvolvimento Económico -1.509.573
Eventos tipo C - Interesse Turístico 2010 -4.751.550
Eventos tipo C - motonáutica 2010 -713.228
Feiras e Mercados Periódicos -261.688
Festival da Sardinha -708.844
Mercados Municipais Portimão -366.450
Mobilidade Urbana Gestão Sistema -238.672
Mobilidade Urbana Otimização Circulação Viária e Parqueamento 0
Mobilidade Urbana, Desenvolvimento mobilidade ñ motorizada 0
Mobilidade Urbana, Estudo e Manut.Sistemase s/ Otimização -63.773
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Quadro 22 – Contratos Programa 2012
Texto adaptado Total
Dinamização e Informação Turística 2012 -349.500
Festival da Sardinha -180.000
Gestão Sistemas Transportes Urbanos 2010-2013 -4.039.241
Parque Feiras e Exposições Portimão -1.269.011
Publicidade, Venda ambulante, Ocupação Espaços Públicos -225.468
TEMPO 0
Equipamento - Estádio Municipal 2012 -157.773
Gestão Urbana -601.253
Mercados 2011-2032 Gestão -1.111.428
Reabilitação Urbana -752.681
2012 Total -8.686.358
Quadro 23 – Contratos Programa 2013
Texto adaptado Total
Mobilidade Urbana Gestão Sistema -1.165.156,28
Parque Feiras e Exposições Portimão -634.674,20
Mercados 2011-2032 Gestão -562.214,47
2013 Total -2.362.044,95
Em 2013 só foram registados rendimentos por acréscimo, com contratos-programa
plurianuais.
Além dos contratos-programa que são classificados nesta rubrica, temos ainda o registo nas
contas 7883-Outros rendimentos e Ganhos não especificados (ativos excluindo terrenos) e
5931-Outras Variações do Capital Próprio - Subsídios (10% dos terrenos) da parte do contrato-
programa Mercados respeitante à recuperação do investimento.
6.2.3 Serviços Secundários
Nos anos 2010 a 2012, o total registado em Serviços Secundários atingiu cerca de 334 mil
euros. Das naturezas identificadas, a mais relevante é a relativa a Patrocínios, seguida de
Comissões.
O valor de 2013 é insignificante (3,8 mil euros).
Quadro 24 – Outros Serviços
Naturezas 2010 2011 2012 Total Geral
Aluguer -3.018 -5.125 -3.433 -11.576
Comissões -43.836 -3.625 -2.273 -49.735
Patrocínio -28.546 -69.906 -56.476 -154.928
Placa -30 -360 -240 -630
Não identificado -116.848 158 -57 -116.747
Total Geral -192.278 -78.858 -62.480 -333.615
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33
6.3 OUTROS RENDIMENTOS E GANHOS
Estas naturezas foram classificadas nas contas 73-Rendimentos Suplementares em 2009 e nas
contas 781-Rendimentos Suplementares nos anos seguintes, no seguimento da entrada em
vigor do SNC.
No período 2009 a junho de 2013, os Outros Rendimentos e Ganhos, que incluem
principalmente Rendimentos Suplementares (conta 781), Ganhos em Subsidiárias (conta 785)
e Outros Rendimentos e Ganhos (conta 788) somaram 3,6 milhões de euros com valores
elevados em cada ano.
Quadro 25 – Conta 78 – Outros Rendimentos e Ganhos
ANOS 781
Suplementares
782 Descontos
P.p.
784 Ganhos em
inventários
785 Rend. e Ganhos em Subsidiárias
786 Rend. e Ganhos
Financeiros
787 Rend e Ganhos Não Financeiros
788 Outros Rend. e Ganhos
Somas
2009 327.650 25
311.812
72.174 711.661
2010 236.396
393 2.100 772.009 1.010.898
2011 49.466 75 1.113
72 5.716 944.042 1.000.484
2012 7.253
626.402 633.655
2013-junho 45
252.941 252.986
Total Naturezas 620.810 100 1.113 311.812 465 7.816 2.667.568 3.609.684
Conta 781 – Rendimentos Suplementares
Em 2009, a maior parte (327 mil euros) destes rendimentos refere-se a prestações de serviços
à Portimão Turis (fusionada em 2010), por cedência de pessoal, comunicações e despesas
pagas de sua conta (cerca 120 mil euros) e ainda Receitas do Canal TV (ComSom), cerca de 90
mil euros. A parte restante tem por base outras cedências de pessoal e reembolso de custos.
Segue-se o valor de 311 mil euros de rendimentos com a aplicação do Método de Equivalência
Patrimonial nas participadas que vieram a ser fusionadas em 2010, (MMP, Portimão Renovada
e Portimão Turis)
Temos ainda correções de exercícios anteriores e imputação de Subsídios ao Investimento.
Quadro 26 – Conta 781 – Rendimentos Suplementares
ANOS Aluguer Equipamentos Outros Isentos Outros serviços Total 781
2009 4.900 23.074 299.676 327.650
2010 236.396
236.396
2011 47.504
1.962 49.466
2012 4.447
2.806 7.253
2013 junho 45
45
Por naturezas 293.292 23.074 316.366 620.810
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
34
Nos anos seguintes, a conta de Rendimentos Suplementares tem uma grande expressão no
Aluguer de Equipamentos, em 2010 e, em menor volume, em 2011. As restantes verbas são
pouco significativas.
Outra conta com significado é a conta 785-Rendimentos e Ganhos em Subsidiárias que, em
2009, registou um proveito de 311 mil euros, pela aplicação do Método de Equivalência
Patrimonial às participações nas empresas Mercado Municipal de Portimão (143 mil euros),
Portimão Renovada, (7 mil euros) e Portimão Turis (161 mil euros). Todas estas empresas
foram fundidas com a Portimão Urbis em 2010.
Em 2009, as participadas Rio Adentro e Eventos do Arade, registaram prejuízos que se
refletiram em 120 mil euros de custos para a Portimão Urbis.
Conta 788 – Outros
A conta 788 totaliza cerca de 2,7 milhões de euros no período da auditoria, conforme quadro
abaixo.
Quadro 27 – Conta 788 – Outros Rendimentos e Ganhos
ANOS 7881 Correções Ex
Anteriores 7883 Subsídios ao
Investimento 7880 Outros não
especificados Soma 788
Outros
2009 47.325 24.166 683 72.174
2010 168.330 596.739 6.940 772.009
2011 492.535 442.614 8.893 944.042
2012 172.344 442.699 11.359 626.402
2013-junho 26.751 226.094 96 252.941
Por naturezas 907.285 1.732.312 27.971 2.667.568
i) Correções de exercícios anteriores
As correções de exercícios anteriores totalizam 907 mil euros no período.
Em 2009 as correções totalizaram 47 mil euros, o menor valor do período.
Em 2010, as correções referem-se a anulação de Acréscimos de Gastos feitas em anos
anteriores.
Em 2011, voltam a ser registadas anulações de Acréscimos de Gastos e o registo de Juros de
Mora na cobertura de prejuízos de 2008,o que explica a maior parte da conta 781.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
35
No ano de 2012, regista-se o Acréscimos de Juros de Mora de faturas vencidas do factoring
BCP, a anulação de gastos acrescidos no período anterior e o reconhecimento de Proveitos de
Fiscalização da Atividade Publicitária.
Até Junho de 2013, contabilizou-se um valor pouco significativo na conta 781.
ii) Imputação de Subsídios ao Investimento
Os valores desta conta somam 1,7 milhões de euros no período da auditoria, com a ventilação
indicada no quadro abaixo. Quadro 28 – Subsídios ao Investimento
Naturezas 2009 2010 2011 2012 2013 Total Geral
CP Mercados
-425.996 -278.236 -267.550
-971.782
IAPMEI SJD
-158.660 -164.378 -158.065 -77.622 -558.726
Mercado SJ Deus
-131.388 -131.388
Município -14.166 -7.083
-7.083 -7.083 -35.415
Posto Turismo -10.000 -5.000
-10.000 -10.000 -35.000
Totais -24.166 -596.739 -442.614 -442.699 -226.094 -1.732.311
O contrato-programa Mercados, contrato plurianual de 2007, alterado em 2011, cobre a parte
chamada de recuperação do investimento (e ainda uma parte de participação indemnizatória).
O mercado de S.J. Deus foi subvencionado pelo Município de Portimão e pelo IAPMEI.
6.4 JUROS E RENDIMENTOS SIMILARES
Esta conta, 79, regista rendimentos de 4,8 milhões de euros no período em análise. Respeita
aos juros debitados ao Município de Portimão e respeitantes ao saldo que não foi liquidado.
Quadro 29 – Conta 79 – Juros e Rendimentos Similares
Descrição 2009 2010 2011 2012 2013 Total Geral
Acordo Barclays
-751.989 -751.989
Conta MP
-810.348 -1.803.484 -1.232.954 -3.846.786
Factoring BCP
-36.058 -135.058 -64.522 -235.638
Juros Depósitos -99 -706 -135 -173 -1.037 -2.151
Total Geral -99 -706 -846.541 -1.938.714 -2.050.502 -4.836.563
Os juros obtidos, exceto numa pequena parte referente a depósitos, são juros considerados de
conta do Município de Portimão e acrescidos a rendimentos com contrapartida em Devedores
por Acréscimos de Rendimentos (conta 2721).
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
36
Foram confirmados os juros creditados nos rendimentos, sem nada de relevante a assinalar no
que respeita aos cálculos.
A operação aritmética de cálculo dos juros do acordo de Reconhecimento e Regularização de
Dívida ao Barclays Bank, cerca de 1 milhão de euros, não foi confirmada, por falta de
informação da entidade bancária, insistentemente solicitada, segundo os serviços.
6.4.1 RENDIMENTOS DE JUROS DE RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO
Pelo exposto nas alíneas abaixo, o débito de juros ao Município de Portimão deve ser
reequacionado, pois não lhe são debitados juros de mora cuja responsabilidade, em última
instância, é do Município de Portimão e da sua dívida de quase 30 milhões de euros à
Portimão Urbis, onde um terço se refere ao débito feito para cobertura dos prejuízos de 2008.
É certo que o Município de Portimão é chamado a cobrir os Resultados Antes de Impostos, se
negativos, como fez no referente a 2012, mas a Portimão Urbis acaba de apresentar custos
financeiros que não lhe respeitam e que não são debitados ao Município de Portimão.
É uma situação que merece solução por consenso entre as duas entidades, mas parece
razoável debitar ao Município de Portimão os juros de mora.
a) Juros BCP
Foram aplicadas as taxas de juros comerciais aos valores cedidos ao BCP em Factoring. Na
conta 791 totalizam 235 mil euros a que acresce montantes de 87 mil euros registados na
conta 7881 de 201. Ao total, de 322 mil euros, foi aplicada uma taxa média de 8%. Comparada
com as taxas médias de 4,8 %, o excesso de juros é de cerca de 128 mil euros. Tratando-se de
juros de financiamento debitadas pelo BCP, recomenda-se que o débito ao Município seja feito
pelos montantes debitados pelo Banco.
Recomenda-se ainda que os juros de mora sejam também debitados ao Município, pelo
montante debitado pelo BCP.
b) Juros de 2011,em conferência no Município de Portimão
Os juros de 2011 referentes ao Factoring BCP e conta do Município, no total de 846 mil euros,
estão em conferência nos serviços do Município de Portimão. Dado o período decorrido,
recomenda-se o esclarecimento da situação ou anulação deste ativo.
c) Custos com Juros de Mora
O incumprimento das condições de pagamento dos empréstimos tem sujeitado a Portimão
Urbis, nomeadamente desde 2012, a forte penalização por Juros de Mora de quase 900 mil
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
37
euros à Caixa Geral de Depósitos. Registaram-se ainda Juros de Mora a Fornecedores de 1,3
milhões de euros, para o período de auditoria.
7. CLIENTES E DEVEDORES DIVERSOS
O valor a receber tem aumentado muito significativamente, passando de cerca de 2,3 milhões
de euros em 2009 para mais de 20 milhões de euros em junho de 2013.Cerca de metade
respeitam aos prejuízos ainda não cobertos pelo Município de Portimão e resultantes dos
resultados negativos de 2008 da Portimão Urbis.
Quadro 30 – Valores a Receber
Entidade devedora 2009 2010 2011 2012 2013 JUNHO
Município 157.060 1.069.002 10.455.736 19.827.228 19.290.750
Cobertura Prejuízos de 2008
9.920.184 9.920.184 9.920.184 9.920.184
Factoring BCP
603.579 603.579 603.579
Subtotal Município 157.060 10.989.186 20.979.499 30.350.991 29.814.513
Associadas 2.093.862 404.078 302.094 5.550 8.676
Outros 26.868 136.403 196.496 137.367 153.344
Total 2.277.790 11.529.667 21.478.089 30.493.908 29.976.533
As contas entre Município de Portimão e Portimão Urbis estão conciliadas. Partem de um
saldo de 70,6 milhões de euros da conta corrente da Portimão Urbis no Município de
Portimão, valor que, para conciliação, é abatido das faturas cobradas pela Portimão Urbis por
via dos contratos de factoring (mas que não foram pagos pelo Município de Portimão). Isto é, a
Portimão Urbis considera que as suas faturas estão cobradas porque as recebeu em factoring
das entidades bancárias, e são sem recurso, e o Município de Portimão considera que ainda
não estão pagas pois não as liquidou na altura do seu vencimento
A conta com o Município de Portimão poderia incluir ainda o valor de 2,2 milhões de euros
relativo a obras de requalificação do Estádio Municipal, registadas na Portimão Urbis como
investimento mas que deveriam ser consideradas dívidas do Município de Portimão, pois foi
este que ficou com a gestão do Estádio a partir de fevereiro de 2013 ou outra solução que
liberte a empresa de custos com um equipamento de que não retira benefícios económicos.
Os restantes débitos (valores a receber), não têm relevância material.
Igualmente não têm relevância material 6 contas com saldos credores cujo somatório é de
cerca de 4,8 mil euros, mas que devem ser alvo de análise pelos serviços da Portimão Urbis.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
38
8. BANCOS
Foi feita a validação dos saldos apresentados na contabilidade das contas de movimento da
conta de Razão 12-Depósitos à Ordem nos vários exercícios em análise, por comparação com
os extratos bancários e tendo em conta a Reconciliação efetuada pelos serviços.
Os resultados apresentam-se de seguida, por ano:
• 2009, valores reconciliados com valores em trânsito de montante irrelevante e
que vieram a ser registados em 2010.
• Em 2010, a reconciliação mostra um valor superior a 1,1 Milhões de
pagamentos feitos e considerados em 2010 pela Portimão Urbis mas só
contabilizados pelos bancos em 2011.
• Para 2011, a reconciliação não apresenta valores em trânsito com significado.
• O mesmo acontece para 2012 e 2013
A solução para os valores em trânsito em cada exercício foi verificada no exercício seguinte.
9. ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS
9.1 ACRÉSCIMOS DE GASTOS
As principais rubricas de Acréscimo de Gasto apresentam o seguinte movimento anual:
Quadro 31 – Acréscimo de Gastos
Razão Subconta 2009 2010 2011 2012 2013 junho Total Geral
27 2722 -1.519.810 -697.189 -296.314 -2.217.021 -2.374.180 -7.104.514
2781 346.434 -257.998 -88.436
-0
2782 -33.122 -197.052 96.251 -24.523 160.685 2.240
2783 -1.073 1.073 -290.780 302.081 -48.331 -37.030
2784
0
-658.594 -658.594
27 Total
-1.207.571 -1.151.166 -579.279 -1.939.463 -2.920.419 -7.797.898
28 2811 15.264 124.208 -100.309 641.280 -666.265 14.178
2812
0
0
2814
657
-657
-0
28 Total
15.264 124.865 -100.309 640.623 -666.265 14.178
Total Geral
-1.192.307 -1.026.301 -679.588 -1.298.840 -3.586.684 -7.783.721
• A conta 2784-Linha factoring a devolver - Barclays regista a especialização de encargos
com recurso a factoring, enquanto a conta 28-Diferimentos regista a especialização
com gastos de seguros.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
39
• A conta 2722-Credores por Acréscimo de Gastos com juros representa 91% do total de
acréscimo de gastos atuais,
Quadro 32 – Acréscimo de Gastos com Juros
Conta Descrição Conta 2011 2012 2013junho Total Geral
2722606000 Acréscimos de Gastos – JUROS -510.572 34.761 0 -475.810
2722606010 Acréscimos de Gastos - Juros de mora Fornecedores
-53.108 6.737 -46.371
2722606022 Acres. Gastos-JUROS-Emprést Barclays CC 489/201501601
-187.380 -85.177 -272.557
2722606023 Acres. Gastos-JUROS-Emprést CGD CP 9015/004807/992
-221.861 -232.367 -454.228
2722606024 Acres. Gastos-JUROS-Emprést CGD CP 9015/006568/392
-340.341 -64.160 -404.501
2722606025 Acres Gastos-JUROS-Emprést CGD MLP 9015/006588/391
-204.817 -97.708 -302.525
2722606026 Acres Gastos-JUROS-Emprést CGD MLP 9015/006566/291
-204.862 -95.865 -300.727
2722606028 Acres Gastos-JUROS-BCP-CONTA 4540171417405
-8.168 -5.596 -13.764
2722606029 Juros DO / Imposto selamos
-53.380 -1.138 -54.518
2722606032 Ac. Gastos-JUROS- Barclays Factoring 810001740
-751.989 -751.989
Acréscimo com juros a pagar -510.572 -1.239.155 -1.327.263 -3.076.989
O recalculo destes juros foi feito juntamente com a análise aos empréstimos bancários.
• No que se refere ao Acréscimo de gastos com rendas, as rendas identificadas são
pagas à Expo Arade Estrutura, empresa participada pela Portimão Urbis em 49%, pelos
seguintes encargos
Quadro 33 – Acréscimo Gastos com Rendas
Conta Descrição Conta 2010 2011 2012 2013 junho Total Geral
2722400000 Credores por acréscimos de gastos - empresas associadas
-1.076.220 1.076.220
0
2722400100 Cred.acrésc.gastos - Renda Edifício Administrativo
0 -89.600 -53.760 -143.360
2722400200 Cred.acrésc.gastos - Renda Armazém
0 -59.500 -35.700 -95.200
2722400300 Cred.acrésc.gastos - Cessão Exploração Pav.Arade
-1.058.400 -
529.200 -529.200 -2.116.800
Acréscimo com rendas -1.076.220 17.820 -
678.300 -618.660 -2.355.360
não faturados:
i) Renda mensal do edifício administrativo que é de 8,9mil euros, não tendo sido
faturado o ano de 2012 e os 6 meses de 2013.
ii) Renda mensal do armazém que é de 5,9 mil euros não tendo sido faturados 10 meses
de 2012 e os 6 meses de 2013.
iii) Cessão exploração Pavilhão Arena pela Expo Arade Estrutura com valor mensal de 88,2
mil euros, não tendo sido faturados 6 meses de 2011 (julho a dezembro), o ano de
2012 e os 6 meses de 2013.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
40
• Nos Gastos Gerais
Quadro 34 - Acréscimo Gastos Gerais
Conta Descrição Conta 2009 2010 2011 2012 2013 junho
Total Geral
2722100000 Credores por acréscimos de gastos – gerais -1.519.810 875.804 644.007
-0
2722603003 Acréscimos de Gastos-CONTRATOS-VisitPortimão
-10.505 10.505
0
2722603004 Acréscimos de Gastos-CONTRATOS-LIMPEZA
-22.467 19.488 2.979 0
2722603005 Acréscimos de Gastos-CONTRATOS-Parque Tecnológico Portimão
-58.000 58.000
0
2722603006 Acréscimos de Gastos-CONTRATOS-Patrocínios
-75.000 25.000 50.000 0
2722603007 Acréscimos de Gastos-CONTRATOS-Promoção Turística
-25.860 25.860 -4.579 -4.579
2722603008 Acréscimos de Gastos-CONTRATOS-Estudos-Aug.Mateus
-81.000
-81.000
2722603009 Acréscimos de Gastos-CONTRATOS-Avalia.Imob.Imóveis
-42.500 -1.000 1.000 -42.500
2722603010 Acréscimos de Gastos-CONTRATOS-KPMG
-4.935 4.935
0
2722603011 Acréscimos de Gastos-CONTRATOS-CINEMA-Lei Agência
-38.100 38.100
0
2722603012 Acréscimos de Gastos-CONTRATOS-Master Plan-Cater.A
-54.000 -72.000
-126.000
2722603013 Acréscimos Gastos-CONTRATOS-Patrocínio Parkalgar
-21.727
-21.727
2722603015 Acréscimos Gastos-CONTRATOS-PTM Cidade Cinema
0 0
2722608000 Acréscimos de Gastos - Rede Transporte Coletivos PTM
-8.900 8.900 -530.150 -530.150
2722609000 Credores por acréscimos de gastos – OUTROS
32.355 -74.538 2.007 -40.175
Acréscimo com gastos gerais -1.519.810 875.804 233.368 43.250 -478.743 -846.131
O valor mais relevante, atualmente de 530 mil euros, refere-se ao contrato com a empresa
Frota Azul que presta serviços de transporte (“Vai e Vem”) revisto em novembro de 2013 mas
que produz efeitos desde 16 de março de 2013. O encargo mensal passa a ser de 150 mil euros
contra os 480 mil euros do anterior contrato (valores sem IVA). O valor em saldo refere-se a
serviços não faturados pelo novo contrato dos meses de março (50%), abril, maio e junho de
2013.
• Gastos com pessoal – férias, subsídios e encargos sociais
Saldo atual de 533 mil euros refere-se ao saldo de 2012 uma vez que em 2013 não se
registaram alterações. O recalculo foi apresentado na área de pessoal.
• Patrocínios
Quadro 35 - Acréscimo de Patrocínios
Conta Descrição Conta 2011 2012 2013 junho Total Geral
2722603006 Acréscimos de Gastos-CONTRATOS-Patrocínios -75.000 25.000 50.000 0
2722604002 Acréscimos de Gastos- EVENTOS-Festival da Sardinha -4.395 -5.551 4.385 -5.562
2722604005 Acréscimos de Gastos- EVENTOS-Passagem de Ano 0 -16.283 16.283 0
2722604006 Acréscimos de Gastos-EVENTOS-Feira S.Martinho 4.950 -6.506 1.045 -511
2722604010 Acréscimos de Gastos- EVENTOS-Mundialito -5.610 -26.794 165 -32.239
2722604011 Acréscimos de Gastos- EVENTOS-Hípica Belmonte -52.545
-52.545
2722604012 Acréscimos de Gastos- EVENTOS-Meo Spot SummerSessions -9.663 8.095
-1.568
2722604015 Acréscimos de Gastos- EVENTOS-Observatório Turismo
-48.000
-48.000
2722604099 Acréscimos de Gastos- EVENTOS-DIVERSOS -152.772 -1.412 14.056 -140.128
Acréscimo com patrocínios e eventos -295.035 -71.451 85.934 -280.552
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
41
Os eventos diversos referem-se a Patrocínio relacionado com a realização do Mundialito de
Futebol de Praia em 2011 no valor de 135 mil euros.
9.2 ACRÉSCIMOS DE GASTOS E IVA
Cerca de 3 milhões de euros dos Acréscimos de Gastos são valores a pagar que os
fornecedores não faturaram para não liquidar IVA, atendendo aos atrasos da empresa no
pagamento.
Há aqui uma irregularidade em IVA, em primeiro lugar dos fornecedores, mas motivada pelas
dificuldades da Portimão Urbis.
9.3 ACRÉSCIMOS DE RENDIMENTOS
A conta á debitada com contrapartida em Rendimentos, antes da sua faturação. Com a
faturação o valor é transferido desta conta para a conta do devedor, debitada pela fatura.
Os valores em saldo em cada ano, indicados no quadro abaixo, referem-se aos não
compensados no próprio ano.
O total em 30 de junho de 2013, 9,1 milhões de euros, é separado em duas grandes rubricas, a
saber, contratos-programa e juros de mora e de factoring.
Quadro 36 – Acréscimo de Rendimentos, por anos
Anos Contratos-Programa
Juros Mora e factoring
Totais
2010 556.035
556.035
2011 714.605 1.109.495 1.824.100
2012 891.691 1.198.547 2.090.238
2013junho 2.583.656 2.049.465 4.633.121
Totais 4.745.987 4.357.507 9.103.495
Os juros foram o faturados ao Município de Portimão no segundo semestre (segundo
informação prestada pela empresa), que, no entanto, devolveu as faturas. O montante de 4,3
milhões de euros não está incluído no saldo em dívida do Município já referidos no parágrafo
relativo a Clientes.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
42
Quadro 37 – Acréscimos de Rendimentos, por conta
Conta Descrição Conta 2009 2010 2011 2012 2013 Total Geral
2.721.100.000 Devedores acréscimos rendimentos - gerais 423.028 -422.543 -485
0
2.721.100.100 Receita Vai e Vem
1.464.849 -1.464.849
0
2.721.200.000 Devedores acréscimos rendimentos - empresa mãe
7.549.239 -6.824.113 -169.091
556.035
2.721.202.001 Acr.Rend.-Emp.mãe-MOB.URB.-Desenv.Transp.Públicos Urbanos
1.165.156 1.165.156
2.721.204.000 Acr.Rend.-Emp.mãe-REABILITAÇÃO URBANA
752.681
752.681
2.721.206.000 Acr.Rend.-Emp.mãe-GESTÃO DE MERCADOS MUNICIPAIS
0 562.214 562.214
2.721.207.000 Acr.Rend.-Emp.mãe-INFORMAÇÃO E PROMOÇÃO TURÍSTICA
0
0
2.721.209.100 Acr.Rend.-Emp.mãe - CP Plurianual - PFEP
0 0 634.674 634.674
2.721.209.400 Acr.Rend.-Emp.mãe-CP Plurianual - Inv. Mercados (ad)
0 0 217.264 217.264
2.721.210.100 Acr.Rend.-Emp.mãe - CP Equip - Estádio Municipal
0 0
0
2.721.210.600 Acr.Rend.-Emp.mãe - CP Gestão Urbana
3.898.506 -3.297.253
601.253
2.721.211.100 Acr.Rend.-Emp.mãe -C.Prestação Serviços- Tempo
0 0
0
2.721.211.300 Acr.Rend.-Emp.mãe - CP Fest Sardinha
0 0
0
2.721.211.400 Acr.Rend.-Emp.mãe - CP Mundialito 2011
3.900 -3.900
0
2.721.212.010 Acr.Rend.-Emp.mãe - CP Fiscalização Act. Public. VA
17.695
17.695
2.721.298.000 Acr.Rend.-Emp.mãe - Juros Fatoring
14.916 751.989 766.905
2.721.299.000 Acr.Rend.-Emp.mãe - Juros de mora
1.109.495 1.183.631 1.297.477 3.590.603
2.721.300.000 Devedores acréscimos rendimentos - empresas subsidiárias
0
0
2.721.400.000 Devedores acréscimos rendimentos - empresas associadas
0
0
2.721.400.100 Deved. acréscimos rendimento-Edifício Administrativo
0 0 0 0
2.721.500.000 Devedores acréscimos rendimentos - Mercado
2.389 -2.389
0
2.721.600.000 Devedores acréscimos rendimento – PatrocínioParkalgar
1.811 2.716
4.526
2.721.700.000 Devedores acréscimos rendimento - Rendas Unicâmbio
1.449 4.347 5.796
2.721.800.000 Devedores acréscimos rendimento - Contratos Prestação Serviços
124.744 -7.595 117.150
2.721.100.200 Receitas Assinaturas Idoso/Estudante
111.541
111.541
Total Geral 423.028 7.126.696 -232.108 -2.839.648 4.625.527 9.103.495
Relativamente aos contratos-programa, no total de 4,7 milhões de euros, a maior parte é de
2013. Mas há valores de 2010, 2011 e 2012 que devem ser analisados, faturados e transferidos
para a conta do Município de Portimão ou anulados. Têm, também, reflexo na conta devedora
do Município.
Segundo a informação dos serviços, foram feitas faturas no segundo semestre de 2013, mas
devolvidas e outros valores não foram faturados por falta de liquidez do Município e da
empresa em liquidar IVA.
Por anos e por subconta, a situação no período da auditoria, está indicada no quadro acima.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
43
Esta situação veio a ser alterada no segundo semestre do ano de 2013, com a resolução de
valores pendentes de 2010 e 2011, pelo que o saldo referente aos contratos-programa passou
de 4,7 para 3,4 milhões de euros.
Em relação a este saldo, há também questões de IVA: Ao acrescer o rendimento e não
emitindo faturação, o IVA não é liquidado na data devida.
10. FORNECEDORES E CREDORES DIVERSOS
10.1 AUMENTOS/DIMINUIÇÕES DAS CONTAS DE FORNECEDORES
Quadro 38 – Fornecedores e credores diversos
Conta 2009 2010 2011 2012 2013 Saldo Final
2211000000 -67.226 -5.298.164 -8.598.537 -3.942.392 -1.258.039 -19.164.358
2214000000
-327.310 72.390 128.066 126.854 0
2782100000 -31.022 -195.849 96.251 -24.523 160.685 5.543
2782200000
-1.697
-1.697
2782300000 -2.100 2.100
0
2786100000
-60.040 52.750
-7.290
Total Geral -100.348 -5.880.960 -8.377.146 -3.838.849 -970.500 -19.167.802
Quadro 39 – Dívida a terceiros, por entidade
Entidade 2009 2010 2011 2012 2013 Total Geral
Arteviva
-118.800
-118.800
Automóvel Clube de Portugal
-180.000
-180.000
ComSom - Produção e Comercialização
-115.717 -96.274 9.274 -7.791 -210.508
Emarp
-78.423 -28.636 -9.240 445 -115.854
Expo Arade Estrutura, SA
302.015 -854.245 -381.128 -101.205 -1.034.564
FARCIMAR - Soluções em Pré-fabricado
-214.324 -14.512 4.923 -5.779 -229.691
Frota Azul - Algarve -Transportes E
-936.531 -6.222.870 -3.760.389 -1.041.601 -11.961.391
Idea Marketing, SA
-145.000 -105.000
-250.000
Modelstand
-63.247 -72.562 -68.006 -5.889 -209.704
Plural Entertainment Portugal, S.A.
-132.000
-132.000
PowerNation, Lda.
-232.320
733 -231.587
Primevents - Produção E Realização
-152.868
-152.868
ProPicture Portugal Productions, S.
-249.075 -249.075
Securitas, Sa -1.620 -426.388 -45.567 -76.146 -25.308 -575.029
TecnospieSa
-215.717 67.066 17.640 1.500 -129.510
Urbanitécnica, Lda.
-68.500 -222.753 45.477 49.158 -196.618
Total Geral -1.620 -2.624.951 -7.748.222 -4.217.595 -1.384.811 -15.977.199
As dívidas a fornecedores passaram de 67 mil euros em dezembro de 2009 para 19 milhões de
euros em 2013. No quadro a seguir desagregam-se os fornecedores que têm atualmente
dívida superior a 100 mil euros.
O fornecedor Frota Azul celebrou protocolo para prestação de serviços de transportes urbanos
com a Portimão Urbis em final de 2010 com encargo mensal de cerca de 500 mil euros, com
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
44
IVA incluído (a Portimão Urbis apresenta receita de venda de bilhetes de cerca de 90 mil
euros/mês).
A entidade Expo Arade Estrutura é participada pela Portimão Urbis em 49% e a dívida refere-
se, na sua maioria, a rendas pela Cessão de Exploração do Pavilhão Arena com encargo mensal
atual de 88,2 mil euros (a que acresce IVA). Nota ainda para a existência de acréscimo de
gastos de 2,1 milhões de euros.
As restantes dívidas em atraso referem-se a:
• Contratos de Patrocínio:
Quadro 40 – Dívida a Terceiros, Patrocínios
Entidade Dívida Patrocínio
Arteviva -118.800 Campeonato Mundo WSW
Automóvel Clube de Portugal -180.000 Rali TT
Idea Marketing, SA -250.000 Motonáutica
Total -548.800
• Obras com reconstrução do Estádio Municipal de Portimão:
Quadro 41 – Dívida a Terceiros, Estádio
Entidade Dívida
FARCIMAR - Soluções em Pré-fabricado -229.691
TecnospieSa -129.510
Urbanitécnica, Lda -196.618
Total -555.820
• Outros
Quadro 42 – Dívida a Terceiros, Outros
Rótulos de Linha Dívida Tipo encargo
ComSom - Produção e Comercialização -210.508
Emarp -115.854 Águas e Resíduos
Modelstand -209.704 Montagem/desmontagem de palcos
Plural Entertainment Portugal, S.A. -132.000
PowerNation, Lda. -231.587 Aluguer equipamentos "Gaiola das Loucas"
Primevents - Produção E Realização -152.868 Com acordo acionista e cessão de créditos
ProPicture Portugal Productions, S. -249.075
Securitas, Sa -575.029 Segurança Mercado Municipal
Saldo final -1.876.625
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
45
Em 2010 foram integradas dívidas a fornecedores pela fusão das empresas:
• Portimão Turis com balanço de fusão em dezembro de 2009, com o montante
de 3,4 milhões de euros, e
• MMP, com balanço de outubro de 2009, com 230 mil euros.
10.2 CONFIRMAÇÃO DE SALDOS DE FORNECEDORES
Foram solicitadas e obtidas as respostas de confirmação de saldos ao Revisor Oficial de Contas
responsável pela Certificação Legal de Contas da Portimão Urbis.
Em 2010, foram registadas 23 respostas das quais 17 têm resposta concordante, tendo sido
justificadas as diferenças nas respostas não concordantes
Quadro 43 – Confirmação Credores - 2010
Rótulos de Linha Soma de 2010
Saldo Contar de Resposta
2211000000 -5.365.390 23
diferença conciliada -1.213.613 6
resposta concordante -1.278.560 17
(não resposta/não circularizada) -2.873.217
Total Geral -5.365.390 23
Em 2011, foram registadas as seguintes respostas:
Quadro 44 – Confirmação Credores - 2011
Contas 2011 Saldo Quantidade de
Respostas
2211000000 -13.963.927 9
Com encontro de contas -7.159.401 1
Diferença conciliada -473.575 1
Por conciliar -261.457 2
Respostas concordantes -1.183.188 5
(não resposta/não circularizada) -4.886.306
2782100000 -130.619 6
Diferença conciliada -17.553 1
Respostas concordantes -86.701 5
(não resposta/não circularizada) -26.366
Total Geral -14.094.546 15
Em Encontro de Contas encontra-se o fornecedor Frota Azul que fatura pela prestação de
serviços de transportes urbanos. Por seu lado tinha a devolver à Portimão Urbis receitas de
venda de bilhetes. O valor da Receita de 2011 é de 1,4 milhões de euros.
Em 2012, foram registadas as seguintes respostas:
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
46
Quadro 45 – Confirmação Credores - 2012
Contas Soma de 2012 Saldo Contar de Resposta
2211000000 -17.906.319 17
Diferença conciliada -116.299 3
Por conciliar -25.965 1
Respostas concordantes -12.888.908 13
(não resposta/não circularizada) -4.875.147
2782100000 -155.143 4
Diferença conciliada -14.760 1
Respostas concordantes -93.602 3
(não resposta/não circularizada) -46.781
Total Geral -18.061.461 21
Do saldo de respostas concordantes regista-se a Frota Azul com 10,9 milhões de euros.
Não existe circularização feita a junho de 2013, mas os saldos estão maioritariamente
justificados pelas respostas ao exercício de 2012.
11. EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS
11.1 EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS, LOCAÇÕES FINANCEIRAS E FACTORING
Validaram-se as contas do Razão 25-Empréstimos Obtidos, por confronto, preferencialmente,
às informações fornecidas pela Central de Responsabilidade de Crédito do Banco de Portugal,
e subsidiariamente, pela análise dos contratos existentes entre as várias instituições bancárias
e a Portimão Urbis (ou empresas posteriormente fundidas na Portimão Urbis).
Validaram-se igualmente as contas de Locações Financeiras.
2009
Empréstimos
Quadro 46 – Empréstimos 2009
Conta Descrição Conta Total 2009 Banco
Portugal Diferença
2511030000 Emp.Bancários-C.P.-CGD- Processo 9015/004807/992 -3.000.000 3.000.000 0
2511040000 Emp.Bancários-C.P.-Barclays- 489/201501635 -1.950.000 1.950.000 0
2511100000 Emp.Bancários-M.L.P.-CGD- Processo 9015/006566/291 -5.000.000 5.000.000 0
Total 2009 -9.950.000 9.950.000 0
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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Os saldos na contabilidade correspondem exatamente aos valores apresentados pelo Banco de
Portugal.
Locações Financeiras
Quadro 47 – Locações Financeiras 2009
Conta Descrição Conta Total 2009 Banco
Portugal Diferença
2513010100 Contrato 337534 (2 Peugeot Partner) -8.100,14 8.100,00 8.100,00
2513020100 Contrato 2041336 (Opel Vectra) -28.181,24
a)
2 513020200 Contrato 2041310 (Renault Grand Scenic 85-FF-88) -14.592,88
a)
Total 2009 -50.874 8.100 8.100
Os valores indicados como a) são apresentados pelo Banco de Portugal como de 35,6 mil euros
o que releva uma diferença de 7,1 mil euros.
2010
Empréstimos
Quadro 48 – Empréstimos 2010
Conta Descrição Conta Total 2010 Banco
Portugal Diferença
2511030000 Emp.Bancário-C.P.-CGD- Processo 9015/004807/992 -2.700.000 2.700.000 0
2511040000 Emp.Bancário-C.P.-Barclays- 489/201501635 -1.950.000 1.950.000 0
2511070000 Emp.Bancário-C.P.-CGD- Processo 9015/006568/392 -2.250.000 2.250.000 0
2511080000 Emp.Bancário-M.L.P.-CGD- Processo 9015/006588/391 -4.547.983 4.547.983 0
2511100000 Emp.Bancário-M.L.P.-CGD- Processo 9015/006566/291 -4.547.735 4.547.735 0
Total 2010 -15.995.718 15.995.718 0
Entre as informações prestadas pelo Banco de Portugal e a Contabilidade não há diferenças ao
nível de saldos nas contas de Empréstimos.
Locações Financeiras
Quadro 49 – Locações Financeiras 2010
Conta Descrição Conta Total Geral
Banco Portugal
Diferença
2513010100 Contrato 337534 (2 Peugeot Partner) -2.244 2.340 96
2513020100 Contrato 2041336 (Opel Vectra) -10.243
a)
2513020200 Contrato 2041310 (Renault Grand Scenic 85-FF-88) -5.304
a)
2513030100 Contrato 30023118 (Toyota Avensis-69-CR-22) -759 617 -142
Total 2010 -18.550 2.957 -46
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
48
Os valores indicados como a) são apresentados pelo Banco de Portugal como de 13 mil euros o
que releva uma diferença de 2,5mil euros.
Factoring
O Banco de Portugal indica que o Barclays tem contratos de factoring com recurso que
ascendem a 4,5 milhões de euros em saldo. No entanto, nem o próprio banco nem a
Contabilidade apresentam referência a esta situação.
Existe um contrato com o BCP, de Cessão de Créditos com recurso, até 600 mil euros com data
de 30 de dezembro de 2010, mas nem o Banco de Portugal, nem a Contabilidade nem o BCP
apresentam informação sobre este valor.
2011
Empréstimos
Quadro 50 – Empréstimos 2011 - BP
Conta Descrição Conta Total 2011 Banco Portugal Diferença
Regular Vencido Total para BP
2511030000 Emp.Bancário-C.P.-CGD- Processo 9015/004807/992 -2.490.000 2.490.000 84.519 2.574.519 84.519
2511040000 Emp.Bancário-C.P.-Barclays- 489/201501635 -1.950.000 1.980.712
1.980.712 30.712
2511070000 Emp.Bancário-C.P.-CGD- Processo 9015/006568/392 -2.250.000 2.250.000 110.423 2.360.423 110.423
2511080000 Emp.Bancário-M.L.P.-CGD- Processo 9015/006588/391 -4.433.993 4.089.754 477.075 4.566.829 132.836
2511100000 Emp.Bancário-M.L.P.-CGD- Processo 9015/006566/291 -4.318.355 4.088.750 319.247 4.407.997 89.643
2511010000 Emp.Bancário-C.P.- BES -Conta Crédito 2482 6649 2018 -250.000 250.000
250.000 0
Total 2011 -15.692.348 15.149.217 991.264 16.140.481 448.133
Por comparação com a Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal, as
diferenças ocorrem em dois bancos:
1. Barclays, com uma diferença de 30,7 mil euros, mas que não está na resposta do
banco com o saldo da conta, pelo que a informação prestada por este ao BP está
errada.
2. CGD, com uma diferença de 417,4 mil euros relativa justificada pelos juros de mora
registados pela Contabilidade nas respetivas contas de custo, por contrapartida em
acréscimos de custos e não em dívidas à CGD.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
49
Quadro 51 – Empréstimos 2011 CGD
Conta Descrição Conta Total Geral
CGD Diferença
Regular Vencido Juros e Outros
Total para CGD
2511030000 Emp.Bancário-C.P.-CGD- Processo 9015/004807/992
-2.490.000 2.490.000
97.881 2.587.881 97.881
2511070000 Emp.Bancário-C.P.-CGD- Processo 9015/006568/392
-2.250.000 2.250.000
127.620 2.377.620 127.620
2511080000 Emp.Bancário-M.L.P.-CGD- Processo 9015/006588/391
-4.433.993 4.089.754 344.239 149.029 4.583.022 149.029
2511100000 Emp.Bancário-M.L.P.-CGD- Processo 9015/006566/291
-4.318.355 4.088.750 229.604 101.280 4.419.635 101.280
TOTAL -13.492.348 12.918.505 573.843 475.810 13.968.158 475.810
Locações Financeiras
À data de 31 de dezembro, já não existiam contratos de Locação Financeira ativos.
Factoring
O Banco de Portugal indica que o BCP tem contratos de factoring com recurso que ascendem a
753 mil euros em saldo. No entanto, a Contabilidade apresenta o seguinte saldo:
Quadro 52 – Factoring 2011
Conta Descrição Conta Total 2011 Banco
Portugal Diferença
2515100000 BCP-Contrato Factoring nº 50738 -543.222 753.475 210.253
Total 2011 -543.222 753.475 210.253
Por seu lado, os extratos do BCP para os seus dois contratos de factoring/cessão de créditos
apresentam para o contrato 50738 um saldo final de 543 mil euros e para o contrato 50737 o
saldo de 1,1 milhões de euros de saldo final. Este, porém, tem uma parcela de 210 mil euros c/
recurso e outra s/ recurso de 890 mil euros., indiciando confusão entre os dois tipos de
contratos.
2012
Empréstimos
À data de 31 de Dezembro de 2012,temos:
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
50
Quadro 53 – Empréstimos 2012
Conta Descrição Conta Total 2012
Banco Portugal Diferença
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
52
Em conclusão do trabalho efetuado, confirmamos que estão corretos os saldos das contas
bancárias, incluindo as passivas.
12. ESTADO
12.1 REPORTE FISCAL DE PREJUÍZOS DE ANOS ANTERIORES EM IRC
Foram verificados os reportes fiscais, pelas declarações de IRC. Foi utilizado, em parte, o
reporte fiscal do prejuízo de 2007, com os resultados positivos de 2009, 2010 e
2011.Esperando-se resultados negativos em 2013, a empresa perde o resto do reporte fiscal
de 2007, 1,2 milhões, mas fica com cerca de 11 milhões de euros de reporte fiscal referente
2008 e 2012, a que acresce o de 2013.
A empresa não registou ativos por impostos diferidos, com o que concordamos, dada a
incerteza em relação à obtenção de resultados fiscais positivos no futuro próximo.
12.2 LIMITAÇÃO À DEDUÇÃO FISCAL EM IRC DE GASTOS FINANCEIROS
A Lei do Orçamento do Estado de 2013 altera o artigo 67º do código do IRC no sentido de
limitar os gastos financeiros líquidos dedutíveis à matéria colectável de IRC, até ao maior dos
seguintes limites:
i) 3.000.000€; ou
ii) 30% do Resultado Antes de Depreciações, Gastos de Financiamento Líquidos e
Impostos
Sendo Gastos de Financiamento Líquidos as importâncias devidas ou associadas à
remuneração dos capitais alheios, deduzidos de rendimentos de idêntica natureza,
rendimentos esses que são os obtidos pelos fundos emprestados, antes da sua utilização (FAQ
nº.26 da Comissão de Normalização Contabilística.
Há um período transitório (artigo 192º) em relação à percentagem dos gastos de
financiamento líquidos aceite fiscalmente, que vai diminuindo de 70%, em 2013, para os 30%,
objetivo da lei em 2017
Há reporte para os Gastos de Financiamento Líquidos excessivos, que serão dedutíveis nos 5
anos seguintes. Também há uma possibilidade de usar a parte não utilizada, quando os gastos
não atingirem os 30% em 5 anos.
A lei a que nos estamos a referir terá impacto significativo nos Resultados depois de Impostos
da Portimão Urbis, atendendo ao elevado montante dos juros. Em 2013, tal impacto é de 30%
de cerca de 3milhões de euros de custos com juros, isto é quase um milhão de euros a
acrescer ao resultado líquido contabilístico.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
53
12.3 IVA
12.3.1 Confirmação do Apuramento do IVA
Foi verificado apuramento e reporte do IVA. O IVA Liquidado foi confirmado pela lista de
faturas anuais a que se acrescentaram:
- Avisos de Lançamento, que registam a receita dos bilhetes (VAI e VEM) cobrados pela
Frota Azul mas que são proveito da Portimão Urbis, tendo esta liquidado IVA em 2011
no valor de 82,9 mil euros, em 2012 de 78 mil euros e, até junho de 2013, o valor de
28,6 mil euros. A taxa do IVA nesta operação é a reduzida.
- IVA autoliquidado por inversão do sujeito passivo pela construção do Estádio
Municipal, essencialmente nos anos 2010 e 2011. O IVA autoliquidado correspondente a
2010 foi de 281 mil euros e em 2011 de 170 mil euros.
- Aquisições Intracomunitárias com IVA liquidado e dedutível em 2010 de 81 mil euros e
como valor de 58 mil euros em 2011
O IVA dedutível foi verificado por método indireto a cada classe de despesa.
12.3.2 IVA EM FALTA
A conta 2721-Devedores por Acréscimos de Rendimentos tem um saldo de 4,7 milhões de
euros com referência a 30 de junho de 2013. Este saldo foi diminuído para 3,4 milhões de
euros com os movimentos de outubro e dezembro de 2013.
Sobre estes acréscimos deveria ter sido liquidado IVA, num valor que estimamos em 1 milhão
de euros.
Em sentido inverso, na conta de Credores por Acréscimos de Gastos, cerca de 3 milhões de
euros não deduziram IVA, pois os fornecedores não emitiram fatura.
Mas os dois movimentos não são compensáveis, e a infração da empresa pela não liquidação
do IVA não se confunde com a infração do fornecedor de emitir fatura com liquidação do IVA,
a deduzir pela empresa.
13. CAPITAIS PRÓPRIOS
13.1 VALORES DOS CAPITAIS PRÓPRIOS
A empresa foi constituída em 2001 com o capital de 5,5 milhões de euros, aumentado para 8,8
milhões de euros em 2006, com entradas em espécie. Em 2010 voltou a ser aumentado para
acomodar a incorporação por fusão de 3 das suas participações, agora para 9,4 milhões de
euros.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
54
As contas de capital tiveram a evolução do quadro abaixo, verificando-se que os Capitais
Próprios passaram 3,5 milhões de euros em 2009 para quase 18 milhões de euros em 2013,
estando expurgados dos resultados negativos de 2007 (4,5 milhões de euros) assumidos e
pagos pela autarquia e dos resultados negativos de 2008 (9,8 milhões de euros) estes
transferidos em 2010 para a conta do Município de Portimão e ainda não pagos.
Quadro 57 – capital próprio
Razão Descrição Conta 2009 2010 2011 2012 2013 junho
51 Capital -8.850.000 -9.462.871 -9.462.871 -9.462.871 -9.462.871
57/55 Reservas -3.873.638 -1.985.038 -2.130.708 -2.145.668 -3.932.876
59/56 Resultados Transitados 9.784.836 -3.000.080 -3.795.851 -3.930.450 -2.127.649
55/57 Ajustamentos 102.984 686.403 820.834 820.834 820.834
59 Outras variações Capital Próprio 0 -4.802.456 -5.325.085 -5.338.771 -5.347.024
81 Resultados -727.714 -1.456.696 -149.559 1.802.801 2.206.283
CAPITAIS PRÓPRIOS -3.563.531 -20.020.738 -20.043.239 -18.254.125 -17.843.303
O aumento de capital de 2006 foi realizado em espécie pelo Município de Portimão com
integração dos seguintes bens, de acordo com relatório de Revisor que faz parte da escritura
de 9/05/2006, totalizando 3,3 milhões de euros:
a. Prédio Urbano, sito na Av. São João de Deus, inscrito na Conservatória de Registo
Predial de Portimão sob o nº 8.559, pelo valor avaliado de 2,2 milhões de euros;
b. Prédio Rústico sito na Abicada, inscrito na Conservatória de Registo Predial de
Portimão sob o nº 12.769, pelo valor avaliado de 1 milhão de euros.
O aumento de capital em 2010, de 8,9 para 9,5 milhões de euros foi originado pela Fusão por
Incorporação com empresas participadas.
Os resultados de 2012, negativos em 1,8 milhões de euros, permanecem nos Capitais Próprios,
na conta de Resultados Transitados embora pagos pelo Município de Portimão em maio de
2013. A contrapartida deste pagamento foi a conta de Reservas.
Esta contabilização, aumentando Reservas pela cobertura de prejuízos e mantendo o
Resultado Líquido negativo de 2012 como componente dos Resultados Transitados, seria
melhorada se o pagamento dos prejuízos fosse lançado diretamente na conta de Resultados
Transitados. Assim sendo, a conta de Reservas de 2013 ficaria com o mesmo valor de 2012, e a
conta de Resultados Transitados seria aumentada apenas pela parte do prejuízo não paga pelo
Município de Portimão (15,6 mil euros).
Tratando-se de movimentos entre contas, o valor final dos Capitais Próprios não será alterado,
mas a apresentação é mais consentânea com a substância da operação.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
55
13.2 AJUSTAMENTOS NA CONTA DE CAPITAL
A conta de Outros Ajustamentos em Capital Próprio regista os Subsídios ao Investimento
registados na contabilidade da incorporada Mercado Municipal de Portimão, contrato-
programa Mercados.
Acompanhamos o Fiscal Único da Portimão Urbis que, no seu relatório do primeiro semestre
de 2013, considera que o”(...) capital próprio deveria ser deduzido, pela criação de uma conta
devedora, de montante correspondente à tributação que incide sobre o subsídio recebido
ajustado pelos períodos já decorridos”.
A conta devedora de capital próprio, a criar, teria um saldo que estimamos em cerca de 900
mil euros, em Junho de 2013, com crédito em Outros Devedores e Credores. A informação que
recebemos é que a situação será resolvida com referência ao segundo semestre de 2013 e de
acordo com o fiscal único.
14. FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS
14.1 DADOS GLOBAIS
Foi feita a análise comparativa dos custos relativos a Fornecimentos e Serviços Externos entre
2009 e o 1º semestre de 2013, bem como a substanciação duma amostra de Despesas nesse
período.
Relativamente às contas 62-Fornecimentos e Serviços Externos, iremos detalhar somente
aquelas cujo valor acumulado no período em análise excede os 600 mil euros.
A situação é a seguinte:
Quadro 58 – Fornecimentos e Serviços Externos
Descrição conta 2009 2010 2011 2012 junho 2013
Total
Transportes Urbanos
962.393 5.749.604 5.092.222 1.733.721 13.537.940
PUBLICIDADE E PATROCINIOS 32.134 5.072.727 977.351 190.735 4.577 6.277.523
Cessão de Exploração 1.512.000 1.058.400 1.058.400 1.058.400 529.200 5.216.400
Trabalhos especializados 303.681 1.061.789 924.361 326.762 327.434 2.944.028
Rendas 269.558 192.927 229.920 226.920 89.460 1.008.785
OUTROS SERVIÇOS
763.399 4.195
767.594
Outros alugueres 14.905 641.940 812.319 199.637 8.298 1.677.098
Honorários - Sujeito a IVA 116.748 284.498 189.987 205.136 39.649 836.017
Vigilância e segurança 1.651 319.947 317.083 141.638 35.056 815.374
Outros Fornecimentos Serviços Externos 665.001 792.981 1.265.191 808.797 212.405 3.744.375
Total FSE 2.915.678 11.151.000 11.528.411 8.250.247 2.979.799 36.825.134
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
56
Podemos ver que numa primeira fase se assiste a um aumento exponencial destes Custos, de
2,9milhões de euros em 2009 para 11,1milhões de euros em 2010. Este acréscimo teve origem
na fusão da Portimão Renovada, da Portimão Turis e MMP.
Este incremento teve especial significado:
• nos Transportes Urbanos, que iniciaram em novembro de 2010,
• na Publicidade e Patrocínios, havendo em 2010 patrocínios já faturados pelos
beneficiários no valor de 3,8 milhões de euros, onde se destaca a Parkalgar (875 mil
euros), o Portimonense (310 mil euros), a GNI (500 mil euros) e a Return On (370 mil
euros).
Acrescem valores de patrocínios ainda não faturados pelas entidades beneficiárias, no
valor de 1,2 milhões de euros.
• nos Trabalhos Especializados, podemos destacar os trabalhos faturados em 2010 pela
ComSom (120 mil euros), Urbigenesis (62 mil euros), Promontório (112 mil euros),
Cenor (60 mil euros) e PressHapiness (90 mil euros). Em 2009, os valores faturados
mais significativos foram-no pela Algarestradas (32 mil euros) e pela Urbigenesis (32
mil euros).
• nos Outros Serviços, uma vez que os custos aqui contabilizados em 2010 foram,
provavelmente, contabilizados noutras rubricas não detalháveis em 2009
• nos Outros Alugueres.
Entre 2010 e 2011 assiste-se a uma estabilização no valor global destes custos, muito embora
ocorram variações significativas entre as rubricas.
É o caso do aumento nos Transportes Urbanos, com a aplicação em pleno do contrato
outorgado com a Frota Azul, relativo às linhas de transportes urbanos. E das reduções na
Publicidade e Patrocínios, com a redução dos contratos e das verbas pagas por conta destas
rubricas.
Nos Outros Serviços de 2011 para o 1º semestre de 2013 assiste-se a uma contração muito
significativa nestes custos, mesmo considerando a anualização dos valores incorridos até 30 de
junho de 2013.
É o caso:
• dos Transportes Urbanos, com a renegociação do contrato existente com a Frota Azul,
que passou duma renda mensal de 476 mil euros para 150 mil euros,
• dos Outros Alugueres, com a irrepetibilidade dos alugueres efetuados em 2012 com a
CHS, Modelstand e Marinas do Barlavento com valores globais de 115 mil euros,
• dos Honorários, com a não contratualização com a Master Plan em 2013, cujo
acréscimo de gasto em 2012 ascendeu a 72 mil euros
• e com a redução genérica nas rubricas que agregamos em Outros Fornecimentos e
Serviços Externos. Esta redução anualizada ascende a cerca de 400 mil euros.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
57
14.2 AMOSTRA DE SUBSTANCIAÇÃO
Do universo dos Fornecedores, constituído por todos os movimentos que justificam o saldo
dos Fornecedores a 30 de junho de 2013 (19,138 milhões de euros), retiramos uma amostra de
55 itens, digitalizamos a documentação de suporte, resumimos as ocorrências e registamos os
NIB´s dos fornecedores, retirando-os quer dos pagamentos quer das faturas dos próprios.
Da análise efetuada, detetamos que os pagamentos da TSU não correspondem exatamente
aos valores retirados do processamento de salários e lançados na contabilidade, mas as
diferenças não são significativas.
14.3 NIB´S DOS FORNECEDORES
Os NIB´s que retiramos da análise direta dos fornecedores constantes da amostra foram
comparados com os NIB´s constantes da base de dados da tesouraria.
Os NIB´s que não coincidiam foram validados diretamente no ATM. Somente para um
(Portimonense) a informação recebida foi “operação cancelada por informação do banco
destinatário”.
15. CONTA 68 OUTROS GASTOS E PERDAS
No período desta auditoria, a conta de Outros Ganhos e Perdas, conta 68 no SNC e conta 69 no
POC em vigor até 2009, registou custos de 1,3 milhões de euros, onde a maior parte se refere a
Correções de Exercícios Anteriores, seguidas de Imposto de Selo.
Quadro 59 – Conta 68 – Outros Gastos e Perdas
Naturezas 2009 2010 2011 2012 2013 junho Total Geral
Correções de períodos anteriores 46.139 136.586 129.525 108.669 479.586 900.506
Imposto de Selo 82.935 38.837 94.154 1.068 216.994
Multas e Penalidades 706 66.375 46.266 113.347
Outros gastos e perdas Taxas 44.248 18.889 10.321 4.147 77.605
Outras Naturezas 1.713 11.921 8.021 10.945 1.054 33.655
Totais 48.558 275.691 195.272 290.464 532.121 1.342.107
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
58
16. CUSTOS FINANCEIROS
16.1 CUSTOS GLOBAIS
Os custos financeiros suportados atingiram 6,4 milhões de euros, conforme quadro abaixo.
Deste valor há que expurgar 752 mil euros do Barclays em 2013 e 87 mil euros do BCP,
anulados pelo lançamento em Rendimentos, conta 798-Outros Rendimentos Similares.
Há que expurgar o reflexo da aplicação, em 2009, do Método de Equivalência Patrimonial às
participadas Eventos do Arade e Rio Adentro.
Quadro 60 – Custos Financeiros 2009 a 2013 junho, reclassificados
Rótulos de Linha 2009 2010 2011 2012 2013 junho Totais Linha
Associadas 120.896
120.896
Barclays 40.977 53.202 133.646 189.720 837.166 1.254.711
BCP
6.313 160.524 183.742 78.422 429.001
BES 26.587 40.232 19.532 21.785 2.948 111.085
CGD 301.368 519.296 654.391 458.825 115.615 2.049.496
Juros Suportados
0
Leasing 1.297 2.608 45
3.950
Mora CGD
513.055 374.485 887.540
Mora Fornecedores
303.302 681.406 370.276 1.354.984
Não identificados 3.421 65.197
68.618
Outros
48.803 19.131 18.108 43.165 129.206
Total Geral 494.546 735.651 1.290.572 2.066.642 1.822.076 6.409.487
Em consequência, os Custos Financeiros suportados totalizam cerca de 5,5 milhões de euros
no período da auditoria, o que diz bem das dificuldades que a empresa e o Município de
Portimão têm sofrido para honrar os compromissos provenientes de cedência de faturas em
factoring, empréstimos e mora de empréstimos e mora a fornecedores.
Recomendamos que, sendo disponibilizados fundos financeiros por via do saneamento e do
PAEL do Município, a empresa avalie da possibilidade de negociar moras com os credores,
tanto mais que, segundo informação oral, aqueles instrumentos de saneamento não libertarão
fundos necessários para todos os compromissos.
Esta negociação, se possível, deveria ser centralizada na Administração e com o apoio do
Município de Portimão.
Foram estimados os juros aplicados pela Caixa Geral de Depósito, pela aplicação das taxas dos
empréstimos aos valores em dívida e os valores a que chegámos permite aceitar os valores
contabilizados.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
59
Os juros de mora aplicados pela mesma entidade bancária abrangem períodos anteriores.
O acréscimo de custos pela mora a fornecedores é já superior a 1 milhão de euros.
16.2 JUROS DE MORA
A partir de 2012, a Caixa Geral de Depósitos tem lançado juros de mora, previsto nos contratos
de empréstimo, originados no atraso dos pagamentos.
Estes juros de mora foram assumidos pela empresa e somam 887 mil euros em 2012 e 1º
semestre de 2013.
Quadro 61 – Juros de Mora, Caixa Geral de Depósitos
Conta Descrição 2012 2013
6918000023 Juros Mora_Emp.B- Emprést. CGD CP 9015/004807/992 125.930
Juros Mora_Emp/B- Emprést/ CGD CP 9015/004807/992
232.367
6918000024 Juros Mora_Emp.B- Emprést. CGD CP 9015/006568/392 284.813
Juros Mora_Emp/B- Emprést/ CGD CP 9015/006568/392
61.596
6918000025 Juros Mora_Emp.B- Emprést. CGD MLP 9015/006588/391 53.468
Juros Mora_Emp.B- Emprést.CGD MLP 9015/006588/391 41.335
6918000026 Juros Mora_Emp.B- Emprést. CGD MLP 9015/006566/291 48.845
Juros Mora_Emp.B- Emprést. CGD MLP 9015/006566/291 39.186
Totais 513.055 374.485
A estimativa dos juros de mora aos fornecedores é de 1,4 milhões de euros, com os maiores
valores na Frota Azul, Bemposta, Securitas, DEM 2 e Farcimar, onde estão ¾ do total.
Quadro 62 – Juros de Mora, Fornecedores
Entidades 2011 2012 2013 Total Geral
Bemposta 25.938 40.758
66.697
ComSom 6.127 10.969 5.294 22.390
DEM 2 13.890 16.116
30.006
Farcimar 12.708 10.145 6.689 29.543
Frota Azul 177.706 409.759 274.122 861.587
João Rosado 3.560 1.690 207 5.456
Lei Agência
6.606 3.323 9.928
Modelstand 3.987 6.995 7.059 18.041
Multitendas 1.791 2.292 2.627 6.710
Outros 43.425 149.792 58.609 251.827
Securitas 8.387 22.602 12.347 43.336
URBANITÉCNICA 5.782 3.681
9.463
Total Geral 303.302 681.406 370.276 1.354.984
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
60
17. CUSTOS COM O PESSOAL
Foram feitos testes às seguintes áreas:
a) - Enquadramento por análise ao cadastro de 20 processos de pessoal;
b) - Abonos (Vencimento Base, Subsídio de Alimentação, Subsídios de Férias e Natal,
outros) e Descontos (IRS, SS, CGA, ADSE);
c) - Especialização de gasto a pagar com férias, subsídio e encargos.
17.1 CADASTRO DE PESSOAL
Pela análise ao cadastro foram notadas entradas de pessoas abrangidas pelo regime de
“cedência de interesse público” estabelecido pela Lei 12-A/2008 de 27 de fevereiro.
Aquele regime prevê que um trabalhador cedido, independentemente do vencimento que vier
a auferir no novo cargo, pode optar por efetuar os descontos (apenas para o regime de
proteção social) com base no vencimento que auferia antes da cedência [alínea b) do n.º 6 do
artigo 58.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro].
Por este motivo o processamento de vencimentos na rubrica de vencimento base inclui a
remuneração que auferia no momento anterior à cedência e o complemento pelas funções
desempenhadas na Portimão Urbis ficou contemplado em “Outros Abonos”.
O Orçamento de Estado para 2013 veio alterar o enquadramento desta situação, passando os
descontos a incidir sobre o total das remunerações ilíquidas recebidas, o que levou a uma
integração na rubrica de vencimento da remuneração base e da remuneração complementar
com reflexo nos descontos para a proteção social.
17.2 TESTE AOS ABONOS E DESCONTOS
17.2.1 Resumo dos processamentos pelo DRH de 2009 a 2013 (1º semestre)
As listagens dos processamentos feitos pelo DRH entre 2010 a 2012, no que se refere aos
abonos, separam apenas Vencimentos, Subsídio de Alimentação e Outros abonos.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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Quadro 63 – Processamento Salários DRH
Abonos 2009 2010 2011 2012 2013 junho
Var. 2010/2009
Var. 2011/2010
Var. 2012/2011
VencimentoBase 627.990 1.836.876 2.502.409 2.455.817 1.205.426 193% 36% -2%
Subs. Alimentação
54.985 184.134 250.419 248.898 118.388 235% 36% -1%
Outros 196.952 640.217 695.996 272.844 140.953 225% 9% -61%
Total Abonos 879.927 2.661.226 3.448.825 2.977.559 1.464.767 202% 30% -14%
Nº Trabalhadores
Em Dezembro 39 152 161 155 149 290% 6% -4%
Média por ano 35 122 163 158 147 248% 34% -3%
Total por ano 42 161 174 161 151 283% 8% -7%
A variação ocorrida em todas as rubricas entre 2009 e 2010 deveu-se à integração por fusão
das empresas Portimão Renovada SRU, Portimão Turis EM e MMP – Mercado Municipal de
Portimão, SA.
A rubrica de outros abonos contém diversos processamentos, como sendo subsídio de férias e
natal, isenção de horário, horas extraordinárias, abonos para falhas, ajudas de custo,
complementos, etc.
17.2.2 Correspondência dos abonos com a contabilidade
A correspondência para a contabilidade, embora o sistema seja o mesmo e a integração seja
automática, não é possível de concretizar, com exceção da remuneração base e do subsídio de
alimentação que correspondem, pelo motivo enunciado no parágrafo anterior. A acrescentar
que a contabilidade regista a especialização do mês de férias, do subsídio de férias e respetivos
encargos não contemplados no processamento de vencimentos.
As diferenças encontradas nos abonos foram:
Quadro 64 - Abonos
Ano
Abonos
Diferença Global Processamentos
DRH*
Contabilidade**
Processado Acréscimos e diferimentos Total
Contabilidade SI SF
2009 879.927 930.153 91.044 124.648 896.550 -16.623
2010 2.623.325 2.987.550 148.410 496.773 2.639.187 -15.862
2011 3.378.573 3.280.098 496.773 294.964 3.481.907 -103.334
2012 2.899.784 3.124.984 294.964 525.369 2.894.579 5.205
2013junho 1.464.767 1.467.750 525.369 525.369 1.467.750 -2.983
Total 11.246.375 11.790.535 1.556.560 1.967.123 11.379.973 -133.597
* Foram consideradas "ausências" que no processamento são contabilizadas nos descontos ** Não contém encargos sociais e seguros
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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A diferença de 103 mil euros de 2011 é justificada pela integração, na contabilidade, de
encargos com remunerações de janeiro e fevereiro das empresas que foram alvo de
integração. O processamento não evidencia este encargo.
17.2.3 Teste aos descontos
Foram apuradas taxas médias de descontos sobre os abonos processados.
Quadro 65 – Descontos Social e CGA
Rótulos de Linha "Vencimentos" e
"Outras" deduzidos de "Ausências"
CGA Empregado SS Empregado Taxa Média
CGA 1.796.272 128.313 0
2010 439.928 25.309 0 6%
2011 590.672 40.661 0 7%
2012 507.076 34.016 0 7%
2013junho 258.596 28.325 0 11%
Seg. Social 8.593.278 0 935.011
2009 824.941
81.962 10%
2010 1.999.263 0 216.785 11%
2011 2.537.481 0 276.499 11%
2012 2.143.810 0 238.363 11%
2013junho 1.087.783 0 121.401 11%
Total Geral 10.389.551 128.313,22 935.011
Ao nível da CGA a taxa média é ligeiramente inferior devido ao processamento de abonos a
pessoal em regime de “cedência de interesse público” uma vez que o complemento de
vencimento não é processado para o regime de proteção social, conforme atrás já referido.
A nível de IRS as taxas médias praticadas constam do quadro 66.
Note-se que as taxas praticadas em 2012 são inferiores aos anos anteriores tendo em conta a
redução salarial imposta para a função pública a que correspondeu a uma taxa de IRS inferior à
praticada nos anos anteriores.
A.ZÓZIMO, SROC, UNIPESSOAL LDA Auditoria Financeira Externa – Portimão Urbis – 2009 a junho de 2013
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Quadro 66 – Descontos IRS
Rótulos de Linha "Vencimentos" e
"Outras" deduzidos de "Ausências"
Soma de IRS Taxa Média
Com retenção IRS 10.170.797 1.596.848
2009 820.763 130.898 16%
2010 2.380.947 351.441 15%
2011 3.057.411 491.664 16%
2012 2.590.620 369.604 14%
2013junho 1.321.055 253.241 19%
Sem retenção IRS 218.753 0
2009 4.178 0
2010 58.244 0
2011 70.741 0
2012 60.265 0
2013junho 25.323 0
Total Geral 10.389.551 1.596.848
Os valores sem retenção de IRS representam 2% das remunerações processadas e têm um
vencimento médio mensal de 530 euros.
17.3 ESPECIALIZAÇÃO DE GASTO A PAGAR COM FÉRIAS, SUBSÍDIO E ENCARGOS
Os acréscimos e diferimentos foram testados tendo como referência a remuneração base
processada do mês de dezembro dos anos de 2009, 2010, 2011 e 2012 e o mês de junho de
2013. Este nosso cálculo foi depois confrontado com o saldo da conta de acréscimo de gastos
da contabilidade, obtendo-se as seguintes diferenças;
Quadro 67 – Especialização de gasto a pagar com férias, subsídio e encargos.
2009 2010 2011 2012 2013junho
Valor Contabilístico (27225)
158.409 496.773 294.964 525.369 525.369
Valor Estimado Audit 145.225 463.593 505.392 491.973
Diferença 13.184 33.180 -210.428 33.396 525.369
A diferença encontrada nos anos 2009, 2010 e 2012, não é materialmente relevante e
aceitamos o valor contabilístico.
A diferença encontrada em 2011 deve-se ao facto de o Orçamento de Estado para o ano de
2012 prever o corte do Subsídio de Férias. Medida que veio a ser declarada inconstitucional
em Julho de 2012. As contas foram aprovadas em 30 de abril de 2012. Não havia por isso
conhecimento suficiente no fecho de contas de 2011 para acréscimo do Subsídio de Férias
desse ano.