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1 CURSO DE: SERVIÇO SOCIAL PERÍODO: 7º PERÍODO DISCIPLINA: MONITORAMENTO E AVALIACAO EM SERVIÇO SOCIAL PROFESSORA:JUSSARA ALUNOS: Helder José Santos, Izabela Nobre, Renata Câmara LAUDO SOCIAL Conteúdo Confidencial 1. PROCEDIMENTO Assunto: Realização de Perícia (Estudo Social) - Área: Idoso Cadastro: Nº0000263 Autor/ Interessado: MPE/RN 12ª Comarca da cidade de Parelhas/ RN 2. IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL PELA PERÍCIA Assistentes Sociais: Helder José Santos, Izabela Nobre, Renata Câmara Nº CRESS: 1107 1208 1506 Titulação: Helder José Santos Contato: (84)8877-7727

Relatório de Estudo Social(2)

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Relatório tendo como base ´pesquisas em serviço social e análise de estudo de campo

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CURSO DE: SERVIO SOCIAL PERODO: 7 PERODO DISCIPLINA: MONITORAMENTO E AVALIACAO EM SERVIO SOCIAL

PROFESSORA:JUSSARA ALUNOS: Helder Jos Santos, Izabela Nobre, Renata Cmara

LAUDO SOCIAL

Contedo Confidencial1. PROCEDIMENTO

Assunto: Realizao de Percia (Estudo Social) - rea: Idoso

Cadastro:N0000263

Autor/ Interessado:MPE/RN

12 Comarca da cidade de Parelhas/ RN

2. IDENTIFICAO DO RESPONSVEL PELA PERCIA

Assistentes Sociais:Helder Jos Santos, Izabela Nobre, Renata Cmara

N CRESS: 1107 1208 1506

Titulao:Helder Jos Santos

Contato:(84)8877-7727

PARELHAS/RN

Maio/ 20143. IDENTIFICAO DA VTIMA:Nome:Carmelcia da Silva Santos

Endereo:Stio Quixab / Comunidade da cidade de Parelhas/RN

4. SITUAO QUE ENSEJOU O ESTUDO SOCIAL:

O Ministrio Pblico do Estado do Rio Grande do Norte, da 12 Comarca da cidade de Parelhas/RN, solicitou atravs do ofcio n 001/2014, a realizao da Percia/ Estudo Social para investigar a denncia de violao de direitos, alm de posse indevida da nica fonte de sobrevivncia (salrio) da idosa em questo.

Neste sentido, o presente estudo social visa:

1 - Apurar a denncia quanto violao dos direitos da idosa e da posse indevida do dinheiro da mesma; 2 - Identificar outras possveis violaes dos diretos da idosa no mbito familiar; 3 - Tentar identificar e localizar o autor das possveis violaes;

4 - Identificar procedimentos necessrios ao restabelecimento dos direitos supostamente violados e reestabelecer os laos familiares.5. INSTRUMENTAIS METODOLGICOS:A instrumentalidade utilizada para compreenso e averiguao da denncia feita quanto a violao dos direitos da idosa Carmelcia da Silva Santos, foram os seguintes instrumentos:- Visita domiciliar ao endereo da idosa registrado na ficha de atendimento do Ministrio Pblico;

- Entrevista com a idosa e outros contatos relevantes da mesma (parentes e/ou vizinhos/as).

6. DESCRIO E ANLISE DAS INFORMAES COLETADAS:

Diante desses instrumentos de anlise e compreenso do caso citado, utilizaremos o Estatuto do Idoso como principal fonte de pesquisa e de compreenso para os direitos do idoso em questo. Para isso tambm se faz necessrio utilizarmos a Constituio Federal, sobre o uso de suas polticas como regimento maior e exerccio da cidadania.Tendo em vista o Estatuto do Idoso como fonte de conhecimento e estudo, alm dos demais contexto citados dentro da constituio Federal do Brasil como garantia de direitos; tomamos posse deste, como referncia instrumental operativo para o devido estudo social e para a compreenso do parecer final. A mesma foi realizada no dia 29 (vinte e nove) de Maio de 2014 na referida cidade.Ao fazermos a visita in loco na residncia da senhora Carmelcia da Silva Santos, no endereo fornecido pela Comarca da cidade de Parelhas, sendo este no stio Quixab, municpio de Parelhas, percebemos que a casa estava aberta, sem ningum presente no momento, o local se encontrava em estado de insalubridade e muito bagunada. Chamei pelos responsveis pela casa mais ningum respondia.A vizinha (Dona Ccera Nbrega) ao perceber que estvamos chamando pela Sra. Carmelcia da Silva Santos, nos relatou que ela havia sado de casa e, em uma conversa, a mesma deixou escapar, que o filho mais velho que reside no local, havia brigado com ela e, por isso, a mesma saiu de casa. Dona Ccera tambm relatou que a Sra. Carmelcia passava fome e vivia pedindo comida aos vizinhos.Perguntamos a Dona Ccera (vizinha) como era a relao dos entes que viviam com a idosa e ela respondeu: vixi, Carmelcia vive pedindo comida nas casas, os netos dela a xingam de tudo, diz palavres; agente v direto brigas com o filho mais velho, e ela diz a gente aqui, que o filho pega o dinheiro dela e gasta com bebidas e mulheres.

Perguntamos sobre os filhos que residem prximos casa da idosa no stio se vem sempre visit-la e a Dona Ccera Nobrega nos responde: menino os filhos vem a s vezes e nem faz questo pela me, a coitada sofre viu! os netos so todos vagabundos, no trabalham.Conforme a entrevista com a Dona Ccera Nobrega, a senhora Carmelcia tem 3 filhos. Um que mora com ela e mais 3 netos de 18 anos, 20 anos e 22 anos respectivamente, os quais conhecidos por Paulo Csar (filho) residente na casa da mesma e os netos: Felipe, Maria e Raimundo.

Na ocasio a senhora Ccera chamou outra vizinha, a senhora Clia que confirmou todas as informaes declaradas na ocasio.Logo em seguida, a senhora Carmelcia chegou e a senhora Ccera me avisou: a t ela. Dona Ccera Nobrega indignada com a lstima situao em que vivia a senhora Carmelcia nos revelou, naquele momento de vulnerabilidade, que a mesma, com apoio de outros vizinhos fizeram a denncia.

Chamamos a senhora Carmelcia, nos apresentamos informando o motivo pelo qual o Ministrio Pblico havia nos enviado. A mesma nos convidou para entrar na sua residncia, onde realmente pudemos constatar o estado deplorvel e insalubre a qual vivia juntamente com seus netos e filho.Comeamos a fazer algumas perguntas, tais como: quanto a idosa ganhava, quantas pessoas viviam em casa com ela, quantos anos a mesma tinha, quantos filhos (?)... Nesse momento a senhora Carmelcia comeou a chorar.

Perguntamos porque a mesma estava chorando e ela comeou a nos relatar: meu filho pega o meu dinheiro para beber e gastar com prostituta e meus netos no querem nada da vida, vivem sem trabalhar, querem vida boa. Tem dias que no tenho nem o que comer, voc t vendo a casa t uma baguna, chegue ver.Averiguamos a situao da casa e constatamos o total descaso: banheiros sujos, uma fedentina, utenslios sujos. A mesma abriu o armrio de comida e estava completamente vazio. Perguntamos como ela fazia para se alimentar e a mesma disse que pedia aos vizinhos. A roupa que a idosa vestia estava aos trapos. A Sra. Carmelcia disse que no sabia mais o que fazer, pois tinha medo da reao do filho e dos netos.

Perguntamos novamente, quanto ganhava a idosa, quantas pessoas viviam com elas, quantos filhos, qual o grau de estudo de cada um em casa e se a casa era prpria.

A Sra. Carmelcia nos relata: tenho 82 anos, ganho um salrio, 4 pessoas vivem comigo, tenho 3 filhos e trs netos, nenhum quis estudar, ningum saber ler, relatou a mesma.

Quando estvamos fazendo as perguntas o filho mais velho Paulo Csar chegou residncia, quando menos esperava, o mesmo entrou no quarto e saiu, voltando logo em seguida, a idosa ficou nervosa e apreensiva.Aproveitamos o momento e nos identificamos, afirmando o motivo da visita. O rapaz ficou nervoso e comeou a gaguejar, dizendo que tudo era mentira do povo, que no fazia nada do que foi dito. A idosa passou todo momento calada, no querendo falar e foi para o interior da residncia.

O rapaz disse que trabalhava e que no precisava do dinheiro da mesma, comeamos a fazer outras perguntas, e o mesmo no quis responder.

Perguntamos pelos adolescentes e ele respondeu que no sabia e resolveu sair do local apressado. Chamamos a Sra. Carmelcia e, a mesma disse que no tinha mais nada para falar. Para a compreenso total dos fatos no tivemos como questionar os netos da senhora em questo, pois os mesmos, no momento da entrevista, no se encontravam na residncia. A idosa relatou que no sabia o paradeiro dos jovens.

.7. PARECER

Destacando-se que o presente estudo social visa: 1 - Apurar a denncia quanto a violao dos direitos da idosa e da posse indevida do dinheiro da mesma; 2 - Identificar outras possveis violaes dos diretos da idosa no mbito familiar; 3 - Tentar identificar e localizar o autor das possveis violaes;4 - Identificar procedimentos necessrios ao restabelecimento dos direitos supostamente violados e reestabelecer os laos familiares podemos considerar:

Diante da realidade estudada e dos fatos elucidados atravs dos instrumentos tcnicos operativos a qual nos confere quanto profissional da rea do Servio Social. Mediante a visita domiciliar in loco residncia da senhora Carmelcia da Silva Santos de 82 anos, residente no sitio Quixab municpio de Parelha, aposentada analfabeta, podemos averiguar o seguinte: Constatou-se atravs da visita domiciliar e dos relatos dos vizinhos citados a cima, a situao de vulnerabilidade social e familiar, alm da violao dos direitos da idosa, conforme suas queixas em relao aos trs netos que a faz conviver diariamente sobre a constante humilhao e destrato por parte dos mesmos. Ressaltando o Estatuto do Idoso em seu art. 96, pargrafo 1., onde temos: Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo. Consideramos direito violado.Tambm podemos constatar no relato da senhora Carmelcia da Silva Santos e dos vizinhos citados, a posse indevida do dinheiro da mesma pelo seu filho Paulo Csar, deixando-a desprovida de recursos para a sanao de suas necessidades bsicas. Para esse tipo de crime o art. 102 do Estatuto do Idoso cita: Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, penso ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicao diversa da de sua finalidade, e informamos a total violao do dispositivo da lei, por parte do filho da idosa.Este parecer aponta consideraes conclusivas pelas razes j descritas acima onde nos fornecem razes suficientes quanto a violao dos direitos da idosa. Em sendo verdicas as falas dos declarantes constantes no pressente laudo, sugere-se a infrao do Estatuto do Idoso Lei n10.741/2003, especialmente nos seus Artigos 2, 3 e 4.

Art. 2oO idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes pessoa humana, sem prejuzo da proteo integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservao de sua sade fsica e mental e seu aperfeioamento moral, intelectual, espiritual e social, em condies de liberdade e dignidade.

Art. 3o obrigao da famlia, da comunidade, da sociedade e do Poder Pblico assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivao do direito vida, sade, alimentao, educao, cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, ao respeito e convivncia familiar e comunitria.

Art. 4oNenhum idoso ser objeto de qualquer tipo de negligncia, discriminao, violncia, crueldade ou opresso, e todo atentado aos seus direitos, por ao ou omisso, ser punido na forma da lei.

Art. 12. A obrigao alimentar solidria, podendo o idoso optar entre os prestadores. o parecer.

Parelhas, 29 de Maio de 2014.Helder Jos SantosAssistente Social CRESS/1107MATRCULA 36030000364Izabela Nobre,Assistente Social CRESS/1208

MATRCULA 36030000365

Renata CmaraAssistente Social CRESS/1309

MATRCULA 36030000366