31
5 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO Relatório de Estágio Curricular em Agronomia Bacharel Leandro da Silva Santos Arapiraca 2012

RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

5

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

Relatório de Estágio Curricular em Agronomia Bacharel

Leandro da Silva Santos

Arapiraca

2012

Page 2: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

6

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

Relatório de Estágio Curricular em Agronomia Bacharel

Dados do Estagiário

Nome: Leandro da Silva Santos

Registro Acadêmico: 2006G3275

Curso e Período: Agronomia-9° período

Dados do Local de Estágio

Empresa: Usinas Reunidas Seresta S/A

Supervisor: Gerente agrícola- André Borges Pereira da Silva

N° de registro:

Período de Estágio

Início: 09/01/2012 Término: 30/08/2012

Jornadas de trabalho: 30 horas semanais.

Total de horas: 1020 horas em 8 meses

Arapiraca - AL

2012

Page 3: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

7

INTRODUÇÃO

As Usinas Reunidas Seresta S/A foi fundada, no início da década de 70, no

momento em que a expansão canavieira no Brasil vinha sendo incentivada pelos

altos preços do açúcar no mercado internacional. Em Alagoas, a ocupação dos

tabuleiros costeiros da região Sul do Estado já era uma realidade. Os empresários

localizados em regiões acidentadas e sem condição de incrementar o plantio da

cana-de-açúcar procuravam esta nova fronteira para se instalarem. Foi o que

aconteceu com os empresários Teotônio Vilela e Geraldo Gomes de Barros

Proprietários respectivamente da Usina Boa Sorte e Santa Amália situadas nos

municípios de Viçosa e União dos Palmares. Juntaram-se e criaram as Usinas

Reunidas Seresta S/A em 12/04/1973. Esta sociedade permanece até os dias de

hoje, já na terceira geração graças ao profissionalismo implantado na gestão do

negócio. A empresa encontra-se localizada no município de Teotônio Vilela,

Alagoas. Possui um total de 11.871,89 Há de terras cobertas com cana-de-açúcar,

sendo 5.978,44 ha próprios e 8.893,45 ha arrendados. Por estar localizada em uma

região onde predomina o minifúndio, a Seresta possui ainda aproximadamente 350

fornecedores de cana que são responsáveis pelo fornecimento de 30% da matéria

prima. A empresa possui uma capacidade Instalada para moer 1.400.000 toneladas

de cana ano, entre setembro a março. Apesar de estar localizada em uma região

que tende para o agreste, com solos arenosos e de baixa produtividade a empresa

tem investido para atingir esta meta. Estes investimentos têm ocorrido

principalmente em projetos de irrigação, armazenamento de água e recentemente

produção sustentável de energia elétrica. Na safra 2007/2008 foram implantados

1500 há de irrigação por gotejamento que representou um acréscimo

aproximadamente de 80.000 toneladas de cana a partir da safra 2008/2009,

representando uma operacionalidade de 80%. E na safra 2011/2012 foram

implantados mais 700 ha totalizando 2200 há irrigados por gotejamento.

As Usinas Reunidas Seresta S/A, conta com um quadro fixo de colaboradores em

torno de 1.050, sendo 500 na área urbana e 550 na área rural. Durante a safra este

número passa para aproximadamente 2.500 com a contratação de cortadores de

cana, auxiliares dos processos de mecanização, laboratoristas e ajudantes em geral.

Page 4: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

8

A empresa é auto-suficiente em energia elétrica e vem investindo neste setor para

suprir as necessidades dos projetos de irrigação e exportação se for o caso. A

automação industrial é uma das metas que vem avançando dentro do possível e da

disponibilidade de recursos.

JUSTIFICATIVA

O relatório apresenta as atividades desenvolvidas ao longo do estágio na Usina

Reunidas Seresta S/A, localizada na Fazenda São Matheus, s/n, zona rural na

cidade de Teotônio Vilela - AL, no período de 09 de janeiro à 30 de agosto de 2012.

Cumprindo uma carga horária maior que as 160 horas exigida pela Universidade

Federal de Alagoas. Este se constitui com informações da empresa, observação de

natureza técnica e descrição das atividades desenvolvidas nas áreas de estágio.

DESCRIÇÃO DA EMPRESA

NOME: Usinas Reunidas Seresta S/A

RAZÃO SOCIAL: Grupo Seresta Ltda.

GERENTE GERAL: Marcelo Pimentel Vilela

GERENTE AGRÍCOLA: André Borges Pereira da Silva

SUPERVISOR DO ESTÁGIO: Gerente Agrícola

ENDEREÇO: Fazenda São Mateus, s/n, Teotônio Vilela – AL, Fone: 3543-2000

RAMO DE ATIVIDADE: Indústria de açúcar e álcool.

Page 5: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

9

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Dentre o período de estágio, foram estendidos os estudos em prática na área

agrícola da empresa, especificadas nas seguintes etapas: Plantio, Irrigação,

Adubação, Aplicação de Defensivos Agrícola e Entomologia.

Com uma área de cana estendida em 11.171 ha, a Usina Seresta tem como

atividade de acompanhamento das áreas para renovação de seu canavial,

renovando anualmente em média 15 a 20% de sua área total, considerando que,

numa média de cinco anos terá garantia de manutenção da área total de seu

canavial para equilibrar sua produção no ritmo e estimativa desejada.

1 – Plantio: Plantio convencional é uma prática frequente em todas as usinas, e

por este, seguem as etapas necessárias para a qualidade no processo produtivo da

atividade sucroalcooleira, se faz importante para a multiplicação e renovação da

lavoura e contém os seguintes processos observados em estágio:

1.1 - Preparo de Solo: A maioria das áreas é de renovação, necessitando de

subsolagem e duas gradeações antes do sulcamento.

1.2 - Sulcamento: Utilização de implementos para abertura dos sulcos com

profundidades no plantio de 35 a 40 cm, na Usina Seresta também é praticado o

plantio planejado para irrigação de gotejamento com uma profundidade de 20 a 25

cm.

1.3 - Espaçamento: No plantio convencional utilizam-se duas opções de

espaçamento determinados pela área a ser plantada de 1,00m em áreas de

irrigação com água limpa, e 1,40m nas áreas de fertirrigação utilizando vinhaça e

água de lavagem, já no plantio com irrigação por gotejamento o espaçamento é

duplo de 0,40 x 1,40m.

1.4 - Corte de Semente: É feito pela necessidade de semente/ha a ser plantado,

varia entre 14 á 16 toneladas/ha e uma produtividade de 3,2 toneladas cortadas por

homem/dia.

Page 6: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

10

1.5- Distribuição das Sementes: Utilizam-se caminhões para distribuição da

semente cortada em feixes. Distribuem-se seis linhas para cada lado, deixando cana

para banqueta (três linhas para a entrada do caminhão no talhão).

1.6 - Semeio: após a distribuição, é feito manualmente o semeio utilizando o

sistema pé ponta.

1.7 - Picação de semente: A picação varia entre três e quatro gemas, com

tamanho em média de 30 cm.

1.8 - Retifica de coberta: Em algumas situações a coberta não finaliza

totalmente, necessitando de uma retificação.

A Usina Seresta considera o plantio um processo inicial que exige qualidade em

todas as suas etapas, é observável a preocupação no planejamento para o devido

andamento, dando importância à qualidade da semente e a quantidade de gemas

por metro (12 a 14 gemas por metro linear), pois o sucesso nas etapas seguintes até

a colheita depende de uma boa germinação.

2 - Irrigação: Prática utilizada para suprir as necessidades hídricas da cultura

para o seu desenvolvimento em todo o seu clico até o processo de industrialização.

A Usina Seresta por está localizada na transição da zona da mata/agreste

necessita de uma maior atenção no manejo com irrigação, acrescidos a esta

preocupação foi implantado uma área de 2200 hectares o sistema de irrigação por

gotejamento para complementar sua estrutura de irrigação que já existe com os

sistemas utilizando o Pivot, a aspersão e o carretel com a utilização de água,

vinhaça e água de lavagem.

Quant. de Torres Á.Irrigada Giro

(Em graus)

Tamanho

Quant. de Pivot’s

01 1,67 ha 240º 66 m 01

04 9,18 ha 240º 210 m 05

05 13,83 ha 240º 258 m 03

06 31,28 ha 360º 306 m 01

07 40,00 ha 360º 354 m 08

Page 7: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

11

2.1 - Pivot Central Rebocável (PCR): Possui dezoito pivot’s, distribuído em uma

variação de 04 à 07 torres e um mini-pivot:

A vantagem deste sistema é a uniformidade na distribuição de água, economia de

mão-de-obra e uma redução de custo operacional, tem como desvantagem os

contornos de área, como mostra a figura abaixo destacada, tendo-se que utilizar

outro sistema de irrigação – a aspersão – para totalizar a área planejada para

irrigação.

Pivot em area renovada

Pivot atuando no

plantio com água Pivot atuando na

socaria com vinhaça

Page 8: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

12

Pivot em socaria

2.2 - Aspersor: Sistema de irrigação convencional, utiliza mão-de-obra, tubos e

conexões de alumínio ou aço zincado de 6m x 6” e 8”, um eletrobomba ou moto-

bomba, existe em média 33 eletrobombas e 20 moto-bombas, faz uma área de

posição de 0,36 ha, com média 10 posições em 24 horas.

Pode-se exemplificar uma área total na seguinte maneira:

Área de posição Área Física Quant. Posições Total.

0,36 0,28 10 2,80

O sistema por aspersão tem despesa operacional desvantajosa em relação aos

outros sistemas, desuniformidade na distribuição da água, utiliza maior quantidade

de mão-de-obra e tem baixa produtividade em área irrigada. Dentre suas vantagens

está a possibilidade de ir a áreas onde outros sistemas não podem operar, como

encostas e etc. E ainda sua eficácia na distribuição de vinhaça.

Aspersão irrigando com vinhaça

Page 9: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

13

2.3 - Carretel: Compõem-se de um equipamento com mangueiras de 300

metros, é ligado com aspersão ou barra irrigadora para distribuição de água ou

vinhaça, tendo maior eficiência de aplicação com a barra irrigadora. Na usina é mais

utilizado carrinho com aspersor na aplicação de vinhaça.

Suas vantagens estão no custo de mão-de-obra, faz uma área maior do que um

sistema convencional de aspersão e tem como desvantagem limitações em área em

virtude de sua extensão de talhão e mudanças.

2.4 - Irrigação por Gotejamento: é sistema de irrigação atualmente mais

eficiente, levando em consideração a racionalização do uso da água, é uma

irrigação localizada com mangueiras subterrâneas.

Tem como vantagem a redução da mão-de-obra, maior produtividade levando em

conta as adubações distribuídas uniformemente no período de seu clico (até o

décimo mês). A Usina Seresta implantou o sistema com dezessete projetos

distribuídos em uma área de 2200 hectares, resultado de uma análise de dez anos

feita no experimento a nível comercial de 17 hectares com uma produtividade média

de 105,00 toneladas/ha.

Fotos implantação e ampliação dos projetos de gotejamento na usina seresta

Carretel

Page 10: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

14

Enterrio do tubo gotejador-Faz.Cavaçú 1

Fotos implantação e ampliação dos projetos de gotejamento na usina seresta

Montagem da linha principal-Faz.Risco 1

Enterrio do tubo gotejador-Faz.Risco 1

Page 11: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

15

Fotos canavial com Irrigação Gotejamento:

Este sistema foi implantado em 2007 e tem trazido resultados satisfatórios, a

estimativa de produtividade na safra 08/09 foi favorável e até então vêm

apresentando resultados satisfatórios e estimam-se para safra 12/13 resultados

positivos.

3 - Adubação: Esta prática no processo produtivo é uma forma de suprir as

necessidades nutricionais da cultura, equilibrando o solo de forma que a cana possa

aproveitar todos os elementos nutritivos aplicados.

Existem na usina as seguintes práticas de adubação:

3.1 - Adubação Mecanizada: Processo que utiliza equipamento agrícola

adequado para distribuição de adubo mineral. Na usina são utilizados implementos

com distribuição de três linhas, o adubo vem para o campo em sacolões de 500 kg,

é colocado na adubadora, regulada para a distribuição de acordo com a

necessidade do solo e perspectiva de produtividade.

3.2 - Adubação via gotejamento: é feita fertirrigação via gotejamento, nas casas

de bombas é dissolvido o adubo em caixas de 5.000 litros, e injetado no sistema

automaticamente pelo equipamento controlador netajet.

São aplicados os macros nutrientes via gotejo. Após a implantação dos projetos e

o conhecimento das variedades, solos e operações, fez-se uma adaptação para

cada situação. Programação definida em conjunto com a Equipe da Netafim.

Durante o período de safra, em quatro projetos do gotejamento são aplicados

vinhaça diluída como fonte de potássio (K ).

3.3 – Adubação Folear: Uma outra alternativa de adubação, utilizada na usina

para aplicação de micro nutrientes, o equipamento utilizado é a aplicação aérea

VARIEDADE SP 83-2847 ( 127 DAP) PROJETO GOTEJAMENTO CAVACÚ – RB 92579 (120 DAP)

Page 12: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

16

através dos aviões agrícola contratos pela empresa. Este sistema se faz importante,

para aplicação dos micros nutrientes, considerando que os macros nutrientes não

fazem parte desta alternativa de adubação pela quantidade de produtos por hectares

na aplicação, já o micro é bem alocado, pois tem uma quantidade adequada ao

processo e a viabilidade econômica da aplicação.

Aplicação de Defensivos Agrícolas: o correto uso está inserido no

conhecimento tecnológico para colocação de um produto químico ou biológico no

alvo correto (erva daninha ou pragas), em quantidade adequada, de forma

econômica, sem contaminar o homem e o meio ambiente, este está melhor dividido

em três partes: Nematicida, Cumpinicida e Herbicida.

a. Nematicida: são produtos aplicados diretamente no sulco antes da

coberta para proteger a cana-de-açúcar de nematóides, um exemplo

que é utilizado na usina é o Furadan.

b. Cumpinicida: Como foi dito anteriormente o cupinicida também é

colocado no sulco antes da coberta para que não venha prejudicar a

cana com cupins, os produtos utilizados para essa pratica é o Regente,

Actara, Evidence e a talstar.

Page 13: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

17

c- Herbicida - Dosagem: na usina a vazão utilizada para cana planta é

de 200 lit/ha e pra cana soca (socaria) é de 150 L/há,como deve ser feita

a dosagem:

Ex.: primeiro é medido uma área teste de 600 m².

Vazão: 500 mL (0,5 l)

Quantidade de Bicos (PJ): 24 Bicos

0,5 * 24 = 12 l - 600 ---------- 12 l

10,000 ----- X

X = 200 l / ha.

c.1 Classificação Toxicológica:

Vias de Penetração: Inalatório, Oral e Dérmica.

Classificação Toxicológica

Extremamente

tóxico

Altamente

tóxico

Medianamente

tóxico

Pouco

tóxico

I

II

III

IV

Inalatória Oral

Page 14: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

18

c.2 Ervas daninhas: podem ser melhor entendidas se divididas em folhas

largas e folhas estreitas.

c.3 Folhas Largas: Espada de São Jorge, Caruru (Bredo), Rabo de Rato,

Magor Gomes, Flor de Cemitério, Melão de São Caetano, Melancia

Braba, Maracujá Brabo, Rama Fina, Burra Leiteira, Vasorinha, Arbusto,

Andaca, entre outras.

c.4 Folhas Estreitas: Capim alho, capim favorito, Capim Sempre Verde,

Mão de Sapo, Grama Seda, entre outras.

c.5 Herbicidas ( Utilização ): os produtos são diferentes dos anteriores,

eles são aplicados após a coberta, e podem ser bem mais entendidos se

divididos em, aplicação mecanizada (Pré Emergência) e/ou aplicação

costal ( Pós Emergência).

c.6 Aplicação Mecanizada (Pré Emergência) : Essa aplicação é feito

para que as sementes das ervas daninhas não venha emergir (germinar),

onde são utilizados produtos residuais:

d. Produtos Residuais: quando em contado com o solo deixa um resido

que dura no máximo 90 dias, dependendo de cada produto.

APLICAÇÃO EM PRÉ-EMERGÊNCIA

Page 15: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

19

e. Pré-emergência: A pre-emergência é feita com o auxilio de um trator

com duas pessoas (motorista e ajudante), e utiliza-se também o

implemento (PJ) onde é controlada toda a aplicação, nesse implemento

vem um botijão com capacidade para 600 l de formulação (a mistura de

água com produto). Uma barra que mede 11,30 m com o auxilio de 24

bicos leques que podem ser (TFVS, TEEJET, entre outros.),

Alguns produtos de (Pré Emergência).

c. Aplicação Costal (Pós Emergência): É feita quando a erva já está

germinada, nesses casos são utilizados produtos sistêmicos de contato

e bicos cônicos.

Page 16: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

20

d. Produtos sistêmicos: Produtos que quando em contato com a erva

daninha são translocados para o seu interior.

e. Produtos de Contato: Produtos quando em contato com a erva

daninha não são translocados para o seu interior, agem localmente.

f. Pós Emergência: Nesta pratica são utilizadas duas turmas de 34

pessoas que realizarão aplicação costal, com o auxilio das bombas

Martinelle e coagril.

Tríplice Lavagem:

Equipamento de Proteção Individual (EPI): Os EPI’s são essenciais para a

aplicação de Defensivos Agrícolas, para evitar uma devida intoxicação.

Page 17: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

21

Cuidados e manutenção do EPI’s:

•Após o uso, lave e descontamine em separado das roupas da

família.

• Mantenha em bom estado de conservação.

• Faça revisão periódica.

• Guarde em local separado.

•Substitua sempre que necessário

5 – Entomologia: É a ciência que estuda as pragas.

As pragas são responsáveis hoje pelo baixo índice de produtividade agrícola e

perdas dentro da indústria, daí a grande importância da realização de um controle de

combates as pragas.

As pragas mais comuns na usina Seresta:

Máquinas e equipamentos para aplicação

Limpeza dos bicos da barra do

PJ

Tipo de bico utilizado na

aplicação costal

Tipo de bico utilizado na

aplicação Mecanizada

Page 18: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

22

5.1 - A broca-gigante ( Castinia Licus ), broca do colmo assume grande

importância, pelos altos prejuízos que pode causar.

A larva de cor branco marfim, penetra entre o solo e a cana, iniciando a

perfuração no colo da planta, abrindo uma galeria de baixo para cima, destruindo os

2 ou 3 primeiros entrenós basais, podendo alcançar no final de seu ciclo, até cerca

de 9 cm de comprimento. Antes de se transformar em crisálida, a lagarta faz uma

perfuração lateral na base do colmo, por onde sairá o futuro adulto. A crisálida, de

coloração castanho escura, mede cerca de 4 cm de comprimento e fica no interior da

galeria.

Seu ciclo biológico é em média 177 dias ( ovo: 10; larva:110; crisálida:45 ); o

adulto em torno de 12 dias. Em cana nova causa a morte de perfilhos de planta e

soca “coração morto” e destrói os rizomas das touceiras, ocasionando falhas de

germinação e reduzindo o stand da cultura. Em cana adulta destrói os entrenós

basais, causando afinamento, atrofia e quebra do colmo e, junto com o complexo de

podridões, causa inversão da sacarose, com perdas de até 60% da produção.

O controle se dá pela captura de adultos e principalmente de larvas e crisálidas

na socaria após o corte de cana com enxadecos especiais. Esta é a prática mais

Cana atacada pela praga 1

Page 19: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

23

utilizada de controle. No momento, o método mais utilizado para o controle da broca

é o uso do espeto.

Controle mecânico

5.2 - A broca diatraea: Broca menor, é a principal praga da cana-de-açúcar.

É uma das mais preocupantes das pragas para a cana-de-açúcar em todos os

estados produtores do Brasil. A broca comum da cana-de-açúcar, como é

conhecida, ocorre em todas as regiões canavieiras do Brasil.

No Nordeste do Brasil ocorrem duas espécies:

Page 20: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

24

Em Alagoas nos últimos anos, está ocorrendo uma dominância da espécie

flavipennella.

Pode ser encontrada durante todo o ano, podendo apresentar de 4 a 5 gerações

por ano, variando este número principalmente em função de temperatura.

Os danos diretos são decorrentes da alimentação do inseto e ocasionam:

• Perda de peso (devido a formção de galerias);

• Morte da gema apical (“coração morto”);

• Encurtamento de entrenós;

• Quebra do colmo;

• Enraizamento aéreo;

• Germinação de gemas laterais.

Os danos indiretos são causados por:

• Microorganismos que invadem a cana através de orifícios abertos

pelas larvas, predominantemente fungos, entre eles Fusarium e

Colletotricum.

• Por reações químicas que resulta na formação de compostos

fenólicos.

Page 21: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

25

Nas duas situações ocorre a inversão da sacarose armazenada no colmo,

provocando o desdobramento da mesma em glicose e levulose. Quando o processo

se destina a produção de álcool a contaminação do caldo reduz a eficiência das

leveduras na fermentação alcoólica.

Consequências do ataque:

As formas de determinação dos níveis de infestação da Diatraea sugeridas,

objetivam levantar danos e formas biológicas presentes nas áreas infestadas e

recomenda-se a seguinte distribuição:

• Inicial – entre 3 e 4 meses de plantio ou colheita;

• Durante o desenvolvimento – após os 4 meses iniciais,

ou seja a formação de entrenós, e até os 9 meses

aproximadamente.

• Final – por ocasião da colheita.

Page 22: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

26

A metodologia de avaliação objetiva determinar a população na área avaliada.

Avaliando o número de larvas coletadas por um homem em uma hora de caminhada

dentro da área em estudo.

• Níveis que atingirem 10 larvas / homem / hora são

considerados altos e exigem controle;

No estágio da cultura, compreendido entre o quarto e nono mês de idade,

aproximadamente, pode-se optar por duas formas de avaliação:

• Determinação da população através do número de larvas

por hectare;

• Determinação dos níveis de danos através da avaliação

da intensidade de infestação.

A determinação dos níveis populacionais por hectare apresenta maior eficiência,

pois determina o alvo do controle que são as larvas da Diatraea. Consiste

basicamente em se tomar pontos amostrais distribuídos aleatoriamente na área em

estudo, numa quantidade mínima de 5 pontos de 5 metros lineares de sulco por

cada lote.

Nos pontos amostrados devem ser levantados:

• Total de colmos;

• Colmos danificados;

• Colmos sadios;

• Total de entrenós;

• Entrenós danificados;

• Entrenós sadios;

Page 23: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

27

Classificar as larvas pelo tamanho:

• Grande – 2,5 cm ou maior;

• Média – entre 1 cm e 2,5 cm;

• Pequena – menores de 1 cm.

Classificar as crisálidas em:

• Vivas;

• Vazias.

Levantar:

• Material parasitado – por Cotesia ou outros organismos;

• Identificação da espécie de Diatraea.

Realizado por ocasião da colheita, este levantamento objetiva determinar os

níveis de danos ocasionados à cultura e as perdas registradas na indústria.

Considera-se (Segundo o IAA-PLANALSUCAR) que para cada 1% de intensidade

de infestação ocorra uma perda de:

• 0,48% em kg de açúcar/t de cana;

• 1,4% em litros de álcool/t de cana;

• 0,1385% em perda de peso no campo.

O controle biológico é a principal forma de controle empregada para Diatraea. O

grande número de predadores e parasitoides de ovos que ocorrem naturalmente,

contribui de forma decisiva para auxiliar o controle biológico da Diatraea, fato que,

favorece a criação e liberação de inimigos naturais em laboratórios.

Page 24: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

28

Pela grande sensibilidade que as vespinhas de Cotesia apresentam, diversos

cuidados devem ser tomados em todo o processo, e os principais são:

• Armazenamento adequado até o momento da liberação;

• Liberação em horários convenientes, evitar horários de sol

quente, bem como períodos de chuva muito fortes;

• Transporte em condições apropriadas desde o laboratório

de produção até às áreas de liberação;

• Não liberar em áreas onde esteja sendo aplicado

inseticida ou tenha ocorrido nas últimas 24 horas;

5.3 - As cigarrinhas da folha e da raiz (Mahanarva posticata e M. fibriolata ) se

destacam entre as pragas.

Existem aproximadamente 11 gêneros de cigarrinhas atacando cana-de-açúcar.

Entre as espécies de cigarrinha, que atacam a cana-de-açúcar, existem duas que

podem ser consideradas de maior importância na região:

Page 25: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

29

Atualmente ocorre em Alagoas as duas espécies citadas, estando a cigarrinha da

folha em todas as sete regiões edafoclimaticas do Estado. Enquanto que a da raíz

está distribuída na maioria das regiões, não ocorrendo apenas na região 1. São

pragas que precisam de umidade por isso tem a sua ocorrência limitada ao período

chuvoso.

Page 26: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

30

A cigarrinha pode ser encontrada durante todo o ano. Necessita, no entanto, de

temperaturas mais amenas e bastante umidade, o que limita sua ocorrência aos

períodos chuvosos, iniciando-se as infestações após as primeiras chuvas.

Prejuízo econômico provocado pelo ataque das duas espécies:

• Injeção de toxina na planta ao sugar seiva;

• Morte de perfilhos em altas infestações (Cigarrinha da

Raiz);

• Seca do sistema foliar e morte da planta;

• Redução do stand;

• Redução do rendimento agrícola, pode chegar a 50%;

• Redução do rendimento industrial.

Page 27: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

31

Para o monitoramento da cigarrinha é recomendável iniciar os levantamentos 20 a

30 dias após as primeiras chuvas, normalmente por volta de março e realizá-los

enquanto a praga permanecer no campo. Estas avaliações devem determinar os

níveis populacionais, levantando-se as quantidades de ninfas e de adultos por

colmo. Na avaliação da cigarrinha da folha, deve-se adotar o tamanho da

amostragem mais conveniente em cada situação, com este tamanho ficando em um

mínimo de 50 colmos por talhão. O recomendável é tomar para cada amostra um

número entre 10 ou 15 colmos por hectare. Já na avaliação da cigarrinha da raiz,

deve-se determinar os níveis populacionais, levantando-se as quantidades de ninfas

e adultos por metro linear na área em estudo. O tamanho da amostragem deve ser

de 10 pontos de 2 metros lineares por lote, distribuídos aleatoriamente.

Fatores importantes a se considerar numa avaliação:

- Tamanho das amostragens:

• Quantidade de colmos (cigarrinha das folhas) - 100

colmos no mínimo;

• Quantidade de pontos (cigarrinha das raízes) - 2 pontos

de 5 metros lineares por hectare.

- Distribuição das amostragens:

• Deve ser feita uma distribuição ao acaso, sem escolha

dos locais de tomada dos colmos ou pontos, observando-se

principalmente a distância da margem do talhão e nunca

avaliar colmos à margem do talhão.

- Periodicidade

• É fundamental que a volta às áreas infestadas seja feita

em períodos o mais curto possível.

• Identificação correta das formas biológicas:

Page 28: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

32

Para o controle desta praga, existem dois métodos:

1 – Controle Químico :

2 – Controle Biológico:

O controle biológico tem sido largamente empregado através da utilização do

fungo Metarhizium anisopliae, principalmente para controle das “cigarrinhas das

folhas”, exige alguns cuidados, sobretudo com relação aos monitoramentos,

apresenta um maior número de vantagens quando bem empregado. No controle da

“cigarrinha das raízes” tem se observado algumas limitações devido a vários fatores,

entre elas o local de vida da praga – vive no sistema radicular da cultura; estágio de

desenvolvimento da cultura quando as infestações se iniciam; proteção que a palha

oferece contra as formas de multiplicação do fungo e diferença de agressividade das

raças do fungo.

Page 29: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

33

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA

BARROS, Fernando Ferraz and MILAN, Marcos. Qualidade operacional do

plantio de cana-de-açúcar. Bragantia [online]. 2010, vol.69, n.1, pp. 221-229. ISSN

0006-8705.

CÂMARA, G.M.S. Ecofisiologia da cultura da cana-de-açúcar. In: CÂMARA,

G.M.S. Produção de cana de açúcar. ESALQ: Piracicaba, 1993. p.31-64.

CAMPOS, V.F. Gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia. Belo Horizonte:

Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG, 1998. 229 p.

CAMPOS, C.M. Identificação e avaliação de variáveis críticas no processo de

produção da cana-de-açúcar. Piracicaba 2007. 88p. Dissertação (Mestrado) -

Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo.

COLETI, J.T.; STUPIELLO, J.J.; Plantio da cana-de-açúcar. In. SEGATO, S.V;

PINTO, A.S.; JENDIROBA, E.; NÓBREGA, J.C.M.. Atualizações em produção de

cana-de-açúcar. Piracicaba: CP 2, 2006.

MATOS, R.B. Indicadores de desempenho para o beneficiamento de madeira

serrada em empresas de pequeno porte: um estudo de caso. Piracicaba 2004.

100p. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz",

Universidade de São Paulo.

PECHE FILHO, A. Qualidade total na agricultura. In: SIMPÓSIO DE QUALIDADE

TOTAL NA AGRICULTURA, 1., 1994, São Paulo. Anais... São Paulo: AEASP, 1994.

p.19-35.

VIEIRA, S. Estatística para a qualidade: como avaliar com precisão a qualidade em

produtos e serviços. Rio de Janeiro, 1999. 198p.

Page 30: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

34

Conclusão

A vivência do estágio supervisionado possibilitou o monitoramento,

desenvolvimento e aplicação dos conhecimentos empíricos obtidos no âmbito

acadêmico. E ainda, assimilar as politicas de desenvolvimento organizacional que

norteiam o mercado de trabalho. Bem como absorver a dinâmica das articulações

interpessoais que viabiliza o desempenho, com excelência, das estratégias

elaboradas para alcance das metas estabelecidas pela empresa. Contudo, numa

avaliação holística constata-se a necessidade de intensificar o desenvolvimento

empírico e prático a cerca da cultura da cana-de-açúcar. Haja visto a importância

econômica desta cultura para o estado de Alagoas.

Page 31: RELATÓRIO DE ESTÁGIO-LEANDRO-PRONTO

35

DE ACORDO:

________________________________ e ________________________________

André Borges Pereira da Silva Leandro da Silva Santos

Gerente Agrícola Estagiário