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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
Relatório de Estágio Curricular em Agronomia Bacharel
Leandro da Silva Santos
Arapiraca
2012
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
Relatório de Estágio Curricular em Agronomia Bacharel
Dados do Estagiário
Nome: Leandro da Silva Santos
Registro Acadêmico: 2006G3275
Curso e Período: Agronomia-9° período
Dados do Local de Estágio
Empresa: Usinas Reunidas Seresta S/A
Supervisor: Gerente agrícola- André Borges Pereira da Silva
N° de registro:
Período de Estágio
Início: 09/01/2012 Término: 30/08/2012
Jornadas de trabalho: 30 horas semanais.
Total de horas: 1020 horas em 8 meses
Arapiraca - AL
2012
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INTRODUÇÃO
As Usinas Reunidas Seresta S/A foi fundada, no início da década de 70, no
momento em que a expansão canavieira no Brasil vinha sendo incentivada pelos
altos preços do açúcar no mercado internacional. Em Alagoas, a ocupação dos
tabuleiros costeiros da região Sul do Estado já era uma realidade. Os empresários
localizados em regiões acidentadas e sem condição de incrementar o plantio da
cana-de-açúcar procuravam esta nova fronteira para se instalarem. Foi o que
aconteceu com os empresários Teotônio Vilela e Geraldo Gomes de Barros
Proprietários respectivamente da Usina Boa Sorte e Santa Amália situadas nos
municípios de Viçosa e União dos Palmares. Juntaram-se e criaram as Usinas
Reunidas Seresta S/A em 12/04/1973. Esta sociedade permanece até os dias de
hoje, já na terceira geração graças ao profissionalismo implantado na gestão do
negócio. A empresa encontra-se localizada no município de Teotônio Vilela,
Alagoas. Possui um total de 11.871,89 Há de terras cobertas com cana-de-açúcar,
sendo 5.978,44 ha próprios e 8.893,45 ha arrendados. Por estar localizada em uma
região onde predomina o minifúndio, a Seresta possui ainda aproximadamente 350
fornecedores de cana que são responsáveis pelo fornecimento de 30% da matéria
prima. A empresa possui uma capacidade Instalada para moer 1.400.000 toneladas
de cana ano, entre setembro a março. Apesar de estar localizada em uma região
que tende para o agreste, com solos arenosos e de baixa produtividade a empresa
tem investido para atingir esta meta. Estes investimentos têm ocorrido
principalmente em projetos de irrigação, armazenamento de água e recentemente
produção sustentável de energia elétrica. Na safra 2007/2008 foram implantados
1500 há de irrigação por gotejamento que representou um acréscimo
aproximadamente de 80.000 toneladas de cana a partir da safra 2008/2009,
representando uma operacionalidade de 80%. E na safra 2011/2012 foram
implantados mais 700 ha totalizando 2200 há irrigados por gotejamento.
As Usinas Reunidas Seresta S/A, conta com um quadro fixo de colaboradores em
torno de 1.050, sendo 500 na área urbana e 550 na área rural. Durante a safra este
número passa para aproximadamente 2.500 com a contratação de cortadores de
cana, auxiliares dos processos de mecanização, laboratoristas e ajudantes em geral.
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A empresa é auto-suficiente em energia elétrica e vem investindo neste setor para
suprir as necessidades dos projetos de irrigação e exportação se for o caso. A
automação industrial é uma das metas que vem avançando dentro do possível e da
disponibilidade de recursos.
JUSTIFICATIVA
O relatório apresenta as atividades desenvolvidas ao longo do estágio na Usina
Reunidas Seresta S/A, localizada na Fazenda São Matheus, s/n, zona rural na
cidade de Teotônio Vilela - AL, no período de 09 de janeiro à 30 de agosto de 2012.
Cumprindo uma carga horária maior que as 160 horas exigida pela Universidade
Federal de Alagoas. Este se constitui com informações da empresa, observação de
natureza técnica e descrição das atividades desenvolvidas nas áreas de estágio.
DESCRIÇÃO DA EMPRESA
NOME: Usinas Reunidas Seresta S/A
RAZÃO SOCIAL: Grupo Seresta Ltda.
GERENTE GERAL: Marcelo Pimentel Vilela
GERENTE AGRÍCOLA: André Borges Pereira da Silva
SUPERVISOR DO ESTÁGIO: Gerente Agrícola
ENDEREÇO: Fazenda São Mateus, s/n, Teotônio Vilela – AL, Fone: 3543-2000
RAMO DE ATIVIDADE: Indústria de açúcar e álcool.
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ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Dentre o período de estágio, foram estendidos os estudos em prática na área
agrícola da empresa, especificadas nas seguintes etapas: Plantio, Irrigação,
Adubação, Aplicação de Defensivos Agrícola e Entomologia.
Com uma área de cana estendida em 11.171 ha, a Usina Seresta tem como
atividade de acompanhamento das áreas para renovação de seu canavial,
renovando anualmente em média 15 a 20% de sua área total, considerando que,
numa média de cinco anos terá garantia de manutenção da área total de seu
canavial para equilibrar sua produção no ritmo e estimativa desejada.
1 – Plantio: Plantio convencional é uma prática frequente em todas as usinas, e
por este, seguem as etapas necessárias para a qualidade no processo produtivo da
atividade sucroalcooleira, se faz importante para a multiplicação e renovação da
lavoura e contém os seguintes processos observados em estágio:
1.1 - Preparo de Solo: A maioria das áreas é de renovação, necessitando de
subsolagem e duas gradeações antes do sulcamento.
1.2 - Sulcamento: Utilização de implementos para abertura dos sulcos com
profundidades no plantio de 35 a 40 cm, na Usina Seresta também é praticado o
plantio planejado para irrigação de gotejamento com uma profundidade de 20 a 25
cm.
1.3 - Espaçamento: No plantio convencional utilizam-se duas opções de
espaçamento determinados pela área a ser plantada de 1,00m em áreas de
irrigação com água limpa, e 1,40m nas áreas de fertirrigação utilizando vinhaça e
água de lavagem, já no plantio com irrigação por gotejamento o espaçamento é
duplo de 0,40 x 1,40m.
1.4 - Corte de Semente: É feito pela necessidade de semente/ha a ser plantado,
varia entre 14 á 16 toneladas/ha e uma produtividade de 3,2 toneladas cortadas por
homem/dia.
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1.5- Distribuição das Sementes: Utilizam-se caminhões para distribuição da
semente cortada em feixes. Distribuem-se seis linhas para cada lado, deixando cana
para banqueta (três linhas para a entrada do caminhão no talhão).
1.6 - Semeio: após a distribuição, é feito manualmente o semeio utilizando o
sistema pé ponta.
1.7 - Picação de semente: A picação varia entre três e quatro gemas, com
tamanho em média de 30 cm.
1.8 - Retifica de coberta: Em algumas situações a coberta não finaliza
totalmente, necessitando de uma retificação.
A Usina Seresta considera o plantio um processo inicial que exige qualidade em
todas as suas etapas, é observável a preocupação no planejamento para o devido
andamento, dando importância à qualidade da semente e a quantidade de gemas
por metro (12 a 14 gemas por metro linear), pois o sucesso nas etapas seguintes até
a colheita depende de uma boa germinação.
2 - Irrigação: Prática utilizada para suprir as necessidades hídricas da cultura
para o seu desenvolvimento em todo o seu clico até o processo de industrialização.
A Usina Seresta por está localizada na transição da zona da mata/agreste
necessita de uma maior atenção no manejo com irrigação, acrescidos a esta
preocupação foi implantado uma área de 2200 hectares o sistema de irrigação por
gotejamento para complementar sua estrutura de irrigação que já existe com os
sistemas utilizando o Pivot, a aspersão e o carretel com a utilização de água,
vinhaça e água de lavagem.
Quant. de Torres Á.Irrigada Giro
(Em graus)
Tamanho
Quant. de Pivot’s
01 1,67 ha 240º 66 m 01
04 9,18 ha 240º 210 m 05
05 13,83 ha 240º 258 m 03
06 31,28 ha 360º 306 m 01
07 40,00 ha 360º 354 m 08
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2.1 - Pivot Central Rebocável (PCR): Possui dezoito pivot’s, distribuído em uma
variação de 04 à 07 torres e um mini-pivot:
A vantagem deste sistema é a uniformidade na distribuição de água, economia de
mão-de-obra e uma redução de custo operacional, tem como desvantagem os
contornos de área, como mostra a figura abaixo destacada, tendo-se que utilizar
outro sistema de irrigação – a aspersão – para totalizar a área planejada para
irrigação.
Pivot em area renovada
Pivot atuando no
plantio com água Pivot atuando na
socaria com vinhaça
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Pivot em socaria
2.2 - Aspersor: Sistema de irrigação convencional, utiliza mão-de-obra, tubos e
conexões de alumínio ou aço zincado de 6m x 6” e 8”, um eletrobomba ou moto-
bomba, existe em média 33 eletrobombas e 20 moto-bombas, faz uma área de
posição de 0,36 ha, com média 10 posições em 24 horas.
Pode-se exemplificar uma área total na seguinte maneira:
Área de posição Área Física Quant. Posições Total.
0,36 0,28 10 2,80
O sistema por aspersão tem despesa operacional desvantajosa em relação aos
outros sistemas, desuniformidade na distribuição da água, utiliza maior quantidade
de mão-de-obra e tem baixa produtividade em área irrigada. Dentre suas vantagens
está a possibilidade de ir a áreas onde outros sistemas não podem operar, como
encostas e etc. E ainda sua eficácia na distribuição de vinhaça.
Aspersão irrigando com vinhaça
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2.3 - Carretel: Compõem-se de um equipamento com mangueiras de 300
metros, é ligado com aspersão ou barra irrigadora para distribuição de água ou
vinhaça, tendo maior eficiência de aplicação com a barra irrigadora. Na usina é mais
utilizado carrinho com aspersor na aplicação de vinhaça.
Suas vantagens estão no custo de mão-de-obra, faz uma área maior do que um
sistema convencional de aspersão e tem como desvantagem limitações em área em
virtude de sua extensão de talhão e mudanças.
2.4 - Irrigação por Gotejamento: é sistema de irrigação atualmente mais
eficiente, levando em consideração a racionalização do uso da água, é uma
irrigação localizada com mangueiras subterrâneas.
Tem como vantagem a redução da mão-de-obra, maior produtividade levando em
conta as adubações distribuídas uniformemente no período de seu clico (até o
décimo mês). A Usina Seresta implantou o sistema com dezessete projetos
distribuídos em uma área de 2200 hectares, resultado de uma análise de dez anos
feita no experimento a nível comercial de 17 hectares com uma produtividade média
de 105,00 toneladas/ha.
Fotos implantação e ampliação dos projetos de gotejamento na usina seresta
Carretel
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Enterrio do tubo gotejador-Faz.Cavaçú 1
Fotos implantação e ampliação dos projetos de gotejamento na usina seresta
Montagem da linha principal-Faz.Risco 1
Enterrio do tubo gotejador-Faz.Risco 1
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Fotos canavial com Irrigação Gotejamento:
Este sistema foi implantado em 2007 e tem trazido resultados satisfatórios, a
estimativa de produtividade na safra 08/09 foi favorável e até então vêm
apresentando resultados satisfatórios e estimam-se para safra 12/13 resultados
positivos.
3 - Adubação: Esta prática no processo produtivo é uma forma de suprir as
necessidades nutricionais da cultura, equilibrando o solo de forma que a cana possa
aproveitar todos os elementos nutritivos aplicados.
Existem na usina as seguintes práticas de adubação:
3.1 - Adubação Mecanizada: Processo que utiliza equipamento agrícola
adequado para distribuição de adubo mineral. Na usina são utilizados implementos
com distribuição de três linhas, o adubo vem para o campo em sacolões de 500 kg,
é colocado na adubadora, regulada para a distribuição de acordo com a
necessidade do solo e perspectiva de produtividade.
3.2 - Adubação via gotejamento: é feita fertirrigação via gotejamento, nas casas
de bombas é dissolvido o adubo em caixas de 5.000 litros, e injetado no sistema
automaticamente pelo equipamento controlador netajet.
São aplicados os macros nutrientes via gotejo. Após a implantação dos projetos e
o conhecimento das variedades, solos e operações, fez-se uma adaptação para
cada situação. Programação definida em conjunto com a Equipe da Netafim.
Durante o período de safra, em quatro projetos do gotejamento são aplicados
vinhaça diluída como fonte de potássio (K ).
3.3 – Adubação Folear: Uma outra alternativa de adubação, utilizada na usina
para aplicação de micro nutrientes, o equipamento utilizado é a aplicação aérea
VARIEDADE SP 83-2847 ( 127 DAP) PROJETO GOTEJAMENTO CAVACÚ – RB 92579 (120 DAP)
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através dos aviões agrícola contratos pela empresa. Este sistema se faz importante,
para aplicação dos micros nutrientes, considerando que os macros nutrientes não
fazem parte desta alternativa de adubação pela quantidade de produtos por hectares
na aplicação, já o micro é bem alocado, pois tem uma quantidade adequada ao
processo e a viabilidade econômica da aplicação.
Aplicação de Defensivos Agrícolas: o correto uso está inserido no
conhecimento tecnológico para colocação de um produto químico ou biológico no
alvo correto (erva daninha ou pragas), em quantidade adequada, de forma
econômica, sem contaminar o homem e o meio ambiente, este está melhor dividido
em três partes: Nematicida, Cumpinicida e Herbicida.
a. Nematicida: são produtos aplicados diretamente no sulco antes da
coberta para proteger a cana-de-açúcar de nematóides, um exemplo
que é utilizado na usina é o Furadan.
b. Cumpinicida: Como foi dito anteriormente o cupinicida também é
colocado no sulco antes da coberta para que não venha prejudicar a
cana com cupins, os produtos utilizados para essa pratica é o Regente,
Actara, Evidence e a talstar.
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c- Herbicida - Dosagem: na usina a vazão utilizada para cana planta é
de 200 lit/ha e pra cana soca (socaria) é de 150 L/há,como deve ser feita
a dosagem:
Ex.: primeiro é medido uma área teste de 600 m².
Vazão: 500 mL (0,5 l)
Quantidade de Bicos (PJ): 24 Bicos
0,5 * 24 = 12 l - 600 ---------- 12 l
10,000 ----- X
X = 200 l / ha.
c.1 Classificação Toxicológica:
Vias de Penetração: Inalatório, Oral e Dérmica.
Classificação Toxicológica
Extremamente
tóxico
Altamente
tóxico
Medianamente
tóxico
Pouco
tóxico
I
II
III
IV
Inalatória Oral
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c.2 Ervas daninhas: podem ser melhor entendidas se divididas em folhas
largas e folhas estreitas.
c.3 Folhas Largas: Espada de São Jorge, Caruru (Bredo), Rabo de Rato,
Magor Gomes, Flor de Cemitério, Melão de São Caetano, Melancia
Braba, Maracujá Brabo, Rama Fina, Burra Leiteira, Vasorinha, Arbusto,
Andaca, entre outras.
c.4 Folhas Estreitas: Capim alho, capim favorito, Capim Sempre Verde,
Mão de Sapo, Grama Seda, entre outras.
c.5 Herbicidas ( Utilização ): os produtos são diferentes dos anteriores,
eles são aplicados após a coberta, e podem ser bem mais entendidos se
divididos em, aplicação mecanizada (Pré Emergência) e/ou aplicação
costal ( Pós Emergência).
c.6 Aplicação Mecanizada (Pré Emergência) : Essa aplicação é feito
para que as sementes das ervas daninhas não venha emergir (germinar),
onde são utilizados produtos residuais:
d. Produtos Residuais: quando em contado com o solo deixa um resido
que dura no máximo 90 dias, dependendo de cada produto.
APLICAÇÃO EM PRÉ-EMERGÊNCIA
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e. Pré-emergência: A pre-emergência é feita com o auxilio de um trator
com duas pessoas (motorista e ajudante), e utiliza-se também o
implemento (PJ) onde é controlada toda a aplicação, nesse implemento
vem um botijão com capacidade para 600 l de formulação (a mistura de
água com produto). Uma barra que mede 11,30 m com o auxilio de 24
bicos leques que podem ser (TFVS, TEEJET, entre outros.),
Alguns produtos de (Pré Emergência).
c. Aplicação Costal (Pós Emergência): É feita quando a erva já está
germinada, nesses casos são utilizados produtos sistêmicos de contato
e bicos cônicos.
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d. Produtos sistêmicos: Produtos que quando em contato com a erva
daninha são translocados para o seu interior.
e. Produtos de Contato: Produtos quando em contato com a erva
daninha não são translocados para o seu interior, agem localmente.
f. Pós Emergência: Nesta pratica são utilizadas duas turmas de 34
pessoas que realizarão aplicação costal, com o auxilio das bombas
Martinelle e coagril.
Tríplice Lavagem:
Equipamento de Proteção Individual (EPI): Os EPI’s são essenciais para a
aplicação de Defensivos Agrícolas, para evitar uma devida intoxicação.
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Cuidados e manutenção do EPI’s:
•Após o uso, lave e descontamine em separado das roupas da
família.
• Mantenha em bom estado de conservação.
• Faça revisão periódica.
• Guarde em local separado.
•Substitua sempre que necessário
5 – Entomologia: É a ciência que estuda as pragas.
As pragas são responsáveis hoje pelo baixo índice de produtividade agrícola e
perdas dentro da indústria, daí a grande importância da realização de um controle de
combates as pragas.
As pragas mais comuns na usina Seresta:
Máquinas e equipamentos para aplicação
Limpeza dos bicos da barra do
PJ
Tipo de bico utilizado na
aplicação costal
Tipo de bico utilizado na
aplicação Mecanizada
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5.1 - A broca-gigante ( Castinia Licus ), broca do colmo assume grande
importância, pelos altos prejuízos que pode causar.
A larva de cor branco marfim, penetra entre o solo e a cana, iniciando a
perfuração no colo da planta, abrindo uma galeria de baixo para cima, destruindo os
2 ou 3 primeiros entrenós basais, podendo alcançar no final de seu ciclo, até cerca
de 9 cm de comprimento. Antes de se transformar em crisálida, a lagarta faz uma
perfuração lateral na base do colmo, por onde sairá o futuro adulto. A crisálida, de
coloração castanho escura, mede cerca de 4 cm de comprimento e fica no interior da
galeria.
Seu ciclo biológico é em média 177 dias ( ovo: 10; larva:110; crisálida:45 ); o
adulto em torno de 12 dias. Em cana nova causa a morte de perfilhos de planta e
soca “coração morto” e destrói os rizomas das touceiras, ocasionando falhas de
germinação e reduzindo o stand da cultura. Em cana adulta destrói os entrenós
basais, causando afinamento, atrofia e quebra do colmo e, junto com o complexo de
podridões, causa inversão da sacarose, com perdas de até 60% da produção.
O controle se dá pela captura de adultos e principalmente de larvas e crisálidas
na socaria após o corte de cana com enxadecos especiais. Esta é a prática mais
Cana atacada pela praga 1
23
utilizada de controle. No momento, o método mais utilizado para o controle da broca
é o uso do espeto.
Controle mecânico
5.2 - A broca diatraea: Broca menor, é a principal praga da cana-de-açúcar.
É uma das mais preocupantes das pragas para a cana-de-açúcar em todos os
estados produtores do Brasil. A broca comum da cana-de-açúcar, como é
conhecida, ocorre em todas as regiões canavieiras do Brasil.
No Nordeste do Brasil ocorrem duas espécies:
24
Em Alagoas nos últimos anos, está ocorrendo uma dominância da espécie
flavipennella.
Pode ser encontrada durante todo o ano, podendo apresentar de 4 a 5 gerações
por ano, variando este número principalmente em função de temperatura.
Os danos diretos são decorrentes da alimentação do inseto e ocasionam:
• Perda de peso (devido a formção de galerias);
• Morte da gema apical (“coração morto”);
• Encurtamento de entrenós;
• Quebra do colmo;
• Enraizamento aéreo;
• Germinação de gemas laterais.
Os danos indiretos são causados por:
• Microorganismos que invadem a cana através de orifícios abertos
pelas larvas, predominantemente fungos, entre eles Fusarium e
Colletotricum.
• Por reações químicas que resulta na formação de compostos
fenólicos.
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Nas duas situações ocorre a inversão da sacarose armazenada no colmo,
provocando o desdobramento da mesma em glicose e levulose. Quando o processo
se destina a produção de álcool a contaminação do caldo reduz a eficiência das
leveduras na fermentação alcoólica.
Consequências do ataque:
As formas de determinação dos níveis de infestação da Diatraea sugeridas,
objetivam levantar danos e formas biológicas presentes nas áreas infestadas e
recomenda-se a seguinte distribuição:
• Inicial – entre 3 e 4 meses de plantio ou colheita;
• Durante o desenvolvimento – após os 4 meses iniciais,
ou seja a formação de entrenós, e até os 9 meses
aproximadamente.
• Final – por ocasião da colheita.
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A metodologia de avaliação objetiva determinar a população na área avaliada.
Avaliando o número de larvas coletadas por um homem em uma hora de caminhada
dentro da área em estudo.
• Níveis que atingirem 10 larvas / homem / hora são
considerados altos e exigem controle;
No estágio da cultura, compreendido entre o quarto e nono mês de idade,
aproximadamente, pode-se optar por duas formas de avaliação:
• Determinação da população através do número de larvas
por hectare;
• Determinação dos níveis de danos através da avaliação
da intensidade de infestação.
A determinação dos níveis populacionais por hectare apresenta maior eficiência,
pois determina o alvo do controle que são as larvas da Diatraea. Consiste
basicamente em se tomar pontos amostrais distribuídos aleatoriamente na área em
estudo, numa quantidade mínima de 5 pontos de 5 metros lineares de sulco por
cada lote.
Nos pontos amostrados devem ser levantados:
• Total de colmos;
• Colmos danificados;
• Colmos sadios;
• Total de entrenós;
• Entrenós danificados;
• Entrenós sadios;
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Classificar as larvas pelo tamanho:
• Grande – 2,5 cm ou maior;
• Média – entre 1 cm e 2,5 cm;
• Pequena – menores de 1 cm.
Classificar as crisálidas em:
• Vivas;
• Vazias.
Levantar:
• Material parasitado – por Cotesia ou outros organismos;
• Identificação da espécie de Diatraea.
Realizado por ocasião da colheita, este levantamento objetiva determinar os
níveis de danos ocasionados à cultura e as perdas registradas na indústria.
Considera-se (Segundo o IAA-PLANALSUCAR) que para cada 1% de intensidade
de infestação ocorra uma perda de:
• 0,48% em kg de açúcar/t de cana;
• 1,4% em litros de álcool/t de cana;
• 0,1385% em perda de peso no campo.
O controle biológico é a principal forma de controle empregada para Diatraea. O
grande número de predadores e parasitoides de ovos que ocorrem naturalmente,
contribui de forma decisiva para auxiliar o controle biológico da Diatraea, fato que,
favorece a criação e liberação de inimigos naturais em laboratórios.
28
Pela grande sensibilidade que as vespinhas de Cotesia apresentam, diversos
cuidados devem ser tomados em todo o processo, e os principais são:
• Armazenamento adequado até o momento da liberação;
• Liberação em horários convenientes, evitar horários de sol
quente, bem como períodos de chuva muito fortes;
• Transporte em condições apropriadas desde o laboratório
de produção até às áreas de liberação;
• Não liberar em áreas onde esteja sendo aplicado
inseticida ou tenha ocorrido nas últimas 24 horas;
5.3 - As cigarrinhas da folha e da raiz (Mahanarva posticata e M. fibriolata ) se
destacam entre as pragas.
Existem aproximadamente 11 gêneros de cigarrinhas atacando cana-de-açúcar.
Entre as espécies de cigarrinha, que atacam a cana-de-açúcar, existem duas que
podem ser consideradas de maior importância na região:
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Atualmente ocorre em Alagoas as duas espécies citadas, estando a cigarrinha da
folha em todas as sete regiões edafoclimaticas do Estado. Enquanto que a da raíz
está distribuída na maioria das regiões, não ocorrendo apenas na região 1. São
pragas que precisam de umidade por isso tem a sua ocorrência limitada ao período
chuvoso.
30
A cigarrinha pode ser encontrada durante todo o ano. Necessita, no entanto, de
temperaturas mais amenas e bastante umidade, o que limita sua ocorrência aos
períodos chuvosos, iniciando-se as infestações após as primeiras chuvas.
Prejuízo econômico provocado pelo ataque das duas espécies:
• Injeção de toxina na planta ao sugar seiva;
• Morte de perfilhos em altas infestações (Cigarrinha da
Raiz);
• Seca do sistema foliar e morte da planta;
• Redução do stand;
• Redução do rendimento agrícola, pode chegar a 50%;
• Redução do rendimento industrial.
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Para o monitoramento da cigarrinha é recomendável iniciar os levantamentos 20 a
30 dias após as primeiras chuvas, normalmente por volta de março e realizá-los
enquanto a praga permanecer no campo. Estas avaliações devem determinar os
níveis populacionais, levantando-se as quantidades de ninfas e de adultos por
colmo. Na avaliação da cigarrinha da folha, deve-se adotar o tamanho da
amostragem mais conveniente em cada situação, com este tamanho ficando em um
mínimo de 50 colmos por talhão. O recomendável é tomar para cada amostra um
número entre 10 ou 15 colmos por hectare. Já na avaliação da cigarrinha da raiz,
deve-se determinar os níveis populacionais, levantando-se as quantidades de ninfas
e adultos por metro linear na área em estudo. O tamanho da amostragem deve ser
de 10 pontos de 2 metros lineares por lote, distribuídos aleatoriamente.
Fatores importantes a se considerar numa avaliação:
- Tamanho das amostragens:
• Quantidade de colmos (cigarrinha das folhas) - 100
colmos no mínimo;
• Quantidade de pontos (cigarrinha das raízes) - 2 pontos
de 5 metros lineares por hectare.
- Distribuição das amostragens:
• Deve ser feita uma distribuição ao acaso, sem escolha
dos locais de tomada dos colmos ou pontos, observando-se
principalmente a distância da margem do talhão e nunca
avaliar colmos à margem do talhão.
- Periodicidade
• É fundamental que a volta às áreas infestadas seja feita
em períodos o mais curto possível.
• Identificação correta das formas biológicas:
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Para o controle desta praga, existem dois métodos:
1 – Controle Químico :
2 – Controle Biológico:
O controle biológico tem sido largamente empregado através da utilização do
fungo Metarhizium anisopliae, principalmente para controle das “cigarrinhas das
folhas”, exige alguns cuidados, sobretudo com relação aos monitoramentos,
apresenta um maior número de vantagens quando bem empregado. No controle da
“cigarrinha das raízes” tem se observado algumas limitações devido a vários fatores,
entre elas o local de vida da praga – vive no sistema radicular da cultura; estágio de
desenvolvimento da cultura quando as infestações se iniciam; proteção que a palha
oferece contra as formas de multiplicação do fungo e diferença de agressividade das
raças do fungo.
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REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
BARROS, Fernando Ferraz and MILAN, Marcos. Qualidade operacional do
plantio de cana-de-açúcar. Bragantia [online]. 2010, vol.69, n.1, pp. 221-229. ISSN
0006-8705.
CÂMARA, G.M.S. Ecofisiologia da cultura da cana-de-açúcar. In: CÂMARA,
G.M.S. Produção de cana de açúcar. ESALQ: Piracicaba, 1993. p.31-64.
CAMPOS, V.F. Gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia. Belo Horizonte:
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CAMPOS, C.M. Identificação e avaliação de variáveis críticas no processo de
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Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo.
COLETI, J.T.; STUPIELLO, J.J.; Plantio da cana-de-açúcar. In. SEGATO, S.V;
PINTO, A.S.; JENDIROBA, E.; NÓBREGA, J.C.M.. Atualizações em produção de
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MATOS, R.B. Indicadores de desempenho para o beneficiamento de madeira
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VIEIRA, S. Estatística para a qualidade: como avaliar com precisão a qualidade em
produtos e serviços. Rio de Janeiro, 1999. 198p.
34
Conclusão
A vivência do estágio supervisionado possibilitou o monitoramento,
desenvolvimento e aplicação dos conhecimentos empíricos obtidos no âmbito
acadêmico. E ainda, assimilar as politicas de desenvolvimento organizacional que
norteiam o mercado de trabalho. Bem como absorver a dinâmica das articulações
interpessoais que viabiliza o desempenho, com excelência, das estratégias
elaboradas para alcance das metas estabelecidas pela empresa. Contudo, numa
avaliação holística constata-se a necessidade de intensificar o desenvolvimento
empírico e prático a cerca da cultura da cana-de-açúcar. Haja visto a importância
econômica desta cultura para o estado de Alagoas.
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DE ACORDO:
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André Borges Pereira da Silva Leandro da Silva Santos
Gerente Agrícola Estagiário