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PROGRAMA DE AJUSTAMENTO ECONOMICO E FINANCEIRO DA REGIAO AUTONOMA DA MADEIRA Relatório de Avaliação Trimestral 1º Trimestre de 2013 5 de julho de 2013

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PROGRAMA DE AJUSTAMENTO ECONO MICO E

FINANCEIRO DA REGIA O AUTO NOMA DA MADEIRA

Relatório de Avaliação Trimestral

1º Trimestre de 2013

5 de julho de 2013

Page 2 of 25

Índice

1. Introdução ............................................................................................................................. 3

2. Contas nacionais da Região Autónoma da Madeira 2012 .................................................... 4

3. Avaliação de condicionalidade – Limites quantitativos do Programa e controlo - 1º

trimestre 2013 ............................................................................................................................... 6

4. Avaliação detalhada das medidas previstas para o 1º trimestre de 2013 ............................ 8

5. Conclusões........................................................................................................................... 24

3

1. Introdução

Foi assinado no dia 27 de Janeiro de 2012 um acordo de assistência financeira entre a Região

Autónoma da Madeira (“Região”) e a República Portuguesa, designado por Programa de

Ajustamento Económico e Financeiro da Região Autónoma da Madeira (“PAEF-RAM”).

Este Programa inclui um conjunto amplo de medidas orientadas para dois objectivos: permitir

a consolidação orçamental da Região de forma a restaurar a sustentabilidade das finanças

públicas e permitir repor a capacidade de financiamento autónomo.

No âmbito do PAEF-RAM, o Governo Regional da Madeira encontra-se vinculado à avaliação e

exame trimestral do cumprimento do mesmo pelo Ministério das Finanças. As avaliações

trimestrais são ainda acessórias à verificação da condicionalidade, nomeadamente do

cumprimento dos limites quantitativos e dos objectivos definidos, de que depende a realização

dos desembolsos necessários a suprir as necessidades de financiamento da Região.

O PAEF-RAM tem sido acompanhado e analisado igualmente pelas equipas da Comissão

Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional no âmbito do

Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal.

Este relatório descreve os resultados da quinta avaliação trimestral do PAEF-RAM, por

referência ao primeiro trimestre de 2013, e está estruturado da seguinte forma: após uma

atualização do ponto de situação do 4º Trimestre de 2012 com base em informação em contas

nacionais entretanto recebida do INE, faz-se uma avaliação da condicionalidade e do

cumprimento das várias medidas do programa com particular enfoque nas respeitantes ao

primeiro trimestre de 2013, apresentando-se no final as devidas conclusões.

4

2. Contas nacionais da Região Autónoma da Madeira 2012

De acordo com o apuramento da conta das Administrações Públicas da Região Autónoma da

Madeira, realizado pelo INE no âmbito da notificação do Procedimento dos Défices Excessivos

de março de 2013, o saldo orçamental em 2012 cifrou-se em -102,4 milhões de euros, o que

representa uma melhoria de 1023,7 milhões de euros face a igual período de 2011. À

semelhança da avaliação anterior, excluindo, em 2011, a assunção de dívidas da SESARAM

(295 milhões de euros) e a dissolução da parceria público privada da Viamadeira (273,8

milhões de euros), a melhoria no saldo orçamental é de 454,9 milhões de euros.

Este resultado representa o cumprimento do limite para o saldo orçamental em 2012,

estabelecido no Programa de Ajustamento da RAM, cujo valor se cifrou em -158,1 milhões de

euros (quadro 1). Face à conta elaborada aquando da assinatura do Programa, a receita total

situou-se significativamente abaixo do previsto (76,6% de execução) em virtude da menor

receita fiscal, tendo sido compensada por uma maior contenção da despesa face ao que estava

inicialmente estabelecido. De facto, o grau de execução da despesa cifrou-se em 75,5%, tendo

sido significativa a menor despesa ao nível do consumo intermédio (69% de execução) e do

investimento (48,9% de execução).

Quadro 1 – Conta da Região Autónoma da Madeira

Fontes: INE e Ministério das Finanças.

Notas: (1) Excluindo a operação da SESARAM no primeiro trimestre de 2011 e a operação da Viamadeira, no

segundo trimestre de 2011.

2011 Grau de execução

10^3 euros t.v.h. 10^3 euros 10^3 euros t.v.h. 2012 Exe. / 2012 Prog.

1.Impostos sobre a produção e importação 508 665 21,5 414 931 399 701 -3,7 78,6

2.Impostos correntes sobre rendimento e património 281 578 8,3 264 150 264 715 0,2 94,0

3.Contribuições sociais 52 823 -19,3 102 200 84 211 -17,6 159,4

Contribuições sociais efectivas 4 717 -19,0 6 309 5 334 -15,5 113,1

Contribuições sociais imputadas 48 105 -19,0 95 891 78 877 -17,7 164,0

4.Vendas 29 604 -1,9 49 611 40 855 -17,6 138,0

5.Outra receita corrente 641 876 -1,5 102 071 81 870 -19,8 12,8

6.Total da receita corrente (1+..+5) 1 514 545 6,2 932 963 871 352 -6,6 57,5

7.Receita de capital 86 465 -1,9 315 101 354 730 12,6 410,3

8.Total das receitas (6+7) 1 601 010 5,8 1 248 064 1 226 082 -1,8 76,6

9.Consumo intermédio 291 013 1,0 240 187 200 849 -16,4 69,0

10.Despesas com o pessoal 336 904 -19,0 440 171 370 500 -15,8 110,0

11.Prestações sociais 338 601 -4,3 496 379 325 492 -34,4 96,1

Prestações sociais que não em espécie 48 105 -19,0 95 892 78 877 -17,7 164,0

Prestações sociais em espécie 290 496 -1,3 400 487 246 615 -38,4 84,9

12.Juros 100 939 77,9 44 470 41 938 -5,7 41,5

13.Subsídios 37 036 -8,6 81 368 20 921 -74,3 56,5

14.Outra despesa corrente 415 999 -6,3 213 463 200 204 -6,2 48,1

15.Total da despesa corrente (9+…+14) 1 520 493 -4,9 1 516 038 1 159 904 -23,5 76,3

16.FBCF 150 000 -64,3 161 220 73 317 -54,5 48,9

17.Outra despesa de capital (1) 88 629 -76,9 128 059 95 232 -25,6 107,5

18.Total da despesa de capital (16+17) 238 629 -70,3 289 279 168 549 -41,7 70,6

19.Total da despesa (15+18) 1 759 121 -26,8 1 805 317 1 328 453 -26,4 75,5

20.Saldo orçamental (8-19) -158 111 -557 253 -102 371 64,7

Receita fiscal 790 243 16,4 679 081 664 416 -2,2

2012 Programa 2012

5

Comparando com 2011, a evolução do saldo orçamental em 2012 está relacionada com a

redução da despesa (-26,4%) que mais do que compensou a contração registada na receita (-1,8%).

Do lado da receita, a receita fiscal registou uma quebra de 2,2%, com a cobrança dos impostos

diretos virtualmente idêntica à do ano anterior e a receita dos impostos indiretos a diminuir

em 3,7%.

Relativamente à despesa, esta registou uma quebra de 26,4% em virtude do comportamento

da generalidade das componentes, refletindo a adoção das medidas de consolidação

orçamental estabelecidas no Programa e as medidas adicionais executadas no final do ano

para fazer face à menor receita fiscal. Em particular, é de referir a redução acentuada do

investimento (-54,5%) e da despesa com prestações sociais (-34,4%).

O esforço de consolidação orçamental que a execução de 2012 revela foi essencial para travar

a trajetória insustentável em que as finanças públicas da Região se encontravam. Este esforço

terá que ser prosseguido nos anos vindouros, sendo essencial para, por um lado, contribuir

para Portugal alcançar os objetivos orçamentais a que está obrigado e, por outro lado, garantir

a sustentabilidade da dívida pública da própria Região.

6

3. Avaliação de condicionalidade – Limites quantitativos do

Programa e controlo - 1º trimestre 2013

No 1º trimestre de 2013, o saldo orçamental relevante para efeitos de avaliação do PAEF-RAM1

situou-se em -51,7 milhões de euros, em contabilidade pública.

Quadro 2 – Avaliação do cumprimento do programa – 1º trimestre 2013

(Saldo em contabilidade pública)

Este défice é essencialmente explicado pela acumulação, no 1º trimestre, de encargos

assumidos e ainda não pagos (75,2 milhões de euros) que penalizou o saldo excedentário da

execução orçamental (23,5 milhões de euros, excluindo o pagamento de dívidas de anos

anteriores). Refira-se, no entanto, que no valor dos passivos estão registados encargos com as

PPP rodoviárias no valor de 32,2 milhões de euros, os quais serão pagos no 2º trimestre. Cerca

de 16 milhões de euros não constituem, em rigor, um passivo do 1º trimestre pelo que,

expurgando este valor, o saldo ajustado para efeitos do programa será de -35,6 milhões de

euros, não ultrapassando o limite fixado no ORAM para o 1º trimestre (-42 milhões de euros).

Assim sendo, a RAM cumpriu com o limite do Programa no 1.º trimestre de 2013.

1 O PAEF-RAM estabelece como objetivo a redução do défice orçamental da Região, sendo as metas trimestrais

para 2013 definidas aquando da elaboração do Orçamento da RAM (ORAM) para 2013. De acordo com o relatório que acompanha o ORAM, as metas quantitativas para o saldo orçamental em contabilidade pública são -42 milhões de euros no primeiro trimestre, -80 milhões de euros no segundo trimestre, -70 milhões de euros no terceiro trimestre e -47 milhões de euros no final do ano. Estes valores dizem respeito ao saldo apurado em contabilidade pública, considerando o não aumento dos encargos assumidos e não pagos e excluindo o pagamento de dívidas de anos anteriores. Os limites trimestrais poderão ser revistos caso a RAM apresente orçamento rectificativo.

(dados acumulados, milhões de euros)

4ºT 12 1ºT 13

1. Sa ldo em Contabi l idade Públ ica -254,7 3,1

2. Pagamento de dívidas de anos anteriores 407,9 20,4

3. Novos Encargos Assumidos e Não Pagos 249,1 75,2

4. Sa ldo em CP conceito programa (1+2-3) -95,8 -51,7

5. Limite do Programa -194,3 -42,0

6. Cumprimento (+)/incumprimento (-) (4-5) 98,5 -9,7

Por memória

3. Novos EANP (3a+3b) 249,1 75,2

3a. Variação dos pass ivos -158,9 54,8

3b. Pagamento dívidas anos anteriores 407,9 20,4

Fonte: Ministério das Finanças

7

Quadro 3 - Conta da Região 2013 – ótica da contabilidade pública

A regularização de dívidas de anos anteriores e a não acumulação de arrears (dívidas por pagar

há mais de 90 dias) é parte integrante dos critérios quantitativos definidos no Programa de

Assistência Económica e Financeira (PAEF) de Portugal, abrangendo todos os subsetores das

administrações públicas. No 1º trimestre, os arrears da Região registaram um aumento de 3,7

milhões de euros, para o qual contribuiu, de forma determinante, o aumento dos pagamentos

em atraso do Governo Regional (7,1 milhões de euros), parcialmente compensado pela

diminuição registada nas Empresas Públicas Reclassificadas (-3,5 milhões de euros).

Milhões de euros

GlobalDespesa de

anos anterioresDespesa do ano

Receita Corrente 1.061,4 219,2 13,0 206,2

Impostos directos 332,9 56,0 0,0 56,0

Impostos indirectos 439,7 87,9 0,0 87,9

Contribuições de Segurança Socia l 5,6 0,4 0,0 0,4

Outras receitas correntes 283,2 74,9 13,0 61,9

(das quais :transf. de outr. Subsectores da AP) 205,4 48,8 13,0 35,8

Despesa Corrente 1.169,1 222,2 31,9 190,3

Consumo Públ ico 663,3 135,6 11,6 124,0

Despesas com o Pessoal 370,1 88,9 0,1 88,8

Aquis ição de Bens Serv. e Outras Desp. Corr. 293,2 46,7 11,5 35,2

Subs idios 28,9 3,6 3,1 0,4

Juros e Outros Encargos 135,9 25,5 3,4 22,1

Transferências Correntes 328,1 57,4 13,8 43,6

(das quais :transf. p/ outr. Subsectores da AP) 1,8 0,1 0,0 0,1

Saldo Corrente -107,7 -3,1 -19,0 15,9

Receitas de Capital 205,1 18,8 0,0 18,8

(das quais : transf. de outr. Subsectores da AP) 57,2 12,6 0,0 12,6

Despesas de Capital 286,8 12,6 1,4 11,2

Investimentos 170,5 7,5 1,4 6,1

Transferências de Capita l 82,1 5,1 0,0 5,1

(das quais :transf. p/ outr. Subsectores da AP) 10,6 0,2 0,0 0,2

Outras despesas de capita l 34,2 0,0 0,0 0,0

Receita Efetiva 1.266,5 238,0 13,0 225,0

Despesa Efetiva 1.455,8 234,9 33,4 201,5

Saldo Global -189,3 3,1 -20,4 23,5

Despesa Corrente Primária 1.033,2 196,8 28,5 168,2

Saldo Corrente Primário 28,2 22,4 -15,6 38,0

Despesa Total Primária 1.320,0 209,4 30,0 179,4

Saldo Primário -53,5 28,6 -17,0 45,6

Fonte: Ministério das Finanças.

Execução

ORAM 2013

Notas:

À semelhança doprocedimento seguido em anos anteriores pela DGO e INE, foi reclass i ficado o montante de 62,5

mi lhões de euros relativo ao nº1 do artigo 6º da Lei Orgânica 2/2010 (Lei de Meios) como Empréstimo.Para efei tos de comparação, as transferências do Orçamento do Estado são class i ficadas como transferências correntes ,

com exceção da verba relativa à Lei de Meios .

8

Quadro 4 – Dívida não financeira – 1º trimestre de 2013

Este agravamento está relacionado com o reduzido volume de pagamentos de dívidas de anos

anteriores neste período, num total de 20,4 milhões de euros, em termos consolidados, que

representam apenas 9% da despesa efetiva total consolidada (234,9 milhões de euros). As

utilizações do empréstimo PAEF-RAM, com uma libertação de 190,6 milhões de euros no

primeiro trimestre, destinaram-se, essencialmente, à amortização de dívida financeira (172,3

milhões de euros) e ao pagamento de juros da dívida pública (17,9 milhões de euros).

A dívida comercial da Região, avaliada pelo stock dos passivos, sofreu um agravamento de 54,8

milhões de euros, que se ficou a dever sobretudo ao aumento dos passivos do Governo

Regional (com uma variação positiva de 55,8 milhões de euros) na generalidade das rubricas

da despesa, com destaque para as rubricas de aquisição de bens e serviços (inclusão dos

encargos com as PPP rodoviárias), transferências correntes, aquisição de bens de capital e

contribuições para a CGA.

4. Avaliação detalhada das medidas previstas para o 1º

trimestre de 2013

Medida 3: Execução do Orçamento da Região – 1º trimestre 2013

No 1º trimestre de 2013, a execução orçamental da Região apresentou um saldo excedentário

de 3,1 milhões de euros2. Não obstante a evolução positiva da receita efetiva em termos

homólogos (13%), para a qual contribuiu a receita corrente com 9,8 p.p. e a receita de capital

com 3,2 p.p., a despesa agravou-se a um ritmo superior (16,5%), o que se traduziu num

decréscimo de € 6 milhões no saldo global face ao observado em igual período de 2012.

2 O saldo orçamental no 1º trimestre tem subjacente uma sobrevalorização da despesa na rúbrica de

juros e outros encargos no valor de 1,03 milhões de euros. Esta situação não altera as conclusões quanto ao cumprimento do PAEF-RAM e será alvo de regularização por parte da RAM.

milhões de euros

PassivosContas a

pagar

Pagamentos

em atraso*Passivos

Contas a

pagar

Pagamentos

em atraso*Passivos

Contas a

pagar

Pagamentos

em atraso*

Gov Reg 1.943,6 1.441,8 777,4 1.999,4 1.491,7 784,5 55,8 49,9 7,1

SFA 510,0 508,8 116,5 512,0 499,3 116,7 2,0 -9,5 0,2

EPR 60,4 60,0 48,7 57,5 57,4 45,1 -3,0 -2,6 -3,5

RAM 2.514,0 2.010,5 942,6 2.568,9 2.048,4 946,3 54,8 37,9 3,7

* Dívidas por pagar há mais de 90 dias.

Fonte: DROC - Mapa de Pagamentos em Atraso

Stock Final de 2012 [1] Stock Final de março 2013 [2] Variação 1º trimestre 2013 [2]-[1]

9

Quadro 5 - Execução orçamental em 2013

A variação da receita corrente é explicada, sobretudo, pela evolução positiva da receita fiscal,

com um crescimento homólogo de 16%. Os impostos diretos registaram um crescimento de

27,3% determinado pelo comportamento do IRC, com um crescimento de 122,4%, que reflete

as medidas previstas no orçamento regional para 2013 e o fim do regime de isenção do Centro

Internacional de Negócios da Madeira. Nos impostos indiretos, a variação do IVA (7,5%) é

determinante, como resultado da aplicação da Portaria n.º 1418/2008, de 9 de dezembro, que

regula as transferências do IVA entre o Estado e as Regiões Autónomas.

milhões de euros

2012 2013

[1] [2] [3] [4] [5]=[3]/[4] [6]=[4]/[2]

Receita Correntes 956,2 869,7 198,6 219,2 10,4 25,2

Receita Fisca l 653,4 772,6 124,1 143,9 16,0 18,6

Impostos directos 257,9 332,9 44,0 56,0 27,3 16,8

Impostos indirectos 395,5 439,7 80,1 87,9 9,7 20,0

dos quais:

Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) 256,6 302,2 59,7 64,2 7,5 21,2

Transferências correntes 219,8 30,8 55,2 54,7 -0,9 177,5

Outras receitas correntes 83,0 66,3 19,3 20,6 6,7 31,1

Receita de Capital 107,0 396,8 12,1 18,8 55,4 4,7

da qual:

Transferências de capita l 106,8 335,3 12,0 18,8 56,7 5,6

Receita Efectiva 1.063,1 1.266,5 210,7 238,0 13,0 18,8

Despesa Corrente 1.018,7 1.169,1 194,3 222,2 14,4 19,0

Despesas com o pessoal 341,9 370,1 83,1 88,9 7,0 24,0

Aquis ição de bens e serviços 268,4 293,2 27,7 46,7 68,6 15,9

Juros e outros encargos 64,8 135,9 13,7 25,5 86,1 18,8

Transferências 297,9 328,1 65,1 57,4 -11,8 17,5

Outras despesas correntes 45,8 41,8 4,8 3,7 -22,9 8,9

Despesa de Capital 299,1 286,8 7,3 12,6 72,6 4,4

da qual:

Aquis ição de bens de capita l 257,0 170,5 3,7 7,5 102,7 4,4

Transferências 42,1 82,1 3,5 5,1 45,7 6,2

Despesa efectiva 1.317,9 1.455,8 201,6 234,9 16,5 16,1

Saldo global -254,7 -189,3 9,1 3,1

Por memória:

Despesa Primária 1.253,0 1.320,0 187,9 209,4 11,4

Saldo Primário -189,9 -53,5 22,8 28,6

Saldo Corrente -62,6 -299,4 4,3 -3,1

Saldo Capita l -192,2 110,0 4,9 6,2Fonte: DROC/SRPF; Ministério das Finanças.

Nota: À semelhança doprocedimento seguido em anos anteriores pela DGO e INE, foi reclassificado o montante de 62,5 milhões de euros relativo ao

nº1 do artigo 6º da Lei Orgânica 2/2010 (Lei de Meios) como Empréstimo.

2012 ORAM 13Tx. Var.

(%)

Grau

Execução (%)

1º trimestre

10

A receita de capital, com um crescimento de 55,4% reflete a não receção das verbas referentes

às transferências mensais da Lei de Meios, que em 2012 apenas se iniciaram em abril.

O crescimento da despesa efetiva é explicado pelo aumento da despesa corrente (13,8 p.p.) e,

em menor grau, pela despesa de capital (2,6 p.p.).

O comportamento da despesa corrente foi condicionado pelo aumento expressivo das

despesas com pessoal (7%), aquisição de bens e serviços (68,6%) e juros e outros encargos

(86,1%). As despesas com pessoal refletem a reposição do subsídio de Natal em duodécimos e

a atualização das contribuições da entidade patronal para a Caixa Geral de Aposentações. Na

aquisição de bens e serviços destaca-se o pagamento dos encargos rodoviários às SCUT.

Medidas 6 e 7 – Transferência para o IGCP da gestão da dívida pública da RAM e

compromisso de não aumentar o endividamento nem concretizar operações de derivados

No que diz respeito à gestão da tesouraria e dívida pública, conforme indicado nos pontos 6 e

7 do Programa, a Região (incluindo as EPRR) não contratou no primeiro trimestre de 2013

nenhuma nova operação de financiamento ou de derivados fora do âmbito do Programa3.

Assim, as necessidades de financiamento da Região e das suas EPRR foram exclusivamente

satisfeitas por empréstimos do Estado, que ascenderam a 191 milhões de euros no trimestre,

para um total de 826 milhões de euros desde o início do Programa, conforme detalhado no

quadro seguinte:

Quadro 6 – Síntese Empréstimos da Região

Nota: A amortização de dívida direta ocorrida no 1ºT de 2012 inclui o empréstimo intercalar no valor de 19,4 milhões de euros, que a partir de maio passou a estar abrangido pelo montante total do Programa definido no contrato de empréstimo entre o Estado e a Região.

3 À data da publicação do presente relatório a RAM concluiu a negociação de uma operação de

refinanciamento de dívida comercial por dívida financeira, com aval do Estado, até ao montante de 1.100 milhões de euros. A referida operação foi formalizada no 2.º trimestre do ano, pelo que será reportada do respetivo relatório.

Dívida

comercialDéfice

Amortização

dívida direta

Amortização

dívida EPRRTotal

2012 46,8 191,1 167,4 229,8 635,1

1ºT 2013 0,0 17,9 172,3 0,4 190,6

Total 46,8 209,0 339,7 230,1 825,6

Empréstimos PAEF-RAM (EUR milhões)

11

Do montante total utilizado até ao momento, aproximadamente 69% serviu para pagar dívida

direta da Região ou das EPRR, cerca de 25% foi utilizado para colmatar necessidades líquidas

de financiamento do ano corrente (défice de 2012) e o remanescente para pagar dívida a

fornecedores assumida antes do entrada em vigor do Programa.

Medida 8 – financiamento das empresas públicas regionais não reclassificadas (EPRNR)

No primeiro trimestre de 2013 o IGCP deu parecer favorável a uma operação da empresa IHM,

para financiamento da aquisição de 3 fogos habitacionais, no valor de 164 mil euros, pelo

prazo de 25 anos, acordada através de Protocolo com o IHRU.

Adicionalmente, 3 outras empresas (APRAM, Horários do Funchal e IGA) solicitaram parecer

prévio do IGCP às condições financeiras de outras tantas operações financeiras, tendo o IGCP

recomendado a revisão de algumas das cláusulas contratuais, aguardando-se ainda a

conclusão destes processos.

Medida 9 – Estratégia de pagamento da dívida comercial

A última versão da estratégia de pagamento da dívida comercial, apresentada pela Região em

9 de dezembro 2012, envolve a liquidação da dívida comercial e inclui, entre outros aspectos, a

concretização do empréstimo de 1.100 milhões de euros, que se destina ao pagamento de

dívida a empreiteiros descontada junto de instituições financeiras. No contexto desta operação

os credores da Região declararam nada mais ter a receber da mesma relativamente aos

créditos associados às transações a liquidar. Esta operação obteve concordância da Direção

Geral de Concorrência e da troika.

Quanto aos restantes setores, importa sobretudo sublinhar a evolução positiva verificada em

relação ao trimestre anterior no setor da saúde. Com efeito, na sequência da assinatura, no

final de 2012, do acordo de regularização das dívidas de 2010 a 2012 com o SESARAM e em

linha com a estratégia de pagamentos supramencionada, foram celebrados 8 acordos de

pagamento com credores desta empresa, envolvendo o escalonamento do pagamento de

dívidas no montante de 11,8 milhões de euros.

Complementarmente, continuam em curso diligências tendentes a:

Formalizar uma proposta à ANF, para pagamento do valor em dívida;

12

Celebrar um novo acordo com a EEM, tendo por base o valor de dívida

consensualizado entre as partes;

Renegociar os planos de pagamento com instituições financeiras relativamente aos

contratos de financiamento de infraestruturas desportivas e às faturas de viagens

desportivas que se encontram descontadas ao abrigo de um protocolo estabelecido

com o BANIF e o BCP.

Assim, embora a operacionalização da estratégia de pagamentos tenha registado significativos

desenvolvimentos, designadamente com a concretização do empréstimo de 1.100 milhões de

euros, a Região deverá continuar a demonstrar com regularidade a sua sustentabilidade a

médio prazo.

Medida 11. Nos contratos de empréstimo em vigor em que o garante ou o mutuário seja a

REGIÃO, quando as garantias prestadas ao mutuante não sejam suficientes, as mesmas

poderão ser substituídas pela concessão de garantia pessoal do Estado, mediante solicitação

do GRM para o efeito.

Não houve, durante este trimestre, a concessão de garantias pessoais do Estado ao abrigo

desta medida.

Medida 12 – Medidas concorrentes à redução dos custos com pessoal

A aplicação dos objetivos das medidas previstas na Lei de Orçamento do Estado para 2013 no

que se refere às remunerações dos trabalhadores em funções públicas na RAM, incluindo o

Setor Público Empresarial Regional da Madeira, à inexistência de medidas compensatórias, ao

congelamento, em termos nominais, dos salários, à limitação de promoções e ao pagamento

mensal, por duodécimos, do subsídio de Natal ou quaisquer prestações correspondentes ao

13.º mês, encontram-se previstas, por remissão aos respetivos artigos da LOE20134 no artigo

41º do ORAM2013. O mesmo artigo 41º do ORAM conforma o disposto na LOE2013 relativo à

redução, até 31 de dezembro de 2013, pelos serviços e organismos das administrações direta e

indireta da RAM, no mínimo, de 50% do número de trabalhadores com contrato de trabalho

em funções públicas a termo resolutivo e ou com nomeação transitória existente em 31 de

dezembro de 2012. Adicionalmente, decorrente do artigo 42º do ORAM2013, verifica-se a

vinculação da Região à redução anual de, pelo menos, 2% dos trabalhadores em funções

públicas da Região.

4 Conforme enunciado no relatório de avaliação anterior.

13

Para efeitos do acompanhamento e verificação do cumprimento do dever de informação

estabelecido no n.º 5 do artigo 68.º da LOE2013 (envio trimestral ao membro do Governo da

República responsável pela área das finanças informação relativa ao recrutamento de

trabalhadores) e no artigo 7.º da Lei n.º 57/2011, de 28 de novembro (carregamento e

atualização de dados relativos a recursos humanos no âmbito do Sistema de Informação da

Organização do Estado (SIOE)), estabelece o artigo 47.º do ORAM que as entidades públicas

que integram o universo das administrações públicas em contas nacionais, bem como as

demais empresas públicas, devem prestar informação à Secretaria Regional do Plano e

Finanças, recorrendo ao Sistema de Informação e Base de Dados dos Trabalhadores das

Entidades Públicas Regionais (SITEPR), gerido por aquela Secretaria Regional, de forma a

assegurar o interface com o SIOE, gerido pela Direção-Geral da Administração e do Emprego

Público (DGAEP).

No que respeita à variação do emprego verificada na Região e no conjunto das administrações

públicas, tem-se a seguinte informação:

Quadro 7 - Emprego nas administrações públicas por subsetor

As medidas previstas nas alíneas e) e f) do ponto 12 do Programa, foram consideradas

concluídas no terceiro relatório de avaliação trimestral de 2012, na sequência da publicação

dos seguintes diplomas:

i) Decreto Legislativo Regional n.º 27/2012/M, de 3 de setembro, que aplica à administração

regional autónoma da Madeira o regime de mobilidade especial entre os serviços dos

trabalhadores da Administração Pública visando o seu aproveitamento racional, estabelecido

pela Lei n.º 53/2006, de 7 de dezembro, e o regime geral de extinção, fusão e reestruturação

de serviços públicos e de racionalização de efetivos, estabelecido pelo Decreto-Lei n.º

200/2006, de 25 de outubro;

Postos de trabalho

N.º % N.º %

Administrações públicas 611.801 583.812 581.253 -30.548 -5,0 -2.559 -0,4

Administração centra l 458.353 436.103 434.122 -24.231 -5,3 -1.981 -0,5

Administração regional e local (*) 153.448 147.709 147.131 -6.317 -4,1 -578 -0,4

Administração regional dos Açores 15.177 14.837 14.935 -242 -1,6 98 0,7

Administração regional da Madeira 17.512 17.095 16.969 -543 -3,1 -126 -0,7

Administração local 120.759 115.777 115.227 -5.532 -4,6 -550 -0,5

Fonte: DGAEP - SIEP 1.º Trimestre 2013; DGAEP/DEEP

mar-13 / dez-1131-03-2013

(p)

mar-13/dez-1231-Dez-11 31-Dez-12

14

ii) Decreto Regulamentar Regional n.º 28/2012/M, de 30 de outubro, que define a entidade

gestora da mobilidade especial na administração regional autónoma da Madeira, as

atribuições e competências nessa área de atividade e os deveres de colaboração dos demais

serviços.

Medida 13 – Plano de redução de dirigentes face ao 3.º trimestre de 2011

O acompanhamento, previsto na alínea g) do ponto 13 do Programa, da execução do plano de

redução de cargos dirigentes e de unidades administrativas, com referência à aprovação da

Orgânica do XI Governo Regional, através do Decreto Regulamentar Regional n.º 8/2011/M, de

14 de novembro, encontra-se a ser assegurado, em base trimestral, pelo Ministério das

Finanças, com recurso à informação reportada pela Região no SIOE, em cumprimento do

protocolo previsto no n.º 2 do artigo 7.º da Lei nº 57/2011, de 28 de novembro, que institui e

regula o funcionamento daquele sistema. Com referência ao final de 2012, a variação do

número de dirigentes no subsetor da Região foi a seguinte:

Quadro 8 - Excerto do mapa “Emprego por cargo/carreira/grupo segundo o subsetor das AP”

Fontes: DGAEP - SIOE (dados disponíveis em 31-01-2013); DGAEP/DEEP

Adicionalmente, com base no relatório de aplicação da medida apresentada pela Região, para

os diplomas orgânicos que se encontram publicados, tem-se, com referência a 31 de

dezembro, uma redução na ordem dos 26% nas estruturas de nível superior da Administração

Regional, com o seguinte detalhe:

Quadro 9 - Resultados sobre o número de estruturas

Fontes: Relatório de Aplicação a 31 de dezembro de 2012 Região 16/02/2013

Unidade: postos de trabalho

CARGO / CARREIRA / GRUPO

31-dez-

2011

31-dez-

2012

31-mar-

2013 (p)

mar-

13/dez-11

mar-

13/dez-12

485 394 392 -93,0 -2,0

Dirigente superior 86 74 71 -15,0 -3,0

Dirigente intermédio 399 320 321 -78,0 1,0

Fonte: DGAEP - SIEP 1.º Trimestre 2013; DGAEP/DEEP

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

N.º %

Administração Direta (Direções Regionais , Subdireções ou equiparados) 46 34 -12 -26.1

Administração Indireta (Insti tutos e outros SFA) 14 10 -4 -28.6

Total 60 44 -16 -26.7

Execução a

31/12/2012

VariaçãoTipo de Macro-Estrutura

Situação

Inicia l

15

O ORAM para 2013 mantém o processo de redução e racionalização de estruturas e cargos

dirigentes, encontrando-se previsto no respetivo artigo 60.º a extinção dos seguintes serviços

– que já se concretizou – com a cessação dos mandatos dos membros dos respetivos órgãos e

integração das suas atribuições e competências em serviços existentes a definir no diploma

que proceder à alteração da orgânica dos Departamentos Regionais que os tutelam:

i) O Laboratório Regional de Engenharia Civil, IP-RAM;

ii) O Fundo Madeirense do Seguro de Colheitas;

iii) O Fundo de Gestão para os Programas da Direção Regional de Pescas;

iv) O Centro de Estudos de História do Atlântico.

Medida 14 – pagamento dos subsídios de férias e de Natal

Concluída com fundamento no artigo 41.º do ORAM2013 que remete para a aplicação na

Região do disposto nos artigos da LOE2013, a saber artigo 28.º (pagamento mensal, por

duodécimos, do subsídio de Natal ou quaisquer prestações correspondentes ao 13.º mês a que

os titulares dos cargos e demais pessoal das entidades públicas tenha direito); artigo 29.º

(suspende o pagamento do subsídio de férias ou quaisquer prestações correspondentes ao

14.º mês auferidos pelos titulares dos cargos e demais pessoal de entidades públicas) e artigo

77.º (suspende o pagamento de 90% do subsídio de férias ou quaisquer prestações

correspondentes ao 14.º mês, pagas pela CGA, I. P., pelo Centro Nacional de Pensões e,

diretamente ou por intermédio de fundos de pensões, por quaisquer entidades públicas).

Nota: A decisão do Tribunal Constitucional anula as normas relativas à suspensão de

pagamento de parte dos subsídios para os trabalhadores e para os pensionistas.

Medida 16 – Diploma que aplica aos trabalhadores em funções públicas da RAM o regime de

vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas

(Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro)

Concluída: Na sequência da avaliação da execução do Programa referente ao terceiro

trimestre de 2012, foi considerada concluída através da publicação do Decreto Legislativo

Regional n.º 26/2012/M, de 3 de setembro, que procede à segunda alteração ao Decreto

Legislativo Regional n.º 1/2009/M, de 12 de janeiro, que adapta à administração regional

autónoma da Madeira a Lei n.º 12 -A/2008, de 27 de fevereiro, que estabelece os regimes de

vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas.

16

Medida 17 – Rever os normativos regionais referentes ao estatuto do pessoal dirigente dos

serviços e organismos da administração direta e indireta da RAM, ao sistema de avaliação

de desempenho da administração regional, ao regime jurídico do setor empresarial regional

e ao estatuto dos respetivos gestores públicos, de modo realizar uma conformação com as

soluções normativas que vigorem na administração central do Estado.

Foi apresentado projeto de Proposta de Decreto Legislativo Regional que adapta à

administração regional autónoma da Madeira o regime que modifica os procedimentos de

recrutamento, seleção e provimento nos cargos de direção superior da Administração Pública

(alínea a)), procedendo à segunda alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 5/2004/M, de

22 de abril.

Foi apresentado um projeto de Proposta de Decreto Legislativo Regional que procede à

primeira alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 27/2009/M, de 21 de agosto, que

estabelece o sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na administração

regional autónoma da Madeira (alínea b), e;

Foram apresentados dois projetos de Proposta de Decreto Legislativo Regional que procedem

à segunda alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 13/2010/M, de 5 de agosto, que

estabelece o Regime Jurídico do Setor Empresarial da Região Autónoma da Madeira, e à

segunda alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 12/2010/M, de 5 de agosto, que

estabelece o Estatuto do Gestor Público das Empresas Públicas da Região Autónoma da

Madeira, no respeitante ao disposto na alínea c).

O Governo da Região Autónoma da Madeira apresentou ao Governo da República, no dia 28

de junho de 2012, os respetivos projetos de diplomas dentro do prazo estabelecido na alínea

d).

Relativamente aos projetos a que se referem a alínea a) e, relativamente ao Estatuto do Gestor

Público das Empresas Públicas da Região Autónoma da Madeira, a alínea c) do ponto 17,

apesar de, no âmbito da anterior avaliação, ter sido previsto que a conclusão do processo

legislativo na Região até ao final de 2012, verificou-se a necessidade de aprofundar o consenso

sobre os termos dos projetos de diplomas entre a Região e o Governo da República,

designadamente no que respeita à entidade responsável pela realização dos procedimentos

concursais em causa, bem como pela avaliação do perfil de candidatos a gestor público,

17

motivo pelo qual se espera que o processo legislativo na Região seja concluído no início do

terceiro trimestre de 2013. Nesse sentido, ambos os diplomas foram já aprovados em

conselho do Governo Regional e submetidos à aprovação da Assembleia Legislativa da

Madeira.

Atendendo a que a Lei n.º 66-B/2007, de 28 de dezembro, que estabelece o sistema integrado

de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública, foi alterada pela LOE2013, a

Região apresentou durante o mês de janeiro um novo projeto de Proposta de Decreto

Legislativo Regional que tem em consideração aquelas alterações, encontrando-se este em

análise e articulação entre a Região e o Governo da República, prevendo-se a conclusão do

processo legislativo na Região até ao início do terceiro trimestre de 2013.

Relativamente ao regime jurídico do setor empresarial do Estado e das empresas públicas

(Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de dezembro), cabe assinalar a existência de projeto legislativo

respeitante ao mesmo regime ainda em curso, pelo que salvaguardando a necessária

estabilidade jurídica dos quadros normativos aplicados na Região, procedeu-se à adaptação do

prazo de implementação da medida constante da alínea c) do ponto 17, respeitante ao regime

jurídico do setor empresarial regional, prevendo-se a conclusão do processo legislativo na

Região até ao final do terceiro trimestre de 2013.

Medida 21 – Despesas de investimento (FBCF) e reavaliação dos contratos em curso

A Região ainda não elaborou o relatório de reavaliação das obras em curso, visando apresentar

um quadro global consolidado com a identificação das opções tomadas, as respetivas soluções

jurídicas encontradas e a totalidade dos encargos associados, bem como a correspondente

compatibilização com as limitações de FBCF e as restrições financeiras e orçamentais da Região

no quadro do PAEF-RAM.

Contudo, no âmbito da concretização da estratégia de pagamento prevista na medida 9, a

Região encetou um processo negocial com os principais empreiteiros para regularização das

dívidas vencidas até 31.12.2011, visando uma significativa redução dos sobrecustos ocorridos

com a generalidade das obras em curso.

Segundo a RAM, a consolidação das decisões a tomar sobre as obras atualmente em curso,

bem como o correspondente processo negocial com os empreiteiros adjudicatários, só deverá

18

ocorrer após ter sido concretizada a operação de 1100 milhões de euros em curso de

regularização da dívida passada.

Assim, considera-se que esta medida ainda não se encontra integralmente cumprida.

Medida 22: Redução das transferências do GRM para os SFA

No 1º trimestre de 2013 as transferências do GRM para os SFA ascenderam a 68,2 milhões de

euros, o que se traduziu numa contração de 14,4% face a igual período do ano anterior,

cumprindo os objetivos do Programa.

Quadro 10 - Transferências do Governo Regional para os SFA

Medida 26 – Plano para redução dos custos com arrendamentos de imóveis onde funcionam

serviços públicos

Como referido no relatório referente ao 4º trimestre de 2012, durante o ano de 2012 a Região

adotou diversas medidas tendo em vista a redução dos custos com arrendamentos para

instalação de serviços públicos, as quais permitiram, nomeadamente, uma redução de custos

de cerca de 575 mil euros, estimando-se uma poupança anual futura de aproximadamente 900

mil euros.

Naquela data a Região referia ainda que se encontravam em curso negociações relacionadas

com outros 10 contratos de arrendamento, que poderão permitir uma redução adicional de

custos em 2013 entre 48 mil euros e 96 mil euros, as quais não tiveram evolução significativa

no trimestre.

Neste contexto, considera-se que a medida ainda se encontra em curso, devendo a Região dar

continuidade aos processos em causa.

Milhões de euros

2012 2013 T.V. (%)

Transferências 336,5 79,7 68,2 -14,4

Correntes 325,4 79,6 67,2 -15,5

das quais : pag. despesas de anos

anteriores167,9 : 13,0 :

Capita l 11,1 0,1 1,0 1031,6

das quais : pag. despesas de anos

anteriores0,5 : : :

Fonte: Ministério das Finanças com base nos dados da SRPF-RAM.

20121º trimestre

19

Medida 43 – Inventariação do património da RAM

No âmbito do processo de inventariação, cadastro e rentabilização do património da RAM,

apesar dos progressos conseguidos em 2012, foi delineado um plano de ações para 2013 que

prevê, designadamente, o aprofundamento dos levantamentos já efetuados, a atualização de

matrizes, a identificação de parcelas sobrantes de expropriações e a centralização de

informação sobre o património da Região.

No primeiro trimestre de 2013 a Região realizou já algumas iniciativas tendo em vista a

concretização das medidas preconizadas naquele documento, de que se destacam:

Solicitação de informação aos serviços, sobre os imóveis e telas finais, visando a sua

correta identificação e inventariação;

Estabelecimento de protocolos de comunicação e partilha de informação com os

Serviços de Finanças, Cadastrais e Conservatórias;

Publicação de um primeiro edital, envolvendo 87 prédios (rústicos e urbanos), para os

quais não existe ou não se conhece o título que legitime a sua propriedade, tendo em

vista a sua regularização;

Identificação de imóveis e parcelas passíveis de serem rentabilizados através de

arrendamento, alienação/reversão ou cessão/cedência, encontrando-se já alguns

processos em curso.

Nestes termos, considera-se que esta medida ainda se encontra em curso.

Medida 45. Implementação de sistemas integrados de gestão financeira, orçamental e de

recursos humanos, com informação da Administração Pública regional e das empresas

públicas reclassificadas, que permita, entre outros, o controlo da execução orçamental de

todo o perímetro da administração pública, dos compromissos e dos pagamentos, e o

reporte, nos prazos definidos, de toda a informação necessária à monitorização deste

Programa.

a) Introdução do POCP e de um sistema de gestão financeira e orçamental integrado,

através da aplicação GERFIP, com o apoio dos serviços do Ministério das Finanças

[T4-2012]

GeRFiP

O âmbito definido para este sistema foi delimitado aos serviços simples e a dois serviços

integrados da Região Autónoma da Madeira. Para os restantes organismos que já

20

contabilizavam em POCP, não está prevista a substituição do sistema atual. A consolidação

Orçamental e Patrimonial de todos os Organismos da Região Autónoma da Madeira (com e

sem GeRFiP) está prevista no âmbito do sistema RIGORE Central.

A introdução do sistema GeRFiP decorreu de acordo com o planeado, tendo o arranque em

produção ocorrido no dia 3 de Janeiro de 2013. Assim, no que diz respeito à introdução do

GeRFiP na Região Autónoma da Madeira, embora existam ainda constrangimentos na sua

aplicação, que estão a ser solucionados pela ESPAP, encontra-se concluída esta medida.

Sistemas Orçamentais Centrais

Os vários sistemas de informação definidos como necessários para este âmbito foram

disponibilizados em 2012, permitindo a elaboração da proposta de Orçamento para 2013 e

acompanhamento da sua execução, dando cumprimento à execução da medida.

b) Introdução do sistema integrado de apoio às atividades de gestão de recursos

humanos (v.g. administração de pessoal, processamento de salários, recrutamento e

gestão estratégica de pessoal) através da aplicação GERHUP, com o apoio dos

serviços do Ministério das Finanças [T4-2012]

A aplicação do GeRHuP apresenta algum atraso face ao prazo inicialmente fixado o que é

justificado pelo facto de ainda estar a decorrer o projeto piloto em 4 entidades do Ministério

das Finanças, pelo que a sua utilização por novas entidades fora do Ministério, nomeadamente

a RAM, apenas poderá ser considerada após a conclusão do piloto no MF, que se prevê ocorrer

no 3º trimestre de 2013.

Medida 59 – Programa de privatizações e de reestruturações do SERAM

O Governo Regional elaborou o primeiro relatório de progresso do Programa de Privatizações

e Reestruturações (PPR) do SERAM relativo ao 1º trimestre de 2013.

Com efeito, após a designação da Comissão de Acompanhamento do PPR-SERAM foram

realizadas reuniões setoriais e plenárias, tendo sido efetuado um primeiro diagnóstico a nível

dos vários setores, designadamente, desporto, cimentos, transportes, energia, águas e

resíduos, infra-estruturas rodoviárias, aeroportuário e comunicação social. Na sequência deste

diagnóstico o Governo Regional propõe-se contratar assessorias especializadas tendentes a

iniciar e/ou atualizar a avaliação das participações sociais da RAM, ao abrigo do regime de

21

alienação das participações sociais detidas pela RAM, previsto no Decreto Legislativo Regional

nº 37/2012/M, de 12 de Dezembro. Nos termos deste diploma, o Governo Regional irá ainda

aprovar as Resoluções necessárias para autorizar as modalidades de venda aplicáveis aos

diferentes tipos de participações sociais.

Pese embora os desenvolvimentos verificados, considera-se que a execução do Programa

supramencionado se encontra em curso e atrasada face à calendarização prevista no PAEF-

RAM.

Medida 60. A REGIÃO vincula-se a não criar quaisquer empresas públicas durante a vigência

do Programa, com exceção do que resultar da fusão de duas ou mais empresas.

Não foram criadas quaisquer empresas públicas desde o início da vigência do programa.

Medida 62. O GRM compromete-se a publicar contas trimestrais das empresas que compõem

o SERAM pelo menos 45 dias depois do final de cada trimestre. Este reporte pode ser

inicialmente desenvolvido para as empresas publicas reclassificadas, mas será alargado a

todas as empresas do SERAM

Foram disponibilizadas, em fevereiro de 2013, as contas trimestrais das empresas do SERAM

reportadas à data de 31 de dezembro de 2012. Estas contas têm ainda um caráter provisório

em virtude de se encontrarem em curso os respetivos processos de aprovação.

Medida 64 – Inventariação e avaliação do cadastro de bens imóveis do SERAM

O processo de inventariação e avaliação continua em curso, prevendo-se que o mesmo possa

ser impulsionado em articulação com o desenvolvimento do Programa de Privatizações e

Reestruturações (PPR) do SERAM.

Medida 69. O GRM compromete-se a não concretizar novas parcerias público-privadas até

que seja finalizada a revisão das PPP existentes e as reformas legais e institucionais

propostas

Nenhuma parceria público-privada foi concretizada desde o início da vigência do programa.

22

Medida 70. O GRM declara aceitar que a avaliação das PPP que está em curso no âmbito do

PAEF abrangerá a Vialitoral e Viaexpresso, com vista à inventariação das medidas

conducentes à redução dos custos, renegociando os contratos vigentes, se tal for aplicável.

A Região iniciou um processo de renegociação das duas PPP regionais de concessões

rodoviárias, seguindo a estratégia que está a ser adoptada no contexto da renegociação das

PPPs do Continente (com exceção das medidas incidentes sobre as receitas de portagem) e

apoiada tecnicamente pela Unidade Técnica de Apoio de Projectos (UTAP).

Neste contexto, realizaram-se já duas rondas negociais com representantes das

concessionárias, dos respectivos acionistas e das entidades financiadoras, onde foram

apresentadas as propostas negociais do parceiro público (redução de custos de operação,

redução ou eliminação dos encargos com grandes reparações e outros investimentos, redução

da TIR acionista e revisão de rácios financeiros). Os objectivos de poupanças deverão permitir

reduzir os encargos da Região com estas PPP em cerca de 20% a 30% por ano.

Assim, a concretização desta medida encontra-se em curso, devendo a Região dar

continuidade aos processos em causa.

Medida 71 – O GRM reconhece que o peso do setor da saúde no ORAM exige a tomada de

medidas estruturais, com o objetivo de garantir a sustentabilidade do serviço regional de

saúde (SRS) e a viabilidade da entidade pública empresarial que presta serviços ao setor

(SESARAM). Para o efeito, a REGIÃO compromete-se a assegurar a execução, entre outras,

das seguintes medidas:

a) Alínea d) – Implementação da prescrição eletrónica de medicamentos e de meios de

diagnóstico e terapêutica

A Região decidiu adotar a solução nacional centralizada e integrada para a prescrição

eletrónica que vai ser disponibilizada pelo Ministério da Saúde e que contempla o circuito

completo: prescrição, dispensa, faturação e conferência.

Neste sentido, a Região encetou um processo de articulação com a Secretaria de Estado da

Saúde, a Comissão de Informatização Clínica, a Administração Central do Sistema de Saúde e

os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, no quadro do qual têm vindo a ser analisados

os aspetos que são necessários para assegurar a operacionalização do sistema.

23

De acordo com a Secretaria Regional dos Assuntos Sociais, a estrutura conceptual do Sistema

de Informação Integrada em Saúde da Região que vai integrar a prescrição eletrónica foi

remetida à Comissão de Informatização Clínica. Aquela entidade prevê que o módulo final de

desmaterialização deverá ser introduzido de acordo com o calendário nacional, dependendo o

horizonte temporal, em concreto, da definição conjunta com a Comissão de Informatização

Clínica.

Assim, esta medida ainda se encontra em curso.

b) Alínea k) – Renegociar a convenção com a ordem dos médicos

O sistema convencionado na Região permite a livre deslocação do utente aos prestadores

privados, desde que convencionados, financiando o SRS o respetivo prestador, por

comparticipação (no que respeita a meios complementares de diagnóstico e terapêutica –

MCDT) ou o utente, por reembolso, relativamente aos MCDT e consultas médicas praticadas

no privado.

Para a concretização desta medida, que a Região considera dever ser executada de forma

faseada, foram definidas algumas iniciativas que se encontram em curso, designadamente em

matéria de cessação de alguns acordos (v.g. ressonância magnética para os beneficiários da

ADSE, internalização da realização de exames e MCDT que passarão a ser assegurados pelo

SESARAM), bem como a reformulação estrutural de medidas adicionais conducentes à

redefinição do volume de reembolsos e acordos de faturação, no que se refere

particularmente às consultas e que aguardam estudo final sobre a capacidade instalada do

SESARAM.

Assim, a concretização desta medida ainda se encontra em curso.

c) Alínea m) – Rever o regime de comparticipação dos beneficiários do SRS

De acordo com a Região esta medida passará sobretudo pela redução no volume das

comparticipações nos acordos de faturação (incluindo a cessação de alguns), pela atualização

das regras de prescrição em sintonia com as orientações da Direção Geral de Saúde e pela

revisão do regime de comparticipações e pela utilização preferencial da capacidade instalada

no SESARAM em matéria de realização de exames e MCDT.

24

Assim, a concretização desta medida ainda se encontra em curso.

5. Conclusões

Em termos globais, a Região tem implementado um conjunto significativo das medidas

previstas no PAEF-RAM. Foram feitos progressos importantes ao nível da estratégia de

pagamentos em atraso. A concretização do empréstimo de 1.100 milhões de euros permitirá o

pagamento de dívida comercial com maior antiguidade. Note-se que a concretização da

estratégia de pagamentos em atraso está sujeita ao cumprimento do Programa de

Ajustamento e ser totalmente consistente com a Resolução do Conselho de Ministros n.º

44/2012, de 20 de abril. A Região deverá continuar a demonstrar a viabilidade financeira da

estratégia de pagamentos.

Adicionalmente, continua por cumprir o levantamento e avaliação das obras em curso (medida

21 b). Os contratos inerentes têm implícitos potenciais aumentos de despesa que importa

compatibilizar com os objectivos do Programa.

Relativamente ao Programa de Privatizações e Reestruturações foram verificados

desenvolvimentos, contudo a execução do referido Programa encontra-se em curso e atrasada

face à calendarização prevista no PAEF-RAM. Salienta-se também o facto de a Região ter

iniciado um processo de renegociação das duas PPP regionais de concessões rodoviárias,

seguindo as grandes linhas da estratégia que está a ser adoptada no contexto da renegociação

das PPPs do Continente e tendo o apoio técnico da Unidade de Acompanhamento Técnico do

Ministério das Finanças. Recomenda-se à Região acelerar ambos os processos pois podem

permitir, no caso das privatizações, receitas relevantes e, no caso das PPP, reduções de

despesas substanciais para a Região sem os custos económicos e sociais de outras medidas de

consolidação orçamental.

A Região continuou a executar várias medidas no setor da saúde no sentido da sua

racionalização.

No que diz respeito ao cumprimento dos limites do défice, a informação recente aponta para o

cumprimento dos limites trimestrais. Expurgando os encargos com as PPP rodoviárias a serem

pagos no 2º trimestre (cerca de 16 milhões de euros), o saldo para efeitos do PAEF-RAM é de -

35,6 milhões de euros, cumprindo o limite fixado no ORAM para o 1º trimestre (-42 milhões de

25

euros). Destacam-se ainda os progressos da Região na apresentação preliminar de um

conjunto de medidas corretivas no sentido de assegurar o cumprimento do programa.

Em face do exposto, os resultados apurados na conclusão da avaliação realizada no âmbito do

PAEF-RAM quanto à execução do 1.º trimestre do ano suportam uma decisão de

disponibilização das tranches do programa previstas para o 1º e 2º trimestres.