Upload
martha-mattos-coelho
View
235
Download
10
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Final essay of my architecture internship in IPPAR. It's about Avenida da Lisberdade, Lisbon's boulevard.
Citation preview
Utopia - Imagem de um edifício-ponte sobre a Avenida da Liberdade,
in Linda Lisboa, por Camilo Valente, ed. do autor, 1941
RRRRRRRReeeeeeeellllllllaaaaaaaattttttttóóóóóóóórrrrrrrriiiiiiiioooooooo ddddddddeeeeeeee eeeeeeeessssssssttttttttáááááááággggggggiiiiiiiioooooooo
Martha Mattos Coelho Martha Mattos Coelho Martha Mattos Coelho Martha Mattos Coelho
Membro estagiário nº S020041Membro estagiário nº S020041Membro estagiário nº S020041Membro estagiário nº S020041 NovembrNovembrNovembrNovembro de 03o de 03o de 03o de 03
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003
� NOME »NOME »NOME »NOME » Martha Luisa da Paz de Mattos Coelho
� Nº de MEMBRO ESTAGIÁRIO »Nº de MEMBRO ESTAGIÁRIO »Nº de MEMBRO ESTAGIÁRIO »Nº de MEMBRO ESTAGIÁRIO » S020041
� PERÍODO DE ESTAGIÁRIO »PERÍODO DE ESTAGIÁRIO »PERÍODO DE ESTAGIÁRIO »PERÍODO DE ESTAGIÁRIO » 05 de Novembro de 2002 a 05 de
Novembro de 2003
� NOME DO PATRONO »NOME DO PATRONO »NOME DO PATRONO »NOME DO PATRONO » Manuel Máximo Freire Lapão
� Nº DE MEMBRO DA ORDEM »Nº DE MEMBRO DA ORDEM »Nº DE MEMBRO DA ORDEM »Nº DE MEMBRO DA ORDEM » 3726
� ENTIDADE ACOLHEDORA »ENTIDADE ACOLHEDORA »ENTIDADE ACOLHEDORA »ENTIDADE ACOLHEDORA » Direcção Regional de Lisboa do
Instituto Português do Património Arquitectónico
FFFFFFFFoooooooollllllllhhhhhhhhaaaaaaaa ddddddddeeeeeeee RRRRRRRRoooooooossssssssttttttttoooooooo
Adenda ao Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Jan. 2004 1
Lisboa, 5 de Julho de 2011
Adenda ao Relatório entregue a 25 de Novembro de 2003 »Adenda ao Relatório entregue a 25 de Novembro de 2003 »Adenda ao Relatório entregue a 25 de Novembro de 2003 »Adenda ao Relatório entregue a 25 de Novembro de 2003 »
Conforme solicitado na carta com a ref. CRA / 009, recebida a 9 de Janeiro do
presente, anexo toda a documentação requerida.
Com os melhores cumprimentos
Martha Mattos Coelho
( Estagiária nº S020041 )
Adenda ao Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Jan. 2004 2
Eram objectivos deste estágio:Eram objectivos deste estágio:Eram objectivos deste estágio:Eram objectivos deste estágio:
� Compreender a necessidade de promoção e sensibilização para a
salvaguarda do património arquitectónico;
� Compreender a importância de especialização dos arquitectos que intervêm
no património edificado;
� Conhecer metodologias e técnicas de identificação das patologias e
promoção de terapias, ou seja, de intervenção no Património;
� Aprender e identificar as metodologias de execução e orientação de
projectos de reabilitação/recuperação;
� Fomentar a defesa da qualidade em arquitectura e o conhecimento critico;
� Compreender e conhecer as formas de salvaguarda;
� Conhecer os métodos de classificação dos imóveis e saber conduzi-los de
forma correcta e racional;
� Interpretar as cartas internacionais de património;
� Analisar o valor do edificado do passado, como testemunho simbólico,
social, politico, histórico e/ou religioso;
� Saber orientar e elaborar planos de pormenor e salvaguarda, identificar as
suas componentes, qual a legislação nacional corrente e, através do estudo
de casos, cimentar a sua importância para um melhor ordenamento do
território.
... visava o plano de estágio, criar bases para que a candida ta seja uma
profissional competente e especializada, na área da salvaguarda do património
edificado 1...
O estágio cumpriu quase na totalidade o Plano entregue inicialmente, tendo
havido porém, pequenas alterações ao cronograma apresentado, alterações essas
relacionadas com o intercalar de ambas as partes do programa, permitindo que
se entendesse melhor o que estava a ser realizado. Por outro lado, a conclusão
1 Ver Plano de Estágio entregue com o Relatório a 25/11/03
IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO »»
Adenda ao Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Jan. 2004 3
geral referida no mesmo cronograma ficou, no meu entender, um pouco aquem
das expectativas.
Conforme expresso no Plano de estágio, este foi dividido em duas partes, a
primeira mais teórica e a segunda mais prática, pretendendo esta última cimentar
os conhecimentos adquiridos inicialmente. O facto de ambas as partes se terem
sobreposto, veio melhorar-las, pois o levantamento de dados sobre o lugar,
fundamental para a Introdução ao Estudo da Avenida da Liberdade ( 2ª parte ),
veio alertar-me para outras situações a ter em conta numa intervenção nesta área
de trabalho. Não posso deixar de referir os vários profissionais, tanto do IPPAR
como externos a esta instituição, que me ajudaram na concretização desta
pesquisa e a que deixo aqui o meu agradecimento.
Eram citadas as seguintes metodologias a seguir:Eram citadas as seguintes metodologias a seguir:Eram citadas as seguintes metodologias a seguir:Eram citadas as seguintes metodologias a seguir:
Para que os objectivos se cumprissem, o estágio foi dividido em duas partes
fundamentais:
1. Uma 1ª parte de carácter teórico [INSTRUMENTOS TEÓRICOS], onde
aprenderia não só as terminologias, os conceitos e as formas de ‘falar’ em
património, como também as várias noções existentes de intervenção e
classificação do edificado, e também, a metodologia especifica deste tipo
de trabalho; > Cumprida na íntegra esta parte do estágio, o documento
escrito que dela resultou, servirá de futuro como referência de consulta e
orientação, para intervenções no edificado classificado. Foi, no meu
entender pessoal, uma oportunidade de abordar um tema ainda pouco
compreendido pelos arquitectos portugueses, firmando ainda mais a
necessidade de diferenciação e especialização dos profissionais que
intervêm no edificado antigo. Salienta-se a necessidade de uma formação
especifica e de uma dedicação exclusiva, tal como a criação dos
arquitectos-restauradores, especialidade já existente noutros paises.
2. A 2ª parte de carácter prático [APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS TEÓRICOS
NA PRÁTICA DE TRABALHO DA DRL], ou seja, Introdução ao Estudo da
Avenida da Liberdade, cimentaria então, todo o estudo teórico efectuado
na 1ª parte. Assim, iria integrar um grupo de trabalho, constituído por
técnicos superiores da DRL (arquitectos, arquitectos paisagistas e
Historiadores), e participaria activamente no levantamento, avaliação e
Adenda ao Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Jan. 2004 4
análise do conjunto da Avenida da Liberdade, com vista à sua classificação
como valor cultural. > Esta 2ª parte revelou-se dificil de controlar pois,
além de ser um tema extremamente vasto, pouco ou nada existia
documentado sobre ele. O processo existente no IPPAR resumia-se a um
arquivo de pareceres de vários notáveis do ramo, sobre a necessidade de
protecção do existente e da criação de regulamentação para orientação de
futuras intervenções. Assim, apenas tinha como base de trabalho uma série
de opiniões, os processos de obras realizadas e a realizar naquela zona e
os processos de classificação de edifícios ali implantados, ou seja,
elementos isolados e não elementos referentes ao conjunto da Avenida da
Liberdade. Na realidade, a equipa que deveria ter i ntegrado era composta
unicamente por 3 arquitectos (sendo um deles estagiário) e os outros dois
detentores de cargos que não permitiam uma concentração exclusiva neste
processo. Houve, no meu entender, uma dificuldade em conciliar o
trabalho de estágio proposto com o dos outros técnicos mais experientes,
para que este processo se tivesse desenvolvido da melhor forma.
Resultados esperados citados no plano Resultados esperados citados no plano Resultados esperados citados no plano Resultados esperados citados no plano
Tendo sido cumpridas todas as clausulas descritas anteriormente, no fim do
estágio deveria ser capaz de:
� Avaliar os imóveis com rigor, sensibilidade e conhecimento critico, de
forma a propor intervenções qualitativas e em concordância com a lei em
vigor » em grande parte conseguido, porem a experiência poderá melhorar
tal conhecimento ;
� Aplicar nessas intervenções metodologias eficazes, para a reparação,
substituição e/ou renovação do todo, ou de partes dos edifícios a qualificar
» foi feito um levantamento e uma análise destas metodologias na primeira
parte do estágio;
� Avaliar e aplicar as ideias expressas nas cartas internacionais » a avaliação
e o resumo dos pontos essenciais estão presentes no estudo teórico, mas a
aplicação seria remetida para uma conclusão numa fase mais avançada da
2ª parte do estágio;
Adenda ao Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Jan. 2004 5
� Encaminhar e executar correctamente, projectos de
reabilitação/recuperação, ou mesmo de conservação » tal como no
primeiro ponto esta fase terá igualmente de ser cimentada no futuro;
� Ter conhecimento das especialidades que existem na área, para,
eventualmente, prosseguir estudos » este ponto foi conseguido também
através do contacto com os restantes técnicos da instituição, sobretudo ao
nível do aconselhamento;
� Propor ou realizar um projecto de classificação de imóveis » tema
conseguido pelo acompanhamento do trabalho realizado no dia-a-dia da
instituição.
Conclusão:Conclusão:Conclusão:Conclusão:
Sabendo que o IPPAR não tem por costume acolher estagiários, considero-me
uma previligiada por ter tido esta oportunidade. Por outro lado, é de referir a
dificuldade que houve em integrar o meu trabalho no da DRL. Adequiri
conhecimentos técnicos e profissionais, travei conhecimentos com pessoas que
de outra forma não teria tido oportunidade. No entenato, o trabalho que
desenvolvi durante o estágio, era secundário em relação ao daquela Direcção
Regional do Instituto Potuguês do Património Arquitectónico.
5 de Julho de 2011
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 1
Martha Mattos Coelho Martha Mattos Coelho Martha Mattos Coelho Martha Mattos Coelho –––– Nº S020041Nº S020041Nº S020041Nº S020041
Arquitecta Estagiária / IPPAR Arquitecta Estagiária / IPPAR Arquitecta Estagiária / IPPAR Arquitecta Estagiária / IPPAR ---- DRLDRLDRLDRL
CapituloCapituloCapituloCapitulo .......................................... ............................................ PáginaPáginaPáginaPágina
Índice ............................................ ................................................... .. 1
Introdução ....................................... .................................................. 2
Desenvolvimento ................................. ............................................. 4
• 1ª parte ......................................... ................................................... .................. 4
• 2ª parte ......................................... ................................................... ............... 24
• Conclusões ....................................... ................................................... ............ 37
Conclusão Geral ................................... ..............................................38
Cronograma ....................................... ...............................................40
Anexos Anexos Anexos Anexos
• Plano de Estágio ................................. ................................................... ........... 41
• Planta de localização da Avenida da Liberdade .... ............................................ 46
• Listagens ........................................ ................................................... ............... 48
• Ilustrações / História da Avenida ................ ................................................... .. 57
• Cronologia da Avenida ............................ ................................................... ...... 58
• Prémios Valmor ................................... ................................................... .......... 59
• Imagens / Miradouros ............................. ................................................... ...... 60
• Imagens / Quarteirões ............................ ................................................... ...... 61
• Imagens / Bairros ................................ ................................................... .......... 62
• Imagens / Conclusões ............................. ................................................... ...... 63
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 2
ERAM OBJECTIVOS DESTE ESERAM OBJECTIVOS DESTE ESERAM OBJECTIVOS DESTE ESERAM OBJECTIVOS DESTE ESTÁGIO:TÁGIO:TÁGIO:TÁGIO:
� Compreender a necessidade de promoção e sensibilização para a
salvaguarda do património arquitectónico;
� Compreender a importância de especialização dos arquitectos que intervêm
no património edificado;
� Conhecer metodologias e técnicas de identificação das patologias e
promoção de terapias, ou seja, de intervenção no Património;
� Aprender e identificar as metodologias de execução e orientação de
projectos de reabilitação/recuperação;
� Fomentar na candidata a defesa da qualidade em arquitectura e, com isso,
encaminha-la no sentido do conhecimento critico;
� Compreender e conhecer as formas de salvaguarda;
� Conhecer os métodos de classificação dos imóveis e saber conduzi-los de
forma correcta e racional;
� Interpretar as cartas internacionais de património;
� Analisar o valor do edificado do passado, como testemunho simbólico,
social, politico, histórico e/ou religioso;
� Saber orientar e elaborar planos de pormenor e salvaguarda, identificar as
suas componentes, qual a legislação nacional corrente e, através do estudo de
casos, cimentar a sua importância para um melhor ordenamento do território.
... visava o plano de estágio, criar bases para que a candidata seja uma
profissional competente e especializada, na área da salvaguarda do património
edificado 1...
Conforme expresso nesse mesmo Plano, o estágio foi dividido em duas
partes, a primeira mais teórica e a segunda mais prática, pretendendo esta última
cimentar os conhecimentos adquiridos inicialmente.
1 Ver Anexos – Plano de Estágio > pág.41
IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 3
Dificuldades surgidas Dificuldades surgidas Dificuldades surgidas Dificuldades surgidas ---- As dificuldades com que a arquitecta se confrontou terão
sido principalmente de ordem técnica, nomeadamente, os meios informáticos de que
dispunha eram reduzidos para que este trabalho se apresentasse da melhor forma (a
ausência dos programas AutoCad ou CorelDraw, o sistema operativo já obsoleto
dificultando a transmissão de informação). Por outro lado o encerramento do Arquivo do
Alto da Eira, bem como a dificuldade de obter elementos gráficos do Arquivo Fotográfico
Municipal empobreceram a pesquisa realizada.
De referência obrigatória De referência obrigatória De referência obrigatória De referência obrigatória ---- Seria impossível realizar este trabalho sem a ajuda
preciosa de alguns técnicos da Instituição acolhedora; bem como de outros profissionais
que a candidata foi contactando ao longo deste ano, ou através de acções de formação,
seminários e colóquios, ou através de trabalho voluntário relacionado com os edifícios
abandonados da Capital. Um agradecimento também ao Museu da Cidade pelo
fornecimento de plantas antigas da cidade, em suporte digital.
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 4
Para que melhor se compreenda o trabalho realizado, este capitulo será dividido em
3 sub-capitulos:
1. Resumo e caracterização da 1ª parte do Estágio > de carácter teórico
[INSTRUMENTOS TEÓRICOS][INSTRUMENTOS TEÓRICOS][INSTRUMENTOS TEÓRICOS][INSTRUMENTOS TEÓRICOS], onde a candidata aprendeu não só as terminologias, os
conceitos e as formas de ‘falar’ em património, como também as várias noções existentes
de intervenção e classificação do edificado, e ainda, a metodologia especifica deste tipo
de trabalho 1;
2. Resumo e caracterização da 2ª parte do Estágio > de carácter prático
[APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS TEÓRICO[APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS TEÓRICO[APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS TEÓRICO[APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS TEÓRICOS NA PRÁTICA DE TRABALHO DA DRL]S NA PRÁTICA DE TRABALHO DA DRL]S NA PRÁTICA DE TRABALHO DA DRL]S NA PRÁTICA DE TRABALHO DA DRL],
cimentou então, todo o estudo teórico efectuado na 1ª parte. Participou activamente no
levantamento, avaliação e análise do conjunto da Avenida da Liberdade, com vista à sua
classificação como valor cultural 1;
3. Conclusão do estudo realizado e outras notas relevantes.
1 | RESUMO E CARACTERIZAÇÃO DA 1ª PARTE DO ESTÁGIO 1 | RESUMO E CARACTERIZAÇÃO DA 1ª PARTE DO ESTÁGIO 1 | RESUMO E CARACTERIZAÇÃO DA 1ª PARTE DO ESTÁGIO 1 | RESUMO E CARACTERIZAÇÃO DA 1ª PARTE DO ESTÁGIO
Tendo sempre o programa de estágio como fio condutor desta pesquisa, tenta-se
aqui dar a conhecer os dados fundamentais que um projectista que queira intervir no
património edificado nacional terá de interiorizar. Assim, é necessário:
• Ter uma noção do que foi a evolução doevolução doevolução doevolução do conceito de Património e de restauroconceito de Património e de restauroconceito de Património e de restauroconceito de Património e de restauro
ao longo dos tempos: as suas origens e os seus principais protagonistas;
• Quais as fontes fontes fontes fontes a que actualmente poderemos recorrer para uma pesquisa
aprofundada sobre este tema;
• Saber identificar os critérios de classificaçãocritérios de classificaçãocritérios de classificaçãocritérios de classificação e as metodologias demetodologias demetodologias demetodologias de intervençãointervençãointervençãointervenção,
tal como as nomenclaturas utilizadas;
• Perceber o que é o processo de intervençãoprocesso de intervençãoprocesso de intervençãoprocesso de intervenção distingindo duas formas de
projectar: a acção individual (um lote ou um imóvel), e a acção global (um loteamento ou
um plano);
• Compreender a diferença entre a noção de classificação como instrumento de noção de classificação como instrumento de noção de classificação como instrumento de noção de classificação como instrumento de
protecçãoprotecçãoprotecçãoprotecção e a noção da classificação como instrumento de valorização noção da classificação como instrumento de valorização noção da classificação como instrumento de valorização noção da classificação como instrumento de valorização de dado(s)
edifício(s);;;;
• Perceber a importância das zonasimportância das zonasimportância das zonasimportância das zonas especiais de protecçãoespeciais de protecçãoespeciais de protecçãoespeciais de protecção e a realidade urbana;
Por último, esta 1ª parte apresenta um estudo de uma metodologia especifica demetodologia especifica demetodologia especifica demetodologia especifica de
trabalhotrabalhotrabalhotrabalho, através da anélise de um caso prático, esquematizando o que é uma leitura
arquitectónica e arqueológica de diagnóstico físico, social e cultural.
1 Ver Anexos – Plano de Estágio > pág.41
1 Ver Anexos – Plano de Estágio
DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 5
No início deste documento entendeu a candidata fazer referência a um pequeno
texto do Prof. Alexandre Alves Costa intitulado “Nota sobre reabilitação para usar quando
der jeito ...”. Aqui o professor chama a atenção para o respeito que um edifício antigo
merece, toda a história que este comporta através das várias alterações que sofreu ao
longo do tempo. Há então, no entender de Alexandre Alves Costa, duas formas de duas formas de duas formas de duas formas de
intervir nestintervir nestintervir nestintervir neste tipo de construçõese tipo de construçõese tipo de construçõese tipo de construções : uma, que transfere para pano de fundo as
preexistências e tudo o que estas representam, ou outra, que encara a nova intervenção
como mais uma, sem apagar o passado, respeitando regras claras resultantes da
interpretação do existente.
Os conceitos relacionados com o Património e com a sua salvaguarda não são
recentes mas, no entanto, só aparecem no séc. XIX. Resumidamente somos remetidos à
França de 1837 e há criação da 1ª Comissão dos Monumentos Históricos. São os
primeiros passos duma disciplina que aqui se tenta compreender e conhecer. Não
podemos falar da história da evolução da sensibilização para a preservação do edificado
antigo sem referir nomes como :
• Leon B. Alberti (1404-1472) » na época do renascimento, e com o intuito de
preservar os achados clássicos, Alberti esboça as primeiras ideias de intervenção em
edifícios existentes;
• Winckelmann (1714-1768) e Mengs (1728-1779)» a eles devemos a
redescoberta da Antiguidade Clássica, a definição de estilos, épocas e períodos, e a
tentativa de classificação desses achados;
• Viollet-le-Duc (1814-1879)» articulou uma teoria de reunião de elementos
dispersos, tornando o restauro monumental numa disciplina autónoma da concepção
arquitectónica. Ficou famoso pelo principio da unidade de estilo;
• John Ruskin (1819-1900) » dizia que a glória do monumento estava na sua
idade e que o edifício deveria morrer com dignidade. Daí condenar a unidade defendida
por Le-Duc, que purgava os elementos posteriores à época de construção do
monumento;
• Camilo Boito (1835-1914) » afasta a visão da morte inevitável do monumento,
defendida por Ruskin, sendo o pioneiro do restauro cientifico, que recorria a técnicas
construtivas modernas para a conservação do património. Enumera ainda oito princípios
que o arquitectos restauradores devem ter em consideração;
• Camilo Sitte (1843-1903) » foi o criador da morfologia urbana, através das
suas análises históricas da cidade medieval;
• Luca Beltrani (1854-1933)» reivindica a individualidade de cada intervenção,
fomentando a ideia de uma procura documental exaustiva inventando assim o restauro
histórico;
• Alois Rielg (1857-1905)» homem que traçou o inventário, segundo Choay, ou
seja, esquematizou uma análise cuidada e pormenorizada dos valores herdados do
passado;
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 6
• Max Dvorak (1874-1921)» chamou a atenção para o facto de que a
conservação não se deveria limitar aos estilos do passado, mas também ao lugar e ás
características históricas que este representa;
• Heidegger (1889-1976)» salienta a importância da obra de arte como
expressão da vontade e dos valores humanos, essencial para entender a evolução da
humanidade;
• Adolf Loos (1870-1933)» diz que a nossa herança, ou seja o património, foi-
nos concedida dos monumentos à área histórica, e dos pormenores à paisagem;
• Benedetto Croce (1866-1952) » descreveu o método e a aproximação critica de
análise e tratamento de objectos patrimoniais;
• Gustavo Giovannoni (1873-1947) » chama a atenção para o significado da
arquitectura menor, e para o seu papel fundamental; identificou quatro tipos de restauro:
consolidação, recomposição/anastylose; libertação e renovação.
• Roberto Pane (1897-1987) » identifica a ornamentação e a estética também
como formas de património a ter em conta;
• Cesare Brandi (1906-1988) » criou uma teoria de restauro, onde reunia alguns
conceitos importantes: o processo criativo e o restauro propriamente dito. Brandi
defendia que, quando um material fosse alterado pelo homem com o fim de construir,
este tornava-se ‘historizado’ como resultado do trabalho humano. Falou de
autenticidade, de patina, de ornamentação, da importância do tempo neste tipo de
edificado, entre outras coisas que hoje nos são comuns. Resumindo, Brandi sumariou os
conceitos essenciais da conservação, em relação às obras de arte no geral, incluindo a
arquitectura.
Em Portugal a cronologia começa em 1901190119011901, com a criação do primeiro documento
sobre património cultural, ainda sob a última monarquia;
Com a ideia da salvaguarda dos vestígios da história portuguesa, é criado o conceito
de « padrões históricos »« padrões históricos »« padrões históricos »« padrões históricos » ruínas de edifícios antigos ou monumentos de certa grandeza,
que não devem ser destruídos. Mais tarde é preterido em Decreto.
Ainda em 1901190119011901, surge a classificação de monumentos nacionaisclassificação de monumentos nacionaisclassificação de monumentos nacionaisclassificação de monumentos nacionais (...) sob os aspectos
arqueológico, histórico e arquitectónico, tal como a fiscalização a obras de conservação
quer fossem estatais, quer fossem particulares.
30 de Dezembro de 190130 de Dezembro de 190130 de Dezembro de 190130 de Dezembro de 1901 – Decreto que cria as Bases para a classificação dos Bases para a classificação dos Bases para a classificação dos Bases para a classificação dos
imóveis, imóveis, imóveis, imóveis, que devem ser considerados monumentos nacionais, bem assim dos objectos
mobiliários. Pode ler-se no artigo 1º:
« Os imóveis, por natureza ou destino, cuja conservação represente, pelo seu valor
histórico, arqueológico ou artístico, interesse nacional, serão classificados monumentos monumentos monumentos monumentos
nacionaisnacionaisnacionaisnacionais.»
A extinção das ordens religiosas e a abolição dos títulos nobiliárquicos provocou o
abandono, a ruína, a alteração de funções e o aproveitamento indevido dos edifícios.
1910 1910 1910 1910 –––– Instauração da república.
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 7
1911 1911 1911 1911 –––– Define as funções do Conselho de Arte e Arqueologia, Conselho de Arte e Arqueologia, Conselho de Arte e Arqueologia, Conselho de Arte e Arqueologia, que deveriam ser
exercidas por uma comissão composta por seis artistas, maioritariamente arquitectos,
cinco escritores de arte e arqueólogos.
A classificação não se altera da já criada anteriormente, mas o conceito de
expropriação por utilidade públicaexpropriação por utilidade públicaexpropriação por utilidade públicaexpropriação por utilidade pública surge para sobrepor a vontade da comissão à dos
proprietários que, eventualmente, não queiram permitir a classificação.
1926 1926 1926 1926 ---- Surge, por agora só ligado à Arqueologia, o termo de Imóvel de Interesse Imóvel de Interesse Imóvel de Interesse Imóvel de Interesse
PúblicoPúblicoPúblicoPúblico. Para bens de considerável interesse mas não classificados, registrados num
inventário especial.
1928 1928 1928 1928 ---- Imóvel de Interesse Público Imóvel de Interesse Público Imóvel de Interesse Público Imóvel de Interesse Público como graduação intermédia. Já possível de
aplicação a todas as classificações.
1932 1932 1932 1932 –––– Nasce o Valor NumismáticoValor NumismáticoValor NumismáticoValor Numismático, para protecção de medalhas e moedas.
1936 1936 1936 1936 –––– Acrescentasse os valores Étnico Étnico Étnico Étnico e PaisagísticoPaisagísticoPaisagísticoPaisagístico.
1940 / 1940 / 1940 / 1940 / 1949 1949 1949 1949 –––– De referência fundamental para entender a evolução da preservação
no nosso país, são as Comemorações Centenárias de 1940 sob a governação de Oliveira
Salazar. Assim temos a reposição da unidade estilística, com as consequências que hoje
conhecemos.
1949 1949 1949 1949 –––– Às noções já explicadas acima, acrescentasse a dos elementos ou conjuntos
de valor paisagístico.valor paisagístico.valor paisagístico.valor paisagístico.
O IPPAR passa a poder classificar como valor concelhio.valor concelhio.valor concelhio.valor concelhio.
1968 1968 1968 1968 –––– Colóquio da Salvaguarda da Paisagem e dos Lugares Históricos, marco único
entre 1949 e 1973.
1973 1973 1973 1973 –––– Marca o surgimento do Valor Etnográfico.Valor Etnográfico.Valor Etnográfico.Valor Etnográfico.
1975 1975 1975 1975 –––– Comemorasse o Ano Europeu do Património Arquitectónico. Iniciasse a
criação de uma orgânica juridica especifica.
1985 1985 1985 1985 –––– Surge então a Lei do Património Cultural PortuguêsLei do Património Cultural PortuguêsLei do Património Cultural PortuguêsLei do Património Cultural Português, com o nº 13/85 de 6 de
julho.
1997199719971997 – Decreto-Lei nº 120/97 de 16 de Maio «Aprova a orgânica do Instituto
Português do Património Arquitectónico, do Ministério da Cultura»
2001 2001 2001 2001 –––– Nova lei que actualiza e revoga a anterior: Lei nº 107/2001Lei nº 107/2001Lei nº 107/2001Lei nº 107/2001 de 8 de
Setembro. « Estabelece as bases da política e do regime de protecção e valorização do
Património cultural.»
No documento que traduz a pesquisa realizada na 1ª parte do Estágio, encontram-
se enumerados os locais visitados no 1º CAPITULOos locais visitados no 1º CAPITULOos locais visitados no 1º CAPITULOos locais visitados no 1º CAPITULO, onde, entre outros, podemos ler:
Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian; Biblioteca da Ordem dos
Arquitectos; Biblioteca do Laboratório Nacional de Engenharia Civil e também a do
Instituto Superior Técnico, a da Sociedade Portuguesa de Geografia e a do Gabinete de
Estudos Olisiponenses.
O 2º CAP2º CAP2º CAP2º CAPITULOITULOITULOITULO descreve-nos critérios que deverão ser seguidos no processo de
classificação, fala-nos dos existentes e propõe alguns para o futuro, nomedamente
associação de critériosassociação de critériosassociação de critériosassociação de critérios:
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 8
• critério histórico histórico histórico histórico ---- cultural; cultural; cultural; cultural;
• critério estético estético estético estético ---- socialsocialsocialsocial;
• critério técnico técnico técnico técnico –––– cientifico. cientifico. cientifico. cientifico.
Há ainda critérios complementares para compreender melhor cada um dos descritos
anteriormente:
• Critério da Integridade; Critério da Integridade; Critério da Integridade; Critério da Integridade;
• Critério da Autenticidade; Critério da Autenticidade; Critério da Autenticidade; Critério da Autenticidade;
• Critério da Exemplaridade. Critério da Exemplaridade. Critério da Exemplaridade. Critério da Exemplaridade.
E, , , , enquadrados nos critérios descritos anteriormente, há valores subjacentes à
representação física ( edifício isolado ou conjunto de edifícios). Exemplo disso é a
memóriamemóriamemóriamemória: há uma memória social, política e económica “ As diversas memórias estão
intimamente ligadas porque são causa e consequência umas das outras.”
As edificações encerram em si um variado conjunto de valores, que as identifica e
diferencia da construção comum. Estamos a falar de:
• valores emocionaisvalores emocionaisvalores emocionaisvalores emocionais ( artísticos e estéticos )
• valores históricosvalores históricosvalores históricosvalores históricos ( simbólicos e de identidade, tecnológicos, sociais,
económicos, políticos e religiosos )
• valores de uso actualvalores de uso actualvalores de uso actualvalores de uso actual ( sociais, económicos, políticos e religiosos ).
Usando as palavras de Vasco Moreira Rato :“ O património histórico edificado
constitui assim uma herança comum que encerra valores tangíveis e intangíveis,
formando parte integrante de uma identidade que depende da sua existência para
referenciar a sua história.”
É determinante a definição de uma linha de actuação, que delimite princípios como
orientações e não como regras. Porque:
1] A intervenção em edifícios ou conjuntos urbanos protegidos não poderá ser
uniforme pela particularidade de cada peça, ou pela exclusividade da sua relação com o
lugar, resultantes de um contexto histórico e evolutivo;
2] “ As especificidades nacionais, regionais e locais devem ser enquadradas em
modos de actuação comuns, mas respeitadores das suas características.”
No seguimento deste capitulo há uma enumeração das cartas internacionais cartas internacionais cartas internacionais cartas internacionais com
um resumo e interpretação de cada uma delas.
De salientar :
• Carta de AtenasCarta de AtenasCarta de AtenasCarta de Atenas –––– 1931193119311931
• ConConConConvenção de Hayavenção de Hayavenção de Hayavenção de Haya –––– 1954195419541954
• Convenção de ParisConvenção de ParisConvenção de ParisConvenção de Paris –––– 1954195419541954
• Carta de VenezaCarta de VenezaCarta de VenezaCarta de Veneza –––– 1964196419641964
• Convenção de LondresConvenção de LondresConvenção de LondresConvenção de Londres –––– 1969196919691969
• Convenção do Património Mundial / UNESCOConvenção do Património Mundial / UNESCOConvenção do Património Mundial / UNESCOConvenção do Património Mundial / UNESCO ( Paris )( Paris )( Paris )( Paris ) –––– 1972197219721972
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 9
• Declaração de Amsterdão sobre Património Arquitectónico Europeu Declaração de Amsterdão sobre Património Arquitectónico Europeu Declaração de Amsterdão sobre Património Arquitectónico Europeu Declaração de Amsterdão sobre Património Arquitectónico Europeu ---- 1975197519751975
• Carta do Turismo CulturalCarta do Turismo CulturalCarta do Turismo CulturalCarta do Turismo Cultural –––– 1976197619761976
• Apelo de GranadaApelo de GranadaApelo de GranadaApelo de Granada –––– 1976197619761976
• Recomendação de NairobiRecomendação de NairobiRecomendação de NairobiRecomendação de Nairobi ---- 1976197619761976
• Carta de FlorençaCarta de FlorençaCarta de FlorençaCarta de Florença –––– 1981198119811981
• Convenção de GranadaConvenção de GranadaConvenção de GranadaConvenção de Granada –––– 1985198519851985
• Carta de WashingtonCarta de WashingtonCarta de WashingtonCarta de Washington –––– 1987198719871987
• Carta Internacional para a gestão do Património ArqueológicoCarta Internacional para a gestão do Património ArqueológicoCarta Internacional para a gestão do Património ArqueológicoCarta Internacional para a gestão do Património Arqueológico –––– 1990199019901990
• Conferência de Nara sobre autenticidade Conferência de Nara sobre autenticidade Conferência de Nara sobre autenticidade Conferência de Nara sobre autenticidade –––– 1994199419941994
• CCCCarta Internacional do Turismo Culturalarta Internacional do Turismo Culturalarta Internacional do Turismo Culturalarta Internacional do Turismo Cultural ( México )( México )( México )( México ) –––– 1999199919991999
• Carta sobre arquitectura vernácula ( México )Carta sobre arquitectura vernácula ( México )Carta sobre arquitectura vernácula ( México )Carta sobre arquitectura vernácula ( México ) ---- 2000200020002000
• Carta de CracóviaCarta de CracóviaCarta de CracóviaCarta de Cracóvia –––– 2000200020002000
Dessa leitura podemos concluir :
• De elementos individuais, forma como os monumentos eram encarados,
evoluímos para o conceito de envolvente e de conjunto: a ideia do sítio e a relevância
dessa relação, a sua importância social e os materiais utilizados;
• Há também um aconselhar continuo da intervenção de equipas
pluridisciplinares, com técnicos e tecnologias cada vez mais especializados;
• O património não se cinge ao tangível podendo englobar o intangível;
• A educação como veiculo essencial e prioritário para a sensibilização das
culturas e das populações.
• Como noções gerais das cartas lidas fica a ideia da reversibilidade;
• Uma procura de conceitos e nomenclaturas cada vez mais precisos e concretos;
• O cuidado a ter com objectos e as suas envolventes;
• A mão-de-obra especializada;
• A necessidade de legislação individual para cada comunidade, e global para o
património europeu e mundial;
• A manutenção depois da intervenção de restauro, mantendo a dignidade do
objecto e reavivando velhas memórias;
• Animar as populações e os locais de forma a inseri-los nas actividades da
comunidade;
• A necessidade dos inventários;
• Os cuidados a ter com o Turismo Cultural;
• A realização dos planos e dos sistemas de salvaguarda;
Depois de conhecer as recomendações internacionais, este capitulo analisa e
enumera a legislação nacional. A legislação em vigor em Portugal referente a este assunto
actualmente é a Lei nº. 107/2001Lei nº. 107/2001Lei nº. 107/2001Lei nº. 107/2001 de 8 de Setembro, “Estabelece as bases da política e “Estabelece as bases da política e “Estabelece as bases da política e “Estabelece as bases da política e
do regime de protecção e valorização do Património culturaldo regime de protecção e valorização do Património culturaldo regime de protecção e valorização do Património culturaldo regime de protecção e valorização do Património cultural”.
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 10
Mas há ainda outro tipo de legislação que deverá ser tida em conta:
• Decreto Decreto Decreto Decreto ---- lei nº 5/91 lei nº 5/91 lei nº 5/91 lei nº 5/91 de 23 de Janeiro - Convençã Convençã Convençã Convenção para a o para a o para a o para a Salvaguarda do Salvaguarda do Salvaguarda do Salvaguarda do
Património Arquitectónico da Europa Património Arquitectónico da Europa Património Arquitectónico da Europa Património Arquitectónico da Europa,
• Decreto Decreto Decreto Decreto –––– lei nº 205/88 lei nº 205/88 lei nº 205/88 lei nº 205/88 de 16 de Junho - Comete aos arquitectos a Comete aos arquitectos a Comete aos arquitectos a Comete aos arquitectos a
responsabilidade técnica de projectos em imóveis classificados ou em vias de responsabilidade técnica de projectos em imóveis classificados ou em vias de responsabilidade técnica de projectos em imóveis classificados ou em vias de responsabilidade técnica de projectos em imóveis classificados ou em vias de
classificação e nas respectivas zonas de protecção classificação e nas respectivas zonas de protecção classificação e nas respectivas zonas de protecção classificação e nas respectivas zonas de protecção,
• Decreto Decreto Decreto Decreto –––– lei nº 1008/2000 lei nº 1008/2000 lei nº 1008/2000 lei nº 1008/2000 de 19 de Outubro - Define as áreas geográficas de Define as áreas geográficas de Define as áreas geográficas de Define as áreas geográficas de
actuação dos serviços regionais do Instituto Português do Património Arquitectónico actuação dos serviços regionais do Instituto Português do Património Arquitectónico actuação dos serviços regionais do Instituto Português do Património Arquitectónico actuação dos serviços regionais do Instituto Português do Património Arquitectónico
(IPPAR) (IPPAR) (IPPAR) (IPPAR),
• Decreto Decreto Decreto Decreto –––– lei nº 120/97 lei nº 120/97 lei nº 120/97 lei nº 120/97 de 16 de Maio - Aprova a orgânica do Instituto Aprova a orgânica do Instituto Aprova a orgânica do Instituto Aprova a orgânica do Instituto
Português do P Português do P Português do P Português do Património Arquitectónico, do Ministério da Cultura, atrimónio Arquitectónico, do Ministério da Cultura, atrimónio Arquitectónico, do Ministério da Cultura, atrimónio Arquitectónico, do Ministério da Cultura,
• Decreto nº 21 875 de 18 de Novembro de 1932 – Zonas de protecção dos Zonas de protecção dos Zonas de protecção dos Zonas de protecção dos
edifícios públicos de reconhecido valor arquitectónico edifícios públicos de reconhecido valor arquitectónico edifícios públicos de reconhecido valor arquitectónico edifícios públicos de reconhecido valor arquitectónico, alterado pelo Decreto nº 31 467 Decreto nº 31 467 Decreto nº 31 467 Decreto nº 31 467
de 19 de Agosto de 1941 e pelo Decreto Decreto Decreto Decreto –––– lei nº lei nº lei nº lei nº 34 993 34 993 34 993 34 993 de 11 de Outubro de 1945,
• Decreto Decreto Decreto Decreto –––– lei nº 23 122 lei nº 23 122 lei nº 23 122 lei nº 23 122 de 11 de Outubro de 1933 – Classificação dos Classificação dos Classificação dos Classificação dos
pelourinhos como Imóveis de Interesse Público pelourinhos como Imóveis de Interesse Público pelourinhos como Imóveis de Interesse Público pelourinhos como Imóveis de Interesse Público
Existe, também, a legislação especifica de cada Município ou região que entendam
por bem possuir um regulamento próprio, pode-se referir como exemplo os Parques
Naturais.
• Decreto Decreto Decreto Decreto –––– lei nº 555/99 lei nº 555/99 lei nº 555/99 lei nº 555/99 de 16 de Dezembro – Estabelece o regime jurídico da Estabelece o regime jurídico da Estabelece o regime jurídico da Estabelece o regime jurídico da
urbanização e edificação, urbanização e edificação, urbanização e edificação, urbanização e edificação, alterado pelo Decreto Decreto Decreto Decreto –––– lei nº 177/2001 lei nº 177/2001 lei nº 177/2001 lei nº 177/2001 de 4 de Junho, dá-nos
a regulamentação para quem quer intervir no edificado em geral. É importante tê-lo em
atenção aquando da intervenção também no Património edificado.
• Lei nº 48/98 Lei nº 48/98 Lei nº 48/98 Lei nº 48/98 de 11 de Agosto – Estabelece as bases da política de Estabelece as bases da política de Estabelece as bases da política de Estabelece as bases da política de
ordenamento do território e urbanismo ordenamento do território e urbanismo ordenamento do território e urbanismo ordenamento do território e urbanismo – que deverá ser tida em conta aquando da
realização de planos de Salvaguarda. Esta terá de ser complementada pelo Decreto Decreto Decreto Decreto –––– lei lei lei lei
nº 380/99 nº 380/99 nº 380/99 nº 380/99 de 22 de Setembro – Estabelece o regime jurídico dos instrumentos de gestão Estabelece o regime jurídico dos instrumentos de gestão Estabelece o regime jurídico dos instrumentos de gestão Estabelece o regime jurídico dos instrumentos de gestão
territorial. territorial. territorial. territorial.
A lei nacional lei nacional lei nacional lei nacional aqui apresentada foi renovada em 2001 substituindo a Lei 13/85 de 6
de Julho. Houve reformulações no sentido de um caminho melhor e mais facilitado. Neste
capitulo descreve-se a legislação referente aos assuntos retratados anteriormente, ou
seja, critérios de classificação, conceitos e nomenclaturas, metodologias, e outros
elementos relevantes.
• Decreto Decreto Decreto Decreto –––– lei nº 205/88 lei nº 205/88 lei nº 205/88 lei nº 205/88 de 16 de Junho - Comete aos arquitectos a Comete aos arquitectos a Comete aos arquitectos a Comete aos arquitectos a
responsabilidade técnica de projectos em imóveis classificados ou em vias de responsabilidade técnica de projectos em imóveis classificados ou em vias de responsabilidade técnica de projectos em imóveis classificados ou em vias de responsabilidade técnica de projectos em imóveis classificados ou em vias de
classificação e nas respectivas zonas de protecção classificação e nas respectivas zonas de protecção classificação e nas respectivas zonas de protecção classificação e nas respectivas zonas de protecção,
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 11
O documento passa agora para o 3º CAPITULO3º CAPITULO3º CAPITULO3º CAPITULO com o cabeçalho “A conservação
como uma acção abrangente” . Começando por resumir alguns requisitos essenciais já
enumerados em linhas anteriores como a reversibilidade, a caraterização e o respeito
pelo existente, o restauro, a manutenção, este capitulo evolui referindo a importância dos
materiais construtivos e das técnicas utilizadas também como elemento a preservar.
Com estes pressupostos em mente, resta definir alguns dos graus de intervenção.
Segundo Bernard FieldeBernard FieldeBernard FieldeBernard Fieldennnn há sete graus de intervenção (anastilose é um sub - grupo do
restauro) no edificado: A conservação abrange intervenções em várias escalas e níveis de
intensidade, que são determinadas pelas condições físicas, pelas causas da deterioração,
entre outros factores.
São discriminados 7 níveis: prevenção da deterioração, preservação, consolidação, prevenção da deterioração, preservação, consolidação, prevenção da deterioração, preservação, consolidação, prevenção da deterioração, preservação, consolidação,
restauro, (restauro por anastilose), reabilitação, reprodução e reconstruçãorestauro, (restauro por anastilose), reabilitação, reprodução e reconstruçãorestauro, (restauro por anastilose), reabilitação, reprodução e reconstruçãorestauro, (restauro por anastilose), reabilitação, reprodução e reconstrução. . . .
Qualquer uma destas intervenções não poderá ser começada sem a realização dos
inventários, já citados e das inspecções iniciais de estudo e despiste do estado do
edificado e das causas das anomalias existentes.
Durante a obra deverá ser mantido um registo periódico das actividades em curso,
tal como após deverá ser reunido num só documento as acções realizadas. Esta
documentação deverá ser bastante descritiva, recorrendo a análises e/ou a relatórios, a
fotografias e/ou a desenhos.
Para além dos graus descritos, a salvaguarda hoje em dia, ou a intervenção no
edificado antigo, baseia-se num certo número de conceitos, ligados a uma nova noção
historicista. Alois RieglAlois RieglAlois RieglAlois Riegl foi o primeiro a sistematizar e a analisar os valores que
distinguem a arquitectura moderna e a tradicional, ou seja, o monumento construído
como um memorial, transmitindo uma mensagem do passado para o futuro, versus um
edifício histórico que se transforma em monumento com o passar da história
associando-se a determinados períodos e características.
Podemos, então, salientar como aspectos modernos da conservação e da herança
construída, os seguintes: o Valor UniversalValor UniversalValor UniversalValor Universal, a AutenticidadeAutenticidadeAutenticidadeAutenticidade e a Integridade.Integridade.Integridade.Integridade.
Em “Noção do processo de intervenção”, 4º CAPITULO4º CAPITULO4º CAPITULO4º CAPITULO, começamos por ler: « Toda a Toda a Toda a Toda a
intervenção implica uma atitude de interpretação e tradução do passadointervenção implica uma atitude de interpretação e tradução do passadointervenção implica uma atitude de interpretação e tradução do passadointervenção implica uma atitude de interpretação e tradução do passado ». Nesta fase
fazemos uma síntese do que foi pesquisado nos capitulos anteriores, analisando e
percebendo a sua aplicação prática. Com referência à lei portuguesa chamasse à atenção
para os artigos da Lei 107/2001 relacionados com as IntervençõesIntervençõesIntervençõesIntervenções e o acompanhamento
por parte do orgão nacional competente (artº. 51), o ContextoContextoContextoContexto e a não permissão de
alteração do bem classificado ( artº. 52), os Planos Planos Planos Planos e a obrigatoriedade de
estabelecimento destes (artº. 53) e para os Projectos, obras e intervençõesProjectos, obras e intervençõesProjectos, obras e intervençõesProjectos, obras e intervenções e o parecer do
IPPAR (artº. 54).
Descreve-se uma estrutura que poderá servir de base para a apresentação de um
projecto que visa a intervenção num objecto classificado. Podemos dividir esse processo
em 4 partes essenciais:
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 12
1.1.1.1. Aspectos genéricos:Aspectos genéricos:Aspectos genéricos:Aspectos genéricos:
Os processos devem ser remetidos ao IPPAR, em duplicado, datados e rubricados
pelo autor, e neles devem constar os elementos abaixo indicados:
• extractos dos planos em vigor ou de outros instrumentos urbanísticos aplicáveis,
sempre que a obra se localize em áreas por eles abrangidas;
• identificação do arquitecto autor do projecto, com o nome e número de inscrição
na Ordem;
• identificação da fase do projecto: estudo prévio; ante-projecto ( projecto base);
projecto (projecto de execução);
• Poderão ser submetidos ao IPPAR, em fase de informação prévia ou ante-projecto,
as pretensões que envolvam maior complexidade programática, volume de obra ou
delicadeza de solução, como forma de evitar os prejuízos de um eventual indeferimento
em fase final do estudo.
• A emissão de parecer favorável em fases iniciais não dispensa a apreciação do
projecto na fase final.
2.2.2.2. O projecto de arquitectura deverá incluir:O projecto de arquitectura deverá incluir:O projecto de arquitectura deverá incluir:O projecto de arquitectura deverá incluir:
• Memória descritiva e justificativa:Memória descritiva e justificativa:Memória descritiva e justificativa:Memória descritiva e justificativa:
A memória descritiva deverá conter elementos esclarecedores sobre a situação
existente e a obra projectada, devendo incluir:
• análise histórica, arquitectónica e de inserção urbanística do edifício existente
ou do local da obra, consoante o projecto se destine a alterar o imóvel existente ou a
construir de raiz;
• descrição da obra projectada, incluindo a identificação dos acabamentos
exteriores;
• sempre que se proponha a remodelação profunda de imóveis, com recurso a
escoramento de fachadas ou outros elementos estruturais, deverá caracterizar-se o
sistema a utilizar
• Documentação fotográfica:Documentação fotográfica:Documentação fotográfica:Documentação fotográfica:
Fotografias actuais, de preferência a cores, que permitam visualizar o local da obra
e sua relação com a envolvente e com o imóvel classificado, incluindo tomadas de vista
longínquas ou de cota superior, sempre que tal se verifique necessário para uma análise
correcta de integração da proposta no ambiente existente.
Em casos especiais, pela sua dimensão, impacto, particularidades, relacionamento
com o bem classificado ou inserção paisagística ou urbana, devem os autores do projecto
socorrer-se de técnicas e métodos que melhor esclareçam a sua integração no local.
• Peças gráficas:Peças gráficas:Peças gráficas:Peças gráficas:
• levantamento rigoroso do existente ( plantas, cortes e alçados) sumariamente
cotado, sempre que se trate de projectos de recuperação, alteração ou renovação de
imóveis, ou de processo9s de obras de demolição ou substituição integral;
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 13
• planta de localização actualizada, com indicação do local da obra, do imóvel
classificado e respectiva zona de protecção, à escala 1:1000 ou 1:2000;
• planta de conjunto ( implantação) que permita a análise da inserção da
proposta, à escala 1:200 ou 1:500, sempre que se justifique;
• perfis esquemáticos, à escala 1:200 ou 1:500, para análise da integração
volumétrica, caso se proponham alterações significativas relativamente à envolvente;
• plantas cotadas de todos os pisos, incluindo as coberturas;
• alçados, apresentação de todos os alçados com indicação, exaustiva, das cores
e materiais, e apresentação dos edifícios confinantes numa extensão mínima de 2
metros;
• cortes longitudinais e transversais cotados;
• pormenorização construtiva, e mapa de acabamentos dos elementos
integrantes da fachadas, guarnições de vãos, caixilharias, guardas, beirados, etc.
• representação da proposta com as cores convencionais, sempre que haja lugar
a alterações.
3.3.3.3. Projectos de publicidade e toldos:Projectos de publicidade e toldos:Projectos de publicidade e toldos:Projectos de publicidade e toldos:
Os pedidos de autorização para instalação de anúncios e toldos deverão incluir:
• memória descritiva;
• documentação fotográfica, a cores, da fachada e da envolvente;
• representação da integração dos novos elementos, à escala 1:100.
As placas publicitárias, anúncios ou toldos deverão ser rigorosamente
pormenorizados, à escala 1:50 ou 1:20, indicando os materiais e cores propostas.
4.4.4.4. Demolições:Demolições:Demolições:Demolições:
Toda a obra de demolição a efectuar em zonas de pro tecção ou em imóveis
classificados carece de prévia autorização do IPPAR.
Os pedidos deverão ser instruídos com elementos caracterizadores do local, e
justificar a pretensão.
In “Critérios para classificação de bens imóveis”, Colecção informar para proteger,
IPPAR
Este capitulo alerta-nos para algo da maior importância: para o processo de
intervenção no lugar. Podemos encontrar duas situações: ou um processo de obra num processo de obra num processo de obra num processo de obra num
lotelotelotelote, num imóvel ou parte deste, ou um processo de loteamento ou planoprocesso de loteamento ou planoprocesso de loteamento ou planoprocesso de loteamento ou plano. Em qualquer
dos casos procurasse uma reestruturação do existente, fomentasse a relação entre o
antigo e o novo. Nesse jogo além de termos de ter em mente tudo o que já foi dito
anteriormente, temos alguns pressupostos que podemos usar como orientativos, como
ponto de partida do projecto:
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 14
• Identificar, reter e preservar » Identificar, reter e preservar » Identificar, reter e preservar » Identificar, reter e preservar » Realização de um inventário exaustivo do
edifício e das suas particularidades;
• Proteger e manter » Proteger e manter » Proteger e manter » Proteger e manter » Depois do inventário, ter-se-á que prever uma
manutenção sistemática da construção. ( ex: limpeza de goteiras, instalação de alarmes,
etc.). Posteriormente, outros métodos de conservação deverão ser tomados;
• Reparação » Reparação » Reparação » Reparação » Para começar podemos consolidar, reforçar, prender, etc.
Substituir ou consertar escadas, corrimãos, vidros partidos, etc.
• Substituição » Substituição » Substituição » Substituição » Dever-se-á definir um método de intervenção e de substituição
de partes danificadas. A substituição de uma peça, ou de parte, deverá, sempre que
possível reutilizar os restos originais. A substituição deverá ser feita com materiais iguais
ao original, ou com os mais semelhantes possíveis.
• Desenho de partes históricas desaparecidas » Desenho de partes históricas desaparecidas » Desenho de partes históricas desaparecidas » Desenho de partes históricas desaparecidas » Quando alguma peça importante
desaparece por completo, como um alpendre ou uma escada, esta já não tem um papel
fisicamente activo na intervenção, a não ser que seja possível redesenhar e recriar
fielmente as peças em falta, através de documentação histórica existente. Quando tal não
é realizável, um novo desenho será aceite desde que este seja compatível com todo o
edifício ( escala, tamanho, material, cor, etc.), e que esteja nitidamente diferenciado e
marcado como novo, para que não haja enganos. > conceito americano.
• Alterações / adições a edifícios históricos » Alterações / adições a edifícios históricos » Alterações / adições a edifícios históricos » Alterações / adições a edifícios históricos » Todas as alterações que forem
necessárias para a adaptação da continuidade funcional do edifício, deverão ser
realizadas sem que, de modo algum, alterem, destruam ou danifiquem o espaço, os
materiais, as técnicas, construtivas ou os acabamentos. ( ex: adicionar zonas de
estacionamento, novos vãos, acrescentar pisos, etc.). Pode ser necessária a demolição de
edifícios ou árvores da envolvente mais próxima. Dever-se-á evitar o acrescento de
novos anexos ou ampliações. Se tal tiver mesmo de acontecer, então este deverá ser
nitidamente diferenciado e não poderá intervir com a edificação original.
Estes pressupostos serão mais indicados para uma conservação mas poderão, de
qualquer forma, servir de base a outro tipo de intervenções já mencionadas.
Nos parágrafos que se seguem a estas indicações há uma descrição da relação que
poderá existir entre o edificío existente e o novo volume:
• InclusãoInclusãoInclusãoInclusão – Um absorve o outro;
• IntersecçãoIntersecçãoIntersecçãoIntersecção – O novo altera os limites antigos;
• ExclExclExclExclusãousãousãousão – são completamente autónomos.
A ligação entre uma pré-existência ( antigo ) e uma pós-existência (novo) poderá
traduzir-se em:
1. A procura de uma semelhança métrica, geométrica e proporcional para criar
um emparelhamento;
2. A criação de um elemento de ligação que permita manter a continuidade
figurativa, mesmo em conjunto;
3. A manipulação do elemento agregador, que não danifique a leitura da tipologia
isolada, mas que una as duas peças quase que as tornando siamesas.
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 15
Há ainda uma enumeração dos niveis de intervenção possíveis :
• A modificação circunscrita A modificação circunscrita A modificação circunscrita A modificação circunscrita ---- A intervenção resume-se ao limite do edifício
enquanto realidade individual, ou seja, particularidade projectual
• A modificação do locus A modificação do locus A modificação do locus A modificação do locus ---- Assim, podem incluir-se neste nível, portanto, a
alteração do loci, ampliações já com uma dimensão considerável, corpos autónomos com
ligações a edifícios existentes, entre outros.
• O critério de conformação urbana O critério de conformação urbana O critério de conformação urbana O critério de conformação urbana ---- Há uma colisão deliberada de imagem
arquitectónica e desenho urbano com a estrutura pré-existente, sobre a qual se querem
impor.
Segundo Nuno PortasNuno PortasNuno PortasNuno Portas « Por intervenção na cidade existenteintervenção na cidade existenteintervenção na cidade existenteintervenção na cidade existente entendemos o conjunto
de programas e projectos públicos ou de iniciativas autónomas que incidem sobre
tecidos urbanizados dos aglomerados, sejam antigos ou relativamente recentes, tendo
em vista:
1. A sua reestruturação ou revitalização funcional ( actividades ou redes de
serviços);
2. A sua recuperação ou reabilitação arquitectónica ( edificação e espaços não
construídos, designadamente os de uso público);
3. Finalmente, a sua reapropriação social e cultural ( grupos sociais que habitam
ou trabalham em tais estruturas, relações de propriedade e troca, actuações no âmbito da
segurança social, educação, tempos livres, etc.).
Este conceito distinge-se, portanto (...), da produção urbana de extensão ou criação
de novos aglomerados e distingue-se também das intervenções sobre o património que
apenas visam o seu restauro monumental.»
Nesta fase, onde se descreve o processo de loteamento ou plano como acção global,
refere-se primeiro a legislação a ter em atenção - regime jurídico dos instrumentos de regime jurídico dos instrumentos de regime jurídico dos instrumentos de regime jurídico dos instrumentos de
gestão territorialgestão territorialgestão territorialgestão territorial, DecretoDecretoDecretoDecreto----lei nº 380/99lei nº 380/99lei nº 380/99lei nº 380/99 de 22 de Setembro – e, posteriormente,
enumerasse uma série de padrões de actuação que, não são nada mais do que técnicas
conceptuais de apropriação do existente.
Cada padrão não define uma silhueta, propõe antes uma técnica de ordenamento
relativa ás várias intervenções que se poderão idealizar, ou seja, os pontos chave a ter em
conta.
Assim :
1º padrão] Conformação do tecido urbano :
• Deve considerar-se a possibilidade de dar forma ao espaço urbano
desarticulado;
• Dar um sentido lógico e coordenado entre a nova e a velha arquitectura;
2º padrão] Acção positiva a favor da caracterização volumétrica de um espaço
urbano parcialmente indeterminado:
Não consiste, portanto, em obstruir o espaço como se de um líquido se tratasse,
mas antes de fechar, delimitar mediante ocupação de certos espaços vazios, com
volumes que adoptem uma metodologia respeitante ao espaço existente.
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 16
3º padrão] Continuidade de imagem:
Este padrão reconhece principalmente a existência de trabalhos que incidem
prioritariamente sobre aspectos plásticos da arquitectura, tratando de potencializar a
relação visual que pode produzir-se entre uma nova intervenção e as pré-existências.
4º padrão] Recreação de formas tipológicas:
Isto é, princípio comparativo como fundamento de um hipotético método analógico.
Portanto, as caracterizações tipológicas que recorrem a dados construtivos fieis ao lugar.
5º padrão] Colisão de estruturas formais:
Há um criticismo arquitectónico que radicaliza a sua acção mediante a confrontação
formal com o construído, logo, há uma expressão do contraste como legitima
consequência da adopção do valor “ novidade” na sua fictícia autonomia cultural.
As atitudes frente ao contexto podem ser vistas de três formasAs atitudes frente ao contexto podem ser vistas de três formasAs atitudes frente ao contexto podem ser vistas de três formasAs atitudes frente ao contexto podem ser vistas de três formas:
1. Quem defenda uma arquitectura moderna, orgulhosa da sua condição como tal
e que devia, mediante a descontextualização, ser capaz de confirmar a confrontação do
histórico com o moderno;
2. Quem defenda uma arquitectura historicista, ainda que rotulada de anacrónica,
que recorreria, total ou parcialmente, a significados nostálgicos mediante significações
miméticas;
3. Quem defenda a possibilidade de uma arquitectura que, com um desenho
intencional, chegaria a superar a suposta impossibilidade original para se integrar em
centros históricos sem renunciar à sua condição de modernidade. Arquitectura que
aludiria a outras mas não as reproduziria.
A rematar esta fase encontramos uma enumeração de possiveis atitudes projectuais
de intervanção no construído, e a forma de as identificar na construção existente.
Falamos de arquitectura descontextualizada arquitectura descontextualizada arquitectura descontextualizada arquitectura descontextualizada (atitude despreocupada e com carência de
significados constextuais); arquitectura de constraste arquitectura de constraste arquitectura de constraste arquitectura de constraste (as edificações fogem á
continuidade presente no lugar); arquitectura historicista ; arquitectura historicista ; arquitectura historicista ; arquitectura historicista (persistência de traços
figurativos dentro da cultura material do lugar); arquitectura dita folclórica ; arquitectura dita folclórica ; arquitectura dita folclórica ; arquitectura dita folclórica (reprodução
de um certo regionalismo que, na realidade, não existe); arquitectura de base tipologica arquitectura de base tipologica arquitectura de base tipologica arquitectura de base tipologica
arquitectura capaz de referenciar estruturas consolidadas em experiências existentes); ; ; ;
arquitectura do fragmento arquitectura do fragmento arquitectura do fragmento arquitectura do fragmento (acções baseadas no fragmento) e arquitetura constextual arquitetura constextual arquitetura constextual arquitetura constextual
((((sem recorrer a mimesis estabelece uma simbiose com o contexto)....
5º CAPITULO 5º CAPITULO 5º CAPITULO 5º CAPITULO e a “ Noção do processo de classificação”.
« Instrução de um processInstrução de um processInstrução de um processInstrução de um processo de classificaçãoo de classificaçãoo de classificaçãoo de classificação – Atendendo a que a classificação de
um imóvel permite prestigia-lo e defende-lo, dotando-o de um enquadramento
especifico, importa que o processo de classificação contemple os seguintes elementos:
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 17
* Identificação do imóvel: Designação* Identificação do imóvel: Designação* Identificação do imóvel: Designação* Identificação do imóvel: Designação / nome, Localização administrativa/ nome, Localização administrativa/ nome, Localização administrativa/ nome, Localização administrativa
* Identificação do proponente:* Identificação do proponente:* Identificação do proponente:* Identificação do proponente:
* Identificação do proprietário:* Identificação do proprietário:* Identificação do proprietário:* Identificação do proprietário:
* Caracterização do imóvel:* Caracterização do imóvel:* Caracterização do imóvel:* Caracterização do imóvel:
1.1.1.1. Dados histórico Dados histórico Dados histórico Dados histórico –––– arquitectónicos:arquitectónicos:arquitectónicos:arquitectónicos:
• Será imperioso que o processo contemple um conjunto de dados que
possibilitem um entendimento de todos os elementos do imóvel, e uma leitura
contextualizada.
2.2.2.2. Tipologia:Tipologia:Tipologia:Tipologia:
Importa que o processo contemple um breve apontamento com o intuito de inserir o
imóvel numa das seguintes tipologias:
• arquitectura civil ( edifícios de habitação, palácio, etc.)
• arquitectura religiosa ( capela, igreja, ermida, etc.)
• arquitectura militar ( castelo, forte, muralha, etc.)
• arquitectura industrial ( fábrica, oficina, etc.)
• arquitectura rural ( moinho, lagar, etc.)
• situações mistas ( casa com capela, torre de habitação e defesa, etc.)
• arqueologia ( caracterização do achado)
• outras
3. Descrição arquitectónica:Descrição arquitectónica:Descrição arquitectónica:Descrição arquitectónica:
• Uma descrição arquitectónica do imóvel, com todas as suas partes integrantes
e diferentes características de materiais aplicados. Deverá ser efectuado um inventário
dos elementos decorativos e inseparáveis do imóvel.
4. Utilização ou função:Utilização ou função:Utilização ou função:Utilização ou função:
• No processo deverá ser mencionada a função do imóvel ( habitação, comércio,
indústria, etc.) referindo-se se a actual utilização é ou não adequada e compatível com a
função original ou simbólica do bem a classificar.
5. InfraInfraInfraInfra----estruturas existentes:estruturas existentes:estruturas existentes:estruturas existentes:
• É recomendável a referência sobre a existência, ou não, de infra-estruturas
6.6.6.6. Estado de conservação:Estado de conservação:Estado de conservação:Estado de conservação:
• Recomenda-se que o processo contemple informações sobre o estado global
de conservação do imóvel, especificando as partes que, eventualmente, faltem ou se
encontrem a necessitar de intervenção urgente.
* Documentação gráfica:* Documentação gráfica:* Documentação gráfica:* Documentação gráfica:
1. Levantamento fotográfico:Levantamento fotográfico:Levantamento fotográfico:Levantamento fotográfico:
• É importante que a cobertura fotográfica do bem a classificar abranja a
totalidade do imóvel, com fotografias de conjunto, e da sua envolvente, de forma a
permitir uma leitura rigorosa da sua inserção urbanística e, por outro lado, dos detalhes
característicos e dos pormenores que se achem relevantes.
2. Levantamento arquitectónico Levantamento arquitectónico Levantamento arquitectónico Levantamento arquitectónico ( caso exista ):
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 18
• É importante que contenha , sempre que possível, as plantas, os alçados e os
cortes que se considerem expressivos.
3. Dados cartográficos:Dados cartográficos:Dados cartográficos:Dados cartográficos:
• É fundamental que o processo contenha uma planta de localização do imóvel à
escala 1:2000, em que a sua demarcação seja assinalada de forma a ser delimitada uma
área envolvente nunca inferior a 100 metros.
4. Dados cadastrais.Dados cadastrais.Dados cadastrais.Dados cadastrais.
* Bibliografia:* Bibliografia:* Bibliografia:* Bibliografia:
É desejável a indicação de uma bibliografia especifica que ajude a aprofundar o
conhecimento e a história do imóvel.
A partir destas orientações que podemos encontrar em “Critérios para classificação
de bens imóveis”, (IPPAR), há que perceber qual o propósito da proposta de classificação,
ou seja, um imóvel poderá ser inventariado e, se deter qualidade ou se se provar como
um exemplo excepcional de uma época, autor, momento histórico-politico, etc, poderá
mesmo ser classificado.
Assim, a Lei 107/ 2001Lei 107/ 2001Lei 107/ 2001Lei 107/ 2001, diz:
Classificação (Classificação (Classificação (Classificação (artº. 18) ---- Entende-se por classificaçãoclassificaçãoclassificaçãoclassificação o acto final do procedimento
administrativo mediante o qual se determina que certo bem possui um inestimável valor
cultural.
Inventariação (Inventariação (Inventariação (Inventariação (artº. 19) - Entende-se por inventariaçãoinventariaçãoinventariaçãoinventariação o levantamento sistemático,
actualizado e tendencialmente exaustivo dos bens culturais existentes a nível nacional,
com vista à respectiva identificação;
Há uma enumeração das categorias das classificações dos bens possíveisclassificações dos bens possíveisclassificações dos bens possíveisclassificações dos bens possíveis no art. 15º
dessa mesma lei e alguns dos critérios genéricos de apreciação para uma classificação ou uma classificação ou uma classificação ou uma classificação ou
uma inventariaçãouma inventariaçãouma inventariaçãouma inventariação no art. 17º . Em resumo:
« Categorias de bensCategorias de bensCategorias de bensCategorias de bens:
• Os bens imóveibens imóveibens imóveibens imóveis s s s podem pertencer às categorias de MONUMENTO, CONJUNTO OU MONUMENTO, CONJUNTO OU MONUMENTO, CONJUNTO OU MONUMENTO, CONJUNTO OU
SITIOSITIOSITIOSITIO, (...);
• Os bens móveis e imóveis podem ser classificados como de interesse nacionalinteresse nacionalinteresse nacionalinteresse nacional, de
interesse públicointeresse públicointeresse públicointeresse público ou de interesse municipalinteresse municipalinteresse municipalinteresse municipal;
• Os bens culturais imóveis incluídos na lista do património lista do património lista do património lista do património mundialmundialmundialmundial integram, para
todos os efeitos e na respectiva categoria, a lista dos bens classificados como de
interesse nacional;
Portanto, resumidamente:
1. Quando o proponente da classificação requere a abertura do processo de
determinado imóvel, este fica automáticamente em estudo estudo estudo estudo e é criada uma equipa de
técnicos do IPPAR que o avalia. Tal informação é remetida ao Presidente do Instituto que
aprova, ou não, a classificação do objecto. Se a resposta fôr deferida, então o imóvel
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 19
passa a estar em vias de classiem vias de classiem vias de classiem vias de classificaçãoficaçãoficaçãoficação e é imediatamente cercado por uma zona de zona de zona de zona de
protecção de 50 metrosprotecção de 50 metrosprotecção de 50 metrosprotecção de 50 metros a contar do perimetro deste. A equipa continua o seu trabalho e
a proposta segue para o Ministro do Pelouro que dirá qual a categoria a que o bem
pertence, segundo as indicações do IPPAR. Nesta fase o processo encontrasse
homologadohomologadohomologadohomologado e só aguarda a publicação em Diário da República para estar classificado.2
2. É dever da comunidade, e da administração desta, dever esse entregue ás
instituições competentes, inventariarinventariarinventariarinventariar todo o edificado existente como processo de
identificação da massa construída;
3. O imóvel fica assim em vias de classificaçãoem vias de classificaçãoem vias de classificaçãoem vias de classificação, e é atribuída uma zona de protecção
com um raio de 50 metros ( artigo 43º, alínea 1 ) ;
4. Após os procedimentos legislativos, há a composição da equipa mequipa mequipa mequipa multidisciplinarultidisciplinarultidisciplinarultidisciplinar,
que irá estudar o imóvel em questão;
5. Na secção II – artigos 24º a 30º - temos a descrição do procedimento
administrativo, ou seja, prazos, instrução, audiência dos interessados, a forma dos actos,
a notificação, publicação e efeitos da decisão e a eventual revogação.
Na senda do assunto anterior, o 6º6º6º6º e penultimo CAPITULOCAPITULOCAPITULOCAPITULO tem como tema as Zonas Zonas Zonas Zonas
Especiais de Protecção ( ZEP ). Especiais de Protecção ( ZEP ). Especiais de Protecção ( ZEP ). Especiais de Protecção ( ZEP ). Estão previstas no artº. 43 na Lei do Património Cultural:
quando um imóvel fica em vias de classificação, imediatamente após a abertura do
processo para uma possível classificação, este fica logo “cercado” por uma Zona de Zona de Zona de Zona de
ProtecçãoProtecçãoProtecçãoProtecção (zona geral de protecção) de 50 metros, «contados a partir dos seus limites
externos».
Mas as Zonas Especiais de ProtecçãoZonas Especiais de ProtecçãoZonas Especiais de ProtecçãoZonas Especiais de Protecção só surgem - artigo 43º, alínea 2) – depois do
imóvel estar efectivamente e legalmente classificado. Na alínea seguinte faz-se referência
à figura de zona non aedificandi, zonas interditas de construção nova.
Assim, e ainda segundo a legislação em vigor, « As zonas de przonas de przonas de przonas de protecção otecção otecção otecção são
servidões administrativas, nas quais não podem ser concebidas pelo município, nem por
outra entidade, licenças para obras de construção e para quaisquer trabalhos que alterem
a topografia, os alinhamentos e as cérceas e, em geral, a distribuição de volumes e
coberturas ou o revestimento exterior dos edifícios sem prévio parecer favorável da
administração do património cultural competente.»
Por último, o 7º CAPITULO7º CAPITULO7º CAPITULO7º CAPITULO desta 1ª fase do programa de estágio, foi escolhido um
plano directamente relacionado com a fase posterior do plano – Caracterização Urbana da Caracterização Urbana da Caracterização Urbana da Caracterização Urbana da
Avenida da LiberdadeAvenida da LiberdadeAvenida da LiberdadeAvenida da Liberdade – mais concretamente o PUALZE [ Plano de Urbanização da Avenida PUALZE [ Plano de Urbanização da Avenida PUALZE [ Plano de Urbanização da Avenida PUALZE [ Plano de Urbanização da Avenida
da Liberdade e Zona Envolvente ], da Liberdade e Zona Envolvente ], da Liberdade e Zona Envolvente ], da Liberdade e Zona Envolvente ], da autoria de Manuel Fernandes de Sá ( arqº) e
Francisco Barata Fernandes (arqº), para a Câmara Municipal de Lisboa em 1993.
Nesta análise faz-se primeiro uma recapitulação do que foi descrito anteriormente:
a importância de conhecer o que se vai trabalhar, quais os profissionais que deverão
compor a equipa projectista, os passos que deverão ser seguidos para o conhecimento
2 Ver anexos – Listagens dos imoveis classificados e em vias da Zona Especial de Protecção da Avenida da Liberdade > pág. 52
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 20
do lugar e as 3 fases essenciais do projecto, que terão ser obrigatoriamente espartilhadas
e analisadas cuidadosamente.
A EQUIPAA EQUIPAA EQUIPAA EQUIPA - deverá conter especialistas nas áreas de »
• conservação,
• história,
• história da arte,
• arquitectura,
• paisagismo,
• decisão política.
• ordenamento do território e planeamento
urbano,
• arqueologia, diversos campos da engenharia,
• geologia,
• mineralogia,
• química
Os passos para o CONHECIMENTO DO LUGARCONHECIMENTO DO LUGARCONHECIMENTO DO LUGARCONHECIMENTO DO LUGAR »
1º ] Criar e estudar a i1º ] Criar e estudar a i1º ] Criar e estudar a i1º ] Criar e estudar a informação de base em planeamento, ou seja, procedimentos nformação de base em planeamento, ou seja, procedimentos nformação de base em planeamento, ou seja, procedimentos nformação de base em planeamento, ou seja, procedimentos
de recolha e tratamento, fontes estatísticas e cartográficas.de recolha e tratamento, fontes estatísticas e cartográficas.de recolha e tratamento, fontes estatísticas e cartográficas.de recolha e tratamento, fontes estatísticas e cartográficas.
- Leitura sectorial, análise e sintese integrada: suporte físico, demografia,
habitação, actividades económicas e emprego, estrutura funcional, sistema de circulação
e transporte (acessibilidade e mobilidade na cidade), o estacionamento, equipamentos
colectivos, redes de infraestruturas, história e património (edificado e natural) » O espaço O espaço O espaço O espaço
público e o espaço construídopúblico e o espaço construídopúblico e o espaço construídopúblico e o espaço construído
2º ] Estudar os us2º ] Estudar os us2º ] Estudar os us2º ] Estudar os usos do solo urbano, portanto, as tipologias e a organização espacialos do solo urbano, portanto, as tipologias e a organização espacialos do solo urbano, portanto, as tipologias e a organização espacialos do solo urbano, portanto, as tipologias e a organização espacial
---- FunçõesFunçõesFunçõesFunções: habitação, trabalho, cultura, lazer.
---- Usos:Usos:Usos:Usos: espaços centrais, espaços consolidados, espaços de expansão urbana,
áreas de reconversão e de renovação urbanas, áreas industriais, os espaços canais e
interfaces de transporte, as grandes infraestruturas de saneamento (ETAR´s,
Reservatórios, ETA´s…), os espaços de uso especial (defesa, lazer, turismo, …), os
espaços de equipamento da cidade.
Os espaços não urbanos de reserva, de protecção, de enquadramento, …..)
Podemos, então, resumir o processo em 3 GRANDES FASES3 GRANDES FASES3 GRANDES FASES3 GRANDES FASES, seja ele relacionado com
um edifício isolado ou com um conjunto urbano:
1º] A análise do existenteanálise do existenteanálise do existenteanálise do existente [ estudar a envolvente para além do edifício(s), a
concepção do espaço, o sistema construtivo, o sistema estrutural, os construtores, as
alterações realizadas ao longo da história, os planos que já existiram (ou não) para esse
local, as ocupações passadas ] , a leitura aprofundada do imóvel, ou do conjunto de
imóveis, baseada na exploração arqueológica e arquitectónica, e o diagnóstico do
problema;
2º] A identificação e a delimitaçãoidentificação e a delimitaçãoidentificação e a delimitaçãoidentificação e a delimitação das coordenadas para a intervenção;
3º] A própria intervenção intervenção intervenção intervenção que não poderá nem desvirtuar nem inutilizar as pré-
existências [[[[ esta deverá explicar o conceito intervencionista, as recomendações e cartas
seguidas, os materiais e opções construtivas e os exemplos estudados, apresentar
excertos dos planos em vigor, fazer referência à legislação nacional directamente
relacionado com a proposta ]]]].
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 21
PUALZE [ PlaPUALZE [ PlaPUALZE [ PlaPUALZE [ Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente ] »no de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente ] »no de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente ] »no de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente ] »
Nos anos de execução da proposta aqui em estudo a Lei nº 48/98, de 11 de Agosto Lei nº 48/98, de 11 de Agosto Lei nº 48/98, de 11 de Agosto Lei nº 48/98, de 11 de Agosto
–––– “Estabelece as bases da política de ordenamento do território e de urbanismo” e o
DecretoDecretoDecretoDecreto----Lei nº 380/99 de 22Lei nº 380/99 de 22Lei nº 380/99 de 22Lei nº 380/99 de 22 de Setembrode Setembrode Setembrode Setembro, -” definindo-se o regime de coordenação dos
âmbitos nacional, regional e municipal do sistema de gestão territorial, o regime geral de
uso do solo e o regime de elaboração, aprovação, execução e avaliação dos instrumentos
de gestão territorial. “ ainda não existiam, tendo este plano sido regido pelo DecretoDecretoDecretoDecreto----lei lei lei lei
nº 69/90, de 2 de Marçonº 69/90, de 2 de Marçonº 69/90, de 2 de Marçonº 69/90, de 2 de Março, alterado pelo DecretoDecretoDecretoDecreto----lei nº 211/92, de 8 de Outubrolei nº 211/92, de 8 de Outubrolei nº 211/92, de 8 de Outubrolei nº 211/92, de 8 de Outubro.
De qualquer forma os decretos actualmente em vigor estão referenciados no inicío
deste capitulo para que sirvão de apoio para quem avançar realmente com um plano para
a Avenida da Liberdade. Assim, temos de ver esta proposta á luz da legislação da época.
Após a transcrição de alguns artigos da legislação mencionada para que sirvam de
orientação, o documentos avança com a explicação da estrutura desta proposta. O
processo desenvolveu-se em 3 fases :
1ª FASE1ª FASE1ª FASE1ª FASE
• Elaboração de um regulamento prévio complementado por uma primeira
classificação e inventário do Património Arquitectónico;
• Criação de uma planta de síntese com uma estratégia de gestão e salvaguarda
dos edifícios, conjuntos edificados e espaços livres;
• Tudo isto possibilitou uma aproximação às propostas globais de intervenção,
bem como um conhecimento pormenorizado da gestão urbanística quotidiana.
2ª FASE2ª FASE2ª FASE2ª FASE
• Definição de acções viáveis sobre os espaços públicos como forma de motivar e
enquadrar uma política de salvaguarda;
• Avaliação das regras essenciais, ou seja, fazer um ponto da situação;
• Debate com as várias entidades interessadas, não só públicas, mas também
privadas.
“Nesta fase foi possível reflectir a especificidade da metodologia seguida, bem como
o rigor e realismo presentes nas propostas de intervenção.”
3ª FASE 3ª FASE 3ª FASE 3ª FASE Criação dos 3 dossiers, que compõem o PUALZE:
• Dossier 1/Volume 1 Dossier 1/Volume 1 Dossier 1/Volume 1 Dossier 1/Volume 1 –––– Composto pelos elementos fundamentais e complementares
do plano;
• Dossier 2 / Volume 2 Dossier 2 / Volume 2 Dossier 2 / Volume 2 Dossier 2 / Volume 2 –––– Elementos anexos ao plano de urbanização;
• Dossier 3 / Volume 3 Dossier 3 / Volume 3 Dossier 3 / Volume 3 Dossier 3 / Volume 3 –––– Acções Urbanísticas propostas.
Resumindo, nos Dossiers 1 e 2 reúne-se o conteúdo vinculativo referente ao
DecretoDecretoDecretoDecreto----Lei nº 69Lei nº 69Lei nº 69Lei nº 69 / 90/ 90/ 90/ 90, artigos 9º, 10º, 11º e 12º, ou seja, sínteses gerais das propostas.
No 3º caderno faz-se a programação das actividades e iniciativas que deverão ser
implementadas. Este é composto por fichas com as seguintes informações : tipo de obras
a realizar, localização, promotores, programa, estimativa orçamental, lugar que ocupa na
estratégia global da intervenção municipal.
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 22
VOLUME I » VOLUME I » VOLUME I » VOLUME I » Após uma explicação de como se desenvolve a estrutura da proposta, o
PUALZE apresenta-nos uma listagem das condicionantes de condicionantes de condicionantes de condicionantes de ordem superiorordem superiorordem superiorordem superior, ou seja, das
servidões e restrições de utilidade pública. Nesta fase ficamos a conhecer limites e
restrições que terão de ser compreendidas no plano. Em seguida ficamos a saber quais
são os objectivos do Plano:
1 – A Avenida da Liberdade recuperará a sua função de espaço central da cidade
com valorização dos seus espaços públicos e a fixação de actividades centrais.
2 – A Avenida da Liberdade e Zona Envolvente preservará a sua heterogeneidade
formal e funcional evitando agudizar rupturas urbanísticas na sua forma urbana.
3 – A utilização residencial será revitalizada, e controlado o processo de expansão
do terciário.
4 – A conexão entre os diversos sectores da zona será reforçada com o
melhoramento do sistema de percursos pedonais, a racionalização dos transportes
públicos e a criação de alternativas de atravessamento do eixo central da Avenida.
5 – A oferta do estacionamento será aumentada, e considerada como parte
integrante das opções do plano.
6 – Os programas das novas tecnologias de infra-estruturas serão progressivamente
integrados nas acções urbanísticas propostas.
Ora, já temos informação sobre o que existe, sobre as condicionantes e sobre os
objectivos. Falta, portanto, o que vem explicado nos dois capítulos seguintes: a Propostas
de Requalificação Urbana e a Estratégia de Concretização do Plano.
No ponto Ordenamento e Gestão Urbanística: Conceitos e Métodos, podemos ler um
resumo do que foi escrito em todo este dossier.
VOLUME II » VOLUME II » VOLUME II » VOLUME II » Há, nesta fase, um desenvolvimento do que foi dito no capitulo 2 do
Volume I, ou seja, é a descrição e exemplificação do que temos no terreno, dos
elementos anexos referidos no artº 12 do Decreto Decreto Decreto Decreto –––– lei nº 69 / 90lei nº 69 / 90lei nº 69 / 90lei nº 69 / 90: “ Estudos de
caracterização física, social, económica e urbanística.”:
• estudo de relacionamento e interligação entre planos existentes e a proposta | O O O O
plano Estratégico e o Plano Director Municipal de Lisboa; plano Estratégico e o Plano Director Municipal de Lisboa; plano Estratégico e o Plano Director Municipal de Lisboa; plano Estratégico e o Plano Director Municipal de Lisboa;
• resumo histórico da evolução urbanística desta parte da cidade | Processo de Processo de Processo de Processo de
transformação da Forma Urbana;transformação da Forma Urbana;transformação da Forma Urbana;transformação da Forma Urbana;
• estudo geográfico, meteorológico, ambiental, etc. | Suporte físico e ambientalSuporte físico e ambientalSuporte físico e ambientalSuporte físico e ambiental;
• estudo de Circulação e TransportesCirculação e TransportesCirculação e TransportesCirculação e Transportes;
• estudo relacionado às Redes de Abastecimento de Água e de DrenagemRedes de Abastecimento de Água e de DrenagemRedes de Abastecimento de Água e de DrenagemRedes de Abastecimento de Água e de Drenagem;
• estudo do Conjunto EdificadoConjunto EdificadoConjunto EdificadoConjunto Edificado, ou seja, da estrutura cadastral, da volumetria, do
estado de conservação e dos valores patrimoniais;
• Análise Sócio Análise Sócio Análise Sócio Análise Sócio –––– Económica, Económica, Económica, Económica, sócio - demográfica e das actividades económicas
existentes, tal como da sua transformação;
• Análise Tipo Análise Tipo Análise Tipo Análise Tipo –––– Morfológica, Morfológica, Morfológica, Morfológica, onde se divide a área plano em sectores identificáveis,
caracteriza-se e diferencia-se cada um destes.
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 23
VOLUME III » VOLUME III » VOLUME III » VOLUME III » A este dossier cabe a tarefa de explanar as acções propostas, a sua
orçamentação, a sua influência e benefício para a Avenida da Liberdade e Zona
Envolvente. São propostas 26 acções26 acções26 acções26 acções, desde a Praça dos Restauradores ao Largo da
Oliveirinha, passando por locais tão significativos como o Parque Mayer e a Praça da
Alegria.
AS PEÇAS GRÁFICAS »AS PEÇAS GRÁFICAS »AS PEÇAS GRÁFICAS »AS PEÇAS GRÁFICAS » Estes 3 cadernos são a enumeração dos elementos
fundamentais, complementares e anexos necessários, para propor um plano de
urbanização. A acompanhar os 3 volumes, encontramos um conjunto de plantas que
esquematizam e ilustram as conclusões e as propostas referidas.
Para tal, encontramos plantasplantasplantasplantas de:
- Enquadramento > localização na cidade;
- Suporte físico e ambiental > existente;
- Usos do edificado > existente;
- Estrutura cadastral > existente;
- Volumetria > existente;
- Estado de conservação > existente;
- Circulação, transportes e estacionamento > existente;
- Alçados conjunto > existente;
- Morfologia Urbana e uso do solo > existente;
- Classificação patrimonial > existente;
- Condicionantes > existente;
- Acções Urbanísticas > proposta;
- Síntese > proposta;
CONCLUSÃO : CONCLUSÃO : CONCLUSÃO : CONCLUSÃO :
O processo de levantamento, estudo e desenvolvimento, e conclusão do Plano de
Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente, concretiza praticamente tudo
que foi referido durante este trabalho:
- a análise do existenteanálise do existenteanálise do existenteanálise do existente, a identificação e delimitação da intervençãoidentificação e delimitação da intervençãoidentificação e delimitação da intervençãoidentificação e delimitação da intervenção e a intervençãointervençãointervençãointervenção,
ou seja, a informação reunida no Volume I do PUALZE;
- os critérios critérios critérios critérios e as metodologiasmetodologiasmetodologiasmetodologias a aplicar nesse processo;
- a legislaçãolegislaçãolegislaçãolegislação a ter em conta;
- as propostas das cartas internacionaiscartas internacionaiscartas internacionaiscartas internacionais, que nos ajudam a ver a requalificação com
mais pormenor e atenção;
- a classificaçãoclassificaçãoclassificaçãoclassificação e a inventariaçãoinventariaçãoinventariaçãoinventariação como instrumento de protecção e preservação;
- a importância das delimitações das zozozozonas de protecçãonas de protecçãonas de protecçãonas de protecção;
- a vantagem de conhecer a históriahistóriahistóriahistória, neste caso, da evolução urbana da Avenida,
para melhor compreensão dos factores sócio – económicos, das características
ambientais, da vivência do espaço;
- o planoplanoplanoplano em si como instrumento de gestão territorial que é, com um papel
fundamental de protecção do património arquitectónico, criando regras à intervenção e
ás várias formas de a fazer;
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 24
2 | RESUMO E CARACTERIZAÇÃO DA 2ª PARTE DO ESTÁGIO 2 | RESUMO E CARACTERIZAÇÃO DA 2ª PARTE DO ESTÁGIO 2 | RESUMO E CARACTERIZAÇÃO DA 2ª PARTE DO ESTÁGIO 2 | RESUMO E CARACTERIZAÇÃO DA 2ª PARTE DO ESTÁGIO
Todo o trabalho de pesquisa realizado nos primeiros meses do estágio tornar-se-ia
fundamental nesta fase do estágio. Já havia, então, um levantamento das principais áreas
que teriam de ser abordadas : o conhecimento do lugar, o seu lugar na história – não só
na evolução socio-politica de Lisboa mas também no fazer cidade, na forma como foi
aproriado e ocupado aquele espaço ao longo do tempo – as intervenções urbanas, os
marcos arquitectónicos, o conceito de ‘boulevard’, os modelos internacionais em voga, e
o que existe hoje, como é vivido e interpretado, como chegou aos nossos dias 3.
Portanto, este parte pode ser dividida em 3 grandes fases:
1. A HISTÓRIAA HISTÓRIAA HISTÓRIAA HISTÓRIA - Levantamento e análise da Avenida da Liberdade ao longo do tempo
2. OS PLANOS E AS CLASSIFICAÇÕES OS PLANOS E AS CLASSIFICAÇÕES OS PLANOS E AS CLASSIFICAÇÕES OS PLANOS E AS CLASSIFICAÇÕES - Levantamento e análise dos planos de que a
Avenida já foi alvo – as intervenções urbanas, os estudos anteriores, as propostas
e a realidade actual – e listagens dos edifícios classificados e servidões
administrativas.
3. LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICOLEVANTAMENTO FOTOGRÁFICOLEVANTAMENTO FOTOGRÁFICOLEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO - Levantamento fotográfico exaustivo da zona em
estudo - conhecer a Avenida, os quarteirões que delimitam a Avenida da
Liberdade, os quarteirões que dão corpo à envolvente e o que os caracteriza, como
é vista dos pontos altos da cidade e o que a identi fica.
Essa recolha veio, por si só, fundamentar a importância da classificação de tal área
urbana – porque Lisboa começou a separar-se do Tejo com o projecto pombalino, mas
foi a Avenida que a levou, ou a encaminhou, no sentido como hoje a conhecemos
Como fio condutor de um processo tendencialmente extenso e com possibilidades
de dispersão, o PUALZE 4 – Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona
3 ver anexos – planta de localização / esc: 1/10 000 > pág. 46 + listagem identificativa dos monumentos > pág. 48 4 ver página 21 deste relatório
• o ANTESANTESANTESANTES, como era e como era entendida dentro da extensão da capital do séc.
XIX; o que aconteceu, quais foram as CAUSASCAUSASCAUSASCAUSAS para a necessidade de alteração e
substituição do Passeio Público e como foi sendo essa ocupação ao longo dos
tempos; quais as IMPLICAÇÕESIMPLICAÇÕESIMPLICAÇÕESIMPLICAÇÕES – o ambiente político da época, as ideias e os
ideais em voga, não só em relação à linguagem, ou ao estilo defendido nas
grandes escolas nacionais, mas essencialmente, qual era a CORRENTE DE CORRENTE DE CORRENTE DE CORRENTE DE
PENSAMENTOPENSAMENTOPENSAMENTOPENSAMENTO e as acções do género a nível internacional;
• o DEPOISDEPOISDEPOISDEPOIS, quais a consequências de tal obra na sociedade, na cidade e, até, no
mundo; a envolvente e a sua implicação nos bairros antigos, nos bairros novos,
no desenrolar da capital após abertura da AVENIDA DA LIBERDADEAVENIDA DA LIBERDADEAVENIDA DA LIBERDADEAVENIDA DA LIBERDADE;
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 25
Envolvente - tornou-se num guia. Salientasse o facto deste plano conter todo um estudo
aprofundado do local, estudo esse que engloba:
− O estudo do processo de transformação urbana da Avenida
− Levantamento do suporte fisico e ambiental
− Levantamento do sistema de circulação e transportes
− Inventário do conjunto edificado e do património classificado
− Análise Sócio-Económica e Tipo-Morfológica.
Logo, toda a informação recolhida foi fulcral e possibilitou avançar grandemente
neste estudo, pois seria impossivel fazer esse levantamento durante o estágio.
A HISTÓRIAA HISTÓRIAA HISTÓRIAA HISTÓRIA
Durante esta 1ª fase vários levantamentos foram realizados, nomeadamente 5:
− Levantamento do edificado classificado pelo IPPAR na zona em estudo;
− Ruas com servidão administrativa
− Inventário Municipal de Património da Câmara Municipal de Lisboa ( CML )
− Edifícios devolutos inventariados pela CML
− Edifícios antigos já demolidos ou ainda existentes na Avenida da Liberdade
− Edifícios vencedores do prémio Valmor.
A história da Avenida caracteriza-se essencialmente pela sua evolução urbana. Se
virmos plantas do séc. XVII percebe-mos como o Passeio Público começa já a desenhar a
orientação futura da cidade. Com o levantamento de Filipe Folque, cerca de 40 anos antes
da abertura daquele eixo, apercebemo-nos do que foi alterado e, já nos planos de
Ressano Garcia (1897), vislumbramos a malha ortogonal que nos é hoje familiar. 6
““““ (...) A Lisboa nova não nasceu de uma reorganização dos velhos tecidos urbanos,
como a Lisboa Pombalina e, em imagem próxima, o Paris haussmaniano, mas respeitou
quase sempre as pré-existências, valorizando-as como veículos de memória nos
sucessivos pólos da cidade reticular (...) “ “ “ “ in ‘Lisboa de Ressano Garcia’,
CML, 1989, pág.26
Comecemos pelo inicio, pelo verdadeiro impulsionador das transformações urbanas
que se lhe seguiram: o terramoto de 1755... Esta história tem uma sequência de
acontecimentos ritmada, intercalada entre desastres e infortúnios & espíritos de
vanguarda e mentes inovadoras.
1 de Novembro de 1755:
A cidade medieval tinha problemas gravíssimos de insalubridade, espaço reduzido,
e tudo que se possa associar a um habitar desconfortável e gerador de doenças. Todo um
trabalho de reconstrução da área danificada, revelou um modelo de cidade único e pôs a
própria expansão da urbe no plano do dia.
5 ver anexos – Listagens > pág. 48
6 ver anexos – Ilustrações > pág. 57
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 26
O caminhar para Norte da edificação alfacinha, a evolução perpendicular ao rio, o
abandono da frente ribeirinha, surgiu com os engenheiros militares do Marquês, e
Frederico de Ressano Garcia deu-lhe continuidade. Este soube guiar a expansão para a
realidade com que hoje nos deparamos mas, gente houve que defendesse a proposta de
Miguel Correia Paes.
O PASSEIO PÚBLICO:O PASSEIO PÚBLICO:O PASSEIO PÚBLICO:O PASSEIO PÚBLICO:
A época:
Criado em 1764, por ordem do então ministro de D. José, Marquês de Pombal, o
Passeio ocupou o lugar Horta da Cera, onde anteriormente eram despojados os entulhos
retirados da Baixa destruída. Este, com a sua histórica visão de futuro, e seguindo já
sugestões dos seus engenheiros relativamente à expansão para Norte, propõe um jardim,
à semelhança de outras capitais europeias, dando o desenho ao arquitecto Reinaldo
Manuel.
Chamado por uns de o mais ousado gesto urbanístico de 1800, o Passeio Público do
Campo Grande, não estava a ter o sucesso esperado, pois revelava-se como um espaço
encerrado e pouco carismático. Sofreu então alterações, por ordem de D. Rodrigo de
Sousa Coutinho, ministro de D. Maria I, onde o arquitecto José Manuel de Carvalho
Negreiros projecta um lugar romântico e mais adequado à sociedade do séc. XIX.
O porquê deste verde:
Este passeio foi, sem dúvida, o primeiro do género, se não em Portugal, pelo menos
na capital. Ironia: o remate do passeio publico, onde supostamente as pessoas
passeavam livre e alegremente, era a praça onde o Marquês mandara instalar a forca,
para penalizar os criminosos que roubavam e assassinavam nas ruínas do terramoto.
A falha:
Nº5 do O Toucador, 1822 “ Se quisermos falar verdade e ser sinceros, diremos: que
há em Lisboa umas poucas de árvores plantadas à linha; que isto se chama Passeio
Público, onde não vai ninguém “
Ratton, a quem se ficou a dever o arvoredo diz: “o único refúgio que têm os
habitantes de Lisboa para passarem livres de lama; mas costuma estar fechado a horas
em que deveria estar aberto : pouca gente o frequenta, talvez por ser proibido a homens
de capote.”
O Passeio deu categoria social e urbana ao local, justificou edificações, valorizou
palácios... Este jardim sobreviveu ao reinado de D. Maria I, ás invasões francesas, ao
constitucionalismo, e à guerra civil.
Os comentários variados e diversificados culminavam num ponto: o reduzido
tamanho do dito jardim, não sendo digno de uma capital de um pais europeu. Havia
opiniões que o rotulavam como de pequena dimensão para um jardim público, mas
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 27
grande para um jardim privado. O Marquês que mandara construir uma Baixa imponente
e desafogada, é o mesmo que propõe este mesmo parque.
Um século mais tarde a realidade revela um projecto bloqueador e limitado,
impossibilitando uma expansão para além do Passeio Público. Por isso foi necessária
uma atitude diferente, radical, poderíamos mesmo acrescentar. Uma ruptura para Norte,
que nos finais do séc. XVIII, arrasou o Passeio dos sonhos de Ratton. Foi destruída uma
das peças fundamentais do Plano de Pombal.
AAAA AVENIDA DA LIBERDADE:AVENIDA DA LIBERDADE:AVENIDA DA LIBERDADE:AVENIDA DA LIBERDADE:
““““ Entre os 22 anos intensos do consulado de Pombal (1755-1777) e os fugazes 11
anos do ministro Duarte Pacheco (1932-1943), este « tempo longo » da acção do
Haussman português nos finais do séc. XIX permitiu o definitivo arranque para a
modernização da capital – e entre a Reconstrução Pombalina e a Política das Obras
Públicas, foi de facto o único momento de comparável fôlego urbanístico. Momento rico
de múltiplas dimensões, quase uma « revolução urbana » .“ “ “ “ in ‘Lisboa de
Ressano Garcia’, CML, 1989, pág.39
1852/53 – É ordenado o levantamento topográfico da capital com vista a
“alinhamento de ruas, aformoseamento de praças, encanamento de aguas, construção de
cais e de outras obras de similar natureza”. Este estudo é realizado pelo engº Carlos
Pezerat, com Francisco e Cesar Goullard, trazendo à realidade a 1ª carta de Lisboa à esc:
1/1000. ( conhecida por carta de Filipe Folque .)
1864 – O Ministro das Obras Públicas ordena o Plano Geral de Melhoramentos da
Capital. Este é feito com base nos exemplos inglês e francês, traçado a partir de um
centro representativo da cidade. Mais tarde, já no século seguinte, a Avenida chama a si
grandes nomes como Cassiano Branco ou Pardal Monteiro, respectivamente, Hotel
Victória e Diário de Noticias.
1973 – Surge o Plano Morfológico e de Cérceas do Arqº. P. Vieira de Almeida, onde a
CML impôs à partida determinadas ideias como uma volumetria que teria de chegar aos 9
pisos. O arquitecto e a sua equipa dispunham de um prazo de 2 semanas para apresentar
uma proposta nesse sentido.
1990/93 – Estudo para proposta de um plano por Arq.º M. Fernandes de Sá e Arq.º
Francisco Barata – Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente. Os
objectivos deste plano, que não chegou a ser posto em prática, por motivos legais, eram
a requalificação do espaço público, a salvaguarda do edificado e a centralização da
função habitacional.
Haussman e o desenho parisiense.
“ “ “ “ Um passeio que convinha à 2ª metade do século XVIII, não podia convir à 1ª
metade do século XIX.” in ‘Do passe io à
avenida’, CML, 1998
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 28
Não podemos associar directamente o traçado Haussmaniano ao traçado de Lisboa.
Não se tratou de uma imitação, mas antes de uma adaptação, pois Lisboa não tinha
capacidade económica para uma reconstrução total que o programador francês tinha.
Logo não se destruiu a cidade antiga, criou-se uma articulação desta com a nova cidade.
Ressano Garcia não queria uma cidade nova, como Paris pretendia, mas antes uma
expansão para Norte da capital, com traçado viário inovador e novos bairros.
Na realidade, o Barão limitou-se a sobrepor uma nova rede viária á medieval já
existente, ligando eficazmente os centros citadinos ás redes de caminhos de ferro.
Procura, no entanto, não destruir os principais monumentos transformando-os em
pontos de fuga das novas ruas.
Mas há um ponto pelo menos, em que Ressano não se baseou, ou por falta de
oportunidade, ou por ter um objectivo, ainda assim, diferenciado: uma legislação
arquitectónica e construtiva para os novos boulevards.
Fixa normas de relação entre as alturas dos edifícios e as ruas, limita a inclinação
das coberturas a 45º, etc. Há uma adaptação do anterior barroco ás novas procuras
técnicas.
Para que tudo fosse possível são inventadas, ou alteradas, leis que dão uma base
legal a todo o processo. Por exemplo, a lei de 13 de Abril de 1850, que permite as
expropriações necessárias para os terrenos a projectar ruas, ou para edifícios a demolir.
Também o engº português recorrerá a uma lei para este mesmo fim.
O corte da Avenida:
1859 – A ideia inicial de traçar uma grande avenida pelo caminho do Passeio Público
foi lançada pelo então Presidente da Câmara, Júlio Pimentel.
1865/68 – Publicação de Decreto sobre viação, pelo engº João Chrysostomo,
ministro e secretário das Obras Públicas.
1874 – Ressano Garcia assume a chefia da Repartição Técnica da CML, após a morte
do engº Pezerat.
Em 1876, este pede ao Governo a nomeação de uma nova comissão para completar
o trabalho da de 1856/58, no plano de melhoramentos da capital. No desenvolvimento
dos estudos desta comissão, recentemente criada, 1876/81, apresentam-se os projectos
para a Avenida dos Anjos e uma avenida entre o Largo do Rato e as Portas de Campolide.
Em sessão extraordinária no dia 12 de Outubro de 1877, Ressano Garcia e a sua
equipa apresentam os estudos sobre a proposta para a dita abertura, estudos esses agora
sujeitos a debate e aprovação. É também neste encontro que ficará decidido que o então,
já tristonho, Passeio Público não sobreviverá, ao contrário de ideias anteriores de que
este tornar-se-ia no 1º troço da futura Avenida da Liberdade.
A memória descritiva da 1ª zona, referente precisamente à Avenida, diz assim:
“ segundo este projecto a avenida da Liberdade com 90m de largura terminará em
uma grande praça circular denominada de Marquês de Pombal com 200m de diâmetro.
Desta praça partirá para a direita e formando com o prolongamento do eixo da avenida
da Liberdade um ângulo de 60ºuma rua que se prolongará até Picoas tendo
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 29
aproximadamente 873m de comprimento por 30m de largura em um só alinhamento
recto .”
Seguem-se problemas como o das expropriações, essenciais para a execução do
plano, ou o da imediata demolição das grades do passeio público, só ainda não
realizadas pela falta de orçamento.
23 de Junho de 1879 – autoriza-se a Comissão de Obras e Melhoramentos
Municipais a preparar os trabalhos para a abertura da Avenida
21 de Julho de 1879 - é posto em discussão e aprovado por unanimidade o
projecto da 1ª parte da Avenida, embora ainda não concluído, sob a presidência de Rosa
Araújo.
O Plano Urbanístico para Lisboa dividia-se em duas fases: 1º) abrir a Avenida e 2º) a
continuação até à estrada de Picoas e Campo Grande. A última coincide com o plano das
Avenidas Novas e Avenida Ressano Garcia ( Avenida da República ).
O projecto da Avenida será feito em 2 lanços: o 1º englobava a área do então, ainda,
Passeio, e o 2º estender-se-ia até ao Vale do Pereiro (Rotunda do Marquês de Pombal).
A nova avenida cumpre as mais elementares regras impostas pelos engenheiros de
então, seguindo a ideia francesa de boulevard, como uma grande alameda arborizada e
acompanhado todas reformulações das capitais europeias suas contemporâneas. Embora
regendo-se pelo desenho gaulês, Lisboa não ficará desvirtuada nem descaracterizada,
por motivos económicos é certo, mas ainda hoje podemos discernir uma estrutura
medieval na planta da capital. Por exemplo, as ruas do Salitre, de Santa Marta, de S. José,
ou da Artilharia 1.
Abril de 1886 – Uma inauguração a 28 de Abril de 1886, de uma Avenida inacabada
e polémica, que só pelo casamento real ( D. Carlos e D. Amélia ) ficará, provavelmente,
nos livros do tempo.
O porquê:
Vereador Rodrigo Afonso Pequito, Janeiro de 1878:
““““ Considerando que a higiene, o embelezamento, o trânsito, e a falta de habitações
urgentemente reclama a abertura da grande avenida projectada desde o Passeio do
Rossio até às portas da cidade (...) ““““
A regeneração que nessa altura tomava conta do território nacional, deu inicio à
política de melhoramentos que vai alterar a paisagem social portuguesa.
É claro que todo o processo que se estava a desenvolver nas grandes capitais
europeias, foi um facto relevante; tal como a morte anunciada do próprio Passeio Público,
que já estava a sair de moda, segundo uns pela sua reduzida dimensão, e segundo outros
pelo seu cenografismo ultrapassado.
Se tivermos em atenção os vários movimentos urbanísticos que se sucederam nesta
época, teremos uma explicação do porquê dessa febre regenerativa. Então:
1839 – S. Pedro de Alcântara, só posto na moda em 1880
1860 e seguintes – Terraplanagem e criação da Praça da Patriarcal Queimada, mais
tarde, Príncipe Real
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 30
1861 – Praça Luis de Camões, nasce sobre os escombros do palácio de Marialva
1875 – Casa Anjos, na Praça da Patriarcal Queimada, G. Cinatti
1877 – Palacete Ribeiro da Cunha, Henrique Carlos Afonso.
Em 1870 estas obras e outras (calcetamento do Rossio, arranjo das Praças da
Alegria, das Flores e do Município, ampliação de 1 ou 2 andares nos prédios da Baixa,
arborização da Praça do Comércio, etc.), dão certeza a uma transformação romântica de
Lisboa.
Desde 1850 que o plano de Haussmann apaixonou multidões e influenciou a
burguesia, levando a ideias, que nunca foram avante como, o aterro entre o Cais do
Sodré e Santos (1860) onde deveriam ter nascido os bairros da Boa Vista e Praia de
Santos, em vez do 1º troço da 24 de Julho.
Tudo isto e mais uma vontade de programar uma urbe contemporânea, fez nascer o
Plano de Melhoramentos Gerais, e em 1859 a ideia do boulevard no Passeio Público, até
ás Portas da Cidade.
As várias propostas e seus protagonistas:
Ressano Garcia não era o único a propor melhoramentos para Lisboa... O seu plano
foi, de facto, o único aprovado, concorrendo com ideias como por exemplo, um túnel a
unir a Baixa a S. Bento, ou viadutos unindo o Campo de Santana a S. Pedro de Alcântara e
o Chiado ao Largo do Caldas. Propostas de Miguel Paes.
1881 – A Comissão nomeada em 1876 estava encarregue de realizar um Plano de
Melhoramentos para a Capital. Também o plano da Avenida seria incluído neste tratado.
Estas duas personalidades do projecto Melhoramentos na capital – Avenida da
Liberdade não concordavam em alguns pontos. Por volta de 1885 enquanto Ressano
defendia a Avenida a terminar na Rotunda consagrada ao Marquês de Pombal, Paes falava
no seu prolongamento até à Penitenciária, na estrada da Circunvalação ( actual Av.
Marquês da Fronteira ), terminado por uma praça idêntica à dos Restauradores e com o
tal monumento ao Sr. Marquês.
Mas este plano também não foi concordante, recebendo várias criticas de várias
personalidades importantes, nomeadamente na revista Ocidente. Criticas do tipo “ é
altamente incomodo e prejudicial para gente e gado subir 2500 metros com a inclinação
uniforme de 0,06 m por cento. O Sr. Paes parece ter o limite, marcado pela lei, como uma
facilidade que se deve usar amplamente, e não como um máximo que se deve evitar (...)
“. e “ (...) ainda que não agrade muito, que a Avenida da Liberdade vá terminar junto à
negação desta, a Penitenciária.”
As consequências:
Tudo isto teve viabilidade devido às inúmeras expropriações realizadas, foi criada
legislação propositadamente para esse fim. Locais como a Praça da Alegria de Baixo, o
Circo Price ( na rua do Salitre ), parte da Calçada do Salitre, Travessa da Natária, Vale do
Pereiro e quintas, terrenos da Horta da Cera, Quintas da Mancebia, do Boticário de S.
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 31
Pedro, dos Cordeiros, dos Verdes, tornar-se-iam na nova Avenida, no Bairro Barata
Salgueiro, na Praça Marquês de Pombal e no Parque Eduardo VII.
O caracter eminentemente formal do plano...
Implementação forçosa da geometria haussmaniana numa Lisboa que de plano nada
tem, criando uma imagem quase caricatural dos ideais parisienses...
As quatro avenidas afluentes da grande Rotunda do Marquês de Pombal (200
metros de diâmetro), de dimensões teoricamente iguais e importâncias semelhantes,
revelam-se como se de outro plano tivessem saído, com algumas soluções feitas em
planta e aplicadas num terreno bastante acidentado. O exemplo mais infeliz é a Avenida
Joaquim António de Aguiar, demasiado inclinada e ainda hoje, século XXI, criticada. Nesta
relação de aproximada relevância não podemos, obviamente, incluir a Avenida, pois essa
é a origem do redondel, e não sua consequência ... Mas as restantes avenidas parecem na
prática com importâncias e dimensões muito diferentes, com áreas mal resolvidas,
demasiado inclinadas, e outros demais problemas que todos nos apercebemos passando
por lá e vendo com olhos de ver.
Como outras tantas consequências temos a orientação para nordeste/zona de
Picoas, as Avenidas Novas. A área onde actualmente encontramos o Parque Eduardo VII,
revelou-se demasiado acidentada para receber a urbanização proposta, por isso, houve
um rotação no sentido dos ponteiros do relógio, instalando assim as novas avenidas no
sentido de Rotunda-Picoas-Campo Grande.
A área do plano ( bairros ):
O Plano de 1888 tinha como objectivo não só investir num sistema viário, como
facilitar a circulação, e promover o desenvolvimento das áreas, quer numa vertente
habitacional já existente, como também com a promoção da zona norte para zona
residencial de eleição.
Todo o desenho urbano é baseado num sistema lógico de conjunto, organizado em
malhas ortogonais e articulado, de forma a privilegiar a fácil circulação e eficiência. O
traçado, forma uma rede de ângulos rectos, onde o cruzamento das ruas determina a
área dos quarteirões e das praças. Os eixos principais articulam-se através de uma
espécie de rotulas (praças), formando uma continuidade.
O projecto tinha incluídas várias propostas , para além da Grande Avenida:
1) Planta Geral , folhas A e B ( Avenida e Parque da Liberdade – A; Bairro das
Picoas – B.), traçado proposto sobre o tecido pré-existente;
2) Planta de limites das propriedades e partes a expropriar.
Novembro de 1887 – Proposta pelo Presidente da CML, Fernando Cabral , da
abertura da avenida que ligue o Campo Grande à Praça do Marquês de Pombal, dando
continuidade à Avenida da Liberdade.
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 32
1900 – Exposição Universal de Paris onde os projectos de Ressano são expostos: A A A A
expansão de Lisboa expansão de Lisboa expansão de Lisboa expansão de Lisboa - A grande Avenida e os seus bairros (Barata Salgueiro e Camões), e
as novas zonas do Parque da Liberdade e da Avenida das Picoas ao Campo Grande.
1901 – Os regeneradores de Hintze Ribeiro na 3ª Repartição de Obras Públicas,
sucedem-se a Ressano Garcia.
Durante 1903 muita coisa se passa: esboça-se os estudos para desenvolvimento do
norte da capital, na sequência da Avenida e Parque da Liberdade. Este novo plano segue
os ideais de Frederico de Ressano Garcia.
Segundo Raquel Henriques da Silva “aquele espectacular plano não teve qualquer
tentativa de execução até ser retomado, nos anos de 1930, pelo Engº. Duarte Pacheco.”.
Este era um homem com força de vontade e empenho, mas muito diferente do
nosso Engº. oitocentista, tendo como principal virtude o cariz político ao contrário do
tecnicismo de Garcia. Poder-se-ia dizer que tinha um método interventivo de fora para
dentro da cidade.
Temos também de ter em conta, o ambiente governativo muito diferente entre
ambos: o liberalismo oitocentista, marcado no seu términus pelo Fontismo, versus, o
simbolismo emblemático da política das Obras Públicas do Estado Novo. Este último
período vive passo a passo, a vida do, também, pres idente da Câmara Municipal de
Lisboa: 1932/38 – ascensão; 1938/40 – apogeu; a pa rtir de 1943 - declínio.
A arquitectura:
Todas as propostas referidas anteriormente cingem-se ao desenho urbano, não
fazendo qualquer tipo de exigências construtivas. Nem em planta há exigências
tipológicas, nem hierarquização dos espaços.
A arquitectura porem, teve a sua cota de contribuição, embora seja evidente uma
dissociação entre o plano e os edifícios. A construção terá, então, um comportamento
independente e tenderá para um agrupamento em blocos, com uma homogeneidade
interior. “O conjunto é um elemento tipologico relativamente fixo, mas não
completamente definido, influenciado pelas características impostas pela função
habitacional, a forma do solo privado, e as qualidades do solo público – a rua.” In Boletim Cultural nº84,Lisboa, 1978, pág. 86
A arquitectura divide-se em moradias, vilas e palacetes nos eixos principais, e em
edifícios de rendimento nas ruas secundárias.
Essas habitações próprias das classes mais abastadas revelem o eclectismo que se
vivia na altura, época conturbada da construção portuguesa, onde valia tudo, como se os
estilo estivessem expostos num catálogo e o cliente se limitasse a escolher.
“ A arquitectura que resulta, não contendo alterações fundamentais de estrutura e
de distribuição espacial, irá frequentemente investir numa decoração que, ora
desenvolvendo-se em superfície, ora apresentando cargas volumétricas, apresenta
caracterizações estilísticas que a incluem num historicismo, num eclectismo, numa
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 33
interpretação predicativa da arte nova, ressalvados ou não pelos arquitectos na acção de
interpretar com segurança uma realidade cultural em que também estão envolvidos.” In Boletim Cultural nº84,Lisboa, 1978, pág. 87
Poder-se-á distingir, actualmente, 4 gerações de edifícios, nomeadamente:
1º] Modelo tradicional de estrutura em madeira, fachadas de alvenaria e paredes de
tabique;
2º] Prédios modernistas, mais sóbrios, com estrutura de betão, usando ainda o ferro
nos vãos;
3º] Edifícios característicos do Estado Novo, por vezes a substituir moradias;
4º] Já nos anos 70 e 80 há, então, uma alteração eminente com a construção de
prédios mais altos e, particularmente, de escritórios.
O parque da Liberdade:
A Avenida e o Parque além da toponímia semelhante, sofreram também disfunções
programáticas.
Este Parque entra nos planos de 1888 juntamente com a Avenida das Picoas,
propondo melhores condições higienistas para a capital, mais espaço para a população
passear, tal como um cómodo alojamento e outras tantas adequações.
O Parque seria implantado sobre o eixo já existente da Avenida, limitado por vias de
30 metros, nascentes das bifurcações da Joaquim António Augusto de Aguiar (actual
Castilho) e da Fontes pereira de Melo (actual António Augusto de Aguiar), pela Praça do
Marquês de Pombal e, finalmente, pela Estrada da Circunvalação.
Sempre com os ensinamentos Parisienses em voga, também o Parque surgirá nesse
espirito, acentuando e caracterizando a estrutura viária. Com uma Avenida arborizada,
espaçosa e elegante, e a rematar um fantástico Parque Urbano no seu enfiamento,
criando um miradouro único para o Tejo e também para a nova cidade burguesa e
confiante.
Lateralmente á Avenida que vai do Rossio à Rotunda nascem os bairros de Barata
Salgueiro e Henri Burnay, e , acima de Vale Pereiro nascem os de Entremuros e das
Picoas, este último já com o traçado aprovado para o Parque.
Cronologia de várias propostas para o parque:
Anos 20 – Proposta apresentada por Drs. Eugénio e Alberto Mac Brid, e General
Vicente de Freitas;
1927 – proposta do arquitecto Forrestier, integrado num estudo de urbanização da
zona Norte da cidade, compreendendo o Parque Eduardo VII, feito pela CML;
1932 – Proposta do arquitecto Cristino da Silva, aprovado pela CML;
Anos 40 – as obras do parque dão ao desenho de Keil do Amaral o privilégio da
realidade;
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 34
1962 – Proposta do arquitecto Faria da Costa, para a extensão já para além do
parque construído, mas que se revela infrutífera não conseguindo contornar as
edificações já realizadas;
1967 – Estudo ligado ao PDM;
1999/2000 – Plano de pormenor do alto do parque.
Ou seja:
Existia um projecto para o parque que, por motivos políticos, atrasou-se, as
expropriações ainda não estavam terminadas, e a obra foi adiada. Em 1902 surge uma
nova hipótese, embora com um novo desenho, e o futuro parque urbano começa a ser
trabalhado voltando rapidamente ao abandono. Só no mandato de Oliveira Salazar é que
será dado a este terreno um aspecto digno.
Todos estes factores foram atrasando a realização do parque, actualmente com o
desenho de Keil do Amaral, de 1945.
Breve conclusão da história da Avenida:Breve conclusão da história da Avenida:Breve conclusão da história da Avenida:Breve conclusão da história da Avenida:7777
- Já os engenheiros do Marquês sugeriam uma expansão para Norte,
perpendicular à zona ribeirinha;
- A demora das obras teve como principal causa a burguesia da época, que
estava no poder, e tinha demasiada influência nos assuntos de estado;
- De facto houve uma parte histórica da cidade que foi demolida e substituída
por um plano inovador. Foi uma lufada de ar fresco mas com consequências históricas
para a capital. De qualquer forma, esta inovação fez bem a Lisboa e aos portugueses e
mostrou a muitos incrédulos que, se quiserem , os portugueses podem ser tão bons ou
melhor que os outros.
- A Baixa Pombalina foi o ponto de partida para uma série de experiências
urbanísticas, mas revelou-se posteriormente, um plano do passado e sem perspectivas
para o futuro. No caso das Avenidas Novas este facto foi remediado, e Ressano deixa-nos
legado um desenho infinito e extensível, embora com a agravante da cidade não ser
plana e, em algumas situações, poder ter resultados menos felizes.
- Mas o tema deste estudo é a Avenida da Liberdade e o seu verdadeiro impacto,
tanto para a época de construção, como para os nossos dias. A Avenida foi o eixo
direccional, o fio condutor, a ponta do novelo que viriam a ser as Avenidas. E continua a
ter um impacto extraordinário nesta capital à beira-rio, servindo de entrada a quem vem
de barco, ou a quem vem de toda a zona ribeirinha , das zonas de Belém ( com a nobreza
de outros tempos ) ou da Expo ( mais recente expoente do urbanismo lusitano). Já não é
o rio Tejo o fio condutor da expansão urbanística l isboeta, agora temos um grupo
organizado de avenidas com orientações variadas e diferenciadas.
- “Tanto a Avenida da Liberdade, direccionando a urbanização de Lisboa , como o
Plano das Avenidas Novas, materializando uma ocupação territorial cujo recticulado
7 ver anexos – ver também Cronologia da Avenida > pág. 58
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 35
pontua e amplia o próprio geometrismo do modelo pombalino da Baixa, constituíram
peças fundamentais de um «puzzle» urbano em que Ressano Garcia se empenhou. ” In Dicionário da História de Lisboa, pág. 527
- “Mudou a escala da cidade, ofereceu-lhe fantásticos enfiamentos perspécticos,
garantiu-lhe salubridade e um qualificado ambiente urbano, dotou-a de equipamentos
públicos de cultura, lazer e desporto e, acima de tudo, foi capaz de integrar no processo
dinâmico de construir cidade, as iniciativas individuais e colectivas dos seus agentes.” Isabel Maria Rodrigues – As Avenidas de Ressano Garcia, www.cm-lisboa.pt
- “ Programa dissociado do projecto, a abertura da Avenida da Liberdade irá ser
objecto de um ritmo sincopado que se apoia na expropriação morosa e em acções
especulativas que, apesar de abrirem zonas de suporte, constituindo bairros, também
informam acerca da ausência de uma ideia norteadora.” In Boletim Cultural, nº84,Lisboa, 1978, pág. 59
- Com um desenho urbano progressista tentando acompanhar os modelos
europeus, são introduzidos indirectamente, valores da sociedade europeia, quer pela
existência de um plano regulador, que não seria possível sem as expropriações e a
legislação que o apoiou, quer pela reorganização do sistema viário eficazmente
conseguido.
- Vários planos de melhoramentos foram propostos, como já tive oportunidade
de revelar anteriormente, mas o de 1888 viria a ser completado quase 60 ou 70 anos
mais tarde. Houve ainda um último plano em 1904... mas também este não foi levado
avante.
OS PLANOS E AS CLASSIFICAÇÕESOS PLANOS E AS CLASSIFICAÇÕESOS PLANOS E AS CLASSIFICAÇÕESOS PLANOS E AS CLASSIFICAÇÕES
• Decreto-lei nº 208/72 de 22 de Junho – está em estudo em plano de
urbanização para a Avenida da Liberdade e estabelece medidas preventivas: proibida a
construção, reconstrução, ampliação ou derrube de árvores.
• Plano Morfológico e de Cérceas – 1973 – elaborado pelo arquitecto Pedro Vieira
de Almeida, plano hoje em dia já ultrapassado. Estudo que determinava alturas,
profundidades e relações entre os edifícios adjacentes, para além de propor túneis que
deveriam facilitar o trânsito na Avenida.
5 principais momentos do trabalho:
− Reconhecimento da zona e definição dos limites do território, ou seja, o que se
destacava da Avenida ou se integrava nesta através de critérios morfológicos sociais e
funcionais;
− Análise formal da Avenida e partilha em 4 sectores de identidade própria;
− Identificação de pontos de convergência e convívio social – sociópetos – e de
desinteresse e desconforto – sociófugos – em cada sector;
− Fichas por sector – caracterização em pormenor, alterações previstas e
propostas genéricas
− Estudo detalhado por quarteirão, procurando uma definição formal e uma
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 36
unidade, e uma articulação com os restantes. Identificação e tratamento dos dados sobre
os edifícios a salvaguardar.
proposta apresentada:
− Criação de uma base formal e conceptual, nos dois primeiros pisos, com um
tratamento unitário ao longo da Avenida;
− O piso superior deste embasamento era destinado a percursos peatonais e ao
pequeno comércio, que deveria ser protegido e incentivado legalmente;
− Já o piso do rés-do-chão seria recuado e comportaria uma galeria de 4 metros
de profundidade protegendo os peões das intempéries;
− O restante volume do edificado deveria ter uma expressão mais leve e acentuar
a função da base e tornar mais impressivos os edifícios a salvaguardar.
− As zonas verdes recordariam um corredor de vegetação que partiriam dos
jardins do Torel e de Santa Ana, passariam pelos logradouros de alguns quarteirões,
passando para o lado poente e articulando-se com o Jardim Botânico, Príncipe Real e Rua
da Escola Politécnica.
− Reordenamento do Parque Mayer mantendo as actuais funções e evitasse a
especulação.
A criação e manutenção de um GAAL, Grupo de acompanhamento a projectistas,
que não faria cumprir o pano como se de uma operação de policiamento se tratasse mas
antes dar a entender os objectivos e propósitos deste.
• LEI nº 13/85 de 6 de Julho e Decreto-lei nº 181/70 de 28 de Abril – Jornal de
18 de Dezembro de 1989 - Notifica-se os proprietár ios de imóveis na Avenida da
Liberdade e Restauradores de que os seus imóveis estão em vias de classificação
nota: quando saiu este despacho foram apresentadas várias reclamações ao
então IPPC, actual IPPAR, devido a projectos que ai se queriam realizar e que o novo
despacho impossibilitava.
• Desp. 104/89 – 22 de Dezembro de 1989 – classificação do conjunto de valor
nacional a zona da Avenida da Liberdade... lista dos imóveis a considerar em vias de
classificação8.
• 26 de Fevereiro de 1990 - carta de Jorge Sampaio, presidente da CML, ao IPPC
a pedir técnicos para acompanhar os grupos de trabalho da CML com vista a apreciar o
Plano Parcial da Zona Ocidental, que viria actualizar o Plano Morfológico da Avenida da
Liberdade e saber qual o trabalho já realizado - inventariação e sistematização
referentes a Carta do Património da Cidade , que embora não tenha sido realizada,
criou as bases para o Inventário Municipal de Património que encontramos no PDM.9
• 1990 - CML – na sequência do despacho anteriormente referido, a CML
mandou suspender o Estudo Morfológico e de Cérceas, então em vigor, e iniciou o
Processo de elaboração de um novo plano : Plano de Urbanização da Avenida da
8 Ver anexos – limite do conjunto em vias de classificação da Avenida da Liberdade > pág. 47
9 Ver anexos – Inventário Municipal de Património > pág. 53
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 37
Liberdade e Zona Envolvente [ PUALZE ] da autoria de Manuel Fernandes de Sá e Francisco
Barata Fernandes. 10
• 21 de Fevereiro de 1995 - parecer de Prof. Doutor José Augusto França,
enquanto representante do Conselho Consultivo do IPPAR, salientando a ininterrupta
construção na Avenida ao longo dos tempos, justificando, desde sempre uma acção
controladora. Importa proceder : 1 – à classificação dos imóveis merecedores de tal
distinção; 2 – imposição de condições de tratamento de todos; 3 – definição de áreas de
protecção(...). Propõe que seja aceite a zona de protecção nesse momento e que esta seja
revista após os estudos que sejam necessários.
• Despacho de 8 de Setembro de 1995 – Subsecretário de Estado da Cultura – é
aprovada a Zona Especial de Protecção conjunta aos imóveis classificados da Avenida da
Liberdade e área envolvente.
LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
Houve, primeiro uma estruturação desse levantamento, começando pelos
miradouros, seguindo para os quarteirões que compõem a frente da Avenida, e
rematando com uma observação das suas traseiras e dos bairros que aí se foram
formando, compreendendo, assim, a divisão por unidades morfológicas descritas no
PUALZE.
MIRADOUROS 11 QUARTEIRÕES LIMITE 12 BAIRROS 13
Pontos altos das
colinas de Lisboa de onde a
Avenida foi observada :
• Castelo de S. Jorge
• Srª. do Monte
• Igreja da Graça
• S. Pedro de
Alcântara
• Parque Eduardo VII
• Jardim do Torel
São os que ‘desenham’
a Avenida da Liberdade e
que criam a entrada dos
bairros que fazem a
envolvente do grande eixo.
Conjuntos urbanos ou
locais que, pela sua
identidade, se relacionam
com o objecto em estudo.
• 7ª Colina
• Barata Salgueiro
• Camões
• Parque Mayer
• Pena
• São José
• Rua do Salitre
Como conclusão das observações feitas, foi realizada uma apresentação multimédia
que funciona como resumo14.
3 | CONCLUSÃO DO ESTUDO e outras notas relevantes 3 | CONCLUSÃO DO ESTUDO e outras notas relevantes 3 | CONCLUSÃO DO ESTUDO e outras notas relevantes 3 | CONCLUSÃO DO ESTUDO e outras notas relevantes
10 ver página 21 deste relatório
11 ver anexos – Miradouros > pág. 60
12 ver anexos – Quarteirões > pág. 61
13 ver anexos – Bairros > pág. 62
14 ver anexos – Conclusões > pág. 63
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 38
O que ficou por fazer »O que ficou por fazer »O que ficou por fazer »O que ficou por fazer »
O estudo e levantamento aqui apresentados representam o ponto de partida do que
será o processo de realização do Plano para a Avenida da Liberdade. Assim, ficaram por
fazer :
− Levantamento do suporte fisico e ambiental rigoroso
− Terminar o levantamento do sistema de circulação e transportes
− Análise Sócio-Económica e Tipo-Morfológica, com inquéritos de rua à
população
− Inquérito ao edificado da área em estudo
− A proposta propriamente dita e tudo o que tal implica ( uma reflexão e uma
análise reproduzida num documento base para a criação de um regulamento; todo o
levantamento gráfico edificado existente; propostas para acções de urbanização; o
levantamento dos Prémios Valmor; o contacto com as juntas de freguesias e
levantamento de carências, problemas urbanos e sociais que poderão ser solucionados,
etc).
Propostas de classificação »Propostas de classificação »Propostas de classificação »Propostas de classificação »
De todo o levantamento realizado, imóveis houve que se salientaram por, de alguma
forma, revelarem valor suficiente para a abertura de uma proposta de classificação.
Podemos englobar nesse grupo: o Palacete Mayer no nº 1 da Rua do Salitre; a Mãe d’Água
na Rua da Mãe d’Água, junto ao nº 33; os nºs 10,12 da Travessa do Fala-Só, junto ao
Ascensor da Glória, estão integrados na classificação deste, mas o nº14 deverá ser
adicionado como valor de conjunto que tem com os nº anteriores; o Atheneu, nº 110 da
Rua das Portas de Santo Antão; o Palácio da Anunciada também na Rua das Portas de
Santo Antão, nº 112 a 134; a Sociedade Nacional de Belas-Artes, na Rua Barata Salgueiro,
nº 30; o Instituto da Vinha e do Vinho, edifício do Estado Novo que mora no cruzamento
da Rua Rosa Araújo com a Rua Mouzinho da Silveira. Todos eles têm algo merecedor de
destaque, ou pela época em que se inserem, ou pelo seu valor de conjunto e
particularidade, ou mesmo como local de reunião e convívio social. Todos eles inserem-
se na ZEP da Avenida da Liberdade.
Ajuda à prática profissional futura »Ajuda à prática profissional futura »Ajuda à prática profissional futura »Ajuda à prática profissional futura »
O trabalho desenvolvido ao longo deste ano – 05 de Novembro de 2002 / 05 de
Novembro de 2003 – terá uma influência importante na prática profissional futura. A
experência no IPPAR permitiu viver e comprrender como funciona este organismo
público, travar conhecimento com profissionais da área e beneficiar da sua ajuda, ver e
acompanhar processos de classificação. Mas, além disso, interiorizou-se a leitura de
Lisboa, através do exemplo que é a Avenida, a arquitecta estagiária ganhou uma
sensibilidade para a interpretação do existente, com o estudo do passado, dos vários
modelos de então, percebendo a articulação dos vários sistemas urbanos que se vão
interligar na Avenida.
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 39
Ao longo do ano de duração do estágio profissional de admissão à Ordem, procurou
a candidata usufruir ao máximo do tempo que lhe foi dado, para melhorar as suas
capacidades profissionais e pedagógicas, paralelamente ao trabalho desenvolvido no
IPPAR. Não só através da frequência de vários cursos e acções de formação, mas também
participando em jornadas, conferências, colóquios, colaborando com instituições não
governamentais relacionadas com o assunto e contactando com profissionais
conhecedores do ramo.
Esquematicamente podemos repartir essas actividades da seguinte forma »Esquematicamente podemos repartir essas actividades da seguinte forma »Esquematicamente podemos repartir essas actividades da seguinte forma »Esquematicamente podemos repartir essas actividades da seguinte forma »
Acções de formaçãoAcções de formaçãoAcções de formaçãoAcções de formação
>>>> na sede da Ordem dos Arquitectos em Lisboa : A. F. em Construção Sustentável,
em Tecnologias da Arquitectura e em Reabilitação do Património e Manutenção – pois a
sustentabilidade está intrinsecamente ligada à recuperação, à reciclagem da construção;
é necessário conhecer as tecnologias disponíveis para melhor realizar os projectos nesta
área;
> no Instituto de Artes e Ciências : Curso de Formação Pedagógica de Formadores,
de maneira a abranger uma maior área de acção dentro da Arquitectura;
Seminários / Colóquios Seminários / Colóquios Seminários / Colóquios Seminários / Colóquios / Conferências / Conferências / Conferências / Conferências
> > > > foram frequentadas vários e de áreas distintas, sendo de salientar as Jornadas de
Património e Urbanismo em Vila Real de Santo António; o encontro sobre reabilitação de
edifícios no LNEC, em Lisboa, 3º ENCORE; o 1º encontro sobre Sustentabilidade, na sede
da Ordem dos Arquitectos em Lisboa; as Jornadas sobre a Baixa Pombalina, classificação
a Património Mundial, organizado pela CML, em Lisboa.
Colaborações Colaborações Colaborações Colaborações
> > > > com o Arq.º Bruno Barata num projecto de alterações de uma moradia no Bairro
do Rosário, em Cascais.
Vários Vários Vários Vários
> > > > Entre outras actividades, colaboração com as páginas de internet www.lisboa-
abandonada.net e www.lisboa-renovada.net, pesquisando temas, realizando
levantamentos fotográficos, representando-as em vários eventos; está também a ajudar a
criar a Associação Vamos Renovar Lisboa, novamente realcionada com o edificado
abandonado da capital, sendo autora do seu logotipo ; participação numa visita a uma
obra em Queluz através da organização Ofícios do Património.
Apoios Apoios Apoios Apoios
Como foi referido no capitulo anterior, a arquitecta pôde contar com a ajuda de
alguns técnicos assessores do IPPAR, bem como com o apoio do grupo dos ‘sites’ acima
mencionados, pois reúne engenheiros civis e historiadores relacionados essencialmente,
com a edificação na capital. Por outro lado, a candidata participou em alguns passeios
CCOONNCCLLUUSSÃÃOO
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 40
culturais a fim de compreender como é vista a área em estudo e como se relaciona com
toda a cidade. Estes passeios foram organizados, na sua maioria, pela Drª Gabriela
Carvalho da CML.
X – Calendarização do Estágio
* * * * ---- Acções de Formação frequentadas
MESESMESESMESESMESES
ASSUNTOSASSUNTOSASSUNTOSASSUNTOS
1111
Nov
2222
Dez
3333
Jan
4444
Fev
5555
Mar
6666
Abr
7777
Mai
8888
Jun
9999
Jul
10101010
Ago
11111111
Set
12121212
Out
1ª PARTE1ª PARTE1ª PARTE1ª PARTE X X X X
2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE
DEFINIÇÃO
DOS
OBJECTIVOS
X X
2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE
TRABALHO DE
CAMPO
X X X X X X X
2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE
TRATAMENTO
DE DADOS
X X X X X X
2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE
CONCLUSÕES X X
Acções deAcções deAcções deAcções de
FormaçãoFormaçãoFormaçãoFormação **** **** **** **** ****
CCRROONNOOGGRRAAMMAA
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 41
Martha Mattos Coelho Martha Mattos Coelho Martha Mattos Coelho Martha Mattos Coelho –––– Nº S0Nº S0Nº S0Nº S020041200412004120041
Arquitecta Estagiária / IPPAR Arquitecta Estagiária / IPPAR Arquitecta Estagiária / IPPAR Arquitecta Estagiária / IPPAR –––– DRLDRLDRLDRL
� Apresentação da entidade acolhedora
� Identificação do patrono
� Objectivos
� Metodologias
� Resultados esperados
� Adequação á prática profissional
� Cronograma
Apresentação da entidade acolhedora:Apresentação da entidade acolhedora:Apresentação da entidade acolhedora:Apresentação da entidade acolhedora:
O Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) é um instituto
público tutelado pelo Ministério da Cultura, que tem como missão a salvaguarda e
valorização de bens, que integram o património arquitectónico do país.
Cabe às suas direcções regionais assegurar, na respectiva área geográfica, a
execução das atribuições do IPPAR em matéria do património arquitectónico.
O conteúdo do plano de estágio em apreço, integra-se numa das
incumbências das referidas direcções regionais (neste caso a Direcção Regional de
Lisboa - DRL), constando duma acção tendente a “promover a classificação de
bens culturais imóveis e a definição ou redefinição de zonas especiais de
protecção”.
Identificação do patrono: Identificação do patrono: Identificação do patrono: Identificação do patrono:
Manuel Máximo Freire Lapão, arquitecto inscrito na Ordem dos Arquitectos
com o nº 3726, exercendo o cargo de Director Regional de Lisboa, do Instituto
Português do Património Arquitectónico.
PPPPPPPPllllllllaaaaaaaannnnnnnnoooooooo ddddddddeeeeeeee eeeeeeeessssssssttttttttáááááááággggggggiiiiiiiioooooooo
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 42
Objectivos:Objectivos:Objectivos:Objectivos:
Tendo em consideração:
� A necessidade de promoção e sensibilização para a salvaguarda do
património arquitectónico;
� A necessidade de especialização dos arquitectos que intervêm no
património edificado;
� A criação de metodologias eficazes, de identificação das patologias e
promoção de terapias;
� A execução de projectos de reabilitação/recuperação correctamente
direccionados;
� A defesa da qualidade em arquitectura;
� O conhecimento critico;
� O conhecimento das formas de salvaguarda;
� A classificação dos imóveis de forma correcta e racional;
� As cartas internacionais de património;
� O valor do edificado do passado, como testemunho simbólico, histórico
e/ou religioso;
� A elaboração cuidada de planos de pormenor e salvaguarda,
visa o presente plano de estágio, criar bases para que a candidata seja uma
profissional competente e especializada, na área da salvaguarda do património
edificado.
Para que os objectivos se cumpram, o estágio será dividido em duas partes
fundamentais:
1. Uma 1ª parte de carácter teórico [INSTRUMENTOS TEÓRICOS], onde a
candidata aprenderá não só as terminologias, os conceitos e as formas de ‘falar’
em património, como também as várias noções existentes de intervenção e
classificação do edificado, e ainda, a metodologia especifica deste tipo de
trabalho;
2. A 2ª parte de carácter prático [APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS
TEÓRICOS NA PRÁTICA DE TRABALHO DA DRL], cimentará então, todo o estudo
teórico efectuado na 1ª parte. Assim, a candidata será integrada num grupo de
trabalho, constituído por técnicos superiores da DRL (arquitectos, arquitecto
paisagista e Historiador), e participará activamente no levantamento, avaliação e
análise do conjunto da Avenida da Liberdade, com vista à sua classificação como
valor cultural.
Nas páginas que se seguem descreve-se, detalhadamente, todos os passos
que irão ser seguidos.
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 43
1ª PARTE > INSTRUMENTOS TEÓRICOS1ª PARTE > INSTRUMENTOS TEÓRICOS1ª PARTE > INSTRUMENTOS TEÓRICOS1ª PARTE > INSTRUMENTOS TEÓRICOS
1.1.1.1. Sistematização dos conceitos ligados à salvaguaSistematização dos conceitos ligados à salvaguaSistematização dos conceitos ligados à salvaguaSistematização dos conceitos ligados à salvaguardardardarda
Elementos de apoio:
• informação;
• documentação
• bibliografia
• legislação
2.2.2.2. Critérios e metodologias Critérios e metodologias Critérios e metodologias Critérios e metodologias
3.3.3.3. A conservação como uma acção abrangente:A conservação como uma acção abrangente:A conservação como uma acção abrangente:A conservação como uma acção abrangente:
• conhecimento da natureza específica do bem
• manutenção
• preservação / prevenção
• reabilitação /reconversão
• consolidação
• reconstrução
• restauro
4.4.4.4. Noção de processo de intervençãoNoção de processo de intervençãoNoção de processo de intervençãoNoção de processo de intervenção
a) a acção individual - processo de obra num lote / num imóvel ou em
parte de um imóvel
b) a acção global - processo de loteamento ou de plano
5.5.5.5. Noção de processo de classificação Noção de processo de classificação Noção de processo de classificação Noção de processo de classificação
• A classificação como instrumento de protecção
• A classificação como instrumento de valorização
6.6.6.6. As zonas especiais de protecção e a realidade urbanaAs zonas especiais de protecção e a realidade urbanaAs zonas especiais de protecção e a realidade urbanaAs zonas especiais de protecção e a realidade urbana
7.7.7.7. Metodologia específica do trabalho (leitura arquitectónica e Metodologia específica do trabalho (leitura arquitectónica e Metodologia específica do trabalho (leitura arquitectónica e Metodologia específica do trabalho (leitura arquitectónica e
arqueológica diagnóstico físico, social e cultural)arqueológica diagnóstico físico, social e cultural)arqueológica diagnóstico físico, social e cultural)arqueológica diagnóstico físico, social e cultural)
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 44
2ª PARTE > 2ª PARTE > 2ª PARTE > 2ª PARTE > APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS TEÓRICOS NA PRÁTICA DE APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS TEÓRICOS NA PRÁTICA DE APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS TEÓRICOS NA PRÁTICA DE APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS TEÓRICOS NA PRÁTICA DE
TRABALHO DA DRLTRABALHO DA DRLTRABALHO DA DRLTRABALHO DA DRL
Objectivos do estudo:
• Levantamento, análise e avaliação do conjunto da Avenida da Liberdade,
com vista à sua classificação como valor cultural, e proposta de medidas de
protecção e de disciplina urbana:
a) definição de objectivos e âmbito da intervenção (apresentação e discussão
final);
b) trabalho de campo: levantamento de dados relativos aos imóveis
classificados; dos planos da CML, dos antecedentes dos projectos; levantamento
fotográfico (apresentação e discussão final);
• Tratamento de dados (apresentação e discussão final);
• Proposta / apresentação e discussão final.
Resultados esperados:Resultados esperados:Resultados esperados:Resultados esperados:
Tendo sido cumpridas todas as clausulas descritas anteriormente, a
candidata deverá ser capaz de:
� Avaliar os imóveis com rigor, sensibilidade e conhecimento critico, de forma
a propor intervenções qualitativas e em concordância com a lei em vigor;
� Aplicar nessas intervenções metodologias eficazes, para a reparação,
substituição e/ou renovação do todo, ou de partes dos edifícios a qualificar;
� Avaliar e aplicar as ideias expressas nas cartas internacionais;
� Encaminhar e executar correctamente, projectos de
reabilitação/recuperação, ou mesmo de conservação;
� Ter conhecimento das especialidades que existem na área, para,
eventualmente, prosseguir os seus estudos a um nível superior;
� Colaborar num processo de classificação de imóveis.
Adequação à prática profissional:Adequação à prática profissional:Adequação à prática profissional:Adequação à prática profissional:
Todas as ideias descritas nos capítulos ‘Objectivos’ e ‘Resultados esperados’,
poderão ser aplicadas na prática profissional, ligada a este tipo de projecto.
Sabendo-se da falta que existe de profissionais especializados nesta área,
pretende a candidata dar o seu contributo, quanto lhe fôr possível, ao começar a
sua vida como arquitecta, estagiando precisamente na entidade que avalia e
estuda este tipo de edificado.
Tendo em conta, o estudo em questão – classificação da Avenida da
Liberdade, em Lisboa – a riqueza histórica e construtiva do conjunto, a
Relatório de Estágio
Martha Mattos Coelho – Arquitecta Estagiária nº S020041 – Nov. 2003 45
participação prática da candidata será, com certeza, uma referência para
orientação futura.
Cronograma:Cronograma:Cronograma:Cronograma:
MESESMESESMESESMESES
ASSUNTOSASSUNTOSASSUNTOSASSUNTOS 1111 2222 3333 4444 5555 6666 7777 8888 9999 10101010 11111111 12121212
1ª PARTE1ª PARTE1ª PARTE1ª PARTE X X
2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE
DEFINIÇÃO DEFINIÇÃO DEFINIÇÃO DEFINIÇÃO
DOS DOS DOS DOS
OBJECTIVOSOBJECTIVOSOBJECTIVOSOBJECTIVOS
X X
2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE
TRABALHO DE TRABALHO DE TRABALHO DE TRABALHO DE
CAMPOCAMPOCAMPOCAMPO
X X X
2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE2ª PARTE
TRATAMENTO TRATAMENTO TRATAMENTO TRATAMENTO
DE DADOSDE DADOSDE DADOSDE DADOS
X X X
2ª PART2ª PART2ª PART2ª PARTEEEE
PROPOSTAPROPOSTAPROPOSTAPROPOSTA X X X X
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
AVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBERDADE:RDADE:RDADE:RDADE:
Introdução ao estudo da Avenida da Liberdade – Arq. Estagiária Martha Mattos Coelho 2002 / 2003 I
Instituto Português do Património Arquitectónico - 2003
LISTA DOS EDIFíCiOS CLASSIFICADOS NA AVENIDA DA LIBERDADE E ZONA ENVOLVENTE
Designação - Ascensor da Glória e meio urbano que o envolve
Protecção - MN Monumento Nacional
Decreto - Dec. n.º 5/2002, DR 42 de 19 Fevereiro 2002 ( *1)
Designação - Zona da Avenida da Liberdade
Grau - Em vias de classificação
Decreto - Desp. 22-12-1989
Designação - Prédio do Hotel Avenida Palace
Protecção - IIP, Dec. nº 129/77, DR 226 de 29 Setembro 1977, ZEP, Port. nº 529/96, DR 228
de 01 de Outubro 1996
Enquadramento - Urbano, destacado, adossado
Designação
Palácio dos Condes de Redondo
Protecção
Grau
IIP Imóvel de Interesse Público
Decreto
735/74, DG 297, de 21-12-1974
ZEP
Port. n.º 529/96, DR, 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
Designação - Teatro Capitólio, no Parque Mayer
Localização - Lisboa, Lisboa, São José
Acesso - Parque Mayer
Protecção - IIP, Dec. nº 8/83, DR 19 de 24 Janeiro 1983, ZEP, Port. 529/96, DR 228 I Sérir-B,
de 01 Outubro 1996.
Enquadramento - Urbano, destacado, isolado
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
AVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBERDADE:RDADE:RDADE:RDADE:
Introdução ao estudo da Avenida da Liberdade – Arq. Estagiária Martha Mattos Coelho 2002 / 2003 II
Designação
Edifício da Estação de Caminhos de Ferro do Rossio
Protecção
Grau
IIP Imóvel de Interesse Público
Decreto
516/71, DG 274, 22-11-1971
ZEP
Port. n.º 529/96, DR 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
Designação - Cinema São Jorge
Localização - Lisboa, Lisboa, Coração de Jesus
Acesso - Av. da Liberdade, 175, R. Júlio César Machado, nº 8 a 10
Protecção - IIP Imóvel de Interesse Público (Homologado) DD. de 26-10-1989 ZEP Port. nº
529/96, DR, 1ª Série-B, nº 228 de 01-10-1996
Designação Conjunto de edifícios na Rua de São José (e jardins)
Protecção
Grau IIP Imóvel de Interesse Público
Decreto 129/77, DR 226, de 29-09-1977
ZEP Port. nº 529/96 DR 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
Designação - Coliseu dos Recreios e edifício anexo da Sociedade de Geografia de Lisboa
Localização - Lisboa, Lisboa, Pena
Acesso - R. das Portas de Santo Antão, 92 - 104, Bc. de São Luís da Pena, 18, 32
Protecção - IIP, Dec. nº 2/96, DR 56 de 06 Março 1996, incluído na Zona Especial de Protecção
conjunta aos imóveis classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente.
Enquadramento - Urbano, destacado, adossado
Designação - Palacete Conceição e Silva
Localização - Lisboa, Lisboa, Coração de Jesus
Acesso - Av. da Liberdade, 226 a 228
Protecção - IIP, Dec. nº 735/74, DG 297 de 21 Dezembro 1974, ZEP, Port. nº 529/96, DR 228 I
Série-B, de 01 Outubro 1996
Enquadramento - Situa-se no lado E. da Avenida tendo nas imediações outros prédios de cariz
romântico.
Designação - Cinema Condes
Localização - Lisboa, Lisboa, São José
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
AVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBERDADE:RDADE:RDADE:RDADE:
Introdução ao estudo da Avenida da Liberdade – Arq. Estagiária Martha Mattos Coelho 2002 / 2003 III
Acesso - Av. da Liberdade, nº 2 - 10, R. dos Condes, nº 22 - 34
Protecção – A] Incluído na Zona Especial de Protecção conjunta aos imóveis classificados na
Avenida da Liberdade e área envolvente; B] Em vias de classificação.
Enquadramento - Urbano, destacado, flanqueado, fazendo gaveto
Designação – Edifício do Diário de Noticias
Localização - Lisboa, Lisboa, Coração de Jesus
Acesso - Av. da Liberdade, nº. 266-266/A
Protecção - IIP, Dec. nº 1/86, DR 2 de 03 Janeiro 1986, ZEP, Port. 529/96, DR 228 I Série-B, de
01 Outubro 1996
Enquadramento - Urbano. Situa-se no lado E. da Av. da Liberdade. Ilhargas. A fachada
posterior dá para a Rua Rodrigues Sampaio, nº 111.
Designação Teatro Eden
Protecção
Grau IIP Imóvel de Interesse Público
Decreto 8/83 , DR 19, de 24-01-1983
ZEP Port. nº 529/96, DR, 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
Designação - Edifício na Avenida da Liberdade, nº 180 / Hotel Liz
Localização - Lisboa, Lisboa, São José
Acesso - Av. da Liberdade, nº 180
Protecção - Incluído na Zona Especial de Protecção conjunta aos imóveis classificados da
Avenida da Liberdade.
Enquadramento - Urbano, destacado, adossado
Designação Edifício do antigo Hotel Vitória
Protecção
Grau IIP Imóvel de Interesse Público
Decreto 29/84, DR 145, de 25-06-1984
ZEP Port. nº 529/96, DR 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
Designação Conjunto formado pela Igreja de São José dos Carpinteiros e edifícios
anexos
Protecção
Grau IIP Imóvel de Interesse Público
Decreto 95/78, DR 210, de 12-09-1978
ZEP Port. nº 529/96 DR 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
AVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBERDADE:RDADE:RDADE:RDADE:
Introdução ao estudo da Avenida da Liberdade – Arq. Estagiária Martha Mattos Coelho 2002 / 2003 IV
Designação - Edifício na Avenida da Liberdade, nº 166 / Palacete Lambertini
Localização - Lisboa, Lisboa, Coração de Jesus
Acesso - Av. da Liberdade, nº 166
Protecção – A] Incluído na Zona Especial de Protecção conjunta aos imóveis classificados da
Avenida da Liberdade e área envolvente; B] Em vias de classificação.
Enquadramento - Urbano, destacado, adossado
Designação Edifício na Avenida da Liberdade, 193
Protecção
Grau Em vias de classificação
Decreto Desp. de 24-06-1987
ZEP Portaria nº 529/96 DR nº 228 1ª Série-B de 01-10-1996
Designação – Cinema Odeon
Localização – Lisboa, São José
Acesso – Rua dos Condes, nº2-20
Protecção – Em estudo
Enquadramento – Urbano, gaveto, adossado
Designação - Palacete Mayer
Localização - Lisboa, Lisboa, São José
Acesso - R. do Salitre, nº 1-3 / Tv. do Salitre, nº 37
Protecção –A] Incluído na Zona Especial de Protecção conjunta aos imóveis classificados da
Avenida da Liberdade e área envolvente; B] Em vias de classificação
Enquadramento - Urbano, destacado, flanqueado, fazendo gaveto
Designação - Palacete Seixas / Instituto Camões - Casa da Lusofonia
Localização - Lisboa, Lisboa, Coração de Jesus
Acesso - Av. da Liberdade 270, Pç. Marquês de Pombal 18, R. Rodrigues Sampaio 113
Protecção – A] Incluído na Zona Especial de Protecção conjunta aos imóveis classificados da
Avenida da Liberdade e área envolvente (2); B] Em vias de classificação.
Designação - Palácio Foz / Palácio Castelo Melhor
Localização - Lisboa, Lisboa, Santa Justa
Acesso - Pç. dos Restauradores, nº. 25 - 45
Protecção - IIP, Dec. nº 516/71, DG 274 de 22 Novembro 1971, ZEP, Port. nº 529/96, DR 228,
I Série-B, de 01 Outubro 1996
Designação - Edifício na Avenida da Liberdade, nº 1 a 7 / Palladium
Localização - Lisboa, Lisboa, São José
Acesso - Av. da Liberdade, nº 1-7 / Cç. da Glória, nº 2 / R. da Glória, nº 2 A
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
AVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBEAVENIDA DA LIBERDADE:RDADE:RDADE:RDADE:
Introdução ao estudo da Avenida da Liberdade – Arq. Estagiária Martha Mattos Coelho 2002 / 2003 V
Protecção - A] Incluído na Zona Especial de Protecção conjunta aos imóveis classificados da
Avenida da Liberdade e área envolvente; B] Em vias de classificação.
Enquadramento - Urbano, destacado, flanqueado
Designação Cine-Teatro Politeama
Protecção
Grau IIP Imóvel de Interesse Público
Decreto 5/2002, DR 42, 1.ª série-B, de 19-02-2002
ZEP Port. nº 529/96 DR, 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
Designação - Cinema Tivoli
Localização - Lisboa, Lisboa, São José
Acesso - Av. da Liberdade 182 - 188; R. Manuel de Jesus Coelho, 5 - 13
Protecção - IIP, Dec. nº 67/97, DR 301 de 31 Dezembro 1997
Enquadramento - Urbano. Localizado no lado E. da avenida. No lado que dá para a rua
perpendicular é dissonante.
www.ippar.pt, www.monumentos.pt, www.lisboa-abandonada.net .
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAAVENIDA DA LIBERDADE
1
PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
2 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
3
PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»
4 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
5
PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
6 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
7
PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
da Liberdade, segundo o despacho de Dez. De 1989, estão em vias de classificação.
DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»Conj. edifício ''Castil'', edifício ''Franjinhas'' e fachada do edifício na Rua Braamcamp
R. Castilho, 39; R. Brancaamp, 9; R. Brancaamp, 26/40
IMÓVEIS CLASSIFICADOS E EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO NA ZONA ESPECIAL DE PROTECÇÃOIMÓVEIS CLASSIFICADOS E EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO NA ZONA ESPECIAL DE PROTECÇÃOIMÓVEIS CLASSIFICADOS E EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO NA ZONA ESPECIAL DE PROTECÇÃOIMÓVEIS CLASSIFICADOS E EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO NA ZONA ESPECIAL DE PROTECÇÃODA AVENIDA DA LIBERDADE - Nov. 2003DA AVENIDA DA LIBERDADE - Nov. 2003DA AVENIDA DA LIBERDADE - Nov. 2003DA AVENIDA DA LIBERDADE - Nov. 2003
Imóveis em vias de classificação (isoladamente)Imóveis em vias de classificação (isoladamente)Imóveis em vias de classificação (isoladamente)Imóveis em vias de classificação (isoladamente)Nota : todos os imóveis que se encontrem dentro do limite do conjunto da zona da Avenida
Edifício na Avenida da Liberdade, 193Em vias de classificaçãoEm vias de classificaçãoEm vias de classificaçãoEm vias de classificação
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - Desp. de 24-06-1987
ZEP - Portaria nº 529/96 DR nº 228 1ª Série-B de 01-10-1996
Em vias de classificação Em vias de classificação Em vias de classificação Em vias de classificação
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - Desp. 21-06-1996
ZEP - Portaria nº 529/96 DR nº 228 1ª Série-B de 01-101996
Desp. 22-12-1989
Imóveis de Interesse PúblicoImóveis de Interesse PúblicoImóveis de Interesse PúblicoImóveis de Interesse Público
Prédio do Hotel Avenida Palace - Pç Restauradores, 1 a 9IIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse Público
DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»Zona da Avenida da Liberdade (ver planta anexa)
Av. Liberdade; Pç Restauradores; Jd Regedor; R. SalitreEm vias de classificaçãoEm vias de classificaçãoEm vias de classificaçãoEm vias de classificação
IIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse Público
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - 735/74, DG 297, de 21-12-1974
ZEP - Port. n.º 529/96, DR, 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - nº 129/77, DR 226 de 29 Setembro 1977
ZEP - Port. nº 529/96, DR 228 de 01 de Outubro 1996
DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»Palácio dos Condes de Redondo
R. Santa Marta, 56 a 56E; R.Conde de Redondo, 147
DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO» Edifício da Estação de Caminhos de Ferro do RossioLargo D. João da Câmara
IIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse Público
Teatro Capitólio - Parque MayerIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse Público
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - Dec. nº 8/83, DR 19 de 24 Janeiro 1983
ZEP - Port. 529/96, DR 228 I Sérir-B, de 01 Outubro 1996.
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - 516/71, DG 274, 22-11-1971
ZEP - Port. n.º 529/96, DR 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
Untrodução ao estudo da Avenida da Liberdade - Arq. Estagiária Martha Mattos Coelho 2002 / 2003
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAAVENIDA DA LIBERDADE
8 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
9
PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
10 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
11 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
12 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
13 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
14 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
15
PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
16 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
IIP Imóvel de Interesse Público (Homologado)IIP Imóvel de Interesse Público (Homologado)IIP Imóvel de Interesse Público (Homologado)IIP Imóvel de Interesse Público (Homologado)
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - Desp. 26-10-1989
ZEP - Port. nº 529/96, DR, 1ª Série-B, nº 228 de 01-10-1996
Cinema São Jorge - Av. da Liberdade, 175
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - 129/77, DR 226, de 29-09-1977
ZEP Port. nº 529/96 DR 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
Coliseu dos Recreios - R. Portas de Santo Antão
DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»Conjunto de edifícios na Rua de São José (e jardins)
R. São José, 10 a 42
IIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse Público
Palacete Conceição e Silva - Av. Liberdade, 226 a 228IIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse Público
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - nº 735/74, DG 297 de 21 Dezembro 1974
ZEP - Port. nº 529/96, DR 228 I Série-B, de 01 Outubro 1996
IIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse Público
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Dec. nº 2/96, DR 56 de 06 Março 1996, incluído na Zona Especial de Protecção conjunta aos imóveis classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente.
Teatro Eden - Pç RestauradoresIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse Público
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - 8/83 , DR 19, de 24-01-1983
ZEP - Port. nº 529/96, DR, 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
Edifício do Diário de Noticias - Av. Liberdade, 266IIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse Público
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - nº 1/86, DR 2 de 03 Janeiro 1986
ZEP - Port. 529/96, DR 228 I Série-B, de 01 Outubro 1996
DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»Conj formado pela Igreja de São José dos Carpinteiros e anexos
R. São José, 64 a 100
IIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse Público
Nota: Do edifício original só resta a escadaria
Edifício do antigo Hotel Vitória - Av. Liberdade, 168 a 170IIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse Público
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - 29/84, DR 145, de 25-06-1984
ZEP - Port. nº 529/96, DR 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
IIP Imóvel de Interesse Público e MN pelo conj do Asc. Do LavraIIP Imóvel de Interesse Público e MN pelo conj do Asc. Do LavraIIP Imóvel de Interesse Público e MN pelo conj do Asc. Do LavraIIP Imóvel de Interesse Público e MN pelo conj do Asc. Do Lavra
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - nº 516/71, DG 274 de 22 Novembro 1971
ZEP - Port. nº 529/96, DR 228, I Série-B, de 01 Outubro 1996
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - 95/78, DR 210, de 12-09-1978
ZEP - Port. nº 529/96 DR 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
Palácio Foz / Palácio Castelo Melhor - Pç Restauradores, 25 a 45
Untrodução ao estudo da Avenida da Liberdade - Arq. Estagiária Martha Mattos Coelho 2002 / 2003
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAAVENIDA DA LIBERDADE
17 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
18 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
19 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
20 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
21 DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
22
PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
23
PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»PROTECÇÃO»
Cinema Tivoli - Av. Liberdade, 182 a 188;R.M. Jesus Coelho,5 a 13
IIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse PúblicoIIP Imóvel de Interesse Público
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - DR 301 de 31 Dezembro 1997 Dec. nº 67/97
Incluído na ZEP da Av. da Liberdade
Cine-Teatro Politeama - R. Portas de Santo Antão, 109 a 115IIP Imóvel de Interesse Público,IIP Imóvel de Interesse Público,IIP Imóvel de Interesse Público,IIP Imóvel de Interesse Público,
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - 5/2002, DR 42, 1.ª série-B, de 19-02-2002
ZEP - Port. nº 529/96 DR, 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
Nota: ainda não foi aberto o processo de alteração.
Edifício na R. Alexandre Herculano, 57IIP Imóvel de Interesse Público (homologado)IIP Imóvel de Interesse Público (homologado)IIP Imóvel de Interesse Público (homologado)IIP Imóvel de Interesse Público (homologado)
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - 8/83 de 24/01(como Valor concelhio) - em alteraçãoZEP - Port. nº 529/96, DR 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
Garagem Auto-Palace - R. Alexandre Herculano,66 a 68IIP Imóvel de Interesse Público IIP Imóvel de Interesse Público IIP Imóvel de Interesse Público IIP Imóvel de Interesse Público
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - 29/89 de 25/06
ZEP - Port. nº 529/96, DR 1ª Série-B, n.º 228 de 01-10-1996
Edifício na R. São José, 191 - Palácio São JoséIIP Imóvel de Interesse Público (em alteração)IIP Imóvel de Interesse Público (em alteração)IIP Imóvel de Interesse Público (em alteração)IIP Imóvel de Interesse Público (em alteração)
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Nota: Só resta a fachada que tem o processo para desclassificação, devida à
profunda alteração pela intervenção do Tivoli Forum
MN Monumento NacionalMN Monumento NacionalMN Monumento NacionalMN Monumento Nacional
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - 5/2002, DR 42, 1.ª série-B, de 19-02-2002
ZEP - Port. nº 529/96 DR nº 228 1ª Série-B de 01-10-1996
Monumentos NacionaisMonumentos NacionaisMonumentos NacionaisMonumentos Nacionais
DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»Ascensor do Lavra e meio urbano que o envolve
Entrada entre a Cç do Lavra e a R. Câmara Pestana; R. Câmara Pestana, 43 e 45;Cç do Lavra - todos os nº pares e impares do 1 ao 11
DECRETO»DECRETO»DECRETO»DECRETO»Decreto - 5/2002, DR 42, 1.ª série-B, de 19-02-2002
ZEP - Port. nº 529/96 DR nº 228 1ª Série-B de 01-10-1996
DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO»DESIGNAÇÃO» Ascensor da Gloria e meio urbano que o envolveCç da Glória; R.das Paipas, tornejando para Lg Oliveirinha e Tv Fala-Só
MN Monumento NacionalMN Monumento NacionalMN Monumento NacionalMN Monumento Nacional
Untrodução ao estudo da Avenida da Liberdade - Arq. Estagiária Martha Mattos Coelho 2002 / 2003
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA AVENIDA DA LIBERDADE:
Alameda Cardeal Cerejeira Rua de Santo António Rua de Conceição da GlóriaAlto do Penalva Rua de Santo António da Glória Rua de S. JoséArco do Evaristo Rua de São José Rua de Santa MartaAv. da Liberdade Rua de São Pedro de Alcântara Travessa NoronhaAv. Duque de Loulé Rua de Vale Pereiro Travessa ParreirasAv. Fontes Pereira de Melo Rua do Corrião Travessa SalitreAv. Sidónio Pais Rua do PassadiçoBeco da São Luis do Pena Rua do SalitreCalçada da Glória Rua do TelhalCalçada da Patriarcal Rua dos CondesCalçada de Santana Rua Duque de PalmelaCalçada do Lavra Rua Esperança do CardalCalçada Garcia Rua Gustavo de Matos SequeiraJardim da Amália Rodrigues Rua Jardim do RegedorLargo da Anunciada Rua Joaquim António de AguiarLargo da Oliveirinha Rua JoaquinaLargo de São Domingos Rua Julio Cesar MachadoLargo do Regedor Rua Maestro Pedro Freitas BrancoLargo Jean Monet Rua Manuel Jesus CoelhoLargo S. Mamede Rua Marquês da FronteiraParque Eduardo VII Rua Mouzinho da SilveiraPátio do Tronco Rua Nogueira e SousaPátio Salema Rua NoronhaPraça da Alegria Rua Nova de S. MamedePraça do Principe Real Rua Prior CoutinhoPraça dos Restauradores Rua Rodrigo da FonsecaRua 1º de Dezembro Rua Rodrigo da FonsecaRua Alexandre Herculano Rua Rodrigues SampaioRua Arco de S Mamede Rua Rosa AraújoRua Barata Salgueiro Travessa Légua PóvoaRua Bracaamp Travessa Conceição da GlóriaRua Cardal de São José Travessa da GlóriaRua Castilho Travessa da LéguaRua Convento da Encarnação Travessa das Águas LivresRua D. Pedro V Travessa de Santa MartaRua da Alegria Travessa de SantanaRua da Caridade Travessa de Santo AntãoRua da Escola Politécnica Travessa DespachoRua da Fé Travessa Diário de NotíciasRua da Glória Travessa do AdroRua da Imprensa Nacional Travessa do Fala-SóRua da Mãe de Água Travessa do FornoRua das Portas de Santo Antão Travessa do PenaRua das Pretas Travessa do RosárioRua das Taipas Travessa Enviado do InglaterraRua de Artilheria Travessa Horta do CeraRua de Camilo Castelo Branco Travessa Loureiro
Ruas pertencentes à Zona Especial de protecçãoRuas pertencentes à Zona Especial de protecçãoRuas pertencentes à Zona Especial de protecçãoRuas pertencentes à Zona Especial de protecçãoda Avenida da Liberdade - com Servidão Administrativada Avenida da Liberdade - com Servidão Administrativada Avenida da Liberdade - com Servidão Administrativada Avenida da Liberdade - com Servidão Administrativa
Introdução ao estudo da Avenida da Liberdade – Arq. Estagiária Martha Mattos Coelho 2002 / 2003 1
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
AVENIDA DA LIBERDAVENIDA DA LIBERDAVENIDA DA LIBERDAVENIDA DA LIBERDADE:ADE:ADE:ADE:
Introdução ao estudo da Avenida da Liberdade – Arq. Estagiária Martha Mattos Coelho / 2002 56
EDIFICIOS DEVOLUTOS: ( lista da CML – Actualizada pela autora )
FREGUESIA DE CORAÇÃO DE JESUS: FREGUESIA DE CORAÇÃO DE JESUS: FREGUESIA DE CORAÇÃO DE JESUS: FREGUESIA DE CORAÇÃO DE JESUS:
→ Av. da Liberdade, nº 236/238
→ Av. da Liberdade, nº 215, 232, 236, 238, 240, 247
→ Av. da Liberdade, nº 190 – em alteração.
FREGUESIA DE SÃO JOSÉ:FREGUESIA DE SÃO JOSÉ:FREGUESIA DE SÃO JOSÉ:FREGUESIA DE SÃO JOSÉ:
→ Av. da Liberdade, nº 262
→ Av. da Liberdade, nº 138/140/ 142
→ Av. da Liberdade, nº 164 - recuperado
→ Av. da Liberdade, nº 104
→ Av. da Liberdade, nº 28/34
→ Rua da Conceição da Glória, nº 1/3 ( com fachada para a Avenida )
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA AVENIDA DA LIBERDADE:
ANOANOANOANO MORADAMORADAMORADAMORADA ARQUITECTOARQUITECTOARQUITECTOARQUITECTO PROPRIETÁRIOPROPRIETÁRIOPROPRIETÁRIOPROPRIETÁRIO1902 Av. da Liberdade / R. Do Salitre, 5Av. da Liberdade / R. Do Salitre, 5Av. da Liberdade / R. Do Salitre, 5Av. da Liberdade / R. Do Salitre, 5 Nicola Bigaglia Adolfo Lima Mayer1903 Av. Alexandre Herculano, 57 Miguel Ventura Terra
MH 1904 Av. da Liberdade, 166Av. da Liberdade, 166Av. da Liberdade, 166Av. da Liberdade, 166 Nicola Bigaglia Michel Angelo LibertiniMH 1905 Av. da Liberdade, 262/4Av. da Liberdade, 262/4Av. da Liberdade, 262/4Av. da Liberdade, 262/4 Jorge Pereira Leite Gomes NettoD 1907 Av. Duque de Loulé, 77 António Couto Ernesto Empis
1909 Av. Marquês da Fronteira, 18/28 Miguel Ventura Terra Henrique Monteiro de MendonçaMH - D 1909 Av. Duque de Loulé, 72/4
D 1910 Av. Fontes Pereira de Melo, 30 Ernesto Korrody Antónoi Caetano Macieira1911 Av. Alexandre Herculano, 25 Miguel Ventura Terra António Thomas Quartin
MH 1911 Av. António Augusto de Aguiar, 3-D1914 Av. Fontes Pereira de Melo, 28 Manuel Joaquim Norte Junior José Maria Marques1915 Av. da Liberdade, 216-218Av. da Liberdade, 216-218Av. da Liberdade, 216-218Av. da Liberdade, 216-218 Manuel Joaquim Norte Junior Domingos Joaquim da Silva
D 1919 Av. Duque de Loulé, 47 Alvaro Augusto Machado Alfredo May de Oliveira1927 Av. da Liberdade, 176-180Av. da Liberdade, 176-180Av. da Liberdade, 176-180Av. da Liberdade, 176-180 Manuel Joaquim Norte Junior José de Sousa Brás
D 1930 Rua Castilho, 64-66 Raul Lino Manuel Duarte1940 Av. da Liberdade, 266Av. da Liberdade, 266Av. da Liberdade, 266Av. da Liberdade, 266 Profirio Pardal Monteiro Empresa Nacional de Publicidade1943 Av. Sidónio Pais, 6 Raul Rodrigues Lima / Fernando Silva António Cardoso Ferreira1945 Av. Sidónio Pais, 14 António Maria Veloso dos Reis Camelo Ferreira & Filhos Ldª1971 Rua Brancaamp, 9 Nuno Teotónio Pereira / João Braula Reis Nuno Franco de Oliveira1975 Rua Camilo Castelo Branco, Nuno Teotónio Pereira / Nuno Portas Igreja e Patriarcado de Lisboa
1980 Rua Castilho, 223 - 233 Manuel Salgado Comitur, Comp. Imobiliária1984 Rua Barata Salgueiro,
Lista de edifícios vencedores do Prémio Valmor presentes na Av. da Liberdade e zona envolventeLista de edifícios vencedores do Prémio Valmor presentes na Av. da Liberdade e zona envolventeLista de edifícios vencedores do Prémio Valmor presentes na Av. da Liberdade e zona envolventeLista de edifícios vencedores do Prémio Valmor presentes na Av. da Liberdade e zona envolvente
Arnaldo Redondo / Adães Bermudes
D - Demolido
Miguel Ventura Terra
Carlos Tojal / Manuel Moreira / Carlos Roxo
in «http://www.lisboa-abandonada.net/historias.html», coordenação - José de Quintanhilha Mantas
MH - Menção Honrosa
Introdução ao estudo da Avenida da Liberdade – Arq. Estagiária Martha Mattos Coelho 2002 / 2003 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA AVENIDA DA LIBERDADE:
1756175617561756 Aprovado o Plano de Eugénio dos santos para a Baixa Pombalina
1764176417641764 O Marquês de Pomabla encarrega Reinaldo Manuel de delinear um jardim: o Passeio Público
1771177117711771 É aprovado o projecto do Passeio Público
1834183418341834 Melhoramentos no Passeio Público
1847184718471847 Modificações no Passeio Público
1874187418741874 Engº Ressano Garcia é clasificado em 1º lugar no concurso para engenheiro da CML
1879187918791879 Rosa Araújo inicia as obras da Avenida. Demolição do Teatro do Salitre
1885188518851885 Engº Miguel Pais propõe o "engrandecimento da Avenida", continuando-a até à Estrada da Circunvalação
1886188618861886 Inauguração da Avenida
1889188918891889 Projecto para o Parque Eduardo VII, Engº António Maria de Avelar
1894189418941894 A CML contrai um empréstimo para iniciar as obras da 'Av. de Picoas ao Campo Grande
e do Parque da Liberdade'
1910191019101910 proposta de construção dos talhões laterais do Parque Eduardo VII, Engº Fernado Corte Real
1926192619261926 Sugestão para o prolongamento da Avenida, apresentada pelo General Vicente Freitas.
É convidado o arquitecto paisagista Forriester a apresentar o plano.
1927192719271927 Plano de Prolongamento da Avenida, de Forriester
1929192919291929 Proposta de nova solução para o Parque Eduardo VII com entrada monumental, de Augusto Junior
1930193019301930 Proposta de Prolongamento da Avenida, de Cristino da Silva
1936193619361936 Proposta de Prolongamento da Avenida, 1ª variante elaborada por Cristino da Silva
1937193719371937 Estudo das saídas da cidade, considerando o prolongamento da Avenida através do Parque Efuardo VII
do arquitecto José de Lima Franco
1938193819381938 Proposta de Prolongamento da Avenida, 2ª variante elaborada por Cristino da Silva
1938/481938/481938/481938/48 Plano Director de De Groer no qual não se considera o prolongamento da Avenida
1945194519451945 Projecto para o Parque Eduardo VII, de Keil do Amaral
1947194719471947 Divulgação do Plano de De Groer e de Obars Publicas " 15 anos de Obras Publicas "0
1955195519551955 O "Gabinete de Estudos de Urbanização da CML" projecta um novo perfil transversal para a Avenida
aproveitando as obras do metros
1960196019601960 A CML delibera restituir o perfil transversal ao seu desenho primitivo.
A deliberação é executada em 1961.
MOP - Estudo do Palácio da Justiça
CML - Estudo do Palácio da Cidade e remodelação da Alameda Central do Parque Eduardo VII
1961196119611961 Cristino da Silva propõe um eixo monumental através do Parque Eduardo VII
para ligar a Avenida à futura Acrópole da cidade
A CML (Direcção dos Serviços de Urbanização e Obras) apresenta uma proposta para que, na
hipotese de de se prolongar a Avenida, esta seja francamente ligada à superestrutura viária da cidade
1963196319631963 Estudo de Cérceas e Alinhamentos para a Rua da Glória - CML
1967196719671967 Plano de Meyer Heine propõe Prolongamento da Avenida
1970197019701970 Remodelação do Parque Mayer, do arquitecto Carlos Ramos
1973197319731973 Plano Morfológico e de Cerceas da Avenida da Liberdade, do arqº Vieira de Almeida.
1988198819881988 Alteração ao Plano de Vieira de Almeida no quarteirão Tv. Salitre/Pr. Alegria/Av. Liberdade
elaborado pelo Gabinete de Estudos Olissiponenses e aprovado em 1990
1993199319931993 Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente - PUALZE
da autoria dos arquitectos Manuel Fernandes de Sá e Francisco Barata Fernandes
2003200320032003 É contratado o Arqº Frank Ghery para elaborar um projecto de alterações do Parque Mayer
in PUALZE - Elementos anexos ao Plano de Urbanização, Vol. II, pág. 26 e 27, 1993
BREVE CRONOLOGIA SOBRE A AVENIDA DA LIBERDADEBREVE CRONOLOGIA SOBRE A AVENIDA DA LIBERDADEBREVE CRONOLOGIA SOBRE A AVENIDA DA LIBERDADEBREVE CRONOLOGIA SOBRE A AVENIDA DA LIBERDADE
Introdução ao estudo da Avenida da Liberdade – Arq. Estagiária Martha Mattos Coelho 2002 / 2003 1
MIRADOUROS »
Esta observação permitiu ver várias coisas:
Como a massa verde caracteriza o eixo em estudo, delimitando-o e identificando-
o dentro do edificado que o cerca
Como não nos é permitido compreender a malha tão marcante de Ressano Garcia
Como os edifícios se estão a transformar em muros de contenção visual, privando
também de luz o boulevard
É claro que podemos identificar a malha se a percorrer-mos pois o desenho
urbano original está presente
Permitiu também uma comparação com o sistema da Baixa que, pelas suas cérceas
e pela homogeneidade do conjunto, é mais facilmente identificável
Nestes pontos percebemos o estrangulamento que existe entre estas duas
realidades, que mais parecem autónomas
No meu entender e após uma observação exaustiva, a ligação entre estas 2
estruturas dá-se através da R. das Portas de Santo Antão - pelo uso mais humano
e menos burguês, que se sente nos Restauradores, pela próximidade desta com os
bairros antigos, coisa que a Praça parece afastar, pelo Largo da Anunciada, que
nos devolve á Avenida e direciona o espirito humano para o grande eixo
Como os volumes mais altos substituem a identificação criada pelo verde, logo
edifícios como o Tivoli Forum ou o Hotel Tivoli que se tornaram marcos, ao mesmo
tempo que escondem a Avenida, revelam a sua orientação através da sua cércea
Se pensarmos como foi pensada no séc. XIX podemos perguntar se ainda existe
Avenida da Liberdade ou se a actual é algo diferente, se ainda encontramos o
genius loci de então
!
!
!
!
!
!
!
!
!
60
EXEMPLO DE LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DOS QUARTEIRÕES QUE LIMITAM A AVENIDA
A 1ª imagem de cada ficheiro identifica a localização e a referência dada a cada um dos
quarteirões.
As restantes são os apontamentos gráficos da Avenida.
Este quarteirão em particular é bastante marcante pois:
Quando entramos na Avenida da Liberdade pela Praça do Marquês de Pombal é o
primeiro que vemos. É um percurso mais desafogado e que nos permite uma visão
quase total do elemento em estudo.;
O Palacete Seixas revela-nos a passagem da Praça para a Avenida, pela sua
volumetria, pela linguagem utilizada, pela época que representa, por quebrar uma
possivel simetria e homogeniedade que o projecto de Carlos Ramos parece
antecipar;
É neste quarteirão que encontramos o edifício do Diário de Noticias, obra de
Pardal Monteiro e, também ele, simbolo de uma época
Há ainda um edifício devoluto, ou quase; uma reabilitação e vários exemplos de
edifícios mais contemporâneos, ou seja, pode dizer-se que temos aqui uma
amostra do que é a arquitectura representada pela Liberdade > peças isoladas de
maior ou menor valor arquitectónico, sem a preocupação de criar uma linguagem
de conjunto
Além disso este também é composto, na sua maioria, por edifícios de serviços, uso
mais frequente deste eixo
!
!
!
!
!
61
EXEMPLO DE LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DOS BAIRROS QUE CRIAM A ENVOLVENTE DA
AVENIDA
Este bairro nasceu com a abertura da Avenida. Com o objectivo de alojar a burguesia
endinheirada que justificou este grande empreendimento, a estrutura urbana do Bairro
Barata Salgueiro tem a mesma ortogonalidade que vemos desenhada por todo o plano de
1888. Ainda é possivel detetar na arquitectura existente os palácios e edifícios nobres
que então o preenchiam. Por outro lado, tem sofrido grandes alterações ao longo do
tempo, grandes empresas alojaram aqui as suas sedes criando grandes volumes
desfasados das pequenas moradias de 2 pisos. Estas construções mais recentes
encontram-se mais próximas da Avenida, remetendo para segundo plano as peças de
arquitectura original. A linguagem arquitectónica é, então, marcadamente heterogénea e
a massa arbórea que se apresenta como uma constante por todo o espaço é mais densa
quanto mais próxima estiver do eixo em estudo, parecendo ser ela o limite da nova
construção.
Este bairro foi escolhido como exemplo a apresentar neste relatório mas o procedimento
de análise foi equivalente para todos os bairros analisados.
62
CONCLUSÕES »
A Avenida é um elemento indissossiável do que a rodeia, toda a envolvente revela
a passagem da capital por várias fases históricas, representa sociedades e grupos
sociais diversos, não só pelas malhas que a desenham, mas também através dos
exemplos arquitectónicos que aí se concentram.
Podemos, então, dizer que a Avenida da Liberdade funciona como um elemento
agregador de várias realidades.
, pois penso poder merecer tal designação, se nos limitar-mos à escala
nacional, tem na malha de Lisboa, uma identidade própria, uma grande escala e
tendencialmente, de futuro, poderá tornar-se num corredor, ladeada por edifícios
de cérceas demasiado altas, que já não permitem que se usufrua do espaço como
foi planeado de origem
A zona envolvente deste eixo engloba desenhos tão distintos que vão desde a
malha medieval de São José ás Avenidas Novas de Ressano Garcia, onde se cruza
uma malha radial - Marquês de Pombal - com uma malha ortogonal de
quarteirões, mas que em nada se assemelham aos da Baixa Pombalina
O verde, a massa arbórea, cria um limite aéreo mas, por outro lado, proporciona-
nos um elemento identificador da Liberdade, se vista do alto das colinas da capital
O Parque Eduardo VII, prolonga o eixo e a diracção tomada e permite-nos a
comteplação desse facto
Foi e será um elemento charneira entre 2 realidades > a cidade antiga de malha
orgânica e fechada / a cidade nova, burguesa, desenhada, actual
!
!
!
!
!
!
!
O boulevard
63